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Região Sudeste

Região Sudeste é conhecida por ser a mais rica do país, concentrando as principais
cidades e atividades econômicas do Brasil, além de ser a mais povoada.

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A região Sudeste é conhecida por sua força econômica e suas grandes cidades.
Nela estão localizadas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, algumas das
principais cidades brasileiras e importantíssimas para a economia nacional.

Fato marcante no Sudeste é sua população. A região é a mais populosa do Brasil,


com mais de 90% da população morando em áreas urbanas, sendo também a mais
urbanizada. Além disso, seus índices econômicos são altos, assim como a taxa de
industrialização. Em um passado não muito distante, no século XX, foi o território
que mais atraiu migrantes em busca de melhores condições de vida e
oportunidades de trabalho.

Leia mais: Regiões do Brasil – agrupamentos de estados com características


semelhantes
Tópicos deste artigo
 1 - Estados da região Sudeste
 2 - Dados gerais da região Sudeste
 3 - Breve histórico da região Sudeste
 4 - Clima da região Sudeste
 5 - Relevo da região Sudeste
 6 - Hidrografia da região Sudeste
 7 - Vegetação da região Sudeste
 8 - Demografia da região Sudeste
 9 - Principais atividades econômicas da região Sudeste
 10 - Aspectos culturais da região Sudeste
Estados da região Sudeste
Os estados da região Sudeste possuem economia diversificada, com muitas
oportunidades no terceiro e quarto setores econômicos. No total são quatro os
estados que formam essa região. Observe-os, em ordem alfabética, com suas
respectivas capitais.

Estados Capitais Gentílicos

Espírito Santo Vitória Capixaba ou espírito-santense

Minas Gerais Belo Horizonte Mineiro

Rio de Janeiro Rio de Janeiro Fluminense

São Paulo São Paulo Paulista

Dados gerais da região Sudeste


Veja agora alguns dados estatísticos dessa região, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Esses dados são de 2019.

 Área territorial: aproximadamente, 925 mil km², o que resulta em 12% do


território brasileiro.
 População: 88.371.433 habitantes
 Rendimento domiciliar per capita (em reais): 1666,75
 Densidade demográfica: 95,13 habitantes por km²
 Índice de Desenvolvimento Humano: 0,753
 Matrículas no ensino fundamental: 10.384.771 de estudantes
 Produto Interno Bruto (em reais)|1|: 2,4 trilhões
 Taxa de mortalidade infantil|1|: 12,6

Mapa da região Sudeste.

Breve histórico da região Sudeste


Uma das razões para o início da ocupação do Sudeste brasileiro foi a descoberta
de ouro na região, no século XVII, por volta de 1690, e de outras pedras preciosas,
como o diamante. Tais minérios foram encontrados, a princípio, em Minas Gerais,
o que deu início a vários povoados que, posteriormente, transformaram-se em
grandes cidades.

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As necessidades populacionais de quem vivia na região das minas levaram ao
surgimento de atividades agrícolas e comerciais. O interesse nas pedras preciosas
era tão grande que atraía inúmeros migrantes no século XVIII. Devido a esses
fatores, e mais alguns, como o declínio Nordeste, o governo português decidiu, em
1763, transferir a capital de Salvador para o Rio de Janeiro. Com isso, o centro
da economia colonial passava a ser o Sudeste.
Ao longo do século XIX, outras atividades econômicas despontaram na região,
como o cultivo do café. Inicialmente, esse cultivo foi introduzido no estado do Rio
de Janeiro, no início do século XIX, na região do rio Paraíba do Sul. Com o passar
dos anos, a produção expandiu-se para os demais estados do Sudeste,
principalmente em São Paulo.

Nessa época, a maioria da produção era voltada para o mercado externo, com mão
de obra escrava africana. Devido ao relevo acidentado, o Rio de Janeiro logo viu a
produção ser deslocada para São Paulo, em terreno relativamente plano.

O desmatamento nas encostas fluminenses e o acentuado processo erosivo


contribuíram para que o café ganhasse força nos terrenos planos paulistas. Assim, o
estado de São Paulo iniciava o domínio da produção cafeeira no Brasil, na segunda
metade do século XIX.

Com a abolição da escravidão, em 1888, e a forte imigração de nordestinos e


europeus, o Sudeste desenvolveu um alto contingente populacional e vasta mão de
obra, além de capital oriundo do café para o desenvolvimento de atividades
industriais. Esses fatos propiciaram o início da industrialização brasileira na
região, no final do século XIX, sendo atualmente a mais industrializada do país.

Veja também: Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?

Clima da região Sudeste


O clima no Sudeste é basicamente tropical devido a sua localização geográfica.
É uma região situada entre os trópicos, tendo temperaturas elevadas na maior parte
dos estados. Entretanto, alguns fatores modificam seu clima, como a altitude, a
maritimidade (influência das massas de ar vindas do oceano) e a latitude.

O relevo (altitude) exerce grande influência na distribuição de chuvas e nas


diferenças de temperaturas. Na cidade do Rio de Janeiro e em Santos, há maiores
índices pluviométricos do que em Belo Horizonte, por exemplo. Isso porque as
primeiras são litorâneas, recebendo muita umidade do oceano (maritimidade). Já a
capital mineira está em uma área elevada de 852 m acima do nível do mar, com
bairros que atingem mais de 1500 m de altitude.

Em geral, cidades mais altas possuem temperaturas menores. Na Serra da


Mantiqueira, as temperaturas são baixas na divisa entre Minas Gerais e São Paulo.
O destaque dessa área é a cidade de Campos do Jordão (SP), que atrai inúmeros
turistas devido ao clima frio e à elevada altitude (mais de 1600 m acima do nível
do mar). Nessas regiões, o clima é o tropical de altitude, com baixas
temperaturas, presença de geadas no inverno e índices pluviométricos de 1500 mm
anuais.

Serra da Mantiqueira, Minas Gerais.


No litoral, temos o clima tropical litorâneo, com altas temperaturas e índices
pluviométricos elevados.

Outro clima presente na região é o tropical semiárido, localizado no norte de


Minas Gerais, na região do Vale do Jequitinhonha. Nessa área, as temperaturas são
bastante elevadas, e as chuvas, escassas e mal distribuídas durante o ano.

Relevo da região Sudeste


A região Sudeste é a que possui o relevo mais alto. Podemos destacar três
unidades de relevo nessa região: planaltos (a maioria), depressões e planícies.

Os planaltos podem ser divididos em três grupos, de acordo com a classificação de


Jurandyr Ross:

 Planaltos e serras do atlântico leste-sudeste: área que vai da parte oriental


de Minas Gerais e do Espírito Santo e chega até a parte leste de São Paulo.
Nesse grupo destacam-se a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira.
 Planaltos e chapadas da bacia do Paraná: localizados no oeste paulista e
em parte do triângulo mineiro. Área de solo fértil, conhecido como terra
roxa, que possibilitou o cultivo do café nas chapadas altas e planas.
 Planaltos e serras de Goiás-Minas: o destaque é a serra da Canastra,
localizada no sudoeste de Minas.

As depressões situam-se em São Paulo, entre os planaltos do leste-sudeste e os


planaltos da bacia do Paraná. Essa área interiorana paulista também foi útil no
cultivo do café, pois seu processo erosivo é menos acentuado.

Já as planícies são localizadas no litoral do Sudeste e também em algumas


margens de rios (essas menores do que as litorâneas). Em algumas regiões, o
relevo montanhoso dá origem a falésias que podem ser encontradas no litoral sul
do estado do Rio de Janeiro.

Hidrografia da região Sudeste


O relevo acidentado da região Sudeste propicia uma grande distribuição de águas
fluviais para as outras regiões do país. Devido a isso, há duas grandes bacias
hidrográficas na região — bacia do Paraná e bacia do São Francisco —, além de
três regiões hidrográficas — atlântico sul, sudeste e leste.

A bacia do Paraná está presente nos estados de Minas Gerais e São Paulo, com
importantes rios que contribuem com o abastecimento de água e a geração de
energia elétrica para a população. Como destaque, citamos os rios Tietê, Grande e
Paraná. Há também usinas hidrelétricas nessa bacia, como a usina de Furnas, em
Minas Gerais.

Já a bacia do São Francisco é fundamental para Minas Gerais, único estado


presente nela. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra e é essencial para o
abastecimento da região metropolitana da capital mineira, Belo Horizonte. Esse rio
corre no sentido sul–norte, tendo sua foz na região Nordeste.
Rio Doce, em Minas Gerais, após o desastre ecológico de janeiro de 2019.
A região hidrográfica atlântico sul está presente no extremo sudeste de São
Paulo, tendo sua importância maior na região sul do país. Já a região atlântico
sudeste é presente nos quatro estados, tendo os seguintes rios como destaque: rio
Doce, que nasce em Minas Gerais, passa pelo Espírito Santo e deságua no oceano
Atlântico; rio Paraíba do Sul, que percorre uma importante área industrial paulista;
e rio Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná e tem sua foz no estado de São Paulo.

Acesse também: Rompimento da barragem em Brumadinho

Vegetação da região Sudeste


Das cinco regiões brasileiras, o Sudeste é a que mais apresenta diferença nas
paisagens naturais se compararmos com a vegetação nativa. A alta
industrialização e urbanização tiveram contribuição nisso, tendo destruído grandes
áreas de matas para a construção de cidades, ferrovias e parques industriais.
Atualmente existem poucos resquícios de áreas verdes na região.

No Sudeste podemos encontrar, basicamente, quatro tipos de vegetação:


Caatinga, Cerrado, floresta tropical (Mata Atlântica) e vegetação litorânea
(Manguezais).
A Caatinga é comum no norte de Minas Gerais devido ao clima semiárido. É
uma paisagem parecida com a da região Nordeste, principalmente na região do
vale do Jequitinhonha.

Já o Cerrado, vegetação bem comum em climas tropicais, é encontrado em São


Paulo e em grande parte de Minas Gerais. É uma vegetação com galhos tortuosos,
de baixo e médio porte, mas com raízes profundas, capazes de buscar água no
subsolo na época de estiagem.

A Mata Atlântica possui uma grande biodiversidade e pode ser encontrada nos
quatro estados. Devido a essa biodiversidade, foi muito desmatada para fins
comerciais e urbanísticos, restando pouca vegetação original.

Mata Atlântica no Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro.


No litoral há Manguezais e Restingas, vegetações típicas dessa área. No Sudeste,
entretanto, a especulação imobiliária afeta essa vegetação, o que atrapalha o
ecossistema e a vida presente nesses biomas.

Demografia da região Sudeste


A região Sudeste conta com quase 90 milhões de pessoas, segundo dados do
IBGE de 2019, sendo a mais populosa do país, com a maior taxa de urbanização
(93%). Entretanto, sua população cresceu de forma significativa somente no fim do
século XIX e no século passado. A forte imigração de europeus (fim do século
XIX) e brasileiros de outras regiões, como os nordestinos (meados dos anos 1940-
50), contribuiu para esse crescimento.

Por ter os melhores indicadores econômicos e sociais, a migração era bem


acentuada nessa região. No entanto, nas últimas décadas, o migrante tem preferido
outras regiões, como o Centro-Oeste, para buscar melhores condições. Isso porque
há um grande inchaço urbano, acarretando em graves problemas sociais, como
falta de moradia, desemprego e subempregos.

O inchaço urbano é uma das causas do declínio migratório para o Sudeste, como pode ser observado
em São Paulo, SP.
No Sudeste estão localizadas as duas maiores regiões metropolitanas do Brasil,
São Paulo e Rio de Janeiro. Somadas, as duas regiões concentram mais de 30
milhões de habitantes, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) em 2019. Com isso, há uma grande concentração de atividades comerciais,
industriais e tecnológicas nessas duas áreas do Sudeste.

Principais atividades econômicas da região


Sudeste
A força econômica do Sudeste é explicada, pela história, desde os tempos da
extração de ouro, passando pelo cultivo do café, e, atualmente, com a concentração
de várias indústrias, tanto nacionais quanto transnacionais.
A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo iniciada, décadas
antes, na região Sudeste. Esse auge atingiu o Sudeste de forma positiva, pois era
nessa região que estavam as melhores condições em infraestrutura para a
instalação de fábricas e aglomerados industriais.

Atualmente, o território possui um grande parque industrial, principalmente em


São Paulo, na região metropolitana (ABC Paulista: Santo André, São Bernardo do
Campo e São Caetano, cidades industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria
petrolífera.

Há em andamento uma forte desconcentração industrial das grandes metrópoles


por diversos fatores, como terrenos caros, inchaço urbano e incentivos fiscais por
parte de cidades menores. Com isso, algumas áreas do interior do Sudeste
tornaram-se centros industriais, como Contagem, em Minas Gerais. Além disso, a
malha rodoviária na região contribui para que as indústrias partam para o interior,
mas sem perder o grande mercado consumidor existente nas grandes cidades.

O Sudeste conta com importantes recursos minerais, como o ferro e o manganês,


encontrados em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero. Esses minerais são
exportados para o mundo todo via Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo e sal marinho também estão presentes na economia da região. Hoje, o


estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país, seguido pelo
Espírito Santo, e o segundo maior de sal.

A região também é forte na pecuária. De acordo com o IBGE, com dados de 2018,
o Sudeste abrange o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 37
milhões de cabeças de gado. O destaque na região para essa produção é o estado de
Minas Gerais, com forças para as indústrias de laticínios. O rebanho suíno
também faz-se presente na economia, que concentra o segundo maior rebanho
dessa espécie no país, com mais de sete milhões de porcos.

Veja também: Quais as diferenças entre exportação e importação?

Aspectos culturais da região Sudeste


Com a forte migração ocorrida para o Sudeste nos séculos passados, as
manifestações culturais presentes nessa região possuem influência indígena, negra
e europeia, além da influência asiática.

Uma das festas mais famosas de todo o mundo ocorre na cidade do Rio de Janeiro
e também em São Paulo: o carnaval. As festas carnavalescas dessas duas cidades
são famosas pelas grandes aglomerações e pelos desfiles das escolas de samba,
atraindo gente de todo o Brasil e de vários cantos do mundo. Ainda, no Rio de
Janeiro, há o famoso réveillon em Copacabana, festa que chega a reunir duas
milhões de pessoas na orla da praia.

Um dos maiores réveillon do mundo ocorre na praia de Copacabana, Rio de Janeiro.


Há também, no Espírito Santo, as bandas de congo, de origem indígena. São
bandas folclóricas, com danças e ritmos simples, em que os congueiros sentam-se
em tambores formando um círculo. Além do bater nos tambores, há outros
instrumentos musicais que incrementam a dança, como a casaca, que se parece
com um reco-reco.

Em Minas Gerais temos o congado, uma espécie de dança e música nascida da


fusão dos ritos africanos com a religião católica, com histórias que homenageiam
Nossa Senhora do Rosário.

Notas

|1| Dados do censo do IBGE de 2010.

Crédito da imagem

[1] Joa Souza / Shutterstock


Por Átila Matias
Professor de Geografia

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