Capítulo II - Wimax - Visão Geral
Capítulo II - Wimax - Visão Geral
Capítulo II - Wimax - Visão Geral
2
WIMAX – VISÃO GERAL
2.1 Introdução
A tecnologia Wi-Fi possibilita débitos relativamente elevados mas tem uma
abrangência limitada, estando vocacionada para a cobertura de zonas de pequena extensão
como, por exemplo, uma parte de um edifício e/ou zonas externas a ele adjacentes. Por outro
lado, as tecnologias GSM e UMTS – usadas em redes de operadoras móveis de 2ª e 3ª geração,
respectivamente – têm grande abrangência geográfica mas suportam débitos relativamente
modestos. Por sua vez, as tecnologias xDSL e cable modem suportam-se em infraestruturas
cabladas, não permitindo qualquer tipo de mobilidade.
De forma a responder à necessidade de uma tecnologia de rede de acesso suportando
altos débitos, em ambientes sem fios e abrangendo áreas consideravelmente largas, foi
desenvolvida a tecnologia WiMax.
WiMAX do inglês (Worldwide Interoperability for Microwave Access) é um acrônimo
para “Interoperabilidade Mundial por Acesso de Micro-ondas”, ou seja, um padrão de banda
larga para rede MAN (Metropolitan Area Network) definido pelo IEEE, que consiste numa
marca de certificação para produtos que estejam em conformidade e interoperabilidade com os
padrões IEEE 802.16.
WiMax é uma tecnologia de banda larga sem fio que, de acordo com as necessidades de
cada aplicação, pode suportar acessos dos tipos: fixos, nomádicos, portáteis e móveis.
O WiMax é um padrão aberto de conexão sem fio, certificado pelo IEEE. Logo não é
uma tecnologia proprietária, não há donos. As diretrizes e discussões ficam à cargo do WiMax
Fórum, uma organização sem fins lucrativos formada por dezenas de empresas, tais como Intel,
Estudo e Avaliação de Desempenho da Tecnologia WiMAX 4
Capítulo 2 | WiMAX – Visão Geral
Airspan Networks, Alvarion, AT&T, Aperto Networks, British Telecom, Fujitsu, KT Corp,
Samgung, Sprint Nextel, Wi-LAN e ZTE Corporation[28].
A versão 802.16e suporta banda larga pessoal, portátil e móvel, com múltiplas
aplicações de voz sobre IP, dados e vídeo.
Mobilidade:
Com a versão 802.16e, a tecnologia suporta handoffs entre células para usuários
deslocando-se a velocidades de até 160 km/h.
Interoperabilidade:
O WiMax é baseado em padrões IEEE e certificado quanto à interoperação por
laboratórios seleccionados pelo WiMax Forum, o que garante que um provedor
de serviço possa escolher equipamentos de diferentes fabricantes para sua rede,
e que usuários finais possam utilizar CPEs em diferentes redes.
Área de cobertura:
O WiMax tem cobertura MAN e com os níveis inferiores de modulação (BPSK
ou QPSK) atinge áreas de cobertura de dezenas de quilómetros.
Operação sem linha de visada (NLOS):
O WiMax é baseado na tecnologia OFDM, que, inerentemente, permite
operação em condição NLOS.
Grande capacidade:
Operando nas modulações superiores 16-QAM ou 64-QAM (para larguras de
canal de 3,5 e 7 MHz), o WiMax provê velocidades de acesso em torno de 20
Mbps e 35 Mbps por portadora, respectivamente.
Segurança:
AES (advanced encryption standard) e 3DES (triple data encryption standard)
na interface aérea entre estação e CPE. Suporte a VLAN (virtual local area
network) para proteger os dados de diferentes usuários.
QoS:
Suporte às classes de serviços UGS, rtPS, nrtPS e BE e optimização dinâmica
conforme o mix de tráfego na interface aérea.
Baixo custo:
O WiMax é um padrão aberto e mundial e, à medida que houver escala de
produção, existe a possibilidade de que os preços médios associados aos
equipamentos se tornem inferiores aos de outras tecnologias celulares e/ou
proprietárias.
Multimodulação:
(frequency division duplex) e TDD (time division duplex) e, quando comparada às outras faixas
de frequências, apresenta maior alcance.
A faixa de frequências de 3.5 GHz foi a primeira a ser implementada para serviços de
banda larga sem fio na maioria dos países do mundo. É utilizada apenas para acesso fixo e
nômades. Em alguns países ela permite apenas operações FDD, porem noutros são permitidas
ambas operações FDD e TDD.
A faixa de frequências não-licenciada de 5.8 GHz se tornou atrativa pois, pode ser
usada livremente. É vista como uma opção para implantação de serviços de WiMax em áreas
rurais e de baixa densidade populacional, porém em acesso fixo, uma vez que a alta frequência
juntamente com baixa potência de transmissão permitida dificilmente permitirá que a faixa de
frequências de 5.8 GHz seja utilizada para fornecer acesso móvel.
Assim sendo, o WiMax pode fornecer dois tipos de serviços sem fio:
Serviço sem linha de visão (NLOS), no qual uma pequena antena no seu
computador se conecta à torre;
Serviço de linha de visão (LOS), no qual uma antena fixa aponta para a torre
WiMax. Este tipo de conexão é mais forte e mais estável que o anterior, estando
menos sujeito a erros.
O acesso por WiMax apresentará uma cobertura de cerca de 50 km², infinitamente
superior a outras tecnologias de mesma função. Através das antenas de linha de visão, a
estação transmissora de WiMax envia dados a computadores habilitados para o WiMax ou para
roteadores configurados dentro do raio de 50 km em volta do transmissor. É isto que permite
que o WiMax atinja seu alcance máximo.
2.5.1 Propagação:
O WiMax é capaz de trabalhar em diferentes faixas de frequência, mas de acordo com o
padrão IEEE 802.16, a faixa de frequência é de 10 GHz - 66 GHz. A arquitetura típica do
WiMax inclui uma estação de base construída em cima de um prédio e se comunica em ponto a
ponto ou ponto-multiponto, com as estações de assinantes que podem ser uma organização de
negócios ou uma casa. A estação de base está ligada através de CPEs com o cliente. Esta
ligação poderia ser em LOS (Line of Sight) ou NLOS (Non-Line of Sight).
Line of Sight (LOS)
Estudo e Avaliação de Desempenho da Tecnologia WiMAX 13
Capítulo 2 | WiMAX – Visão Geral
Em conexão LOS figura 2.6, o sinal viaja em linha reta, que é livre de obstáculos, uma
ligação directa entre um emissor e um receptor. LOS requer mais de sua zona de Fresnel, livre
de obstáculos, mas se o caminho do sinal é bloqueado por qualquer meio, a intensidade do
sinal diminui significativamente resultando uma conectividade pobre. Deve haver uma ligação
direta entre uma estação base WiMax e o receptor em ambiente LOS.
2.5.2 Duplexação:
Define-se duplexação como um sistema composto por duas partes, em que ambas as
partes podem comunicar uma com a outra. Um sistema duplex pode ser half-duplex (cada parte
do sistema comunica de cada vez, i.e., um envia informação e a outra parte tem de esperar que
a informação seja recebida antes de começar a enviar) ou full-duplex (ambas as partes do
sistema podem enviar e receber informação em simultâneo).
O WiMax suporta dois tipos de duplexação:
TDD FDD
Não pode transmitir e receber ao mesmo - Não pode ser implementado onde o
tempo. espectro não for par;
Desvantagens - O espectro é geralmente licenciado;
- Custos mais elevados associados à
compra de espectro.
2.6 Antenas
Painel
São utilizadas para transmissões point-to-point, ou seja, apenas da antena para um só
utilizador.
Omnidireccional
Omnidireccional quer dizer que transmitem com a mesma intensidade de radiação no
plano azimutal, o que limita o alcance do sinal. A sua utilização é recomendável quando
existem muitos utilizadores numa área próxima da estação base.
Sectorizadas
Transmitem apenas para uma determinada área, fornecendo portanto um maior alcance
com a mesma potência e minimizando a interferência. É comum utilizarem-se várias
antenas sectorizadas para cobrir áreas de 360º em vez de uma só antena
omnidireccional devido ao maior alcance e potência do sinal obtidos.
combinação. A diversidade traduz-se num ganho do sinal recebido, que depende do número de
antenas, tipo de combinação usada e qualidade do canal. A técnica mais utilizada para aplicar
várias antenas transmissoras é a utilização do STBC (space time block coding) com códigos de
Alamuti para poder distinguir as antenas
A diversidade espacial pode ser criada sem sacrificar largura de banda (que as
diversidades no tempo ou na frequência exigem) e oferece melhorias impressionantes na
fiabilidade. Estes ganhos de diversidade conseguem-se com várias antenas receptoras (SIMO),
várias antenas transmissoras (MISO) ou uma combinação de ambos (MIMO).
Para além de garantir diversidade espacial, os arrays de antenas podem focar a energia
(beamforming) ou criar vários canais paralelos para transportar streams de informação
individuais (multiplexagem espacial). Quando se usam várias antenas no receptor e emissor, as
abordagens são apelidadas de MIMO (Multiple Input / Multiple Output) e são usadas para:
No entanto, estes quatro pontos são antagónicos: por exemplo, um aumento no ritmo de
bits implica um aumento da BER ou da potência transmitida. A escolha do tipo e quantidade de
antenas reflete a importância que o projectista atribuiu a cada um destes aspectos, bem como
considerações de custos e espaço. Os primeiros produtos WiMax deverão ser conservadores no
número de antenas empregues, quer na estação base quer na estação assinante e optarão por
diversidade em detrimento de ritmos de bit agressivos (multiplexagem espacial). Mas prevê-se
que no médio a longo prazo os sistemas WiMax necessitem recorrer a técnicas de antenas
múltiplas para concretizarem a sua visão de Internet móvel de banda larga.
Trata-se do tipo de MIMO mais interessante para se alcançar ritmos de bit elevados.
Assumindo que esses sinais são descodificados correctamente, a eficiência espectral é deste
modo aumentada num factor mínimo.
Trata-se de um resultado muito interessante: implica que a adição de antenas aumenta a
viabilidade de ritmos elevados para acesso à Internet de banda larga. Mas por outro lado, os
ganhos do MIMO não podem aumentar indefinidamente. Algumas das causas são as seguintes:
antenas é usado na estação rádio-base (BS) com o objetivo de aumentar o ganho na direção do
usuário (SS) desejado, e anular – ou minimizar ao máximo – interferência de, e para, outras
SSs bem como outras fontes e destinos de interferência. As técnicas AAS são usadas para
possibilitar SDMA (Spatial Division Multiple Access), de forma que múltiplas SSs, separadas
no espaço, podem transmitir e receber no mesmo subcanal, ao mesmo tempo. Pelo uso de
conformação de feixe, a BS tem a habilidade de direcionar o sinal desejado para as diferentes
SSs, bem como distinguir entre os sinais oriundos das diferentes SSs, ainda que estejam
operando nos mesmos subcanais.
Em linhas gerais, os sistemas de antenas adaptativas ajustam-se de forma a atender
determinado critério de desempenho pré-estabelecido, como a maximização da relação SNR.
Há três categorias para os sistemas AAS:
Troca de feixes (Switched Beam): Várias antenas estão disponíveis para transmissão
e recepção, em cada setor do hub servidor. Os apontamentos das antenas e diagrama
de cada uma são fixos (o que é um limitante da técnica), de forma que é um
esquema semelhante à diversidade já conhecida (de duas antenas). A cada
momento, é escolhido o melhor feixe de comunicação com o terminal;
Direcionamento de feixe (Beam Steering): Aponta o máximo ganho da antena do
setor em direção ao terminal do usuário, maximizando SNR. Pode ser usado em
terminais móveis ou fixos e é de complexidade intermediária entre a técnica de
troca de feixes e a próxima técnica, de combinação;
Combinação para ótima relação SNR: Sistema de realimentação (feedback), pelo
qual é verificado se a saída casa com um sinal de referência, onde tenta-se extrair
qualquer ruído ou interferência. É o esquema de mais complexa implementação
(ajustes de parâmetros de filtragem).