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CÓD: OP-048DZ-22

7908403530991

GUARULHOS-SP
CÂMARA MUNICIPAL DE GUARULHOS DO ESTADO DE SÃO
PAULO – SP

Comum aos Cargos de Ensino Médio,


Técnico:
Técnico Legislativo A: Operador de Mesa de Som e Imagem, Operador de Câmera, Design
Gráfico, Tecnologia da Informação e Assistente de Produção

EDITAL DO CONCURSO PÚBLICO Nº 001/2022


• A Opção não está vinculada às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,

• Sua apostila aborda os tópicos do Edital de forma prática e esquematizada,

• Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: www.apostilasopção.com.br/contatos.php, com retorno do professor
no prazo de até 05 dias úteis.,

• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.

Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização.


ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários) ..................................................................... 5
2. Sinônimos e antônimos. Sentido próprio e figurado das palavras ......................................................................................... 14
3. Pontuação.............................................................................................................................................................................. 15
4. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. Colocação pronominal ...................................................................... 16
5. Concordância verbal e nominal ............................................................................................................................................. 22
6. Regência verbal e nominal .................................................................................................................................................... 24
7. Crase ..................................................................................................................................................................................... 25

Matemática
1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação com
números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal; Mínimo múltiplo comum; Máximo divisor comum..... 31
2. Porcentagem........................................................................................................................................................................... 40
3. Razão e proporção ................................................................................................................................................................. 42
4. Regra de três simples ou composta ........................................................................................................................................ 43
5. Equações do 1º ou do 2º graus; Sistema de equações do 1º grau .......................................................................................... 44
6. Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa ................................................ 46
7. Relação entre grandezas – tabela ou gráfico .......................................................................................................................... 48
8. Tratamento da informação –média aritmética simples .......................................................................................................... 50
9. Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales ................................. 52

Informática
1. Microsoft Windows 10 (NT 10.0) – funções e características .................................................................................................. 71
2. Pacote Microsoft Office (2016): Microsoft Word, Microsoft Excel, Microsoft Access, Microsoft PowerPoint – funções,
características e aplicações .................................................................................................................................................... 73
3. Componentes básicos de hardware dos computadores, periféricos, dispositivos de entrada, saída e armazenamento de
dados – funções e características ........................................................................................................................................... 77
4. Correio Eletrônico – funções e aplicações ............................................................................................................................... 78
5. Conceitos básicos de segurança da informação, sistemas antivírus ........................................................................................ 83
6. Sistemas de backup................................................................................................................................................................. 85
7. Criptografia, assinatura digital e autenticação ........................................................................................................................ 86
8. Conceitos básicos de rede, componentes, topologias, estação e servidor, LAN e WAN. Conceitos de Intranet, Internet ........ 86
9. Pacote Libre Office: o processador de textos Writer, a planilha Calc, o editor de apresentações Impress ............................... 93
10. A aplicação de desenho e fluxogramas Draw .......................................................................................................................... 95
11. O banco de dados Base e o editor de equações Math ............................................................................................................ 108

Direito Constitucional
1. Os poderes do Estado e as respectivas funções .................................................................................................................. 115
2. Teoria geral da constituição. Conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. Tipos de constituição. Poder
constituinte ........................................................................................................................................................................ 117
3. Supremacia da constituição ............................................................................................................................................... 122
4. Emenda, reforma e revisão constitucional ......................................................................................................................... 126
ÍNDICE

5. Análise do princípio hierárquico das normas ..................................................................................................................... 127


6. Constituição Federal de 1988. Princípios fundamentais. Princípios constitucionais .......................................................... 128
7. Dos direitos e garantias fundamentais. Dos direitos e deveres individuais e coletivos; dos direitos sociais; da
nacionalidade; dos direitos políticos; dos partidos políticos .............................................................................................. 128
8. Da organização políticoadministrativa. Das competências da união, Estados e municípios ............................................... 138
9. Da administração pública. Disposições gerais; dos servidores públicos ............................................................................. 144
10. Do poder executivo. Das atribuições e responsabilidades do presidente da república ...................................................... 150
11. Do poder legislativo. Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária .......................................................................... 153
12. Do poder judiciário. Disposições gerais; do Supremo Tribunal Federal; do Conselho Nacional de Justiça: organização e
competência; do Superior Tribunal de Justiça; dos Tribunais ............................................................................................. 162

Legislação municipal
1. Lei Orgânica do Município. Lei 1429/68 – Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais .......................................................... 177
LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos textuais
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE A tipologia textual se classifica a partir da estrutura e da finali-
TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS) dade do texto, ou seja, está relacionada ao modo como o texto se
apresenta. A partir de sua função, é possível estabelecer um padrão
Compreender e interpretar textos é essencial para que o obje- específico para se fazer a enunciação.
tivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é Veja, no quadro abaixo, os principais tipos e suas característi-
importante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o cas:
texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido
completo. Apresenta um enredo, com ações e
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e relações entre personagens, que ocorre
de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explíci- em determinados espaço e tempo. É
ta. Só depois de compreender o texto que é possível fazer a sua TEXTO NARRATIVO
contado por um narrador, e se estrutura
interpretação. da seguinte maneira: apresentação >
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do desenvolvimento > clímax > desfecho
conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que
está escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpreta- Tem o objetivo de defender determinado
ção é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do reper- TEXTO ponto de vista, persuadindo o leitor a
tório do leitor. DISSERTATIVO partir do uso de argumentos sólidos.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, ARGUMENTATIVO Sua estrutura comum é: introdução >
é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou vi- desenvolvimento > conclusão.
suais, isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido Procura expor ideias, sem a necessidade
de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar de defender algum ponto de vista. Para
expressões, gestos e cores quando se trata de imagens. isso, usa-se comparações, informações,
TEXTO EXPOSITIVO
definições, conceitualizações etc. A
Dicas práticas estrutura segue a do texto dissertativo-
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um con- argumentativo.
ceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada pa-
Expõe acontecimentos, lugares, pessoas,
rágrafo, tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível,
de modo que sua finalidade é descrever,
adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
TEXTO DESCRITIVO ou seja, caracterizar algo ou alguém.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca
Com isso, é um texto rico em adjetivos e
por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhe-
em verbos de ligação.
cidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fon- Oferece instruções, com o objetivo de
te de referências e datas. TEXTO INJUNTIVO orientar o leitor. Sua maior característica
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de são os verbos no modo imperativo.
opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, ques-
tões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguin- Gêneros textuais
tes expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de A classificação dos gêneros textuais se dá a partir do reconhe-
acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do cimento de certos padrões estruturais que se constituem a partir
texto aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto da função social do texto. No entanto, sua estrutura e seu estilo
que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor não são tão limitados e definidos como ocorre na tipologia textual,
quando afirma que... podendo se apresentar com uma grande diversidade. Além disso, o
padrão também pode sofrer modificações ao longo do tempo, as-
Tipologia Textual sim como a própria língua e a comunicação, no geral.
A partir da estrutura linguística, da função social e da finali- Alguns exemplos de gêneros textuais:
dade de um texto, é possível identificar a qual tipo e gênero ele • Artigo
pertence. Antes, é preciso entender a diferença entre essas duas • Bilhete
classificações. • Bula
• Carta
• Conto
• Crônica
• E-mail
• Lista
• Manual

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Notícia Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Poema que C é igual a A.
• Propaganda Outro exemplo:
• Receita culinária Todo ruminante é um mamífero.
• Resenha A vaca é um ruminante.
• Seminário Logo, a vaca é um mamífero.

Vale lembrar que é comum enquadrar os gêneros textuais em Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
determinados tipos textuais. No entanto, nada impede que um tex- também será verdadeira.
to literário seja feito com a estruturação de uma receita culinária, No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
por exemplo. Então, fique atento quanto às características, à finali- a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-
dade e à função social de cada texto analisado. se mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais
plausível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-
ARGUMENTAÇÃO se mais confiável do que os concorrentes porque existe desde a
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma chegada da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-
informação a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem nos que um banco com quase dois séculos de existência é sólido
positiva de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, e, por isso, confiável. Embora não haja relação necessária entre
ou inteligente, ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz a solidez de uma instituição bancária e sua antiguidade, esta tem
seja admitido como verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de peso argumentativo na afirmação da confiabilidade de um banco.
convencer, ou seja, tem o desejo de que o ouvinte creia no que o Portanto é provável que se creia que um banco mais antigo seja
texto diz e faça o que ele propõe. mais confiável do que outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir as pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo entender bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas auditório, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a fácil quanto mais os argumentos estiverem de acordo com suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse crenças, suas expectativas, seus valores. Não se pode convencer
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocutor um auditório pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas
a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o que que ele abomina. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas
está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio da que ele considera positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem
retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recursos com frequência associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos
de linguagem. Estados Unidos, essa associação certamente não surtiria efeito,
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom porque lá o futebol não é valorizado da mesma forma que no Brasil.
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa O poder persuasivo de um argumento está vinculado ao que é
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de valorizado ou desvalorizado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e Tipos de Argumento
uma desvantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado
argumentar. Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher a fazer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um
entre duas coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse argumento. Exemplo:
caso, precisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável.
O argumento pode então ser definido como qualquer recurso que Argumento de Autoridade
torna uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
no domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber,
crer que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais para servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse
possível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. recurso produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de produtor do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o texto a garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do
enunciador está propondo. texto um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. verdadeira. Exemplo:
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das
premissas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para
postulados admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há
dependem de crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas conhecimento. Nunca o inverso.
apenas do encadeamento de premissas e conclusões. Alex José Periscinoto.
Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento: In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2
A é igual a B.
A é igual a C.
Então: C é igual a B.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais Argumento do Atributo
importante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir É aquele que considera melhor o que tem propriedades típicas
a ela, o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
Se um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
acreditar que é verdade. que é mais grosseiro, etc.
Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência,
Argumento de Quantidade celebridades recomendando prédios residenciais, produtos de
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior beleza, alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o
número de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior consumidor tende a associar o produto anunciado com atributos
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento da celebridade.
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
largo uso do argumento de quantidade. competência linguística. A utilização da variante culta e formal
da língua que o produtor do texto conhece a norma linguística
Argumento do Consenso socialmente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se texto em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como modo de dizer dá confiabilidade ao que se diz.
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de
o objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia saúde de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas
de que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao maneiras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais
indiscutível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que adequada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria
não desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, certa estranheza e não criaria uma imagem de competência do
as afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de médico:
que as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
Ao confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
argumentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as por bem determinar o internamento do governador pelo período
frases carentes de qualquer base científica. de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque
Argumento de Existência alguns deles são barrapesada, a gente botou o governador no
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar hospital por três dias.
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o Como dissemos antes, todo texto tem uma função
argumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na argumentativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério,
mão do que dois voando”. para ser ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais comunicação deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas pretenda ser, um texto tem sempre uma orientação argumentativa.
concretas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
Durante a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
exército americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
Essa afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
ser vista como propagandística. No entanto, quando documentada O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
pela comparação do número de canhões, de carros de combate, de dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos
navios, etc., ganhava credibilidade. episódios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e
não outras, etc. Veja:
Argumento quase lógico “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa trocavam abraços afetuosos.”
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios
são chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
lógicos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
entre os elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
plausíveis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
C”, “então A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade Além dos defeitos de argumentação mencionados quando
lógica. Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu tratamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
amigo” não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão
provável. amplo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente contrário. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que pode ser usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras
concorrem para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir podem ter valor positivo (paz, justiça, honestidade, democracia)
do tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se ou vir carregadas de valor negativo (autoritarismo, degradação do
fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais meio ambiente, injustiça, corrupção).
com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações - Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por
indevidas. um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir
o argumento.

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de
contexto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e uma ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por totalmente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresentaria
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação
oposta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situação
concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvidos A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto,
na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, o argumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
manifestações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo
mentir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno
feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é em questão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na
evidente, afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, sociedade.
em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou
enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros o método de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que
termos, essas qualidades não se prometem, manifestam-se na ação. parte do simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer são a mesma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a conclusões verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. partes, começando-se pelas proposições mais simples até alcançar,
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um por meio de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui cartesiana, é fundamental determinar o problema, dividi-lo em
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. partes, ordenar os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os
Argumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações seus elementos e determinar o lugar de cada um no conjunto da
para chegar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é dedução.
um processo de convencimento, por meio da argumentação, no A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
qual procura-se convencer os outros, de modo a influenciar seu argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
pensamento e seu comportamento. regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
válida, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia da verdade:
ou proposição, e o interlocutor pode questionar cada passo - evidência;
do raciocínio empregado na argumentação. A persuasão não - divisão ou análise;
válida apoia-se em argumentos subjetivos, apelos subliminares, - ordem ou dedução;
chantagens sentimentais, com o emprego de “apelações”, como a - enumeração.
inflexão de voz, a mímica e até o choro.
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a favor e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresenta encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos A forma de argumentação mais empregada na redação
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma acadêmica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas,
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na dissertação, que contém três proposições: duas premissas, maior e menor,
ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse e a conclusão. As três proposições são encadeadas de tal forma,
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, que a conclusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A
debate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, premissa maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois
a possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade alguns não caracteriza a universalidade.
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos (silogística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai
fundamentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de do particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo
vista. é o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
argumentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
discurso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia. de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições, de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e para o efeito. Exemplo:
seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas vezes,
a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre, Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal)
essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício Fulano é homem (premissa menor = particular)
para aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em Logo, Fulano é mortal (conclusão)
desenvolver as seguintes habilidades:

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LÍNGUA PORTUGUESA
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseiase a síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse caso, que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, parte de reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconhecidos. O o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combinadas,
O calor dilata o ferro (particular) seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então, o
O calor dilata o bronze (particular) relógio estaria reconstruído.
O calor dilata o cobre (particular) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo
O ferro, o bronze, o cobre são metais por meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) conjunto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a
análise, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido decomposição organizada, é preciso saber como dividir o todo em
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas partes. As operações que se realizam na análise e na síntese podem
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos ser assim relacionadas:
fatos, pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
conclusão falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
inexata, uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa
analogia são algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
má fé, intenção deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação de
sofisma não tem essas intenções propositais, costuma-se chamar abordagens possíveis. A síntese também é importante na escolha
esse processo de argumentação de paralogismo. Encontra-se um dos elementos que farão parte do texto.
exemplo simples de sofisma no seguinte diálogo: Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? informal. A análise formal pode ser científica ou experimental;
- Lógico, concordo. é característica das ciências matemáticas, físico-naturais e
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? experimentais. A análise informal é racional ou total, consiste
- Claro que não! em “discernir” por vários atos distintos da atenção os elementos
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... constitutivos de um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou
fenômeno.
Exemplos de sofismas: A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabelece
as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Dedução partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Todo professor tem um diploma (geral, universal) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Fulano tem um diploma (particular) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenômenos
por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. menos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores
(particular) são empregados de modo mais ou menos convencional. A
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) classificação, no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens,
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. gêneros e espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral características comuns e diferenciadoras. A classificação dos
– conclusão falsa) variados itens integrantes de uma lista mais ou menos caótica é
artificial.
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão pode
ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são professores; Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor. Comete- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
se erro quando se faz generalizações apressadas ou infundadas. A sabiá, torradeira.
“simples inspeção” é a ausência de análise ou análise superficial Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, baseados nos Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
sentimentos não ditados pela razão. Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
fundamentais, que contribuem para a descoberta ou comprovação
da verdade: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, Os elementos desta lista foram classificados por ordem
existem outros métodos particulares de algumas ciências, que alfabética e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer
adaptam os processos de dedução e indução à natureza de uma critérios de classificação das ideias e argumentos, pela ordem
realidade particular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu de importância, é uma habilidade indispensável para elaborar
método próprio demonstrativo, comparativo, histórico etc. A o desenvolvimento de uma redação. Tanto faz que a ordem seja
análise, a síntese, a classificação a definição são chamadas métodos crescente, do fato mais importante para o menos importante, ou
sistemáticos, porque pela organização e ordenação das ideias visam decrescente, primeiro o menos importante e, no final, o impacto
sistematizar a pesquisa. do mais importante; é indispensável que haja uma lógica na
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados; classificação. A elaboração do plano compreende a classificação
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para das partes e subdivisões, ou seja, os elementos do plano devem
o todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma obedecer a uma hierarquização. (Garcia, 1973, p. 302304.)
depende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto

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LÍNGUA PORTUGUESA
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na As definições dos dicionários de língua são feitas por meio
introdução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para de paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística
expressar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara que consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a
e racionalmente as posições assumidas e os argumentos que as palavra e seus significados.
justificam. É muito importante deixar claro o campo da discussão e A força do texto dissertativo está em sua fundamentação.
a posição adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também Sempre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira
os pontos de vista sobre ele. e necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional
linguagem e consiste na enumeração das qualidades próprias do mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma
de uma ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento fundamentação coerente e adequada.
conforme a espécie a que pertence, demonstra: a característica que Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica
o diferencia dos outros elementos dessa mesma espécie. clássica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição julgamento da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. clara e pode reconhecer-se facilmente seus elementos e suas
A definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às relações; outras vezes, as premissas e as conclusões organizam-se
palavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou de modo livre, misturando-se na estrutura do argumento. Por isso,
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica é preciso aprender a reconhecer os elementos que constituem um
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: argumento: premissas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar
- o termo a ser definido; se tais elementos são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar
- o gênero ou espécie; se o argumento está expresso corretamente; se há coerência e
- a diferença específica. adequação entre seus elementos, ou se há contradição. Para isso
é que se aprende os processos de raciocínio por dedução e por
O que distingue o termo definido de outros elementos da indução. Admitindo-se que raciocinar é relacionar, conclui-se que
mesma espécie. Exemplo: o argumento é um tipo específico de relação entre as premissas e
a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se: Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns
Elemento especiediferença nesse tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de
a ser definidoespecífica maior relevância que. Empregam-se também dados estatísticos,
acompanhados de expressões: considerando os dados; conforme
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, os dados apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em apresentação de causas e consequências, usando-se comumente as
partes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando expressões: porque, porquanto, pois que, uma vez que, visto que,
é advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é por causa de, em virtude de, em vista de, por motivo de.
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importante Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é explicar
é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”. esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpretação.
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: Na explicitação por definição, empregamse expressões como: quer
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, ou
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
ou instalação”; entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito assim, desse ponto de vista.
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes,
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” depois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente,
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); depois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente,
- deve ser breve (contida num só período). Quando a definição, respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de
ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no
expandida;d interior, nas grandes cidades, no sul, no leste...
- deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) + Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras
cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as de se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar
diferenças). uma ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da
mesma forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente.
Para estabelecer contraste, empregam-se as expressões: mais que,
menos que, melhor que, pior que.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade ao desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma seguida, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados
afirmação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a para a elaboração de um Plano de Redação.
credibilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais
no corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
fazer uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos tecnológica
na linha de raciocínio que ele considera mais adequada para - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
explicar ou justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da
tem mais caráter confirmatório que comprobatório. resposta, justificar, criando um argumento básico;
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
explicação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
por consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
Nesse caso, incluem-se (rever tipos de argumentação);
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem, - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
mortal, aspira à imortalidade); que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos podem ser listadas livremente ou organizadas como causa e
postulados e axiomas); consequência);
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
natureza subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria argumento básico;
razão desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
não se discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se
que parece absurdo). em argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do
argumento básico;
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados sequência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo
concretos, estatísticos ou documentais. às partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação menos a seguinte:
se realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica:
causa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência. Introdução
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, - função social da ciência e da tecnologia;
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opiniões - definições de ciência e tecnologia;
pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na Desenvolvimento
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - apresentação de aspectos positivos e negativos do
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- desenvolvimento tecnológico;
argumentação ou refutação. São vários os processos de contra- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
argumentação: condições de vida no mundo atual;
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade
demonstrando o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a tecnologicamente desenvolvida e a dependência tecnológica dos
contraargumentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o países subdesenvolvidos;
cordeiro”; - enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga passado; apontar semelhanças e diferenças;
verdadeira; - analisar as condições atuais de vida nos grandes centros
Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento urbanos;
à opinião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a - como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar
universalidade da afirmação; mais a sociedade.
Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade:
consiste em refutar um argumento empregando os testemunhos de Conclusão
autoridade que contrariam a afirmação apresentada; - a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/
Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em consequências maléficas;
desautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador - síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos
baseou-se em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou apresentados.
inconsequentes. Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por
meio de dados estatísticos, que “o controle demográfico produz o Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de
desenvolvimento”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois redação: é um dos possíveis.
baseia-se em uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
Para contraargumentar, propõese uma relação inversa: “o entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
desenvolvimento é que gera o controle demográfico”. criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualidade
como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já

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LÍNGUA PORTUGUESA
existente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
funções diferentes que dependem muito dos textos/contextos em científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
que ela é inserida. consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
textos caracterizada por um citar o outro. A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
um texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
se utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
– a fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
ou de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos termo “citação” (citare) significa convocar.
diferentes. Assim, como você constatou, uma história em
quadrinhos pode utilizar algo de um texto científico, assim como A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
um poema pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
opinião pode mencionar um provérbio conhecido. termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao
tomá-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
ironizá-lo ou ao compará-lo com outros. a recriação de um texto.
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
desenhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
expressamos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que comum ao produtor e ao receptor de textos.
já foram formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
ou mesmo contradizê-los. Em outras palavras, não há textos amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
absolutamente originais, pois eles sempre – de maneira explícita ou remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
implícita – mantêm alguma relação com algo que foi visto, ouvido além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
ou lido. daquela citação ou alusão em questão.

Tipos de Intertextualidade Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita


A intertextualidade acontece quando há uma referência A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a
intertextualidade. A intertextualidade explícita:
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – é facilmente identificada pelos leitores;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as. – não exige que haja dedução por parte do leitor;
– apenas apela à compreensão do conteúdos.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, A intertextualidade implícita:
reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer – não é facilmente identificada pelos leitores;
com outras palavras o que já foi dito. – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso parte dos leitores;
é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original a compreensão do conteúdo.
é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com PONTO DE VISTA
esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos
da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados compreende a perspectiva através da qual se conta a história.
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar
reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O
narrador-observador e o narrador-personagem.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Primeira pessoa - Introdução – apresentação da ideia principal, feita de maneira
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto sintética de acordo com os objetivos do autor.
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos - Desenvolvimento – ampliação do tópico frasal (introdução),
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo atribuído pelas ideias secundárias, a fim de reforçar e dar credibili-
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma dade na discussão.
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas - Conclusão – retomada da ideia central ligada aos pressupos-
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e tos citados no desenvolvimento, procurando arrematá-los.
só descobrimos ao decorrer da história.
Exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução,
Segunda pessoa desenvolvimento e conclusão):
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se “Nesse contexto, é um grave erro a liberação da maconha.
sinta quase como outro personagem que participa da história. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado
perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psico-
Terceira pessoa trópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas estrutura suficiente para atender à demanda. Enfim, viveremos o
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa caos. ”
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como (Alberto Corazza, Isto É, com adaptações)
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Elemento relacionador: Nesse contexto.
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será Tópico frasal: é um grave erro a liberação da maconha.
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história Desenvolvimento: Provocará de imediato violenta elevação do
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação
acompanhando a leitura não fique confuso. de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.
Conclusão: Enfim, viveremos o caos.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E DOS
PARÁGRAFOS Coerência e a coesão
São três os elementos essenciais para a composição de um tex- A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpre-
to: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Vamos estudar tação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os
cada uma de forma isolada a seguir: componentes do texto, de modo que são independentes entre si.
Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente,
Introdução e vice-versa.
É a apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. A Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja,
introdução é caracterizada por ser o parágrafo inicial. ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito
ao conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Desenvolvimento
Quando tratamos de estrutura, é a maior parte do texto. O Coesão
desenvolvimento estabelece uma conexão entre a introdução e a A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de co-
conclusão, pois é nesta parte que as ideias, argumentos e posicio- nectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida
namento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com a fina- a partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (anteci-
lidade de dirigir a atenção do leitor para a conclusão. pa um componente).
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e ap- Confira, então, as principais regras que garantem a coesão tex-
tas a fazer com que o leitor anteceda qual será a conclusão. tual:

São três principais erros que podem ser cometidos na elabora-


ção do desenvolvimento:
- Distanciar-se do texto em relação ao tema inicial.
- Focar em apenas um tópico do tema e esquecer dos outros.
- Falar sobre muitas informações e não conseguir organizá-las,
dificultando a linha de compreensão do leitor.

Conclusão
Ponto final de todas as argumentações discorridas no desen-
volvimento, ou seja, o encerramento do texto e dos questionamen-
tos levantados pelo autor.
Ao fazermos a conclusão devemos evitar expressões como:
“Concluindo...”, “Em conclusão, ...”, “Como já dissemos antes...”.

Parágrafo
Se caracteriza como um pequeno recuo em relação à margem
esquerda da folha. Conceitualmente, o parágrafo completo deve
conter introdução, desenvolvimento e conclusão.

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LÍNGUA PORTUGUESA

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)
Substituição de um termo por outro, para evitar Maria está triste. A menina está cansada de
SUBSTITUIÇÃO
repetição ficar em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
entre elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor;
e informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS. SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS

Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).

Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex:Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
Limão é hipônimo de fruta.

Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – infarto
/ gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda
podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmácia /
franquia <—> sinceridade.

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enumerações
Esse é o problema da pandemia: as
: Dois-pontos ou sequência de palavras para resumir / explicar ideias
pessoas não respeitam a quarentena.
apresentadas anteriormente
Como diz o ditado: “olho por olho,
Antes de citação direta
dente por dente”.
Indicar hesitação
Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências Interromper uma frase
Quem sabe depois...
Concluir com a intenção de estender a reflexão
Isolar palavras e datas A Semana de Arte Moderna (1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa (podem substituir Eu estava cansada (trabalhar e estudar
vírgula e travessão) é puxado).
Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
Exclamação
Após interjeição Ufa!
Ponto de
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
Interrogação
A professora disse:
Iniciar fala do personagem do discurso direto e indicar — Boas férias!
— Travessão mudança de interloculor no diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases explicativas O corona vírus — Covid-19 — ainda
está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:

• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E


CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM. COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Classes de Palavras
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conecti-
Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO vos)
Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Não sofre variação
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo

Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para Novo Acordo Ortográfico
especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte... De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portugue-
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, sa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mes- pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes
ma espécie. Ex: matilha; enxame; cardume... geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de e festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou
outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; ca- abreviaturas.
chorro; praça... Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana,
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designan- meses, estações do ano e em pontos cardeais.
do sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede; Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula
imaginação... é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em pala-
livro; água; noite... vras de categorização.
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedrei-
ro; livraria; noturno... Adjetivo
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radi- Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-
cal). Ex: casa; pessoa; cheiro... -educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e
de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol... o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles
Flexão de gênero que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua naciona-
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um lidade (brasileiro; mineiro).
dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino. É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjun-
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino to de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo.
e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente São formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
o final da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / • de criança = infantil
menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / • de mãe = maternal
acentuação (Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou pre- • de cabelo = capilar
sença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma for- Variação de grau
ma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfa-
ao gênero a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o ses), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e su-
acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epi- perlativo.
ceno (refere-se aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e • Normal: A Bruna é inteligente.
comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo). • Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com que o Lucas.
alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, • Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente
trazendo alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fru- que a Bruna.
to X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao • Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto
órgão que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é a Maria.
o termo popular para um tipo específico de fruto. • Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inte-
ligente da turma.
Flexão de número • Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos
No português, é possível que o substantivo esteja no singu- inteligente da turma.
lar, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar • Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
(Ex: bola; escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores • Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último repre-
sentado, geralmente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra. Adjetivos de relação
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem so-
modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do frer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo,
contexto, pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis). isto é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além
disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufi-
Variação de grau xação de um substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado
substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumenta-
tivo e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza
ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou di-
minuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.
Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).

Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintática entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma função
gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
• Conclusivas: logo, portanto, assim.
• Explicativas: que, porque, porquanto.

Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Desse
modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas substantivas, definidas pelas palavras que e se.
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a da aula.
PRÓPRIO que fazem referência. Eles próprios sugeriram o tema da
formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):

23
LÍNGUA PORTUGUESA
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um subs-
tantivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quanto com
o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa.

Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular:
• Nenhum de nós merece adoecer.

Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular. Ex-
ceto caso o substantivo vier precedido por determinante:
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos sumiram.

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

A regência estuda as relações de concordâncias entre os termos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes. Dessa
maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e o termo regido (complemento).
A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa relação
é sempre intermediada com o uso adequado de alguma preposição.

Regência nominal
Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma preposição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras que
pedem seu complemento:
PREPOSIÇÃO NOMES
acessível; acostumado; adaptado; adequado; agradável; alusão; análogo; anterior; atento; benefício; comum;
contrário; desfavorável; devoto; equivalente; fiel; grato; horror; idêntico; imune; indiferente; inferior; leal;
A
necessário; nocivo; obediente; paralelo; posterior; preferência; propenso; próximo; semelhante; sensível; útil;
visível...
amante; amigo; capaz; certo; contemporâneo; convicto; cúmplice; descendente; destituído; devoto; diferente;
DE dotado; escasso; fácil; feliz; imbuído; impossível; incapaz; indigno; inimigo; inseparável; isento; junto; longe; medo;
natural; orgulhoso; passível; possível; seguro; suspeito; temeroso...
SOBRE opinião; discurso; discussão; dúvida; insistência; influência; informação; preponderante; proeminência; triunfo...
acostumado; amoroso; analogia; compatível; cuidadoso; descontente; generoso; impaciente; ingrato; intolerante;
COM
mal; misericordioso; ocupado; parecido; relacionado; satisfeito; severo; solícito; triste...

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LÍNGUA PORTUGUESA

abundante; bacharel; constante; doutor; erudito; firme; hábil; incansável; inconstante; indeciso; morador;
EM
negligente; perito; prático; residente; versado...
atentado; blasfêmia; combate; conspiração; declaração; fúria; impotência; litígio; luta; protesto; reclamação;
CONTRA
representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...

Regência verbal
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regido poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto um
objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado também por adjuntos adverbiais.
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre transitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do
verbo vai depender do seu contexto.

Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar, modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática:
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem.

Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto direto), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo.

Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto indireto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer o
sentido completo:
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da campanha eleitoral.

Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposição)
e de um objeto indireto (com preposição):
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda à senhora.

CRASE

Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é demarcada
com o uso do acento grave (à), de modo que crase não é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o emprego da crase:
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela aluna.
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especificadas: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas.
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito estresse.
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos deixando de lado a capacidade de imaginar.
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima à esquerda.

Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a crase:


• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé.
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor termos uma reunião frente a frente.
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te atender daqui a pouco.
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha fica a 50 metros da esquina.

Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo


• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. / Dei um picolé à minha filha.
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei minha avó até à feira.
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à
Ana da faculdade.
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no masculino.
Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos à escola / Amanhã iremos ao colégio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
3. (IBADE – 2020 adaptada)
QUESTÕES

1. (ENEM - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu


biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava de-
safetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim
era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guara-
ni e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nati-
vistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor
de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e
até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas fa-
cetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito
será digitalizada.
História Viva, n.º 99, 2011.
https://www.dicio.com.br/partilhar/ acesso em fevereiro de 2020
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alen-
car e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que O texto apresentado é um verbete. Assinale a alternativa que
(A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores representa sua definição
possam compreender seus romances. (A) é um tipo textual dissertativo-argumentativo, com o intuito
(B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante de persuadir o leitor.
porque deixou uma vasta obra literária com temática atempo- (B) é um tipo e gênero textual de caráter descritivo para de-
ral. talhar em adjetivos e advérbios o que é necessário entender.
(C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digi- (C) é um gênero textual de viés narrativo para contar em crono-
talização, demonstra sua importância para a história do Brasil logia obrigatória o enredo por meio de personagens.
Imperial. (D) é um gênero textual de caráter informativo, que tem por in-
(D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importan- tuito explicar um conceito, mais comumente em um dicionário
te papel na preservação da memória linguística e da identidade ou enciclopédia.
nacional. (E) é um tipo textual expositivo, típico em redações escolares.
(E) o grande romancista José de Alencar é importante porque
se destacou por sua temática indianista. 4. (UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – RJ) Preencha os parênteses
com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternati-
2. (FUVEST - 2013) A essência da teoria democrática é a su- va que indica a correspondência correta.
pressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou 1. Narrar
na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, 2. Argumentar
políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela 3. Expor
cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. 4. Descrever
Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos 5. Prescrever
melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica
nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais ( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos
deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difu- e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de
são desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em verbos no modo imperativo.
termos que os tornem acessíveis a todos. ( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias
(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.) sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e
reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo ( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou
“chamadas” indica que o autor não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse
crítica da sociedade. tipo de texto.
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências. ( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ci- subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância
ências sociais”. do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências. ( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e expo-
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”. sição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista.
Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos
e conclusão.

(A) 3, 5, 1, 2, 4
(B) 5, 3, 1, 4, 2
(C) 4, 2, 3, 1, 5
(D) 5, 3, 4, 1, 2
(E) 2, 3, 1, 4, 5

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LÍNGUA PORTUGUESA
5. (UNIFOR CE – 2012) 7. (FCC – 2007) O emprego do elemento sublinhado compro-
Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra mete a coerência da frase:
do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a (A) Cada época tem os adolescentes que merece, pois estes são
bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de Novembro de 1869, influenciados pelos valores socialmente dominantes.
quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma carto- (B) Os jovens perderam a capacidade de sonhar alto, por conse-
mante; a diferença é que o fazia por outras palavras. guinte alguns ainda resistem ao pragmatismo moderno.
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. (C) Nos tempos modernos, sonhar faz muita falta ao adolescen-
Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes te, bem como alimentar a confiança em sua própria capacidade
mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as criativa.
cartas, disse-me: “A senhora gosta de uma pessoa…” Confessei que (D) A menos que se mudem alguns paradigmas culturais, as ge-
sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim rações seguintes serão tão conformistas quanto a atual.
declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas (E) Há quem fique desanimado com os jovens de hoje, por-
que não era verdade… quanto parece faltar-lhes a capacidade de sonhar mais alto.
A Cartomante (Machado de Assis)
8. (FMPA – MG)
A intertextualidade é um recurso criativo utilizado na produ- Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen-
ção do texto. No conto, Machado de Assis dialoga com o clássico te aplicada:
“Hamlet” de Shakespeare com o fito de: (A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.
(A) Reafirmar a crença no conhecimento científico para explicar (B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.
as situações da vida humana. (C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.
(B) Discutir o conhecimento científico e o conhecimento místi- (D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.
co na sociedade burguesa do século XX. Reconhecer a impor- (E) A cessão de terras compete ao Estado.
tância da espiritualidade na formação da sociedade burguesa
do século XIX. 9. (UEPB – 2010)
(C) Revelar a ambiguidade própria da obra machadiana em Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos
Hamlet de William Shakespeare. maiores nomes da educação mundial na atualidade.
(D) Ironizar o culto ao cientificismo da sociedade burguesa.
(E) Reconhecer a importância da espiritualidade na formação Carlos Alberto Torres
da sociedade burguesa do século XIX. 1
O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito no
6. (ENEM – 2014) Há qualquer coisa de especial nisso de botar 3
pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diversida-
a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso há muitos de não só em ideias contrapostas, mas também em 5identidades que
anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um processo
vezes também é feita, intencionalmente, para provocar. Além do de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diversidade está
mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não está lá relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se a diversidade
grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para recla- fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e a realidade fos-
mar: moderna demais, antiquada demais. se uma boa articulação 10dessa descrição demográfica em termos de
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar constante articulação 11democrática, você não sentiria muito a pre-
ideias. Há os textos que parecem passar despercebidos, outros ren- sença do tema 12diversidade neste instante. Há o termo diversidade
dem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu porque há 13uma diversidade que implica o uso e o abuso de poder,
sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça, de classe.
que digo para meus pais”, “Comentei com minha namorada”. Os es- […]
tímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é
como me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca Rosa Maria Torres
fui tão posta no colo por leitores como na janela do jornal. De modo 15
O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que 16
muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
iam acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
sério ser sério… mesmo quando parece que estou brincando: essa pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
continua sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais se- escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
creto de calar. tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004. indesejadas.
[…]
Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a ar- Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
ticulação entre suas partes. Quanto à construção do fragmento, o lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
elemento
(A) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
crônica de jornal”. identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
(B) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”. I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
(C) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”. semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
(D) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus mo, em relação à “diversidade”.
pais”. II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
(E) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”. dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado.

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LÍNGUA PORTUGUESA
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co- Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi- rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro-
dade e identidade”. pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos
usuários longe da rede social.”
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi- A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:
ção(ões) verdadeira(s). (A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
(A) I, apenas preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
(B) II e III ticamente.
(C) III, apenas (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
(D) II, apenas possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
(E) I e II raria o sentido do texto.
(C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
10. (UNIFOR CE – 2006) informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi- informação nova.
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário, o (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram as qual são introduzidas de forma mais generalizada
suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar. Per-
guntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra, 12. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e dem a um adjetivo, exceto em:
de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de (A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralida- (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
de. (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis sem fim.
diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas- 13. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo
sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na com a gramática:
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis- I - Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos II - Muito obrigadas! – disseram as moças.
estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […] III - Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
(Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001. IV - A pobre senhora ficou meio confusa.
p.68) V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.

Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo- (A) em I e II


cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se (B) apenas em IV
o contexto, é (C) apenas em III
(A) ceticismo. (D) em II, III e IV
(B) desdém. (E) apenas em II
(C) apatia.
(D) desinteresse. 14. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem
(E) negligência. ser seguidos pela mesma preposição:
(A) ávido / bom / inconsequente
11. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: (B) indigno / odioso / perito
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? (C) leal / limpo / oneroso
Uma organização não governamental holandesa está propondo (D) orgulhoso / rico / sedento
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias (E) oposto / pálido / sábio
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. 15. (UFABC) A alternativa em que o acento indicativo de crase
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- não procede é:
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que (A) Tais informações são iguais às que recebi ontem.
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par- (B) Perdi uma caneta semelhante à sua.
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar (C) A construção da casa obedece às especificações da Prefei-
um contador na rede social. tura.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade (D) O remédio devia ser ingerido gota à gota, e não de uma só
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência. vez.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam (E) Não assistiu a essa operação, mas à de seu irmão.
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”.
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.)

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GABARITO
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1 D ______________________________________________________
2 E
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3 D
______________________________________________________
4 B
5 D ______________________________________________________
6 A ______________________________________________________
7 A
______________________________________________________
8 C
9 B ______________________________________________________

10 D ______________________________________________________
11 D
______________________________________________________
12 B
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13 C
14 D ______________________________________________________
15 D ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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MATEMÁTICA

RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, ENVOLVENDO: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO,


POTENCIAÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS RACIONAIS, NAS SUAS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU
DECIMAL; MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM; MÁXIMO DIVISOR COMUM

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

Operações
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.

31
MATEMÁTICA
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis- Exemplo:
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
ser dispensado. do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (A) 10
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- (B) 15
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a (C) 18
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre (D) 20
será do maior número. (E) 22
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ...,
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- Resolução:
do, ou seja, é dado o seu oposto. São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
Exemplo: temos:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma Resposta: D
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
anotadas, o total de pontos atribuídos foi – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(A) 50. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
(B) 45. inteiro positivo.
(C) 42. – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
(D) 36. mero inteiro negativo.
(E) 32.
Propriedades da Potenciação
Resolução: 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
50-20=30 atitudes negativas e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
20.4=80 2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
30.(-1)=-30 base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
80-30=50 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
Resposta: A os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. (+a)1 = +a
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1

• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- Conjunto dos números racionais – Q m
mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde
pelo módulo do divisor. m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.
ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-


tante a REGRA DE SINAIS:

Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo. N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre


negativo.

32
MATEMÁTICA
Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:
2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:
1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado.
Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente.
Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

33
MATEMÁTICA
Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

Caraterísticas dos números racionais


O módulo e o número oposto são as mesmas dos números inteiros.

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número (a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

Representação geométrica

34
MATEMÁTICA
Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini- • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria
tos números racionais. operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
÷ q = p × q-1
Operações
• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: (A) 145
p – q = p + (–q) (B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120

Resolução:
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen-
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2
Resposta: A
Resolução:
Somando português e matemática: • Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme-
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú-
meros racionais.

A) Toda potência com expoente negativo de um número ra-


cional diferente de zero é igual a outra potência que tem a base
O que resta gosta de ciências: igual ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do
expoente anterior.

Resposta: B

• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou


pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
b d
frações, através de: base.

35
MATEMÁTICA
C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Resposta: E

Expressões numéricas Múltiplos


São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia- ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
associação, que podem aparecer em uma única expressão. nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
existir algum número natural n tal que:
Procedimentos x = y·n
1) Operações:
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
ordem que aparecem; podemos escrever: x = n/y
- Depois as multiplicações e/ou divisões;
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- Observações:
cem. 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
2) Todo número natural é múltiplo de 1.
2) Símbolos: 3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múltiplos.
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál- 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
culos dentro dos parênteses, 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
-Depois os colchetes [ ]; e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
- E por último as chaves { }. mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
ATENÇÃO: 6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou Critérios de divisibilidade
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número é ou
com os seus sinais originais. não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos a divisão.
– Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col- No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
com os seus sinais invertidos.

Exemplo:
(MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5

Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisibili-
dade/ - reeditado)

36
MATEMÁTICA
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por 7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, subtraí-
do do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo de 7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantidade de
algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7.

Outros critérios
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo.
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.

Fatoração numérica
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para decompormos este número natural em fatores primos, dividimos o mesmo
pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até obtermos o
quociente 1. O produto de todos os fatores primos representa o número fatorado. Exemplo:

Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fatoração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto dos
expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decomposição do número natural.
12 = 22 . 31 =
22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
20 . 30=1
20 . 31=3
21 . 30=2
21 . 31=2.3=6
22 . 31=4.3=12
22 . 30=4

O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}


A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

Máximo divisor comum (MDC)


É o maior número que é divisor comum de todos os números dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores pri-
mos. Procedemos da seguinte maneira:
Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FATORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR EX-
POENTE.

37
MATEMÁTICA
Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

Exemplos:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que
Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros, então é verdade que Mônica tem, de altura:
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.

Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos:
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:

38
MATEMÁTICA
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( I ) 1,63 = M + 0,05 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(A) R$ 498,00 dividida a unidade.
(B) R$ 450,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a uni-
(C) R$ 402,00 dade.
(D) R$ 334,00 Lê-se: um quarto.
(E) R$ 324,00
Atenção:
Resolução: • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Primeiro mês = x tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Segundo mês = x + 126 • Frações com denominadores potências de 10: décimos, cen-
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 tésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de milési-
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 mos etc.
3.x = 1176 – 204 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente:
x = 972 / 3 Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da
x = R$ 324,00 (1º mês) palavra “avos”.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE Ex.: 7/15
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o nador. Ex.: 6/7
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- Ex.: 6/3
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(A) 1 / 4. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(B) 1 / 3. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(C) 2 / 5. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(D) 1 / 2. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
(E) 2 / 3. nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;

Resolução: Operações com frações


Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: • Adição e Subtração
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
ma-se ou subtrai-se os numeradores.

, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes-
7.Q + 2.Q = 720 mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa-
9.Q = 720 mos tanto na adição quanto na subtração.
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B O MMC entre os denominadores (3,2) = 6

39
MATEMÁTICA
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores
dados. Ex.:

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da (B) 1/6.
segunda fração. Ex.: (C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

Resolução:

Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da


fração resultante de forma a torna-la irredutível.

Exemplo:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA-
DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5
pessoas. Cada uma recebeu Resposta: B

(A) Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se
a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA,
(B) temos PREJUÍZO (P).
Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

(C)

(D)

(E)

Resolução:
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas,
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos: Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de
16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de com-
Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de pra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em
suco é de 3/5 de suco da garrafa. quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior
Resposta: B ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
PORCENTAGEM (C) 65%.
(D) 63%.
São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou (E) 69%.
simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu- Resolução:
mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se: Preço de venda: V
“por cento”). Preço de compra: C

40
MATEMÁTICA
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).
Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

41
MATEMÁTICA
Lemos: a esta para b, assim como c está para d.
RAZÃO E PROPORÇÃO Ainda temos:

Razão
É uma fração, sendo a e b dois números a sua razão, chama-se
razão de a para b: a/b ou a:b , assim representados, sendo b ≠ 0.
Temos que:

Exemplo:
(SEPLAN/GO – PERITO CRIMINAL – FUNIVERSA) Em uma ação • Propriedades da Proporção
policial, foram apreendidos 1 traficante e 150 kg de um produto – Propriedade Fundamental: o produto dos meios é igual ao
parecido com maconha. Na análise laboratorial, o perito constatou produto dos extremos:
que o produto apreendido não era maconha pura, isto é, era uma a.d=b.c
mistura da Cannabis sativa com outras ervas. Interrogado, o trafi-
cante revelou que, na produção de 5 kg desse produto, ele usava – A soma/diferença dos dois primeiros termos está para o pri-
apenas 2 kg da Cannabis sativa; o restante era composto por várias meiro (ou para o segundo termo), assim como a soma/diferença
“outras ervas”. Nesse caso, é correto afirmar que, para fabricar todo dos dois últimos está para o terceiro (ou para o quarto termo).
o produto apreendido, o traficante usou
(A) 50 kg de Cannabis sativa e 100 kg de outras ervas.
(B) 55 kg de Cannabis sativa e 95 kg de outras ervas.
(C) 60 kg de Cannabis sativa e 90 kg de outras ervas.
(D) 65 kg de Cannabis sativa e 85 kg de outras ervas.
(E) 70 kg de Cannabis sativa e 80 kg de outras ervas.

Resolução:
O enunciado fornece que a cada 5kg do produto temos que 2kg
da Cannabis sativa e os demais outras ervas. Podemos escrever em – A soma/diferença dos antecedentes está para a soma/dife-
forma de razão , logo : rença dos consequentes, assim como cada antecedente está para
o seu consequente.

Resposta: C

Razões Especiais Exemplo:


São aquelas que recebem um nome especial. Vejamos algu- (MP/SP – AUXILIAR DE PROMOTORIA I – ADMINISTRATIVO –
mas: VUNESP) A medida do comprimento de um salão retangular está
Velocidade: é razão entre a distância percorrida e o tempo gas- para a medida de sua largura assim como 4 está para 3. No piso
to para percorrê-la. desse salão, foram colocados somente ladrilhos quadrados inteiros,
revestindo-o totalmente. Se cada fileira de ladrilhos, no sentido do
comprimento do piso, recebeu 28 ladrilhos, então o número míni-
mo de ladrilhos necessários para revestir totalmente esse piso foi
igual a
(A) 588.
Densidade: é a razão entre a massa de um corpo e o seu volu- (B) 350.
me ocupado por esse corpo. (C) 454.
(D) 476.
(E) 382.

Resolução:

Proporção
É uma igualdade entre duas frações ou duas razões.
Fazendo C = 28 e substituindo na proporção, temos:

42
MATEMÁTICA
4L = 28 . 3 149,8% – 100% = 49,8%
L = 84 / 4 Aproximando o valor, teremos 50%
L = 21 ladrilhos Resposta: E
Assim, o total de ladrilhos foi de 28 . 21 = 588
Resposta: A (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa
transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam
toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras-
REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
balho?
Regra de três simples (A) 3 h 12 min
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou (B) 5 h
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um (C) 5 h 30 min
processo prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES. (D) 6 h
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando (E) 6 h 15 min
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di-
minui. Resolução:
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan- Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto me-
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa. nos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar a carga:

Exemplos: caminhões horas


(PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação 15 4
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas. (15 – 3) x

12.x = 4 . 15
x = 60 / 12
x=5h
Resposta: B

Regra de três composta


Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia.
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos.
(B) 9 horas.
(C) 7 horas e 45 minutos.
(D) 7 horas e 30 minutos.
De acordo com essas informações, o número de casos regis- (E) 5 horas e 30 minutos.
trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um
aumento em relação ao número de casos registrados em 2007, Resolução:
aproximadamente, de Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x.
(A) 70%.
(B) 65%.
M² ↑ varredores ↓ horas ↑
(C) 60%.
(D) 55%. 6000 18 5
(E) 50%. 7500 15 x

Resolução: Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais)


Utilizaremos uma regra de três simples:
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro-
ano % porcionais)
11442 100
17136 x

11442.x = 17136 . 100


x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)

43
MATEMÁTICA

• Resolução de uma equação


Colocamos no primeiro membro os termos que apresentam
Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho- variável, e no segundo membro os termos que não apresentam va-
ras e 30 minutos. riável. Os termos que mudam de membro têm os sinais trocados.
Resposta: D 5x – 8 = 12 + x
5x – x = 12 + 8
(PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons- 4x = 20
tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60 X = 20/4
dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa X=5
equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas
por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a: Ao substituirmos o valor encontrado de x na equação obtemos
(A) 4500 m² o seguinte:
(B) 5000 m² 5x – 8 = 12 + x
(C) 5200 m² 5.5 – 8 = 12 + 5
(D) 6000 m² 25 – 8 = 17
(E) 6200 m² 17 = 17 ( V)

Resolução: Quando se passa de um membro para o outro se usa a ope-


ração inversa, ou seja, o que está multiplicando passa dividindo e
o que está dividindo passa multiplicando. O que está adicionando
Operários ↑ horas ↑ dias ↑ área ↑
passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando.
20 8 60 4800
Exemplo:
15 10 80 x (PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Um gru-
po formado por 16 motoristas organizou um churrasco para suas
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo: famílias. Na semana do evento, seis deles desistiram de participar.
Para manter o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou
R$ 57,00 a mais.
O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi:
(A) R$ 570,00
(B) R$ 980,50
(C) R$ 1.350,00
(D) R$ 1.480,00
Resposta: D (E) R$ 1.520,00

EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS; SISTEMA DE Resolução:


EQUAÇÕES DO 1º GRAU Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim:
16 . x = Total
Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma Combinando as duas equações, temos:
relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y, z,...). 16.x = 10.x + 570
16.x – 10.x = 570
Equação do 1º grau 6.x = 570
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser re- x = 570 / 6
presentadas sob a forma ax + b = 0, em que a e b são constantes x = 95
reais, com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse tipo O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00.
de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descri- Resposta: E
tas a seguir.
Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma Equação do 2º grau
equação, ou subtraindo um mesmo número de ambos os membros, As equações do segundo grau são aquelas que podem ser re-
a igualdade se mantém. presentadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em que a, b e c são cons-
Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equa- tantes reais, com a diferente de 0, e x é a variável.
ção por um mesmo número não-nulo, a igualdade se mantém.
• Equação completa e incompleta
• Membros de uma equação 1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
Numa equação a expressão situada à esquerda da igualdade é Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a = 1, b = – 7,
chamada de 1º membro da equação, e a expressão situada à direita c = 11).
da igualdade, de 2º membro da equação.
2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se
diz incompleta.

44
MATEMÁTICA
Exs.: Exemplo:
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0). (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC) Qual a
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0). equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0). (A) x²-3x+4=0
(B) -3x²-5x+1=0
• Resolução da equação (C) 3x²+5x+2=0
1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta) (D) 2x²-5x+3=0
x2 – 16x = 0 colocamos x em evidência
x . (x – 16) = 0, Resolução:
x=0 Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x – 16 = 0 x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas
x = 16 raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes
Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes da equação. multiplicadas resultam no valor de c.

2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)


x2 – 49= 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma diferença
de dois quadrados.
(x + 7) . (x – 7) = 0,

x+7=0 x–7=0
x=–7 x=7

ou

x2 – 49 = 0
x2 = 49
x2 = 49 Resposta: D
x = 7, (aplicando a segunda propriedade).
Logo, S = {–7, 7}. Inequação do 1º grau
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão
3º) A equação é da forma ax² + bx + c = 0 (completa) do 1° grau que pode ser escrita numa das seguintes formas:
Para resolvê-la usaremos a formula de Bháskara. ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
Onde a, b são números reais com a ≠ 0

Conforme o valor do discriminante Δ existem três possibilida- • Resolvendo uma inequação de 1° grau
des quanto á natureza da equação dada. Uma maneira simples de resolver uma equação do 1° grau é
isolarmos a incógnita x em um dos membros da igualdade. O méto-
do é bem parecido com o das equações. Ex.:
Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Solução:
-2x > -7
Multiplicando por (-1)
2x < 7
Quando ocorre a última possibilidade é costume dizer-se que x < 7/2
não existem raízes reais, pois, de fato, elas não são reais já que não Portanto a solução da inequação é x < 7/2.
existe, no conjunto dos números reais, √a quando a < 0.
Atenção:
• Relações entre raízes e coeficientes Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos multiplicar por
(-1), isso faz com que o símbolo da desigualdade tenha o seu sen-
tido invertido.

Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do


estudo do sinal de uma função do 1° grau, com o seguinte proce-
dimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero;
2. Localiza-se a raiz no eixo x;
3. Estuda-se o sinal conforme o caso.

Pegando o exemplo anterior temos:


-2x + 7 > 0

45
MATEMÁTICA
-2x + 7 = 0
x = 7/2

Vemos, que as regiões que tornam positivas a função são: x<1


e x>2. Resposta: { x|R| x<1 ou x>2}

Exemplo:
(VUNESP) O conjunto solução da inequação 9x2 – 6x + 1 ≤ 0, no
Exemplo: universo dos números reais é:
(SEE/AC – PROFESSOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMÁ- (A) ∅
TICA E SUAS TECNOLOGIAS – FUNCAB) Determine os valores de (B) R
que satisfazem a seguinte inequação:
(C)

(D)

(A) x > 2 (E)


(B) x - 5
(C) x > - 5
(D) x < 2 Resolução:
(E) x 2 Resolvendo por Bháskara:

Resolução:

Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:

Resposta: B

Inequação do 2º grau
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade pode ser re-
presentada da seguinte forma:
ax2 + bx + c > 0
ax2 + bx + c < 0
ax2 + bx + c ≥ 0
ax2 + bx + c ≤ 0
Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0

Resolução da inequação Resposta: C


Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos o estu-
do do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades:
> , ≥ , < , ≤. GRANDEZAS E MEDIDAS – QUANTIDADE, TEMPO,
Ex.: x2 -3x + 2 > 0 COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE, CAPACIDADE E MASSA

Resolução: O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de


x2 -3x + 2 > 0 Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de
x ‘ =1, x ‘’ = 2 medida o metro.
Como desejamos os valores para os quais a função é maior que O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em
zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver para quais valores quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.
de x isso ocorre.

46
MATEMÁTICA
Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

47
MATEMÁTICA
Relações importantes Elementos da tabela
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e
elementos complementares. Os elementos essenciais são:
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig-
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado.
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos
os dados.
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú-
do das colunas.
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo
das linhas.

Os elementos complementares são:


− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela.
1 kg = 1l = 1 dm3 − Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare-
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2 cer o conteúdo das tabelas.
1 m3 = 1000 l − Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer
ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica-
Exemplos: das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos
peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confec- complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
cionar uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. ordem em que foram descritos.
Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros
logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unida-
de: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um


veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga. Gráficos
Se a carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo: ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
(A) 50 caixas -se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
(B) 100 caixas Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de
(C) 500 caixas uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
(D) 1000 caixas e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
Resolução: mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg do fenômeno em estudo.
Cada caixa pesa 4kg Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
2000 kg/ 4kg = 500 caixas. tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
Resposta: C exclui a outra.
Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
ser observadas:
RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABELA OU GRÁFICO Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é lo-
Tabelas calizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável dependente
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical, o início da
das quais o dado numérico se destaca como informação central. escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos eixos.
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a iguais
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg corres-
mínimo de espaço. ponde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá corres-
ponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá 4 cm.
− O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou seja,
toda a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio do texto.

48
MATEMÁTICA
− O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadrado para • Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de
evitar que problemas de escala interfiram na sua correta interpretação. fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdivididos
em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de setores.
Tipos de Gráficos a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa-
radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical-
• Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são repre- mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre
sentadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da
de eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema largura da base dos mesmos.
tridimensional para ilustrar a relação entre três variáveis.

• Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma-


pas). b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico
de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo-
rem maiores que a base dos mesmos.

• Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dispostos no
ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi- plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são ligados por segmen-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti- tos de reta. É muito utilizado em séries históricas e em séries mistas quando
lizados em situações que exijam maior precisão. um dos fatores de variação é o tempo, como instrumento de comparação.

49
MATEMÁTICA
d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que se de- A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-
seja evidenciar o quanto cada informação representa do total. A figura mar que:
consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°, subdividido (A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
em tantas partes quanto for necessário à representação. Essa divisão se e Florianópolis.
faz por meio de uma regra de três simples. Com o auxílio de um transfe- (B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
ridor efetuasse a marcação dos ângulos correspondentes a cada divisão. maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Resolução:
A única alternativa que contém a informação correta com os
gráficos é a C.
Resposta: C

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO –MÉDIA ARITMÉTICA


SIMPLES
Exemplo:
(PREF. FORTALEZA/CE – PEDAGOGIA – PREF. FORTALEZA) “Es- Média Aritmética
tar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar Ela se divide em:
dados apresentados de maneira organizada e construir represen-
tações, para formular e resolver problemas que impliquem o reco- • Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo
lhimento de dados e a análise de informações. Essa característica número de elementos n.
da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma de- Para o cálculo:
manda em abordar elementos da estatística, da combinatória e da Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numéri-
probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997). co A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição:
Observe os gráficos e analise as informações.

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALIS-
TA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam
presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a
média aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das
idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5.
(B) 2,0.
(C) 2,5.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M

(I)

Foi pedido:

Na equação ( I ), temos que:

50
MATEMÁTICA
Média harmônica
Corresponde a quantidade de números de um conjunto dividi-
dos pela soma do inverso de seus termos. Embora pareça compli-
cado, sua formulação mostra que também é muito simples de ser
calculada:

Resposta: E
• Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi-
plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos. Exemplo:
Para o cálculo Na figura abaixo os segmentos AB e DA são tangentes à cir-
cunferência determinada pelos pontos B, C e D. Sabendo-se que os
segmentos AB e CD são paralelos, pode-se afirmar que o lado BC é:

ATENÇÃO: A palavra média, sem especificações (aritmética ou


ponderada), deve ser entendida como média aritmética.

Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – PRO-
GRAMADOR DE COMPUTADOR – FIP) A média semestral de um cur-
so é dada pela média ponderada de três provas com peso igual a 1
na primeira prova, peso 2 na segunda prova e peso 3 na terceira. (A) a média aritmética entre AB e CD.
Qual a média de um aluno que tirou 8,0 na primeira, 6,5 na segunda (B) a média geométrica entre AB e CD.
e 9,0 na terceira? (C) a média harmônica entre AB e CD.
(A) 7,0 (D) o inverso da média aritmética entre AB e CD.
(B) 8,0 (E) o inverso da média harmônica entre AB e CD.
(C) 7,8
(D) 8,4 Resolução:
(E) 7,2 Sendo AB paralela a CD, se traçarmos uma reta perpendicular a
AB, esta será perpendicular a CD também.
Resolução: Traçamos então uma reta perpendicular a AB, passando por B e
Na média ponderada multiplicamos o peso da prova pela sua outra perpendicular a AB passando por D:
nota e dividimos pela soma de todos os pesos, assim temos:

Resposta: B

Média geométrica
É definida, para números positivos, como a raiz n-ésima do pro-
duto de n elementos de um conjunto de dados.

Sendo BE perpendicular a AB temos que BE irá passar pelo cen-


tro da circunferência, ou seja, podemos concluir que o ponto E é
ponto médio de CD.
Agora que ED é metade de CD, podemos dizer que o compri-
• Aplicações mento AF vale AB-CD/2.
Como o próprio nome indica, a média geométrica sugere inter- Aplicamos Pitágoras no triângulo ADF:
pretações geométricas. Podemos calcular, por exemplo, o lado de
um quadrado que possui a mesma área de um retângulo, usando a
definição de média geométrica.

Exemplo: (1)
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013

51
MATEMÁTICA
Aplicamos agora no triângulo ECB:

(2)

Agora diminuímos a equação (1) da equação (2):

Note, no desenho, que os segmentos AD e AB possuem o mesmo comprimento, pois são tangentes à circunferência. Vamos então
substituir na expressão acima AD = AB:

Ou seja, BC é a média geométrica entre AB e CD.


Resposta: B

NOÇÕES DE GEOMETRIA – FORMA, ÂNGULOS, ÁREA, PERÍMETRO, VOLUME, TEOREMAS DE PITÁGORAS OU DE


TALES

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64

52
MATEMÁTICA
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.

Planta baixa de uma casa com a área total

Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

53
MATEMÁTICA
Trigonometria é a parte da matemática que estuda as relações
existentes entre os lados e os ângulos dos triângulos.

No triângulo retângulo
Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes espe-
ciais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado de Hipo-
tenusa e os outros dois lados menores (opostos aos dois ângulos
agudos) são chamados de Catetos. Deles podemos tirar as seguin-
tes relações: seno (sen); cosseno (cos) e tangente.

Como podemos ver h e 40 m são catetos, a relação a ser usada


é a tangente. Porém no enunciado foram dados o sen e o cos. Então,
para calcular a tangente, temos que usar a relação fundamental:

Resposta: A
Como podemos notar, .
Valores Notáveis
Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual a 180°. Considere um triângulo retângulo BAC. Em resumo temos:
No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
90° + α + β = 180°
α + β = 180° - 90°
α + β = 90°

Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles são chama-


dos de Ângulos Complementares. E, neste caso, sempre o seno de
um será igual ao cosseno do outro.

Exemplo:
(FUVEST) A uma distância de 40 m, uma torre é vista sob um
ângulo , como mostra a figura.

Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura da torre,


em metros, será aproximadamente: Se dois ângulos são complementares, então o seno de um de-
(A) 14,552 les é igual ao cosseno do complementar. As tangentes de ângulos
(B) 14,391 complementares são inversas.
(C) 12,552
(D) 12,391 No triângulo qualquer
(E) 16,552 As relações trigonométricas se restringem somente a situações
que envolvem triângulos retângulos. Essas relações também ocor-
resolução: rem nos triângulos obtusos e agudos. Importante sabermos que:
Observando a figura, nós temos um triângulo retângulo, vamos sen x = sen (180º - x)
chamar os vértices de A, B e C. cos x = - cos (180º - x)

Lei (ou teorema) dos senos


A lei dos senos estabelece relações entre as medidas dos lados
com os senos dos ângulos opostos aos lados.

54
MATEMÁTICA
Cada um dos semiplanos situados no círculo trigonométrico é
chamado de quadrante. Os sinais do seno e cosseno variam confor-
me os quadrantes da seguinte forma:

Lei (ou teorema) dos cossenos


Nos casos em que não podemos aplicar a lei dos senos, temos
o recurso da lei dos cossenos. Ela nos permite trabalhar com a me-
dida de dois segmentos e a medida de um ângulo. Dessa forma, se O círculo trigonométrico pode ser medido em radianos ou em
dado um triângulo ABC de lados medindo a, b e c, temos: graus. Veja os dois círculos em graus e radianos.
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
c² = a² + b² - 2.a.b.cosC

Exemplo:
Determine o valor do lado oposto ao ângulo de 60º. Observe
figura a seguir:

Resolução:
Pela lei dos cossenos
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º
x² = 36 + 64 – 96 * 1/2
x² = 100 – 48
x² = 52
√x² = √52
x = 2√13

Círculo trigonométrico
O ciclo trigonométrico é uma circunferência orientada de raio
1. A orientação é:

Arcos côngruos (ou congruentes)


Dois arcos são côngruos (ou congruentes) quando têm a mes-
ma extremidade e diferem entre si apenas pelo número de voltas
inteiras.

Observe que:
O cosseno está associado ao eixo A (origem).
O seno está associado ao ângulo de 90º (ângulo reto).

55
MATEMÁTICA
Cosseno
Observando a figura temos:

1º quadrante: abscissa positiva e ordenada positiva → 0º < α


< 90º.
2º quadrante: abscissa negativa e ordenada positiva → 90º <
α < 180º. O ângulo α está associado ao arco AB. No triângulo retângulo
3º quadrante: abscissa negativa e ordenada negativa → 180º OMB, calculamos o cosseno de α:
< α < 270º.
4º quadrante: abscissa positiva e ordenada negativa → 270º <
α < 360º.

Seno
Observando a figura temos: Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,
temos que:
-1≤ cos α ≤ 1

ATENÇÃO:

Ao arco AB está associado o ângulo α; sendo o triângulo OBC Tangente


retângulo, podemos determinar o seno de α: Na figura, traçamos, no ciclo trigonométrico, uma reta paralela
ao eixo dos senos, tangente ao ciclo no ponto A.

Observe que BC = OM, portanto podemos substituir BC por


OM, obtendo assim:

Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,


temos que: No triângulo retângulo OAT, temos:
1≤ sen α ≤ 1

ATENÇÃO:

Como o raio é 1, então OA = 1


tg α = AT

56
MATEMÁTICA
Essa reta é chamada de eixo das tangentes. Observe que a tangente de α é obtida prolongando-se o raio OP até interceptar o eixo das
tangentes.

ATENÇÃO:

Relações Fundamentais da Trigonometria

Nestas relações, além do senx e cosx, temos: tg (tangente), cotg (cotangente), sec (secante) e cossec (cossecante).

Relações derivadas
Utilizando as definições de cotangente, secante e cossecante associadas à relação fundamental da trigonometria, extraímos formulas
que auxiliam na simplificação de expressões trigonométricas. São elas:

tg² α + 1 = sec² α , sendo α ≠ π/2 + kπ, K Z


1+ cotg² α = cossec² α , sendo α ≠ k.π, K Z

Redução para o primeiro quadrante

sen (90º - x) = cos x sen (90º + x) = cos x


cos (90º - x) = sen x cos (90º + x) = - sen x
tg (90º - x) = cotg x tg (90º -x) = - cotg x
sen (180º - x) = cos x sen (180º + x) = -sem x
cos (180º - x) = - cos x cos (180º + x) = - cos x
tg (180º - x) = - tg x tg (180º + x) = tg x

57
MATEMÁTICA

sen (270º - x) = - cos x sen (270º + x) = - cos x


cos (270º - x) = - sen x cos (270º + x) = sen x
tg (270º - x) = cotg x tg (270º + x) = - cotg x
sen (360º - x) = sen x
cos (360º - x) = cos x
tg (360º - x) = - tg x

Transformações trigonométricas
As fórmulas a seguir permitem calcular o cosseno, o a tangente da soma e da diferença de dois ângulos.

Exemplo:
(SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com 0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
(B) 11/4
(C) 13/4
(D) 15/4
(E) 17/4

Resolução:

Resposta: D

58
MATEMÁTICA
Arcos Duplos As inequações se caracterizam pela presença de algum dos si-
Utilizado quando as fórmulas do seno, cosseno e tangente do nais de desigualdade. Como existem infinitos arcos com essas extre-
arco (a + b), fazemos b = a. midades e no enunciado não é dado um intervalo para x, temos de
dar a solução utilizando uma expressão geral. Assim:
S = {x R | x = π/4 + k.2π ou x = 3π/4 + k.2π, K Z}

O processo para se obter os arcos por simetria, que estão no


2º, 3º ou 4º quadrantes a partir de um arco α do 1º quadrante é o
seguinte:
• no 2º quadrante, subtraímos de π, ou seja, o arco será π - α;
• no 3º quadrante, somamos a π e o arco será π + α;
Arco Metade • no 4º quadrante, subtraímos de 2 π e o arco será 2 π - α.
Encontramos os valores que mede a/2, conhecendo os valores
das funções trigonométricas do arco que mede a. Grande parte das equações trigonométricas é escrita na forma
de equações trigonométricas elementares ou equações trigonomé-
tricas fundamentais, representadas da seguinte forma:
sen x = sen α
cos x = cos α
tg x = tg α

Já as inequações, temos 6 tipos de relações fundamentais:


Funções trigonométricas de arco que mede a, em função da - sen x > n (sen x ≥ n)
tangente do arco metade - sen x < n (sen x ≤ n)
- cos x > n (cos x ≥ n)
- cos x < n (cos x ≤ n)
- tg x > n (tg x ≥ n)
- tg x < n (tg x ≤ n)

Exemplos:
(FGV) Estima-se que, em 2009, a receita mensal de um hotel te-
nha sido dada (em milhares de reais) por R(t)=3000+1500.cos(πt/6),
em que t = 1 representa o mês de janeiro, t = 2 o mês de fevereiro e
assim por diante. A receita de março foi inferior à de fevereiro em:
(A) R$ 850.000,00
(B) R$ 800.000,00
(C) R$ 700.000,00
(D) R$ 750.000,00
Transformação da soma em produto (E) R$ 650.000,00
As fórmulas a seguir nos permitirão transformar somas em pro-
dutos. Resolução:

R(t) = 3000 + 1500.cos(30°.t)


No mês de fevereiro: t = 2
R(2) = 3000 + 1500.cos(30°.2)
R(2) = 3000 + 1500. cos60°
R(2) = 3000 + 1500.1/2
R(2) = 3000 + 750 = 3.750

No mês de março: t = 3
R(3) = 3000 + 1500.cos(30°.3)
R(3) = 3000 + 1500.cos90°
R(3) = 3000 + 1500.0
R(3) = 3.000
Equações e inequações trigonométricas Logo, a receita em março foi menor em: 3.750 – 3.000 = 750.
Equação é onde a incógnita é uma função trigonométrica; po- No enunciado foi dito que a fórmulas está em milhares de reais,
rém nem todos os arcos satisfazem essas equações. Para determi- portanto, R$ 750.000,0
nar esses arcos, recorremos ao ciclo trigonométrico sempre que Resposta: D
necessário.

59
MATEMÁTICA
(PC/ES - PERITO CRIMINAL ESPECIAL – CESPE/UNB) Consideran-
do a função f(x) = senx - √3 cosx, em que o ângulo x é medido em
graus, julgue o item seguinte:
f(x) = 0 para algum valor de x tal que 230º < x < 250º.
(certo)(errado)

Resolução:

Sendo , então para f(x) = 0, temos:

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos


polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a ne-
nhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não
Verificando no ciclo quais ângulos tem este valor de tangente: possuí “reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o
número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes rela-
ções de Euler:
Poliedro Fechado: V – A + F = 2
Poliedro Aberto: V – A + F = 1

Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que


multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

x = 60° ou x = 240° Poliedros de Platão


Resposta: Certo Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares-
Geometria espacial tas;
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sóli- - for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).
dos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras
planas, pois a construção espacial se dá através da junção dessas
figuras. Vejamos:

Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o
espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é
feita em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais for-
madas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Cha-
mamos de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos
planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois so-
mente uma aresta em comum. Veja alguns exemplos: Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;

Por essas condições e observações podemos afirmar que todos


os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:

60
MATEMÁTICA
(A) 30 e 40 Planificações de alguns Sólidos Geométricos
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
o pentágono 5 lados. Temos:

Resposta: E

Não Poliedros

Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-


suem suas superfícies curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/AA-
curvas fechadas em superfície lateral curva. AAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/s1600/re-
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e vis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tricas-page-001.
uma superfície lateral curva. jpg
Esfera: é formada por uma única superfície curva.
Sólidos geométricos
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir
que visualizem a seguinte figura:

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a
Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

61
MATEMÁTICA
Área e Volume dos sólidos geométricos Exemplo:
PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
e paralelas. cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um Cálculo do volume:
polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

Resolução:
Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
perior.
Portanto, n + 2
Resposta: B Resposta: D

PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais,
vértice superior. paralelas e circulares.

62
MATEMÁTICA
CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e
vértice superior.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


Exemplo: dos geométricos. São eles:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E) 8

Resolução:
Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio Exemplo:
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm. (ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTI-
g2 = h2 + r2 CA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
162 = h2 + 82 tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são
256 = h2 + 64 iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
256 – 64 = h2 (A) 330 cm³
h2 = 192 (B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:

Resposta: D

ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola. AB=144 dm²


Ab=36 dm²

Resposta: E

63
MATEMÁTICA
Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta
que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra.

Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)


Para representar graficamente um par ordenado de números
reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta
x é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se
pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas proprieda-
des.

Ponto médio de um segmento

Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos


linhas perpendiculares aos eixos x e y.
• xp é a abscissa do ponto P;
• yp é a ordenada do ponto P;
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

Baricentro
O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das me-
dianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão de 2:1.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas


que serão uteis ao cálculo.

Distância entre dois pontos de um plano


Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos lo-
calizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com
isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras.

Condição de alinhamento de três pontos


Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares),
A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).

64
MATEMÁTICA

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se:

Reta

Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vértices sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
de um triângulo cuja área é: mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:

1) Um ponto e o coeficiente angular

Exemplo:
Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
onde o valor do determinante é sempre dado em módulo, pois Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
a área não pode ser um número negativo. reta r, a equação da reta r será:

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou


declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de
inclinação da reta r do plano cartesiano.

2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)


Já a declividade é dada por: m = tgα Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa-
ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta:
Cálculo do coeficiente angular
Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o
coeficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da
reta, como podemos verificar na imagem.

Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos


dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4),
m = -3 e Q(x, y)
y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x +
y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0

65
MATEMÁTICA
Equação reduzida da reta
A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação da
reta y - b = mx

– Equação segmentária da reta


É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que in-
terceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b).

B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o


eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares
são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces-
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0

onde a, b e c são números reais constantes com a e b não si-


multaneamente nulos.

Posições relativas de duas retas


Em relação a sua posição elas podem ser:

A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus


ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên-
cia, seus coeficientes angulares são diferentes. C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor-
tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe-
ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão
iguais.

66
MATEMÁTICA

onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r .

Exemplo:
(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este
trajeto ficou bem definido através da equação:
Intersecção de retas (A) y = 2x – 1
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção (B) y = - 3x + 14
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações (C) y = x + 2
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta (D) y = - x + 8
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas. (E) y = 3x – 4

Condição de perpendicularismo Resolução:


Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação
relação deverá ser verdadeira. reduzida, então:
y – yo = m(x – xo)
y – 5 = 1.(x – 3)
y–5=x–3
y=x–3+5
y=x+2
Resposta: C

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2, Circunferência


respectivamente. É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto
fixo O, denominado centro da circunferência.
Distância entre um ponto e uma reta A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao
A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento centro O é sempre constante e é denominada raio.
perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir
para obtermos esta distância.

67
MATEMÁTICA
Equação reduzida da circunferência
Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r.

Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para


o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida.

Equação Geral da circunferência


A equação geral de uma circunferência é obtida através do de-
senvolvimento da equação reduzida.

Exemplo:
(VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto Equações da elipse
C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é: a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.
(A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
(C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
(D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
(E) x2 + (y – 3)2 = 8

Resolução:
Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
enunciado.
(x – a)2 + (y – b)2 = r2
(x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P, b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical.
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
(0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
(- 2)2 + 22 = r2
4 + 4 = r2
r2 = 8
(x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C

Elipse
É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos:

TEOREMA DE PITÁGORAS
Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo-
tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação:

68
MATEMÁTICA
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual
______________________________________________________
à soma dos quadrados dos catetos”.
a2 = b2 + c2 ______________________________________________________
Exemplo: ______________________________________________________
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando ______________________________________________________
a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o ______________________________________________________
barco parou relativamente ao ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste. ______________________________________________________
(B) 3 milhas a sudeste.
______________________________________________________
(C) 4 milhas ao sul.
(D) 5 milhas ao norte. ______________________________________________________
(E) 5 milhas a nordeste.
______________________________________________________
Resolução:
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
x 2 = 32 + 42
x2 = 9 + 16 ______________________________________________________
x2 = 25
Resposta: E ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________

69
MATEMÁTICA
_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________________________________________________

70
INFORMÁTICA

MICROSOFT WINDOWS 10 (NT 10.0) – FUNÇÕES E


CARACTERÍSTICAS

WINDOWS 10

Conceito de pastas e diretórios Área de trabalho


Pasta algumas vezes é chamada de diretório, mas o nome “pas-
ta” ilustra melhor o conceito. Pastas servem para organizar, armaze-
nar e organizar os arquivos. Estes arquivos podem ser documentos
de forma geral (textos, fotos, vídeos, aplicativos diversos).
Lembrando sempre que o Windows possui uma pasta com o
nome do usuário onde são armazenados dados pessoais.
Dentro deste contexto temos uma hierarquia de pastas.

Área de transferência
A área de transferência é muito importante e funciona em se-
gundo plano. Ela funciona de forma temporária guardando vários
tipos de itens, tais como arquivos, informações etc.
– Quando executamos comandos como “Copiar” ou “Ctrl + C”,
estamos copiando dados para esta área intermediária.
– Quando executamos comandos como “Colar” ou “Ctrl + V”,
estamos colando, isto é, estamos pegando o que está gravado na
No caso da figura acima temos quatro pastas e quatro arquivos. área de transferência.

Arquivos e atalhos Manipulação de arquivos e pastas


Como vimos anteriormente: pastas servem para organização, A caminho mais rápido para acessar e manipular arquivos e
vimos que uma pasta pode conter outras pastas, arquivos e atalhos. pastas e outros objetos é através do “Meu Computador”. Podemos
• Arquivo é um item único que contém um determinado dado. executar tarefas tais como: copiar, colar, mover arquivos, criar pas-
Estes arquivos podem ser documentos de forma geral (textos, fotos, tas, criar atalhos etc.
vídeos e etc..), aplicativos diversos, etc.
• Atalho é um item que permite fácil acesso a uma determina-
da pasta ou arquivo propriamente dito.

71
INFORMÁTICA
– Ferramentas do sistema
• A limpeza de disco é uma ferramenta importante, pois o pró-
prio Windows sugere arquivos inúteis e podemos simplesmente
confirmar sua exclusão.

• O desfragmentador de disco é uma ferramenta muito impor-


tante, pois conforme vamos utilizando o computador os arquivos
ficam internamente desorganizados, isto faz que o computador fi-
que lento. Utilizando o desfragmentador o Windows se reorganiza
internamente tornando o computador mais rápido e fazendo com
que o Windows acesse os arquivos com maior rapidez.
Uso dos menus

• O recurso de backup e restauração do Windows é muito im-


portante pois pode ajudar na recuperação do sistema, ou até mes-
Programas e aplicativos e interação com o usuário mo escolher seus arquivos para serem salvos, tendo assim uma có-
Vamos separar esta interação do usuário por categoria para en- pia de segurança.
tendermos melhor as funções categorizadas.
– Música e Vídeo: Temos o Media Player como player nativo
para ouvir músicas e assistir vídeos. O Windows Media Player é uma
excelente experiência de entretenimento, nele pode-se administrar
bibliotecas de música, fotografia, vídeos no seu computador, copiar
CDs, criar playlists e etc., isso também é válido para o media center.

Inicialização e finalização

72
INFORMÁTICA
Quando fizermos login no sistema, entraremos direto no Win- • Iniciando um novo documento
dows, porém para desligá-lo devemos recorrer ao e:

PACOTE MICROSOFT OFFICE (2016): MICROSOFT


WORD, MICROSOFT EXCEL, MICROSOFT
ACCESS, MICROSOFT POWERPOINT – FUNÇÕES,
CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES
A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do
Microsoft Office Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.

• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word.

GUIA PÁGINA TECLA DE


ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO
Justificar (arruma a direito
e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem

Alinhamento à direita Ctrl + G

Centralizar o texto Ctrl + E

Alinhamento à esquerda Ctrl + Q


O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para
uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas • Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
em geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
PowerPoint. A seguir verificamos sua utilização mais comum: de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação),
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
Word máticos.
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele
podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo
com a necessidade. GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

Limpa a formatação

73
INFORMÁTICA
• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

– Podemos também ter o intervalo A1..B3


• Outros Recursos interessantes:

GUIA ÍCONE FUNÇÃO


- Mudar
Forma
Página - Mudar cor
inicial de Fundo
- Mudar cor
do texto

- Inserir
Tabelas
Inserir
- Inserir – Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
Imagens lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.

Verificação e • Formatação células


Revisão correção ortográ-
fica

Arquivo Salvar

Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es- • Fórmulas básicas
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

74
INFORMÁTICA
• Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.

• Área de Trabalho do PowerPoint

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários


no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe-
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho.
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já
apresentado anteriormente.

Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre-


ver conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
uma posição para outra utilizando o mouse.
As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
para passagem entre elementos das apresentações.
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, o
Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no que
diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópico referente
ao Word, itens de formatação básica de texto como: alinhamentos, ti-
pos e tamanhos de letras, guias de marcadores e recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

75
INFORMÁTICA
Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre- • Atualizações no Word
sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando – No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito. tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes-
quisa inteligente;
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to-
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade
de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le- • Atualizações no Excel
vando a experiência dos usuários a outro nível. – O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
Office 2013 veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar questão do compartilhamento dos arquivos.
a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque • Atualizações no PowerPoint
(TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen- – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
tos com telas simples funciona normalmente. riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- tão do compartilhamento dos arquivos;
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- – O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
fones diversos. 3D na apresentação.

• Atualizações no Word Office 2019


– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura;
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; • Atualizações no Word
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como – Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
editar PDF(s). desenvolvimento de documentos;

• Atualizações no Excel
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016 – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta- Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

76
INFORMÁTICA

• Atualizações no Excel
– Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
algum mapa que deseja construir.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint.

Observações importantes:
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

COMPONENTES BÁSICOS DE HARDWARE DOS


COMPUTADORES, PERIFÉRICOS, DISPOSITIVOS DE
• Atualizações no PowerPoint ENTRADA, SAÍDA E ARMAZENAMENTO DE DADOS –
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta FUNÇÕES E CARACTERÍSTICAS
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação. Hardware
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os
dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu-
tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi-
do, monitor, scanner, etc.

Software
Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta-
refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software
são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas
em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral

• Software de sistema operacional


O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo-
ws, Linux, Unix , Solaris etc.

77
INFORMÁTICA
• Software de aplicação Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- cal.
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc. Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
Para não esquecer: – Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
HARDWARE É a parte física do computador nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
São os programas no computador (de – Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
SOFTWARE
funcionamento e tarefas) das vezes, a empresa;

Periféricos Vejamos um exemplo: [email protected] / @hotmail.


Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados com.br / @editora.com.br
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali- – Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou recebidas;
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo – Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida- não enviadas;
de de som, alto falantes, etc. – E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
Tipos: – Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
PERIFÉRICOS – Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA
Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
PERIFÉRICOS Utilizados para saída/visualização de – Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
DE SAÍDA dados rio do e-mail;
– CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
• Periféricos de entrada mais comuns. sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item destinatários envolvidos;
essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos – CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular; entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados mensagem;
para uso no computador; – Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele – Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com- programas, música, textos e outros);
putador. – Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.
• Periféricos de saída populares mais comuns • Uso do correio eletrônico
– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário; – Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Impressoras, que permite a impressão de dados para mate- – Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
rial físico; vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador; ção de contas estão no tópico acima;
– Fones de ouvido. – Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
Sistema Operacional – Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio- mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
namento do computador. É a plataforma de execução do usuário. Mail, Gmail, etc.;
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais – O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
como Windows, Linux, Unix , Solaris etc. de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
• Aplicativos e Ferramentas tante parecidas.
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tarefas
específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access,
além de ferramentas construídas para fins específicos.

CORREIO ELETRÔNICO – FUNÇÕES E APLICAÇÕES

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

78
INFORMÁTICA
• Preparo e envio de mensagens

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado; A internet é a base da computação em nuvem, os servidores
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá-
extremo dando muitas voltas; rios e às empresas.
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto A computação em nuvem permite que os consumidores alu-
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados. guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser-
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
• Anexação de arquivos usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em
um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações.

• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-


xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
o texto.

• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem


– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.

Computação de nuvem (Cloud Computing)

• Conceito de Nuvem (Cloud)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim-


ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces-
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas
que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One-
Drive.

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas.

79
INFORMÁTICA
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
[email protected];

80
INFORMÁTICA
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens Criar nova mensagem de e-mail
recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ain-
da não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os
e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina-
tário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-
destinatários envolvidos. ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos; outra pessoa não estará visível aos outros destinatários
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está
apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las con-
forme a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
resposta ou encaminhamento.
A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail,
referida no item “Endereços de e-mail”.

81
INFORMÁTICA

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
te, segundo a figura abaixo:

Adicionar assinatura de e-mail à mensagem


Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada
mensagem. Imprimir uma mensagem de e-mail
Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

82
INFORMÁTICA
– Ativos: neste momento, faz-se a utilização dos dados cole-
CONCEITOS BÁSICOS DE SEGURANÇA DA tados no ataque passivo para, por exemplo, derrubar um sistema,
INFORMAÇÃO, SISTEMAS ANTIVÍRUS infectar o sistema com malwares, realizar novos ataques a partir da
máquina-alvo ou até mesmo destruir o equipamento (Ex.: intercep-
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO tação, monitoramento, análise de pacotes).
Segurança da informação é o conjunto de ações para proteção
de um grupo de dados, protegendo o valor que ele possui, seja para Política de Segurança da Informação
um indivíduo específico no âmbito pessoal, seja para uma organi- Este documento irá auxiliar no gerenciamento da segurança
zação1. da organização através de regras de alto nível que representam os
É essencial para a proteção do conjunto de dados de uma cor- princípios básicos que a entidade resolveu adotar de acordo com
poração, sendo também fundamentais para as atividades do negó- a visão estratégica da mesma, assim como normas (no nível táti-
cio. co) e procedimentos (nível operacional). Seu objetivo será manter
Quando bem aplicada, é capaz de blindar a empresa de ata- a segurança da informação. Todos os detalhes definidos nelas serão
ques digitais, desastres tecnológicos ou falhas humanas. Porém, para informar sobre o que pode e o que é proibido, incluindo:
qualquer tipo de falha, por menor que seja, abre brecha para pro- • Política de senhas: define as regras sobre o uso de senhas nos
blemas. recursos computacionais, como tamanho mínimo e máximo, regra
A segurança da informação se baseia nos seguintes pilares2: de formação e periodicidade de troca.
– Confidencialidade: o conteúdo protegido deve estar disponí- • Política de backup: define as regras sobre a realização de có-
vel somente a pessoas autorizadas. pias de segurança, como tipo de mídia utilizada, período de reten-
– Disponibilidade: é preciso garantir que os dados estejam ção e frequência de execução.
acessíveis para uso por tais pessoas quando for necessário, ou seja, • Política de privacidade: define como são tratadas as infor-
de modo permanente a elas. mações pessoais, sejam elas de clientes, usuários ou funcionários.
– Integridade: a informação protegida deve ser íntegra, ou seja, • Política de confidencialidade: define como são tratadas as
sem sofrer qualquer alteração indevida, não importa por quem e informações institucionais, ou seja, se elas podem ser repassadas
nem em qual etapa, se no processamento ou no envio. a terceiros.
– Autenticidade: a ideia aqui é assegurar que a origem e auto-
ria do conteúdo seja mesmo a anunciada. Mecanismos de segurança
Um mecanismo de segurança da informação é uma ação, técni-
Existem outros termos importantes com os quais um profissio- ca, método ou ferramenta estabelecida com o objetivo de preservar
nal da área trabalha no dia a dia. o conteúdo sigiloso e crítico para uma empresa.
Podemos citar a legalidade, que diz respeito à adequação do Ele pode ser aplicado de duas formas:
conteúdo protegido à legislação vigente; a privacidade, que se re- – Controle físico: é a tradicional fechadura, tranca, porta e
fere ao controle sobre quem acessa as informações; e a auditoria, qualquer outro meio que impeça o contato ou acesso direto à infor-
que permite examinar o histórico de um evento de segurança da mação ou infraestrutura que dá suporte a ela
informação, rastreando as suas etapas e os responsáveis por cada – Controle lógico: nesse caso, estamos falando de barreiras
uma delas. eletrônicas, nos mais variados formatos existentes, desde um anti-
vírus, firewall ou filtro anti-spam, o que é de grande valia para evitar
Alguns conceitos relacionados à aplicação dos pilares infecções por e-mail ou ao navegar na internet, passa por métodos
– Vulnerabilidade: pontos fracos existentes no conteúdo pro- de encriptação, que transformam as informações em códigos que
tegido, com potencial de prejudicar alguns dos pilares de segurança terceiros sem autorização não conseguem decifrar e, há ainda, a
da informação, ainda que sem intenção certificação e assinatura digital, sobre as quais falamos rapidamente
– Ameaça: elemento externo que pode se aproveitar da vulne- no exemplo antes apresentado da emissão da nota fiscal eletrônica.
rabilidade existente para atacar a informação sensível ao negócio.
– Probabilidade: se refere à chance de uma vulnerabilidade ser Todos são tipos de mecanismos de segurança, escolhidos por
explorada por uma ameaça. profissional habilitado conforme o plano de segurança da informa-
– Impacto: diz respeito às consequências esperadas caso o con- ção da empresa e de acordo com a natureza do conteúdo sigiloso.
teúdo protegido seja exposto de forma não autorizada.
– Risco: estabelece a relação entre probabilidade e impacto, Criptografia
ajudando a determinar onde concentrar investimentos em seguran- É uma maneira de codificar uma informação para que somen-
ça da informação. te o emissor e receptor da informação possa decifrá-la através de
uma chave que é usada tanto para criptografar e descriptografar a
Tipos de ataques informação4.
Cada tipo de ataque tem um objetivo específico, que são eles3: Tem duas maneiras de criptografar informações:
– Passivo: envolve ouvir as trocas de comunicações ou gravar • Criptografia simétrica (chave secreta): utiliza-se uma chave
de forma passiva as atividades do computador. Por si só, o ataque secreta, que pode ser um número, uma palavra ou apenas uma
passivo não é prejudicial, mas a informação coletada durante a ses- sequência de letras aleatórias, é aplicada ao texto de uma mensa-
são pode ser extremamente prejudicial quando utilizada (adultera- gem para alterar o conteúdo de uma determinada maneira. Tanto
ção, fraude, reprodução, bloqueio). o emissor quanto o receptor da mensagem devem saber qual é a
chave secreta para poder ler a mensagem.

1 https://ecoit.com.br/seguranca-da-informacao/
2 https://bit.ly/2E5beRr
3 https://www.diegomacedo.com.br/modelos-e-mecanismos-de-seguranca-da- 4 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-segu-
-informacao/ ranca-da-informacao-parte-2/

83
INFORMÁTICA
• Criptografia assimétrica (chave pública):tem duas chaves relacionadas. Uma chave pública é disponibilizada para qualquer pessoa
que queira enviar uma mensagem. Uma segunda chave privada é mantida em segredo, para que somente você saiba.

Qualquer mensagem que foi usada a chave púbica só poderá ser descriptografada pela chave privada.
Se a mensagem foi criptografada com a chave privada, ela só poderá ser descriptografada pela chave pública correspondente.
A criptografia assimétrica é mais lenta o processamento para criptografar e descriptografar o conteúdo da mensagem.
Um exemplo de criptografia assimétrica é a assinatura digital.
• Assinatura Digital: é muito usado com chaves públicas e permitem ao destinatário verificar a autenticidade e a integridade da infor-
mação recebida. Além disso, uma assinatura digital não permite o repúdio, isto é, o emitente não pode alegar que não realizou a ação. A
chave é integrada ao documento, com isso se houver alguma alteração de informação invalida o documento.
• Sistemas biométricos: utilizam características físicas da pessoa como os olhos, retina, dedos, digitais, palma da mão ou voz.

Firewall
Firewall ou “parede de fogo” é uma solução de segurança baseada em hardware ou software (mais comum) que, a partir de um con-
junto de regras ou instruções, analisa o tráfego de rede para determinar quais operações de transmissão ou recepção de dados podem
ser executadas. O firewall se enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua missão, por assim dizer, consiste basicamente em
bloquear tráfego de dados indesejado e liberar acessos bem-vindos.

Representação de um firewall.5

Formas de segurança e proteção


– Controles de acesso através de senhas para quem acessa, com autenticação, ou seja, é a comprovação de que uma pessoa que está
acessando o sistema é quem ela diz ser6.
– Se for empresa e os dados a serem protegidos são extremamente importantes, pode-se colocar uma identificação biométrica como
os olhos ou digital.
– Evitar colocar senhas com dados conhecidos como data de nascimento ou placa do seu carro.
– As senhas ideais devem conter letras minúsculas e maiúsculas, números e caracteres especiais como @ # $ % & *.
– Instalação de antivírus com atualizações constantes.
– Todos os softwares do computador devem sempre estar atualizados, principalmente os softwares de segurança e sistema operacio-
nal. No Windows, a opção recomendada é instalar atualizações automaticamente.
– Dentre as opções disponíveis de configuração qual opção é a recomendada.
– Sempre estar com o firewall ativo.
– Anti-spam instalados.
– Manter um backup para caso de pane ou ataque.
– Evite sites duvidosos.
– Não abrir e-mails de desconhecidos e principalmente se tiver anexos (link).
– Evite ofertas tentadoras por e-mail ou em publicidades.
– Tenha cuidado quando solicitado dados pessoais. Caso seja necessário, fornecer somente em sites seguros.
– Cuidado com informações em redes sociais.
– Instalar um anti-spyware.
– Para se manter bem protegido, além dos procedimentos anteriores, deve-se ter um antivírus instalado e sempre atualizado.

NOÇÕES DE VÍRUS, ANTIVÍRUS

Noções de vírus, worms e pragas virtuais (Malwares)


– Malwares (Pragas): São programas mal intencionados, isto é, programas maliciosos que servem pra danificar seu sistema e diminuir
o desempenho do computador;
– Vírus: São programas maliciosos que, para serem iniciados, é necessária uma ação (por exemplo um click por parte do usuário);

5 Fonte: https://helpdigitalti.com.br/o-que-e-firewall-conceito-tipos-e-arquiteturas/#:~:text=Firewall%20%C3%A9%20uma%20solu%C3%A7%C3%A3o%20
de,de%20dados%20podem%20ser%20executadas.
6 https://centraldefavoritos.com.br/2016/11/19/conceitos-de-protecao-e-seguranca-da-informacao-parte-3/

84
INFORMÁTICA
– Worms: São programas que diminuem o desempenho do sistema, isto é, eles exploram a vulnerabilidade do computador se instalam
e se replicam, não precisam de clique do mouse por parte do usuário ou ação automática do sistema.

Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, antispyware etc.)

• Antivírus
O antivírus é um software que encontra arquivos e programas maléficos no computador. Nesse sentido o antivírus exerce um papel
fundamental protegendo o computador. O antivírus evita que o vírus explore alguma vulnerabilidade do sistema ou até mesmo de uma
ação inesperada em que o usuário aciona um executável que contém um vírus. Ele pode executar algumas medidas como quarentena,
remoção definitiva e reparos.
O antivírus também realiza varreduras procurando arquivos potencialmente nocivos advindos da Internet ou de e-mails e toma as
medidas de segurança.

• Firewall
Firewall, no caso, funciona como um filtro na rede. Ele determina o que deve passar em uma rede, seja ela local ou corporativa, blo-
queando entradas indesejáveis e protegendo assim o computador. Pode ter regras simples ou complexas, dependendo da implementação,
isso pode ser limitado a combinações simples de IP / porta ou fazer verificações completas.

• Antispyware
Spyware é um software espião, que rouba as informações, em contrário, o antispyware protege o computador funcionando como o
antivírus em todos os sentidos, conforme relatado acima. Muitos antivírus inclusive já englobam tais funções em sua especificação.

SISTEMAS DE BACKUP

Procedimentos de backup
Backup é uma cópia dos dados para segurança e proteção. É uma forma de proteger e recuperar os dados na ocorrência de algum
incidente. Desta forma os dados são protegidos contra corrupção, perda, desastres naturais ou causados pelo homem.
Nesse contexto, temos quatro modelos mais comumente adotados: o backup completo, o incremental, o diferencial e o espelho.
Geralmente fazemos um backup completo na nuvem (Através da Internet) e depois um backup incremental para atualizar somente o que
mudou, mas vamos detalhar abaixo os tipos para um entendimento mais completo.

• Backup completo
Como o próprio nome diz, é uma cópia de tudo, geralmente para um disco e fita, mas agora podemos copiar para a Nuvem, visto que
hoje temos acesso a computadores através da internet. Apesar de ser uma cópia simples e direta, é demorada, nesse sentido não é feito
frequentemente. O ideal é fazer um plano de backup combinado entre completo, incremental e diferencial.

• Backup incremental
Nesse modelo apenas os dados alterados desde a execução do último backup serão copiados. Geralmente as empresas usam a data
e a hora armazenada para comparar e assim atualizar somente os arquivos alterados. Geralmente é uma boa opção por demorar menos
tempo, afinal só as alterações são copiadas, inclusive tem um tamanho menor por conta destes fatores.

• Backup diferencial
Este modelo é semelhante ao modelo incremental. A primeira vez ele copia somente o que mudou do backup completo anterior. Nas
próximas vezes, porém, ele continua fazendo a cópia do que mudou do backup anterior, isto é, engloba as novas alterações. Os backups
diferenciais são maiores que os incrementais e menores que os backups completos.

• Backup Espelho
Como o próprio nome diz, é uma cópia fiel dos dados, mas requer uma estrutura complexa para ser mantido. Imaginem dois lugares
para gravar dados ao mesmo tempo, daí o nome de espelho. Este backup entra em ação rápido na falha do principal, nesse sentido este
modelo é bom, mas ele não guarda versões anteriores. Se for necessária uma recuperação de uma hora específica, ele não atende, se os
dados no principal estiverem corrompidos, com certeza o espelho também estará.

SEQUÊNCIA DE BACKUP BACKUP COMPLETO BACKUP ESPELHO BACKUP INCREMENTAL BACKUP DIFERENCIAL
Seleciona tudo e
Backup 1 Copia tudo - -
copia
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 2 Copia tudo
copia backup 1 backup 1
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 3 Copia tudo
copia backup 2 backup 1
Seleciona tudo e Copia as mudanças do Copia as mudanças do
Backup 4 Copia tudo
copia backup 3 backup 1

85
INFORMÁTICA
Autenticação
CRIPTOGRAFIA, ASSINATURA DIGITAL E A autenticação digital é o meio pelo qual se tem como objetivo
AUTENTICAÇÃO identificar e validar a identificação dos autores de um documento
transmitido por meios eletrônicos. A autenticação se dá por meio
Noções de criptografia da assinatura eletrônica e certificado digital.
O conceito de criptografia diz respeito à capacidade de emba-
ralhar todo o conteúdo usando uma fórmula e uma chave secreta.
Desta forma somente aqueles de detenham a chave para decripto- CONCEITOS BÁSICOS DE REDE, COMPONENTES,
grafar podem acessar a informação original. TOPOLOGIAS, ESTAÇÃO E SERVIDOR, LAN E WAN.
CONCEITOS DE INTRANET, INTERNET
▪ Tipos de criptografia
Tipos de rede de computadores
Tipos de criptografia • LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.
Criptografia Descrição
Utiliza uma chave única para cifrar e
Simétrica decifrar a mensagem. Nesse caso a chave
secreta é compartilhada
Utiliza um par de chaves: uma chave
pública e outra chave privada. As duas
chaves se relacionam por meio de um
algoritmo. O remetente criptografa o
Assimétrica
contéudo pelo conjunto dessas duas
chaves. O destinatário só decriptografa o
conteúdo quando ocorre novamente uma
combinação dessas duas chaves.
Utiliza características da física
Quântica
quântica, ainda não é usual.
É uma criptografia que exige um
grande poder computacional, está sendo
usada por grandes empresas tais como
IBM, MICROSOFT, GOOGLE mais ainda
• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-
não está difundida ao público em geral.
Homomórfica plo.
Refere-se a um conjunto de métodos
de criptografia idealizados por Rivest,
Adleman e Dertouzos e em 1978 e
utilizada pela primeira vez por Craig
Gentry em 2009.

Assinatura digital
É a geração de um par de chaves criptográficas (codificadas).
Nesse caso o responsável (pessoa ou entidade) mantém as duas
chaves: Uma chave pública que pode ser divulgada, e a outra chave
privada que é mantida pelo dono.
Desta forma ao enviarem uma mensagem criptografada com
uma chave pública, ela somente poderá ser decriptografada com a
chave privada correspondente.
Neste caso para uma operação ser validada, as duas chaves
têm que se relacionarem para que haja sucesso na transação.

Certificação digital
Certificado digital é um documento eletrônico, uma identidade
eletrônica que é única e exclusiva de uma pessoa (física/jurídica).
Ele permite a identificação segura por meio de criptografia em tran-
sações em meios eletrônicos.
É emitido e assinado por uma autoridade certificadora garan-
tindo assim sua autenticidade, sendo que na geração do certificado
digital são associadas um par de chaves criptográficas (codificadas),
que serão utilizadas para validar uma transação.
Pode ficar gravado internamente em um computador, em car-
tões, em tokens (pen-drive), por se tratar de um componente ele-
trônico.

86
INFORMÁTICA
• WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que Internet Explorer 11
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
mos o conceito.

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Micro-


Navegação e navegadores da Internet soft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador sim-
plificado com muitos recursos novos.
• Internet Dentro deste ambiente temos:
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção – Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que
global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co- protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
municam. – Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um en-
dereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://
• Procedimentos de Internet e intranet www.gov.br/pt-br/
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas – Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No
informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa- exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down- pt-br/ está aberta.
load), etc. – Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como:
imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre
outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da inter-


net muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos
que possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns
dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

87
INFORMÁTICA
• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos

Mozila Firefox

Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto de nosso estudo:

88
INFORMÁTICA
Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox

5 Barra de Endereços

6 Ver históricos e favoritos Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra,


7 1 Botão Voltar uma página
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos 2 Botão avançar uma página
8
detalhar adiante)
Mostra menu de contexto com várias 3 Botão atualizar a página
9
opções
4 Barra de Endereço.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados 5 Adicionar Favoritos
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc.,
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado 6 Usuário Atual
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- Exibe um menu de contexto que iremos relatar
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- 7
seguir.
dos seguros após o uso.
O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
Google Chrome dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
nalidades.

• Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi- pronto.
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa- Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
das por concorrentes. voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Vejamos: Para removê-lo, basta clicar em excluir.
• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

89
INFORMÁTICA
• Histórico • Sincronização
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, rão disponíveis na sua conta Google.
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Por exemplo:
dia a dia se preferir. – Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras Safari


Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes- ções implementadas.
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o Vejamos:
progresso e os downloads concluídos.

90
INFORMÁTICA
• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-
-lo, basta clicar em excluir.

91
INFORMÁTICA

• Histórico e Favoritos

• Pesquisar palavras
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o atalho
do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um algum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Neste
caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o progresso e os downloads concluídos.

92
INFORMÁTICA

PACOTE LIBRE OFFICE: O PROCESSADOR DE TEXTOS WRITER, A PLANILHA CALC, O EDITOR DE APRESENTAÇÕES
IMPRESS

LIBREOFFICE 6

O LibreOffice é uma suíte de escritório livre compatível com os principais pacotes de escritório do mercado. O pacote oferece todas as
funções esperadas de uma suíte profissional: editor de textos, planilha, apresentação, editor de desenhos e banco de dados7.

Desenvolvido pela The Document Foundation, ele é bem mais que um pacote de aplicativos de escritório: o LibreOffice é uma das mais
populares suíte de escritório multiplataforma e de código aberto.

Novidades do LibreOffice 6.0


O LibreOffice 6.0 chega dois anos e meio depois da série 5.x, e até o momento, é o maior lançamento da suíte de escritório de código
aberto e multiplataforma.
Ele apresenta um design renovado com novos estilos de mesa, barras de notebook aprimoradas, novos gradientes, novos ícones ele-
mentares, melhorias de menu e barra de ferramentas e motivos atualizados/tela inicial.
7 https://www.edivaldobrito.com.br/libreoffice-6-0/

93
INFORMÁTICA
Essa versão oferece interoperabilidade superior com documentos do Microsoft Office e compatibilidade com o formato EPUB3, permi-
tindo que os usuários exportem arquivos ODT para o formato EPUB3.
Ele também permite importar seus documentos e modelos do AbiWord, Microsoft Publisher, PageMaker e QuarkXPress, graças à im-
plementação de um conjunto de novas bibliotecas de código aberto contribuídas pelo projeto Document Liberation.
Muitas grandes melhorias foram feitas para os filtros OOXML e ODF, bem como no EMF+, Adobe Freehand, Microsoft Visio, Adobe
Pagemaker, FictionBook, Apple Keynote, Pages e Numbers, bem como a funcionalidade de importação do Quattro Pro e de exportação
para XHTML.
O LibreOffice Online recebeu inúmeras melhorias também nesta grande versão do LibreOffice.
Estes incluem um novo recurso “Salvar como”, uma nova caixa de diálogo “Localizar e substituir”, a capacidade do Calc de gerenciar
meio milhão de linhas e o suporte de verificação ortográfica para Writer, Calc e Impress.
Além disso, o LibreOffice 6.0 repaginou a caixa de diálogo caracteres especiais com a adição de listas para caracteres recentes e favori-
tos e um campo de pesquisa. A caixa de diálogo Personalizar foi também redesenhada.

Novos Recursos e Funcionalidades para Writer, Calc, Impress e Draw


Confira abaixo os novos recursos e funcionalidades para Writer, Calc, Impress e Draw.

Writer
O Writer do LibreOffice 6.0 possui um novo menu de formulário para facilitar a concepção de formulários e criar formulários PDF com-
patíveis com padrões, comportamento de campo de entrada melhorado, capacidade de rotação de imagens em qualquer ângulo, função
de mala direta aprimorada com suporte para escrever um documento ou um documento Arquivo XLSX como fonte de dados, novo espaço
de coluna padrão de 0,5 cm e um novo conjunto de estilos de lista de numeração padrão.

A função de “Mail merge” sofreu também alterações, e agora é possível usar um documento do Writer ou um ficheiro XLSX como fonte
de dados8.
Calc
O Calc no LibreOffice 6.0 recebeu funções compatíveis com ODF 1.2 como FINDB, REPLACEB e SEARCHB para melhorar o suporte ao
formato padrão ISO, a capacidade de exportar uma seleção de células ou um grupo selecionado de formas (imagens) nos formatos JPG
ou PNG.
Foi melhorada a Caixa de diálogo “Links”, colar texto não formatado e um novo comando para selecionar células desprotegidas em
folhas protegidas ou desprotegidas.

Impress e Draw
Impress e Draw do LibreOffice 6.0 recebeu um novo tamanho de slide padrão de 16: 9 para suportar a maioria dos fatores de forma
modernos de telas e projetores, juntamente com 10 novos modelos de Impress e atualizados mais velhos.

8 https://pplware.sapo.pt/software/office-da-microsoft-chegou-libreoffice-6-0/

94
INFORMÁTICA

Também foi removida a caixa de diálogo de confirmação ao definir uma imagem como slide ou fundo da página e há mais possibilida-
des de colocação e ampliação na caixa de diálogo Duplicar e uma interface melhor para lidar com os atributos da camada no Draw.
Por último, mas não menos importante, o LibreOffice 6.0 permite aos usuários usar chaves OpenPGP para assinar documentos ODF em
todas as plataformas suportadas, juntamente com suporte experimental para criptografia baseada em OpenPGP.
Essa versão também melhora a barra de ferramentas Localizar com uma lista suspensa de tipos de pesquisa para acelerar a navegação
e melhora a classificação do documento para permitir várias políticas. Também foram adicionadas novas fontes Noto e LibreOffice Helper.
Complementando o assunto, o novo lançamento do LibreOffice Viewer para Android está próximo e virá com suporte para criar novos
documentos, uma barra de ferramentas baseada em tabulações com opções de formatação, suporte para adicionar imagens da câmera
do dispositivo, armazenamento em nuvem ou local, um modo de apresentação para Impress e uma melhoria na interface de usuário no
Calc com cabeçalhos de coluna.

A APLICAÇÃO DE DESENHO E FLUXOGRAMAS DRAW

DRAW - LIBREOFFICE

O LibreOffice Draw permite criar desenhos simples e complexos e exportá-los em diversos formatos de imagem comuns. Você tam-
bém pode inserir nos seus desenhos tabelas, gráficos, fórmulas e outros itens criados em programas do LibreOffice.

Tela inicial.

Menus
Veja a seguir uma descrição de todos os menus, submenus e caixas de diálogos do LibreOffice Draw.
A janela contendo o documento que você deseja trabalhar deve estar selecionada para que seja possível utilizar os comandos de
menu. Da mesma forma, será necessário selecionar um objeto no documento para poder utilizar os comandos de menu associados ao
objeto.
Os menus são contextuais, o que significa que os itens de menu disponíveis são aqueles que são relevantes ao trabalho que está
sendo realizado no momento. Se o cursor estiver localizado em um texto, todos os itens de menu necessários à edição do texto estarão
disponíveis. Se houver figuras selecionadas em um documento, você verá todos os itens de menu que podem ser utilizados para a edição
de figuras.

95
INFORMÁTICA
Arquivo
Esse menu contém comandos gerais para trabalhar com documentos do Draw, como abrir, fechar e imprimir. Para fechar o LibreOffice
Draw, clique em Sair.

Menu Arquivo.

Opção Função
Novo Cria um novo documento do LibreOffice.
Abrir Abre ou importa um arquivo.
Documentos recentes Lista os arquivos abertos mais recentemente. Para abrir um
arquivo da lista, clique no nome dele O arquivo será aberto pelo
módulo do LibreOffice que o salvou.
Assistentes Guia você na criação de cartas comerciais e pessoais, fax,
agendas, apresentações etc.
Fechar Fecha o documento atual sem sair do programa.
Salvar Salva o documento atual.
Salvar como Salva o documento atual em outro local ou com um nome
de arquivo ou tipo de arquivo diferente.
Exportar Exporta a apresentação ou o desenho e define as opções
de exportação.
Salvar tudo Salva todos os documentos do LibreOffice modificados.
Recarregar Substitui o documento atual pela última versão salva.
Versões Salva e organiza várias versões do documento atual no
mesmo arquivo. Você também pode abrir, excluir e comparar
versões anteriores.
Enviar Envia uma cópia do documento atual para diferentes apli-
cativos.
Assinaturas digitais Esta caixa de diálogo adiciona e remove assinaturas digitais
do documento. Você também pode usá-la para exibir certifica-
dos.
Propriedades Exibe as propriedades do arquivo atual, inclusive estatísti-
cas, como contagem de palavras e a data da criação do arquivo.
Modelos Permite organizar e editar os modelos, bem como salvar o
arquivo atual como um modelo.

96
INFORMÁTICA

Visualizar no navegador da Web Cria uma cópia temporária do documento atual no formato
HTML e abre o navegador Web padrão do seu sistema para
exibir o arquivo HTML.
Imprimir Imprime o documento atual, a seleção ou as páginas que
você especificar. Você também pode definir as opções de im-
pressão para o documento atual.
Configurar impressora Selecione a impressora padrão para o documento atual.
Sair Fecha todos os programas do LibreOffice e pede para salvar
as modificações.

Editar
Os comandos desse menu são usados para editar os documentos do Draw (por exemplo, copiar e colar).

Menu Editar.

Opção Função
Desfazer Desfaz o último comando ou a última entrada digitada. Para
selecionar o comando que deseja desfazer, clique na seta ao lado
do ícone Desfazer na barra Padrão.
Refazer Reverte a ação do último comando Desfazer. Para selecionar
a etapa Desfazer que deseja reverter, clique na seta ao lado do
ícone Refazer na barra de ferramentas Padrão.
Cortar Remove e copia a seleção para a área de transferência.
Copiar Copia a seleção para a área de transferência.
Colar Insere o conteúdo da área de transferência no local do cur-
sor, e substitui qualquer texto ou objeto selecionado.
Colar especial Insere o conteúdo da área de transferência no arquivo atual
em um formato que você pode especificar.
Selecionar tudo Seleciona todo o conteúdo do arquivo, quadro ou objeto de
texto atual.
Localizar e substituir Procura ou substitui textos ou formatos no documento
atual.
Pontos Permite que você edite os pontos do desenho.
Pontos de colagem Permite que você edite os pontos de colagem do desenho.
Duplicar Faz uma ou mais cópias de um objeto selecionado.
Transições Cria formas e as distribui em incrementos uniformes entre
os dois objetos de desenho.
Campos Edita as propriedades de um campo inserido.

97
INFORMÁTICA

Excluir slide Exclui o slide ou a página atual.


Vínculos Permite a edição das propriedades de cada vínculo no
documento atual, incluindo o caminho para o arquivo de origem.
Este comando não estará disponível se o documento atual não
contiver vínculos para outros arquivos.
Plug-in Permite a edição de plug-ins no seu arquivo. Escolha este
comando para ativar ou desativar este recurso. Quando ativado,
aparecerá uma marca de seleção ao lado do comando, e você
verá comandos para editar o plug-in em seu menu de contexto.
Quando desativado, você verá comandos para controlar o plug-in
no menu de contexto.
Mapa de imagem Permite que você anexe URLs a áreas específicas, denomina-
das pontos de acesso, em uma figura ou em um grupo de figuras.
Um Mapa de imagem é um grupo com um ou mais pontos de
acesso.
Objeto Permite editar um objeto selecionado no arquivo, inserido
com o comando Inserir - Objeto.
Hyperlink Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie e edite
hyperlinks.

Exibir
Define as propriedades de exibição dos documentos do Draw.

Menu Exibir.

Opção Função
Normal Passa para a exibição normal da página.
Mestre Passa para a exibição mestre da página.
Cor/Escala de cinza Mostra os slides em cores, em escala de cinza ou em preto
e branco.
Painel de páginas Ativa e desativa o Painel Página.
Barra de status Mostra ou oculta a barra de status na borda inferior da
janela.
Status do método de entrada Mostra ou oculta a janela de status do IME (Input Method
Engine).
Régua Exibe ou oculta réguas no alto e na lateral esquerda da área
de trabalho.
Grade Define as propriedades de exibição de uma grade.
Guias Especifica as opções de exibição para guias.

98
INFORMÁTICA

Navegador Abre o Navegador, com o qual é possível saltar para outros


slides ou mover entre arquivos abertos.
Zoom Reduz ou amplia a exibição de tela do LibreOffice.

Inserir
Esse menu permite inserir elementos, como figuras e guias, em documentos do Draw.

Menu Inserir.

Opção Função
Slide Insere uma página em branco após a página selecionada.
Duplicar slide Insere uma cópia do slide após o slide atual.
Camada Insere uma nova camada no documento. Camadas só exis-
tem no Draw, e não existem no Impress.
Inserir Ponto / Linha-guia Insere um ponto-guia ou uma linha-guia (também conheci-
do como guia) que pode usar para alinhar objetos rapidamente.
Campos Lista os campos comuns que podem ser inseridos no slide.
Anotação Insere uma anotação.
Caractere especial Insere caracteres especiais a partir das fontes instaladas.
Marca de formatação Abe um submenu para inserir marcas especiais de formata-
ção. Ative o CTL para mais comandos.
Hyperlink Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie e edite
hyperlinks.
Tabela Insere uma nova tabela no slide atual ou página.
Figura Selecione a origem da figura que deseja inserir.
Filme e som Insere um arquivo de vídeo ou de som no documento.
Objeto de desenho Insere um objeto em seu documento. Para filmes e sons,
utilize Inserir - Filme e som.
Gráfico Insere um gráfico.
Quadro flutuante Insere um quadro flutuante no documento atual. Quadros
flutuantes são utilizados em documentos HTML para exibir con-
teúdo de outro arquivo.
Arquivo Insere um arquivo no slide ativo. Você pode inserir arquivos
do LibreOffice Draw ou Impress, ou textos de um documento
HTML ou de um arquivo de texto.

99
INFORMÁTICA
Formatar
Contém comandos para a formatação do layout e do conteúdo do documento.

Menu Formatar.

Opção Função
Formatação padrão Remove a formatação direta e a formatação por estilos de
caracteres da seleção.
Caractere Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres sele-
cionados.
Parágrafo Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo, alinha-
mento e recuo.
Numeração e marcadores Adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual e
permite que você edite o formato da numeração ou dos marca-
dores.
Página Define a orientação da página, as margens da página, o
plano de fundo e outras opções de layout.
Alterar caixa Altera a caixa dos caracteres selecionados. Se o cursor
estiver no meio de uma palavra e não houver texto selecionado,
então a palavra será a seleção.
Posição e tamanho Redimensiona, move, gira ou inclina o objeto selecionado.
Linha Define as opções de formatação para a linha selecionada.
Área Define as propriedades de preenchimento do objeto de
desenho selecionado.
Texto Define as propriedades de layout e de ancoramento do texto
no objeto de texto ou de desenho selecionado.
Camada Altera as propriedades da camada selecionada.
Estilos e formatação Lista os estilos disponíveis em uma janela flutuante.

100
INFORMÁTICA
Ferramentas
Este menu fornece ferramentas do LibreOffice Draw, bem como acesso às configurações de idioma e sistema.

Menu Ferramentas.

Opção Função
Verificação ortográfica Verifica a ortografia manualmente.
Idioma Abre um submenu para escolher comandos específicos do
idioma.
Galeria Abre a Galeria, onde você poderá selecionar figuras e sons
para inserir em seu documento.
Substituidor de cor Abre o diálogo Substituidor de cor para substituir cores em
um bitmap ou figura de meta arquivo.
Player de mídia Abre a janela do Player de mídia, para poder visualizar arqui-
vos de filme e som e inseri-los no documento atual.
Macros Permite gravar, organizar e editar macros.
Gerenciador de extensão O Gerenciador de extensão adiciona, remove, desativa, ativa
e atualiza extensões do LibreOffice.
Filtros XML Abre a caixa de diálogo Configurações do filtro XML, onde
você pode criar, editar, excluir e testar filtros para importar e
exportar arquivos XML.
Opções da autocorreção Define as opções para a substituição automática de texto à
medida que você digita.
Personalizar Personaliza menus, teclas de atalho, barras de ferramentas e
atribuições de macros do LibreOffice para eventos.
Opções Este comando abre uma caixa de diálogo para configuração
personalizada do programa.

101
INFORMÁTICA
Modificar
Contém comandos para modificar objetos no seu documento.

Menu Modificar.

Opção Função
Girar Gira o(s) objeto(s) selecionado(s).
Inverter Inverte o objeto selecionado, horizontalmente ou vertical-
mente.
Converter Opções para converter o objeto selecionado.
Dispor Altera a ordem de empilhamento de um objeto selecionado.
Alinhar (objetos) Alinha os objetos selecionados em relação a outro.
Distribuição Distribui uniformemente pelos eixos horizontal e vertical
três ou mais objetos selecionados. Também é possível distribuir
uniformemente o espaçamento entre os objetos.
Nome Atribui um nome ao objeto selecionado, para que você pos-
sa encontrar rapidamente o objeto no Navegador.
Agrupar Agrupa os objetos selecionados de forma que possam ser
movidos como um único objeto.
Desagrupar Decompõe o grupo selecionado em objetos distintos.
Entrar no grupo Abre o grupo selecionado para que você possa editar os
objetos individuais. Se o grupo selecionado contiver um grupo
aninhado, você poderá repetir este comando nos subgrupos.
Sair do grupo Sai do grupo, de modo que você não possa mais editar os
objetos individuais nele.
Combinar Combina dois ou mais objetos selecionados em uma única
forma. Diferentemente do agrupamento, um objeto combina-
do guarda as propriedades do objeto mais abaixo na ordem de
empilhamento. É possível dividir objetos combinados, mas as
propriedades originais dos objetos serão perdidas.
Dividir Divide um objeto combinado em objetos individuais. Os
objetos resultantes possuirão as mesmas propriedades de linhas
e preenchimentos do objeto combinado.
Formas Cria uma forma a partir de dois ou mais objetos seleciona-
dos.
Conectar Cria uma linha ou uma curva de Bézier conectando duas ou
mais linhas, curvas de Bézier ou outros objetos a uma linha. Os
objetos fechados que contêm um preenchimento serão converti-
dos em linhas e perderão seus preenchimentos.
Quebrar Separa linhas unidas pelo comando Conectar.

102
INFORMÁTICA
Janela
Contém comandos para manipular e exibir janelas de documentos.

Menu Janela.

Opção Função
Nova janela Abre uma nova janela com um desenho em branco.
Fechar janela Fecha a janela (tela) atual.
Desenhos sendo editado Quando há mais de um desenho sendo editado ao mesmo
tempo todas as janelas aparecem abaixo do item fechar janela,
através desta opção é possível alternar a visualização.
Ajuda
O menu da Ajuda permite iniciar e controlar o sistema de Ajuda do LibreOffice.

Menu Ajuda.

Opção Função
Ajuda do LibreOffice Abre a página principal da Ajuda do LibreOffice do aplicativo
atual. Você pode percorrer as páginas da Ajuda e procurar por
termos do índice ou por outro texto.
O que é isto Ativa as dicas de ajuda adicionais sobre o ponteiro do mouse
até o próximo clique.
Suporte Mostra informações de como obter suporte.
Verificar se há atualizações Permite uma conexão internet para o LibreOffice. Se neces-
sitar de um Proxy, verifique as configurações de Proxy do LibreO-
ffice em Ferramentas - Opções - Internet. Escolha então Verificar
atualizações para conferir a disponibilidade de uma nova versão
de sua suíte de escritório

103
INFORMÁTICA

Sobre o LibreOffice Exibe informações gerais do programa, como o número da


versão e os direitos autorais.

Barras de Ferramentas

Esta seção fornece uma visão geral sobre as barras de ferramentas disponíveis no LibreOffice Draw.
Essa visão geral descreve a configuração padrão da barra de ferramentas do LibreOffice.

Barra Padrão
A barra Padrão está localizada na parte superior da janela do LibreOffice e está disponível em todos os aplicativos LibreOffice.

Barra Desenho
A barra Desenho contém as principais ferramentas de desenho.

Barra Linha e Preenchimento


A barra Linha e preenchimento contém comandos para o modo de edição atual.

Barra de Tabela
A barra de Tabela contém as funções necessárias para se trabalhar com tabelas. Ela aparece quando você coloca o cursor dentro de
uma tabela.

Barra Formatação de Texto


Para exibir a barra Formatação de texto, posicione o cursor em um objeto de texto.

Barra Figura
Utilize a barra Figura para definir as opções de cor, contraste e brilho do (s) objeto (s) gráfico (s) selecionado (s).

Barra Editar Pontos


A barra Editar pontos aparece quando você seleciona um polígono e clica em Editar pontos.

Barra Opções
É possível exibir a barra Opções escolhendo Exibir - Barras de ferramentas - Opções.

Barra de Cores
Mostra ou oculta a Barra de cores. Para modificar ou alterar a tabela de cores exibida, escolha Formatar – Área e, em seguida, clique
na guia Cores.

Barra de Status
A barra de status exibe informações sobre o documento, incluindo o objeto atualmente selecionado. Você pode clicar duas vezes em
alguns itens da barra de status para abrir uma caixa de diálogo relacionada.

Configurações 3D
As propriedades dos controles da barra de ferramentas Configurações 3D dos objetos 3D selecionados.

Fontwork
Quando você selecionar um objeto Fontwork, será aberta uma barra de ferramentas Fontwork.

Inserir Figuras

- Escolha Inserir - Figuras - De um arquivo.


- Localize a figura que deseja inserir. Marque a caixa de seleção Vincular para inserir somente um vínculo para a figura. Se quiser ver a
figura antes de inseri-la, selecione Visualizar.
- Após inserir uma figura vinculada, não altere o nome da figura de origem nem mova a figura de origem para outro diretório.
- Clique em Abrir para inserir a figura.

Inserir, Editar, Salvar Bitmaps

Inserir Bitmaps
Uma imagem de bitmap pode ser inserida nos documentos do LibreOffice Writer, LibreOffice Calc, LibreOffice Draw e LibreOffice
Impress.
- Escolha Inserir - Figura - De um arquivo.
- Selecione o arquivo. Na caixa Tipo de arquivo, você pode restringir a seleção a certos tipos de arquivos.
- Clique na caixa Vincular se quiser um vínculo para o arquivo original.

104
INFORMÁTICA
Se a caixa Vincular estiver marcada, toda vez que o documento Ao soltar a figura diretamente em um objeto de desenho, note
for atualizado e carregado, a imagem de bitmap será recarregada. o seguinte:
As etapas de edição que você realizou na cópia local da imagem no - Se você mover a figura (arraste-a sem pressionar tecla algu-
documento serão reaplicadas e a imagem será exibida. ma, caso em que não aparecerá qualquer símbolo adicional ao lado
Se a caixa Vincular não estiver marcada, você ficará sempre tra- do ponteiro do mouse), somente os atributos serão copiados da
balhando com a cópia que foi criada quando a figura foi inserida figura, os quais serão aplicados ao objeto de desenho onde você
pela primeira vez. soltar o botão do mouse.
Para incorporar figuras que foram inicialmente inseridas como - Se copiar a figura (arraste-a enquanto mantém pressionada a
vínculos, vá para Editar - Vínculos e clique no botão Desvincular. tecla Ctrl, que, neste caso um sinal de soma aparecerá ao lado do
- Clique em Abrir para inserir a imagem. ponteiro do mouse), a figura será inserida como um objeto.
- Se criar um hyperlink (ao arrastar enquanto mantém pressio-
Editar Bitmaps nadas as teclas Shift e Ctrl, que neste caso, uma seta de vinculação
Ícones na barra de figuras aparecerá ao lado do ponteiro do mouse), o objeto de desenho será
Quando você seleciona a imagem de bitmap, a barra Figura substituído pela figura da galeria, mas a posição e tamanho do obje-
oferece as ferramentas para a edição da imagem. Apenas uma cópia to substituído serão mantidos.
local é editada no documento, mesmo que você tenha inserido uma
imagem como vínculo. Inserir Objetos da Galeria
A barra Figura poderá ter uma aparência um pouco diferente,
dependendo do módulo que você usar. Você pode inserir um objeto em um documento como uma có-
Diversos filtros estão na barra Filtro que pode ser aberta pelo pia ou como um vínculo. Uma cópia de um objeto é independente
ícone na barra de Figuras. do objeto original. Alterações no objeto original não terão efeito
O arquivo de imagem original não será alterado pelos filtros. Os algum sobre a cópia. Um vínculo permanece dependente do objeto
filtros são aplicados apenas às figuras dentro do documento. original. Alterações no objeto original serão refletidas no vínculo.
Alguns dos filtros abrem diálogos onde você pode selecionar,
por exemplo, a intensidade do filtro. A maioria dos filtros podem Inserir um Objeto como uma Cópia
ser aplicados diversas vezes para aumentar a intensidade do efeito. - Abra a galeria. Clique no ícone Galeria na barra Padrão ou
No LibreOffice Draw e no LibreOffice Impress, é possível acres- selecione Ferramentas - Galeria.
centar texto e figuras, selecionar esses objetos junto com o bitmap - Selecione um tema.
e exportar a seleção como uma nova imagem bitmap. - Selecione um objeto com um clique simples.
- Arraste o objeto para o documento ou clique com o botão
A Caixa de Diálogo de Figura direito para abrir o menu de contexto e selecione Inserir e Copiar.
Clique no botão da direita na figura e selecione Figura do sub-
menu para abrir a caixa de diálogo de propriedades. Inserir um Objeto como um Vínculo
Altere as propriedades da figura selecionada e clique em OK. - Abra a galeria. Clique no ícone Galeria na barra Padrão ou
selecione Ferramentas - Galeria.
Salvar Bitmaps - Selecione um tema.
Se desejar salvar em um formato tal como GIF, JPEG ou TIFF, - Selecione um objeto com um clique simples.
você deve selecionar e exportar a imagem bitmap. - Arraste o objeto para dentro de seu documento enquanto
Para exportar um bitmap no Draw ou Impress: pressiona as teclas Shift e Ctrl, ou clique com o botão da direita para
- Selecione a imagem de bitmap. Você também pode selecionar abrir o menu de contexto e selecione Inserir e Vincular.
objetos adicionais, tais como textos, para serem exportados com a
imagem pressionando a tecla Shift enquanto seleciona ou abre um Inserir um Objeto como uma Figura de Plano de Fundo
quadro de seleção em torno de todos os objetos. - Abra a galeria. Clique no ícone Galeria na barra Padrão ou
- Escolha Arquivo - Exportar. A caixa de diálogo Exportar será selecione Ferramentas - Galeria.
aberta. O comando Exportar grava uma imagem com todos os fil- - Selecione um tema.
tros aplicados em um arquivo. O comando Salvar como figura no - Selecione um objeto com um clique simples.
menu de contexto salva a figura sem nenhum filtro, se a figura foi - Abra o menu de contexto e escolha Inserir - Plano de fundo -
inserida como vínculo. Uma figura inserida sem vínculo sempre será Página ou Parágrafo.
gravada com os filtros aplicados.
- No campo Formato do arquivo, selecione o formato de arqui- Inserir um Objeto como uma Textura (Padrão) para outro Ob-
vo desejado, por exemplo, GIF ou JPEG. jeto
- Se desejar apenas exportar os objetos selecionados, marque - Abra a galeria. Clique no ícone Galeria na barra Padrão ou
a caixa Seleção. selecione Ferramentas - Galeria.
Se a caixa Seleção não estiver marcada, toda a página do - Selecione um tema.
documento será exportada. - Selecione um objeto com um clique simples.
- Digite um nome para o arquivo e clique em Exportar. Para - Arraste o objeto sobre o outro objeto no documento enquan-
exportar um bitmap no Writer: clique com o botão da direita no bit- to pressiona Ctrl.
map e selecione Salvar figura. Aparecerá a caixa de diálogo Exportar
figura. Digite um nome de arquivo e selecione seu tipo. Aplicar Estilos de Linhas Utilizando a Barra de Ferramentas

Copiar Figuras da Galeria - A barra de ferramentas Propriedades do objeto de desenho


Se você arrastar uma figura da Galeria para um documento de contém ícones e caixas de combinação para definir vários atributos
texto, de planilha ou de apresentação, a figura será inserida no lo- de linha.
cal. - Clique no ícone Linha para abrir a caixa de diálogo Linha.

105
INFORMÁTICA
- Clique no ícone Estilos de setas para selecionar um estilo para Galeria
as extremidades direita e esquerda de uma linha.
- Selecione um estilo na caixa Estilo de linha e especifique a A Galeria contém imagens, animações, sons e outros itens que
largura na caixa Largura da linha. A largura 0 corresponde a 1 pixel. você pode inserir e utilizar em desenhos e em outros programas do
- Escolha a cor da linha e da seta na caixa Cor da linha. LibreOffice.

Definir Extremidades de Linha Formatos de Arquivos Gráficos


- Você pode definir qualquer objeto e incluí-lo na lista de extre-
midades de linha disponíveis. O LibreOffice Draw pode exportar para um grande número de
- Utilize as funções de desenho para criar um objeto que possa formatos de arquivos gráficos usuais, como BMP, GIF, JPG e PNG.
ser utilizado como uma extremidade de linha.
- Selecione o objeto e escolha Formatar - Linha. Teclas de Atalho para Objetos de Desenho
- Na caixa de diálogo, clique na guia Estilos de setas.
- Clique em Adicionar e atribua um nome para o novo estilo Você pode criar e editar objetos de desenho utilizando o te-
de seta. clado.
- Clique em OK para fechar a caixa de diálogo. Algumas teclas de atalho podem ser atribuídas ao seu sistema
desktop. As teclas atribuídas ao sistema desktop não estão dispo-
Definir Estilos de Linha níveis para o LibreOffice. Tente atribuir teclas diferentes para o Li-
- Selecione um objeto de desenho de linha em um documento. breOffice, em Ferramentas - Personalizar - Teclado, ou no seu siste-
- Escolha Formatar - Linha e clique na guia Estilos de linha. ma desktop.
- Especifica as opções de linhas desejadas.
- Para especificar o comprimento da linha como uma porcenta- Para Criar e Editar um Objeto de Desenho
gem da largura dela, selecione Ajustar à largura da linha. - Pressione F6 para navegar até a barra Desenho.
- Clique em Adicionar. - Pressione a tecla de seta Direita até atingir o ícone de barra de
- Insira um nome para o estilo de linha e clique em OK. ferramentas de uma ferramenta de desenho.
- Para salvar o estilo de linha em uma lista de estilos de linhas - Se houver uma seta ao lado do ícone, a ferramenta de dese-
personalizados, clique no ícone Salvar estilos de linhas. nho abrirá uma barra secundária de ferramentas. Pressione a tecla
Clique em Fechar para fechar a caixa de diálogo. de seta Para cima ou Para baixo para abrir essa barra secundária
de ferramentas. Em seguida, pressione a tecla Direita ou Esquerda
Gráficos Vetoriais para selecionar um ícone.
- Pressione Ctrl+Enter.
O LibreOffice Draw cria gráficos vetoriais usando linhas e curvas O objeto será criado no centro do documento atual.
definidas por vetores matemáticos. Os vetores descrevem linhas, - Para retornar ao documento, pressione Ctrl+F6.
elipses e polígonos, de acordo com a geometria de cada forma. Você pode usar as teclas de seta para posicionar o objeto no
local desejado. Para escolher um comando no menu de contexto
Criar Objetos 3D referente ao objeto, pressione Shift+F10.

No LibreOffice Draw, você pode criar objetos 3D simples (cubos, Para Selecionar um Objeto
esferas e cilindros, por exemplo), bem como modificar a fonte de - Pressione Ctrl+F6 para entrar o documento.
luz desses objetos. - Pressione Tab até alcançar o objeto que deseja selecionar.

Grades e Guias Teclas de Atalho para Desenhos


Veja a seguir uma lista de teclas de atalho específicas de docu-
As grades e guias fornecem um auxílio visual para ajudá-lo a mentos de desenho.
alinhar objetos no desenho. Você também pode alinhar um objeto Você também pode utilizar as teclas de atalho gerais do LibreO-
a uma linha de grade, a uma guia ou à borda de outro objeto. ffice.
Algumas teclas de atalho podem ser atribuídas ao seu sistema
Conectar Objetos para Mostrar Relações desktop. As teclas atribuídas ao sistema desktop não estão dispo-
níveis para o LibreOffice. Tente atribuir teclas diferentes para o Li-
Para mostrar a relação entre objetos, você pode conectá-los no breOffice, em Ferramentas - Personalizar - Teclado, ou no seu siste-
LibreOffice Draw utilizando linhas especiais chamadas “conectores”. ma desktop.
Essas linhas se anexam aos pontos de colagem em objetos de de-
senho e permanecem unidas durante o deslocamento dos objetos Teclas de atalho Efeito
conectados. Conectores são úteis para a criação de organogramas
e diagramas técnicos. Tecla de adição(+) Mais zoom.
Tecla de subtração(-) Menos zoom.
Exibir Cotas
Tecla de multiplicação(×) Zoom para caber na página
(teclado numérico) inteira da tela.
Diagramas técnicos frequentemente mostram as medidas dos
objetos do desenho. No LibreOffice Draw, você pode utilizar linhas Tecla de (÷) divisão (te- Mais zoom na seleção atual.
de cota para calcular e exibir medidas lineares. clado numérico)
Ctrl+Shift+G Agrupa os objetos seleciona-
dos.

106
INFORMÁTICA

Shift+Ctrl+Alt+A Desagrupa o grupo seleciona- Seleciona o objeto atrás


Alt + clique em um ob-
do. do objeto selecionado no mo-
jeto
Ctrl+Shift+K Combina os objetos seleciona- mento.
dos. Seleciona o objeto na fren-
Alt+Shift+clique em um
Ctrl+Alt+Shift+K Desfaz a combinação dos obje- te do objeto selecionado no
objeto
tos selecionados. momento.

Ctrl+Shift+ + Trazer para frente. Tecla Shift ao selecionar Adiciona ou remove o obje-
um objeto to da seleção.
Ctrl+ + Trazer para frente.
O movimento do objeto
Ctrl+ - Recuar. Shift+ arrastar ao mover
selecionado é restrito a múlti-
um objeto
Ctrl+Shift+ - Enviar para trás. plos de 45 graus.
Restringe o tamanho para
Teclas de Atalho Específicas para Desenhos Shift+arrastar ao criar ou
manter as proporções do ob-
redimensionar um objeto
jeto.
Teclas de atalho Efeito Percorre os objetos da pá-
Muda para a página ante- Tab gina na ordem em que foram
Page Up criados.
rior
Muda para a próxima pá- Percorre os objetos na pá-
Page Down Shift+Tab gina na ordem inversa em que
gina
foram criados.
Muda para a camada an-
Ctrl+Page Up Esc Sai do modo atual.
terior
Muda para a próxima ca-
Ctrl+Page Down Teclas de Função para Desenhos
mada
Move o objeto selecionado
Tecla de seta Teclas de
na direção da tecla de seta. Efeito
atalho
Move a exibição da página
Ctrl+Tecla de seta F2 Adiciona ou edita texto.
na direção da tecla de seta.
Abre um grupo para editar objetos
Ctrl-clique ao arrastar um F3
individuais.
objeto. Nota: Você deve pri-
meiro ativar a opção Copiar Cria uma cópia do objeto Ctrl+F3 Fecha o editor de grupo.
ao mover em Ferramentas arrastado quando o botão do Shift+F3 Abre a caixa de diálogo Duplicar.
- Opções - LibreOffice Draw - mouse é liberado.
Geral para utilizar esta tecla Abre a caixa de diálogo Posição e
F4
de atalho. tamanho.

Ctrl+Enter com o foco do F5 Abre o Navegador.


Insere um objeto de de-
teclado (F6) em um objeto F7 Verifica a ortografia.
senho do tamanho padrão no
de desenho na barra Ferra- Ctrl+F7 Abre o Dicionário de sinônimos.
centro da exibição atual.
mentas.
F8 Ativa/desativa a edição de pontos.
Abre o menu de contexto
Shift+F10 referente ao objeto selecio- Ctrl+Shif-
Ajusta ao quadro.
nado. t+F8
F2 Entra no modo de texto. F11 Abre a janela Estilos e formatação.
Entra no modo de texto Navegar com o Teclado no Classificador de Slides
Enter caso haja um objeto de texto
selecionado.
Teclas de atalho Efeito
Entra no modo de texto
caso haja um objeto de texto Escape Define o foco para o primeiro slide.
selecionado. Se não houver Tecla de seta Define o foco para o primeiro slide.
Ctrl+Enter objetos de texto ou se você já
tiver percorrido todos os ob- Barra de espaço Torna o slide com foco o slide atual.
jetos de texto da página, uma
nova página será inserida.
Pressione a tecla Alt e ar-
raste com o mouse para de-
Alt senhar ou redimensionar um
objeto a partir de seu centro
para fora.

107
INFORMÁTICA
- Digitar o código da marcação correspondente no editor de
O BANCO DE DADOS BASE E O EDITOR DE EQUAÇÕES equações.
MATH
O menu de contexto e a janela de Elementos inserem a mar-
MATH cação correspondente para um símbolo. Isto provê uma maneira
conveniente de aprender as marcações do LibreOffice Math.
O que é o Math?9 Clique no corpo do seu documento para sair do editor de equa-
ção. Duplo clique sobre uma equação abre o editor de equações.
O Math é o componente do LibreOffice para escrever fórmu-
las ou equações matemáticas. É mais comumente utilizado como A Janela de Elementos
um editor de fórmulas para documentos de texto, embora também
possa ser utilizado em outros tipos de documentos (apresentações A maneira mais simples para inserir uma fórmula é utilizar a
do Impress, desenhos do Draw) e até sozinho. Quando é usado Janela Elementos Figura 2.
dentro do Writer, a equação é tratada como um objeto dentro do
documento de texto.

Começando a Usar o Math

Para inserir uma fórmula no Writer ou Impress, vá ao menu


Inserir > Objeto > Fórmula.
O editor de fórmulas abrirá na parte inferior da tela, e a janela
flutuante de Elementos aparecerá. Você também encontrará uma
pequena caixa quadriculada de borda cinza em seu documento, na
qual será mostrada sua fórmula, como mostrado:

Figura 2: dois exemplos de janelas de Elementos. Note que,


dependendo do botão apertado os símbolos mudam.

A janela de elementos é dividida em duas partes principais:


- A parte de cima exibe botões com as categorias de símbolos.
Clique neles para mudar os símbolos disponíveis.
- A parte de baixo, mostra os símbolos disponíveis na atual ca-
tegoria. Clique neles para inserir o símbolo correspondente.

Você pode exibir ou esconder a janela de elementos em Exibir


> Elementos.
Exemplo 1: 5×4

Figura 1: Inserindo uma fórmula em um documento do Writer, Neste exemplo, vamos criar uma fórmula simples: 5×4. Na ja-
note que a tela foi dividida em duas porções e em baixo está o edi- nela de elementos:
tor de fórmulas e acima o documento original, a janela flutuante 1) selecione o botão localizado no topo esquerdo da seção de
Elementos também automaticamente é aberta. categorias.
2) clique no símbolo de multiplicação.
Inserindo uma Fórmula Quando você selecionar o símbolo de multiplicação na janela
O editor de fórmulas utiliza uma linguagem de marcação para de elementos, duas coisas acontecer Figura 3:
representar os símbolos matemáticos. Por exemplo, %beta criará a - O editor de equação mostrará a marcação: <?> times <?>
letra grega beta ( ). - O corpo do documento exibirá uma caixa cinza como essa:
❑×❑
Esta marcação é utilizada para que a leitura dos nomes das le-
tras se aproxime o máximo possível do inglês. Por exemplo:

É possível inserir uma fórmula de três maneiras distintas:


- Selecionar um símbolo da caixa de Elementos;
- Clicar com o botão direito do mouse no editor de equações e
selecionar o símbolo do menu de contexto; Figura 3: Situação após o clique no símbolo para Multiplicação
(X).
9 https://wiki.documentfoundation.org/images/8/85/0700MG33-Guia_do_Ma-
th-ptbr-PDF.pdf

108
INFORMÁTICA
Os símbolos <?> mostrados na Figura 3 são espaços reservados
para que sejam substituídos por outro texto, por exemplo 5 e 4. A
equação é atualizada automaticamente, como mostra a Figura 4.

Caracteres Gregos
Caracteres gregos ( , etc) são comumente uti-
lizados em fórmulas matemáticas. Estes caracteres não estão dis-
poníveis na janela de Elementos ou no menu do botão direito do
mouse. Felizmente, o código desses caracteres é simples: Digite o
Figura 4: Após a digitação dos valores. sinal % seguido do nome do carácter.
Para escrever um carácter minúsculo, digite o nome do carácter
Para que a equação atualize automaticamente, selecione Exibir em letras minúsculas.
> Auto atualizar a exibição. Para atualizar manualmente, pressione Para escrever um carácter maiúsculo, digite o nome do carácter
F9 ou selecione Exibir > Atualizar. em caixa alta.
Uma tabela completa de caracteres Gregos está disponível na
Menu Gerado Através do Botão Direito do Mouse página 25. A tabela abaixo ilustra alguns exemplos.

Uma outra forma de acessar símbolos matemáticos é utilizar o


botão direito do mouse no editor de equações. Este menu é mos-
trado na Figura 5. Os itens neste menu, correspondem exatamente
àqueles da janela de Elementos.

Uma outra forma de entrar com caracteres Gregos, é utilizar o


catálogo de símbolos. Vá em Ferramentas > Catálogo de símbolos.
Tal janela é mostrada na Figura 6.

Figura 5: Ao clicar com o botão direito os mesmos símbolos


são acessados.

Código

Você também pode inserir o código da equação diretamente


no editor. Por exemplo, você poderia digitar 5 times 4 para obter
5×4. Se você conhece os códigos, esta pode ser a maneira mais rá-
pida de escrever uma equação. Figura 6: Janela Símbolos.
O código da fórmula lembra como ela é lida em Inglês. Além
disso sempre que inserir um símbolo o editor mostrará o código Abaixo do Conjunto de símbolos, selecione Grego e clique duas
que gerará esse símbolo. O uso de chaves (página 11) facilitam a vezes sobre um carácter da lista. O código do carácter é o nome que
geração do símbolo pretendido. aparece em baixo do quadro de seleção.
Abaixo uma curta lista das equações comuns e seu respectivo Exemplo 2: π ≃ 3.14159
código. Neste exemplo, supomos que:
Deseja-se criar a fórmula acima (o valor de pi com 5 casas de-
cimais).
Sabe-se o nome do carácter Grego (pi).
Não se sabe qual é o código do símbolo de aproximação: ≃ .
Passo 1: digite % seguido do texto pi. Com isso, será mostrado
o carácter Grego π .
Passo 2: abra a janela de elementos (Exibir > Elementos).

109
INFORMÁTICA
Passo 3: o símbolo ≃ é uma relação, logo, devemos escolher o
botão de Relações. Caso você mantenha o mouse sobre o botão,
será mostrada a dica Relações Figura 7.

Figura 10: As janelas do editor de fórmulas, agora em aspecto


flutuante.

Como Faço para Aumentar o Tamanho da Fonte de uma Fór-


mula?
Figura 7: O mouse em cima do botão mostrando a dica Rela- Esta é uma das perguntas mais frequentes que as pessoas fa-
ções. zer a respeito do LibreOffice Math. A resposta é simples, mas não
intuitiva:
Passo 4: clique no símbolo a ≃ b (perceba que na Figura 8, o Ative o editor de fórmulas e escolha o menu Formatar > Tama-
mouse em cima do símbolo também fornece a dica do nome do nho da fonte. A janela de Tamanhos de Fonte (Figura 11) se abrirá.
símbolo). O editor de equações exibirá o código %pi<?> simeq <?>.
Passo 5: substitua o texto <?> por 3.14159 ao final da equação.
No final, obteremos o código %pi simeq 3.14159 (Figura 8).

Figura 8: Aparência final da fórmula.

Editor de Equações como uma Janela Flutuante


O editor de equações pode cobrir uma grande parte da tela do Figura 11: Janela Tamanhos de Fontes.
LibreOffice Writer. Para tornar o editor uma janela flutuante, faça
isso: Selecione um tamanho de fonte maior utilizando o tamanho
Passe o mouse sobre o quadro de editor, como mostra a. base (primeiro campo);
Pressione a tecla CTRL e dê um duplo clique com o mouse. O resultado desta mudança é mostrado abaixo:

Layout da Fórmula
A parte mais difícil de usar qualquer editor de fórmulas (e o
LibreOffice Math não é exceção) é escrever grandes e complicadas
fórmulas. Esta sessão proverá alguns conselhos.
Figura 9: Detalhe do mouse na borda do editor. As chaves são suas amigas
O LibreOffice Math não entende da ordem de operação.
O resultado é mostrado na Figura 10. Note que tanto a janela Você deve usar as chaves para explicitar a ordem das operações.
Elementos quando a Comando agora estão flutuantes. Considere o exemplo a seguir:
Você pode atracá-la ao Writer novamente seguindo o mesmo
procedimento. Pressione a tecla CTRL e dê um duplo clique na ja-
nela do editor.

110
INFORMÁTICA
3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-
riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor
(B) Impressora
(C) Caixa de som
Equações que Tomam Mais de uma Linha (D) Headphone
Suponha que você precise de uma equação que tome mais de (E) Mouse
uma linha. Por exemplo: x=3 y=1.
Sua intuição lhe dirá para simplesmente pressionar a tecla EN- 4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-
TER. No entanto, se você fizer isso, será inserida uma nova linha no res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi-
código, mas não na equação resultante. Para fazer isso, você deve bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
inserir o comando newline explicitamente. Veja os exemplos abai- URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende-
xo: reço válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br
(E) www.#social.*site.com

5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-


Como eu Adiciono Limites para minha Somatória/Integral? res e armazenamento compartilhados, com software disponível e
Os comandos sum e int suportam (opcionalmente) os parâ- localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
metros from e to. Estes são usados para definir os limites inferior presencial, chamamos esse serviço de:
e superior, respectivamente. Estes parâmetros podem ser usados (A) Computação On-Line.
individualmente ou não. Os limites para integrais são usualmente (B) Computação na nuvem.
tratados como sobre escritos ou subscritos. (C) Computação em Tempo Real.
(D) Computação em Block Time.
(E) Computação Visual

6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos


de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen-
tos associados à Internet, julgue o próximo item.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
Youtube (http://www.youtube.com).
( ) CERTO
QUESTÕES ( ) ERRADO

7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a


1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar
principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as danos ao computador do usuário.
versões em papel para o formato digital, é denominado ( ) CERTO
(A) joystick. ( ) ERRADO
(B) plotter.
(C) scanner. 8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail
(D) webcam. com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên-
(E) pendrive. cia de vírus.
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um adotado no exemplo acima.
novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem (A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou ao administrador de rede.
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna- (B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou de vírus.
adicionada para resolver o problema constatado por João. (C) Apagar o e-mail, sem abri-lo.
(A) Placa de som (D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni-
(B) Placa de fax modem toramento.
(C) Placa usb (E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a
(D) Placa de captura analisá-lo posteriormente.
(E) Placa de vídeo

111
INFORMÁTICA
9. (PREFEITURA DE SENTINELA DO SUL/RS - FISCAL - OBJETI- 12. (PREFEITURA DE PORTÃO/RS - ASSISTENTE SOCIAL - OBJE-
VA/2020) Considerando-se o Internet Explorer 11, marcar C para as TIVA/2019) Em relação ao sistema operacional Windows 10, anali-
afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa sar os itens abaixo:
que apresenta a sequência CORRETA: I. Possibilita o gerenciamento do tempo de tela.
(---) No Windows 10, é necessário instalar o aplicativo do Inter- II. Disponibiliza somente uma atualização de segurança por
net Explorer. ano.
(---) É possível fixar o aplicativo do Internet Explorer na barra de III. Possibilita a conexão de contas da Microsoft entre usuários.
tarefas do Windows 10. IV. Possui recursos de segurança integrados, incluindo firewall
e proteção de internet para ajudar a proteger contra vírus, malware
(A) C - C. e ransomware.
(B) C - E.
(C) E - E. Estão CORRETOS:
(D) E – C (A) Somente os itens I, II e III.
(B) Somente os itens I, III e IV.
10. (PREFEITURA DE SÃO FRANCISCO/MG - ASSISTENTE SO- (C) Somente os itens II, III e IV
CIAL - COTEC/2020) Um usuário de computador realiza comumente (D) Todos os itens.
um conjunto de atividades como copiar, recortar e colar arquivos
utilizando o Windows Explorer. Dessa forma, existe um conjunto de 13. (PREFEITURA DE PORTO XAVIER/RS - TÉCNICO EM ENFER-
ações de usuários, como realizar cliques com o mouse e utilizar-se MAGEM - FUNDATEC/2018) A tecla de atalho Ctrl+A, no sistema
de atalhos de teclado, que deve ser seguido com o fim de realizar operacional Microsoft Windows 10, possui a função de:
o trabalho desejado. Assim, para mover um arquivo entre partições (A) Selecionar tudo.
diferentes do sistema operacional Windows 10, é possível adotar o (B) Imprimir.
seguinte conjunto de ações: (C) Renomear uma pasta.
(A) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- (D) Finalizar o programa.
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- (E) Colocar em negrito.
tino e escolher a ação de colar.
(B) Clicar sobre o arquivo com o botão esquerdo do mouse, 14. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
mantendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
destino. Por fim soltar o botão do mouse. nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
(C) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- meros e letras.
tino. Por fim soltar o botão do mouse. (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
(D) Clicar uma vez sobre o arquivo com o botão direito do mou- e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
se e mover o arquivo para a partição de destino. (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(E) Clicar sobre o arquivo com o botão direito do mouse, man- útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
tendo-o pressionado e mover o arquivo para a partição de des- que o Excel.
tino e escolher a ação de mover. (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
gens de correio eletrônico.
11. (PREFEITURA DE BRASÍLIA DE MINAS/MG - ENGENHEIRO (E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
AMBIENTAL - COTEC/2020) Sobre organização e gerenciamento de e recebimento de páginas web.
informações, arquivos, pastas e programas, analise as seguintes
afirmações e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas. 15. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
( ) - Arquivos ocultos são arquivos que normalmente são re- ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
lacionados ao sistema. Eles ficam ocultos, pois alterações podem na Inicial” do Word 2010.
danificar o Sistema Operacional. (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
( ) - Existem vários tipos de arquivos, como arquivos de textos, (B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
arquivos de som, imagem, planilhas, sendo que o arquivo .rtf só é do documento.
aberto com o WordPad. (C) Definir o alinhamento do texto.
( ) - Nas versões Vista, 7, 8 e 10 do Windows, é possível usar (D) Inserir uma tabela no texto
criptografia para proteger todos os arquivos que estejam armazena-
dos na unidade em que o Windows esteja instalado. 16. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint
( ) - O Windows Explorer é um gerenciador de informações, 2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da cativo.
Microsoft. A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.
( ) - São bibliotecas padrão do Windows: Programas, Documen-
tos, Imagens, Músicas, Vídeos.

A sequência CORRETA das afirmações é:


(A) F, V, V, F, F.
(B) V, F, V, V, F.
(C) V, F, F, V, V.
(D) F, V, F, F, V.
(E) V, V, F, V, F. ( ) CERTO
( ) ERRADO

112
INFORMÁTICA
17. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so- ______________________________________________________
noros à apresentação em elaboração.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
______________________________________________________
2 E
3 E ______________________________________________________

4 D ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 ERRADO
______________________________________________________
7 CERTO
8 C ______________________________________________________
9 D ______________________________________________________
10 E
______________________________________________________
11 B
12 B ______________________________________________________

13 A ______________________________________________________
14 A ______________________________________________________
15 D
______________________________________________________
16 CERTO
17 CERTO ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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INFORMÁTICA
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114
DIREITO CONSTITUCIONAL

Diferentemente, quando se ignora o aspecto do poder para se


OS PODERES DO ESTADO E AS RESPECTIVAS FUNÇÕES cuidar das funções, o que se procura é aumentar a eficiência do
Estado, organizando-o da maneira mais adequada para o desempe-
A teoria da separação de poderes, que através da obra de Mon- nho de suas atribuições. E pode muito bem ocorrer que se conclua
tesquieu se incorporou ao constitucionalismo, foi concebida para ser mais conveniente, em certo momento e num Estado determina-
assegurar a liberdade dos indivíduos1. do, concentrar as funções em menor número de órgãos, o que iria
Com efeito, diz o próprio Montesquieu que, quando na mesma entrar em choque com o princípio da separação de poderes. Como
pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está resolver o conflito?
reunido ao poder executivo, não há liberdade, pois que se pode es- Para enfrentar o problema com mais segurança, é necessário
perar que esse monarca ou esse senado façam leis tirânicas para que se faça a verificação do surgimento e da evolução da teoria
executá-las tiranicamente. clássica da separação de poderes, para depois situá-la no Estado
Proposta essa ideia de maneira sistemática no século XVIII, com contemporâneo.
o fim exclusivo de proteção da liberdade, mais tarde seria desen- O antecedente mais remoto da separação de poderes encon-
volvida e adaptada a novas concepções, pretendendo-se então que trasse em Aristóteles, que considera injusto e perigoso atribuir-se
a separação dos poderes tivesse também o objetivo de aumentar a um só indivíduo o exercício do poder, havendo também em sua
a eficiência do Estado, pela distribuição de suas atribuições entre obra uma ligeira referência ao problema da eficiência, quando men-
órgãos especializados. ciona a impossibilidade prática de que um só homem previsse tudo
Esta última ideia, na verdade, só apareceu no final do século o que nem a lei pode especificar.
XIX, quando já se havia convertido em dogma a doutrina da separa- Mas a concepção moderna da separação de poderes não foi
ção dos poderes, como um artifício eficaz e necessário para evitar a buscar em Aristóteles sua inspiração, tendo sido construída gradati-
formação de governos absolutos. vamente, de acordo com o desenvolvimento do Estado e em função
É importante assinalar que essa teoria teve acolhida e foi dos grandes conflitos político-sociais. Já no século XIV, no ano de
consagrada numa época em que se buscavam meios para enfra- 1324, aparece a obra “Defensor Pacis”, de Marsílio de Pádua, es-
quecer o Estado, uma vez que não se admitia sua interferência na tabelecendo uma distinção entre o poder legislativo e o executivo.
vida social, a não ser como vigilante e conservador das situações A base do pensamento de Marsílio de Pádua é a afirmação de
estabelecidas pelos indivíduos. uma oposição entre o povo, que chama de primeiro legislador, e o
Embora seja clássica a expressão separação de poderes, que príncipe, a quem atribui função executiva, podendo-se vislumbrar
alguns autores desvirtuaram para divisão de poderes, é ponto pací- aí uma primeira tentativa de afirmação da soberania popular.
fico que o poder do Estado é uno e indivisível. Segundo informação contida em “O Príncipe”, de Maquiavel,
É normal e necessário que haja muitos órgãos exercendo o no começo do século XVI já se encontravam na França três poderes
poder soberano do Estado, mas a unidade do poder não se quebra distintos: o legislativo (Parlamento), o executivo (o rei) e um judiciá-
por tal circunstância. Outro aspecto importante a considerar é rio independente.
que existe uma relação muito estreita entre as ideias de poder É curioso notar que Maquiavel louva essa organização porque
e de função do Estado, havendo mesmo quem sustente que é dava mais liberdade e segurança ao rei. Agindo em nome próprio
totalmente inadequado falar-se numa separação de poderes, o judiciário poderia proteger os mais fracos, vítimas de ambições
quando o que existe de fato é apenas uma distribuição de funções. e das insolências dos poderosos, poupando o rei da necessidade
Assim, por exemplo, Leroybeaulieu adota esta última posição, de interferir nas disputas e de, em consequência, enfrentar o
indo até mais longe, procurando demonstrar que as diferentes fun- desagrado dos que não tivessem suas razões acolhidas.
ções do Estado, atribuídas a diferentes órgãos, resultaram do prin- No século XVII é que vai surgir, entretanto, uma primeira siste-
cípio da divisão do trabalho. Diz ele que foi esse princípio, incons- matização doutrinária da separação de poderes, com a obra de Lo-
cientemente aplicado, que fez passarem ao Estado certas funções cke. Baseado, evidentemente, no Estado inglês de seu tempo, Locke
que a sociedade exercia instintivamente e que o Estado organiza aponta a existência de quatro funções fundamentais, exercidas por
com reflexão. dois órgãos do poder.
Qual a importância prática dessa polêmica na atualidade? Exis- A função legislativa caberia ao Parlamento. A função executiva,
te, na verdade, uma grande importância, pois aquela diferenciação exercida pelo rei, comportava um desdobramento, chamando-se
está intimamente relacionada com a concepção do papel do Estado função federativa quando se tratasse do poder de guerra e de paz,
na vida social. De fato, quando se pretende desconcentrar o poder, de ligas e alianças, e de todas as questões que devessem ser trata-
atribuindo o seu exercício a vários órgãos, a preocupação maior é das fora do Estado.
a defesa da liberdade dos indivíduos, pois, quanto maior for a con- A quarta função, também exercida pelo rei, era a prerrogativa,
centração do poder, maior será o risco de um governo ditatorial. conceituada como “o poder de fazer o bem público sem se subor-
dinar a regras”. Embora opondo-se expressamente ao absolutismo
1 https://estudeidireito.files.wordpress.com/2016/03/dalmo-de-abreu-dallari- defendido por Hobbes, Locke não considerou anormal o reconheci-
-elementos-da-teoria-geral-do-estado.pdf mento de uma esfera de poder discricionário do governante, sem

115
DIREITO CONSTITUCIONAL
atentar para a circunstância de que o bem público, impossível de O sistema de separação dos poderes, consagrado nas Consti-
ser claramente definido, sempre seria um bom pretexto para as de- tuições de quase todo o mundo, foi associado à ideia de Estado De-
cisões absolutistas. mocrático e deu origem a uma engenhosa construção doutrinária,
Finalmente, com Montesquieu, a teoria da separação de pode- conhecida como sistema de freios e contrapesos.
res já é concebida como um sistema em que se conjugam um legis- Segundo essa teoria os atos que o Estado pratica podem ser de
lativo, um executivo e um judiciário, harmônicos e independentes duas espécies: ou são atos gerais ou são especiais. Os atos gerais,
entre si, tomando, praticamente, a configuração que iria aparecer que só podem ser praticados pelo poder legislativo, constituem-se a
na maioria das Constituições. emissão de regras gerais e abstratas, não se sabendo, no momento
Em sua obra “De L´Esprit des Lois”, aparecida em 1748, Mon- de serem emitidas, a quem elas irão atingir. Dessa forma, o poder
tesquieu afirma a existência de funções intrinsecamente diversas legislativo, que só pratica atos gerais, não atua concretamente na
e inconfundíveis, mesmo quando confiadas a um só órgão. Em sua vida social, não tendo meios para cometer abusos de poder nem
opinião, o normal seria a existência de um órgão próprio para cada para beneficiar ou prejudicar a uma pessoa ou a um grupo em par-
função, considerando indispensável que o Estado se organizasse ticular.
com três poderes, pois “Tudo estaria perdido se o mesmo homem Só depois de emitida a norma geral é que se abre a possibili-
ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exer- dade de atuação do poder executivo, por meio de atos especiais. O
cesse esses três poderes”. executivo dispõe de meios concretos para agir, mas está igualmente
O ponto obscuro da teoria de Montesquieu é a indicação das impossibilitado de atuar discricionariamente, porque todos os seus
atribuições de cada um dos poderes. Com efeito, ao lado do poder atos estão limitados pelos atos gerais praticados pelo legislativo.
legislativo coloca um poder executivo “das coisas que dependem E se houver exorbitância de qualquer dos poderes surge a ação
do direito das gentes” e outro poder executivo “das que dependem fiscalizadora do poder judiciário, obrigando cada um a permanecer
do direito civil”. nos limites de sua respectiva esfera de competências.
Entretanto, ao explicar com mais minúcias as atribuições deste A primeira crítica feita ao sistema de separação de poderes é
último, diz que por ele o Estado “pune os crimes ou julga as quere- no sentido de que ele é meramente formalista, jamais tendo sido
las dos indivíduos”. E acrescenta: “chamaremos a este último o po- praticado. A análise do comportamento dos órgãos do Estado, mes-
der de julgar e, o outro, simplesmente, o poder executivo do Esta- mo onde a Constituição consagra enfaticamente a separação dos
do”. O que se verifica é que Montesquieu, já adotando a orientação poderes, demonstra que sempre houve uma intensa interpenetra-
que seria consagrada pelo liberalismo, não dá ao Estado qualquer ção. Ou o órgão de um dos poderes pratica atos que, a rigor, seriam
atribuição interna, a não ser o poder de julgar e punir. de outro, ou se verifica a influência de fatores extralegais, fazendo
Assim, as leis, elaboradas pelo legislativo, deveriam ser cum- com que algum dos poderes predomine sobre os demais, guardan-
pridas pelos indivíduos, e só haveria interferência do executivo para do-se apenas a aparência de separação.
punir quem não as cumprisse. Outro argumento importante contra o sistema é que ele ja-
Como é óbvio, dando atribuições tão restritas ao Estado, Mon- mais conseguiu assegurar a liberdade dos indivíduos ou o caráter
tesquieu não estaria preocupado em assegurar-lhe a eficiência, democrático do Estado. A sociedade plena de injustiças criada pelo
parecendo-lhe mais importante a separação tripartida dos poderes liberalismo, com acentuadas desigualdades e a efetiva garantia de
para garantia da liberdade individual. liberdade apenas para um pequeno número de privilegiados, foi
Foi a intenção de enfraquecer o poder do Estado, complemen- construída à sombra da separação de poderes.
tando a função limitadora exercida pela Constituição, que impôs a Apesar desta, houve e tem havido executivos antidemocráticos
separação de poderes como um dos dogmas do Estado Moderno, e que transacionam de fato com o poder legislativo, sem quebra das
chegando-se mesmo a sustentar a impossibilidade de democracia normas constitucionais. Não raro, também o legislativo, dentro do
sem aquela separação. sistema de separação de poderes, não tem a mínima representati-
Assim é que, já na Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776, vidade, não sendo, portanto, democrático.
consta do parágrafo 5º, “que os poderes executivo e legislativo do E seu comportamento, muitas vezes, tem revelado que a emis-
Estado deverão ser separados e distintos do judiciário”. são de atos gerais obedece às determinações ou conveniências do
A exigência da separação dos poderes aparece ainda com mais executivo. Assim, pois, a separação dos poderes não assegurou a
ênfase na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, apro- liberdade individual nem o caráter democrático do Estado.
vada na França em 1789, declarando-se em seu artigo XVI: “Toda Como evidencia Loewenstein, desde o século XVIII se pratica
sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem o parlamentarismo, que não aplica o princípio da separação de po-
a separação dos poderes determinada, não tem Constituição”. deres, a qual, no seu entender, não passa mesmo de uma simples
Essa preocupação com a separação dos poderes visando a pro- distribuição de funções. E a isso se pode acrescentar que há muitos
teger a liberdade refletiu-se imediatamente em todo o movimen- exemplos de maior respeito à liberdade e à democracia em Estados
to constitucionalista. Para demonstrar que estava bem consciente parlamentaristas do que em outros que consagraram a separação
dessa exigência e que ela não fora ignorada ao se elaborar a Consti- de poderes.
tuição norte-americana, escreveu Madison, num dos artigos de “O Críticas mais recentes se dirigem a outro aspecto fundamental
Federalista”: “A acumulação de todos os poderes, legislativos, exe- que lembra a polêmica a respeito dos poderes e das funções do
cutivos e judiciais, nas mesmas mãos, sejam estas de um, de pou- Estado. Como se tem observado, a separação de poderes foi con-
cos ou de muitos, hereditárias, autonomeadas ou eletivas, pode-se cebida num momento histórico em que se pretendia limitar o po-
dizer com exatidão que constitui a própria definição da tirania”. der do Estado e reduzir ao mínimo sua atuação. Mas a evolução da
Esse pensamento está claramente refletido na Constituição dos sociedade criou exigências novas, que atingiram profundamente o
Estados Unidos, que dedica o artigo 1º ao legislativo, o 2º ao exe- Estado.
cutivo e o 3º ao judiciário, não admitindo interferências recíprocas
nem a transferência de poderes, ainda que parcial e temporária.

116
DIREITO CONSTITUCIONAL
Este passou a ser cada vez mais solicitado a agir, ampliando sua Princípio da Separação dos Poderes na CF/882
esfera de ação e intensificando sua participação nas áreas tradicio- A CF/88 consagra a tripartição de Poderes no seu Artigo 2º,
nais. Tudo isso impôs a necessidade de uma legislação muito mais protegendo-o como cláusula pétrea no Artigo 60, § 4º, III.
numerosa e mais técnica, incompatível com os modelos da separa- O termo tripartição de funções seria o mais adequado para de-
ção de poderes. signar a existência de três Poderes independentes e harmônicos en-
O legislativo não tem condições para fixar regras gerais sem ter tre si, haja vista que o Poder soberano do Estado, que pertence ao
conhecimento do que já foi ou está sendo feito pelo executivo e povo, é uno e indivisível. O que se tem na verdade é uma repartição
sem saber de que meios este dispõe para atuar. O executivo, por das funções estatais por órgãos distintos e independentes.
seu lado, não pode ficar à mercê de um lento processo de elabora- A Constituição brasileira adotou o sistema de freios e contra-
ção legislativa, nem sempre adequadamente concluído, para só en- pesos (chamado pela doutrina norte-americana de checks and ba-
tão responder às exigências sociais, muitas vezes graves e urgentes. lances), que, de acordo com Montesquieu se caracteriza como um
Entretanto, apesar da patente inadequação da organização do método de controles recíprocos entre os Poderes a ser exercido nos
Estado, a separação de poderes é um dogma, aliado à ideia de de- limites previstos na Constituição, privilegiando a independência e a
mocracia, daí decorrendo o temor de afrontá-la expressamente. Em harmonia entre os Poderes.
consequência, buscam-se outras soluções que permitam aumentar Importante destacar que a visão moderna da separação dos
a eficiência do Estado mantendo a aparência da separação de po- Poderes não impede que cada um dos Poderes da República exerça
deres. atipicamente (de forma secundária), além de sua função típica (pre-
ponderante), funções atribuídas a outro Poder.
Entre as tentativas feitas, duas merecem destaque por sua am- Percebe-se, assim, que uma determinada função estatal típica
plitude e pelas consequências que acarretam: poderá ser exercida atipicamente por outro Poder, sem, contudo,
• Delegação de poderes: Recebida de início com muitas reser- violar a separação dos Poderes.
vas e despertando forte resistência, a delegação de poderes, sobre- Assim, ao Poder Legislativo, como funções típicas, estão as
tudo a delegação de poder legislativo, foi aos poucos penetrando competências de legislar e fiscalizar. Enquanto como funções atípi-
nas Constituições. cas, têm-se as competências de administrar pessoas e bens e julgar
certas autoridades por crimes de responsabilidade;
Atualmente, superada já a fase de resistências, admite-se como Ao Poder Executivo, como funções típicas, estão as compe-
fato normal a delegação, exigindo-se apenas que seja limitada no tências de administrar. Enquanto como funções atípicas, têm-se as
tempo e quanto ao objeto. Os que ainda temem os efeitos da dele- competências de legislar medidas provisórias, leis delegadas e de-
gação não a recusam totalmente, sustentando, porém, que certas cretos autônomos, bem como, julgar recursos administrativos;
competências devem ser consideradas indelegáveis. Por fim, ao Poder Judiciário, como funções típicas, estão as
• Transferência constitucional de competências: Outra ocor- competências de julgar. Enquanto como funções atípicas, têm-se as
rência mais ou menos frequente é a transferência de competências, competências de administrar pessoas e bens.
por meio de reforma constitucional ou até da promulgação de no-
vas Constituições. Por esse meio, obedecendo rigorosamente o pro-
TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO. CONCEITO,
cesso de emenda à Constituição ou pelo uso de um processo autên- ORIGENS, CONTEÚDO, ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO.
tico de elaboração constitucional, têm surgido novas Constituições TIPOS DE CONSTITUIÇÃO. PODER CONSTITUINTE
que não se apegam rigidamente à teoria dos freios e contrapesos,
embora mantenham a aparência de separação de poderes.
Isso tem ocorrido, nos últimos tempos, visando a aumentar as Conceito de Constituição
competências do poder executivo, dando como resultado a manu- A Constituição é a norma suprema que rege a organização de
tenção de órgãos do poder legislativo que conservam sua estrutura um Estado Nacional.
tradicional, mas têm um mínimo de participação na formação da Por não haver na doutrina um consenso sobre o conceito de
vontade do Estado. Constituição, faz-se importante o estudo das diversas concepções
Como fica evidente, e a experiência tem comprovado, tais so- que o englobam. Então vejamos:
luções são artificiais, pois mantêm uma organização sem manterem
o funcionamento que determinou sua criação. Na verdade, as pró- • Constituição Sociológica
prias exigências de efetiva garantia de liberdade para todos e de Idealizada por Ferdinand Lassalle, em 1862, é aquela que deve
atuação democrática do Estado requerem deste maior dinamismo traduzir a soma dos fatores reais de poder que rege determinada
e a presença constante na vida social, o que é incompatível com a nação, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não
tradicional separação de poderes. corresponde à Constituição real.
É necessário que se reconheça que o dogma da rígida separação
formal está superado, reorganizando-se completamente o Estado, • Constituição Política
de modo a conciliar a necessidade de eficiência com os princípios Desenvolvida por Carl Schmitt, em 1928, é aquela que decorre
democráticos. de uma decisão política fundamental e se traduz na estrutura do
Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos funda-
mentais. As normas que não traduzirem a decisão política funda-
mental não serão Constituição propriamente dita, mas meras leis
constitucionais.

2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Concursos.


2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

117
DIREITO CONSTITUCIONAL
• Constituição Jurídica Portanto, o poder constituinte é de titularidade do povo, mas
Fundada nas lições de Hans Kelsen, em 1934, é aquela que se é o Estado, por meio de seus órgãos especializados, que o exerce.
constitui em norma hipotética fundamental pura, que traz funda-
mento transcendental para sua própria existência (sentido lógico- • Poder Constituinte Originário
-jurídico), e que, por se constituir no conjunto de normas com mais É aquele que cria a Constituição de um novo Estado,
alto grau de validade, deve servir de pressuposto para a criação das organizando e estabelecendo os poderes destinados a reger os
demais normas que compõem o ordenamento jurídico (sentido ju- interesses de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro poder,
rídico-positivo). não sofre qualquer limitação na órbita jurídica e não se subordina a
Na concepção jurídico-positiva de Hans Kelsen, a Constituição nenhuma condição, por tudo isso é considerado um poder de fato
ocupa o ápice da pirâmide normativa, servindo como paradigma ou poder político.
máximo de validade para todas as demais normas do ordenamento
jurídico. • Poder Constituinte Derivado
Ou seja, as leis e os atos infralegais são hierarquicamente Também é chamado de Poder instituído, de segundo grau ou
inferiores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não constituído, porque deriva do Poder Constituinte originário, encon-
contrariarem as suas normas. trando na própria Constituição as limitações para o seu exercício,
Abaixo, segue a imagem ilustrativa da Pirâmide Normativa: por isso, possui natureza jurídica de um poder jurídico.

Pirâmide Normativa • Poder Constituinte Derivado Decorrente


É a capacidade dos Estados, Distrito Federal e unidades da
Federação elaborarem as suas próprias Constituições (Lei Orgânica),
no intuito de se auto-organizarem. O exercente deste Poder são as
Assembleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Dis-
trito Federal.

• Poder Constituinte Derivado Reformador


Pode editar emendas à Constituição. O exercente deste Poder
é o Congresso Nacional.

• Mutação da Constituição
A interpretação constitucional deverá levar em consideração
todo o sistema. Em caso de antinomia de normas, buscar-se-á a so-
lução do aparente conflito através de uma interpretação sistemáti-
ca, orientada pelos princípios constitucionais.
Como Normas Infraconstitucionais entendem-se as Leis Com-
plementares e Ordinárias; Assim, faz-se importante diferenciarmos reforma e mutação
Como Normas Infralegais entendem-se os Decretos, Portarias, constitucional. Vejamos:
Instruções Normativas, Resoluções, etc. → Reforma Constitucional seria a modificação do texto consti-
tucional, através dos mecanismos definidos pelo poder constituinte
Constitucionalismo originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando ar-
Canotilho define o constitucionalismo como uma teoria (ou tigos ao texto original.
ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável → Mutações Constitucionais não seria alterações físicas, pal-
à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização páveis, materialmente perceptíveis, mas sim alterações no significa-
político-social de uma comunidade. do e sentido interpretativo de um texto constitucional. A transfor-
Neste sentido, o constitucionalismo moderno representará mação não está no texto em si, mas na interpretação daquela regra
uma técnica específica de limitação do poder com fins garantísticos. enunciada. O texto permanece inalterado.
O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro
juízo de valor. É, no fundo, uma teoria normativa da política, tal As mutações constitucionais, portanto, exteriorizam o caráter
como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo. dinâmico e de prospecção das normas jurídicas, através de proces-
Partindo, então, da ideia de que o Estado deva possuir uma sos informais. Informais no sentido de não serem previstos dentre
Constituição, avança-se no sentido de que os textos constitucionais aquelas mudanças formalmente estabelecidas no texto constitucio-
contêm regras de limitação ao poder autoritário e de prevalência nal.
dos direitos fundamentais, afastando-se a visão autoritária do an-
tigo regime. Métodos de Interpretação Constitucional
A hermenêutica constitucional tem por objeto o estudo e a
Poder Constituinte Originário, Derivado e Decorrente - Refor- sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido
ma (Emendas e Revisão) e Mutação da Constituição e o alcance das normas constitucionais. É a ciência que fornece a
Canotilho afirma que o poder constituinte tem suas raízes em técnica e os princípios segundo os quais o operador do Direito po-
uma força geral da Nação. Assim, tal força geral da Nação atribui ao derá apreender o sentido social e jurídico da norma constitucional
povo o poder de dirigir a organização do Estado, o que se conven- em exame, ao passo que a interpretação consiste em desvendar o
cionou chamar de poder constituinte. real significado da norma. É, enfim, a ciência da interpretação das
Munido do poder constituinte, o povo atribui parcela deste a normas constitucionais.
órgãos estatais especializados, que passam a ser denominados de A interpretação das normas constitucionais é realizada a partir
Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). da aplicação de um conjunto de métodos hermenêuticos desenvol-
vidos pela doutrina e pela jurisprudência. Vejamos cada um deles:

118
DIREITO CONSTITUCIONAL
• Método Hermenêutico Clássico • Princípio do Efeito Integrador
Também chamado de método jurídico, desenvolvido por Ernest Traduz a ideia de que na resolução dos problemas jurídico-
Forsthoff, considera a Constituição como uma lei em sentido amplo, -constitucionais deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a
logo, a arte de interpretá-la deverá ser realizada tal qual a de uma unidade político-social, uma vez que a Constituição é um elemento
lei, utilizando-se os métodos de interpretação clássicos, como, por do processo de integração comunitária.
exemplo, o literal, o lógico-sistemático, o histórico e o teleológico.
→ Literal ou gramatical: examina-se separadamente o sentido • Princípio da Máxima Efetividade
de cada vocábulo da norma jurídica. É tida como a mais singela for- Também chamado de princípio da eficiência, ou princípio da
ma de interpretação, por isso, nem sempre é o mais indicado; interpretação efetiva, reza que a interpretação constitucional deve
→ Lógico-sistemático: conduz ao exame do sentido e do alcan- atribuir o sentido que dê maior efetividade à norma constitucional
ce da norma de forma contextualizada ao sistema jurídico que inte- para que ela cumpra sua função social.
gra. Parte do pressuposto de que a norma é parcela integrante de É hoje um princípio aplicado a todas as normas constitucionais,
um todo, formando um sistema jurídico articulado; sendo, sobretudo, aplicado na interpretação dos direitos
→ Histórico: busca-se no momento da produção normativa o fundamentais.
verdadeiro sentido da lei a ser interpretada;
→ Teleológico: examina o fim social que a norma jurídica pre- • Princípio da Justeza
tendeu atingir. Possui como pressuposto a intenção do legislador ao Também chamado de princípio da conformidade funcional,
criar a norma. estabelece que os órgãos encarregados da interpretação constitu-
cional não devem chegar a um resultado que subverta o esquema
• Método Tópico-Problemático organizatório e funcional traçado pelo legislador constituinte.
Este método valoriza o problema, o caso concreto. Foi ideali- Ou seja, não pode o intérprete alterar a repartição de funções
zado por Theodor Viehweg. Ele interpreta a Constituição tentando estabelecida pelos Poderes Constituintes originário e derivado.
adaptar o problema concreto (o fato social) a uma norma consti-
tucional. Busca-se, assim, solucionar o problema “encaixando” em • Princípio da Harmonização
uma norma prevista no texto constitucional. Este princípio também é conhecido como princípio da concor-
dância prática, e determina que, em caso de conflito aparente entre
• Método Hermenêutico-Concretizador normas constitucionais, o intérprete deve buscar a coordenação e
Seu principal mentor foi Konrad Hesse. Concretizar é aplicar a a combinação dos bens jurídicos em conflito, de modo a evitar o
norma abstrata ao caso concreto. sacrifício total de uns em relação aos outros.
Este método reconhece a relevância da pré-compreensão do
intérprete acerca dos elementos envolvidos no texto constitucional • Princípio da Força Normativa da Constituição
a ser desvendado. Neste princípio o interprete deve buscar a solução hermenêu-
A reformulação desta pré-compreensão e a subsequente re- tica que possibilita a atualização normativa do texto constitucional,
leitura do texto normativo, com o posterior contraponto do novo concretizando sua eficácia e permanência ao longo do tempo.
conteúdo obtido com a realidade social (movimento de ir e vir) de-
ve-se repetir continuamente até que se chegue à solução ótima do • Princípio da Interpretação conforme a Constituição
problema. Esse movimento é denominado círculo hermenêutico ou Este princípio determina que, em se tratando de atos norma-
espiral hermenêutica. tivos primários que admitem mais de uma interpretação (normas
polissêmicas ou plurissignificativas), deve-se dar preferência à in-
• Método Científico-Espiritual terpretação legal que lhe dê um sentido conforme a Constituição.
Desenvolvido por Rudolf Smend. Baseia-se no pressuposto de
que o intérprete deve buscar o espírito da Constituição, ou seja, os • Princípio da Supremacia
valores subjacentes ao texto constitucional. Nele, tem-se que a Constituição Federal é a norma suprema,
É um método marcadamente sociológico que analisa as normas haja vista ser fruto do exercício do Poder Constituinte originário.
constitucionais a partir da ordem de valores imanentes do texto Essa supremacia será pressuposto para toda interpretação jurídi-
constitucional, a fim de alcançar a integração da Constituição com co-constitucional e para o exercício do controle de constituciona-
a realidade social. lidade.

• Método Normativo-Estruturante • Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis


Pensado por Friedrich Muller, parte da premissa de que não há Segundo ele, presumem-se constitucionais as leis e atos nor-
uma identidade entre a norma jurídico-constitucional e o texto nor- mativos primários até que o Poder Judiciário os declare inconstitu-
mativo. A norma constitucional é mais ampla, uma vez que alcança cionais. Ou seja, gozam de presunção relativa.
a realidade social subjacente ao texto normativo.
Assim, compete ao intérprete identificar o conteúdo da norma • Princípio da Simetria
constitucional para além do texto normativo. Daí concluir-se que a Deste princípio extrai-se que, as Constituições Estaduais, a Lei
norma jurídica só surge após a interpretação do texto normativo. Orgânica do Distrito Federal e as Leis Orgânicas Municipais devem
seguir o modelo estatuído na Constituição Federal.
Princípios de Interpretação Constitucional
• Princípio da Unidade da Constituição
• Princípio dos Poderes Implícitos
O texto constitucional deve ser interpretado de forma a evitar
Segundo a teoria dos poderes implícitos, para cada dever ou-
contradições internas (antinomias), sobretudo entre os princípios
torgado pela Constituição Federal a um determinado órgão, são im-
constitucionais estabelecidos. O intérprete deve considerar a Cons-
plicitamente conferidos amplos poderes para o cumprimento dos
tituição na sua totalidade, harmonizando suas aparentes contradi-
ções. objetivos constitucionais.

119
DIREITO CONSTITUCIONAL
Classificação das Constituições

• Quanto à Origem
a) Democrática, Promulgada ou Popular: elaborada por legítimos representantes do povo, normalmente organizados em torno de
uma Assembleia Constituinte;
b) Outorgada: Imposta pela vontade de um poder absolutista ou totalitário, não democrático;
c) Cesarista, Bonapartista, Plebiscitária ou Referendária: Criada por um ditador ou imperador e posteriormente submetida à aprova-
ção popular por plebiscito ou referendo.

• Quanto ao Conteúdo
a) Formal: compõe-se do que consta em documento solene;
b) Material: composta por regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes e direitos fundamentais, podendo
ser escritas ou costumeiras.

• Quanto à Forma
a) Escrita ou Instrumental: formada por um texto;
a.i) Escrita Legal – formada por um texto oriundo de documentos esparsos ou fragmentados;
a.ii) Escrita Codificada – formada por um texto inscrito em documento único.
b) Não Escrita: identificada a partir dos costumes, da jurisprudência predominante e até mesmo por documentos escritos.

• Quanto à Estabilidade, Mutabilidade ou Alterabilidade


a) Imutável: não prevê nenhum processo para sua alteração;
b) Fixa: só pode ser alterada pelo Poder Constituinte Originário;
c) Rígida: o processo para a alteração de suas normas é mais difícil do que o utilizado para criar leis;
d) Flexível: o processo para sua alteração é igual ao utilizado para criar leis;
e) Semirrígida ou Semiflexível: dotada de parte rígida e parte flexível.
• Quanto à Extensão
a) Sintética: regulamenta apenas os princípios básicos de um Estado, organizando-o e limitando seu poder, por meio da estipulação
de direitos e garantias fundamentais;
b) Analítica: vai além dos princípios básicos e dos direitos fundamentais, detalhando também outros assuntos, como de ordem eco-
nômica e social.

• Quanto à Finalidade
a) Garantia: contém proteção especial às liberdades públicas;
b) Dirigente: confere atenção especial à implementação de programas pelo Estado.

• Quanto ao Modo de Elaboração


a) Dogmática: sistematizada a partir de ideias fundamentais;
b) Histórica: de elaboração lenta, pois se materializa a partir dos costumes, que se modificam ao longo do tempo.

• Quanto à Ideologia
a) Ortodoxa: forjada sob a ótica de somente uma ideologia;
b) Eclética: fundada em valores plurais.

• Quanto ao Valor ou Ontologia (Karl Loewestein)


a) Normativa: dotada de valor jurídico legítimo;
b) Nominal: sem valor jurídico, apenas social;
c) Semântica: tem importância jurídica, mas não valoração legítima, pois é criada apenas para justificar o exercício de um Poder não
democrático.

Classificação da Constituição da República Federativa do Brasil


Democrática, Promulgada ou Popular Formal Escrita Rígida Analítica Dirigente Dogmática Eclética Normativa

Classificação das Normas Constitucionais


– Normas Constitucionais de Eficácia Plena: Possuem aplicabilidade imediata, direta e integral.
– Normas Constitucionais de Eficácia Contida: Possuem aplicabilidade imediata, direta, mas não integral.
– Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Definidoras de Princípios Institutivos: Possuem aplicabilidade indireta, dependem de
lei posterior para dar corpo a institutos jurídicos e aos órgãos ou entidades do Estado, previstos na Constituição.
– Normas Constitucionais de Eficácia Limitada Definidoras de Princípios Programáticos: Possuem aplicabilidade indireta, estabele-
cem programas, metas, objetivos a serem desenvolvidos pelo Estado, típicas das Constituições dirigentes.

120
DIREITO CONSTITUCIONAL
– Normas Constitucionais de Eficácia Absoluta: Não podem Garantiu maior poder ao governo federal; instituiu o voto obri-
ser abolidas nem mesmo por emenda à Constituição Federal. gatório e secreto a partir dos 18 anos e o voto feminino, já instituí-
– Normas Constitucionais de Eficácia Exaurida: Possuem apli- dos pelo Código Eleitoral de 1932; fixou um salário mínimo; intro-
cabilidade esgotada. duziu a organização sindical mantida pelo Estado.
– Normas Constitucionais de Eficácia Negativa Criou o mandado de segurança. Sob a rubrica “Da Ordem Eco-
→ Impedem a recepção das normas infraconstitucionais pré- nômica e Social”, explicitava que deveria possibilitar “a todos exis-
-constitucionais materialmente incompatíveis, revogando-as; tência digna” e sob a rubrica “Da família, da Educação e da Cultura”
→ Impedem que sejam produzidas normas ulteriores que con- proclamava a educação “direito de todos”.
trariem os programas por ela estabelecidos. Serve, assim, como Mudou também o enfoque da democracia individualista para
parâmetro para o controle de constitucionalidade; a democracia social. Estabeleceu os critérios acerca da criação da
→ Obrigam a atuação do Estado no sentido de conferir eficácia Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral. O Poder Legislativo seria
aos programas estatuídos no texto constitucional. exercido pela Câmara dos Deputados com colaboração do Senado,
sendo aquela constituída por representantes eleitos pela popula-
História Constitucional Brasileira ção e por organizações de caráter profissional e trabalhista.
A Constituição de 1934 vigorou por 3 anos.
• Constituição de 18243
Primeira Constituição brasileira, a Constituição Política do Im- • Constituição de 1937
pério do Brasil foi outorgada por Dom Pedro I, em 25 de março de No início de novembro de 1937, tropas da polícia militar do
1824. Instalava-se um governo monárquico, hereditário, constitu- Distrito Federal cercaram o Congresso e impediram a entrada dos
cional e representativo. parlamentares. No mesmo dia, Vargas apresentou uma nova fase
Além dos três Poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, havia política e a entrada em vigor de nova Carta Constitucional. Começa-
ainda o Poder Moderador. O Poder Legislativo era exercido pela As- va oficialmente o “Estado Novo”. Deu-se a supressão dos partidos
sembleia Geral, composta de duas câmaras: a dos senadores, cujos políticos e a concentração de poder nas mãos do chefe supremo.
membros eram vitalícios e nomeados pelo Imperador dentre inte- A Carta de 1937 possuía clara inspiração nos modelos fascistas
grantes de uma lista tríplice enviada pela Província, e a dos deputa- europeus, institucionalizando o regime ditatorial do Estado Novo.
dos, eletiva e temporária. Ficaria conhecida como “Polaca”, devido a certas semelhanças com
Nesta Constituição destacaram-se: o fortalecimento da figura a Constituição Polonesa de 1935.
do Imperador com a criação do Poder Moderador acima dos outros Extinguiu o cargo de vice-presidente, suprimiu a liberdade po-
Poderes; a indicação pelo Imperador dos presidentes que governa- lítico partidária e anulou a independência dos Poderes e a autono-
riam as províncias; o sistema eletivo indireto e censitário, com o mia federativa.
voto restrito aos homens livres e proprietários e subordinado a seu Essa Constituição permitiu a cassação da imunidade parlamen-
nível de renda. tar, a prisão e o exílio de opositores. Instituiu a eleição indireta para
Em 1834 foi promulgado o Ato Adicional, que criava as Assem- presidente da República, com mandato de seis anos; a pena de
bleias Legislativas provinciais e suprimia o Poder Moderador, só res- morte e a censura prévia nos meios de comunicação. Manteve os
taurado em 1840, com a Emenda Interpretativa do Ato Adicional. direitos trabalhistas.
Foi a constituição que vigorou por maior tempo, 65 anos. A Constituição de 1937 vigorou por 8 anos.

• Constituição de 1891 • Constituição de 1946


Foi promulgada pelo Congresso Constitucional, o mesmo que Promulgada durante o governo do presidente Eurico Gaspar
elegeu Deodoro da Fonseca como Presidente. Tinha caráter liberal Dutra, foi elaborada sob os auspícios da derrota dos regimes totali-
e federalista, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos. tários na Europa ao término da Segunda Guerra Mundial, refletia a
Instituiu o presidencialismo, concedeu grande autonomia aos redemocratização do Estado brasileiro.
estados da federação e garantiu a liberdade partidária. Restabeleceu os direitos individuais, extinguindo a censura e a
Estabeleceu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Pre- pena de morte. Devolveu a independência dos três poderes, a au-
sidência da República, com mandato de quatro anos. Estabeleceu tonomia dos estados e municípios e a eleição direta para presidente
o voto universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e da República, com mandato de cinco anos.
vetava o mesmo a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos; de- Em 1961 sofreu importante reforma com a adoção do parla-
terminou a separação oficial entre o Estado e a Igreja Católica; insti- mentarismo. Foi posteriormente anulada pelo plebiscito de 1963,
tuiu o casamento civil e o habeas corpus; aboliu a pena de morte e que restaurava o regime presidencialista.
extinguiu o Poder Moderador. A Constituição de 1946 vigorou por 21 anos.
Também nesta Constituição ficou estabelecida, em seu artigo
terceiro, uma zona de 14.400 Km² no Planalto Central, para a futura • Constituição de 1967
Capital Federal. Foi promulgada pelo Congresso Nacional durante o governo
A Constituição de 1891 vigorou por 39 anos. Castelo Branco.
Oficializava e institucionalizava a ditadura do Regime Militar de
• Constituição de 1934 1964. Foi por muitos denominada de “Super Polaca”.
Foi promulgada pela Assembleia Constituinte no primeiro go- Conservou o bipartidarismo criado pelo Ato Adicional n° 2. Es-
verno do Presidente Getúlio Vargas e preservou a essência do mo- tabeleceu eleições indiretas, por meio do Colégio Eleitoral, para a
delo liberal da Constituição anterior. presidência da República, com quatro anos de mandato.
Foram incorporadas nas suas Disposições Transitórias os dispo-
sitivos do Ato Institucional n° 5 (AI-5), de 1968, dando permissão ao
3 https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/
copy_of_museu/publicacoes/arquivos-pdf/Constituicoes%20Brasileiras-PDF.pdf presidente para, dentre outros, fechar o Congresso, cassar manda-

121
DIREITO CONSTITUCIONAL
tos e suspender direitos políticos. Permitiu aos governos militares Constituições Brasileiras
total liberdade de legislar em matéria política, eleitoral, econômica
e tributária. Outorgadas Promulgadas
Desta forma, o Executivo acabou por substituir, na prática, o 1824 – Constituição do 1891 – 1ª Constituição da República
Legislativo e o Judiciário. Sofreu algumas reformas como a emen- Brasil-Império
da Constitucional nº 1, de 1969, outorgada pela Junta Militar. Tal
1937 – Imposta por 1934 – Influenciada pela Constituição
emenda se apresenta como um “complemento” às leis e regula-
Getúlio Vargas de Weimar (Alemanha – 1919).
mentações da Constituição de 1967. Evidenciou os direitos fundamentais
Embora seja denominada por alguns como Constituição, já que de 2ª geração
promulgou um texto reformulado a partir da Constituição de 1967,
muitos são os que não a veem como tal. A verdade é que, a par- 1967 – Imposta após o 1946 – Redemocratização do Brasil
tir desta emenda, ficam mais claras as características políticas da Golpe Militar de 1964 após a era Vargas
ditadura militar. Continuava em vigor o Ato Institucional nº 5 e os * EC nº1/1969 – Imposta 1988 – Atual Carta Política
demais atos institucionais anteriormente baixados. pela ditadura
A Constituição de 1967 autorizava a expedição de decretos-lei,
a nomeação de senadores pelas Assembleias Legislativas, a pror- Referências Bibliográficas:
rogação do mandato presidencial para seis anos e a alteração da BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
proporcionalidade de deputados no Congresso. cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
A Constituição de 1967 vigorou por 21 anos. Editora JusPODIVM.
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
• Constituição de 1988 cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
Atualmente em vigor, a Constituição de 1988 foi promulgada LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São
no governo de José Sarney. Foi elaborada por uma Assembleia Paulo: Editora Método.
Constituinte, legalmente convocada e eleita e a primeira a permitir
a incorporação de emendas populares. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
O Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Gui-
marães, ao entregá-la à nação, chamou-a de “Constituição Cidadã”.
Seus pontos principais são a República representativa, federati- A Constituição Federal é o instrumento normativo através do
va e presidencialista. Os direitos individuais e as liberdades públicas qual se disciplina a criação das denominadas regras essenciais do
são ampliados e fortalecidos. É garantida a inviolabilidade do direito Estado, organiza os entes estatais, bem como elenca o procedimen-
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. to legislativo4.
O Poder Executivo mantém sua forte influência, permitindo a Em virtude dessas características resta cristalina a posição hie-
edição de medidas provisórias com força de lei (vigorantes por um rárquica preeminente das normas constitucionais → Princípio da
mês, passíveis de serem reeditadas enquanto não forem aprovadas Supremacia da Constituição Federal.
ou rejeitadas pelo Congresso). Destaque-se, contudo, que somente será possível se falar em
O voto se torna permitido e facultativo a analfabetos e maiores controle de constitucionalidade naqueles países que adotem, quan-
de 16 anos. A educação fundamental é apresentada como obrigató- to à estabilidade, uma constituição do tipo rígida. Isso porque, se as
ria, universal e gratuita. normas constitucionais forem flexíveis, não existirá procedimento
Também são abordados temas como o dever da defesa do diferenciado das demais espécies normativas, sendo que no caso
meio ambiente e de preservação de documentos, obras e outros seria realizado, apenas e tão somente, um controle de legalidade
bens de valor histórico, artístico e cultural, bem como os sítios ar- das normas, levando-se em conta, especialmente, o critério da tem-
queológicos. poralidade.
Reformas constitucionais começaram a ser votadas pelo Con- Segundo a clássica lição de Kelsen o ordenamento jurídico pode
gresso Nacional a partir de 1992. Algumas das principais medidas ser representado por uma pirâmide, sendo que no topo dela estão
abrem para a iniciativa privada atividades antes restritas à esfera de as normas constitucionais (Constituição Federal e demais normas
ação do Estado, esvaziando, de certa forma, o poder e a influência materialmente constitucionais), as quais são consideradas normas
estatais em determinados setores. de validade dos demais atos normativos do sistema, que se encon-
A iniciativa privada, nacional ou internacional, recebe autoriza- tram hierarquicamente abaixo daquelas.
ção para explorar a pesquisa, a lavra e a distribuição dos derivados Para uma compreensão mais simples devemos analisar o orde-
de petróleo, as telecomunicações e o gás encanado. As empresas namento jurídico brasileiro de cima para baixo, sendo que no topo
estrangeiras adquirem o direito de exploração dos recursos mine- da pirâmide encontram-se as normas constitucionais e todos os de-
rais e hídricos. mais atos normativos hierarquicamente abaixo daquelas. Portanto,
Na esfera política ocorrem mudanças na organização e regras somente podemos dizer que uma norma é constitucional se ela es-
referentes ao sistema eleitoral; o mandato do presidente da Repú- tiver em harmonia com as normas constitucionais.
blica é reduzido de cinco para quatro anos e, em 1997, é aprovada Atualmente há uma tendência de ampliar o conteúdo do parâ-
a emenda que permite a reeleição do presidente da República, de metro de constitucionalidade, com aquilo que a doutrina vem cha-
governadores e prefeitos. Os candidatos processados por crime co- mando de bloco de constitucionalidade (ou paradigma de controle).
mum não podem ser eleitos, e os parlamentares submetidos a pro- Através desse instituto a doutrina moderna afirma que o parâmetro
cesso que possa levar à perda de mandato e à inelegibilidade não de constitucionalidade não se limita apenas pelas normas cons-
podem renunciar para impedir a punição. tantes da Constituição Federal e sim também pelas leis com valor
constitucional formal, pelos tratados e convenções internacionais
4 https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e79cb9270ec-
c075bfab3b84b2a.pdf

122
DIREITO CONSTITUCIONAL
sobre direitos humanos aprovados nos termos do § 3º do art. 5º da Controle Preventivo: Comissões de Constituição e Justiça e
CF, bem como pelo conjunto de preceitos e princípios, explícitos ou Veto Jurídico
implícitos, decorrentes da própria Carta Magna.
Em virtude da supremacia da Constituição é que surge o insti- • Momento do Controle de Constitucionalidade
tuto do controle de constitucionalidade o qual, de forma didática, Quanto ao momento, o controle de constitucionalidade pode
pode ser conceituado como sendo a verificação de compatibilidade ser preventivo (a priori) ou repressivo (a posteriori).
vertical entre as normas constitucionais e os demais atos normati-
vos que se encontram hierarquicamente abaixo delas. No Controle Preventivo, fiscaliza-se a validade do projeto de
O controle de constitucionalidade é um instrumento de tutela lei com o fim de se evitar que seja inserida no ordenamento jurídi-
e proteção do princípio da supremacia da Constituição, buscando co uma norma incompatível com a Constituição. Pode ser realizado
manter a harmonia do ordenamento jurídico. por todos os Poderes da República.
Destaque-se que somente é possível falar que uma norma é
constitucional ou não se ela foi editada e promulgada após a Cons- Controle Repressivo do Poder Legislativo
tituição Federal em vigor à época. Se uma norma tiver sido editada No caso do Controle Repressivo, fiscaliza-se a validade de uma
sob a égide de uma Constituição Federal já revogada e estiver em norma já inserida no ordenamento jurídico.
consonância com o atual regramento constitucional, dizemos que Procura-se expurgar do Direito Posto norma que contraria for-
ela foi recepcionada, sendo que continuará a viger. mal e/ou materialmente o texto constitucional, seu fundamento de
De outro vértice, se aquela norma estiver em desacordo com validade.
a nova Constituição Federal dizemos que ela não foi recepcionada Pode, também, ser realizado pelos três Poderes da República,
pela nova ordem (sendo extirpada tacitamente do ordenamento ju- bem assim pelo Tribunal de Contas da União.
rídico), sendo incorreto dizer que ela é inconstitucional.
Portanto, tecnicamente, o parâmetro para se afirmar se a nor- Controle Repressivo do Poder Judiciário: o Controle Difuso ou
ma infraconstitucional é ou não constitucional é a Constituição Fe- Aberto
deral vigente ao tempo em que aquela entrou em vigor. Ressalte-se, A legitimação ativa no controle difuso é ampla, uma vez que
contudo, que não raras vezes doutrina e jurisprudência, afastando- qualquer das partes (autor e réu) poderá levantar a questão consti-
-se do termo técnico, acabam por utilizar as expressões em questão tucional, bem assim o membro do Ministério Público que oficie no
de forma indiscriminada. feito ou, ainda, o próprio magistrado de ofício.
Importante consignar que em virtude da globalização e das re-
gras de Direito Internacional, surgiu o instituto denominado con- • Competência do Controle Difuso
trole de convencionalidade, que é a verificação de compatibilidade No âmbito do controle difuso, qualquer juiz ou tribunal do País
entre a legislação nacional e as normas de proteção internacional dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade das
(tratados e convenções internacionais) ratificadas pelo Governo leis e dos atos normativos.
brasileiro e em vigor no país. No entanto, quando o processo chega às instâncias superio-
Continuando a análise do presente tópico, após o advento da res, um órgão fracionário do tribunal não possui esta competência
EC n.º 45/04 e a inserção do § 3º ao art. 5º de nossa Constituição (princípio da reserva de plenário, prescrito no Artigo 97, da CF).
Federal, a doutrina e jurisprudência passaram a conceber status di-
ferenciado para os tratados e convenções internacionais que forem Repercussão Geral
integrados ao nosso ordenamento, a depender da matéria e forma
de votação. • Efeitos da Decisão
Em se tratando de tratados e convenções internacionais sobre A princípio, pode-se afirmar que os efeitos da decisão em con-
direitos humanos e que foram inseridos em nosso ordenamento trole difuso de constitucionalidade realizado por juízes monocráti-
observando-se as regras de votação atinentes às Emendas Consti- cos e tribunais, inclusive o próprio STF, são inter partes (alcançando
tucionais (§ 3º do art. 5º, da CF), eles terão status de normas cons- apenas o autor e o réu), e ex tunc (não retroativos).
titucionais. Contudo, em se tratando especificamente de julgamento de re-
De outro vértice, se os tratados e convenções internacionais fo- curso extraordinário (RE) pelo STF, deve-se observar qual o regime a
rem inseridos em nosso ordenamento pátrio segundo as regras de que se submete, se anterior ou posterior ao requisito da repercussão
votação comum, eles ganharão status de norma supralegal, encon- geral da matéria constitucional guerreada (Artigo 102, § 3º, da CF).
trando-se acima das leis ordinárias e complementares, mas abaixo
das normas de natureza constitucional. Recurso Extraordinário
Se o RE é anterior à exigência da repercussão geral, os efeitos
da decisão proferida nesta ação seguirão a regra geral, vale dizer,
NORMAS CONSTITUCIONAIS E INCONSTITUCIONAIS
serão inter parte e ex tunc.
No entanto, ainda haverá a possibilidade da extensão dos efei-
Controle de Constitucionalidade tos da decisão a terceiros não integrantes da relação jurídico-pro-
É a atividade de fiscalização da validade e conformidade das cessual primitiva, por meio da suspensão da execução da lei pelo
leis e atos do Poder Público à vista de uma Constituição rígida, Senado Federal, nos termos do Artigo 52, X, da CF.
desenvolvida por um ou vários órgãos constitucionalmente De outra banda, se o julgamento do RE obedece à sistemática
designados. É, em síntese, um conjunto de atos tendentes a garantir trazida pelo regime da repercussão geral, a decisão passa a produzir
a supremacia formal da Constituição. eficácia erga omnes (alcançando todos que se encontram na mes-
ma situação jurídica).

123
DIREITO CONSTITUCIONAL
Como a Constituição Federal (Artigo 102, § 3º) passa a exigir • Legitimação Ativa
do recorrente a demonstração da repercussão geral das questões Podem propor ADI um dos legitimados pela Constituição Fede-
constitucionais discutidas, vale dizer, que o interesse da demanda ral enumerados no Artigo 103, I ao IX:
transcenda os meros interesses particulares, nada mais razoável Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
que a questão constitucional guerreada, alcance efeitos extra par- e a ação declaratória de constitucionalidade:
tes. I - o Presidente da República;
Nesse contexto, as razões de decidir do STF que levaram à II - a Mesa do Senado Federal;
declaração de inconstitucionalidade da lei transcendem às partes III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
envolvidas para assumir uma eficácia generalizada – erga omnes, IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa
independentemente de Resolução do Senado. do Distrito Federal;
É o que se denomina transcendência dos motivos determinan- V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
tes da decisão no controle difuso de constitucionalidade. VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
Súmula Vinculante VIII - partido político com representação no Congresso Nacio-
As decisões proferidas pelo STF no controle difuso de consti- nal;
tucionalidade não são dotadas de força vinculante em relação ao IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na-
Poder Judiciário, tampouco perante a Administração Pública. cional.
No intuito de conferir autoridade às decisões relevantes do
Pretório Excelso, a Emenda Constitucional nº 45/2004 criou a figura O quadro abaixo traz dicas para memorização de tal legitima-
da Súmula Vinculante, nos termos do Artigo 103-A, da CF: ção:
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar sú- 3 autoridades → Presidente da República, Governadores, PGR
mula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito 3 mesas → Mesa do Senado Federal, Mesa da Câmara dos De-
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ad- putados, Mesas das Assembleias Legislativas
ministração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 3 instituições → Conselho Federal da OAB, partido político com
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na representação no Congresso Nacional, confederação sindical ou en-
forma estabelecida em lei. tidade de classe de âmbito nacional
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação
e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja • Objeto
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Por força de determinação constitucional, podem ser objeto de
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e ADI, leis e atos normativos federais e estaduais (Artigo 102, I, a,
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. da CF).
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei,
a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser Podem ser objeto de ADI
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de Emendas constitucionais de reforma, emendas constitucionais
inconstitucionalidade. de revisão, tratados internacionais equipados às emendas, leis or-
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a dinárias, leis complementares, leis delegadas, medidas provisórias,
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação decretos legislativos, resoluções, tratados internacionais não equi-
ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará parados às emendas, decretos autônomos, regimentos internos dos
o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e tribunais, Constituições Estaduais e Lei Orgânica do Distrito Federal.
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso. Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC
A Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADC foi criada
Requisitos para aprovação de uma Súmula Vinculante pela Emenda Constitucional nº 3/1993, no intuito de se outorgar
a certos legitimados (Artigo 103, I a IX, da CF), o poder de requerer
Quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de oito minis- ao STF o reconhecimento da constitucionalidade de uma norma
tros); federal, para encerrar, definitivamente, relevante controvérsia ju-
Reiteradas decisões sobre matéria constitucional; dicial sobre sua validade, haja vista que a decisão do STF nessa ação
produzirá eficácia erga omnes e efeito vinculante em relação aos
Controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a
Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta
relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

• Legitimação Ativa
Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica - ADI ou ADIN
Podem propor ADC os mesmos legitimados da ADI (Artigo 103,
A Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI, ou, tão
I ao IX, da CF).
somente, Ação Direta de Inconstitucionalidade, tem por fim retirar
do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo federal ou esta-
• Objeto
dual que desrespeita a Constituição Federal.
A ADC só se presta para a aferição da constitucionalidade de
leis e atos normativos federais (Artigo 102, I, a, da CF).
Não se admite, em sede de ADC, a aferição da constitucionali-
dade de normas estaduais, distritais e municipais.

124
DIREITO CONSTITUCIONAL
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – • Legitimação Ativa
ADPF Podem propor a ADO os mesmos legitimados à propositura da
Determina a Constituição Federal que a arguição de descumpri- ADI (Artigo 103, I a IX, da CF).
mento de preceito fundamental (ADPF) será apreciada pelo STF, na
forma da lei (Artigo 102, § 1º). • Objeto
A expressão “na forma da lei” demonstra tratar-se de uma nor- De igual forma à ADI, na ADO só poderão ser impugnadas omis-
ma constitucional de eficácia limitada, no caso, definidora de princí- sões do legislador federal e estadual quanto ao seu dever constitu-
pio institutivo, que foi regulamentada pela Lei nº 9.882/99. cional de legislar, bem assim do Distrito Federal, desde que referen-
te ao exercício de atribuição estadual.
• Legitimação Ativa As omissões de órgãos municipais não se sujeitam à impugna-
Poderão impetrar a ADPF os mesmos legitimados para proposi- ção por meio da ADO perante o STF.
tura da ADI (Artigo 103, I a IX, da CF).
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva
• Objeto No Brasil, a regra é o exercício da plena autonomia de um ente
De acordo com o Artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, será cabível a federado. No entanto, a autonomia dos Estados, do Distrito Federal
ADPF em três hipóteses distintas, a saber: e dos Municípios poderá ser temporariamente afastada, nas hipó-
a) para evitar lesão a preceito fundamental, resultante de ato teses excepcionais em que a Constituição Federal admite o proces-
do Poder Público (ADPF autônoma preventiva); so de intervenção de um ente federativo sobre outro.
b) para reparar lesão a preceito fundamental, resultante de A representação interventiva, também denominada de Ação
ato do Poder Público (ADPF autônoma repressiva); Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (Artigo 36, III, da CF), é
c) diante de relevante controvérsia constitucional sobre lei ou a ação destinada a aferir legitimidade ao processo de intervenção,
ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anterio- que pode ocorrer em duas hipóteses constitucionais:
res à Constituição Federal de 1988 (ADPF incidental). a) ofensa aos princípios constitucionais sensíveis (Artigo 34, VII,
da CF);
Conceito de Preceito Fundamental b) recusa à execução de lei federal (Artigo 34, VI, da CF).
Apesar de não haver um delineamento objetivo do que sejam
preceitos fundamentais, tarefa que cabe à Suprema Corte, a doutri- Nestas duas situações, a intervenção federal dependerá de pro-
na identifica como preceitos fundamentais na Constituição: vimento pelo Supremo Tribunal Federal de representação interven-
a) os princípios fundamentais do Título I (Artigos 1º ao 4º); tiva proposta pelo procurador-geral da República.
b) os direitos e garantias fundamentais (espalhados por todo o A Lei nº 12.562/2011, veio regulamentar o inciso III do Artigo
texto constitucional); 36 da CF, dispondo sobre o processo e julgamento da representação
c) os princípios constitucionais sensíveis (Artigo 34, VII); interventiva perante o Supremo Tribunal Federal.
d) as cláusulas pétreas (Artigo 60, § 4º);
e) as limitações materiais implícitas. Reclamação Constitucional
A fim de garantir a autoridade da decisão proferida pelo STF,
• Modalidades de ADPF em sede de controle concentrado de constitucionalidade, a Excelsa
Da leitura do Artigo 1º, da Lei nº 9.882/99, percebemos a exis- Corte admite o ajuizamento de reclamação, nos termos do Artigo
tência de duas modalidades de ADPF: 102, I, “l” , da CF (competência originária do STF), desde que o ato
a) arguição autônoma (com natureza de ação, que tem por fim judicial que se alega tenha desrespeitado a decisão do STF não te-
evitar ou reparar lesão a preceito fundamental); nha sido transitado em julgado
b) arguição incidental (que pressupõe a existência de uma Para se ter um exemplo da amplitude da perspectiva do insti-
ação original). tuto da reclamação, havendo efeito vinculante perante até mesmo
a Administração Pública, temos sustentado a possibilidade de ajui-
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO zamento de Reclamação em face de ato de Prefeito que contraria
A Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO é decisão proferida pelo STF com caráter vinculante.
medida que tem por fim tornar efetivas, certas normas constitu- Nessa linha de ampliação do instituto da reclamação, destaca-
cionais, por meio do reconhecimento da inconstitucionalidade da mos o Artigo 103-A, § 3º, da CF (já disposto aqui anteriormente).
omissão do legislador infraconstitucional quanto ao seu dever de
regulamentar dispositivos constitucionais (Artigo 103, § 2º, da CF). • Natureza Jurídica do Instituto da Reclamação
Nessas circunstâncias, um dos legitimados (Artigo 103, I ao IX, Trata-se a reclamação de verdadeiro exercício constitucional
da CF) poderá propor ADO perante o STF, para que reconheça a in- de direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou
constitucionalidade da mora do órgão encarregado de regulamen- contra a ilegalidade ou abuso de poder (Artigo 5º, XXXIV, a, da CF).
tar determinadas normas constitucionais. Assim, a reclamação nada mais é do que um instrumento de
A hipótese mais comum de inconstitucionalidade por omissão caráter mandamental e natureza constitucional.
é a da não edição de ato legislativo necessário à plena eficácia da
norma constitucional. Nada obsta, contudo, a possibilidade da pró- Referências Bibliográficas:
pria Constituição exigir direta e imediatamente a tomada de medi- BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
das administrativas concretas necessárias à sua inteira efetividade, cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
exigíveis independentemente da edição de leis, o que não impede Editora JusPODIVM.
a impetração da aludida ação em face da ausência do ato adminis- DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
trativo regulamentador. cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

125
DIREITO CONSTITUCIONAL
De outro vértice, as Emendas à Constituição poderão ser uti-
EMENDA, REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAL lizadas a qualquer momento, sempre que houver necessidade em
se modificar o texto constitucional e adequá-lo à realidade social.
Emendas à constituição Outra forma de se alterar a Constituição Federal é através da
A Emenda à Constituição é uma das formas de se exercer o Po- denominada mutação constitucional, que consiste em um processo
der Constituinte de Reforma, sempre que houver necessidade em informal de alteração constitucional, resultante de uma evolução
alterar a Constituição Federal, seja incluindo, seja suprimindo dis- dos costumes, dos valores da sociedade, das pressões exercidas pe-
positivos constitucionais. Ou seja, a adaptação da Constituição Fe- las novas exigências econômico-sociais, dentre outros fatos.
deral em vigor à realidade é feita através das denominadas Emen-
das Constitucionais . EM SÍNTESE
Através da utilização das Emendas Constitucionais é possível Tanto as Emendas à Constituição quanto a Revisão Constitucio-
adequar a CF à realidade social. O art. 60 e parágrafos da CF tratam nal são processos formais de alteração das normas constitucionais,
sobre as Emendas Constitucionais, dispositivos esses de leitura obri- sendo que as primeiras poderão ser exercidas a qualquer tempo,
gatória àqueles que estão se preparando aos concursos públicos. ao passo que a revisão constitucional em um momento específico
(cf. art. 3 ° do ADCT). A mutação constitucional, por sua vez, é um
Ressalte-se que as formas de correção de previsão são: processo informal de alteração das normas constitucionais.
• Mutação Constitucional (que é a mudança de interpretação
da CF, sem que tenha havido alteração formal); https://www.editorajuspodivm.com.br/cdn/arquivos/8713b4e-
• Art. 2º do ADCT (foi o plebiscito ocorrido em 1993); 79cb9270ecc075bfab3b84b2a.pdf
• Art. 3.º do ADCT (revisão constitucional).
Limitação do poder de revisão
Reforma e Revisão Constitucionais O Poder de Revisão, por ser derivado, é um poder que encontra
Conquanto a constituição seja concebida para perdurar no limitações na própria Constituição Federal, estando sujeito a limites
tempo, é inquestionável a evolução dos fatos sociais, o que reclama de ordem formal (ou procedimental), material e circunstancial. O
ajustes nas normas inseridas pelo poder constituinte. Em virtude primeiro deles diz respeito aos limites formais, que são divididos
disso, a própria Constituição prevê a possibilidade de ser alterada, em subjetivos e objetivos.
por um poder previamente estabelecido, para se adequar à reali- Os limites formais subjetivos estão previstos nos incisos I, II e
dade social. III do art. 60 da CF, e dizem respeito aos legitimados para a pro-
Sendo a sociedade dinâmica, torna-se imprescindível que as positura das Propostas de Emenda à Constituição (PEC). A própria
normas também evoluam paralelamente, vez que se não houves- Constituição delineia quem tem a competência para apresentar
se essa possibilidade haveriam inevitáveis prejuízos à evolução da uma proposta de alteração de seu texto.
sociedade. Em virtude disso, é que se admite que a Constituição A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
seja alterada a fim de se regenerar, de preservar sua essência, fa- a) De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu-
zendo-se com que as normas obsoletas sejam extirpadas do orde- tados ou do Senado Federal;
namento jurídico, sendo substituídas por outras mais adequadas à b) Do Presidente da República;
conformação da sociedade. c) De mais da metade das Assembleias Legislativas das unida-
Esse poder de reforma, é criado pelo Poder Constituinte Ori- des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
ginário, o qual estabelece o tipo de procedimento, bem como as relativa de seus membros.
limitações a serem observadas. É de se destacar que todas as vezes
que houver necessidade em se alterar, adicionar ou suprimir dis- Ressalte-se que a limitação formal está relacionada à fase ini-
positivos na Constituição Federal, será possível exercer o poder de ciadora do processo de elaboração dos atos normativos, sendo que
reforma, observando-se os procedimentos constitucionais preesta- nesse caso somente os legitimados supra poderão propor uma PEC,
belecidos. sob pena de ser reconhecida a inconstitucionalidade da nova nor-
Frise-se que esse poder de reforma abrange tanto o poder de ma constitucional, por vício de iniciativa.
emenda (Emendas à Constituição – art. 60 da CF), quanto a revisão Destaque-se que o texto constitucional não prevê a iniciativa
do texto (Revisão Constitucional – art. 3º do ADCT). popular de proposta de Emenda Constitucional. Não obstante isso,
Conquanto as Emendas à Constituição e a Revisão Constitu- há quem defensa a sua possibilidade.
cional sejam espécies do gênero poder de reforma, é importante Ao lado dos limites formais subjetivos encontram-se os limites
que não se confundam ambos os institutos. Isso porque, segundo formais objetivos, os quais estão previstos nos parágrafos 2º, 3º e
o próprio art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitó- 5º do art. 60 da Constituição Federal. Esses limites dizem respeito
rias previu que a Revisão Constitucional seria “realizada após cin- às demais fases do processo legislativo.
co anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da A proposta de Emenda à Constituição será discutida e votada
maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, consideran-
unicameral”. do-se aprovada se obtiver, em ambos três quintos dos votos dos
Da análise desse dispositivo denota-se que a maneira de al- respectivos membros. Portanto, para a aprovação de uma PEC exi-
teração constitucional, naquele momento, foi feita de uma forma ge-se um quórum qualificado de votação, bem como duplo turno
mais simples e célere em relação à tramitação de uma Emenda de votação, diversamente do que ocorre com a votação dos demais
Constitucional. Em que pese o texto não tenha sido claro se essa atos normativos, em que o quórum é simples, assim como ocorre
revisão constitucional seria realizada uma única vez ou não, doutri- com o turno de votação (necessidade de se passar apenas uma vez
na e jurisprudência majoritárias afirmam categoricamente que ela em cada uma das casas).
somente poderia ser exercida em uma única oportunidade, como
de fato se deu.

126
DIREITO CONSTITUCIONAL
Uma vez aprovada a Emenda Constitucional será promulgada ção temporal (limitação temporal), que vedava emendas durante
pelas Mesas dos Deputados e do Senado, com o respectivo número certos períodos (no caso, antes de quatro anos da outorga do texto
de ordem. Trata-se de uma regra diversa para promulgação dos de- constitucional).
mais atos normativos, haja vista que nesses casos compete ao Pre-
sidente da República, com exceção do caso previsto no art. 66, § 5º,
ANÁLISE DO PRINCÍPIO HIERÁRQUICO DAS NORMAS
da CF. Assim sendo, o Chefe do Poder Executivo Federal não partici-
pa da votação, nem da promulgação das Emendas Constitucionais.
Ainda no presente ponto, cumpre mencionar a limitação pre- Hierarquia das Normas
vista no § 5º do art. 60 que diz que a matéria constante de proposta Como é sabido, o ordenamento jurídico brasileiro é construído
de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de forma a obedecer a uma hierarquia das normas. Para compreen-
de nova proposta na mesma sessão legislativa (período anual em der bem o Direito Constitucional, é fundamental que a estudemos.
que o Congresso Nacional se reúne, com início em 02/2 e recesso O jurista austríaco Hans Kelsen foi o teórico que desenvolveu a
a partir de 17/7, retornando em 01/8 e encerramento em 22/12). ideia de uma pirâmide jurídica para fundamentar a sua teoria.
É de se destacar que a regra de repropositura de PEC prejudi- Teoria esta, que foi baseada na ideia de que as normas jurídicas
cada é diferente das demais espécies normativas, vez que nessas inferiores (normas fundadas) retiram seu fundamento da validade
a matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá das normas jurídicas superiores (normas fundantes).
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, me- A pirâmide de Kelsen tem a Constituição com seu vértice/ápice
diante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das (topo), por ser esta, fundamento de validade de todas as demais
Casas do Congresso Nacional, ex. do art. 67 da CF. normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurí-
Portanto, pelo texto constitucional, é inadmissível que haja dico pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais
a repropositura de PEC na mesma sessão legislativa, ainda que a normas jurídicas, as quais são, por isso mesmo, denominadas infra-
maioria qualificada dos parlamentares votem nesse sentido. constitucionais.
Superada a questão das limitações formais, passaremos agora No segundo patamar encontram-se as leis; no terceiro, os de-
a analisar os denominados limites materiais. O Poder Constituinte cretos, atos normativos, deliberações, instruções normativas, den-
Originário estabeleceu que algumas matérias são intangíveis, sendo tre outros atos regulamentadores.
essas denominadas de cláusulas pétreas (cerne duro ou cerne fixo
da Constituição).
Pela regra da Constituição Federal
“Não será objeto de deliberação a proposta de emenda ten-
dente a abolir:
I – a forma federativa do Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes; e,
IV – os direitos e garantias individuais”.

Essas são as denominadas cláusulas pétreas.


Uma vez iniciado qualquer Projeto de Emenda Constitucional
que tenda a violar quaisquer dos princípios descritos nos incisos
em questão, é possível que sejam manuseadas ações para que seja https://pt.scribd.com/document/217563779/Analise-do-Principio-hie-
feito controle jurisdicional da observância dessas restrições. rarquico-das-Normas-2-Word-97
Não obstante o fato de o constituinte ter estabelecido expres-
samente as cláusulas pétreas, admite-se que as limitações mate- Ou seja, as leis e os atos infralegais são hierarquicamente in-
riais não estão exaustivamente enumeradas nesse dispositivo em feriores à Constituição e, por isso, somente serão válidos se não
comento, sendo possível falar em cláusulas pétreas implícitas. Além contrariarem as suas normas.
dessas limitações vistas até agora, temos ainda as denominadas li-
mitações circunstanciais, que são aquelas situações em que, uma Como Normas Infraconstitucionais entendem-se as Leis Com-
vez presentes, proíbem a modificação da Constituição. plementares e Ordinárias;
Como Normas Infralegais entendem-se os Decretos, Portarias,
Não é possível que se emende a Constituição Federal em três Instruções Normativas, Resoluções, etc.
circunstâncias:
→ na vigência de intervenção federal; As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconsti-
→ na vigência de estado de defesa; tucionais) e dos tratados internacionais sobre direitos humanos são
→ na vigência de estado de sítio (art.60, § 1º, da CF). as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas pro-
visórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os trata-
A razão dessa proibição é que nas três circunstâncias o país dos internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico
está passando por momentos de instabilidade e quaisquer altera- e os decretos autônomos.
ções poderiam abalar os princípios de nossa ordem constitucional, Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infrale-
em virtude especialmente da falta de livre deliberação dos órgãos gais. Elas são normas secundárias, não tendo poder de gerar direi-
constituintes. tos, nem, tampouco, de impor obrigações. Não podem contraria as
Por fim, é de se deixar consignado que, embora não haja previ- normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso dos decretos re-
são constitucional nesse sentido, já houve em nossa história (mais gulamentares, portarias, das instruções normativas, dentre outras.
especificadamente na Constituição de 1824) a denominada restri-

127
DIREITO CONSTITUCIONAL
Objetivos Fundamentais da República
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. PRINCÍPIOS Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
FUNDAMENTAIS. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
Forma, Sistema e Fundamentos da República rativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo II - garantir o desenvolvimento nacional;
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de gualdades sociais e regionais;
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
normatividade.
Princípios de Direito Constitucional Internacional
• Princípio Federativo Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal
elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi-
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis-
ções internacionais pelos seguintes princípios:
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por
I - independência nacional;
certos princípios consagrados pela Constituição Federal.
II - prevalência dos direitos humanos;
• Princípio Republicano III - autodeterminação dos povos;
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre IV - não-intervenção;
as pessoas, em que os detentores do poder político exercem o V - igualdade entre os Estados;
comando do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário VI - defesa da paz;
e com responsabilidade. VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Princípio do Estado Democrático de Direito IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. dade;
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao X - concessão de asilo político.
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
• Princípio da Soberania Popular de nações.
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve-
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao Referências Bibliográficas:
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
tituição”.

• Princípio da Separação dos Poderes DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. DOS


A visão moderna da separação dos Poderes não impede que DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de DOS DIREITOS SOCIAIS; DA NACIONALIDADE; DOS
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- DIREITOS POLÍTICOS; DOS PARTIDOS POLÍTICOS
der.
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- Distinção entre Direitos e Garantias Fundamentais
tes ao tema supracitado: Pode-se dizer que os direitos fundamentais são os bens jurídi-
cos em si mesmos considerados, de cunho declaratório, narrados
TÍTULO I no texto constitucional. Por sua vez, as garantias fundamentais são
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS estabelecidas na mesma Constituição Federal como instrumento de
proteção dos direitos fundamentais e, como tais, de cunho assecu-
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união ratório.
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais
I - a soberania;
II - a cidadania • Direitos Fundamentais de Primeira Geração
III - a dignidade da pessoa humana; Possuem as seguintes características:
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
a) surgiram no final do século XVIII, no contexto da Revolução
V - o pluralismo político.
Francesa, fase inaugural do constitucionalismo moderno, e domina-
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
ram todo o século XIX;
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
b) ganharam relevo no contexto do Estado Liberal, em oposição
Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos en- ao Estado Absoluto;
tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. c) estão ligados ao ideal de liberdade;

128
DIREITO CONSTITUCIONAL
d) são direitos negativos, que exigem uma abstenção do Estado d) Irrenunciabilidade: não podem ser objeto de renúncia;
em favor das liberdades públicas; e) Inalienabilidade: são indisponíveis e inalienáveis por não
e) possuíam como destinatários os súditos como forma de pro- possuírem conteúdo econômico-patrimonial;
teção em face da ação opressora do Estado; f) Imprescritibilidade: são sempre exercíveis, não desparecen-
f) são os direitos civis e políticos. do pelo decurso do tempo.

• Direitos Fundamentais de Segunda Geração Destinatários dos Direitos e Garantias Fundamentais


Possuem as seguintes características: Todas as pessoas físicas, sem exceção, jurídicas e estatais, são
a) surgiram no início do século XX; destinatárias dos direitos e garantias fundamentais, desde que
b) apareceram no contexto do Estado Social, em oposição ao compatíveis com a sua natureza.
Estado Liberal;
c) estão ligados ao ideal de igualdade; Eficácia Horizontal dos Direitos e Garantias Fundamentais
d) são direitos positivos, que passaram a exigir uma atuação Muito embora criados para regular as relações verticais, de su-
positiva do Estado; bordinação, entre o Estado e seus súditos, passam a ser emprega-
e) correspondem aos direitos sociais, culturais e econômicos. dos nas relações provadas, horizontais, de coordenação, envolven-
do pessoas físicas e jurídicas de Direito Privado.
• Direitos Fundamentais de Terceira Geração
Em um próximo momento histórico, foi despertada a preocu- Natureza Relativa dos Direitos e Garantias Fundamentais
pação com os bens jurídicos da coletividade, com os denominados Encontram limites nos demais direitos constitucionalmente
interesses metaindividuais (difusos, coletivos e individuais homogê- consagrados, bem como são limitados pela intervenção legislativa
neos), nascendo os direitos fundamentais de terceira geração. ordinária, nos casos expressamente autorizados pela própria Cons-
tituição (princípio da reserva legal).
Direitos Metaindividuais
Colisão entre os Direitos e Garantias Fundamentais
Natureza Destinatários O princípio da proporcionalidade sob o seu triplo aspecto (ade-
Difusos Indivisível Indeterminados quação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito) é a
ferramenta apta a resolver choques entre os princípios esculpidos
Determináveis ligados por uma
Coletivos Indivisível na Carta Política, sopesando a incidência de cada um no caso con-
relação jurídica
creto, preservando ao máximo os direitos e garantias fundamentais
Individuais Determinados ligados por uma constitucionalmente consagrados.
Divisível
Homogêneos situação fática
Os quatro status de Jellinek
Os Direitos Fundamentais de Terceira Geração possuem as se- a) status passivo ou subjectionis: quando o indivíduo se encon-
guintes características: tra em posição de subordinação aos poderes públicos, caracterizan-
a) surgiram no século XX; do-se como detentor de deveres para com o Estado;
b) estão ligados ao ideal de fraternidade (ou solidariedade), b) status negativo: caracterizado por um espaço de liberdade
que deve nortear o convívio dos diferentes povos, em defesa dos de atuação dos indivíduos sem ingerências dos poderes públicos;
bens da coletividade; c) status positivo ou status civitatis: posição que coloca o indi-
c) são direitos positivos, a exigir do Estado e dos diferentes víduo em situação de exigir do Estado que atue positivamente em
povos uma firme atuação no tocante à preservação dos bens de seu favor;
interesse coletivo; d) status ativo: situação em que o indivíduo pode influir na for-
d) correspondem ao direito de preservação do meio ambiente, mação da vontade estatal, correspondendo ao exercício dos direi-
de autodeterminação dos povos, da paz, do progresso da humani- tos políticos, manifestados principalmente por meio do voto.
dade, do patrimônio histórico e cultural, etc.
Referências Bibliográficas:
• Direitos Fundamentais de Quarta Geração DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
Segundo Paulo Bonavides, a globalização política é o fator his- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
tórico que deu origem aos direitos fundamentais de quarta gera-
ção. Eles estão ligados à democracia, à informação e ao pluralismo. DIREITOS INDIVIDUAIS
Também são transindividuais. Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º
da CF. São eles:
Direitos Fundamentais de Quinta Geração
Paulo Bonavides defende, ainda, que o direito à paz represen- Direito à Vida
taria o direito fundamental de quinta geração. O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem-
São características dos Direitos e Garantias Fundamentais: plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla-
a) Historicidade: não nasceram de uma só vez, revelando sua rada).
índole evolutiva; Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais
b) Universalidade: destinam-se a todos os indivíduos, indepen- básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura,
dentemente de características pessoais; penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc.
c) Relatividade: não são absolutos, mas sim relativos;

129
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito à Liberdade I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém termos desta Constituição;
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia coisa senão em virtude de lei;
privada. III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu-
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, mano ou degradante;
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de nimato;
expressão. V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Direito à Igualdade VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
formal. religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce- VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli-
didos aos membros da coletividade por meio da norma. giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o prestação alternativa, fixada em lei;
jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis terial ou moral decorrente de sua violação;
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
formação social. te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;
Direito à Privacidade XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente sual penal;
de sua violação. XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
Direito à Honra XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
tal motivo, são previstos no Código Penal. podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
cer ou dele sair com seus bens;
Direito de Propriedade XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
restrições, como por exemplo, de que se atenda à função social da que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
propriedade. Também se enquadram como espécies de restrição do mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco petente;
e o usucapião. XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- a de caráter paramilitar;
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
intelectual) e os direitos reativos à herança. rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, estatal em seu funcionamento;
conforme veremos abaixo: XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
TÍTULO II -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
necer associado;
CAPÍTULO I XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori-
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de XXII- é garantido o direito de propriedade;
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros XXIII- a propriedade atenderá a sua função social;
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

130
DIREITO CONSTITUCIONAL
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
previstos nesta Constituição; graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
prietário indenização ulterior, se houver dano; podendo evitá-los, se omitirem;
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- Estado Democrático;
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
ros pelo tempo que a lei fixar; executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e outras, as seguintes:
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades a) privação ou restrição de liberdade;
desportivas; b) perda de bens;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das c) multa;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- d) prestação social alternativa;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; e) suspensão ou interdição de direitos;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi- XLVII- não haverá penas:
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros artigo 84, XIX;
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- b) de caráter perpétuo;
mento tecnológico e econômico do País; c) de trabalhos forçados;
XXX- é garantido o direito de herança; d) de banimento;
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será e) cruéis;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
do de cujus; XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- moral;
sumidor; L- às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta-
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, ção;
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
sociedade e do Estado; comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga- gas afins, na forma da lei;
mento de taxas: LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- lítico ou de opinião;
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa toridade competente;
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão devido processo legal;
ou ameaça a direito; LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
perfeito e a coisa julgada; com os meios e recursos a ela inerentes;
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização ilícitos;
que lhe der a lei, assegurados: LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga-
a) a plenitude da defesa; do da sentença penal condenatória;
b) o sigilo das votações; LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica-
c) a soberania dos veredictos; ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
a vida; esta não for intentada no prazo legal;
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
sem prévia cominação legal; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
e liberdades fundamentais; salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
litar, definidos em lei;

131
DIREITO CONSTITUCIONAL
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
ou à pessoa por ele indicada; adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o Federativa do Brasil seja parte.
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos
lia e de advogado; humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso
LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
sua prisão ou por seu interrogatório policial; §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
dade judiciária;
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em
tícia e a do depositário infiel; nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu-
LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- Referências Bibliográficas:
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
buições de Poder Público; DIREITOS SOCIAIS
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: Os direitos sociais são prestações positivas proporcionadas
a) partido político com representação no Congresso Nacional; pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas cons-
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- titucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações so-
defesa dos interesses de seus membros ou associados; ciais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta igualdade. Estão previstos na CF nos artigos 6 a 11. Vejamos:
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- CAPÍTULO II
lidade, à soberania e à cidadania; DOS DIREITOS SOCIAIS
LXXII- conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ-
de entidades governamentais ou de caráter público; dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015)
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida-
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, poder público em programa permanente de transferência de renda,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob-
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus servada a legislação fiscal e orçamentária. (Incluído pela Emenda
da sucumbência; Constitucional nº 114, de 2021)
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
aos que comprovarem insuficiência de recursos; outros que visem à melhoria de sua condição social:
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- indenização compensatória, dentre outros direitos;
ma da lei: II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
a) o registro civil de nascimento; III - fundo de garantia do tempo de serviço;
b) a certidão de óbito. IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado,
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
celeridade de sua tramitação. para qualquer fim;
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda trabalho;
Constitucional nº 115, de 2022) VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais ou acordo coletivo;
têm aplicação imediata.

132
DIREITO CONSTITUCIONAL
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhado-
percebem remuneração variável; res domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII,
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
ou no valor da aposentadoria; atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplifi-
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; cação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e aces-
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua sórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os
retenção dolosa; previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re- integração à previdência social.
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre- Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado
sa, conforme definido em lei; o seguinte:
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalha- I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a funda-
dor de baixa renda nos termos da lei; ção de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, veda-
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas das ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de sindical;
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical,
coletiva de trabalho; em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos traba-
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; lhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do- área de um Município;
mingos; III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coleti-
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no míni- vos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
mo, em cinquenta por cento à do normal; administrativas;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratan-
terço a mais do que o salário normal; do de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, do sistema confederativo da representação sindical respectiva, in-
com a duração de cento e vinte dias; dependentemente da contribuição prevista em lei;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante in- sindicato;
centivos específicos, nos termos da lei; VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no coletivas de trabalho;
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor- organizações sindicais;
mas de saúde, higiene e segurança; VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
insalubres ou perigosas, na forma da lei; sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
XXIV - aposentadoria; mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nas- Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à orga-
cimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; nização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de as condições que a lei estabelecer.
trabalho; Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos traba-
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; lhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os inte-
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre- resses que devam por meio dele defender.
gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá
incorrer em dolo ou culpa; sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha- da lei.
dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e em-
contrato de trabalho; pregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus inte-
a) (Revogada). resses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
b) (Revogada). deliberação.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é as-
de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; segurada a eleição de um representante destes com a finalidade
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; gadores.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
intelectual ou entre os profissionais respectivos; Os direitos sociais regem-se pelos princípios abaixo:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a • Princípio da proibição do retrocesso: qualifica-se pela impos-
menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis sibilidade de redução do grau de concretização dos direitos sociais
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; já implementados pelo Estado. Ou seja, uma vez alcançado deter-
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo minado grau de concretização de um direito social, fica o legislador
empregatício permanente e o trabalhador avulso.

133
DIREITO CONSTITUCIONAL
proibido de suprimir ou reduzir essa concretização sem que haja § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
a criação de mecanismos equivalentes chamados de medias com- natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
pensatórias. § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
• Princípio da reserva do possível: a implementação dos di- I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
reitos e garantias fundamentais de segunda geração esbarram no II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
óbice do financeiramente possível. III - de Presidente do Senado Federal;
• Princípio do mínimo existencial: é um conjunto de bens e IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
direitos vitais básicos indispensáveis a uma vida humana digna, V - da carreira diplomática;
intrinsecamente ligado ao fundamento da dignidade da pessoa VI - de oficial das Forças Armadas.
humana previsto no Artigo 1º, III, CF. A efetivação do mínimo VII - de Ministro de Estado da Defesa.
existencial não se sujeita à reserva do possível, pois tais direitos se § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro
encontram na estrutura dos serviços púbicos essenciais. que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
Os direitos sociais são divididos em: virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
Direitos relativos aos trabalhadores a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
Direitos relativos ao salário, às condições de trabalho, à liber- trangeira;
dade de instituição sindical, o direito de greve, entre outros (CF, ar- b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
tigos 7º a 11). brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Direitos relativos ao homem consumidor Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Fe-
Direito à saúde, à educação, à segurança social, ao desenvolvi- derativa do Brasil.
mento intelectual, o igual acesso das crianças e adultos à instrução, § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira,
à cultura e garantia ao desenvolvimento da família, que estariam no o hino, as armas e o selo nacionais.
título da ordem social. § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.
Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- A Nacionalidade é o vínculo jurídico-político de Direito Público
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. interno, que faz da pessoa um dos elementos componentes da di-
mensão pessoal do Estado (o seu povo).
DIREITOS DE NACIONALIDADE
Os direitos referentes à nacionalidade estão previstos dos Arti- Considera-se povo o conjunto de nacionais, ou seja, os brasilei-
gos 12 a 13 da CF. Vejamos: ros natos e naturalizados.

CAPÍTULO III Espécies de Nacionalidade


DA NACIONALIDADE São duas as espécies de nacionalidade:
a) Nacionalidade primária, originária, de 1º grau, involuntá-
Art. 12. São brasileiros: ria ou nata: é aquela resultante de um fato natural, o nascimento.
I - natos: Trata-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de simples nascimento ligado a um critério estabelecido pelo Estado
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; na sua Constituição Federal. Descrita no Artigo 12, I, CF/88.
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei- b) Nacionalidade secundária, adquirida, por aquisição, de 2º
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa- grau, voluntária ou naturalização: é a que se adquire por ato voliti-
tiva do Brasil; vo, depois do nascimento, somado ao cumprimento dos requisitos
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- constitucionais. Descrita no Artigo 12, II, CF/88.
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com-
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e O quadro abaixo auxilia na memorização das diferenças entre
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela as duas:
nacionalidade brasileira;
II - naturalizados:
Nacionalidade
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- Primária Secundária
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Nascimento + Requisitos Ato de vontade + Requisitos
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na constitucionais constitucionais
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterrup-
Brasileiro Nato Brasileiros Naturalizado
tos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, • Critérios para Adoção de Nacionalidade Primária
se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos O Estado pode adotar dois critérios para a concessão da nacio-
os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta nalidade originária: o de origem sanguínea (ius sanguinis) e o de
Constituição. origem territorial (ius solis).

134
DIREITO CONSTITUCIONAL
O critério ius sanguinis tem por base questões de hereditarie- CAPÍTULO IV
dade, um vínculo sanguíneo com os ascendentes. DOS DIREITOS POLÍTICOS
O critério ius solis concede a nacionalidade originária aos nas-
cidos no território de um determinado Estado, sendo irrelevante a Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio univer-
nacionalidade dos genitores. sal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos
A CF/88 adotou o critério ius solis como regra geral, possibili- termos da lei, mediante:
tando em alguns casos, a atribuição de nacionalidade primária pau- I - plebiscito;
tada no ius sanguinis. II - referendo;
III - iniciativa popular.
Portugueses Residentes no Brasil § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
O §1º do Artigo 12 da CF confere tratamento diferenciado aos I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
portugueses residentes no Brasil. Não se trata de hipótese de natu- II - facultativos para:
ralização, mas tão somente forma de atribuição de direitos. a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
Portugueses Equiparados c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e,
Igual os Direitos Se 1) Residência permanente no Brasil; durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
dos Brasileiros houver 2) Reciprocidade aos brasileiros em § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
Naturalizados Portugal. I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
Distinção entre Brasileiros Natos e Naturalizados III - o alistamento eleitoral;
A CF/88 em seu Artigo 12, §2º, prevê que a lei não poderá fa- IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
zer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, com exceção às V - a filiação partidária;
seguintes hipóteses: VI - a idade mínima de:
Cargos privativos de brasileiros natos → Artigo 12, §3º, CF; a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Re-
Função no Conselho da República → Artigo 89, VII, CF; pública e Senador;
Extradição → Artigo 5º, LI, CF; e b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e
Direito de propriedade → Artigo 222, CF. do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual
Perda da Nacionalidade ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
O Artigo 12, §4º da CF refere-se à perda da nacionalidade, que d) dezoito anos para Vereador.
apenas poderá ocorrer nas duas hipóteses taxativamente elencadas § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
na CF, sob pena de manifesta inconstitucionalidade. § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou
Dupla Nacionalidade substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um
O Artigo 12, §4º, II da CF traz duas hipóteses em que a opção único período subsequente.
por outra nacionalidade não ocasiona a perda da brasileira, passan- § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
do o nacional a possuir dupla nacionalidade (polipátrida). República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os
Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
Polipátrida → aquele que possui mais de uma nacionalidade. antes do pleito.
Heimatlos ou Apátrida → aquele que não possui nenhuma na- § 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cionalidade. cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau
ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de
Idioma Oficial e Símbolos Nacionais Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
Por fim, o Artigo 13 da CF elenca o Idioma Oficial e os Símbolos haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se
Nacionais do Brasil. já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
Referências Bibliográficas: condições:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
DIREITOS POLÍTICOS
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
Os Direitos Políticos têm previsão legal na CF/88, em seus Arti-
da diplomação, para a inatividade.
gos 14 a 16. Seguem abaixo:
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a
probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato
considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-
tração direta ou indireta.

135
DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Capacidade Eleitoral Passiva
Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída Também chamada de Elegibilidade, a capacidade eleitoral pas-
a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou siva diz respeito ao direito de ser votado, ou seja, de eleger-se para
fraude. cargos políticos. Tem previsão legal no Artigo 14, §3º da CF.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo O quadro abaixo facilita a memorização da diferença entre as
de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de duas espécies de capacidade eleitoral. Vejamos:
manifesta má-fé.
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições Capacidade Eleitoral Ativa Capacidade Eleitoral Passiva
municipais as consultas populares sobre questões locais aprovadas
pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até Alistabilidade Elegibilidade
90 (noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites Direito de votar Direito de ser votado
operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 111, de 2021) Inelegibilidades
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões A inelegibilidade afasta a capacidade eleitoral passiva (direito
submetidas às consultas populares nos termos do § 12 ocorrerão de ser votado), constituindo-se impedimento à candidatura a man-
durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda datos eletivos nos Poderes Executivo e Legislativo.
gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 111, de 2021) • Inelegibilidade Absoluta
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou Com previsão legal no Artigo 14, §4º da CF, a inelegibilidade ab-
suspensão só se dará nos casos de: soluta impede que o cidadão concorra a qualquer mandato eletivo
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em e, em virtude de natureza excepcional, somente pode ser estabele-
julgado; cida na Constituição Federal.
II - incapacidade civil absoluta; Refere-se aos Inalistáveis e aos Analfabetos.
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto du-
rarem seus efeitos; • Inelegibilidade Relativa
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação Consiste em restrições que recaem à candidatura a determi-
alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; nados cargos eletivos, em virtude de situações próprias em que se
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. encontra o cidadão no momento do pleito eleitoral. São elas:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor → Vedação ao terceiro mandato sucessivo para os Chefes do
na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra Poder Executivo (Artigo 14, §5º, CF);
até um ano da data de sua vigência. → Desincompatibilização para concorrer a outros cargos, apli-
cada apenas aos Chefes do Poder Executivo (Artigo 14, §6º, CF);
De acordo com José Afonso da Silva, os direitos políticos, rela- → Inelegibilidade reflexa, ou seja, inelegibilidade relativa por mo-
cionados à primeira geração dos direitos e garantias fundamentais, tivos de casamento, parentesco ou afinidade, uma vez que não incide
consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo sobre o mandatário, mas sim perante terceiros (Artigo 14, §7º, CF).
de participação no processo político e nos órgãos governamentais.
São instrumentos previstos na Constituição e em normas infra- Condição de Militar
constitucionais que permitem o exercício concreto da participação O militar alistável é elegível, desde que atenda as exigências
do povo nos negócios políticos do Estado. previstas no §8º do Artigo 14, da CF, a saber:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
Capacidade Eleitoral Ativa da atividade;
Segundo o Artigo 14, §1º da CF, a capacidade eleitoral ativa é o II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
direito de votar nas eleições, nos plebiscitos ou nos referendos, cuja autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
aquisição se dá com o alistamento eleitoral, que atribui ao nacional da diplomação, para a inatividade.
a condição de cidadão (aptidão para o exercício de direitos políticos).
Observa-se que a norma restringe a elegibilidade aos militares
Alistamento Eleitoral e Voto alistáveis, logo, os conscritos, que são inalistáveis, são inelegíveis. O
quadro abaixo serve como exemplo:
Obrigatório Facultativo Inalistável – Artigo 14, §2º
Maiores Maiores de 16 Estrangeiros (com exceção Militares – Exceto os Conscritos
de 18 e e menores de aos portugueses equiparados,
menores de 18 anos constantes no Artigo 12, §1º Menos de 10 anos Registro da candidatura → Inatividade
70 anos Maiores de 70 da CF) Mais de 10 anos Registro da candidatura → Agregado
anos Conscritos (aqueles convocados Na diplomação → Inatividade
Analfabetos para o serviço militar
obrigatório) Privação dos Direitos Políticos
De acordo com o Artigo 15 da CF, o cidadão pode ser privado
• Características do Voto dos seus direitos políticos por prazo indeterminado (perda), sendo
O voto no Brasil é direito (como regra), secreto, universal, com que, neste caso, o restabelecimento dos direitos políticos depende-
valor igual para todos, periódico, personalíssimo, obrigatório e livre. rá do exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo alista-
mento eleitoral.

136
DIREITO CONSTITUCIONAL
Da mesma forma, a privação dos direitos políticos pode se dar § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
por prazo determinado (suspensão), em que o restabelecimento se organização paramilitar.
dará automaticamente, ou seja, independentemente de manifesta- § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
ção do suspenso, desde que ultrapassado as razões da suspensão. previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada
Vejamos: a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de
Privação dos Direitos Políticos distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao
tempo de rádio e de televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional
Perda Suspensão nº 97, de 2017)
Privação por prazo Privação por prazo § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os
indeterminado determinado Deputados Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido
pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos
Restabelecimento dos direitos Restabelecimento dos
políticos depende de um novo direitos políticos se dá de anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa
alistamento eleitoral automaticamente estabelecidas em lei, não computada, em qualquer caso, a migração
de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário
Referências Bibliográficas: ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à tele-
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- visão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. § 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco
por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na
PARTIDOS POLÍTICOS manutenção de programas de promoção e difusão da participação
A previsão legal dos Partidos Políticos de dá no Artigo 17 da CF. política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
Vejamos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de
CAPÍTULO V Campanha e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas
DOS PARTIDOS POLÍTICOS eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas,
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime de- número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada confor-
mocrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa me critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas
humana e observados os seguintes preceitos: normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse parti-
I - caráter nacional; dário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022)
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entida-
de ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; De acordo com os ensinamentos de José Afonso da Silva, o par-
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; tido político é uma forma de agremiação de um grupo social que
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. se propõe a organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de go-
sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação verno.
e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua Os partidos são a base do sistema político brasileiro, pois a filia-
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha ção a partido político é uma das condições de elegibilidade.
e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a Trata-se de um privilégio aos ideais políticos, que devem estar
sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de acima das características pessoais do candidato.
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, Segundo Dirley da Cunha Júnior, entende-se por partido polí-
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas tico uma pessoa jurídica de Direito Privado que consiste na união
de disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda ou agremiação voluntária de cidadãos com afinidades ideológicas e
Constitucional nº 97, de 2017) políticas, organizada segundo princípios de disciplina e fidelidade.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade Tal conceito vai ao encontro das disposições acerca dos parti-
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal dos políticos trazidas pelo Artigo 1º da Lei nº 9296/1995, para quem
Superior Eleitoral. o partido político, pessoa jurídica de Direito Privado, destina-se a
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do
acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos sistema representativo e a defender os direitos fundamentais defi-
políticos que alternativamente: (Redação dada pela Emenda nidos na Constituição Federal.
Constitucional nº 97, de 2017) A Constituição confere ampla liberdade aos partidos políticos,
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no uma vez que são instituições indispensáveis para concretização do
mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo Estado democrático de direito, muito embora restrinja a utilização
menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% de organização paramilitar.
(dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017) Referências Bibliográficas:
II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais dis- BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
tribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. (In-
Editora JusPODIVM.
cluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

137
DIREITO CONSTITUCIONAL
Observe a ilustração das diferenças entre uma Federação e
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICOADMINISTRATIVA. DAS uma Confederação:
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS

Federação Confederação
Formas de Estado - Estado Unitário, Confederação e Federa-
ção Formada por uma Constituição Formada por um trato
A forma de Estado relaciona-se com o modo de exercício do po- internacional
der político em função do território do Estado. Verifica-se no caso Os entes regionais gozam de Os Estados que o integram
concreto se há, ou não, repartição regional do exercício de poderes autonomia mantêm sua soberania
autônomos, podendo ser criados, a partir dessa lógica, um modelo
Indissolubilidade do pacto Dissolubilidade do pacto
de Estado unitário ou um Estado Federado.
federativo internacional
• Estado Unitário
O Federalismo Brasileiro
Também chamado de Estado Simples, é aquele dotado de um
Observe a disposição legal do Artigo 18 da CF:
único centro com capacidade legislativa, administrativa e judiciá-
ria, do qual emanam todos os comandos normativos e no qual se
TÍTULO III
concentram todas as competências constitucionais (exemplos: Uru-
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
guai, e Brasil Colônia, com a Constituição de 1824, até a Proclama-
ção da República, com a Constituição de 1891).
CAPÍTULO I
O Estado Unitário pode ser classificado em:
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
a) Estado unitário puro ou centralizado: casos em que haverá
somente um Poder Executivo, um Poder Legislativo e um Poder Ju-
Art. 18. A organização político-administrativa da República Fe-
diciário, exercido de forma central; derativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Fede-
b) Estado unitário descentralizado: casos em que haverá a for- ral e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constitui-
mação de entes regionais com autonomia para exercer questões ção.
administrativas ou judiciárias fruto de delegação, mas não se con- § 1º Brasília é a Capital Federal.
cede a autonomia legislativa que continua pertencendo exclusiva- § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
mente ao poder central. transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem
serão reguladas em lei complementar.
• Estado Federativo – Federação § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
Também chamados de federados, complexos ou compostos, desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos
são aqueles em que as capacidades judiciária, legislativa e admi- Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
nistrativa são atribuídas constitucionalmente a entes regionais, que diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso
passam a gozar de autonomias próprias (e não soberanias). Nacional, por lei complementar.
Nesse caso, as autonomias regionais não são fruto de delega- § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
ção voluntária, como ocorre nos Estados unitários descentralizados, de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período
mas se originam na própria Constituição, o que impede a retirada determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
de competências por ato voluntário do poder central. consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
O quadro abaixo facilita este entendimento. Vejamos: envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei.
Formas de Estado Nos termos do supracitado Artigo 18, a organização político-
Unitário -administrativa da República Federativa do Brasil compreende a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
Único centro de onde emana o poder estatal
nomos (não soberanos). Trata-se de norma que reflete a forma fe-
Puro Descentralizado derativa de Estado.
Não há delegação de Há delegação de competências Ser ente autônomo dentro de um federalismo significa a pos-
competências sibilidade de implementar uma gestão particularizada, mas sempre
respeitando os limites impostos pelos princípios e regras do Estado
Federado federal. Daí, têm-se os seguintes elementos:
O exercício do poder estatal é atribuído constitucionalmente a → Auto-organização: permite aos Estados-membros criarem
entes regionais autônomos as Constituições Estaduais (Artigo 25 da CF) e aos Municípios firma-
rem suas Leis Orgânicas (Artigo 29 da CF);
• Confederação → Auto legislação: os entes da federação podem estabelecer
Se caracteriza por uma reunião dissolúvel de Estados sobera- normas gerais e abstratas próprias, a exemplos das leis estaduais e
nos, que se unem por meio de um tratado internacional. Aqui, per- municipais (Artigos 22 e 24 da CF);
cebe-se o traço marcante da Confederação, ou seja, a dissolubilida- → Auto governo: os Estados membros terão seus Governado-
de do pacto internacional pelos Estados soberanos que o integram, res e Deputados estaduais, enquanto os Municípios possuirão Pre-
feitos e Vereadores, nos termos dos Artigos 27 a 29 da CF;
a partir de um juízo interno de conveniência.
→ Auto administração: os membros da federação podem pres-
tar e manter serviços próprios, atendendo às competências admi-
nistrativas da CF, notadamente de seu Artigo 23.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
• Vedação aos Entes Federados III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de
Consoante ao Artigo 19 da CF, destaca-se que a autonomia dos seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
entes da federação não é limitada, e sofre as seguintes vedações: com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
aos Municípios: IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, em- países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluí-
baraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus repre- das, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
sentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
da lei, a colaboração de interesse público; as referidas no art. 26, II;
II - recusar fé aos documentos públicos; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
Repartição de Competências Constitucionais VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
A Repartição de competências é a técnica de distribuição de VIII - os potenciais de energia hidráulica;
competências administrativas, legislativas e tributárias aos entes IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
federativos para que não haja conflitos de atribuições dentro do X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos
território nacional. e pré-históricos;
Competência é a capacidade para emitir decisões dentro de um XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
campo específico. § 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao
A Constituição trabalha com três naturezas de competência, a Distrito Federal e aos Municípios a participação no resultado da
administrativa, legislativa e a tributária. exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
→ Competência administrativa ou material: refere-se à execu- fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais
ção de alguma atividade estatal, ou seja, é a capacidade para atuar no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
concretamente sobre a matéria; zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
→ Competência legislativa: atribui iniciativa para legislar sobre exploração. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 102, de
determinada matéria, ou seja, é a capacidade para estabelecer nor- 2019)
mas gerais e abstratas sobre determinado campo; § 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao
→ Competência tributária: refere-se ao poder de instituir tri- longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira,
butos. é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
ocupação e utilização serão reguladas em lei.
• Técnica da Repartição de Competência Art. 21. Compete à União:
Trata-se da predominância do interesse, segundo a qual, à I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
União caberão as matérias de interesse nacional (Artigos 21 e 22 da organizações internacionais;
CF), aos Estados-membros, o interesse regional, e aos municípios, II - declarar a guerra e celebrar a paz;
as questões de predominante interesse local (Artigo 30 da CF). III - assegurar a defesa nacional;
Para tanto, a Constituição enumerou expressamente as com- IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que for-
petências da União e dos municípios, resguardando aos Estados- ças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele perma-
-membros a chamada competência residual, remanescente, não neçam temporariamente;
enumerada ou não expressa (Artigo 25, §1º da CF). V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
Acresça-se que, para o Distrito Federal, a Constituição atribuiu ção federal;
as competências previstas para os estados e os municípios, denomi- VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material
nada de competência cumulativa (Artigo 32, § 1º da CF). bélico;
VII - emitir moeda;
Organização do Estado – União VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
A União é a pessoa jurídica de Direito Público interno, parte operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
integrante da Federação brasileira dotada de autonomia. Possui ca- câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
pacidade de auto-organização (Constituição Federal), autogoverno, privada;
auto legislação (Artigo 22 da CF) e autoadministração (Artigo 20 da IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordena-
CF). ção do território e de desenvolvimento econômico e social;
A União tem previsão legal na CF, dos Artigos 20 a 24. Vejamos: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
CAPÍTULO II ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei,
DA UNIÃO que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um ór-
gão regulador e outros aspectos institucionais;
Art. 20. São bens da União: XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser ou permissão:
atribuídos; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
das fortificações e construções militares, das vias federais de comu- mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
nicação e à preservação ambiental, definidas em lei; dos onde se situam os potenciais hidro energéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
tuária;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por- VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos
tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites metais;
de Estado ou Território; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de va-
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna- lores;
cional de passageiros; VIII - comércio exterior e interestadual;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; IX - diretrizes da política nacional de transportes;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Públi- X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,
co do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos aérea e aeroespacial;
Territórios; XI - trânsito e transporte;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de XIV - populações indígenas;
serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de
Emenda Constitucional nº 104, de 2019) estrangeiros;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geo- XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições
grafia, geologia e cartografia de âmbito nacional; para o exercício de profissões;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito
públicas e de programas de rádio e televisão; Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios,
XVII - conceder anistia; bem como organização administrativa destes;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as cala- XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
midades públicas, especialmente as secas e as inundações; nacionais;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança
hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; popular;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusi- XX - sistemas de consórcios e sorteios;
ve habitação, saneamento básico e transportes urbanos; XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das po-
de viação; lícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de fronteiras; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer ferroviária federais;
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o XXIII - seguridade social;
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes prin- XXV - registros públicos;
cípios e condições: XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas
Nacional; e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
ção e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso agrícolas e e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
industriais; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa maríti-
2022) ma, defesa civil e mobilização nacional;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, a co- XXIX - propaganda comercial.
mercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela
médicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 118, de Emenda Constitucional nº 115, de 2022)
2022) Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Esta-
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da dos a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas
existência de culpa; neste artigo.
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distri-
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da to Federal e dos Municípios:
atividade de garimpagem, em forma associativa. I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados democráticas e conservar o patrimônio público;
pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garan-
nº 115, de 2022) tia das pessoas portadoras de deficiência;
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; notáveis e os sítios arqueológicos;
II - desapropriação; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
em tempo de guerra; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada pela
radiodifusão; Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
V - serviço postal;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qual- Organização do Estado – Estados
quer de suas formas; Os Estados-membros são pessoas jurídicas de Direito Público
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; interno, dotados de autonomia, em razão da capacidade de auto-
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abaste- -organização (Artigo 25 da CF), autoadministração (Artigo 26 da CF),
cimento alimentar; autogoverno (Artigos 27 e 28 da CF) e auto legislação (Artigo 25 e
IX - promover programas de construção de moradias e a melho- parágrafos da CF).
ria das condições habitacionais e de saneamento básico; Os dispositivos constitucionais referentes ao tema vão dos Ar-
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- tigos 25 a 28:
zação, promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos CAPÍTULO III
de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus DOS ESTADOS FEDERADOS
territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segu- Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
rança do trânsito. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a ção.
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Muni- § 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes
cípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-es- sejam vedadas por esta Constituição.
tar em âmbito nacional. § 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal le- concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei,
gislar concorrentemente sobre: vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e ur- § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
banístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
II - orçamento; constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
III - juntas comerciais; integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
IV - custas dos serviços forenses; públicas de interesse comum.
V - produção e consumo; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, de- I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes
fesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorren-
controle da poluição; tes de obras da União;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turís- II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no
tico e paisagístico; seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consu- ou terceiros;
midor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
e paisagístico; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa cor-
pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda responderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos
Constitucional nº 85, de 2015) Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
causas; § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais,
XI - procedimentos em matéria processual; aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei
deficiência; de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo,
XV - proteção à infância e à juventude; setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias ci- Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57,
vis. § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da § 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua
de 2019) secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo
não exclui a competência suplementar dos Estados. (Vide Lei nº legislativo estadual.
13.874, de 2019) Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Es-
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados tado, para mandato de 4 (quatro) anos, realizar-se-á no primeiro
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do tér-
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais mino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em 6 de
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. (Vide janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto
Lei nº 13.874, de 2019) no art. 77 desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional nº 111, de 2021)

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DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no (seiscentos mil) habitantes;
art. 38, I, IV e V. j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos
dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da cinquenta mil) habitantes;
Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000
(novecentos mil) habitantes;
Organização do Estado – Municípios l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
Sobre os Municípios, prevalece o entendimento de que são en- 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão
tes federativos, uma vez que os artigos 1º e 18 da CF, são expressos e cinquenta mil) habitantes;
ao elencar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
como integrantes da Federação brasileira. 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000
Como pessoa política também dotada de autonomia, possuem (um milhão e duzentos mil) habitantes;
auto-organização (Artigo 29 da CF), auto legislação (Artigo 30 da n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
CF), autogoverno (Incisos do Artigo 29 da CF) e autoadministração 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
(Artigo 30 da CF). (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
A previsão legal sobre os Municípios está prevista na CF, dos o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
Artigos 29 a 31. Vejamos: (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
CAPÍTULO IV p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
DOS MUNICÍPIOS de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais
turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até
terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, aten- 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
didos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
do respectivo Estado e os seguintes preceitos: 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo reali- s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
zado em todo o País; 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro milhões) de habitantes;
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de
que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Mu- 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco
nicípios com mais de duzentos mil eleitores; milhões) de habitantes;
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais
ano subsequente ao da eleição; de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis
IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observa- milhões) de habitantes;
do o limite máximo de: v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete mi-
mil) habitantes; lhões) de habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 milhões) de habitantes; e
(trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
(cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 nicipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado
(oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habi- o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
tantes; VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câ-
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 maras Municipais em cada legislatura para a subsequente, obser-
(cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) vado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabe-
habitantes; lecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos:
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos De-
tos mil) habitantes; putados Estaduais;
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento
cinquenta mil) habitantes; do subsídio dos Deputados Estaduais;

142
DIREITO CONSTITUCIONAL
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, Art. 30. Compete aos Municípios:
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por I - legislar sobre assuntos de interesse local;
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem
o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres-
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi- IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta estadual;
por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces-
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub- são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen-
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita tal;
do Município; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município; VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo-
IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e
similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os da ocupação do solo urbano;
membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
Estado para os membros da Assembleia Legislativa; observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câ- Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas
mara Municipal; de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
XII - cooperação das associações representativas no planeja- § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com
mento municipal; o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou
XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
pelo menos, cinco por cento do eleitorado; as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, pa- prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
rágrafo único. Municipal.
Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com ina- anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame
tivos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
somatório da receita tributária e das transferências previstas no § termos da lei.
5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exer- § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
cício anterior: Contas Municipais.
I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
100.000 (cem mil) habitantes; Organização do Estado - Distrito Federal e Territórios
II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; • Distrito Federal
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre O Distrito Federal é o ente federativo com competências par-
300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; cialmente tuteladas pela União, conforme se extrai dos Artigos 21,
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para XIII e XIV, e 22, VII da CF.
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e Por ser considerado um ente político dotado de autonomia,
3.000.000 (três milhões) de habitantes; possui capacidade de auto-organização (Artigo 32 da CF), autogo-
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre verno (Artigo 32, §§ 2º e 3º da CF), autoadministração (Artigo 32, §§
3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habi- 1º e 4º da CF) e auto legislação (Artigo 32, § 1º da CF).
tantes;
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Muni- CAPÍTULO V
cípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) ha- DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
bitantes.
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por SEÇÃO I
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com DO DISTRITO FEDERAL
o subsídio de seus Vereadores.
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios,
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legisla-
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Or- tiva, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
çamentária. Constituição.
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. legislativas reservadas aos Estados e Municípios.

143
DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impos-
as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a tos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
duração. públicos de saúde.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União
o disposto no art. 27. nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
Distrito Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar consecutivos, a dívida fundada;
e do corpo de bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
Constitucional nº 104, de 2019) III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita muni-
cipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
• Territórios serviços públicos de saúde;
Os Territórios possuem natureza jurídica de autarquias territo- IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para
riais integrantes da Administração indireta da União. Por isso, não assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Es-
são dotados de autonomia política. tadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial.
SEÇÃO II Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:
DOS TERRITÓRIOS I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou
do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supre-
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judi- mo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judi-
ciária dos Territórios. ciário;
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de
quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Título. Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de represen-
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da tação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII,
União. e no caso de recusa à execução de lei federal.
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, IV - (Revogado).
além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude,
órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional
sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro
deliberativa. horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a
Intervenção Federal e Estadual Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
É uma excepcional possibilidade de supressão temporária da mesmo prazo de vinte e quatro horas.
autonomia política de um ente federativo. Suas hipóteses integram § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a
um rol taxativo previsto na Constituição Federal. apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa,
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se
CAPÍTULO VI essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
DA INTERVENÇÃO § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades
afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Fe-
deral, exceto para: Referências Bibliográficas:
I - manter a integridade nacional; BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
em outra; Editora JusPODIVM.
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas uni- cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
dades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DISPOSIÇÕES GERAIS;
anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; Disposições gerais e servidores públicos
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; A expressão Administração Pública em sentido objetivo traduz
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitu- a ideia de atividade, tarefa, ação ou função de atendimento ao inte-
cionais: resse coletivo. Já em sentido subjetivo, indica o universo dos órgãos
a) forma republicana, sistema representativo e regime demo- e pessoas que desempenham função pública.
crático; Conjugando os dois sentidos, pode-se conceituar a Administra-
b) direitos da pessoa humana; ção Pública como sendo o conjunto de pessoas e órgãos que de-
c) autonomia municipal; sempenham uma função de atendimento ao interesse público, ou
d) prestação de contas da administração pública, direta e in- seja, que estão a serviço da coletividade.
direta.

144
DIREITO CONSTITUCIONAL
Princípios da Administração Pública • Princípio da Publicidade
Nos termos do caput do Artigo 37 da CF, a administração públi- O princípio da publicidade determina que a Administração Pú-
ca direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, blica tem a obrigação de dar ampla divulgação dos atos que pratica,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de salvo a hipótese de sigilo necessário.
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A publicidade é a condição de eficácia do ato administrativo e
As provas de Direito Constitucional exigem com frequência a tem por finalidade propiciar seu conhecimento pelo cidadão e pos-
memorização de tais princípios. Assim, para facilitar essa memori- sibilitar o controle por todos os interessados.
zação, já é de praxe valer-se da clássica expressão mnemônica “LIM-
PE”. Observe o quadro abaixo: • Princípio da Eficiência
Segundo o princípio da eficiência, a atividade administrativa
Princípios da Administração Pública deve ser exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional,
evitando atuações amadorísticas.
L Legalidade Este princípio impõe à Administração Pública o dever de agir
I Impessoalidade com eficiência real e concreta, aplicando, em cada caso concreto, a
medida, dentre as previstas e autorizadas em lei, que mais satisfaça
M Moralidade
o interesse público com o menor ônus possível (dever jurídico de
P Publicidade boa administração).
E Eficiência Em decorrência disso, a administração pública está obrigada a
desenvolver mecanismos capazes de propiciar os melhores resul-
LIMPE tados possíveis para os administrados. Portanto, a Administração
Pública será considerada eficiente sempre que o melhor resultado
Passemos ao conceito de cada um deles: for atingido.
• Princípio da Legalidade Disposições Gerais na Administração Pública
De acordo com este princípio, o administrador não pode agir O esquema abaixo sintetiza a definição de Administração Pú-
ou deixar de agir, senão de acordo com a lei, na forma determinada. blica:
O quadro abaixo demonstra suas divisões.

Administração Pública
Princípio da Legalidade
Direta Indireta
A Administração Pública somente
Em relação à Autarquias (podem ser qualificadas como
pode fazer o que a lei permite →
Administração Pública Federal agências reguladoras)
Princípio da Estrita Legalidade
Estadual Fundações (autarquias e fundações podem ser
O Particular pode fazer tudo que a lei Distrital qualificadas como agências executivas)
Em relação ao Particular
não proíbe Municipal Sociedades de economia mista
Empresas públicas
• Princípio da Impessoalidade
Em decorrência deste princípio, a Administração Pública deve Entes Cooperados
servir a todos, sem preferências ou aversões pessoais ou partidá- Não integram a Administração Pública, mas prestam serviços de
rias, não podendo atuar com vistas a beneficiar ou prejudicar de- interesse público. Exemplos: SESI, SENAC, SENAI, ONG’s
terminadas pessoas, uma vez que o fundamento para o exercício de
sua função é sempre o interesse público. As disposições gerais sobre a Administração Pública estão elen-
cadas nos Artigos 37 e 38 da CF. Vejamos:
• Princípio da Moralidade
Tal princípio caracteriza-se por exigir do administrador público CAPÍTULO VII
um comportamento ético de conduta, ligando-se aos conceitos de DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
probidade, honestidade, lealdade, decoro e boa-fé.
A moralidade se extrai do senso geral da coletividade represen- SEÇÃO I
tada e não se confunde com a moralidade íntima do administrador DISPOSIÇÕES GERAIS
(moral comum) e sim com a profissional (ética profissional).
O Artigo 37, § 4º da CF elenca as consequências possíveis, devi- Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
do a atos de improbidade administrativa: dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
Sanções ao cometimento de atos de improbidade lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
administrativa I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
Suspensão dos direitos políticos (responsabilidade política) como aos estrangeiros, na forma da lei;
Perda da função pública (responsabilidade disciplinar) II - a investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
vação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos,
Indisponibilidade dos bens (responsabilidade patrimonial)
de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
Ressarcimento ao erário (responsabilidade patrimonial) na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

145
DIREITO CONSTITUCIONAL
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
anos, prorrogável uma vez, por igual período; e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- ou indiretamente, pelo poder público;
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servi- sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e per- autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
centuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribui- mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
ções de direção, chefia e assessoramento; caso, definir as áreas de sua atuação;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
ciação sindical; ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
definidos em lei específica; XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
sua admissão; todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
interesse público; técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que obrigações.
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, asse- Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
gurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
de índices; terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos § 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na- de autoridades ou servidores públicos.
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Mi- § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a
nistros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, da lei.
o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Le- administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
gislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, li- I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
mitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub- em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do dos serviços;
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- e XXXIII;
tivo; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão
serviço público; a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
acréscimos ulteriores; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em- ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; ressarcimento.
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
qualquer caso o disposto no inciso XI: agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
a) a de dois cargos de professor; direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
saúde, com profissões regulamentadas; possibilite o acesso a informações privilegiadas.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício
dispor sobre: de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos
I - o prazo de duração do contrato; os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previ-
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; dência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo
III - a remuneração do pessoal.” de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às 2019)
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios Servidores Públicos
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Os servidores públicos são pessoas físicas que prestam serviços
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de à administração pública direta, às autarquias ou fundações públi-
aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a cas, gerando entre as partes um vínculo empregatício ou estatutá-
remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os rio. Esses serviços são prestados à União, aos Estados-membros, ao
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eleti- Distrito Federal ou aos Municípios.
vos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação As disposições sobre os Servidores Públicos estão elencadas
e exoneração. dos Artigos 39 a 41 da CF. Vejamos:
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as SEÇÃO II
parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. DOS SERVIDORES PÚBLICOS
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo planos de carreira para os servidores da administração pública dire-
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco ta, das autarquias e das fundações públicas.
centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos instituirão conselho de política de administração e remuneração de
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Po-
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá deres.
ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que componentes do sistema remuneratório observará:
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos
permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o cargos componentes de cada carreira;
nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida II - os requisitos para a investidura;
a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda III - as peculiaridades dos cargos.
Constitucional nº 103, de 2019) § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública, públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos
inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. convênios ou contratos entre os entes federados.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias de disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
servidores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de
não seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que admissão quando a natureza do cargo o exigir.
não seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão
§ 16. Os órgãos e entidades da administração pública, individual remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única,
ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas públicas, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos resultados prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória,
alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
nº 109, de 2021) § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor
e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as se- remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
guintes disposições: caso, o disposto no art. 37, XI.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão
ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, empregos públicos.
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera-
ção;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda
provenientes da economia com despesas correntes em cada Constitucional nº 103, de 2019)
órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar
de programas de qualidade e produtividade, treinamento e do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
produtividade. e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de caráter § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima
temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da
cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei
titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela
mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições
social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no
nº 103, de 2019) Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em Constitucional nº 103, de 2019)
que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se
em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o
verificação da continuidade das condições que ensejaram a conces- benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do
são da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação
de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, critérios estabelecidos em lei.
e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Cons- municipal será contado para fins de aposentadoria, observado
tituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os o disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo correspondente será contado para fins de disponibilidade. (Redação
ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
de 2019) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores de tempo de contribuição fictício.
ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos
serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
para concessão de benefícios em regime próprio de previdência § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em
social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos
dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente,
diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo,
equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
Constitucional nº 103, de 2019) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime
diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente de previdência complementar para servidores públicos ocupantes
penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do

148
DIREITO CONSTITUCIONAL
Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, ob-
e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado servados os princípios relacionados com governança, controle inter-
o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº no e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103,
103, de 2019) de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamen-
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por te, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou nº 103, de 2019)
de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
correspondente regime de previdência complementar. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, concurso público.
na forma da lei. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu-
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime rada ampla defesa;
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
que tenha completado as exigências para a aposentadoria estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao remuneração proporcional ao tempo de serviço.
valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
Constitucional nº 103, de 2019) proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de em outro cargo.
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, ór- obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão
gãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsá- instituída para essa finalidade.
veis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o • Estabilidade
§ 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro-
nº 103, de 2019) vado em estágio probatório.
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, a estabilidade
previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os poder ser definida como a garantia constitucional de permanência
que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento no serviço público, do servidor público civil nomeado, em razão de
e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo, após
aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de o transcurso de estágio probatório.
2019) A estabilidade é assegurada ao servidor após três anos de efe-
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o tivo exercício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse
Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Consti- é o estágio probatório citado pela lei.
tucional nº 103, de 2019) Passada a fase do estágio, sendo o servidor público efetivado,
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos re- ele perderá o cargo somente nas hipóteses elencadas no Artigo 41,
cursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) § 1º da CF.
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previ-
denciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recur-
sos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de
qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019)
VI - mecanismos de equacionamento do déficit atuarial; (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)

149
DIREITO CONSTITUCIONAL
Haja vista o tema ser muito cobrado nas provas dos mais varia- Das Regiões
dos concursos públicos, segue a tabela explicativa: De acordo com a CF/88 as políticas da União podem se dar de
forma regionalizada e a disposição legal do Art. 43 visa reduzir as
Estabilidade do Servidor desigualdades regionais. Este tema será regulado por Lei Comple-
mentar.
Requisitos Cargo de provimento efetivo/ocupado em razão Diz o Art. 43 da CF/88:
para de concurso público
aquisição de 3 anos de efetivo exercício SEÇÃO IV
Estabilidade Avaliação de desempenho por comissão DAS REGIÕES
instituída para esta finalidade
Hipóteses Em virtude de sentença judicial transitada em Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular
em que o julgado sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a
servidor Mediante processo administrativo em que lhe seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
estável pode seja assegurada ampla defesa § 1º - Lei complementar disporá sobre:
perder o Mediante procedimento de avaliação periódica I - as condições para integração de regiões em desenvolvimen-
cargo de desempenho, na forma de lei complementar, to;
assegurada ampla defesa II - a composição dos organismos regionais que executarão, na
Em razão de excesso de despesa forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais
de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios estes.
A CF/88 impôs aos Militares, regime especial e diferenciado do § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros,
servidor civil. Os direitos e deveres dos militares e dos civis não se na forma da lei:
misturam a não ser por expressa determinação constitucional. I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos
Não pode o legislador infraconstitucional cercear direitos ou e preços de responsabilidade do Poder Público;
impor deveres que a Constituição Federal não trouxe de forma taxa- II - juros favorecidos para financiamento de atividades priori-
tiva, tampouco não se pode inserir deveres dos servidores civis aos tárias;
militares de forma reflexa. III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos
A Emenda Constitucional nº 101/19, promulgada pelo Congres- federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
so Nacional, permite acúmulo de cargos públicos nas áreas de saú- IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos
de e educação por militares. Através da referida Emenda, os Milita- rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de
res poderão exercer funções de professor ou profissional da saúde baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
desde que haja compatibilidade de horário. Ou seja, aplicou-se a § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará
tais profissionais o disposto no art. 37, inciso XVI, da CF/88. a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos
Desde a promulgação da CF/88, o exercício simultâneo de e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas
cargos era permitido apenas para servidores públicos civis e para glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.
militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde. A acu-
mulação passou a ser possível, desde que haja compatibilidade de Referências Bibliográficas:
horários. BORTOLETO, Leandro; e LÉPORE, Paulo. Noções de Direito Constitu-
Vejamos as disposições do Art. 42 da CF/88: cional e de Direito Administrativo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador:
Editora JusPODIVM.
SEÇÃO III NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Administrativo – Série Resu-
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS mo. 3ª edição. São Paulo: Editora Método.
TERRITÓRIOS
DO PODER EXECUTIVO. DAS ATRIBUIÇÕES E
Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom-
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
beiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter-
ritórios. Presidente da República, Vice-Presidente da República e Mi-
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e nistros de Estado
dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições
do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo • Presidente e Vice-Presidente
a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, O Poder Executivo, em âmbito federal, é exercido pelo Presi-
inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos dente da República, auxiliado pelos ministros de Estado.
governadores. Como função típica, compete ao Poder Executivo administrar a
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito coisa pública. Atipicamente, o mesmo legisla (medidas provisórias,
Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica leis delegadas e decretos autônomos) e julga (processos adminis-
do respectivo ente estatal. trativos).
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e
dos Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência
da atividade militar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101,
de 2019)

150
DIREITO CONSTITUCIONAL
Segue abaixo os artigos 76 a 86 da CF: Art. 82. O mandato do Presidente da República é de 4 (quatro)
anos e terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição.
CAPÍTULO II (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
DO PODER EXECUTIVO Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não po-
derão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por
SEÇÃO I período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
SEÇÃO II
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da Repú- DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
blica, auxiliado pelos Ministros de Estado.
Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da Repú- Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
blica realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de ou- I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
tubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em se- II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
gundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato superior da administração federal;
presidencial vigente. III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice- nesta Constituição;
-Presidente com ele registrado. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, regis- expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
computados os em branco e os nulos. VI – dispor, mediante decreto, sobre:
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na pri- a) organização e funcionamento da administração federal,
meira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a pro- quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção
clamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais vota- de órgãos públicos;
dos e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
válidos. VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, de- representantes diplomáticos;
sistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujei-
os remanescentes, o de maior votação. tos a referendo do Congresso Nacional;
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, quali- X - decretar e executar a intervenção federal;
ficar-se-á o mais idoso. XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Na-
Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão cional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a si-
posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso tuação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, pro- XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se ne-
mover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integri- cessário, dos órgãos instituídos em lei;
dade e a independência do Brasil. XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promo-
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força ver seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. privativos;
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e su- XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Minis-
ceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. tros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Go-
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de ou- vernadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o pre-
tras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, au- sidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
xiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões determinado em lei;
especiais. XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do
Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Pre- Tribunal de Contas da União;
sidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Consti-
chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos tuição, e o Advogado-Geral da União;
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da do art. 89, VII;
República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho
vaga. de Defesa Nacional;
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autori-
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias zado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocor-
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. rida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
período de seus antecessores. XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congres-
so Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
maneçam temporariamente;

151
DIREITO CONSTITUCIONAL
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o pro- SEÇÃO IV
jeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento DOS MINISTROS DE ESTADO
previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasilei-
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas refe- ros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
rentes ao exercício anterior; Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de ou-
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma tras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
da lei; I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos e entidades da administração federal na área de sua competência
do art. 62; e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Repú-
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. blica;
XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e re-
de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167- gulamentos;
B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) sua gestão no Ministério;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República.
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas órgãos da administração pública.
respectivas delegações.
Imunidade, Crimes Comuns, Crimes de Responsabilidade (Lei
SEÇÃO III nº 1.079 de 1950) e Impeachment
DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
• Imunidades do Presidente
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente O Presidente não poderá ser preso, salvo em razão de uma sen-
da República que atentem contra a Constituição Federal e, especial- tença penal condenatória com trânsito em julgado. Ademais, o Pre-
mente, contra: sidente, durante o mandato, não poderá ser processado por atos
I - a existência da União; estranhos ao exercício da função, ou seja, só poderá ser processado
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do pela prática de crimes ex officio, assim considerados aqueles prati-
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da cados em razão do exercício da função presidencial (como exemplo:
Federação; crimes contra a Administração Pública).
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País; • Crimes Comuns
V - a probidade na administração; O Presidente da República será processado e julgado perante
VI - a lei orçamentária; o STF, nas infrações penais comuns, após admitida a acusação por
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. dois terços da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade)
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial,
que estabelecerá as normas de processo e julgamento. • Crimes de Responsabilidade (Lei nº 1.079 de 1950) e Impe-
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, achment
por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a jul- Os crimes de responsabilidade (também chamados de impea-
gamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais chment ou impedimento), são infrações político-administrativas
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabili- cometidas no desempenho de funções políticas, definidas por lei
dade. especial federal.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: O Artigo 85 da CF traz um rol de crimes de responsabilidade
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou quei- meramente exemplificativo, uma vez que seu próprio parágrafo
xa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; único dispõe que tais crimes serão definidos em lei especial, que
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do pro- estabelecerá as normas de processo e julgamento.
cesso pelo Senado Federal. A Lei nº 1.079 de 1950 define os crimes de responsabilidade e
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen- regula o respectivo processo de julgamento, que, segundo o STF, foi
to não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem recepcionada com modificações decorrentes da Constituição.
prejuízo do regular prosseguimento do processo. De acordo com o Artigo 86, caput, da CF, o Presidente da Re-
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infra- pública será processado e julgado por crimes de responsabilidade
ções comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. perante o Senado Federal, após admitida a acusação por dois terços
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade).
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de
suas funções.

Ministros de Estado
Os Ministros de Estado exercem a função de auxiliares do Pre-
sidente da República na direção superior da Administração Pública
federal.
Têm disposição legal nos Artigos 87 e 88 da CF. Vejamos:

152
DIREITO CONSTITUCIONAL
O quadro abaixo ilustra as hipóteses de julgamento do Presi- VI - o Ministro das Relações Exteriores;
dente da República: VII - o Ministro do Planejamento.
VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Julgamento do Presidente da República § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebra-
Juízo de admissibilidade: Câmara dos Deputados por 2/3 ção da paz, nos termos desta Constituição;
Crime comum → STF Crime de responsabilidade → Senado II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de
Federal sítio e da intervenção federal;
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas in-
Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional dispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu
O Conselho da República (Artigos 89 e 90, da CF) e o Conselho efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas
de Defesa Nacional (Artigo 91 da CF), são órgãos de assessoramento com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-
superior do Presidente da República, cujas manifestações não pos- quer tipo;
suem caráter vinculante. IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de inicia-
Conforme o Artigo 84, XVIII, compete privativamente ao Presi- tivas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do
dente da República convocar e presidir o Conselho da República e o Estado democrático.
Conselho de Defesa Nacional. § 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conse-
Vejamos os artigos supracitados correspondentes ao tema: lho de Defesa Nacional.

SEÇÃO V Referências Bibliográficas:


DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
NACIONAL cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

SUBSEÇÃO I DO PODER LEGISLATIVO. DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL,


DO CONSELHO DA REPÚBLICA FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta


Funções Típicas e Atípicas
do Presidente da República, e dele participam:
O Poder Legislativo possui as funções típicas de elaborar nor-
I - o Vice-Presidente da República;
mas gerais e abstratas (leis) e exercer a atividade fiscalizatória. Esta
II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
fiscalização engloba tanto a econômico-financeira (Artigos 70 a 75
III - o Presidente do Senado Federal;
da CF), bem como a político-administrativa, por intermédio de suas
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputa-
Comissões, em especial, a Comissão Parlamentar de Inquérito (Ar-
dos;
tigo 58, § 3º, da CF).
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;
Como funções atípicas o Poder Legislativo administra e julga.
VI - o Ministro da Justiça;
Administra quando, por exemplo, nomeia, exonera, ou promove os
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco
seus servidores. Julga quando o Senado Federal decide acerca da
anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República,
ocorrência ou não de crime de responsabilidade cometido por cer-
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos De-
tas autoridades previstas na Constituição (Artigo 52, I, II e parágrafo
putados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
único).
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se so-
O Poder Legislativo no âmbito da Federação está assim confi-
bre:
gurado:
I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas. Poder Legislativo
§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de União Congresso Nacional (Artigo 44 e seguintes
Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da da CF)
pauta questão relacionada com o respectivo Ministério.
§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conse- Estados-Membros Assembleias Legislativas (Artigo 27 da CF)
lho da República. Distrito Federal Câmara Legislativa (Artigo 32, § 3º, da CF)
Municípios Câmaras Municipais (Artigo 29 da CF)
SUBSEÇÃO II
DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Congresso Nacional
O Congresso Nacional é formado pela Câmara dos Deputados
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do e pelo Senado Federal, ou seja, sistema bicameral (Artigo 44, caput,
Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania da CF).
nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como
membros natos: Câmara dos Deputados
I - o Vice-Presidente da República; É composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; proporcional em cada estado, em cada território e no Distrito
III - o Presidente do Senado Federal; Federal, para um mandato de 4 anos, permitidas sucessivas
IV - o Ministro da Justiça; reeleições (Artigo 45, caput, da CF).
V - o Ministro de Estado da Defesa;

153
DIREITO CONSTITUCIONAL
À luz do § 1º do Artigo 45, da CF, nenhum Estado e o Distrito Seguem abaixo os dispositivos constitucionais correspondentes:
Federal terá menos do que 8 nem mais do que 70 deputados
federais, levando-se em conta a população de cada ente federativo. TÍTULO IV
Já os territórios federais, caso existentes, terão 4 deputados fe- DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
derais (Artigo 45, § 2º, da CF). (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 80, DE
Conforme dispõe a Lei Complementar nº 78, de 30/12/93, que 2014)
disciplina a fixação do número de deputados, nos termos do Artigo
45, § 1º, da CF, uma vez estabelecido o número de deputados fe- CAPÍTULO I
derais, será definido o número de deputados estaduais, conforme DO PODER LEGISLATIVO
preceitua o Artigo 27 da CF.
SEÇÃO I
Senado Federal DO CONGRESSO NACIONAL
Compõe-se de representantes dos estados e do Distrito Fede-
ral, de forma paritária, eleitos segundo o princípio majoritário, para Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional,
um mandato de 8 anos, sendo que em cada eleição, que ocorre a que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
cada 4 anos, serão eleitos, alternadamente, um terço e dois terços Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro
dos membros dessa Casa Legislativa (Artigo 46, caput e seu § 2º). anos.
Cada estado e o Distrito Federal possuem 3 senadores, eleitos, Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representan-
cada qual, com dois suplentes, totalizando 81 (Artigo 46, §§ 1º e 3º tes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em
da CF). cada Território e no Distrito Federal.
Vejamos nosso quadro sinótico: § 1º O número total de Deputados, bem como a representação
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
Congresso Nacional complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que
Câmara dos Deputados (Artigo Senado Federal (Artigo 46 da nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou
45 da CF) CF) mais de setenta Deputados.
513 membros 81 membros § 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Es-
Representantes do povo Representantes dos estados/
DF tados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores,
Caracteriza o princípio Caracteriza o princípio com mandato de oito anos.
republicano federativo § 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
Eleição pelo sistema Eleição pelo sistema renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
proporcional majoritário terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Mandato de 4 anos Mandato de 8 anos (Artigo 46,
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as delibe-
§ 1º, da CF)
rações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maio-
Sucessivas reeleições Sucessivas reeleições ria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Mínimo de 8 e máximo de 70 3 senadores por estado/DF
por estado/DF (Artigo 45, § 1º (Artigo 46, § 1º, da CF). SEÇÃO II
da CF) Cada senador será eleito com DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
2 suplentes (Artigo 46, § 3º,
da CF) Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presi-
Idade mínima: 21 anos (Artigo Idade mínima: 35 anos (Artigo dente da República, não exigida esta para o especificado nos arts.
14, § 3º, VI, c, da CF) 14, § 3º, VI, a, da CF) 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da
União, especialmente sobre:
Territórios se houver elegem Recomposição alternada de I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
4 deputados (Artigo 45, § 2º, 1/3 e 2/3 dos Senadores a II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual,
da CF) cada 4 anos (Artigo 46, § 2º, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
da CF) III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de de-
senvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e
bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de
Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legisla-
tivas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Públi-
co e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização
judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;

154
DIREITO CONSTITUCIONAL
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado
funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b; Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões,
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administra- por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva,
ção pública; para expor assunto de relevância de seu Ministério.
XII - telecomunicações e radiodifusão; § 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições fi- poderão encaminhar pedidos escritos de informações a Ministros
nanceiras e suas operações; de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mo- artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o
biliária federal. não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem como a prestação
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Fe- de informações falsas.
deral, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e
153, § 2º, I. SEÇÃO III
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos in-
ternacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
patrimônio nacional; I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a ce- processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os
lebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo terri- Ministros de Estado;
tório nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados II - proceder à tomada de contas do Presidente da República,
os casos previstos em lei complementar; quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessen-
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a ta dias após a abertura da sessão legislativa;
se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias; III - elaborar seu regimento interno;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autori- IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, cria-
zar o estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas; ção, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
VI - mudar temporariamente sua sede; orçamentárias;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Se- V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do
nadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, art. 89, VII.
153, III, e 153, § 2º, I;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da SEÇÃO IV
República e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os DO SENADO FEDERAL
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Re-
governo; pública nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
indireta; II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacio-
face da atribuição normativa dos outros Poderes; nal do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Ad-
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de vogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;
emissoras de rádio e televisão; III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pú-
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas blica, a escolha de:
da União; a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a ativi- b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Pre-
dades nucleares; sidente da República;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito; c) Governador de Território;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aprovei- d) Presidente e diretores do banco central;
tamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas mi- e) Procurador-Geral da República;
nerais; f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em
públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de ca-
XVIII - decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacio- ráter permanente;
nal previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta V - autorizar operações externas de natureza financeira, de in-
Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021) teresse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qual- dos Municípios;
quer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites glo-
quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidên- bais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados,
cia da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre do Distrito Federal e dos Municípios;
assunto previamente determinado, importando crime de responsa-
bilidade a ausência sem justificação adequada.

155
DIREITO CONSTITUCIONAL
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações Vejamos os dispositivos constitucionais correspondentes:
de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades contro- SEÇÃO V
ladas pelo Poder Público federal; DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de ga-
rantia da União em operações de crédito externo e interno; Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penal-
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; § 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma,
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exone- Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime
ração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte
de seu mandato; e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de
XII - elaborar seu regimento interno; seus membros, resolva sobre a prisão.
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva re- ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
muneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de dire- representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até
trizes orçamentárias; a decisão final, sustar o andamento da ação.
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva
art. 89, VII. no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tribu- pela Mesa Diretora.
tário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desem- § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
penho das administrações tributárias da União, dos Estados e do durar o mandato.
Distrito Federal e dos Municípios. § 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcio- testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão
nará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram
a condenação, que somente será proferida por dois terços dos vo- ou deles receberam informações.
tos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra,
sanções judiciais cabíveis. dependerá de prévia licença da Casa respectiva.
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão
Vedações, Garantias e Imunidades Parlamentares durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o
voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de
• Vedações atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
Aos parlamentares federais, é vedado o exercício de algumas incompatíveis com a execução da medida.
atividades, em decorrência das relevantes atribuições constitucio- Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
nais que possuem, à luz do que dispõe o Artigo 54 da CF. I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito pú-
• Garantias blico, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou
Artigo 53, § 6º da CF → Isenção do dever de testemunhar: é o empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
chamado sigilo da fonte; obedecer a cláusulas uniformes;
Artigo 53, § 7º da CF → Incorporação às Forças Armadas; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
Artigo 53, § 8º da CF → Estado de sítio: limitação de sua sus- inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades
pensão pela Constituição. constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
• Imunidades a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que
Imunidades são prerrogativas outorgadas pela Constituição aos goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
ocupantes de mandatos eletivos com a finalidade de assegurar-lhes público, ou nela exercer função remunerada;
proteção no exercício de suas atribuições constitucionais. b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu-
– Imunidade Material: afasta a possibilidade de responsabili- tum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;
zação civil e penal do congressista por suas manifestações, desde c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti-
que emanadas no desempenho da atividade congressual (Artigo 53, dades a que se refere o inciso I, “a”;
caput, da CF). d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele-
– Imunidade Formal: são garantias atribuídas aos parlamenta- tivo.
res com relação ao trâmite dos processos-crimes em que figuram Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
como réus e prisões contra si decretadas, a partir de sua diploma- I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo
ção (Artigo 53, §§ 1º ao 5º, da CF). anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro
parlamentar;

156
DIREITO CONSTITUCIONAL
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à São criadas com a finalidade de apurar fato determinado rele-
terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo vante para a sociedade e a sua previsão constitucional encontra-se
licença ou missão por esta autorizada; no Artigo 58, § 3º, da CF.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; Vamos aos dispositivos constitucionais correspondentes:
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
nesta Constituição; SEÇÃO VI
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em DAS REUNIÕES
julgado.
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Ca-
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas pital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22
asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de de dezembro.
vantagens indevidas. § 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será para o primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados,
decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por domingos ou feriados.
maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de § 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação
partido político representado no Congresso Nacional, assegurada do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
ampla defesa. § 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão
declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante conjunta para:
provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político I - inaugurar a sessão legislativa;
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa. II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise comuns às duas Casas;
ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente
seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os da República;
§§ 2º e 3º. IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador: § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias,
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Ter- a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para
ritório, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para
Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária; mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo
II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou cargo na eleição imediatamente subsequente.
para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, § 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por ses- Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
são legislativa. alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença superior § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-
a cento e vinte dias. se-á:
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação
para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autori-
do mandato. zação para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;
optar pela remuneração do mandato. II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria
Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de In- dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse
quérito (CPIs) público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a apro-
vação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso
• Comissões e Mesas Nacional.
A Constituição Federal faculta ao Congresso Nacional e suas § 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional
Casas Legislativas (Câmara e Senado) a criação de Comissões per- somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado,
manentes e temporárias, que deverão ser constituídas na forma e ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de
com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de parcela indenizatória, em razão da convocação.
que resultar sua criação (Artigo 58, caput, da CF). § 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de
Por seu turno, as Mesas são órgãos de direção superior da Câ- convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas
mara dos Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional, automaticamente incluídas na pauta da convocação.
cuja composição possui mandato de dois anos, sendo vedada a ree-
leição para o mesmo cargo (Artigo 57, § 4º, da CF).

• Comissão Parlamentar de Inquérito


Tem como fundamento a função típica fiscalizatória do Poder
Legislativo e é uma consequência direta e imediata da adoção do
sistema de freios e contrapesos previsto na Constituição.

157
DIREITO CONSTITUCIONAL
SEÇÃO VII A Iniciativa Parlamentar, como o próprio nome sugere, é aque-
DAS COMISSÕES la realizada pelos membros do Congresso Nacional. Noutro giro, a
Iniciativa Extraparlamentar ocorre quando a Constituição confere
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões a legitimidade para proposição legislativa a órgãos dos Poderes Exe-
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as atri- cutivo e Judiciário.
buições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar
sua criação. Fase Constitutiva
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é O projeto de lei será apresentado a uma das Casas do Congres-
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional so Nacional, que atuará como Casa iniciadora, cumprindo a outra
dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da Casa Legislativa a função de Casa Revisora.
respectiva Casa. Nas Casas do Congresso Nacional funcionará parcela da fase
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, constitutiva, formada pela discussão, votação, além de possível
cabe: análise de veto. Após a deliberação parlamentar, a fase constitutiva
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do re- encerrar-se-á com a deliberação executiva, por meio da sanção ou
gimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um do veto presidencial.
décimo dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci- Deliberação Parlamentar
vil; A deliberação parlamentar refere-se a discussão, votação e,
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações so- eventualmente, a análise do veto.
bre assuntos inerentes a suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas Regime de Urgência (Processo Legislativo Sumário)
de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou en- O Processo Legislativo Sumário é deflagrado quando o Presi-
tidades públicas; dente da República solicita urgência na apreciação de projetos de
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; lei de sua iniciativa (privativa ou concorrente).
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e Observe o quadro abaixo:
setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.
§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão Processo Legislativo Sumário – Artigo 64, § 1º, da CF
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além
de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão Projetos de lei de iniciativa privativa ou
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em Requisitos concorrente do Presidente da República;
conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço Pedido de urgência pelo Presidente da República.
de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas Deliberação Executiva
ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou A deliberação executiva refere-se à sanção ou veto.
criminal dos infratores.
§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa Fase Complementar
do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na última sessão Refere-se a promulgação e publicação.
ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no A lei nasce com a sanção ou, excepcionalmente, com a rejeição
regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, do veto. Com a promulgação, ocorre a sua inserção no ordenamen-
a proporcionalidade da representação partidária. to jurídico e a produção de seus efeitos se dá com a publicação.

O Processo Legislativo é o conjunto de atos (iniciativa, dis- O quadro abaixo resume as fases do Processo Legislativo Or-
cussão, votação, emenda, sanção, veto, derrubada do veto, pro- dinário.
mulgação, publicação) realizados pelo Congresso Nacional e pela
Presidência da República, visando à elaboração de emendas à Cons- Processo Legislativo Ordinário
tituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medi-
Fase Introdutória Iniciativa do projeto de lei
das provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Deliberação parlamentar → discussão,
Processo Legislativo Ordinário votação e, eventualmente, a análise do
Fase Constitutiva
É o procedimento exigido para a elaboração das leis ordinárias veto.
e das leis complementares, que de decompõe em três fases: intro- Deliberação executiva → sanção ou veto.
dutória, constitutiva e complementar. Fase Complementar Promulgação e publicação da lei

Fase Introdutória – Iniciativa de Lei por Parlamentar e Extra- Espécies Normativas: Lei Complementar e Lei Ordinária
parlamentar Todo o processo legislativo ordinário aplica-se, igualmente, à
A Fase Introdutória tem início quando um dos legitimados pela aprovação de leis ordinárias e leis complementares. A única distin-
CF (Art. 61, caput) toma a iniciativa de apresentar um projeto de lei ção está no quórum de aprovação, que, para as leis complementa-
a uma das Casas do Congresso Nacional. res, é de maioria absoluta, conforme o Artigo 69, da CF.
Esta iniciativa, também chamada de proposição, disposição, Não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, uma
competência legiferante ou competência legislativa, pode ser clas- vez que ambas retiram seu fundamento de validade direto da Cons-
sificada em parlamentar, extraparlamentar, privativa, concorrente tituição Federal.
ou popular.

158
DIREITO CONSTITUCIONAL
A diferença entre ambas encontra-se na reserva de matéria, ou § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
seja, as matérias que devem ser veiculadas por lei complementar intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
estão exaustivamente previstas na Constituição, por sua vez, onde § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do
a Carta Política for silente, interpreta-se que a matéria deve ser tra- Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
tada por lei ordinária. obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
Espécies Normativas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo
número de ordem.
• Medida Provisória § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda
Em caso de relevância e urgência, o Presidente poderá adotar tendente a abolir:
medidas provisórias, com força de lei (possui natureza jurídica de I - a forma federativa de Estado;
lei em sentido material, pois é um ato normativo primário sob con- II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
dição resolutiva), devendo submetê-las de imediato ao Congresso III - a separação dos Poderes;
Nacional por meio de mensagem. IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou
• Lei Delegada havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da Repúbli- mesma sessão legislativa.
ca, devendo solicitar a delegação ao Congresso Nacional, que, por
resolução, especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. SUBSEÇÃO III
DAS LEIS
• Decreto Legislativo
São atos normativos primários mediante os quais são executa- Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a
das as competências exclusivas do Congresso Nacional. qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Sena-
do Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
• Resolução ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procura-
As resoluções são atos normativos primários (Artigo 59, VII, da dor-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previs-
CF) que materializam as competências privativas da Câmara e do tos nesta Constituição.
Senado. § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
Os dispositivos constitucionais referentes ao Processo Legisla- I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
tivo encontram-se elencados do Artigos 59 a 69 da CF, conforme II - disponham sobre:
seguem: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na adminis-
tração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
SEÇÃO VIII b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária
DO PROCESSO LEGISLATIVO e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;
SUBSEÇÃO I c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídi-
DISPOSIÇÃO GERAL co, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
I - emendas à Constituição; Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e
II - leis complementares; dos Territórios;
III - leis ordinárias; e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
IV - leis delegadas; pública, observado o disposto no art. 84, VI;
V - medidas provisórias; f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimen-
VI - decretos legislativos; to de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
VII - resoluções. transferência para a reserva.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
redação, alteração e consolidação das leis. Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo,
um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
SUBSEÇÃO II cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da Re-
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante propos- pública poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, deven-
ta: do submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Depu- § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
tados ou do Senado Federal; I – relativa a:
II - do Presidente da República; a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políti-
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unida- cos e direito eleitoral;
des da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria b) direito penal, processual penal e processual civil;
relativa de seus membros. c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
carreira e a garantia de seus membros;

159
DIREITO CONSTITUCIONAL
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e § 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. Federal não se manifestarem sobre a proposição, cada qual
167, § 3º; sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com
popular ou qualquer outro ativo financeiro; exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que
III – reservada a lei complementar; se ultime a votação.
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso § 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara
Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. dos Deputados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração mais o disposto no parágrafo anterior.
de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, § 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do
só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido Congresso Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à
12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado,
lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma se o rejeitar.
vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa ini-
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. ciadora.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação envia-
medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso rá o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o
do Congresso Nacional. sancionará.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no
Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos
urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congres- do veto.
so Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo,
as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver trami- de parágrafo, de inciso ou de alínea.
tando. § 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência da República importará sanção.
de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de § 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta
sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
do Congresso Nacional. voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na § 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para
Câmara dos Deputados. promulgação, ao Presidente da República.
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores § 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o
examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas
de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada as demais proposições, até sua votação final.
uma das Casas do Congresso Nacional. § 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual
sua eficácia por decurso de prazo. prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legisla-
provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos tiva, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qual-
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. quer das Casas do Congresso Nacional.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista: exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da Repúbli- Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
ca, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; à lei complementar, nem a legislação sobre:
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Fede- carreira e a garantia de seus membros;
rais e do Ministério Público. II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa eleitorais;
do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tri- III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
bunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados. § 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
apreciação de projetos de sua iniciativa. os termos de seu exercício.

160
DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Segue abaixo os Artigos pertinentes da CF:
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda. SEÇÃO IX
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
absoluta.
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope-
Referências Bibliográficas: racional e patrimonial da União e das entidades da administração
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con- direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier. aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
Tribunal de Contas da União (TCU) e Fiscalização Contábil, Fi- controle interno de cada Poder.
nanceira e Orçamentária da União Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurí-
Conforme já visto neste, além da função típica de legislar, ao dica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
Poder Legislativo também foi atribuída função fiscalizatória. administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
Sabe-se que, de modo geral, todo poder deverá manter, de for- responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
ma integrada, sistema de controle interno fiscalizatório, conforme pecuniária.
estabelece o Artigo 74, caput, da CF. Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
Em relação ao Legislativo, além do controle interno (inerente será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
a todo poder), também realiza controle externo, através da fiscali- compete:
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
da União e das entidades da administração direta (pertencentes ao República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
Executivo, Legislativo e Judiciário) e indireta, levando-se em consi- sessenta dias a contar de seu recebimento;
deração a legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
subvenções e renúncia de receitas (Artigo 70, caput, da CF). por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e in-
A CF/88 consagra, dessa forma, um sistema harmônico, inte- direta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
grado e sistêmico de perfeita convivência entre os controles inter- pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
nos de cada poder e o controle externo exercido pelo Legislativo, a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao
com o auxílio do Tribunal de Contas (Artigo 74, IV, da CF). erário público;
Esse sistema de atuação conjunta é reforçado pela regra conti- III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
da no Artigo 74, § 1º, da CF, na medida em que os responsáveis pelo admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregula- indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
ridade ou ilegalidade, dela deverão dar ciência ao TCU, sob pena de Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
responsabilidade solidária. comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas
Portanto, o controle externo será realizado pelo Congresso e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o
Nacional, auxiliado pelo Tribunal de Contas, cuja competência está fundamento legal do ato concessório;
expressa no Artigo 71 da CF. IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
Dentre as várias competências atribuídas ao Tribunal de Con- Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e au-
tas, encontra-se a de auxiliar o Legislativo (Congresso Nacional), no ditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
controle externo das contas do Executivo. e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
O Tribunal de Contas decide administrativamente, não produ- Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
zindo nenhum ato marcado pela definitividade, ou fixação do direi- V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
to no caso concreto, no sentido de afastamento da pretensão resis- de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta,
tida. Portanto, o Tribunal de Contas não integra o Poder Judiciário. nos termos do tratado constitutivo;
O Tribunal de Contas, apesar de ser autônomo, não tendo qual- VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela
quer vínculo de subordinação ao Legislativo, é auxiliar deste. A fis- União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
calização em si é realizada pelo Legislativo. O Tribunal de Contas, congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
como órgão auxiliar, apenas emite pareces técnicos. VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacio-
nal, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas
Tribunais de Contas dos Estados (TCEs) e Tribunais e Conse- Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
lhos de Contas dos Municípios operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspe-
No que couber, as regras estabelecidas para o Tribunal de ções realizadas;
Contas da União (TCU) deverão ser observadas pelos Tribunais de VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de des-
Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Artigo 75, pesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
caput, da CF). estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, co-
municando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados.

161
DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimo-
ao Poder Executivo as medidas cabíveis. nial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garan-
anterior, o Tribunal decidirá a respeito. tias, bem como dos direitos e haveres da União;
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
ou multa terão eficácia de título executivo. tucional.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral § 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
e anualmente, relatório de suas atividades. conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
166, §1º, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que responsabilidade solidária.
sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsá- é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
vel que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessá- ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
rios. Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. e Conselhos de Contas dos Municípios.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Con-
à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação. selheiros.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Mi-
nistros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e Referências Bibliográficas:
jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
as atribuições previstas no art. 96. cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São
nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: Paulo: Editora Método.
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de
idade; DO PODER JUDICIÁRIO. DISPOSIÇÕES GERAIS; DO
II - idoneidade moral e reputação ilibada; SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL; DO CONSELHO
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e NACIONAL DE JUSTIÇA: ORGANIZAÇÃO E
financeiros ou de administração pública; COMPETÊNCIA; DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva ati- DOS TRIBUNAIS
vidade profissional que exija os conhecimentos mencionados no in-
ciso anterior. Disposições Gerais no Poder Judiciário
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão Como função típica, compete ao Poder Judiciário aplicar a lei
escolhidos: ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do conflito de interesses de forma definitiva. Atipicamente, administra
Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e seus órgãos e pessoal, nomeando servidores, executando licitações
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista e contratos administrativos, etc., bem assim, legisla, elaborando os
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e mere- regimentos internos dos tribunais (Artigo 96, I, a).
cimento; As Disposições Gerais no Poder Judiciário estão previstas na CF,
II - dois terços pelo Congresso Nacional. dos Artigos 92 a 100. Vejamos:
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e CAPÍTULO III
vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando- DO PODER JUDICIÁRIO
se lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes
do art. 40. SEÇÃO I
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as DISPOSIÇÕES GERAIS
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício
das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
Federal. I - o Supremo Tribunal Federal;
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, I-A o Conselho Nacional de Justiça;
de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade II - o Superior Tribunal de Justiça;
de: II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria- Constitucional nº 92, de 2016)
nual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
União; IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;

162
DIREITO CONSTITUCIONAL
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de co-
Territórios. marca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justi- alíneas a , b , c e e do inciso II;
ça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal. IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,
jurisdição em todo o território nacional. podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
seguintes princípios: prejudique o interesse público à informação;
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substi- X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
tuto, mediante concurso público de provas e títulos, com a partici- e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
pação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exi- maioria absoluta de seus membros;
gindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores,
jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribu-
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes nal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; metade por eleição pelo tribunal pleno;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercí- XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado fé-
cio na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte rias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando,
da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais requisi- nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em
tos quem aceite o lugar vago; plantão permanente;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcio-
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju- nal à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos
reconhecidos de aperfeiçoamento; de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá re- XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus
cusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de de jurisdição.
seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada am- Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Fede-
pla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; rais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de re-
ao cartório sem o devido despacho ou decisão; putação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profis-
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui- sional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação
dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única das respectivas classes.
entrância; Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamen- lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias sub-
to e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do sequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou re- Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
conhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após
magistrados; dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período,
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores correspon- de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos de-
derá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os mais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e forma do art. 93, VIII;
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts.
nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, ção, salvo uma de magistério;
XI, e 39, § 4º; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus de- em processo;
pendentes observarão o disposto no art. 40; III - dedicar-se à atividade político-partidária.
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autoriza- IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
ção do tribunal; ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, as exceções previstas em lei;
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen-
assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucio- tadoria ou exoneração.
nal nº 103, de 2019) Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais:

163
DIREITO CONSTITUCIONAL
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos in- I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal
ternos, com observância das normas de processo e das garantias Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funciona- tribunais;
mento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios,
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juí- aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos res-
zos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade pectivos tribunais.
correicional respectiva; § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as res-
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de pectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na
juiz de carreira da respectiva jurisdição; lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para
d) propor a criação de novas varas judiciárias; fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títu- aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
los, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos ne- limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.
cessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo
definidos em lei; forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem- forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários
bros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vincu- para fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
lados; § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que ex-
Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observa- trapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,
do o disposto no art. 169: exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; suplementares ou especiais.
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Fe-
serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como deral, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judi-
a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos ciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresen-
tribunais inferiores, onde houver; tação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; nos créditos adicionais abertos para este fim.
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Dis- § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aque-
trito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Pú- les decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas
blico, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a com- complementações, benefícios previdenciários e indenizações por
petência da Justiça Eleitoral. morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em vir-
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus mem- tude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com
bros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tri- preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles re-
bunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do feridos no § 2º deste artigo.
Poder Público. § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, origi-
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Esta- nários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de
dos criarão: idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com defi-
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados ciência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferên-
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu- cia sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo
ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido
menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e suma- o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será
ríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Reda-
julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; ção dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expe-
pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos dição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas
de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por
cional, além de outras previstas na legislação. leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, se-
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no gundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual
âmbito da Justiça Federal. ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos,
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia adminis- oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de preca-
trativa e financeira. tórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o paga-
§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias mento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Pode- atualizados monetariamente.
res na lei de diretrizes orçamentárias. § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão con-
§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribu- signados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente
nais interessados, compete: do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o paga-
mento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusiva-

164
DIREITO CONSTITUCIONAL
mente para os casos de preterimento de seu direito de precedência § 14. A cessão de precatórios, observado o disposto no § 9º des-
ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação te artigo, somente produzirá efeitos após comunicação, por meio
do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. de petição protocolizada, ao Tribunal de origem e ao ente federa-
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comis- tivo devedor. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113,
sivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de de 2021)
precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a
também, perante o Conselho Nacional de Justiça. esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e
suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, reparti- Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e
ção ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de forma e prazo de liquidação.
parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá
§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do precatório e assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Fede-
mediante comunicação da Fazenda Pública ao Tribunal, o valor cor- ral e Municípios, refinanciando-os diretamente.
respondente aos eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
o credor do requisitório e seus substituídos deverá ser depositado à aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas
conta do juízo responsável pela ação de cobrança, que decidirá pelo respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de preca-
seu destino definitivo. (Redação dada pela Emenda Constitucional tórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda Consti-
nº 113, de 2021) tucional nº 94, de 2016)
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins
à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimo-
sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os niais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de
débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as
fins nele previstos. oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei do período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior
ente federativo devedor, com auto aplicabilidade para a União, a ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as du-
oferta de créditos líquidos e certos que originalmente lhe são pró- plicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94,
prios ou adquiridos de terceiros reconhecidos pelo ente federativo de 2016)
ou por decisão judicial transitada em julgado para: (Redação dada I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Fe-
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) deral e aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído
I - quitação de débitos parcelados ou débitos inscritos em dívida pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
ativa do ente federativo devedor, inclusive em transação resolutiva II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por de-
de litígio, e, subsidiariamente, débitos com a administração autár- terminação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
quica e fundacional do mesmo ente; (Incluído pela Emenda Consti- 94, de 2016)
tucional nº 113, de 2021) III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios,
II - compra de imóveis públicos de propriedade do mesmo ente a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previ-
disponibilizados para venda; (Incluído pela Emenda Constitucional dência e assistência social e as receitas provenientes da compensa-
nº 113, de 2021) ção financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
III - pagamento de outorga de delegações de serviços públicos (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)
e demais espécies de concessão negocial promovidas pelo mesmo § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condena-
ente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) ções judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em pe-
IV - aquisição, inclusive minoritária, de participação societária, ríodo de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento
disponibilizada para venda, do respectivo ente federativo; ou (In- percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediata-
cluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) mente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser
V - compra de direitos, disponibilizados para cessão, do respec- financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam
tivo ente federativo, inclusive, no caso da União, da antecipação de os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer
valores a serem recebidos a título do excedente em óleo em contra- outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse
tos de partilha de petróleo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso
113, de 2021) IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Cons-
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a titucional nº 94, de 2016)
atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por
efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do §
pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupan- 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório
ça, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parce-
mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de pou- las iguais nos cinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de
pança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus crédi- Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxi-
tos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância ma de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, des-
do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e de que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial
3º. e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação
editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 94, de 2016)

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DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos, nos mon- III - dedicar-se à atividade político-partidária;
tantes que lhes são próprios, desde que aceito por ambas as partes, IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribui-
autorizados a utilizar valores objeto de sentenças transitadas em ções de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas
julgado devidos a pessoa jurídica de direito público para amortizar as exceções previstas em lei;
dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluído pela Emenda Constitucio- V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,
nal nº 113, de 2021) antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposen-
I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos sejam deti- tadoria ou exoneração (chamada de quarentena).
dos pelo ente federativo que figure como devedor na sentença de
que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional Quinto Constitucional da OAB e do MP
nº 113, de 2021) Previsto no Artigo 94 da CF, um quinto das vagas nos TRFs, dos
II - nos contratos em que houve prestação de garantia a ou- TJs dos estados e do TJ do Distrito Federal e Territórios será com-
tro ente federativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, posto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
de 2021) carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
III - nos parcelamentos de tributos ou de contribuições sociais; ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indi-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) cados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respec-
IV - nas obrigações decorrentes do descumprimento de pres- tivas classes.
tação de contas ou de desvio de recursos. (Incluído pela Emenda Recebidas as indicações apresentadas pelos órgãos representa-
Constitucional nº 113, de 2021) tivos das respectivas classes (Ministério Público ou OAB), o tribunal
§ 22. A amortização de que trata o § 21 deste artigo: (Incluído (TRF, TJ ou TJDFT) formará uma lista tríplice, enviando-a ao Poder
pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus
I - nas obrigações vencidas, será imputada primeiramente às integrantes para nomeação.
parcelas mais antigas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113,
de 2021) Referências Bibliográficas:
II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniformemente o valor DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Con-
de cada parcela devida, mantida a duração original do respectivo cursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
contrato ou parcelamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
113, de 2021) O Poder Judiciário é aquele responsável por interpretar e julgar
as causas. Seu funcionamento se dá por meio de instâncias5.
Garantias do Poder Judiciário e de seus Membros A organização do Poder Judiciário está baseada na divisão da
competência entre os vários órgãos que o integram nos ramos es-
• Garantias Funcionais tadual e federal.
→ ingresso por concurso público;
→ a promoção se dará de entrância para entrância, alternada- Justiça Estadual
mente, por antiguidade e merecimento; Cabe a ela, o julgamento das ações não compreendidas na
→ o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigui- competência da Justiça Federal, comum ou especializada. É, deste
dade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única modo, competência residual.
entrância;
→ o Estatuto da Magistratura deve prever cursos oficiais de Justiça Federal
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados; É formada pelos tribunais regionais federais e juízes federais.
→ remuneração por subsídio; Sua competência é de julgar ações em que a União, as autarquias
→ residência na comarca; ou as empresas públicas federais forem interessadas.
→ o ato de remoção; Existe a Justiça federal comum e a especializada, que é compos-
→ disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interes- ta pelas Justiças do Trabalho, Eleitoral e Militar.
se público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do
respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
ampla defesa;
→ princípio da fundamentação obrigatória;
→ órgão especial;
→ continuidade da atividade jurisdicional;
→ proporcionalidade juízes/demanda;
→ funcionamento adequado;
→ vitaliciedade;
→ inamovibilidade;
→ irredutibilidade de subsídio.

Vedações
São Vedações dos Magistrados, de acordo com o Artigo 95, pa-
rágrafo único e incisos, da CF:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun-
ção, salvo uma de magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participa-
5 https://direito.legal/direito-publico/resumo-de-organizacao-do-poder-judi-
ção em processo; ciario/

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DIREITO CONSTITUCIONAL
A imagem abaixo ilustra e facilita a compreensão da Organização do Poder Judiciário:

http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Cartilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf

Passemos à análise de cada órgão que a compõe:

Superior Tribunal de Justiça


O STJ é a corte responsável por disciplinar a interpretação da lei federal em todo o Brasil, seguindo os princípios constitucionais.
Portanto, é a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência da Justiça comum.

Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais


Os TREs possuem como competência, processar e julgar os juízes federais da sua área e os membros do Ministério Público da União.

Tribunais Regionais do Trabalho e Juízes do Trabalho


O TST tem como principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista no país. Possui o poder de julgar recursos contra decisões de
Tribunais Regionais do Trabalho -TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional.
Os TRTs fazem parte da Justiça do Trabalho no Brasil, em conjunto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do Trabalho.
Usualmente, correspondem à segunda instância na tramitação, mas detém competências originárias de julgamento.

Tribunais Regionais Eleitorais e Juízes Eleitorais


O Tribunal Superior Eleitoral possui a finalidade de acompanhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais Eleito-
rais. É responsável por expedir instruções para a execução da lei que rege o processo eleitoral. Desse modo, garante a organização das
eleições e o exercício dos direitos políticos da população.

Os TREs possuem a responsabilidade pela organização, fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição.

Justiça Militar
O Superior Tribunal Militar possui funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar crimes próprios que
envolvam militares como da Marinha, Exército e Aeronáutica.

Tribunais e Juízes dos Estados


Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são dispostos de acordo com os princípios e normas das constituições esta-
duais e da Lei Orgânica do Distrito Federal.
Julgam, em grau de recurso ou em razão de sua competência originária, as matérias comuns que não se encaixam na competência das
justiças federais ou especializadas. Além disso, em segunda instância, as matérias da Justiça Estadual Militar.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Supremo Tribunal Federal i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou
O STF é órgão máximo do Poder Judiciário. Entre suas principais quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos
atribuições está a de julgar: atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
→ ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato norma- Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma
tivo federal ou estadual; única instância;
→ ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato nor- j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
mativo federal; l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
→ a arguição de descumprimento de preceito fundamental de- rantia da autoridade de suas decisões;
corrente da própria Constituição e a extradição solicitada por Esta- m) a execução de sentença nas causas de sua competência ori-
do estrangeiro; ginária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos
→ infrações penais comuns, o presidente da República e seu processuais;
vice, os membros do Congresso Nacional, seus próprios ministros e n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam di-
o procurador-geral da República. reta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da meta-
de dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam
Conselho Nacional de Justiça direta ou indiretamente interessados;
É o órgão que fiscaliza a forma como os tribunais do país são o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Jus-
administrados e garante que os juízes cumpram com seus deveres. tiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes
Qualquer pessoa pode informar ao CNJ a respeito de um comporta- e qualquer outro tribunal;
mento antiético ou incorreto praticado por magistrado6. p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconsti-
A matéria correspondente a Organização do Poder Judiciário tucionalidade;
está disposta na CF, dos Artigos 101 a 126, conforme segue abaixo: q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma re-
gulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Con-
SEÇÃO II gresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tri-
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Minis- bunal Federal;
tros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e repu- Conselho Nacional do Ministério Público;
tação ilibada. II - julgar, em recurso ordinário:
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal se- a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e
rão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Superiores, se denegatória a decisão;
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamen- b) o crime político;
te, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
I - processar e julgar, originariamente: em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normati- a) contrariar dispositivo desta Constituição;
vo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
de lei ou ato normativo federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o desta Constituição.
Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
Ministros e o Procurador-Geral da República; § 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental,
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilida- decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribu-
de, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exérci- nal Federal, na forma da lei.
to e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supre-
dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os mo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e
chefes de missão diplomática de caráter permanente; nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas refe- contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos
ridas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câma- esferas federal, estadual e municipal.
ra dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar
União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tri- a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso,
bunal Federal; nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois ter-
e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; ços de seus membros.
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade
e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas e a ação declaratória de constitucionalidade:
entidades da administração indireta; I - o Presidente da República;
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; II - a Mesa do Senado Federal;
h) (Revogado); III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa
do Distrito Federal;
6 http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/jurisprudenciaGlossarioMirim/anexo/Car-
tilha_Glossrio_STF16042018_FINAL__ELETRNICO.pdf V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
VI - o Procurador-Geral da República; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo ór-
VIII - partido político com representação no Congresso Nacio- gão competente de cada instituição estadual;
nal; XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito na- dos Advogados do Brasil;
cional. XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação iliba-
§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente da, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado
ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos Federal.
de competência do Supremo Tribunal Federal. § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tri-
§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida bunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Pre-
para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Po- sidente do Supremo Tribunal Federal.
der competente para a adoção das providências necessárias e, em § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconsti- absoluta do Senado Federal.
tucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas nes-
previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou te artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.
texto impugnado. § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administra-
§ 4º (Revogado) tiva e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que
provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar sú- I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento
mula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamenta-
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à ad- res, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
ministração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos prati-
forma estabelecida em lei. cados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo des-
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a constituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as provi-
eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvér- dências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
sia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração competência do Tribunal de Contas da União;
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multipli- III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
cação de processos sobre questão idêntica. órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a apro- serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro
vação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionali- prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, po-
dade. dendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remo-
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a ção ou a disponibilidade e aplicar outras sanções administrativas,
súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclama- assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitu-
ção ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anu- cional nº 103, de 2019)
lará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da administração pública ou de abuso de autoridade;
súmula, conforme o caso. V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos discipli-
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 nares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre proces-
recondução, sendo: sos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferen-
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; tes órgãos do Poder Judiciário;
II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo res- VII elaborar relatório anual, propondo as providências que jul-
pectivo tribunal; gar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as
III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presi-
respectivo tribunal; dente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Su- Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
premo Tribunal Federal; § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a fun-
V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; ção de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de pro-
VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior cessos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe
Tribunal de Justiça; forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:
VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado,
VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tri- relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;
bunal Superior do Trabalho; II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de cor-
IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Tra- reição geral;
balho; III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribui-
X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo ções, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Es-
Procurador-Geral da República; tados, Distrito Federal e Territórios.

169
DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da Repú- a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pe-
blica e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
do Brasil. Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, cria- b) os mandados de segurança decididos em única instância pe-
rá ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e los Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;
Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou orga-
diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. nismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa
residente ou domiciliada no País;
SEÇÃO III III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tri-
bunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a deci-
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no míni- são recorrida:
mo, trinta e três Ministros. a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei
serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros federal;
com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a es- atribuído outro tribunal.
colha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Jus-
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um tiça:
terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magis-
em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; trados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Terri- II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma
tórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Fede-
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: ral de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e
I - processar e julgar, originariamente: com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Dis-
trito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembarga- SEÇÃO IV
dores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDE-
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, RAIS
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleito-
rais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Con- Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
tas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem I - os Tribunais Regionais Federais;
perante tribunais; II - os Juízes Federais.
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva re-
Aeronáutica ou do próprio Tribunal; gião e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
das pessoas mencionadas na alínea “a”, ou quando o coator for tri- I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efe-
bunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante tiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competên- com mais de dez anos de carreira;
cia da Justiça Eleitoral; II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressal- de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alterna-
vado o disposto no art. 102, I, “o”, bem como entre tribunal e juízes damente.
a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; § 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.
f) a reclamação para a preservação de sua competência e ga- § 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itine-
rantia da autoridade de suas decisões; rante, com a realização de audiências e demais funções da ativi-
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas dade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Es- servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
tado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as § 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descen-
deste e da União; tralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegu-
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma rar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade processo.
federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Jus- I - processar e julgar, originariamente:
tiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da
Federal; Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de res-
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de ponsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressal-
exequatur às cartas rogatórias; vada a competência da Justiça Eleitoral;
II - julgar, em recurso ordinário:

170
DIREITO CONSTITUCIONAL
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
ou dos juízes federais da região; perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inqué-
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do rito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a
próprio Tribunal ou de juiz federal; Justiça Federal.
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz fe- Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá
deral; uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados localizadas segundo o estabelecido em lei.
ao Tribunal; Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atri-
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes buições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal local, na forma da lei.
da área de sua jurisdição.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: SEÇÃO V
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empre- (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 92, DE
sa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, 2016)
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS TRIBUNAIS
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; REGIONAIS DO TRABALHO E DOS JUÍZES DO TRABALHO
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacio-
nal e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com I - o Tribunal Superior do Trabalho;
Estado estrangeiro ou organismo internacional; II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em de- III - Juizes do Trabalho.
trimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entida- §§ 1º a 3º (Revogados)
des autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vin-
e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; te e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber ju-
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse rídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
5º deste artigo; I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econô- com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no
mico-financeira; art. 94;
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,
ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribu-
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; nal Superior.
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do
de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tri- Trabalho.
bunais federais; § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, res- I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Ma-
salvada a competência da Justiça Militar; gistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regula-
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estran- mentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
geiro, a execução de carta rogatória, após o “exequatur”, e de sen- II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe
tença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à na- exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentá-
cionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; ria, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
XI - a disputa sobre direitos indígenas. segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na efeito vinculante.
seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e jul-
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas gar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua com-
na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde petência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela
houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Jus- comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes
tiça Federal em que forem parte instituição de previdência social de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Tra-
e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça estadual balho.
quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara fe- Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdi-
deral. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) ção, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será Justiça do Trabalho.
sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
juiz de primeiro grau. I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os en-
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o tes de direito público externo e da administração pública direta e
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais II as ações que envolvam exercício do direito de greve;

171
DIREITO CONSTITUCIONAL
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Jus-
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , tiça;
quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição tra- seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indica-
balhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; dos pelo Supremo Tribunal Federal.
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, de- Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Pre-
correntes da relação de trabalho; sidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de tra- Tribunal de Justiça.
balho; Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no cada Estado e no Distrito Federal.
art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das senten- § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
ças que proferir; I - mediante eleição, pelo voto secreto:
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Jus-
forma da lei. tiça;
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribu-
árbitros. nal de Justiça;
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital
ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Tra- escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respec-
balho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais tivo;
de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anterior- III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes
mente. dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilida- indicados pelo Tribunal de Justiça.
de de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
decidir o conflito. Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e com-
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, petência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.
no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva § 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os inte-
região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros grantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva § 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado,
atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
art. 94; pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por an- § 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral,
tiguidade e merecimento, alternadamente. salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça iti- habeas corpus ou mandado de segurança.
nerante, com a realização de audiências e demais funções de ativi- § 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente
dade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, caberá recurso quando:
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constitui-
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar des- ção ou de lei;
centralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de asse- II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases mais tribunais eleitorais;
do processo. III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por nas eleições federais ou estaduais;
um juiz singular. IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
Parágrafo único. (Revogado) eletivos federais ou estaduais;
Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados) V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas
data ou mandado de injunção.
SEÇÃO VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral; Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
II - os Tribunais Regionais Eleitorais; I - o Superior Tribunal Militar;
III - os Juízes Eleitorais; II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
IV - as Juntas Eleitorais. Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Mi-
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, nistros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de
de sete membros, escolhidos: aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre ofi-
I - mediante eleição, pelo voto secreto:

172
DIREITO CONSTITUCIONAL
ciais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exér-
cito, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e QUESTÕES
do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presi- 1. [...] não se pode deduzir que todos os direitos fundamentais
dente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, possam ser aplicados e protegidos da mesma forma, embora todos
sendo: eles estejam sob a guarda de um regime jurídico reforçado, conferi-
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta do pelo legislador constituinte. (HACHEM, Daniel Wunder. Manda-
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; do de Injunção e Direitos Fundamentais, 2012.)
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e mem- Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
bros do Ministério Público da Justiça Militar. (A)É compatível com a posição do autor inferir-se que, não obs-
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes tante o reconhecimento do princípio da aplicabilidade imediata
militares definidos em lei. das normas definidoras de direitos e garantias fundamentais,
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funciona- há peculiaridades nas consequências jurídicas extraíveis de
mento e a competência da Justiça Militar. cada direito fundamental, haja vista existirem distintos níveis
de proteção.
SEÇÃO VIII (B)É compatível com a posição do autor a recusa ao reconhe-
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS cimento do princípio da aplicabilidade imediata das normas
definidoras de direitos e garantias fundamentais no sistema
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os constitucional brasileiro.
princípios estabelecidos nesta Constituição. (C) O autor se refere particularmente à distinção existente
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição entre direitos fundamentais políticos e direitos fundamentais
do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tri- sociais, haja vista a mais ampla proteção constitucional aos pri-
bunal de Justiça. meiros, que não estão limitados ao mínimo existencial.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de incons- (D) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
titucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais reitos fundamentais que consistem em cláusulas pétreas e os
em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitima- direitos fundamentais que não estão protegidos por essa cláu-
ção para agir a um único órgão. sula, sendo que a maior proteção dada aos primeiros os torna
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal imunes à incidência da reserva do possível.
de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, (E) O autor se refere particularmente à distinção entre os di-
pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo reitos fundamentais que estão expressos na Constituição de
grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Mi- 1988 e aqueles que estão implícitos, decorrendo dos princípios
litar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil por ela adotados, haja vista o expresso regime diferenciado de
integrantes. proteção estabelecido em nível constitucional para esses dois
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os grupos de direitos.
militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a com- 2. De acordo com a Constituição Federal de 1988, é certo di-
petência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal com- zer que quando a propriedade rural atende, simultaneamente, se-
petente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da gundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos se-
graduação das praças. guintes requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis ambiente; observância das disposições que regulam as relações de
e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao trabalho; e exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e e dos trabalhadores, está cumprida a:
julgar os demais crimes militares. (A) Função econômica.
§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizada- (B) Reforma agrária.
mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno (C) Desapropriação.
acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (D) Função social.
§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a
realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicio- 3. Assinale a única alternativa que não contemple um direito
nal, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de social previsto na Constituição Federal.
equipamentos públicos e comunitários. (A)direito ao lazer
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça (B) . direito à previdência social
proporá a criação de varas especializadas, com competência exclu- (C) direito à alimentação
siva para questões agrárias. (D)direito à ampla defesa
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação (E) direito à educação
jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio

173
DIREITO CONSTITUCIONAL
4. Segundo as disposições do Art. 12 da Constituição Federal, é 7. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,
privativo de brasileiro nato o cargo de: auxiliado pelos Ministros de Estado. No que se refere às disposi-
(A)Ministro do Supremo Tribunal Federal. ções constitucionais sobre o Poder Executivo, analise as afirmativas
(B)Ministro de Estado da Justiça e da Segurança Pública. abaixo:
(C) Ministro do Superior Tribunal de Justiça. I. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições
(D) Deputado Federal. que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presi-
(E) Senador da República. dente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
II. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presiden-
5. Com base nas disposições constitucionais sobre os direitos e te, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente cha-
garantias fundamentais, analise as afirmativas a seguir: mados ao exercício da Presidência o Presidente do Supremo Tribu-
I. Os cargos de Vice-Presidente da República e Senador são pri- nal Federal, da Câmara dos Deputados e o do Senado Federal.
vativos de brasileiro nato. III. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
II. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
III. Os partidos políticos não estão subordinados a nenhum tipo depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
de governo, mas podem receber recursos financeiros de entidades
nacionais ou estrangeiras. Assinale a alternativa correta.
(A)As afirmativas I, II e III estão corretas
Assinale (B)Apenas as afirmativas I e II estão corretas
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. (C) Apenas as afirmativas II e III estão corretas
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. (D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas
(C) se somente a afirmativa III estiver correta
(D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 8. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabili-
(E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. dade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
6. Doutrinariamente, o conceito e a classificação das constitui- órgãos, EXCETO:
ções podem variar de acordo com o sentido e o critério adotados (A) Polícia Federal.
para sua definição. A respeito dessa temática, leia as afirmativas (B) Polícia Rodoviária Federal.
abaixo: (C) Defesa Civil.
I. Para o sociólogo Ferdinand Lassalle, “Constituição” seria a (D) Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.
somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, en-
quanto reflexo do embate das forças econômicas, sociais, políticas e 9. De acordo com as disposições constitucionais acerca da Or-
religiosas de um Estado. Nesse sentido, por ser uma norma jurídica, dem Social, assinale a afirmativa incorreta.
ainda que não efetiva, uma Constituição legítima é aquela escrita (A)A pesquisa científica básica e tecnológica receberá trata-
em uma “folha de papel”. mento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o
II. O alemão Carl Schmitt define “Constituição” como sendo progresso da ciência, tecnologia e inovação.
uma decisão política fundamental, cuja finalidade precípua é orga- (B)A educação básica pública terá como fonte adicional de fi-
nizar e estruturar os elementos essenciais do Estado. Trata-se do nanciamento a contribuição social do salário-educação, reco-
sentido político delineado na teoria decisionista ou voluntarista, em lhida pelas empresas na forma da lei.
que a Constituição é um produto da vontade do titular do Poder (C) A União, os Estados e o Distrito Federal estão obrigados a
Constituinte. vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públi-
III. Embasada em uma concepção jurídica, “Constituição” é cas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.
uma norma pura, a despeito de fundamentações oriundas de ou- (D) Incumbe ao Poder Público promover a educação ambiental
tras disciplinas. Através do sentido jurídico-positivo, Hans Kelsen em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
define a Constituição como norma positiva suprema, dentro de um preservação do meio ambiente.
sistema escalonado e hierarquizado de normas, em que aquela ser- (E) Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensi-
ve de fundamento de validade para todas as demais. no fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
IV. “Constituição-dirigente ou registro” é aquela que traça di- responsáveis, pela frequência à escola.
retrizes objetivando nortear a ação estatal, mediante a previsão de
normas programáticas. Marcante em nações socialistas, visa reger o 10. A Constituição Brasileira instituiu um modelo de proteção
ordenamento jurídico de um Estado durante certo período de tem- social aos brasileiros que inclui a assistência social como um direi-
po nela estabelecido, cujo decurso implicará a elaboração de uma to de seguridade social reclamável juridicamente e traduzível em
nova Constituição ou adaptação de seu texto. proteção social não contributiva devida ao cidadão (BRASIL, 2013).
V. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é Sobre a assistência social como direito à seguridade social é COR-
classificada, pela doutrina majoritária, como sendo de ordem de- RETO afirmar que:
mocrática, nominativa, analítica, material e super-rígida. (A) A confguração da assistência social como política pública
lhe atribui um campo específico de ação, no caso, a proteção
Assinale a alternativa correta. social não contributiva como direito de cidadania, aos que dela
(A)Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas necessitar, os pobres.
(B) . Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas (B)A política de assistência social, como política de seguridade
(C)Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas social, é responsável pela provisão de direitos sociais.
(D) Apenas as afirmativas II e III estão corretas

174
DIREITO CONSTITUCIONAL
(C) Na condição de prática, a política de assistência social pode (C) Cada estado, território e o Distrito Federal elegerão três se-
ter múltiplas expressões, ser realizada em direções e abrangências nadores, com mandato de oito anos.
diferentes, desenvolver experiências, fazer uma ou outra atenção. (D) O número total de deputados, bem como a representação
(D)A atenção prestada não se refere ao escopo de um indivíduo por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei
ou uma família, mas deve ter presente que sua responsabilida- complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
de exige que se organize para que a ela tenham acesso todos -se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para
aqueles que estão na mesma situação. que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito
(E) Atenções prestadas de modo focalizadas a grupos de pobres ou mais de setenta deputados.
e miseráveis, de forma subalternizadora, constituindo um pro-
cesso de assistencialização das políticas sociais. 14. Referente ao Poder Judiciário, assinale a alternativa correta.
(A)O ato de remoção ou de disponibilidade do magistrado, por
11. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op- interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria
ção CORRETA. do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, as-
(A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da segurada ampla defesa.
norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em (B)Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgado-
regra, são ex nunc. res, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re- onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
gulamentar deve ser realizado pela via difusa. das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da
(C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de competência do tribunal pleno, provendo-se metade das va-
Inconstitucionalidade. gas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
(D) Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali- pleno.
dade é admissível a desistência. (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal
(E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto do qual se afastou, antes de decorridos 02 (dois) anos do afas-
formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada tamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
à Constituição. (D) As custas e emolumentos serão destinados, preferencial-
mente, ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas
12. Sobre a aplicabilidade das normas constitucionais, examine da Justiça.
as assertivas seguintes: (E)O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)
I – Para Hans Kelsen, eficácia é a possibilidade de a norma jurí- membros com mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
dica, a um só tempo, ser aplicada e não obedecida, obedecida e não
aplicada. Para se considerar um preceito como eficaz deve existir a 15. A respeito do controle de constitucionalidade preventivo
possibilidade de uma conduta em desarmonia com a norma. Uma no direito brasileiro, é correto afirmar que
norma que preceituasse um certo evento que de antemão se sabe (A)é exercido pelo Legislativo ao sustar os atos normativos do
que necessariamente se tem de verificar, sempre e em toda parte, Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos
por força de uma lei natural, será tão absurda como uma norma que limites de delegação legislativa.
preceituasse um certo fato que de antemão se sabe que de forma (B)é praticado, por exemplo, quando o Senado suspende a exe-
alguma se poderá verificar, igualmente por força de uma lei natural. cução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional
II – O fenômeno relativo à desconstitucionalização, ou seja, a por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
retirada de temas do sistema constitucional e a sua inserção em (C) não cabe ao Poder Judiciário exercer esse tipo de controle,
sede de legislação ordinária, pode ser observado no Brasil. Poder este que tem competência apenas para exercer o con-
III – A norma constitucional com eficácia relativa restringível trole repressivo.
tem aplicabilidade direta e imediata, podendo, todavia, ter a am- (D) as comissões parlamentares têm competência para exer-
plitude reduzida em razão de sobrevir texto legislativo ordinário ou cer esse tipo de controle ao examinar os projetos de lei a elas
mesmo sentença judicial que encurte o espectro normativo, como submetidos.
é, por exemplo, o direito individual à inviolabilidade do domicílio, (E) o veto presidencial, que é uma forma de controle preven-
desde que é possível, por determinação judicial, que se lhe promo- tivo de constitucionalidade, é sujeito à apreciação e anulação
va restrição. pelo Poder Judiciário.

Assinale a alternativa CORRETA: 16. Acerca do Controle de Constitucionalidade, marque a op-


(A)Apenas as assertivas I e II estão corretas. ção CORRETA.
(B)Apenas as assertivas I e III estão corretas. (A)Os efeitos da decisão que afirma a inconstitucionalidade da
(C) Apenas as assertivas II e III estão corretas. norma em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade, em
(D) Todas as assertivas estão corretas. regra, são ex nunc.
(B)O controle de Constitucionalidade de qualquer decreto re-
13. Sobre o Poder Legislativo da União, assinale a alternativa gulamentar deve ser realizado pela via difusa.
INCORRETA. (C) É impossível matéria de fato em sede de Ação Direta de
(A)A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do Inconstitucionalidade.
povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada estado, em (D)Após a propositura da Ação Declaratória de Constitucionali-
cada território e no Distrito Federal. dade é admissível a desistência.
(B) O Senado Federal compõe-se de representantes dos esta- (E) A mutação constitucional tem relação não com o aspecto
dos e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majori- formal do texto constitucional, mas com a interpretação dada
tário. à Constituição.

175
DIREITO CONSTITUCIONAL
17. A luz da Constituição Federal de 1988, é CORRETO afirmar
que é um princípio da República Federativa do Brasil, em que irá
ANOTAÇÕES
reger-se em suas relações internacionais.
(A) Soberania. ______________________________________________________
(B)Garantir o desenvolvimento nacional.
(C) A dignidade da pessoa humana. ______________________________________________________
(D) Auto determinação dos povos.
______________________________________________________
18. Leia as afirmativas a seguir: ______________________________________________________
I. De acordo com o artigo 20 da Constituição da República Fe-
derativa do Brasil de 1988, são bens da União as terras devolutas ______________________________________________________
dispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias internacionais de comunicação e à degradação ______________________________________________________
ambiental, definidas em lei.
II. A Constituição Federal estabelece, em seu artigo 7º, a idade ______________________________________________________
inicial e as condições em que é permitido trabalhar no Brasil. O dis- ______________________________________________________
positivo constitucional estabelece a proibição de trabalho noturno,
perigoso ou insalubre aos menores de dezesseis anos e de qual- ______________________________________________________
quer trabalho aos menores de quatorze anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de doze anos. ______________________________________________________

Marque a alternativa CORRETA: ______________________________________________________


(A) . As duas afirmativas são verdadeiras. ______________________________________________________
(B)A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(C) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa. ______________________________________________________
(D)As duas afirmativas são falsas.
______________________________________________________
GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 A
______________________________________________________
2 D
3 D ______________________________________________________
4 A ______________________________________________________
5 B
______________________________________________________
6 D
7 D ______________________________________________________
8 C ______________________________________________________
9 C
______________________________________________________
10 D
_____________________________________________________
11 E
12 B _____________________________________________________
13 C ______________________________________________________
14 B
______________________________________________________
15 D
16 E ______________________________________________________

17 D ______________________________________________________
18 D
______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

176
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

CAPÍTULO II
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO. LEI 1429/68 – ESTATU- DOS DIREITOS DO HABITANTE DO MUNICÍPIO
TO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS MUNICIPAIS
Art. 5º É assegurado a todo habitante do Município, nos termos
Lei Orgânica do Município de Guarulhos das Constituições Federal e Estadual e desta Lei Orgânica, o direito à
educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à segurança, à previdência
Emendas social, à proteção à maternidade e à infância, à assistência aos de-
Ato das Disposições Transitórias Regimento Interno da Câmara samparados, ao transporte, à habitação e ao ambiente equilibrado.
Municipal Índice Texto compilado Art. 6º Todo poder é naturalmente privativo do povo, que o
exerce diretamente ou indiretamente, por seus representantes elei-
PREÂMBULO tos.
O Povo de Guarulhos, inspirado nos ideais democráticos e nos Art. 7º O Município de Guarulhos reger-se-á por esta Lei Orgâ-
princípios das Constituições da República e do Estado de São Pau- nica, atendidos os princípios constitucionais.
lo, objetivando assegurar, no Município, o exercício dos direitos e Parágrafo único. A soberania popular se manifesta quando a
liberdades fundamentais da pessoa humana e a construção de uma todos são asseguradas condições dignas de existência, e será exer-
sociedade livre, justa e solidária, invocando a proteção de Deus, de- cida:
creta e promulga, por seus representantes, a : I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto com valor
igual para todos;
TÍTULO I II - pelo plebiscito;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - pelo referendo;
IV - pela iniciativa popular no processo legislativo;
Art. 1º São Poderes do Município, independentes e harmônicos V - pela participação popular nas decisões do Município e no
entre si, o Legislativo e o Executivo. aperfeiçoamento democrático de suas instituições;
Parágrafo único. O cidadão, investido na função de um dos Po- VI - pela ação fiscalizadora sobre a administração pública.
deres, não poderá exercer a de outro, salvo as exceções previstas Art. 8º O Município de Guarulhos, conforme os princípios
nesta Lei Orgânica e nas Constituições da República e do Estado. constitucionais, entidade integrante e autônoma da República Fe-
Art. 2º São símbolos do Município: a Bandeira, o Brasão e o derativa do Brasil, garantirá vida digna aos seus moradores, e será
Hino. administrado:
Parágrafo único. É obrigatório o hasteamento da Bandeira do I - com transparência de seus atos e ações;
Município em prédios do Estado e unidades da administração fede- II - com moralidade;
ral de qualquer tipo. III - com participação popular nas decisões;
Art. 3º A fundação do Município será comemorada no dia 08 IV - com descentralização administrativa.
de dezembro. Art. 9º É garantido o direito de organização estudantil no âm-
bito do Município.
TÍTULO II
DAS GARANTIAS INDIVIDUAIS E SOCIAIS TÍTULO III
DO PODER LEGISLATIVO
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I
DA CÂMARA MUNICIPAL
Art. 4º Os Poderes Públicos assegurarão, no âmbito municipal e
no limite das respectivas atribuições, o exercício dos direitos sociais, Art. 10. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal,
coletivos e individuais e o cumprimento dos objetivos fundamentais composta de Vereadores eleitos pelo sistema proporcional, dentre
da Federação Brasileira, previstos na Constituição da República. cidadãos maiores de dezoito anos no exercício dos direitos políti-
Parágrafo único. O crime de racismo previsto no art. 5º, inci- cos, por meio do voto direto e secreto.
so XLII da Constituição Federal, quando devidamente comprovado, § 1º O número de Vereadores será proporcional à população
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, será punido, no do Município, observado o disposto no art. 29, IV, da Constituição
âmbito municipal, com a cassação do alvará de funcionamento ex- da República, vedada a sua alteração em ano eleitoral.
pedido pela Prefeitura, quando o agente for proprietário ou respon- I - O número de Vereadores para as próximas Legislaturas, nos
sável legal pelo estabelecimento, ou agir por sua orientação. termos do Inciso IV do art. 29 da Constituição Federal, será de 33
(trinta e três) Vereadores.” (NR - Emenda nº 001)

177
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I - O número de Vereadores no Legislativo Guarulhense, nos VIII - criar comissões especiais de inquérito, sobre fato deter-
termos do Inciso IV do art. 29 da Constituição Federal, será de 21 minado que se inclua na competência municipal, sempre que o re-
(vinte e um) Vereadores. (NR - Emenda nº 002) querer, pelo menos, um terço de seus membros, com aprovação de
I - O número de Vereadores para as próximas Legislaturas, será maioria absoluta;
de 29 (vinte e nove) Vereadores. (NR - Emenda nº 005) IX - solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes
I - O número de Vereadores para as próximas Legislaturas, será à administração;
de 33 (trinta e três) Vereadores. (NR - Emenda nº 008) X - convocar os Secretários Municipais para prestarem informa-
I - O número de Vereadores para as próximas Legislaturas, será ções sobre a matéria de sua competência;
de 34 (trinta e quatro) Vereadores. (NR - Emenda nº 024) XI - autorizar referendo e convocar plebiscito;
I - O número de Vereadores para as próximas legislaturas será XII - deliberar, mediante resolução, sobre assuntos de sua eco-
de 37 (trinta e sete) Vereadores. (NR - Emenda nº 039) nomia interna, e, nos demais casos de sua competência privativa,
§ 2º Cada legislatura terá a duração de quatro anos. por meio de decreto legislativo;
Art. 11. Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, dispor sobre XIII - conceder título de cidadão honorário à pessoa que, re-
matérias de sua competência e especialmente: conhecidamente, tenha prestado serviços relevantes ao Município,
I - legislar sobre assuntos de interesse local, inclusive suple- mediante decreto legislativo;
mentando a legislação federal e estadual, no que couber; XIV - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos ca-
II - legislar sobre tributos municipais, bem como autorizar isen- sos previstos em lei;
ções e anistias fiscais e a remissão de dívidas; XV - tomar e julgar as contas do Prefeito e da Mesa, observados
III - votar a lei de diretrizes orçamentárias, o plano plurianual os seguintes preceitos:
e o orçamento anual, bem como autorizar a abertura de créditos a) parecer prévio, emitido pelo Tribunal de Contas do Estado,
suplementares e especiais; somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos mem-
IV - deliberar sobre a obtenção e concessão de empréstimos e bros da Câmara;
operações de crédito, bem como a forma e os meios de pagamento; b) rejeitadas as contas, estas serão imediatamente remetidas
V - autorizar a concessão de auxílios e subvenções; ao Ministério Público, para os devidos fins;
VI - autorizar a concessão de serviços públicos; XVI - zelar pela preservação de sua competência, sustando os
VII - autorizar a concessão de direito real de uso de bens mu- atos normativos do Executivo que exorbitem do poder regulamen-
nicipais; tar ou dos limites de delegação legislativa; e
VIII - autorizar a concessão administrativa de uso de bens mu- XVII - exercer, com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, a
nicipais; fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patri-
IX - autorizar a alienação de bens imóveis; monial do Município.
X - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tra- Art. 13. As associações devidamente cadastradas poderão ob-
tar de doação sem encargo; ter gratuitamente cópia dos projetos de lei, decretos e atos legisla-
XI - dispor sobre a criação, organização e supressão de distritos, tivos.
atendidos os requisitos previstos em lei complementar estadual e
assegurada a participação popular; CAPÍTULO II
XII - criar, alterar e extinguir cargos públicos e fixar os respecti- DOS VEREADORES
vos vencimentos;
XIII - aprovar o plano diretor e a legislação de natureza edilícia Art. 14. No início de cada legislatura, em primeiro de janeiro, às
e urbanística; dez horas, em sessão solene de instalação, independentemente do
XIV - autorizar convênios com entidades públicas ou particu- número, sob a presidência do mais votado dentre os presentes, os
lares e consórcios com outros Municípios; (Dispositivo Declarado Vereadores prestarão compromisso e tomarão posse.
Inconstitucional) § 1º Perderá o mandato o Vereador que não tomar posse den-
XV - delimitar o perímetro urbano; tro do prazo de quinze dias da data fixada para tanto, salvo motivo
XVI - autorizar a alteração da denominação de próprios, vias e justificado, aceito pela Câmara.
logradouros públicos; e (Regulamentado - Lei nº 4.110/1992) § 1º Perderá o mandato o Vereador que não tomar posse den-
XVII - dar denominação a próprios, vias e logradouros públicos. tro do prazo de 10 (dez) dias da data fixada para tanto, salvo motivo
(Regulamentado - Lei nº 4.110/1992) justificado aceito pela Câmara. (NR - Emenda nº 027)
Art. 12. À Câmara compete, privativamente, as seguintes atri- § 2º No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibili-
buições: zar-se, fazendo, na mesma ocasião e ao término do mandato, decla-
I - eleger sua Mesa, bem como destituí-la na forma regimental; ração de seus bens, que será transcrito em livro próprio, constando
II - elaborar o regimento interno; de ata o seu resumo.
III - organizar os seus serviços administrativos; Art. 15. O mandato do Vereador será remunerado, na forma
IV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito eleitos, conhecer fixada pela Câmara, em cada legislatura para a subsequente.
de sua renúncia e afastá-los definitivamente do exercício do cargo Art. 16. O Vereador somente poderá licenciar-se:
nas hipóteses legais; I - por moléstia devidamente comprovada ou em licença-ges-
V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Verea- tante;
dores para afastamento do cargo; II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural
VI - autorizar o Prefeito, por necessidade de serviço, a ausentar- ou de interesse do Município;
-se do Município por mais de quinze dias; III - para tratar de assuntos particulares, por prazo determina-
VII - fixar, no final de cada legislatura para a seguinte, os sub- do, nunca inferior a trinta dias, não podendo reassumir o exercício
sídios e a verba de representação do Prefeito, Vice-Prefeito e Vere- do mandato antes do término da licença.
adores;

178
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
III - para tratar de assuntos particulares, por prazo determi- § 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos
nado, nunca inferior a 15 (quinze) dias, não podendo reassumir o definidos na Lei Orgânica e no Regimento Interno, o abuso das prer-
exercício do mandato antes do término da licença; (NR - Emenda rogativas de Vereador e a percepção de vantagens indevidas.
nº 027) § 2º Nos casos dos incisos I e II, a perda do mandato será deci-
IV - Para assumir, na condição de suplente, mandato eletivo dida pela Câmara, por voto secreto e maioria de dois terços de seus
estadual ou federal, pelo tempo em que durar o afastamento ou membros, mediante provocação da Mesa ou de partido político re-
licença do titular. (NR - Emenda nº 046) presentado no Legislativo, assegurada ampla defesa.
§ 1º Para fins de remuneração, considerar-se-á, como em exer- § 3º Nas hipóteses dos incisos III, IV e V, a perda será declarada
cício o Vereador, licenciado nos termos dos incisos I e II. pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer Vere-
§ 2º O Vereador, investido no cargo de Secretário Municipal ou ador, ou de partido político representado na Câmara, assegurada
de dirigente de autarquias, empresas públicas, empresas de econo- ampla defesa.
mia mista ou fundações municipais, não perderá o mandato, con- Art. 20. Não perderá o mandato o Vereador:
siderando-se automaticamente licenciado, podendo optar pelos I - investido no cargo de Secretário Municipal ou de dirigente
vencimentos de maior remuneração. de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista
§ 2º O Vereador, investido na função de Secretário Municipal, ou fundações municipais;
Secretário Municipal Adjunto, Coordenador Municipal ou de diri- I - investido no cargo de Secretário Municipal, Secretário Mu-
gente de autarquias, empresas públicas, empresas de economia nicipal Adjunto, Coordenador Municipal ou de dirigente de autar-
mista ou fundações municipais, não perderá o mandato, conside- quias, empresas públicas, sociedades de economia mista ou funda-
rando-se automaticamente licenciado, podendo optar pelos venci- ções municipais; (NR - Emenda nº 036)
mentos de maior remuneração. (NR - Emenda nº 036) II - licenciado pela Câmara por motivo de doença ou licença-
§3º O Vereador, licenciado nos termos do inciso IV do caput -gestante, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
deste artigo, terá sua remuneração suspensa pelo tempo em que desde que, nesse caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte
estiver licenciado. (NR - Emenda nº 046) dias por sessão legislativa.
§4º Na hipótese do inciso IV, sobrevindo vacância definitiva do II - licenciado pela Câmara por motivo de doença ou licença-
cargo, poderá o vereador optar por um dos mandatos eletivos. (NR -gestante, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular.
- Emenda nº 046) (NR - Emenda nº 036)
Art. 17. Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, pala- III - Licenciado para assumir, na condição de suplente, mandato
vras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Muni- eletivo estadual ou federal, pelo tempo em que durar o afastamen-
cípio. to ou licença do titular, sem remuneração. (NR - Emenda nº 046)
Art. 18. Os Vereadores não poderão: § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga de investi-
I - desde a expedição do diploma: firmar ou manter contrato dura em cargos, funções ou mandatos previstos neste artigo, ou de
com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, licença.
sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga de investi-
público ou fundações municipais, salvo quando o contrato obede- dura em cargos, funções ou mandatos previstos neste artigo, ou de
cer a cláusulas uniformes; licença, sendo que, caso estiver ocupando um dos cargos mencio-
II - desde a posse: nados no § 2º do art. 16 será considerado licenciado, se efetuar o
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa devido comunicado à Presidência da Câmara. (NR - Emenda nº 036)
que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de § 2º Convocado, o suplente deverá tomar posse dentro do pra-
direito público municipal, ou nela exercer função remunerada; zo de quinze dias, salvo motivo justificado aceito pela Câmara.
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, § 3º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, a Mesa comuni-
nas entidades referidas no inciso I; cará o fato, dentro de quarenta e oito horas, ao Tribunal Regional
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das enti- Eleitoral, para as providências que couberem.
dades a que se refere o inciso I;
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo federal, CAPÍTULO III
estadual ou municipal. DA MESA DA CÂMARA
Art. 19. Perderá o mandato o Vereador:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo Art. 21. Imediatamente depois da posse, os Vereadores reu-
anterior; nir-se-ão sob a presidência do mais votado dentre os presentes e,
II - cujo procedimento for incompatível com o decoro parla- havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os
mentar; componentes da Mesa, que ficarão automaticamente empossados.
III - que deixar de comparecer em cada sessão legislativa, à ter- Parágrafo único. Não havendo número legal, o Vereador mais
ça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão votado dentre os presentes permanecerá na presidência e convoca-
por esta autorizada; rá sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.
IV - que perder ou tiver suspensos os seus direitos políticos; Art. 22. A eleição para a renovação da Mesa, realizar-se-á sem-
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na pre no dia vinte de dezembro, às dez horas, e a posse dos eleitos,
legislação pertinente. automática, a partir do primeiro dia da sessão legislativa seguinte.
VI - nas hipóteses previstas no Código de Ética e Decoro Parla- Art. 22. A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á sempre
mentar da Casa; (NR - Emenda nº 027) no último dia útil da sessão legislativa ordinária, às 10h00, e a posse
VII - que fixar residência fora do Município; e (NR - Emenda nº dos eleitos, automática, a partir do primeiro dia da sessão legislati-
027) va seguinte. (NR - Emenda nº 027)
VIII - que se utilizar do mandato para prática de atos de corrup- Parágrafo único. O regimento interno disporá sobre a forma de
ção ou improbidade administrativa. (NR - Emenda nº 027) eleição da Mesa.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 23. O mandato da Mesa será de dois anos, vedada a reelei- CAPÍTULO IV
ção de qualquer de seus membros para o mesmo cargo. DAS COMISSÕES
Parágrafo único. Qualquer membro da Mesa poderá ser des-
tituído, na forma do regimento interno, por dois terços dos inte- Art. 26. A Câmara terá comissões permanentes e temporárias,
grantes da Câmara, assegurado o direito de defesa prévia, quando constituídas na forma e com as atribuições previstas no regimento
comprovadamente faltoso, omisso ou ineficiente no cumprimento interno ou no ato de que resultar a sua criação.
de suas funções. § 1º Na constituição de cada comissão é assegurada, tanto
Art. 24. À Mesa, dentre outras atribuições, compete: quanto possível, a participação proporcional dos partidos represen-
I - propor projetos de lei que criem ou extinguem cargos dos tados na Câmara.
serviços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos; § 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência,
II - elaborar e expedir, mediante ato, a discriminação analítica cabe:
das dotações orçamentárias da Câmara, bem como alterá-las quan- I - dar parecer em projetos de lei, de resolução, de decreto le-
do necessário; gislativo ou em outros expedientes, quando provocadas;
III - apresentar projetos de lei dispondo sobre a abertura de II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade ci-
créditos suplementares ou especiais, indicando os recursos; vil;
IV - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da III - convocar Secretários Municipais para prestarem informa-
Câmara, observado o limite da autorização constante da lei orça- ções sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
mentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam prove- IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas
nientes de anulação total ou parcial de suas dotações orçamentá- de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou
rias; entidades públicas;
V - devolver à tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa existen- V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
te na Câmara no final do exercício; (REVOGADO - Emenda nº 032) VI - apreciar programas de obras e de planos municipais e so-
VI - enviar ao Prefeito, até o dia primeiro de março, as contas bre eles emitir parecer.
do exercício anterior; Art. 27. As comissões especiais de inquérito, que terão poderes
VII - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, li- de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
cenças, por em disponibilidade, exonerar, demitir, aposentar e punir previstos no regimento interno, serão criadas pela Câmara, median-
funcionários ou servidores da Câmara Municipal, nos termos da lei; te requerimento de pelo menos um terço de seus membros, que
VIII - representar sobre inconstitucionalidade de lei ou ato mu- deverá ser aprovado por maioria absoluta dos membros do Legis-
nicipal. lativo, para a apuração de fato determinado e prazo certo, sendo
Art. 25. Ao Presidente da Câmara, dentre outras atribuições, suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público,
compete: objetivando a responsabilização civil ou criminal dos infratores.
I - representar a Câmara em juízo ou fora dele; § 1º A comissão especial de inquérito será sempre presidida
II - dirigir e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos pelo autor do requerimento de formação da comissão.
da Câmara; § 1º A Comissão deverá ser presidida pelo autor da denúncia,
III - interpretar e fazer cumprir o regimento interno; ou ser indicado pelo Presidente da Casa, caso aquele decline ex-
IV - promulgar as resoluções e decretos legislativos, bem como pressamente da Presidência. (NR - Emenda nº 027)
as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo Ple- I - Em caso de ser mais que um autor, os mesmos deverão esco-
nário; lher o Presidente entre si.
V - fazer publicar as resoluções, os decretos legislativos e as leis § 2º As comissões especiais de inquérito, no interesse da inves-
por ele promulgados; tigação, poderão:
VI - declarar a perda do mandato ou vacância do cargo do Pre- I - proceder vistorias e levantamentos nas repartições públicas
feito, Vice-Prefeito e Vereadores, nos casos previstos em lei; municipais e entidades descentralizadas, onde terão livre ingresso
VII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e e permanência;
aplicar as disponibilidades financeiras no mercado de capitais; II - requisitar de seus responsáveis a exibição de documentos e
VIII - apresentar ao Plenário, até o dia vinte de cada mês, o a prestação dos esclarecimentos necessários;
balancete relativo aos recursos III - transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua pre-
recebidos e às despesas do mês anterior; sença, ali realizando os atos que lhe competirem; e
IX - solicitar a intervenção no Município, nos casos admitidos IV - proceder verificações contábeis em livros, papéis e docu-
na Constituição do Estado; mentos dos órgãos da administração direta e indireta.
X - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a § 3º É fixado em quinze dias, prorrogável por igual período,
força necessária para esse fim; desde que solicitado e devidamente justificado, o prazo para que os
XI - publicar, no final de cada sessão legislativa, consolidação da responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta pres-
legislação municipal vigente, com os respectivos índices. tem as informações e encaminhem os documentos requisitados.
§ 4º No exercício de suas atribuições poderão, ainda, por inter-
médio do seu Presidente:
I - determinar as diligências que reputarem necessárias;
II - requerer a convocação de Secretário Municipal;
III - tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar tes-
temunhas e inquiri-las sob compromisso.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 5º O não atendimento às requisições no prazo estabelecido Art. 33. A convocação extraordinária da Câmara Municipal, no
no § 3º, faculta ao Presidente da comissão solicitar, na conformi- período de sessão legislativa ordinária, far-se-á:
dade da legislação federal, a intervenção do Poder Judiciário para I - Pelo Presidente da Câmara, quando este a entender neces-
fazer cumprir as determinações. sária;
§ 6º As testemunhas serão intimadas, de acordo com as pres- II - Por maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
crições estabelecidas na legislação criminal e, em caso de não com- Parágrafo único. A convocação extraordinária neste caso obe-
parecimento, sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao decerá os critérios previstos nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 32.
Juiz competente da localidade onde residam ou se encontrem, na
forma prevista no Código de Processo Penal. CAPÍTULO VII
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às autarquias, empresas DO PROCESSO LEGISLATIVO
públicas, sociedades de economia mista e fundações.
Art. 28. Durante o recesso, salvo convocação extraordinária, Art. 34. O processo legislativo compreende a elaboração de:
haverá uma comissão representativa da Câmara com atribuições I - emendas à Lei Orgânica;
definidas no regimento interno, cuja composição reproduzirá, tanto II - leis ordinárias;
quanto possível, a proporcionalidade da representação dos parti- III - leis delegadas;
dos políticos no Legislativo. IV - decretos legislativos; e
V - resoluções.
CAPÍTULO V Art. 35. A Lei Orgânica do Município poderá ser emendada me-
DA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA diante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;
Art. 29. Independentemente de convocação, a sessão legisla- II - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no míni-
tiva desenvolve-se de primeiro de fevereiro a quinze de dezembro, mo, por cinco por cento dos eleitores;
com número de reuniões semanais definido no regimento interno. III - do Prefeito.
Art. 29. Independentemente de convocação, a sessão legisla- § 1º A proposta de emenda à Lei Orgânica será votada em dois
tiva desenvolve-se de primeiro de fevereiro a quinze de dezembro, turnos, com interstício mínimo de dez dias, considerando-se a mes-
com recesso no mês de julho, com número de reuniões semanais ma aprovada quando obtiver, em ambos, o voto favorável de dois
definido no regimento interno. (NR - Emenda nº 002) terços dos membros da Câmara.
§ 1º As reuniões que coincidirem com feriados serão antecipa- § 2º A emenda aprovada nos termos deste artigo será promul-
das para o dia útil antecedente. (REVOGADO - Emenda nº 030) gada pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a delibe- § 3º Os proponentes de emendas de iniciativa popular à Lei
ração da lei de diretrizes orçamentárias, do plano plurianual ou do Orgânica terão direito à palavra para defendê-las em Plenário e nas
orçamento anual, quando em tramitação. comissões técnicas.
§ 3º A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraordiná- Art. 36. São obrigatoriamente submetidas a referendo popular
rias ou solenes, conforme dispuser o regimento interno. as leis, e emendas à Lei Orgânica até 01 (um) ano após a sua pro-
§ 3º A Câmara reunir-se-á em sessões solenes, ordinárias, ex- mulgação, quando assim requererem 1% (um por cento) do eleito-
traordinárias, especiais e de julgamento, conforme dispuser o regi- rado.
mento interno. (NR - Emenda nº 027) Parágrafo único. O requerimento será dirigido à Câmara Muni-
Art. 30. As sessões da Câmara são públicas. cipal que emitirá parecer e encaminhará em 30 (trinta) dias o pedi-
Art. 31. As sessões somente poderão ser abertas com a presen- do ao Tribunal Regional Eleitoral para organizar o referendo nos 60
ça de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara. (sessenta) dias seguintes.
Art. 31. As sessões da Câmara, ressalvadas as solenes e quan- Art. 37. Haverá plebiscito, quando assim requererem 1% (um
do na fase do Pequeno Expediente, na sessão ordinária, somente por cento) do eleitorado do Município.
poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, 1/3 (um terço) Parágrafo único. O requerimento será dirigido à Câmara Muni-
dos seus membros. (NR - Emenda nº 027) cipal que emitirá parecer e encaminhará em 30 (trinta) dias o pedi-
do ao Tribunal Regional Eleitoral para organizar o plebiscito para se
CAPÍTULO VI realizar nos 60 (sessenta) dias seguintes.
DA SESSÃO LEGISLATIVA EXTRAORDINÁRIA Art. 38. A iniciativa de lei cabe a qualquer Vereador, às comis-
sões da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos.
Art. 32. A convocação extraordinária da Câmara Municipal, nos Art. 39. São de iniciativa privativa do Prefeito os projetos de lei
períodos de recesso, far-se-á: que disponham sobre:
I - pelo Prefeito, quando este a entender necessária; I - criação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos
II - por maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal. na administração direta e autárquica, bem como a fixação da res-
§ 1º A convocação será feita mediante ofício ao Presidente da pectiva remuneração;
Câmara, para que este convoque sessão do Legislativo dentro de no II - servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de car-
máximo, 48 horas. gos, estabilidade e aposentadoria;
§ 2º O Presidente da Câmara dará conhecimento da convoca- III - criação, estrutura e atribuições de órgãos da administração
ção aos Vereadores em sessão ou fora dela, mediante, neste último pública municipal;
caso, notificação pessoal escrita que lhes será encaminhada com IV - matéria orçamentária.
prazo de 24 horas de antecedência. Art. 40. É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a inicia-
§ 3º Durante a sessão legislativa extraordinária, a Câmara de- tiva de projetos de lei que disponham sobre:
liberará exclusivamente sobre a matéria para qual foi convocada.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 40. É da competência exclusiva da Mesa da Câmara, não § 8º A lei promulgada nos termos do parágrafo anterior entrará
sendo submetidos a sanção, a iniciativa de projetos de resolução em vigor na data em que for publicada.
que disponham sobre: (NR - Emenda nº 025) § 9º Nos casos de veto parcial, as disposições aprovadas pela
I - criação e extinção de cargos ou empregos de seus serviços; Câmara serão promulgadas pelo seu Presidente, com o mesmo nú-
II - fixação ou aumento de remuneração de seus servidores; mero da lei original, observado o prazo estipulado no § 7º.
III - quadros de carreira, provimento de cargos, estabilidade e § 10. O prazo previsto no § 4º não corre nos períodos de reces-
aposentadoria de seus servidores, observado o artigo 39 da Consti- so da Câmara.
tuição da República; § 11. A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou
IV - organização e funcionamento de seus serviços. modificada pela Câmara.
Art. 41. A iniciativa popular poderá ser exercida pela apresen- § 12. Na apreciação do veto, a Câmara não poderá introduzir
tação à Câmara Municipal de projeto de lei em qualquer matéria de qualquer modificação no texto aprovado.
interesse específico do Município, da cidade ou de bairros confor- Art. 45. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, que
me interesse e abrangência da proposta. deverá solicitar a delegação à Câmara.
§ 1º A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se, para § 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência
o seu recebimento, a subscrição do projeto por eleitores, represen- exclusiva da Câmara ou a legislação sobre planos de diretrizes orça-
tando pelo menos 5% (cinco por cento) do eleitorado, identificados mentárias, planos plurianuais e orçamentos.
mediante a indicação do Título de Eleitor, em listas organizadas por, § 2º A delegação ao Prefeito terá a forma de resolução, que
pelo menos uma entidade legalmente constituída com sede nesta especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.
Comarca ou trinta cidadãos com domicílio eleitoral no Município, § 3º A resolução determinará a apreciação do projeto pela Câ-
que se responsabilizarão pela idoneidade das subscrições. mara e esta a fará em votação única, vedada qualquer emenda.
§ 2º A tramitação dos projetos de lei obedecerá às normas re- Art. 46. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somen-
lativas ao processo legislativo estabelecidos nesta lei, assegurando te poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão le-
a defesa do projeto, por representantes dos respectivos responsá- gislativa, mediante proposta de um terço dos membros da Câmara,
veis, perante as comissões pelas quais tramitarem, bem como du- ressalvadas as proposições de iniciativa do Prefeito.
rante a votação em Plenário. Art. 47. Ressalvadas as exceções previstas nos §§ 1º e 2º deste
§ 3º Não são suscetíveis de iniciativa popular matérias de inicia- artigo, as deliberações da Câmara serão tomadas por maioria de
tiva exclusiva, definidas nesta lei. votos, presente a maioria de seus membros.
Art. 42. Os projetos serão discutidos e votados no prazo máxi- § 1º Dependerão do voto favorável da maioria absoluta dos
mo de 90 (noventa) dias, a contar do seu recebimento, findo o qual membros da Câmara a aprovação de projetos que disponham sobre
o mesmo será automaticamente pautado para votação. as seguintes matérias:
Art. 43. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de I - estatuto dos servidores municipais;
projetos de sua iniciativa, os quais deverão ser apreciados dentro II - criação de cargos e aumento de vencimentos de servidores;
do prazo de 40 (quarenta) dias. III - regimento interno da Câmara;
§ 1º Decorrido o prazo fixado neste artigo sem deliberação, o IV - códigos;
projeto será obrigatoriamente incluído na ordem do dia. V - concessão de serviços públicos;
§ 2º O prazo de 40 (quarenta) dias não corre nos períodos de VI - aquisição de bens imóveis por doação com encargo;
recesso da Câmara e não se aplica aos projetos de código. VII - matéria tributária;
Art. 44. O projeto de lei, aprovado em dois turnos de votação, VIII - autorização para obtenção de empréstimo de particular,
será no prazo de 10 (dez) dias úteis, enviado pelo Presidente da incluída as autarquias, fundações e demais entidades controladas
Câmara ao Prefeito que, concordando, o sancionará. pelo Poder Público;
§ 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, IX - lei de diretrizes orçamentárias, plano plurianual e lei orça-
inconstitucional, ilegal ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á mentária anual;
total ou parcialmente, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados X - criação, organização e supressão de distritos.
do primeiro dia útil seguinte ao do protocolo e comunicará, após, § 2º Dependerão do voto favorável de dois terços dos membros
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, ao Presidente da Câmara, os da Câmara a deliberação sobre os seguintes assuntos:
motivos do veto. I - rejeição de parecer prévio do Tribunal de Contas do Estado;
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, II - destituição de componentes da Mesa;
parágrafo, inciso, item ou alínea. III - julgamento do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores;
§ 3º Decorrido o prazo previsto no § 1º, o silêncio do Prefeito IV - concessão de título de cidadão honorário;
importará em sanção. V - realização de sessão secreta;
§ 4º O veto será apreciado dentro de 30 (trinta) dias a contar de VI - plano diretor;
seu recebimento, só podendo ser rejeitado pela maioria absoluta VII - plano de zoneamento;
dos membros da Câmara. VIII - alteração da denominação de próprios, vias e logradouros
§ 5º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o públicos;
veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobresta- IX - alienação de bens municipais;
das as demais proposições, até sua votação final. X - concessão de direito real de uso;
§ 6º Se o veto não for mantido, o projeto será enviado ao Pre- XI - isenções de tributos municipais; e
feito, em 48 (quarenta e oito) horas, para promulgação. XII - todo e qualquer tipo de anistia.
§ 7º Se a lei não for promulgada pelo Prefeito dentro de 48 § 3º A sessão da Câmara somente poderá ser secreta quando
(quarenta e oito) horas, nos casos dos §§ 3º e 6º, o Presidente da ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.
Câmara a promulgará e, se não o fizer, em igual prazo, caberá ao
Vice-Presidente fazê-lo, de imediato.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 48. O Vereador que tiver interesse pessoal na deliberação II - diferente colocação e numeração dos artigos consolidados;
não poderá votar, sob pena de nulidade da votação, se o seu voto (NR - Emenda nº 033)
for decisivo. III - fusão de disposições repetitivas ou de valor normativo
Art. 49. O voto será sempre público nas deliberações da Câma- idêntico; (NR - Emenda nº 033)
ra, salvo nos seguintes casos: IV - atualização da denominação de órgãos e entidades da ad-
I - julgamento de seus pares, do Prefeito e do Vice-Prefeito; ministração pública; (NR -
(REVOGADO - Emenda nº 018) Emenda nº 033)
II - na eleição dos membros da Mesa e dos substitutos, bem V - atualização de termos antiquados e modos de escrita ultra-
como no preenchimento de qualquer vaga; e (REVOGADO - Emenda passados; (NR - Emenda nº 033)
nº 018) VI - atualização do valor monetário, inclusive das penas pecuni-
III - nas deliberações sobre concessão de título de cidadão ho- árias, com base em indexador padrão; (NR - Emenda nº 033)
norário. (REVOGADO - Emenda nº 018) VII - eliminação de ambiguidades decorrentes do mau uso do
Parágrafo único. A votação nominal constitui a regra, salvo se o vernáculo; (NR - Emenda nº 033)
Plenário aprovar o requerimento determinando votação simbólica. VIII - homogeneização terminológica do texto; (NR - Emenda
Art. 50. A votação e a discussão da matéria constante da ordem nº 033)
do dia só poderão ser efetuadas com a presença da maioria absolu- IX - supressão dos dispositivos declarados inconstitucionais
ta dos membros da Câmara. pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo; (NR - Emenda nº
Art. 51. O decreto legislativo destina-se a regular matéria de 033)
competência exclusiva da Câmara, que produza efeitos externos, X - indicação de dispositivos não recepcionados pelas Constitui-
independendo de sanção do Prefeito. ções Federal e Estadual; (NR - Emenda nº 033)
Parágrafo único. O projeto de decreto legislativo, aprovado XI - declaração expressa de dispositivos implicitamente revoga-
pelo Plenário, em um só turno de votação, será promulgado pelo dos por leis posteriores. (NR - Emenda nº 033)
Presidente da Câmara. § 4º Verificada a existência de dispositivos visando à alteração
Art. 52. A resolução destina-se a regular matéria político-admi- ou supressão de matéria de mérito, deverão ser formuladas emen-
nistrativa, de economia interna da Câmara, independendo da san- das, para a manutenção do texto da consolidação. (NR - Emenda
ção do Prefeito. nº 033)
Parágrafo único. O projeto de resolução, aprovado pelo Plená- § 5º As emendas aditivas apresentadas ao texto do projeto vi-
rio em dois turnos de votação será promulgado pelo Presidente da sam à adoção de normas excluídas, e as emendas supressivas, à
Câmara. retirada de dispositivos conflitantes com as regras legais em vigor.
Art. 53. Não será permitido aumento da despesa prevista nos (NR - Emenda nº 033)
projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara § 6º A Comissão de Justiça e Redação, ao examinar o texto, fará
ou nos de iniciativa exclusiva do Prefeito, ressalvado o disposto no as alterações necessárias para adaptar seu conteúdo ao disposto
artigo 166, §§ 3º e 4º da Constituição Federal. neste artigo. (NR - Emenda nº 033)
§ 7º Poderá também a Comissão propor que as emendas e su-
CAPÍTULO VIII gestões consideradas de mérito, isolada ou conjuntamente, sejam
DA TRAMITAÇÃO ESPECIAL DE PROJETOS RELATIVOS AOS destacadas para fins de constituírem projetos autônomos, os quais
TRABALHOS DE CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS deverão ser apreciados pela Câmara, dentro das normas regimen-
(NR - EMENDA Nº 033) tais aplicáveis à tramitação dos demais projetos de lei. (NR - Emen-
da nº 033)
Art. 53-A. Os projetos de lei objeto do trabalho de consolidação § 8º Se for apresentada emenda de Plenário, voltará o projeto
de leis serão apreciados pela Comissão de Justiça e Redação a par- à Comissão de Justiça e Redação para, em 5 (cinco) dias, emitir pa-
tir do recebimento de textos propostos pelo Poder Executivo, pela recer, após o que será incluído na Ordem do Dia para discussão e
Mesa, por qualquer Comissão Permanente ou Membro deste Poder votação. (NR - Emenda nº 033)
Legislativo da Cidade de Guarulhos. (NR - Emenda nº 033) § 9º Qualquer alteração proposta ao texto de consolidação de-
§ 1º Recebido o projeto, o Presidente da Câmara o fará publi- verá ser fundamentada com a indicação do dispositivo legal perti-
car no Diário Oficial do Município de Guarulhos, aguardando em nente. (NR - Emenda nº 033)
Secretaria, por 5 (cinco) sessões ordinárias, para recebimento de § 10. Não se concederá vista dos projetos de consolidação nem
emendas dos Vereadores e de sugestões de qualquer membro ou se admitirá a designação de Relator Especial. (NR - Emenda nº 033)
entidade da sociedade civil ou dos Poderes Públicos. (NR - Emenda § 11. O Presidente da Comissão de Justiça e Redação, para fa-
nº 033) cilidade do estudo do Projeto, poderá designar Relatores Parciais.
§ 2º Esgotado o prazo estipulado no § 1º, a Mesa encaminhará Neste caso, poderá ser nomeado um Relator Geral, a quem compe-
o projeto de consolidação, as emendas dos Vereadores e as suges- tirá coordenar e condensar, em parecer, as conclusões dos parece-
tões recebidas à Comissão de Justiça e Redação, a qual terá o prazo res parciais. (NR - Emenda nº 033)
de 30 (trinta) dias para examinar e emitir parecer sobre a matéria. Art. 53-B. A discussão em Plenário e o seu encerramento sub-
(NR - Emenda nº 033) meter-se-ão aos prazos das proposições em regime de urgência.
§ 3º Para serem aprovados, os textos de consolidação deverão (NR - Emenda nº 033)
preservar o conteúdo original das disposições normativas vigentes, § 1º Aprovado o projeto nos próprios termos, será expedido o
vedado alterações de mérito, sendo permitidas exclusivamente as Autógrafo, independentemente da redação final. Se aprovado com
seguintes alterações: (NR - Emenda nº 033) alterações, a Comissão de Justiça e Redação oferecerá a redação
I - introdução de novas divisões do texto legal base; (NR - Emen- final, no prazo de 1 (um) dia. (NR - Emenda nº 033)
da nº 033)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º A redação final proposta pela Comissão de Justiça e Re- II - para tratamento de doença, devidamente comprovada, ou
dação será publicada e o projeto constará da pauta, para votação. em licença-gestante.
(NR - Emenda nº 033) Parágrafo único. No caso do inciso II deste artigo, o Prefeito
§ 3º A expedição do Autógrafo será determinada e encaminha- perceberá apenas os subsídios, não tendo direito à verba de repre-
da nos termos do disposto no art. 44 e seus §§ da Lei Orgânica do sentação.
Município. (NR - Emenda nº 033) Art. 62. O Prefeito e Vice-Prefeito deverão ser residentes e do-
Art. 53-C. Os projetos de consolidação de leis, sofrerão uma miciliados no Município de Guarulhos.
única discussão e votação. (NR - Emenda nº 033)
Art. 53-D. Os projetos de consolidação de leis, serão discuti- CAPÍTULO II
dos e votados em sessão extraordinária, especialmente convocada DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
para esse especifico fim não sendo possível a pauta para discussão
e votação de outra matéria estranha ao objeto da presente especial Art. 63. Ao Prefeito compete privativamente, entre outras atri-
norma de tramitação. (NR - Emenda nº 033) buições:
Art. 53-E. O quorum de aprovação desses projetos de conso- I - representar o Município em Juízo, ou fora dele;
lidação de leis, obedecerão ao disposto no art. 47 da Lei Orgânica II - nomear e exonerar os Secretários Municipais e os dirigentes
Municipal. (NR - Emenda nº 033) de órgãos e entidades da administração indireta;
III - exercer com auxílio do Vice-Prefeito e dos Secretários Mu-
TÍTULO IV nicipais a administração do Município segundo os princípios desta
DO PODER EXECUTIVO Lei Orgânica;
IV - elaborar e encaminhar à Câmara os projetos de lei de dire-
CAPÍTULO I trizes orçamentárias, plano plurianual e orçamento anual;
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO V - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica;
Art. 54. O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito, VI - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela
auxiliado por Secretários Municipais e dirigentes dos órgãos e enti- Câmara e expedir regulamentos para a sua fiel execução;
dades da administração indireta. VII - vetar no todo ou em parte, os projetos de lei inconstitucio-
Art. 55. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse e iniciarão o nais ou cuja aplicabilidade não seja possível;
exercício do mandato, em sessão da Câmara Municipal, em seguida VIII - dispor sobre a estruturação, organização e funcionamen-
à dos Vereadores, no dia primeiro de janeiro do ano subsequente to da administração municipal, observados os princípios desta Lei
à eleição, prestando compromisso de cumprir a Lei Orgânica e as Orgânica;
Constituições da República e do Estado. IX - prover cargos, funções e empregos públicos e praticar os
§ 1º Se, decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, demais atos referentes à situação funcional dos servidores munici-
o Prefeito ou Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver pais, ressalvados os de competência da Câmara;
assumido o cargo, este será declarado vago pelo Presidente da Câ- X - prestar, dentro de 15 (quinze) dias úteis, por solicitação da
mara. Câmara, informações sobre fatos específicos e determinados, refe-
§ 2º No ato da posse, o Prefeito deverá desincompatibilizar-se. rentes aos negócios públicos do Município;
Na mesma ocasião e ao término do mandato fará declaração públi- X - prestar, dentro de 15 (quinze) dias úteis, por solicitação da
ca de seus bens, a qual será transcrita em livro próprio, constando Câmara Municipal de Guarulhos, informações sobre fatos específi-
de ata o seu resumo. cos e determinados, referentes aos negócios públicos do Município:
§ 3º O Vice-Prefeito, quando remunerado, desincompatibilizar- (NR - Emenda nº 040)
-se-á e fará declaração pública de bens no ato da posse e ao término a) poderá o Prefeito, caso se encontre impossibilitado de pres-
do mandato e, quando não remunerado, no momento em que assu- tar as informações solicitadas neste inciso, no prazo estipulado, re-
mir, pela primeira vez, o exercício do cargo. querer prorrogação de prazo por igual período, devendo para tanto,
Art. 56. O Vice-Prefeito, substituirá o Prefeito no caso de impe- apresentar justificativa fundamentada, sob pena de indeferimento
dimento e suceder-lhe-á, no de vaga. imediato; (NR - Emenda nº 040)
Art. 57. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito b) recebido o requerimento de prorrogação de prazo de forma
ou vacância dos respectivos cargos, será chamado, ao exercício do fundamentada, o mesmo será submetido ao Plenário da Câmara
Poder Executivo, o Presidente da Câmara. Municipal de Guarulhos na primeira sessão imediata. (NR - Emenda
Art. 58. Enquanto o substituto legal do Prefeito não assumir, nº 040)
responderá pelo expediente da Prefeitura o Secretário de Assuntos b) recebido o requerimento de prorrogação de prazo de forma
Jurídicos. fundamentada, o mesmo será submetido ao Plenário da Câmara
Art. 59. Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, serão re- na primeira sessão imediata. Na ocorrência de rejeição do Plenário,
alizadas eleições 90 (noventa) dias depois de aberta a última vaga. fica vedada a apresentação de novo pedido. (NR - Emenda nº 044)
§ 1º Ocorrendo a vaga no último ano do período de mandato, XI - contrair empréstimos para o Município, mediante prévia
aplica-se o disposto no artigo 57. autorização legislativa;
§ 2º Em qualquer dos casos, os sucessores deverão completar XII - decretar desapropriações por necessidade, utilidade públi-
o período de seus antecessores. ca ou interesse social e instituir servidões administrativas;
Art. 60. O Prefeito não poderá ausentar-se do Município ou XIII - administrar os bens e as rendas municipais e promover
afastar-se do cargo, por mais de 15 (quinze) dias, sem licença da o lançamento, a fiscalização e a arrecadação de tributos e preços
Câmara. públicos;
Art. 61. O Prefeito poderá se licenciar: XIV - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
I - a serviço ou missão de representação do Município;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
XV - permitir ou autorizar o uso de bens municipais por tercei- das Autarquias e das Empresas de Economia Mista, Superintenden-
ros, obedecidas as normas gerais fixadas em lei ordinária; tes, os quais ficarão obrigados a prestar as informações que lhes
XVI - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por forem solicitadas. (NR - Emenda nº 021)
terceiros; c) Ambas as comissões que formarão o Departamento de Tran-
XVII - remeter mensagem e plano de governo à Câmara, por sição deverão ser criadas e constituídas até 10 (dez) dias após a
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do proclamação oficial do novo Prefeito, podendo iniciar os trabalhos
Município e solicitando as providências que julgar necessárias; para os quais foram criadas findo esse prazo. (NR - Emenda nº 021)
XVIII - encaminhar ao Tribunal de Contas do Estado, até o dia d) Os trabalhos das comissões de transição, somente poderão
trinta e um de março de cada ano, a sua prestação de contas e a da ser efetivados durante o horário de expediente e não deverão ultra-
Mesa da Câmara, bem como os balanços do exercício findo; passar os limites de sua competência. (NR - Emenda nº 021)
XIX - fazer publicar os atos oficiais, no boletim oficial do Mu- e) Como limite de competência a que alude a alínea “d”, en-
nicípio; tende-se o acesso a todas as informações pertinentes à adminis-
XX - colocar à disposição da Câmara, a parcela correspondente tração pública direta ou indireta. Aludidas informações deverão ser
ao duodécimo de sua dotação orçamentária, em duas parcelas, na requeridas por meio de pedido escrito e prestadas por intermédio
exata proporção de 50% (cinquenta por cento) do valor devido, to- de certidões, não se admitindo quaisquer atos de ingerência por
dos dia 13 (treze) e 27 (vinte e sete) de cada mês; parte das equipes de transição nos assuntos e no funcionamento
XXI - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como da administração que estiver se encerrando. (NR - Emenda nº 021)
relevá-las, quando impostas irregularmente; Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus
XXII - resolver sobre requerimentos, reclamações ou represen- auxiliares, funções administrativas que não sejam de sua exclusiva
tações que lhe forem dirigidos; competência.
XXIII - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis,
as vias e logradouros públicos; CAPÍTULO III
XXIV - dar denominação a próprios, vias e logradouros públicos; DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO
XXV - celebrar convênios, consórcios, contratos e ajustes, nos
termos estabelecidos nesta Lei Orgânica e na legislação competen- Art. 64. São infrações político-administrativas, os atos de com-
te; provada má-fé do Prefeito, que atentarem contra a Constituição
XXV - celebrar convênios e consórcios, nos termos estabeleci- Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica do Município e espe-
dos nesta Lei Orgânica e na legislação competente, após decorrido cialmente, contra:
o prazo de 30 (trinta) dias do envio à Câmara Municipal das respec- I - a existência do Município;
tivas minutas, para análise dos Vereadores. (NR - Emenda nº 019 II - o livre exercício do Poder Legislativo;
- Declarada Inconstitucional) III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
XXVI - solicitar o auxílio da polícia do Estado para a garantia do IV - a probidade na administração;
cumprimento de seus atos; V - a lei orçamentária;
XXVII - superintender a guarda municipal; VI - o cumprimento da lei e das decisões judiciais.
XXVIII - propor ação direta de inconstitucionalidade; Art. 64. São infrações político-administrativas, os atos de com-
XXIX - conferir condecorações e distinções honoríficas; provada má-fé praticados pelo Prefeito, que atentarem contra dis-
XXX - enviar anualmente à Câmara Municipal, os relatórios das positivos da Constituição Federal, Constituição Estadual, Lei Orgâni-
atividades dos órgãos da administração direta e indireta; ca do Município e, em especial contra: (NR - Emenda nº 017)
XXXI - aprovar projetos de edificações e planos de loteamentos I - a autonomia do Município; (NR - Emenda nº 017)
e arruamentos, observada a legislação urbanística e edilícia; II - o livre funcionamento e exercício do Poder Legislativo; (NR
XXXII - decretar o estado de calamidade pública; - Emenda nº 017)
XXXIII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica; III - o exercício dos direitos políticos, individuais, coletivos e so-
XXXIV - criar e constituir, na hipótese de não ter sido reeleito ciais; (NR - Emenda nº 017)
Prefeito, o Departamento de Transição, composto por pessoas indi- IV - a probidade e princípios norteadores da Administração Pú-
cadas por si e pelo seu sucessor e que disponham de conhecimen- blica; (NR - Emenda nº 017)
tos técnicos específicos acerca da administração pública direta ou V - a execução e cumprimento das leis e/ou decisões judiciais;
indireta e nas diversas áreas das ciências humanas e exatas, nota- e (NR - Emenda nº 017)
damente, nas áreas: jurídica, administração, economia, educação, VI - a lei orçamentária e das diretrizes orçamentárias. (NR -
saúde, assistência social, entre outras, a fim de que possam assimi- Emenda nº 017)
lar e transmitir as informações necessárias ao Prefeito eleito. (NR Art. 65. O cometimento de infração político-administrativa su-
- Emenda nº 021) jeita o Prefeito à cassação do mandato, pela Câmara Municipal, por
a) As comissões ou equipes de transição que forem criadas, votação de 2/3 (dois terços) de seus membros.
seja pelo Prefeito cujo mandato estiver na iminência de se encerrar, I - qualquer cidadão, Vereador ou comissão especial de inquéri-
seja pelo Prefeito eleito, trabalharão juntas e serão compostas por, to, é parte legítima para oferecimento de denúncia para a apuração
no mínimo, 05 (cinco) e, no máximo, 10 (dez) pessoas, devendo o de infração política-administrativa do Prefeito;
Chefe do Poder Executivo Municipal fornecer os recursos e a estru- II - a denúncia de que trata o inciso anterior deverá ser dirigida
tura necessárias para a criação do Departamento de Transição. (NR ao Presidente da Câmara e conter de forma clara e precisa os fatos
- Emenda nº 021) imputados, indicando as provas;
b) Aos membros das comissões de transição fica autorizado o III - havendo aceitação prévia da denúncia, serão imediatamen-
livre acesso às dependências das Secretarias Municipais, das Au- te escolhidos, por maioria absoluta e votação secreta, dentre os
tarquias, Fundações e Empresas de Economia Mista, bem como o Vereadores não impedidos, os três integrantes da comissão proces-
contato direto com os senhores Secretários Municipais, Presidentes sante: o Presidente, o Vice-Presidente e o Relator;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
IV - aplica-se, ao processo de cassação as garantias processu- a) far-se-á de forma pessoal ao Prefeito e/ou ao seu advogado
ais constitucionalmente previstas, em especial o princípio da ampla bastante procurador legalmente constituído, na sede do Executivo
defesa; Municipal e/ou na residência do Prefeito, dentro de até 5 (cinco)
V - quando a denúncia for oferecida por Vereador ou comissão dias da data de constituição da Comissão Processante; (NR - Emen-
especial de inquérito, os denunciantes ficarão impedidos de votar a da nº 017)
aceitação prévia e a cassação do mandato, bem como participar da b) na ausência constatada através de Certidão circunstanciada
comissão processante; contendo dia, horário, local da diligência e qualificação do mem-
VI - depois que a Câmara Municipal declarar a admissibilidade bro emissor da mesma, relativa a três diligências distintas, far-se-á
da acusação, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, o a notificação do Prefeito através de edital a ser publicado em jornal
Prefeito será submetido a julgamento. local de grande circulação em espaço reservado a publicações ofi-
Art. 65. O cometimento de infração político-administrativa, ciais, contendo o inteiro teor da denúncia, sua fundamentação, o
sujeitará o Prefeito à cassação de seu mandato, pela Câmara Mu- procedimento a ser adotado, prazo para defesa prévia, sob pena de
nicipal, por votação de 2/3 (dois terços) de seus membros, assegu- aplicação dos efeitos da revelia e confissão. (NR - Emenda nº 017)
rados, dentre outros requisitos de validade, o princípio do contra- II - Da defesa prévia e seu prazo: (NR - Emenda nº 017)
ditório, a publicidade, a ampla defesa, com os meios e recursos a a) notificado pessoalmente ou através de publicação de edital,
ela inerentes, e a decisão motivadora, que se limitará a decretar a terá o Prefeito o prazo de até 10 (dez) dias para a apresentação de
cassação do mandato do Prefeito. (NR - Emenda nº 017) sua defesa prévia, contendo e especificando as provas que preten-
Parágrafo único. Admitir-se-á a denúncia por Vereador, por de produzir e oferta de rol de testemunhas até o limite de 5 (cinco);
Partido Político, por Comissão Especial de Inquérito e por qualquer (NR - Emenda nº 017)
munícipe eleitor. (NR - Emenda nº 017) b) findo aquele prazo, de posse ou não da defesa prévia oferta-
I - A denúncia de que trata o parágrafo único do presente arti- da, deverá a Comissão Processante manifestar-se sobre a continui-
go deverá ser dirigida ao Presidente da Câmara e conter de forma dade ou não dos trabalhos de investigação que, se concluir pelo seu
clara e precisa os fatos imputados, a descrição da conduta atacada, arquivamento, deverá este ser submetido à deliberação plenária,
a indicação das provas, com a juntada de documentos e relação de pelo voto de maioria absoluta de seus membros, através de votação
testemunhas se houverem. (NR - Emenda nº 017) nominal e aberta. (NR - Emenda nº 017)
II - A denúncia então será lida em sessão, até 5 (cinco) dias após III - Da produção de provas: (NR - Emenda nº 017)
o seu recebimento e autuação pela Mesa da Câmara, que a des- a) a Comissão decidirá sobre as provas requeridas pelo denun-
pachará para avaliação de uma Comissão Especial, a ser composta ciante e pelo denunciado, podendo ainda, em qualquer momento,
pelo número de membros correspondentes ao número de repre- decidir por outras diligências que julgue necessárias para o esclare-
sentação partidária com assento na Câmara Municipal, observado o cimento da verdade material; (NR - Emenda nº 017)
total de membros em número ímpar e a representação, tanto quan- b) serão ouvidos, por ordem, o denunciante, as testemunhas
to possível, da proporcionalidade partidária, que elegerá, entre si, por ele arroladas, as testemunhas arroladas pela própria Comissão,
por voto, seu Presidente, Vice-Presidente e Relator. (NR - Emenda o denunciado e as testemunhas por ele arroladas. (NR - Emenda nº
nº 017) 017)
III - A Comissão Especial deverá analisar os termos da denúncia, IV - Das Alegações finais e seu prazo: (NR - Emenda nº 017)
num prazo máximo de 10 (dez) dias a contar de sua constituição, a) encerrada a fase instrutória, o denunciado terá o prazo de 15
concluindo por Parecer favorável, a instauração ou não de procedi- (quinze) dias para apresentar as suas Alegações Finais. (NR - Emen-
mento processante, que deverá ser deliberado por 3/5 (três quin- da nº 017)
tos) dos membros do V - Do Relatório Final: (NR - Emenda nº 017)
Legislativo, em votação aberta em Sessão especialmente con- a) após recebimento das Alegações Finais, a Comissão elabo-
vocada para esse fim. (NR - Emenda nº 017) rará o seu Relatório Final, a ser entregue ao Presidente da Câmara,
IV - O denunciante deverá ser ouvido pela Comissão Especial, em que fará um relato do seu trabalho, das suas conclusões e ainda
em depoimento verbal, sob pena de arquivamento do processo. proporá o recebimento ou a rejeição das denúncias, além de
(NR - Emenda nº 017) outras providências; (NR - Emenda nº 017)
V - A Comissão deverá encerrar os seus trabalhos no prazo de b) o Presidente da Câmara determinará, em seguida, a distri-
120 (cento e vinte) dias, contados da sua instalação, renováveis por buição de cópia do Relatório Final a todos os Vereadores e convoca-
mais 60 (sessenta) dias, por maioria simples do Plenário da Câmara. rá Sessão Especial para Julgamento, a ser realizada num prazo entre
Após o decurso de 180 (cento e oitenta) dias, sem que o Relatório 3 (três) dias e 10 (dez) dias, após o recebimento da conclusão dos
Final seja entregue ao Presidente, o Plenário da Câmara decidirá trabalhos pelo Presidente, prazo em que o processo estará disponí-
pelo arquivamento ou pela eleição de outra Comissão, que continu- vel para consultas dos Senhores Vereadores nas dependências da
ará os trabalhos, num prazo de 60 (sessenta) dias. Caso o Relatório Sede da Edilidade. (NR - Emenda nº 017)
Final não seja apresentado, o Plenário da Câmara deverá decidir VI - Da Sessão Especial de Julgamento: (NR - Emenda nº 017)
pelo arquivamento ou encaminhamento ao Ministério Público. (NR a) os trabalhos de julgamento terão início com a leitura do Re-
- Emenda nº 017) latório Final; (NR - Emenda nº 017)
Art. 65-A. O procedimento a ser observado a partir do acolhi- b) após a leitura de que trata a alínea “a” deste inciso, poderá
mento da denúncia será: (NR - Emenda nº 017) fazer uso da palavra qualquer Vereador e o denunciante, pelo prazo
I - Quanto à notificação do Prefeito, seu prazo e sua forma: (NR máximo de 15 (quinze) minutos e, em seguida, terá a palavra o Pre-
- Emenda nº 017) feito e/ou seu advogado para, em querendo, promover sua defesa
oral, pelo prazo máximo de 2 (duas) horas; (NR - Emenda nº 017)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
c) em seguida, promover-se-á o julgamento do Prefeito, res- II - administração indireta que compreende as autarquias, em-
tando cassado seu mandato, se decidido por 2/3 (dois terços) dos presas públicas, fundações, sociedades de economia mista, agên-
membros da Câmara, em votação aberta, lavrando-se em decorrên- cias reguladoras e outras entidades dotadas de personalidade jurí-
cia o competente Decreto Legislativo. (NR - Emenda nº 017) dica. (NR - Emenda nº 038)
Parágrafo único. Não participará do processo, nem do julga- Art. 73. Os órgãos e entidades da administração indireta e fun-
mento o Vereador denunciante. (NR - Emenda nº 017) dacional do Município, vinculam-se tecnicamente às secretarias
Art. 65-B. Aplica-se, no que couber, ao processo de cassação do municipais em cujas áreas de competência estiverem enquadradas
mandato dos Vereadores, o disposto nos artigos 65 e 65-A desta Lei as suas atividades, sem que desse fato decorra qualquer subordina-
Orgânica. (NR - Emenda nº 017) ção hierárquica, sendo criados por lei específica.
Parágrafo único. Admite-se a denúncia formulada por partido Art. 74. A administração municipal instituirá órgãos de consulta
político com assento na Câmara Municipal. (NR - Emenda nº 017) que serão compostos por representantes comunitários dos diversos
Art. 66. Perderá o mandato o Prefeito que assumir outro cargo segmentos da sociedade local.
ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada Parágrafo único. Esses órgãos poderão ser constituídos por te-
a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no mas, áreas ou para administração global.
art. 38, incisos I, IV e V, da Constituição Federal. Art. 75. Todo órgão ou entidade municipal é obrigado a forne-
Art. 67. O Prefeito, na vigência de seu mandato, não poderá ser cer a qualquer cidadão, para defesa de seus direitos e esclarecimen-
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. tos de situações de interesse pessoal coletivo ou geral, no prazo
máximo de 10 (dez) dias úteis, certidões de contratos, decisões ou
CAPÍTULO IV pareceres, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS que negar ou retardar a sua expedição. No mesmo prazo deverá
atender às requisições judiciais, se outro não for fixado pela auto-
Art. 68. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre cida- ridade judiciária.
dãos brasileiros, maiores de dezoito anos, no exercício dos direitos § 1º As certidões a que se refere o presente artigo e as petições
políticos, de ilibada idoneidade moral, exercendo cargos de confian- em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso do poder são
ça do Prefeito. isentas de taxas.
Art. 69. Além das atribuições estabelecidas em lei, compete aos § 2º Se ao invés de certidão, preferir o interessado cópia re-
Secretários Municipais: prográfica de documentos que consubstanciem atos, contratos e
I - orientar, coordenar e superintender as atividades dos órgãos decisões, a autoridade ou servidor, também sob pena de responsa-
e entidades da administração em sua área de competência; bilidade, deverá fornecê-la contra o pagamento do seu respectivo
II - expedir resoluções para a execução de leis, regulamentos e custo.
atos pertinentes à sua área de competência; Art. 76. Qualquer Vereador poderá requerer vista de processo
III - referendar os atos normativos assinados pelo Prefeito, refe- administrativo, livros, folhas de pagamento e demais documentos
rentes à sua área de competência; que devam constar de processos ou dos arquivos da Prefeitura, por
IV - comparecer à Câmara, quando por esta convocados, para 48 (quarenta e oito) horas, mediante carga, ou, a critério da admi-
responder sobre assunto específico; nistração, cópia reprográfica de inteiro teor.
V - apresentar relatório anual da secretaria ao Prefeito; e Art. 76. Qualquer Vereador poderá requerer vista de processo
VI - praticar os atos relativos às atribuições que lhes forem de- administrativo, livros, folhas de pagamento e demais documentos
legadas pelo Prefeito. que devam constar em processos ou arquivos da Prefeitura, Au-
Art. 70. Os Secretários Municipais serão sempre nomeados em tarquias e Empresas Públicas Municipais, por 48 (quarenta e oito)
comissão, farão declaração pública de bens no ato da posse e ao horas, mediante carga, ou, a critério da administração, cópia repro-
final do exercício do cargo e terão os mesmos impedimentos do gráfica de inteiro teor. (NR - Emenda nº 016)
Prefeito e dos Vereadores enquanto nele permanecerem. Art. 76. Qualquer Vereador poderá requerer vista de processo
administrativo, livros, folhas de pagamento e demais documentos
TÍTULO V que devam constar em processos ou arquivos da Prefeitura, Autar-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA quias e Empresas Públicas Municipais por 5 (cinco) dias corridos,
mediante carga, ou, a critério da Administração, cópia reprográfica
CAPÍTULO I de inteiro teor. (NR - Emenda nº 041)
DISPOSIÇÕES GERAIS § 1º A carga ou cópia reprográfica de que trata o caput deste
artigo, poderá ser efetuada pelo próprio vereador, ou por 01 (um)
Art. 71. A administração pública direta, indireta ou fundacional servidor lotado em seu gabinete, desde que devidamente autoriza-
do Município obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalida- do por escrito. (NR - Emenda nº 037)
de, moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação, § 2º O vereador requisitante será responsabilizado administra-
interesse público, participação popular e valorização dos servidores tivamente pela não devolução dos documentos ou por sua devolu-
públicos. ção extemporânea. (NR - Emenda nº 037)
Art. 72. A administração pública municipal compreende: Art. 77. A administração pública municipal direta e indireta per-
I - administração direta: secretarias ou órgãos equiparados; mitirá a vista dos processos administrativos no recinto das reparti-
I - administração direta: Gabinete do Prefeito, Secretarias e Co- ções em que estiverem tramitando, e fornecerá cópias e certidões
ordenadorias; (NR - Emenda nº 038) (Ver Lei nº 7.550/2017) solicitadas pelos Vereadores.
II - administração indireta, que compreende as seguintes cate- Art. 78. A lei deverá fixar prazos para a prática dos atos adminis-
gorias de entidades dotadas de personalidade jurídica própria: au- trativos e estabelecer recursos adequados à sua revisão, indicando
tarquias, empresas públicas, fundações e sociedades de economia seus efeitos e forma de processamento.
mista.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 79. À administração pública direta, indireta, fundacional, do-se o direito adquirido constitucionalmente, inclusive no que diz
sociedade de economia mista e empresa pública é obrigatório o respeito à reposição das perdas acumuladas do poder aquisitivo,
cumprimento das seguintes normas: tomando-se como referência o índice nacional de preços apurado
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos por instituição oficial. (NR - Emenda nº 022 - Declarada Inconstitu-
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; cional)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de pré- XIV - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a
via aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, maior e a menor remuneração dos servidores públicos, observado
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em como limite máximo, os valores percebidos, em espécie, a qualquer
lei de livre nomeação e exoneração e aquelas previstas nas Disposi- título, pelo Prefeito;
ções Constitucionais Transitórias da Constituição Federal; XV - até que se atinja o limite a que se refere o inciso ante-
III - todo concurso público deverá ser organizado e realizado, rior, é vedada a redução de salário que implique a supressão das
preferencialmente, por instituição especializada em concursos, de vantagens de caráter individual, adquiridas em razão de tempo de
ilibada reputação e de comprovada idoneidade no mister, escolhida serviço, previstas em lei aplicando-se a redução, atingindo o limite
através de licitação; mencionado, independentemente da natureza das vantagens aufe-
IV - o prazo de validade do concurso público será de até dois ridas pelo servidor;
anos, prorrogável uma vez por igual período, devendo a nomeação XVI - os vencimentos de cargos ou funções assemelhados do
do candidato aprovado obedecer a ordem de classificação; Executivo e Legislativo serão equivalentes;
V - durante o prazo improrrogável previsto no edital de con- XVII - ao servidor municipal que tiver sua capacidade de traba-
vocação o aprovado em concurso público de provas ou de provas lho reduzida em decorrência de acidente, doença profissional ou
e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados idade definida em lei será garantida a transferência para locais ou
para assumir cargo ou emprego na carreira; atividades compatíveis com sua situação;
VI - o concurso público deverá ser homologado no prazo máxi- XVIII - os órgãos e entidades da administração direta e indireta
mo de 60 (sessenta) dias após a realização das provas; ficam obrigados a constituir Comissão Interna de Prevenção de Aci-
VII - é vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos dentes - CIPA, visando a proteção da vida, do meio e das condições
ou funções, ressalvado o disposto no artigo 37, XVI, “a”, “b” e “c”, da de trabalho dos servidores na forma da lei;
Constituição da República; XIX - é vedada a estipulação de limite de idade para ingresso
VIII - é garantido ao servidor municipal o direito de livre asso- por concurso público na administração direta, empresa pública, so-
ciação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º da Constituição ciedade de economia mista e fundações municipais, respeitando-se
da República; apenas o limite constitucional para aposentadoria compulsória;
IX - o servidor gozará de estabilidade no cargo, função ou em- XX - a criação, transformação, fusão, cisão, incorporação, priva-
prego desde o registro de sua candidatura para o exercício de cargo tização ou extinção de empresas públicas, sociedades de economia
de representação sindical, ou, no caso de eleição para mandato le- mista, autarquias e fundações dependerão de prévia aprovação da
gislativo, até um ano após o término do mandato, se eleito, salvo se Câmara;
cometer falta grave definida em lei; XXI - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
X - o direito de greve será exercido nos termos e limites defini- ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
dos em lei complementar federal; assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
XI - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XXII - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
para os portadores de deficiências, garantindo as adaptações ne- serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
cessárias para sua participação nos concursos públicos, e definirá cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
os critérios de sua admissão; todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
XII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta nos ter-
terminado, para atender a necessidade temporária de excepcional mos da lei, a qual somente permitirá as exigências de qualificação
interesse público, não superior a 180 (cento e oitenta) dias; técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
XII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- obrigações;
terminado, para atender a necessidade temporária de excepcional XXIII - as atividades permanentes tais como: limpeza, manuten-
interesse público, não superior a 180 (cento e oitenta) dias, exceto ção, conservação e vigilância dos órgãos públicos discriminados no
nos casos de contratação no âmbito da assistência médica, médica- caput do artigo 79, deverão ser executadas pelos seus respectivos
-hospitalar e vigilância em saúde, por um prazo não superior a 12 empregados e servidores, exceto em casos justificados;
(doze) meses. (NR - Emenda nº 014) XXIV - ao servidor é garantido pela administração direta e in-
XII - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- direta, o adiantamento salarial de 40% (quarenta por cento) no dia
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional 15 de cada mês.
interesse público, não superior a 180 (cento e oitenta) dias, exceto Art. 80. O provimento inicial dos cargos de carreira jurídica,
nos casos de contratação no âmbito da assistência médica, médi- especialmente de Procurador Municipal dar-se-á exclusivamente
ca-hospitalar e vigilância em saúde, que poderá ser por um prazo por concurso público de provas, com a participação da Ordem dos
de 12 (doze) meses, prorrogável por igual período uma única vez. Advogados do Brasil em todas as fases, obedecendo-se nas nomea-
(NR - Emenda nº 023) ções a ordem de classificação.
XIII - a revisão salarial dos servidores será feita sempre na mes- Art. 81. As sociedades de economia mista são obrigadas a pres-
ma data; tar informações ao Legislativo, no prazo de 15 (quinze) dias, sob
XIII - A remuneração dos servidores públicos somente poderá pena de destituição de seus responsáveis pelo Executivo, que, em
ser fixada ou alterada por lei específica, observada a iniciativa pri- não fazendo, incorrerá em crime de responsabilidade.
vativa em cada caso, assegurada a revisão geral anual sem distinção
de índices, sempre no Dia do Trabalhador, 1º de maio, resguardan-

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 81-A. Para fins de atendimento ao que dispõe o art. 23, II - irredutibilidade de vencimentos, salvo o disposto em con-
inciso VIII da Lei Federal nº 8.245, de 18 de outubro de 1991, Lei venção ou acordo coletivo;
do Inquilinato, fica o SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto III - irredutibilidade de salário, exceto em casos previstos nesta
de Guarulhos responsável por proceder, mediante requerimento do lei;
interessado, quer seja locador ou locatário, a transferência da titu- IV - décimo terceiro salário, com base na remuneração integral
laridade das contas de consumo de água e esgoto para o nome do ou no valor da aposentadoria;
locatário. (NR - Emenda nº 031) V - o trabalhador noturno terá remuneração superior à do diur-
Art. 81-B. Para a consecução do disposto no artigo anterior, o no e para esse efeito, sua remuneração terá acréscimo de 25% (vin-
interessado sujeitar-se-á à apresentação de documento que com- te e cinco por cento) pelo menos, sobre a hora diurna;
prove a locação do imóvel. (NR - Emenda nº 031) VI - será considerado trabalho noturno aquele realizado no pe-
Art. 81-C. O SAAE deverá divulgar essa prestação de serviço, ríodo compreendido entre 21 (vinte e uma) horas e 5 (cinco) horas
através de mensagem inserida ou anexada nas contas de consumo da manhã do dia seguinte;
de água e esgoto. (NR - Emenda nº 031) VII - salário-família para os seus dependentes;
VIII - duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas
CAPÍTULO II diárias, facultada a compensação de horários e a redução da jorna-
DA DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA da, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
IX - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do-
Art. 82. O Município, objetivando aproximar a administração mingos;
dos contribuintes e descentralizar as decisões, deverá dividir-se, X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
territorial e administrativamente, em administrações regionais dis- em 50% (cinquenta por cento) à do normal;
tritais ou sub-prefeituras, a serem criadas por iniciativa do Executi- XI - gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos, um
vo, com aprovação do Legislativo, as quais não constituirão unida- terço a mais que o salário normal, integralmente pagas antes do
des orçamentárias autônomas. seu início;
Art. 83. As regionais ou distritais serão criadas em áreas com XII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
população não inferior a 5% (cinco por cento) do total dos habi- com a duração de 120 (cento e vinte) dias;
tantes do Município e terão por finalidade atender aos interesses e XIII - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
reivindicações dos munícipes, de modo a conferir maior eficiência XIV - proteção e incentivo ao trabalho da mulher, na forma da
ao serviço público. lei;
Parágrafo único. As solicitações dos interessados ressalvados XV - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de nor-
os casos de emergência, serão atendidos na ordem cronológica de mas de saúde, higiene e segurança;
entrada no protocolo dos órgãos descentralizados. XVI - adicional de remuneração para as atividades penosas, in-
Art. 84. As regionais terão todo o material, equipamento, siste- salubres ou perigosas, nos termos da lei;
ma de manutenção, patrimônio e pessoal necessários para, dentro XVII - proibição de diferenças de remuneração, de exercício de
de si mesmas, atenderem as necessidades de sua região. funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
Art. 85. Os órgãos e entidades da administração direta e indire- estado civil;
ta, terão protocolos próprios, para receber requerimentos, pedidos XVIII - assistência médica pela Previdência ou através de con-
e documentos referentes a assuntos afetos aos mesmos. vênios;
Art. 86. As obras e serviços eventualmente executados pelas XIX - licença-prêmio, nos termos fixados em lei; e
regionais e distritais estarão técnica e operacionalmente subordina- XX - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
dos às respectivas secretarias municipais, as quais darão condições trabalho.
para o bom andamento dos trabalhos. Art. 90. É assegurado aos servidores públicos municipais o di-
Art. 87. A administração municipal assegurará a participação reito à creche mantida pelo Poder Público aos filhos e dependentes.
de associações representativas no planejamento das atividades das Art. 91. O Município protegerá a criança adotada, concedendo
regionais e distritais. por 120 (cento e vinte) dias, licença especial ao servidor público
Art. 88. Os dirigentes das regionais e distritais serão nomeados adotante, a partir do ato da adoção, sem prejuízo do salário e de-
pelo Prefeito, em comissão, aplicando-se aos mesmos, no que cou- mais vantagens.
ber, as disposições relativas aos Secretários Municipais e responsá- Art. 91. O Município protegerá a criança adotada, concedendo
veis pelos órgãos e entidades da administração indireta, inclusive por 120 (cento e vinte) dias, licença especial ao servidor público
quanto a delegação de atribuições. adotante, a partir do ato da guarda provisória, sem prejuízo dos sa-
lários e demais vantagens. (NR - Emenda nº 026)
CAPÍTULO III Art. 92. O Município instituirá regime jurídico único e planos de
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS carreira para os servidores
da administração pública direta e indireta, com isonomia de
Art. 89. São direitos dos servidores e empregados públicos mu- direitos e deveres.
nicipais, além de outros estabelecidos em lei, que visem a melhoria § 1º O regime jurídico disporá sobre os direitos, deveres e disci-
de sua condição social: plina, assegurará os direitos adquiridos dos servidores municipais e,
I - vencimentos, fixados em lei capazes de atender às suas ne- juntamente com os planos de carreira, serão estabelecidos através
cessidades vitais básicas e às de suas famílias com moradia, alimen- de lei. (Ver Lei nº 1.429/1968)
tação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ- § 2º É assegurada a participação dos servidores na elaboração
dência social, com reajustes periódicos que lhes preservem o poder de projeto de lei.
aquisitivo, sendo vedada a sua vinculação para qualquer fim, salvo
os decorrentes de decisão judicial;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 93. É obrigatória a fixação de quadro de lotação numérica Art. 101. É vedada a participação de servidores no produto da
de cargos e funções, sem o que não será permitida a nomeação dos arrecadação de multas, inclusive as da dívida ativa, a qualquer tí-
servidores. tulo.
Art. 94. A lei assegurará, aos servidores da administração dire- Art. 102. Fica assegurado o direito de reunião em locais de tra-
ta, isonomia de vencimentos para cargos e funções assemelhados balho aos servidores e suas entidades representativas.
do mesmo Poder ou entre servidores do Executivo e Legislativo, res- Art. 103. São assegurados, ao servidor municipal, o contradi-
salvadas as vantagens de caráter individual e as relativas a natureza tório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes,
ou local de trabalho. nas sindicâncias e processos administrativos devendo o acusado
Art. 95. Ao servidor estável, desde que tenha completado 15 ser acompanhado, em todos os atos, por advogado regularmente
(quinze) anos de serviços prestados exclusivamente ao Município e constituído.
às suas autarquias, sob quaisquer vínculos empregatícios, será com- Art. 104. Ficará sujeito à suspensão, sindicância e até possível
putado, para efeito de aposentadoria, nos termos da lei, o tempo demissão o secretário, diretor de departamento ou qualquer indiví-
de serviço prestado em atividade de natureza privada, urbano ou duo em cargo de chefia que utilizar para seus serviços particulares
rural, hipótese em que os diversos sistemas de Previdência Social funcionários da administração direta ou indireta.
se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos Art. 105. É assegurado a todos os servidores públicos o direito
em lei. de acesso, horizontal e vertical, e a substituição, no impedimento
Art. 95. Ao servidor, desde que tenha completado 8 (oito) anos temporário do ocupante de cargo efetivo, ou em comissão, no caso
de serviços prestados exclusivamente ao Município e às suas Au- de vacância, por outro funcionário do quadro permanente ocupan-
tarquias, sob quaisquer vínculos empregatícios, será computado, te de cargo hierarquicamente inferior.
para efeito de aposentadoria, nos termos da Lei, o tempo de ser- Parágrafo único. Os casos de nomeação em substituição ou em
viço prestado em atividade de natureza privada, urbano ou rural, comissão para cargos do quadro permanente, não enquadrados no
hipótese em que os diversos sistemas de Previdência Social se com- caput deste artigo só serão aceitos desde que justificada a necessi-
pensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em Lei. dade de serviço.
(NR - Emenda nº 010 - Declarada Inconstitucional) Art. 106. O servidor será aposentado:
Art. 95. Ao servidor desde que tenha completado 10 (dez) anos I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
de serviços prestados exclusivamente ao Município será computa- quando decorrentes de acidentes em serviços, moléstia profissio-
do, para efeito de aposentadoria, nos termos da lei, o tempo de nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei,
serviço prestado em atividade de natureza privada, urbano ou rural, e proporcionais nos demais casos;
hipótese em que os diversos sistemas de Previdência Social se com- II - compulsoriamente aos 70 (setenta) anos de idade, com pro-
pensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. ventos proporcionais ao tempo de serviço;
(NR - Emenda nº 020 - Declarada Inconstitucional) III - voluntariamente:
Art. 96. As vantagens de qualquer natureza só poderão ser ins- a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço se homem, e aos 30
tituídas por lei e quando atendam efetivamente ao interesse públi- (trinta) anos, se mulher, com proventos integrais;
co e às exigências do serviço. b) aos 30 (trinta) anos de serviço em funções de magistério,
Art. 97. Ao servidor municipal é assegurado o percebimento do docentes e especialistas de educação, se homem, e aos 25 (vinte e
adicional por tempo de serviço, sempre concedido por quinquênio, cinco) anos, se mulher, com proventos integrais;
bem como a sexta parte dos vencimentos integrais, concedido após c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem e, aos 25 (vinte e
20 (vinte) anos de serviço exclusivamente municipal, que serão in- cinco) anos se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
corporados aos vencimentos, para todos os efeitos legais. (Disposi- serviço.
tivo Declarado Inconstitucional) § 1º Lei complementar estabelecerá exceções ao disposto no
Parágrafo único. A sexta parte se transformará em quarta par- inciso III, “a” e “c”, no caso de exercício de atividades consideradas
te, quando da aposentadoria. penosas, insalubres ou perigosas, na forma do que dispuser a res-
Art. 97. Ao servidor municipal é assegurado o percebimento peito a legislação federal.
do adicional por tempo de serviço, sempre concedido por quinquê- § 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empre-
nio, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedido gos temporários.
após 15 (quinze) anos de serviço público, que serão incorporados § 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal
aos vencimentos, para os efeitos legais. (NR - Emenda nº 011 - De- será computado integralmente para os efeitos de aposentadoria e
clarada Inconstitucional) disponibilidade.
Art. 98. Os acréscimos pecuniários percebidos pelos servido- § 4º A proporcionalidade da aposentadoria se refere tão so-
res municipais não serão computados nem acumulados para fins de mente aos proventos base do cargo efetivo correspondente, não
concessão de acréscimos ulteriores sob o mesmo título ou idêntico atingindo as vantagens pessoais já incorporadas ao patrimônio fun-
fundamento. cional do servidor, como adicionais por tempo de serviço e sexta
Art. 99. Nenhum servidor, salvo se licenciado, poderá ser dire- parte, que serão pagos integralmente em todos os casos.
tor ou integrar conselho de empresa fornecedora do Município ou § 5º Os proventos da aposentadoria serão revistos na mesma
em que com ele realize qualquer modalidade de contrato, sob pena proporção ou na mesma data, sempre que se modificar a remu-
de demissão. neração dos servidores em atividade, e estendidos aos inativos
Art. 100. A lei fixará o padrão de vencimentos dos servidores da quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos
administração direta, autárquica e fundacional. servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transfor-
Parágrafo único. A correção ou reposição salarial serão procedi- mação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a apo-
das por decreto do Executivo. sentadoria, na forma da lei.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 6º O benefício da pensão por morte corresponderá à totalida- Art. 107. Fica assegurado ao servidor público municipal eleito
de dos vencimentos ou proventos do servidor falecido até o limite para ocupar cargo de natureza executiva, de direção ou de delibera-
estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo anterior. ção, em sindicato de categoria e associações da classe, o direito de
§ 7º O servidor contratado pelo regime da Consolidação das afastar-se de suas funções durante o tempo em que durar o man-
Leis do Trabalho - CLT, que permaneceu ocupando, em comissão, dato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos termos da Lei,
por 15 (quinze) anos ou mais, ininterruptos, algum cargo da Munici- sendo computado o tempo de afastamento para todos os fins. (NR
palidade, poderá se aposentar no cargo, correndo a aposentadoria - Emenda nº 045 - Declarada Inconstitucional)
às expensas da Prefeitura Municipal de Guarulhos, desde que: (NR Art. 108. É vedada a dispensa de servidor candidato, a partir
- Emenda nº 003) do registro da candidatura, a cargo ou a representação sindical e
§ 7º O servidor público municipal contratado pelo regime da se eleito ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
C.L.T., que tenha ocupado cargo em comissão, cargos de direção ou salvo em casos de falta grave apurada em processo administrativo.
de gerência, nos órgãos da Administração Direta, Indireta e PRO- Art. 109. É assegurada a participação de representantes dos
GUARU e/ou cargo de carreira ou eletivo na Câmara Municipal, por servidores municipais nos colegiados dos órgãos públicos em que
período mínimo de 15 (quinze) anos, continuados ou não, poderá seus profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e
se aposentar no cargo ou função originário, correndo a aposenta- deliberação.
doria às expensas da Prefeitura Municipal de Guarulhos, bem como Art. 110. O Município não poderá despender anualmente com
aqueles não optantes do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço pessoal, mais de sessenta e cinco por cento (65%) de suas receitas
- FGTS, que contem com mais de 25 (vinte e cinco) anos de serviço, correntes, até a promulgação da lei complementar federal a que se
e tenham ocupado cargo em Comissão por qualquer período, desde refere o artigo 169 da Constituição da República.
que: (NR - Emenda nº 007)
I - Passe a contribuir para a Previdência Municipal a partir da TÍTULO VI
promulgação desta Emenda à Lei Orgânica e após a aposentadoria; DOS ATOS MUNICIPAIS
(NR - Emenda nº 003)
I - esteja contribuindo para a Previdência Municipal à época CAPÍTULO I
da aposentadoria e continue a contribuição após a mesma; (NR - DA PUBLICAÇÃO
Emenda nº 007)
II - Tenha o tempo de serviço estabelecido nas letras “a” e “b” Art. 111. A publicação das leis e atos municipais, será feita em
do inciso III do artigo; (NR - Emenda nº 003) jornal local ou em órgão oficial do Município.
II - tenha o tempo de serviço estabelecido nas letras “a”, “b” ou § 1º A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, po-
“c” do inciso III do artigo; (NR - Emenda nº 007) derá ser resumida.
III - apresente certidão do órgão previdenciário federal, de que § 2º Os atos de natureza externa somente produzirão efeitos
não recebe aposentadoria por tempo de serviço, por invalidez ou após a sua publicação.
idade; (NR - Emenda nº 003) § 3º A escolha do órgão de imprensa para a divulgação das leis
IV - constatada, a qualquer tempo, a aposentadoria a que se e atos municipais deverá ser feita por licitação, em que se levarão
refere o Inciso III, o benefício previsto neste parágrafo será cassado. em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias de
(NR - Emenda nº 003) frequência, horário, tiragem e distribuição.
§ 8º Fica assegurado ao servidor efetivo, por ocasião de sua Art. 112. A publicidade de atos, programas, obras, serviços e
aposentadoria, a percepção dos proventos do cargo ou função que: campanhas dos órgãos e entidades da administração municipal
(NR - Emenda nº 004 - Declarada Inconstitucional) deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social,
a) tenha ocupado, de forma ininterrupta, nos três anos anterio- dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que carac-
res ao dia da efetiva concessão desse benefício; e/ou (NR - Emenda terizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos
nº 004 - Declarada Inconstitucional) ainda que custeada por entidade privada.
b) tenha ocupado, em período alternado, cuja soma perfaça Parágrafo único. Restringir-se-á ao território do Município, ex-
cinco anos anteriores à data da efetiva concessão desse benefício. ceto aquela inserida em órgãos de comunicação de alcance regio-
(NR - Emenda nº 004 - Declarada Inconstitucional) nal, estadual ou nacional e das empresas públicas ou sociedades de
Art. 107. Fica assegurado ao servidor público municipal eleito economia mista que enfrentam a concorrência de mercado, desde
para ocupar cargo em sindicato de categoria e associação de classe, que limitada ao seu objetivo social.
o direito de afastar-se de suas funções durante o tempo em que Art. 113. O SAAE - Serviço Autônomo de Água e Esgoto, a PRO-
durar o mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos GUARU - Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos e demais ór-
termos da lei, sendo que, o tempo de afastamento será computado gãos da administração indireta deverão publicar os seus atos ofi-
para todos os fins. ciais através de órgão oficial de imprensa do Município.
Art. 107. Fica assegurado ao servidor público municipal eleito Art. 113. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE, a
para ocupar cargo em sindicato de categoria, o direito de afastar- Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos S/A - PROGUARU, o
-se de suas funções durante o tempo em que durar o mandato, re- Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de
cebendo seus vencimentos e vantagens, nos termos da Lei, sendo Guarulhos - IPREF, a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de
que, o tempo de afastamento será computado para todos os fins. Saneamento Básico do Município de Guarulhos - AGRU e outras en-
(NR - Emenda nº 013) tidades dotadas de personalidade jurídica da administração indireta
Parágrafo único. A Municipalidade concederá licença para tra- deverão publicar os seus atos oficiais através de órgão oficial de im-
tar de assuntos particulares, sem remuneração, ao servidor público prensa do Município. (NR - Emenda nº 038)
municipal eleito para ocupar cargo em associação de classe, até o
número de 3 (três) por associação. (NR - Emenda nº 013)

191
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 114. Verificada a violação de quaisquer das disposições do d) abertura de sindicâncias e processos administrativos, aplica-
presente capítulo relativas à publicidade oficial, a Câmara determi- ção de penalidades e demais atos individuais de efeitos externos; e
nará a instauração das medidas cabíveis para responsabilização dos e) outros casos determinados em lei ou decreto.
transgressores. Parágrafo único. Os atos constantes do inciso II deste artigo po-
derão ser delegados.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO TÍTULO VII
DOS BENS MUNICIPAIS
Art. 115. O Município terá os livros que forem necessários aos
seus serviços, e, obrigatoriamente, os de: Art. 117. Constituem bens municipais todas as coisas móveis e
I - termo de compromisso e posse; imóveis, direitos e ações que, a qualquer título, pertençam ao Mu-
II - declaração de bens; nicípio.
III - atas das sessões da Câmara; Art. 118. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais,
IV - registro de leis, decretos, resoluções, regulamentos, instru- respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em
ções e portarias; seus serviços.
V - cópia de correspondência oficial; Art. 119. Todos os bens municipais deverão ser cadastrados,
VI - protocolo, índice de papéis e livros arquivados; com identificação respectiva, numerando-se os móveis segundo o
VII - licitações e contratos para obras e serviços; que for estabelecido em regulamento.
VIII - contrato de servidores; Art. 120. A alienação de bens municipais, subordinados à exis-
IX - contrato em geral; tência de interesse público devidamente justificado, será sempre
X - contabilidade e finanças; precedida de avaliação e obedecerá as seguintes normas:
XI - concessões e permissões de bens móveis, imóveis e servi- I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e con-
ços; corrência, dispensada esta nos seguintes casos:
XII - tombamento de bens imóveis; e a) doação, devendo constar obrigatoriamente do contrato os
XIII - registro de loteamentos aprovados e em andamento. encargos do donatário, o prazo de seu cumprimento e a cláusula de
§ 1º Os livros referidos neste artigo serão abertos, rubricados e retrocessão, sob pena de nulidade do ato, substituída a avaliação
encerrados pelo Prefeito e pelo Presidente da Câmara, conforme o pelo valor venal de lançamento do exercício;
caso, ou por funcionário designado para tal fim. b) permuta;
§ 2º Os livros poderão ser substituídos por fichas ou outro sis- II - quando móveis, dependerá de licitação, dispensada esta nos
tema, convenientemente autenticados. seguintes casos:
§ 3º As informações registradas estarão à disposição de qual- a) doação, que será permitida exclusivamente para fins de in-
quer cidadão, mediante requerimento. teresse social;
b) permuta; e
CAPÍTULO III c) ações que serão vendidas em bolsas de valores.
DA FORMA § 1º O Município, preferencialmente à venda ou doação de
seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de uso, me-
Art. 116. Os atos administrativos de competência do Prefeito diante prévia autorização legislativa e concorrência, podendo esta
devem ser expedidos com observância das seguintes normas: ser dispensada por lei, quando o uso se destinar a concessionária
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes de serviço público, a entidades assistenciais ou quando houver re-
casos: levante interesse público devidamente justificado.
a) regulamentação de lei; § 2º A venda aos proprietários de imóveis lindeiros, de áreas
b) instituição, modificação e extinção de atribuições não priva- urbanas remanescentes inaproveitáveis para edificação, resultante
tivas de lei; de obra pública, dependerá de prévia avaliação e autorização le-
c) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite gislativa, sendo alienadas nas mesmas condições as áreas resultan-
autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; tes de modificação de alinhamento, havendo porém licitação, caso
d) declaração de utilidade, necessidade pública, ou de interesse exista mais de um proprietário lindeiro.
social, para efeito de desapropriação ou de servidão administrativa; Art. 121. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta,
e) aprovação de regulamento ou de regimento; dependerá de prévia avaliação e autorização legislativa.
f) permissão de uso de bens e serviços municipais; Art. 122. O uso de bens municipais por terceiros, poderá ser
g) medidas executórias do plano diretor; feito mediante concessão, permissão ou autorização, conforme o
h) criação, extinção, declaração ou modificação de direitos dos caso e o interesse público exigir.
administrados, não privativos de lei; § 1º A concessão administrativa dos bens públicos de uso espe-
i) normas de efeitos externos, não privativas de lei; cial e dominial dependerá de lei e concorrência e far-se-á mediante
j) fixação e alteração de preços; e contrato, sob pena de nulidade do ato.
l) outros casos previstos em lei. § 2º A concessão administrativa de bens públicos de uso co-
II - portaria, nos seguintes casos: mum somente poderá ser outorgada para finalidades escolares, de
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de assistência social ou turística mediante autorização legislativa.
efeitos individuais; § 3º A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem públi-
b) lotação e relotação nos quadros do pessoal; co, será feita a título precário, por decreto.
c) autorização para contratação e dispensa de servidores não § 4º A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem pú-
estatutários; blico, será feita por portaria, para atividades ou usos específicos e
transitórios, pelo prazo máximo de sessenta dias.

192
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
TÍTULO VIII Art. 130. Cabe à administração municipal realizar, direta ou in-
DO DESENVOLVIMENTO URBANO diretamente, através de convênio com órgãos federais ou estaduais,
o levantamento aerofotogamétrico do território do Município ou a
CAPÍTULO I atualização dos existentes.
DA PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS
CAPÍTULO II
Art. 123. A administração municipal, segundo legislação pró- DA POLÍTICA URBANA
pria, disciplinará as atividades de produção de bens e serviços,
quanto aos locais de instalação, respeitado os direitos adquiridos Art. 131. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo
dos exercentes de atividades já implantadas. Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei,
Art. 124. A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções so-
formas de associativismo. ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
Art. 125. O Município, nos limites de sua competência, assegu- § 1º A administração municipal, instalará, progressivamente,
rará às microempresas, às empresas de pequeno porte, ao micro e equipamentos urbanos em quantidade, qualidade e distribuição
pequeno produtor rural, assim definidos na legislação própria, sim- espacial, de modo a permitir a todos os cidadãos o acesso aos mes-
plificação de suas obrigações administrativas e tributárias. mos.
Art. 126. O Município exercerá atividade permanente de plane- § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando
jamento, voltado para suas peculiaridades e direcionado para um atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expres-
crescimento programado, observando, dentre outros, os seguintes sas no plano diretor e nesta Lei Orgânica.
princípios: § 3º Para os fins previstos no caput deste artigo, o Poder Públi-
I - pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e ga- co Municipal exigirá do proprietário de imóvel urbano a adoção de
rantia do bem-estar de seus habitantes; medidas que visem a direcioná-la para o uso socialmente adequa-
II - preservação, proteção e recuperação do meio ambiente, in- do, de forma a assegurar:
clusive do trabalho; I - a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do
III - criação e manutenção de áreas de proteção especial, de- processo de urbanização;
vido à sua importância histórica, cultural, urbanística, turística e II - a prevenção e correção das distorções da valorização da pro-
ambiental; priedade;
IV - observância das normas de urbanismo, segurança, higiene III - a adequação do direito de construir seguindo as normas
e qualidade de vida. Art. 127. O planejamento municipal é um pro- urbanísticas; e
cesso contínuo e permanente, devendo se dar de forma descentra- IV - a proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
lizada como instrumento da democratização da gestão da cidade. Art. 132. A política do desenvolvimento urbano e o estabeleci-
§ 1º Considera-se processo de planejamento a definição de ob- mento de diretrizes e normas relativas ao mesmo, têm como obje-
jetivos determinados em função da realidade local, a preparação de tivos e deverão assegurar:
meios para atingi-los, o controle de sua aplicação e avaliação dos I - a erradicação das condições infra-humanas de habitação e o
resultados obtidos. acesso à moradia a todos;
§ 2º O planejamento municipal deverá ter como objetivo pro- II - o combate aos determinismos de localização da população
piciar uma distribuição equitativa dos bens e serviços urbanos de de baixa renda e aos processos expulsivos provocados pela especu-
acordo com os princípios da política urbana. lação imobiliária;
§ 3º É assegurada a participação de associações representati- III - a redução dos custos de instalação de moradias e equipa-
vas no planejamento municipal. mentos para a população de baixa renda;
§ 4º Os instrumentos de planejamento municipal deverão ser IV - a reserva de áreas para assentamento da população de bai-
elaborados de forma clara e em linguagem simples, de maneira a xa renda;
possibilitar seu amplo debate pelos cidadãos. V - a urbanização e regularização fundiária, nos termos da legis-
§ 5º O Município deverá manter atualizadas as informações lação própria, das áreas faveladas e de baixa renda, mediante con-
necessárias ao planejamento, divulgando-as periodicamente e ga- sulta obrigatória da população envolvida e no caso de remoção em
rantindo seu acesso aos cidadãos. virtude de risco, garantindo, preferencialmente, o reassentamento
Art. 128. A política de desenvolvimento urbano do Município da população em áreas próximas;
será traçada através da elaboração de um plano diretor, aprovado VI - a regularização dos loteamentos clandestinos e irregulares
por lei e revisto a cada quatro anos. no aspecto urbanístico e jurídico;
Art. 129. A zona rural do Município deverá receber tratamento VII - a manutenção, em termos de segurança das moradias co-
especial da administração, através de plano próprio aprovado por letivas, através de vistorias periódicas, sem remoção dos morado-
lei, que contemple os seguintes aspectos: res, salvo em caso de risco, ocasião em que será garantida a perma-
I - utilização e parcelamento do solo; nência dessas pessoas em áreas próximas;
II - orientação a núcleos residenciais existentes; VIII - as terras públicas municipais não utilizadas, subutilizadas
III - planejamento e racionalização das atividades econômicas e as discriminadas, serão prioritariamente destinadas a assenta-
potenciais ou em desenvolvimento; mentos da população de baixa renda e a instalação de equipamen-
IV - direcionamento da implantação de equipamentos urbanos; tos coletivos;
V - cadastramento dos produtores rurais; IX - a restrição à utilização de áreas de riscos geológicos;
VI - incentivo ao cooperativismo; e X - a ordenação e o controle do uso do solo, de forma a evitar:
VII - apoio técnico às culturas originais. a) a utilização inadequada de imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

193
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
c) o adensamento inadequado à infra-estrutura urbana e aos I - identificar e mencionar os eixos naturais de desenvolvimen-
equipamentos urbanos e comunitários existentes ou previstos; to da cidade, antecipando-se aos processos espontâneos;
d) a ociosidade do solo urbano edificável; II - determinar os processos de incorporação de novas áreas
e) a deterioração das áreas urbanizadas; urbanas;
f) a especulação imobiliária; III - promover a formação de estoque de terrenos edificáveis;
g) a ocorrência de desastres naturais; IV - estabelecer as condições para parcelamento, desmembra-
XI - a preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária e mento e remembramento do solo para fins urbanos;
o estímulo a essas atividades primárias; V - orientar a conversão do espaço rural em urbano e outra
XII - a preservação, a proteção e a recuperação do meio am- mudança no desempenho da cidade;
biente natural e cultural; VI - prever o atendimento integrado das necessidades de sa-
XIII - a criação de áreas de especial interesse urbanístico, social, neamento básico em termos de abastecimento de água e esgoto
ambiental, turístico ou de utilização pública; sanitário, drenagem urbana, coleta e destinação de resíduos;
XIV - a participação das entidades comunitárias no estudo, no VII - estabelecer critérios para a expansão do sistema de trans-
encaminhamento e na solução dos problemas, planos, programas portes urbanos.
e projetos; § 2º O programa de uso do solo urbano terá em vista:
XV - às pessoas portadoras de deficiência, o livre acesso a edifí- I - o aproveitamento racional de estoque local de terrenos edi-
cios públicos e particulares de frequência ao público, a logradouros ficáveis, promovendo o parcelamento e o remembramento de ter-
públicos e ao transporte coletivo. renos não corretamente aproveitados;
Art. 133. Para assegurar as funções sociais da cidade e da pro- II - a melhoria das condições de vivência urbana, mormente das
priedade, o Poder Público Municipal poderá utilizar os seguintes habitações infra-humanas;
instrumentos: III - a indicação de áreas prioritárias de urbanização;
I - planejamento municipal, que compreende: IV - o estabelecimento de normas técnicas e aproveitamento
a) o plano diretor; do potencial, incluindo os limites ao direito de construir.
b) o plano de governo; § 3º O programa de dotação urbana incluirá:
c) os planos, políticas e programas setoriais; I - regulamentação dos usos dos equipamentos urbanos e co-
d) os orçamentos; e munitários;
e) a legislação urbanística. II - as prioridades para desenvolvimento da rede dos programas
II - institutos tributários e financeiros que compreendem: públicos urbanos, observada a relação entre oferta de serviços e
a) imposto predial e territorial urbano progressivo e diferencia- local de moradia;
do por zonas ou outros critérios; III - o sistema de operações e cobertura dos cursos de habita-
b) taxas e tarifas diferenciadas por zona segundo os serviços ção e transporte, na forma desta lei;
públicos oferecidos; IV - a indicação dos agentes operadores dos equipamentos ur-
c) contribuição de melhoria; banos e comunitários e dos órgãos de gerenciamento.
d) incentivo e benefícios fiscais e financeiros; § 4º Os instrumentos de ação do Poder Público são os mencio-
e) fundos destinados ao desenvolvimento urbano; nados nesta Lei, acrescidos de outros que se adaptem à realidade
III - institutos jurídicos que compreendem: local e as sanções são igualmente previstas nesta Lei, bem como em
a) discriminações de terras públicas; outros diplomas legais que digam respeito às atividades urbanas.
b) desapropriação; § 5º O código de obras e edificações conterá:
c) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; I - as normas técnicas de construção individual ou coletiva, em
d) servidão administrativa; condomínio horizontal ou vertical;
e) restrição administrativa; II - as exigências de natureza urbanística, espacial, ambiental e
f) tombamento de imóveis; sanitária, a danificação do imóvel a ser edificado e sua correlação
g) declaração de áreas de preservação ou proteção ambiental; com o uso previsto;
h) usucapião de imóvel urbano; III - as condições para a concessão e os prazos de validade de li-
i) cessão ou permissão; cença para construir, os requisitos que caracterizem o início, reinício
j) concessão real de uso ou domínio; e conclusão da obra e as condições para a renovação.
k) direito de superfície; Art. 135. O parcelamento do solo contemplará em suas diversas
l) direito de perempção; formas, segundo as normas da legislação federal e especialmente:
m) transferência do direito de construir; I - nos loteamentos, as áreas destinadas ao sistema de circula-
n) reurbanização consorciada; ção viária não poderá ser inferior a 15% (quinze por cento) da área
o) solo criado; e total e as áreas destinadas a instalação de equipamentos comuni-
p) outras medidas previstas em lei. tários e espaço livre de uso público não poderão ser inferior a 20%
Art. 134. O plano diretor incluirá necessária e expressamente: (vinte por cento), perfazendo um total de 35% (trinta e cinco por
I - programa de expansão urbana; cento) da área total do loteamento;
II - programa de uso de solo urbano; II - as áreas destinadas a espaço livre de uso público não pode-
III - programa de dotação urbana - equipamentos urbanos e rão apresentar declividade natural superior a 30% (trinta por cen-
comunitários; to);
IV - instrumentos e suporte jurídico de ação do Poder Público, III - as áreas destinadas à implantação de equipamentos co-
em especial do código de obras e edificações, além de normas de munitários deverão apresentar uma declividade natural máxima de
preservação do ambiente natural construído; 10% (dez por cento);
V - sistema de acompanhamento e controle.
§ 1º O programa de expansão urbano deverá:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
IV - em áreas a serem parceladas com declividade natural, su- III - características do entorno, considerando as condições do
perior ou igual a 30% (trinta por cento) e inferior a 50% (cinquen- sistema viário e densidade; (NR - Emenda nº 028)
ta por cento), fica expressamente proibida a retirada da vegetação IV - demanda por equipamentos comunitários e áreas verdes.
existente nas áreas das quadras, lotes e áreas públicas, com exce- (NR - Emenda nº 028)
ção das ruas a serem abertas e área a ser edificada quando de sua § 2º A malha viária do Município deverá ser planejada e execu-
licença; e tada, considerando: (NR - Emenda nº 028)
V - para loteamentos aprovados e não implantados ou em im- I - evitar macroeixos que separem regiões, criando diferenças
plantação, deverão ser estabelecidos planos de circulação viária regionais e impedindo o planejamento racional dos espaços urba-
municipal. nos; (NR - Emenda nº 028)
§ 1º A malha viária do Município deverá ser planejada e execu- II - priorizar os corredores de transporte coletivo e o escoamen-
tada, considerando os seguintes aspectos: to de cargas e produtos; (NR - Emenda nº 028)
I - evitar macroeixos que separem regiões, criando diferenças III - a implantação de vias de ligação intermunicipais deve ser
regionais e implodindo o planejamento racional dos espaços urba- aprovada pela Câmara Municipal, após prévio estudo de impacto
nos; ambiental; (NR - Emenda nº 028)
II - priorizar os corredores de transportes coletivos e o escoa- IV - todo e qualquer empreendimento que venha a gerar um
mento de cargas e produtos; grande fluxo de pessoas ou tráfego de veículos deverá ser precedi-
III - a implantação de vias de ligação intermunicipais, devem do da expedição de diretrizes urbanísticas quanto ao sistema viário
ser aprovadas pela Câmara Municipal, com um estudo de impacto local existente. (NR - Emenda nº 028)
ambiental; Art. 136. É facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei
IV - todo e qualquer empreendimento que venha a gerar um específica para área incluída no plano diretor, exigir nos termos da
grande fluxo de pessoas ou tráfego de veículos, deverá ser precedi- lei federal, do proprietário de solo urbano não identificado, subutili-
do de diretrizes quanto ao sistema viário local existente. zado ou não utilizado, que promova o seu adequado aproveitamen-
§ 2º Nos loteamentos, as áreas destinadas à instalação de equi- to, sob pena, sucessivamente, de:
pamentos urbanos e espaço livre de uso público deverão ser de- I - parcelamento ou edificação compulsórios;
marcadas com prévia autorização do Poder Público. II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
Art. 135. O parcelamento do solo contemplará em suas diver- progressivo no tempo;
sas formas, segundo as normas da legislação pertinente e especial- III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívi-
mente: (NR - Emenda nº 028) da pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal,
I - nos loteamentos, o percentual de áreas a serem transferidas com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
à Municipalidade para a instalação de equipamentos comunitários, sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
áreas de espaço livre de uso público e áreas destinadas ao sistema § 1º O prazo para parcelamento, edificação ou utilização não
de circulação viária serão definidas na legislação específica que ver- poderá ser superior a dois anos a partir da notificação, salvo para
sar sobre o uso, ocupação e parcelamento do solo; (NR - Emenda as obras de grande porte, sendo de um ano, em todos os casos, o
nº 028) prazo para início das obras.
II - nos desmembramentos, o percentual de áreas a serem § 2º O proprietário será notificado pela Prefeitura para o cum-
transferidas à Municipalidade para a instalação de equipamentos primento da obrigação, devendo a notificação ser averbada no re-
comunitários e áreas de espaço livre de uso público serão definidos gistro de imóveis.
na legislação específica que versar sobre o uso, ocupação e parcela- Art. 137. O não cumprimento da obrigação de parcelar, edificar
mento do solo; (NR - Emenda nº 028) ou utilizar, possibilitará ao Município a aplicação do imposto territo-
III - as áreas destinadas a espaço livre de uso público não pode- rial urbano progressivo, pelo prazo de cinco anos.
rão apresentar declividade natural superior a 30% (trinta por cen- Art. 138. Decorridos cinco anos de cobrança de imposto terri-
to); (NR - Emenda nº 028) torial progressivo sem que o proprietário tenha cumprido as obriga-
IV - as áreas destinadas à implantação de equipamentos comu- ções previstas no artigo 136, o Município determinará sua desapro-
nitários não poderão apresentar declividade natural superior a 10% priação, com pagamentos em títulos públicos.
(dez por cento); (NR - Emenda nº 028) Parágrafo único. Os títulos da dívida pública terão prévia apro-
V - o parcelamento do solo em áreas com declividade natu- vação pelo Senado Federal e serão resgatados no prazo de dez anos,
ral superior a 30% (trinta por cento) poderá ser autorizado, desde em prestações anuais, iguais e sucessivas, e não terão poder libera-
que atendidas as exigências específicas da autoridade competen- tório para pagamento de tributos e tarifas públicas.
te, respeitando-se a declividade máxima de 45% (quarenta e cinco Art. 139. A alienação do imóvel, posterior à data da notificação,
por cento), ficando expressamente proibida a retirada da vegetação transfere ao adquirente ou promissário comprador as obrigações
existente nas áreas das quadras, lotes de áreas públicas, com exce- de parcelamento, edificação ou utilização prevista no artigo 136.
ção das ruas a serem abertas e área a ser edificada, quando de sua Art. 140. O direito de propriedade territorial urbana não pres-
licença. (NR - Emenda nº 028) supõe o direito de construir, cujo exercício deverá ser autorizado
§1º Qualquer aprovação de parcelamento do solo deverá ser pelo Poder Público, segundo critérios que forem estabelecidos em
precedida de Diretrizes Urbanísticas, a serem expedidas pelo órgão lei municipal.
competente da Prefeitura, que definirá o percentual de áreas públi- Art. 141. Incumbe à administração municipal promover e exe-
cas de que tratam os incisos I e II deste artigo considerando-se os cutar programas de moradias populares e garantir, em nível compa-
seguintes critérios: (NR - Emenda nº 028) tível com a dignidade da pessoa humana, condições habitacionais,
I - índices urbanísticos da zona de uso onde se situa a gleba; saneamento básico e acesso ao transporte.
(NR - Emenda nº 028) Art. 142. Configuram abuso de direito e da função social da
II - densidade projetada para o loteamento; (NR - Emenda nº propriedade:
028)

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
I - retenção especulativa do solo urbano não construído ou Art. 153. Fica vedado o lançamento de efluentes e de esgotos
qualquer outra forma de deixá-lo sub-utilizado ou não utilizado; domésticos e industriais, sem o devido tratamento, nos cursos de
II - manobras especulativas, diretamente ou por intermédio de água do Município.
terceiros que visem à extorsão de preços de venda ou locação. Parágrafo único. A lei definirá critérios para tratamento e con-
Art. 143. O abuso de direito pelo proprietário, sub-locador ou cederá prazo para que os responsáveis pelo lançamento, através de
terceiros que tome o lugar desses em imóveis alugados, que se instalações já existentes, cumpram o disposto neste artigo.
constituam em habitações coletivas precárias, acarretará ao pro- Art. 154. As águas dos reservatórios localizados no Município,
prietário as sanções administrativas a serem definidas em lei. utilizados pela administração para o abastecimento da população,
Parágrafo único. Considera-se para efeito desta Lei, habitação deverão ser tratadas de modo a atingirem grau de pureza ideal para
coletiva precária de aluguel, a edificação alugada no todo ou em o consumo, conforme estabelecido em lei.
parte, utilizada como moradia coletiva multifamiliar, com acesso
aos cômodos habitados e instalações sanitárias comuns. CAPÍTULO V
Art. 144. A política de participação comunitária e de contribui- DOS RECURSOS NATURAIS
ção social tem por objetivo assegurar aos moradores da cidade o
controle sob a gerência do espaço urbano e a justa repartição dos Art. 155. Cabe à administração realizar, de modo direto ou indi-
custos e benefícios do processo de urbanização. reto, preferencialmente através de convênio com os órgãos federais
Art. 145. Fica assegurado o amplo acesso da população às in- ou estaduais competentes, o levantamento geológico do território
formações sobre cadastros das terras públicas e referentes à gestão do Município, precisando os locais e a natureza das jazidas mine-
de serviços públicos. rais, visando acompanhar as atividades extrativas de acordo com o
Art. 146. O ato de reconhecimento de logradouro de uso da interesse público.
população não importa em aceitação de obra ou aprovação de par- Art. 156. Quando houver prospecções em jazidas minerais do
celamento do solo, nem dispensa das obrigações previstas na legis- Município por parte de órgãos estaduais ou federais, parte da ar-
lação aos proprietários, loteadores e demais responsáveis. recadação decorrente dessa exploração deverá ficar no Município.
Art. 157. Anterior à elaboração do plano diretor geral, deverão
CAPÍTULO III ser elaborados os planos diretores de recursos hídricos e de drena-
DO ABASTECIMENTO gem.

Art. 147. A administração municipal implantará, através de lei, CAPÍTULO VI


um plano de controle de abastecimento, no âmbito do Município, DO PLANO DIRETOR
que complementará a atuação dos órgãos federais e estaduais no
que concerne à política de armazenagem, à fiscalização da quali- Art. 158. O Município elaborará e executará o seu plano diretor,
dade e à distribuição dos produtos alimentícios, visando especial- através da Secretaria de Programação e Planejamento, nos limites
mente: da competência municipal, abrangendo os campos da habitação,
I - reduzir o distanciamento entre o produtor e o consumidor; trabalho, circulação e recreação, e considerando em conjunto os
II - incentivar o desenvolvimento de anéis de produção de ali- aspectos físico, econômico, social e administrativo, nos seguintes
mentos, de boa qualidade e quantitativamente diversificados; termos:
III - aumentar a produção agrícola; e I - no tocante ao aspecto físico-territorial, o plano deverá con-
IV - buscar, progressivamente, a redução dos custos e a absor- ter disposições sobre o sistema viário, urbano e rural, o zoneamen-
ção de mão-de-obra local. to urbano ou para fins urbanos, a preservação de áreas de reserva
ambiental, a preservação de áreas rurais, a defesa dos mananciais,
CAPÍTULO IV a edificação e os serviços públicos locais;
DOS RECURSOS HÍDRICOS II - no concernente ao aspecto econômico, o plano deverá ins-
crever disposição sobre o envolvimento econômico e integração da
Art. 148. A lei estabelecerá áreas de preservação dos manan- economia municipal à regional;
ciais e recursos hídricos superficiais e subterrâneos utilizados para III - no referente ao aspecto social, o plano deverá prever nor-
o abastecimento da população do Município. mas de promoção da população carente e criação de condições de
Art. 149. O Município deverá colaborar com a União, o Estado bem-estar da população em geral;
e outros Municípios para: IV - no tangente ao aspecto administrativo, o plano deverá
I - a discriminação das áreas de preservação de recursos hídri- consignar normas de organização institucional que possibilitem a
cos destinados ao abastecimento de água a serem considerados permanente planificação das atividades públicas municipais e sua
nos planos regionais e/ou metropolitanos; integração nos planos estadual e nacional.
II - a implantação de sistemas de alerta e defesa civil para ga- Parágrafo único. As normas municipais de edificação, zone-
rantir a segurança e a saúde pública, quando de eventos hidrológi- amento e loteamento urbano ou para fins urbanos atenderão às
cos indesejáveis. peculiaridades locais e à legislação federal e estadual pertinentes.
Art. 150. Deverá ser elaborado pelo Poder Público o plano di- Art. 159. A elaboração do plano diretor deverá compreender
retor de recursos hídricos, visando ao aproveitamento múltiplo das as seguintes fases:
águas do Município. I - estudo preliminar, abrangendo:
Art. 151. A administração municipal procederá ao registro, a) avaliação das condições de desenvolvimento;
acompanhamento e fiscalização das concessões de direitos de pes- b) avaliação das condições da administração.
quisa e exploração de recursos hídricos existentes. II - diagnóstico:
Art. 152. A perfuração dos poços tubulares profundos só será a) do desenvolvimento econômico e social;
permitida com prévia autorização do Executivo. b) da organização territorial;

196
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
c) das atividades-fim da Prefeitura; CAPÍTULO VII
d) da organização administrativa e das atividades-meio da Pre- DA HABITAÇÃO
feitura;
III - definição de diretrizes, compreendendo: Art. 162. A administração municipal elaborará um programa
a) política de desenvolvimento; habitacional, objetivando definir a contribuição do Município para
b) diretrizes de desenvolvimento econômico e social; a superação, num prazo reduzido, da carência de novas residências,
c) diretrizes de organização territorial. em especial para a população de baixa renda, o qual deverá conter:
IV - instrumentação, incluindo: I - verbas destinadas a habitações populares, incluídas no or-
a) programas relativos às atividades-fim; çamento;
b) programas referentes às atividades-meio; II - discriminação das áreas públicas destinadas à habitação;
c) programas dependentes da cooperação de outras entidades III - legalização e urbanização das áreas já ocupadas para habi-
públicas. tação por população de baixa renda;
Art. 160. O plano diretor terá, devidamente adaptadas às pecu- IV - forma de cooperação da iniciativa privada;
liaridades locais, as seguintes diretrizes essenciais: V - integração nos programas habitacionais dos governos fede-
I - discriminar e delimitar as áreas urbanas e rurais; ral e estadual;
II - definir as áreas urbanas e de expansão urbana, com vistas à VI - convênios com órgãos e entidades públicas ou particulares
localização da população e de suas atividades num período subse- idôneas para financiamento de habitações populares;
quente de dez anos; VII - elaboração de pesquisas com técnicas construtivas que vi-
III - vedar o parcelamento para fins urbanos nas áreas rurais; sem a baratear o custo das unidades habitacionais;
IV - exigir que, o projeto de conversão de áreas rurais em urba- VIII - participação de entidades populares na elaboração do
nas, na forma do estatuto da terra, seja previamente submetido ao programa e do controle e fiscalização de sua execução;
governo municipal e analisado à luz do plano diretor; IX - acompanhamento, por técnicos da administração munici-
V - designar as unidades de conservação ambiental e outras pal, de mutirões para a construção de moradias populares;
áreas protegidas por lei, discriminando as de preservação perma- X - fornecimento, pelo Poder Público, de máquinas e equipa-
nente, situadas na orla dos cursos de água ou dos lagos nas nascen- mentos para que a população carente possa construir suas casas
tes permanentes ou temporárias, nas encostas, nas bordas de tabu- dentro dos prazos definidos no programa;
leiros ou chapadas ou, ainda, nas áreas de drenagem das captações XI - adequação dos projetos habitacionais às expectativas dos
utilizadas ou reservadas para fins de abastecimento de água potável usuários e às diretrizes e normas urbanísticas, com prioridade na
e estabelecendo suas condições de utilização; ocupação de vazios urbanos;
VI - exigir, para a aprovação de quaisquer projetos de mudança XII - previsão de infra-estrutura, e de equipamentos urbanos e
de uso do solo, alteração de índices de aproveitamento, parcela- comunitários necessários aos futuros moradores dos núcleos habi-
mentos, remembramentos ou desmembramentos, prévia avaliação tacionais;
dos órgãos competentes do Poder Público; XIII - localização dos núcleos habitacionais integrados à malha
VII - exigir, para o licenciamento de atividades modificadoras urbana e com acessibilidade aos locais de trabalho, serviços urba-
do meio ambiente, a elaboração prévia de estudo de impacto am- nos e lazer;
biental e do respectivo relatório de impacto ambiental – RIMA, bem XIV - formação de reserva patrimonial de terras, para facilitar a
como sua aprovação pelos órgãos competentes do Poder Público, implantação de programas habitacionais;
observada a legislação específica; XV - agilização, simplificação e descentralização das decisões
VIII - regular a licença para construir, condicionando-a, nos referentes à habitação.
casos de grandes empreendimentos habitacionais, industriais ou § 1º As verbas destinadas ao programa habitacional não pode-
comerciais, à existência ou à programação de equipamentos urba- rão ser menores do que 10% (dez por cento) do total, a qualquer
nos e comunitários necessários ou, ainda, ao compromisso de sua título, destinado a obras viárias.
implantação pelos empresários interessados, no prazo máximo de § 2º Os critérios para distribuição pelo Poder Municipal, mes-
dois anos; mo quando em convênio com outros poderes, das casas ou lotes
IX - estabelecer a compensação de imóvel considerado pelo urbanizados ou semi-urbanizados em programas habitacionais de-
Poder Público como de interesse do patrimônio cultural, histórico, verão obedecer à antiguidade de protocolo da inscrição dos interes-
arqueológico, artístico ou paisagístico; sados, a partir da publicação desta Lei, revigorada anualmente, e ao
X - definir os critérios para autorização de parcelamento, des- limite de renda de cinco vezes o salário-mínimo vigente.
membramento ou remembramento do solo para fins urbanos; Art. 163. A administração municipal deverá instituir, junto com
XI - definir os critérios para autorização de implantação de equi- os sindicatos e associações de moradores do Município, um progra-
pamentos urbanos e comunitários e definir sua forma de gestão; ma de construção de moradias populares, através de mutirão.
XII - definir tipo de uso, percentual de ocupação e índice de
aproveitamento dos terrenos nas diversas áreas. CAPÍTULO VIII
Art. 161. Plano diretor de drenagem, atualizado a cada três DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS
anos, completando os planos de micro e macrodrenagem, conten-
do as obras necessárias à prevenção de enchentes no âmbito do Art. 164. A realização de obras e serviços públicos municipais
Município e direcionando a ocupação do solo. deverá adequar-se às diretrizes do plano diretor.
Art. 165. Os serviços públicos municipais serão prestados, pre-
ferencialmente, pela administração direta e indireta.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo único. A prestação de serviços por particulares dar- § 2º As informações deverão ser disponibilizadas em braile em
-se-á através de licitação, quando restar demonstrada, por estudos todos os pontos de ônibus, e em inglês e espanhol nos principais
de natureza técnica e econômica, a impossibilidade ou a inviabilida- pontos de ônibus da cidade de Guarulhos. (NR - Emenda nº 042 -
de de outra forma de realização desse. Declarada Inconstitucional)
Art. 166. A permissão de serviço público, concedida a título Art. 175. A administração construirá terminais de integração
precário, será outorgada por decreto, após edital de chamamento utilizados por linhas municipais.
dos interessados para a escolha do melhor pretendente. Art. 176. O Poder Público deverá facilitar o transporte para os
Art. 167. A concessão será outorgada mediante contrato, pre- estudantes do Município.
cedido de licitação, nos termos da autorização legislativa. Art. 177. Terão direito a meia passagem os estudantes, após
Art. 168. O Município poderá retomar, sem indenização, os ser- devida comprovação.
viços permitidos ou concedidos, desde que executados em descon- Art. 178. Fica sob responsabilidade do Poder Público Municipal,
formidade com o instrumento de outorga. a prestação de serviço de transporte coletivo, quando as necessida-
Art. 169. Lei disporá sobre: des desses não forem atendidas pelas linhas existentes.
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias Art. 179. O Município terá o controle na fiscalização da qualida-
de serviços públicos ou de utilidade pública, o caráter especial de de do serviço prestado pelas empresas.
seu contrato e de sua prorrogação e as condições de caducidade, Art. 180. Fica vedada a concessão ou permissão de serviço de
fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; transporte coletivo no período de noventa dias antes e noventa dias
II - os direitos dos usuários; depois de qualquer pleito eleitoral. (REVOGADO - Emenda nº 034)
III - a política tarifária; Art. 181. As vias integrantes dos itinerários das linhas de trans-
IV - a obrigação de manter serviço adequado; porte coletivo de passageiros deverão ter prioridade na execução
V - as reclamações relativas ao serviço; da pavimentação asfáltica e sua conservação.
VI - a fixação das tarifas, pelo Executivo, tendo em vista a justa
remuneração dos serviços e o poder aquisitivo da população. CAPÍTULO X
Art. 170. Fica permitido às associações representativas referi- DO SANEAMENTO BÁSICO
das no artigo 29, inciso X, da Constituição Federal, o planejamento
comunitário de obras e serviços de interesse dos habitantes do Mu- Art. 182. A ação da administração municipal no campo do sane-
nicípio, como forma de colaboração com o Poder Público, na execu- amento básico abrange os seguintes serviços públicos:
ção de obras de interesse comunitário. I - coleta do lixo urbano e seu adequado tratamento, de modo a
Art. 171. Fica a Prefeitura obrigada anualmente a fazer uma evitar a contaminação dos mananciais e lençóis freáticos;
vistoria técnica e fornecer laudo das condições dos elevadores e II - distribuição de água potável aos munícipes, desde a cap-
pára-fios existentes nos prédios e indústrias do Município. tação e tratamento por técnicas adequadas, inclusive para evitar
perdas;
CAPÍTULO IX III - coleta de esgotos sanitários;
DO TRANSPORTE COLETIVO IV - disciplinamento da coleta e destinação do lixo e esgoto hos-
pitalar, industrial e outros efluentes e resíduos.
Art. 172. O transporte é um direito do cidadão e um dever do Parágrafo único. O objetivo fundamental da ação administra-
Poder Público Municipal. tiva de que trata este artigo, consiste em evitar a deterioração do
Art. 173. A administração municipal assegurará aos munícipes meio ambiente e a proliferação de epidemias.
maior mobilidade, comodidade, disponibilidade e facilidade na Art. 183. A administração municipal elaborará plano diretor de
rede de transportes coletivos. drenagem, contemplando os programas de macro e microdrena-
Art. 174. A administração municipal construirá abrigos nos gem.
pontos de ônibus, com placas indicativas de itinerário e tabelas de Art. 184. O Município exigirá, nos termos da lei, da fonte gera-
horário. dora de resíduos que execute, segundo parâmetros por ele fixados,
Art. 174. A administração municipal construirá abrigos nos prévio tratamento ou acondicionamento do resíduo produzido.
pontos de ônibus, com placas indicativas constando: (NR - Emenda Art. 185. É vedado:
nº 042 - Declarada Inconstitucional) I - lançamento de resíduos sólidos nos cursos de água;
I - número de cada linha que para respectivamente em cada II - o despejo de resíduos sólidos e líquidos a céu aberto em
ponto; (NR - Emenda nº 042 - Declarada Inconstitucional) áreas públicas e privadas.
II - local de saída e chegada de cada linha; (NR - Emenda nº 042 Art. 186. No caso de estabelecimentos industriais, de serviços
- Declarada Inconstitucional) de saúde, comerciais e de outros serviços de médio e grande por-
III - tabela de horário com respectivo intervalo de tempo entre te, o Município exigirá que os resíduos, bem como os entulhos de
cada ônibus, inclusive nos fins de semana; (NR - Emenda nº 042 - obras de construção civil, sejam por eles próprios caracterizados,
Declarada Inconstitucional) coletados, removidos, tratados e depositados em locais adequados
IV - principais bairros por que passa cada linha. (NR - Emenda sob sua permanente supervisão, controle e fiscalização.
nº 042 - Declarada Inconstitucional) Parágrafo único. Nessa hipótese, o Município fixará adequada
§ 1º Constarão das placas informações sobre as linhas munici- remuneração de seus serviços de supervisão, controle e fiscaliza-
pais, intermunicipais, e qualquer outro sistema de transporte pú- ção, mediante tarifa ou taxa, em razão do exercício de poder de
blico coletivo na cidade de Guarulhos, inclusive o alternativo. (NR polícia nessa matéria.
- Emenda nº 042 - Declarada Inconstitucional)

198
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
TÍTULO IX § 2º Os convênios, ou outras formas de captação de recursos fi-
DA ORDEM SOCIAL nanceiros, firmados e/ou obtidos junto a entidades de direito públi-
co ou instituições privadas, ainda que, sem fins lucrativos, deverão
CAPÍTULO I ser aprovados previamente pela Câmara Municipal, após parecer
DA EDUCAÇÃO do Conselho Municipal de Educação.
Art. 192. A Administração Municipal publicará até 30 (trinta)
Art. 187. A educação é um direito fundamental do cidadão, dias após o encerramento de cada trimestre, informações comple-
dever do Poder Público e da família, incentivada, pela sociedade, tas sobre receitas arrecadadas e transferência de recursos destina-
sendo promovida pelos princípios democráticos, com objetivo de dos à educação no período e discriminadas por nível de ensino.
atender ao desenvolvimento cultural e qualificação para o trabalho, Art. 193. É vedada a destinação de recursos públicos para con-
comprometida não apenas com o desenvolvimento pessoal do in- ceder auxílios ou subvenções ou distribuir merenda escolar às ins-
divíduo mas, sobretudo, com a solução dos grandes problemas da tituições privadas.
sociedade brasileira. Art. 194. A oferta de educação especial terá início na faixa etá-
Parágrafo único. Entende-se como educação o desenvolvimen- ria de 0 (zero) a 6 (seis) anos, durante a educação infantil, com-
to do ser humano num processo contínuo que leva a reflexões críti- preendendo ações de prevenção e educação precoce e ambiental,
cas e a mudanças, para um melhor equilíbrio social nas instituições continuando nos demais períodos e nas diferentes fases de desen-
de ensino de educação infantil e de pesquisas nas relações familia- volvimento.
res, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, no Art. 195. A educação infantil pré-escolar, tem por objetivo asse-
esporte, no lazer, nas manifestações culturais e nos contatos com gurar o desenvolvimento psicofísico e social das crianças de 0 (zero)
os meios de comunicação social. a 6 (seis) anos de idade.
I - A educação na sua produção e difusão do saber e do conhe- Art. 196. O Município garantirá a educação das crianças de 0
cimento, deverá estar voltada para a “diminuição” da marginalidade (zero) a 6 (seis) anos de idade através de creches e pré-escolas.
social e das desigualdades econômicas, sociais, raciais e regionais. Art. 197. O ensino fundamental, com 8 (oito) anos de duração,
II - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: obrigatório a partir dos 7 (sete) anos de idade visa a propiciar a
a) igualdade de condições para o acesso e a permanência na formação básica.
escola; Art. 198. A educação de jovens e adultos tem por objetivo asse-
b) liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa- gurar escolarização da população não atendida oportunamente no
mento, a arte e o saber; ensino regular, promovendo a formação básica, bem como a opor-
c) pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; tunidade do aprendizado profissionalizante.
d) gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; Parágrafo único. A educação de jovens e adultos abrangerá o
e) valorização dos profissionais do ensino, garantindo na forma ensino fundamental, organizado de maneira própria, para o atendi-
da lei, plano de carreira para o magistério, com piso salarial profis- mento dessa população.
sional e, ingresso no magistério público, exclusivamente por con- Art. 199. Entende-se por educação especial, aquela destinada
curso público de provas e títulos e, regime jurídico único, para todas ao cidadão portador de deficiência mental, física e sensorial, com os
as instituições mantidas pelo Município; requisitos necessários à sua integração na sociedade.
f) gestão democrática do ensino, garantida a participação de § 1º Será garantido atendimento educacional especializado aos
representantes da comunidade; portadores de deficiência, através dos programas específicos e apli-
g) ensino público fundamental é gratuito, inclusive para os que cação de recursos.
a ele não tiverem acesso na idade própria. § 2º Será assegurado o serviço da equipe técnica multidiscipli-
Art. 188. É dever do Poder Público Municipal o provimento de nar no ensino público municipal, para atender às peculiaridades da
vagas em número suficiente para atender a demanda do ensino clientela de educação especial.
nas modalidades: ensino infantil pré-escolar, educação de jovens e § 3º As oportunidades de educação serão oferecidas aos por-
adultos e educação especial. tadores de deficiências múltiplas, perceptivas, motoras e mentais.
Art. 189. O sistema de ensino municipal será financiado com Art. 200. Aos educandos especiais será igualmente oferecida
recursos do orçamento do Município e com verbas federais e esta- educação especial para o trabalho, visando a sua integração na vida
duais, além de outras fontes. em sociedade, através de oficinas abrigadas.
Art. 190. O Município aplicará 25% (vinte e cinco por cento), no Art. 201. O atendimento a pessoas deficientes poderá ser ofe-
mínimo, da receita resultante de impostos, anualmente, na manu- recido mediante o estabelecimento de convênios com instituições
tenção e desenvolvimento do ensino. sem fins lucrativos, sob prévia autorização legislativa e supervisão
Parágrafo único. O programa de aplicação de recursos de que do Poder Público.
trata este artigo deverá incluir investimentos na área da educação Art. 202. A integração escola-família-comunidade, nas mo-
de deficientes, excepcionais e adultos analfabetos. dalidades de educação infantil, educação fundamental, educação
Art. 191. O emprego dos recursos públicos, destinados à edu- especial e educação de jovens e adultos processar-se-á através do
cação, quer estejam consignados no orçamento municipal, quer Conselho de Escola.
sejam provenientes de contribuições da União ou Estado, de con- Art. 203. Fica instituído o Conselho Municipal de Educação,
vênios com outros municípios, ou de outra fonte, far-se-á de acordo como órgão consultivo e fiscalizador do sistema de ensino muni-
com o plano de aplicação que atenda as diretrizes do plano muni- cipal.
cipal de educação. Art. 203. O Conselho Municipal de Educação, órgão normati-
§ 1º Caberá ao Conselho Municipal de Educação e à Câmara vo, consultivo e deliberativo do sistema de ensino do Município de
Municipal, no âmbito de suas competências, exercer a fiscalização Guarulhos, será constituído por Lei aprovada pela Câmara Muni-
sobre o cumprimento das determinações constantes neste artigo.

199
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
cipal de Vereadores, objetivando estabelecer competências, disci- zação dos processos cognitivos, da formação da personalidade, das
plinar a eleição dos membros e normatizar o seu funcionamento. relações interpessoais, do desenvolvimento físico, das condições
(NR - Emenda nº 015) sociais e da comunicação. (NR - Emenda nº 012)
§ 1º São atribuições do Conselho Municipal de Educação: § 2º Constituem a equipe técnica multidisciplinar os Psicólogos,
I - examinar e avaliar o desempenho das unidades escolares Fonoaudiólogos, Assistentes Sociais, Psicopedagogos, Fisioterapeu-
componentes do sistema municipal; tas e Terapeutas Ocupacionais lotados na Secretaria de Educação.
II - estudar e formular proposta de alteração de estrutura técni- (NR - Emenda nº 012)
co-administrativa, da política de recursos humanos e outras medi- Art. 210. O Município promoverá neste ano e após este, a cada
das que visem ao aperfeiçoamento do ensino. dois anos, o censo dos munícipes analfabetos.
§ 2º O Conselho Municipal de Educação compor-se-á, de repre- Parágrafo único. Após a realização do censo previsto no caput,
sentantes dos órgãos públicos, de representantes dos trabalhado- a Prefeitura deverá tomar as seguintes providências:
res da educação, alunos, pais e outras entidades da sociedade civil I - ampla divulgação de seus números;
vinculadas às questões educacionais. II - estabelecer um programa de alfabetização de adultos em
Art. 204. A educação é um direito de todo cidadão independen- caráter emergencial supervisionado pelo Conselho Municipal de
te da faixa etária, sendo gratuita e de boa qualidade, nos seus dife- Educação.
rentes níveis e modalidades, inclusive para os que a ela não tiverem Art. 211. Fica instituído o ensino religioso ecumênico, de ma-
acesso na idade própria, sendo garantida nesses casos através do trícula facultativa.
ensino supletivo municipal. Art. 212. A segurança das escolas municipais será de responsa-
Art. 205. O Prefeito Municipal encaminhará para apreciação bilidade do Município.
legislativa a proposta do plano municipal de educação, elaborado Art. 213. Em cumprimento ao disposto no artigo 208 da Consti-
pelo Conselho Municipal de Educação, respeitando as diretrizes e tuição Federal e artigo 249 da Constituição Estadual, deverá o Mu-
normas gerais estabelecidas pelo plano nacional e estadual com ob- nicípio, fornecer o material escolar aos alunos da pré-escola perten-
jetivo de estabelecer prioridades e metas para o setor. centes a famílias carentes.
Parágrafo único. O plano municipal de educação apresentará Art. 214. Nos 10 (dez) primeiros anos a partir da promulgação
estudos sobre as características sociais, econômicas, culturais e desta Lei, o Município aplicará o mínimo de 25% (vinte e cinco por
educacionais do ensino e educação, bem como, as eventuais solu- cento) do total das receitas de impostos, compreendida a prove-
ções a curto, médio e longo prazos. niente de transferências na manutenção e desenvolvimento do sis-
Art. 206. O estatuto do magistério deverá ser aprovado através tema de ensino, com atendimento prioritário, na ordem das seguin-
de projeto de lei do Prefeito Municipal. tes modalidades de ensino:
Parágrafo único. O texto do projeto deverá ser previamente I - educação infantil;
discutido na rede municipal, com tempo hábil para apresentação II - alfabetização de jovens e adultos em ensino profissionali-
de sugestões. zante;
Art. 207. A educação escolar deverá adotar, além das formas III - ensino especial;
convencionais de ensino regular, outros processos alternativos, es- IV - ensino fundamental.
tratégias e metodologias que se revelem mais adequadas ao atingir Art. 215. O Poder Público local diligenciará junto aos governos
os objetivos dados às características dos educandos. federal e estadual no sentido de ser implantada no Município, uma
Art. 208. A educação ambiental será considerada na concepção universidade pública e gratuita.
dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem cons-
tituir-se em disciplina específica, implicando no desenvolvimento CAPÍTULO II
de hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à DA CULTURA
natureza, a partir do cotidiano da vida escolar e:
I - Deve estar voltada para a solução dos problemas concretos Art. 216. O Poder Público garantirá a todos o pleno exercício
da sociedade, particularmente os da comunidade local. dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura, apoiando e
II - Orientar a ação educativa para participação comunitária, incentivando a valorização e a difusão de suas manifestações no
tendo em vista a formação de atitudes democráticas e de defesa âmbito do Município.
consciente do meio ambiente. Art. 217. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão pu-
Art. 209. O Município deverá garantir a participação do psicólo- nidos, na forma da Lei.
go na área da educação, através de serviços descentralizados, com Art. 218. A lei criará o Conselho Municipal de Cultura como ór-
o objetivo de atender a comunidade como um todo, dando priori- gão promotor de pesquisa, identificação, proteção e valorização do
dade ao nível preventivo. patrimônio cultural do Município estabelecendo a sua composição
Art. 209. O Município deve garantir a participação da equipe e atribuições.
técnica multidisciplinar para prestar serviços vinculados ao ensino, Art. 219. As ações governamentais na área da cultura obedece-
visando a consecução dos objetivos básicos das instituições educa- rão os seguintes princípios:
cionais nos níveis: (NR - Emenda nº 012) I - liberdade de criação artística e cultural;
I - Educação Básica (Educação Infantil, Educação Fundamental e II - igualdade de oportunidade no acesso aos processos de pro-
Ensino Médio); (NR - Emenda nº 012) dução cultural;
II - Educação Especial; (NR - Emenda nº 012) III - busca de sua sintonia com a política municipal de educação;
III - Educação de Jovens e Adultos; e, (NR - Emenda nº 012) IV - garantia de sua independência face a pressões de ordem
IV - Ensino Profissionalizante. (NR - Emenda nº 012) econômica ou de conteúdo particular;
§ 1º Caberá à equipe técnica multidisciplinar assessorar os V - expressão dos interesses e aspirações do conjunto da so-
profissionais de ensino da Rede Municipal de Ensino Público no ciedade.
processo ensino-aprendizagem, visando a compreensão e a otimi-

200
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo único. As atividades culturais poderão receber apoio CAPÍTULO IV
financeiro do Município, tanto para sua produção, quando para sua DO CONSELHO MUNICIPAL DE DEFESA
divulgação.
Art. 220. Fica assegurada a autonomia das entidades culturais Art. 228. O Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Ado-
representativas do Município, quanto a sua organização e funcio- lescente é um órgão deliberativo das ações de atendimento à crian-
namento. ça e ao adolescente a nível municipal.
Art. 221. O Poder Público Municipal proporcionará a criação de Parágrafo único. A participação popular será assegurada por
salas para ensaios e oficinas artísticas, teatros, bibliotecas, cine-clu- organizações representativas.
bes, galerias para vernissage e exposições, nos bairros do Municí- Art. 229. O conselho será composto de membros efetivos, de
pio, para a difusão da arte e cultura a toda comunidade. órgãos administrativos municipais e de entidades populares, como:
Parágrafo único. A guarda e a manutenção dos espaços cita- I - escolas (APMs) e conselhos escolares;
dos no caput deste artigo ficarão sob a responsabilidade do Poder II - entidades filantrópicas ligadas ao trabalho com criança e
Executivo, que deverá elaborar e proporcionar as atividades nesses adolescente;
locais. III - conselho de saúde;
Art. 222. O Município adotará medidas de preservação dos IV - associação de bairros.
documentos, obras, monumentos, além de outros bens de valor Art. 230. São atribuições do conselho:
histórico, artístico e cultural, bem como das paisagens naturais e I - A produção e o apoio a estudos, pesquisas e estatísticas so-
construções notáveis e dos sítios arqueológicos, ouvida, quando for bre problemas da criança e do adolescente do Município;
o caso, a comunidade local. II - A conscientização e a mobilização da opinião pública no
Art. 223. O Município fica autorizado a proceder o tombamen- sentido da indispensável participação dos diversos segmentos da
to de bens móveis e imóveis de interesse cultural, histórico ou pai- sociedade;
sagístico, após inventário, justificando o valor dos mesmos, de acor- III - A criação de programas específicos, conforme as necessi-
do com a legislação específica. dades do Município;
Art. 224. O governo municipal providenciará na forma da lei a IV - A organização do atendimento a nível municipal;
proteção do patrimônio histórico, cultural e paisagístico, mediante: V - A priorização e a distribuição de fundos municipais, estadu-
I - a preservação dos bens imóveis de valor histórico; ais e nacionais, de acordo com programas estabelecidos.
II - a custódia dos documentos públicos;
III - a sinalização das informações sobre a vida cultural e histó- CAPÍTULO V
rica da cidade; DO CONSELHO TUTELAR
IV - desapropriações;
V - a emissão de selos autorizativo para veiculação de imagens Art. 231. O Conselho Tutelar é um órgão administrativo, perma-
publicitárias sejam elas de iniciativa privada ou pública. nente e autônomo, tendo por finalidade o atendimento dos direitos
Parágrafo único. O disposto neste artigo abrange os bens de da criança e do adolescente.
natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em con- Art. 232. São atribuições do Conselho Tutelar:
junto, relacionados com a identidade, a ação e a memória, dos di- I - atender as crianças e adolescentes em situação de risco;
ferentes grupos formados da comunidade guarulhense, incluídos: II - atender e aconselhar os pais ou responsáveis;
I - as formas de expressão; III - promover a execução de suas decisões e resolver os respec-
II - os modos de criar, fazer e viver; tivos incidentes, podendo para tanto:
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; a) requisitar os serviços públicos responsáveis nas áreas de saú-
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espa- de, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
ços destinados a manifestações culturais; b) representar a autoridade jurídica nos casos de descumpri-
V - os conjuntos urbanos e sítios de valores histórico, paisagís- mento injustificado de suas deliberações;
tico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico, científico e IV - inspecionar delegacias de polícia, presídios, entidades de
turístico. internação e acolhimento, e demais estabelecimentos públicos, ou
Art. 225. Cabe à administração pública, na forma da lei, a ges- privados em que possam se encontrar crianças e adolescentes;
tão da documentação e as providências para franquear sua consulta V - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons-
a quem dela necessitar. titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança
Art. 226. O Município estimulará, através de mecanismos le- ou adolescente;
gais, os empreendimentos privados que se voltarem à preservação VI - encaminhar à autoridade jurídica os casos de sua compe-
e restauração do patrimônio cultural e histórico. tência;
VII - providenciar a medida de proteção que entender adequa-
CAPÍTULO III da aos adolescentes autores de ato infracional encaminhados pela
DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE autoridade judiciária ou pelo Ministério Público;
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS VIII - substituir a medida originalmente aplicada por outra que
julgar mais adequada;
Art. 227. Para que sejam assegurados todos os direitos da IX - expedir notificações;
criança e do adolescente, previsto nos artigos 227, 228 e 229 da X - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou
Constituição Federal e de seus parágrafos e incisos, forme-se em adolescente em situação de risco.
Guarulhos um Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Ado- Art. 233. Cabe ao Executivo Municipal o encaminhamento legal
lescente e Conselhos Tutelares. para formação do conselho, dois meses após a aprovação da Lei
Orgânica.

201
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO VI III - proibição de internação compulsória, exceto nos casos de-
DA SAÚDE finidos em lei.
Art. 237. O Município, integrando o sistema único de saúde
Art. 234. A saúde é um direito de todos os munícipes e dever definido na Constituição da República, prestará com a cooperação
do Poder Público no que se refere: técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento
I - à implantação de políticas sociais, econômicas e ambientais à saúde da população.
que visem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e da Parágrafo único. É vedado ao Poder Público Municipal, cobrar
coletividade e à redução dos riscos de doenças e outros agravos; do usuário pela prestação de serviços de atendimento à saúde.
II - ao acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de Art. 238. Fica assegurada à população, na forma da lei, a parti-
saúde em todos os níveis; cipação e o controle das unidades de saúde municipais.
III - ao direito de obtenção de informações e esclarecimentos Art. 239. Para assegurar a todos o direito à saúde, previstos nas
de interesse da saúde individual e coletiva, assim como sobre as Constituições Federal e Estadual, forma-se em Guarulhos, o Conse-
atividades desenvolvidas pelo sistema; lho Municipal de Saúde.
IV - ao atendimento integral do indivíduo abrangendo a promo- Art. 240. Cabe ao Executivo Municipal, dois meses após a publi-
ção, preservação e recuperação da saúde; cação da Lei Orgânica, o encaminhamento legal para a formação do
V - ao controle, redução e eliminação da poluição ambiental, Conselho Municipal de Saúde.
inclusive nos locais de trabalho; Art. 241. O Conselho Municipal de Saúde é um órgão delibera-
VI - ao direito de trabalhar em condições dignas e seguras; tivo e controlador de todas as ações de atendimento à população,
VII - ao direito de atendimento psicológico sem distinção de em nível municipal, na área da saúde.
classe social e que se garanta a saúde mental da comunidade desde Art. 242. A participação popular será assegurada por organiza-
à infância até a terceira idade; ções representativas.
VIII - o Município deverá garantir a participação do psicólogo, Art. 243. O conselho será composto de membros efetivos, sen-
na área da saúde, através de serviços descentralizados com o obje- do de órgãos administrativos municipais e entidades populares, da
tivo de atender a comunidade como um todo, dando prioridade ao seguinte forma:
nível preventivo. I - associações profissionais ligadas à área da saúde;
Art. 235. Compete ao Município: II - entidades filantrópicas ligadas ao trabalho com doentes e
I - a identificação e controle dos fatores determinantes e con- idosos;
dicionantes da saúde individual e coletiva mediante, especialmente III - associações de bairros;
às ações referentes à: IV - centrais sindicais sediadas no Município.
a) vigilância sanitária; Art. 244. São atribuições do Conselho Municipal de Saúde:
b) vigilância epidemiológica; I - discutir e decidir sobre as questões da política da saúde;
c) saúde do trabalhador; II - avaliar os gastos da Secretaria Municipal da Saúde;
d) saúde do idoso; III - desenvolver programa de saúde;
e) saúde da mulher; IV - estabelecer a política de recursos humanos;
f) saúde da criança e do adolescente; V - acompanhar o orçamento;
g) saúde dos portadores de deficiências; VI - fiscalizar o fundo municipal de saúde;
h) saúde mental; VII - fiscalizar as entidades conveniadas com o SUDS - Sistema
II - fiscalizar e controlar a produção e distribuição de compo- Unificado e Descentralizado de Saúde.
nentes farmacêuticos, produtos químicos, medicamentos imuno- Art. 245. O Conselho reunir-se-á ordinariamente uma vez por
biológicos, hemoderivados e produtos biotecnológicos; mês.
III - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle Art. 246. A coordenação das reuniões estará a cargo de um Pre-
de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo sidente escolhido por seus pares na primeira reunião anual.
humano; Parágrafo único. O mandato dos conselheiros será de dois anos,
IV - assegurar à mulher a assistência pré-natal, parto e pós-par- podendo ser reeleitos por dois mandatos.
to, bem como, nos termos da lei federal, o direito de evitar e inter- Art. 247. É vedada a nomeação ou designação para cargo ou
romper a gravidez, sem prejuízo para a saúde, garantindo o atendi- função de chefia ou assessoramento na área de saúde em qualquer
mento na rede pública municipal da saúde; nível, de pessoa que participe de direção, gerência ou adminis-
V - divulgar, obrigatoriamente, qualquer dado ou informação tração de entidades que mantenham contratos ou convênio com
que importe em risco à saúde individual, coletiva ou ao meio am- o sistema único de saúde, no âmbito municipal, ou sejam por ele
biente; credenciados.
VI - resguardar o direito à auto-regulação da fertilidade como Art. 248. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
livre decisão do homem, da mulher ou do casal, tanto para exercer Parágrafo único. As instituições privadas poderão participar, de
a procriação como para evitá-la, provendo os meios educacionais, forma complementar, do sistema único de saúde, segundo diretri-
científicos e assistenciais para assegurá-lo, vedada qualquer forma zes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
coercitiva ou de indução por parte de instituições públicas ou pri- preferência as entidades filantrópicas e as sem fim lucrativos.
vadas. Art. 249. Fica vedada a destinação de recursos públicos para
Art. 236. Deverá o Município desenvolver ações voltadas à saú- conceder auxílios ou subvenções às instituições privadas de saúde
de mental que obedecerão os seguintes princípios: com fins lucrativos.
I - rigoroso respeito aos direitos do doente mental, inclusive Art. 250. O Município assegurará, progressivamente, integrado
quando internado; ao sistema único de saúde, a universalização da assistência de igual
II - política de desospitalização que priorize e amplie atividades qualidade, com instalação e acesso a todos os níveis do serviço, à
e serviços extra-hospitalares; população urbana e rural.

202
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 251. A lei disporá sobre a criação de um centro de triagem IV - aprovar as medidas de higiene, segurança e medicina do
para atendimento a menores carentes. trabalho previstas nos projetos de instalações industriais e demais
Art. 252. Fica assegurado ao paciente internado em hospitais atividades produtivas e de serviços, no sentido de que atendam às
da rede pública a faculdade de ser assistido religiosa e espiritual- normas de salubridade do trabalho;
mente. V - elaborar cadastramento de todas as empresas do Municí-
pio para identificação dos riscos à saúde existentes, planejamento e
CAPÍTULO VII execução de ações de prevenção;
DA PREVENÇÃO VI - constituir-se em referência para diagnóstico, tratamento e
controle de doenças decorrentes do trabalho;
Art. 253. As ações e serviços de preservação da saúde e do VII - dar conhecimento aos trabalhadores a nível de cada em-
meio ambiente abrangem o ambiente natural, os locais públicos e presa e à sua representação sindical, dos riscos presentes no traba-
de trabalhos. lho, bem como as recomendações para a sua eliminação e controle;
Art. 254. O Poder Público Municipal deverá adotar ações e me- VIII - estruturar sistema de vigilância epidemiológica para aci-
didas que objetivem a preservação, o controle e a eliminação das dentes e doenças do trabalho como um dos instrumentos a serem
nocividades e periculosidades do ambiente de trabalho, bem como: utilizados para orientar as ações de prevenção e adequação conti-
I - estabelecer a obrigatoriedade e a responsabilidade para nuada dos serviços de atenção à saúde;
que, no projeto, na fabricação, na comercialização e no uso de má- IX - exercer supervisão de todos os serviços de saúde privados
quinas, equipamentos e diversos produtos de uso laboral e domés- com atividades na área municipal, estejam eles localizados no inte-
tico, assim como nos projetos, e execução de edificações, obras e rior das empresas, incluídos Serviço Especial de Segurança e Medi-
serviços em geral, estejam contidos dispositivos e especificações de cina do Trabalho, bem como os externos às mesmas, no sentido de
segurança, prevenindo também danos ao meio ambiente e à popu- garantir a aplicação das normas necessárias.
lação em geral; Parágrafo único. Fica assegurada a participação de entidades
II - conhecer, sistematizar e fiscalizar as técnicas e os sistemas representativas dos trabalhadores no conselho de direção do Servi-
de produção, armazenamento, transporte, comercialização, utili- ço de Saúde do Trabalhador, na forma a ser definida em lei.
zação, reprocessamento e destino final de substâncias e produtos, Art. 257. Compete ao Poder Público Municipal, de ofício ou me-
bem como o uso de recursos, instrumentos, métodos e instalações diante denúncia de risco à saúde, proceder a avaliação das fontes
que comportem riscos efetivos ou em potencial para a qualidade de de risco, no meio ambiente ou no ambiente de trabalho e determi-
vida e do meio ambiente incluindo o de trabalho; nar a adoção das providências para que cessem os motivos que lhe
III - capacitar o SUSM - Serviço Único de Saúde do Município, deram causa.
para o atendimento adequado aos acidentados do trabalho e do- § 1º A avaliação referida no caput deste Artigo deverá ser
enças profissionais, envolvendo ações de prevenção, diagnóstico, acompanhada pelo próprio denunciante, ou por representante de-
tratamento e reabilitação. signado pelo sindicato de sua categoria profissional.
Art. 255. O Poder Público Municipal garantirá: § 2º Ao sindicato de trabalhadores, ou representante que de-
I - proteção ao trabalhador, no exercício das atividades laborais, signar, é garantido requerer a interdição da máquina de setor de
contra toda e qualquer condição nociva à saúde física e mental; serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposi-
II - acesso dos cidadãos a informações, registros, inspeções e ção à risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
estudos referentes aos riscos à saúde presentes nos locais de tra- § 3º Em condições de risco grave ou iminente, no local de tra-
balho, bem como ao resultado das avaliações de suas condições de balho, será lícito ao empregado ou terceiro interessado interromper
saúde realizadas por quaisquer serviços de saúde; suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a elimina-
III - o direito de conhecer e participar, através de suas represen- ção de risco.
tações sindicais e de locais de trabalho, da elaboração e aplicação § 4º O Poder Público Municipal intervirá com poder de polícia,
das normas e medidas para prevenção, registro de acidentes e do- em qualquer empresa, para garantir a saúde e a segurança dos em-
enças de trabalho, assim como promover pesquisas, participar da pregados nos ambientes de trabalho.
elaboração, planejamento, aplicação e avaliação de todas as medi- Art. 258. É vedada à administração pública direta, indireta e
das necessárias para resguardar e promover sua saúde; fundacional do Município:
IV - o direito de acompanhar, através de suas representações I - a celebração ou manutenção de contratos com empresas
sindicais e de locais de trabalho, as ações de fiscalização e a avalia- que não comprovem o atendimento das normas de prevenção am-
ção dos ambientes de trabalho. biental, das relativas à saúde e à segurança do trabalho e das obri-
Art. 256. Fica criado no Município o Serviço de Saúde do Traba- gações trabalhistas, previdenciárias e sociais;
lhador que, em consonância com o SUDS Municipal, tem por com- II - a concessão de créditos, incentivos e isenções fiscais às em-
petência e objetivo: presas nas mesmas condições do inciso anterior.
I - livre acesso aos locais de trabalho; Art. 259. O transporte dos trabalhadores urbanos e rurais não
II - identificação, avaliação e controle dos fatores nocivos pre- poderá ser realizado em carrocerias de caminhões e caminhonetes,
sentes nos ambientes de trabalho e indicação de medidas para pre- devendo sempre ser realizado em ônibus, ou outro meio adequado
venção de acidentes e doenças do trabalho; ao transporte de passageiros em condições de segurança e confor-
III - realização de avaliação dos ambientes de trabalho e do to.
estado de saúde dos trabalhadores, sempre que julgar necessária Art. 260. Compete ao Município estabelecer e implantar polí-
para melhor orientar as ações de prevenção e o que for solicitado tica de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com partici-
pelos trabalhadores; pação, no que couber, das entidades representativas de categorias
profissionais e econômicas.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Parágrafo único. As normas de prevenção de acidentes e doen- Art. 266. A administração deverá criar a Casa do Pequeno Tra-
ças do trabalho integrarão obrigatoriamente, o código sanitário do balhador, acomodando os menores, principalmente os carentes,
Município, que deverá ser elaborado em seis meses, sendo seu des- para lhes dar amparo de vida de forma geral, em conjunto com o
cumprimento por parte das empresas, passível de correspondentes Juizado de Menores da cidade.
sanções a serem definidas na sua elaboração. Art. 267. Fica assegurado, e lei ordinária disporá, que a muni-
cipalidade criará a Casa de Amparo ao Menor Carente, dotando-a
CAPÍTULO VIII de infra-estrutura necessária à orientação e formação dos infantes.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL Art. 268. A municipalidade criará a Casa de Amparo à Mulher.
Art. 269. A administração municipal responsabilizar-se-á pelos
Art. 261. A assistência social é um direito de todos, indepen- cemitérios e serviços funerários públicos e fiscalizará os privados
dentemente de contribuição de qualquer tipo, tendo por finalidade: nos termos da lei.
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescên-
cia e à velhice; CAPÍTULO IX
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; DO DESPORTO, TURISMO E LAZER
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de defi- Art. 270. Cabe ao Município apoiar e incentivar as práticas es-
ciência e a promoção de sua integração à vida comunitária. portivas formais e não-formais e o lazer como direito de todos.
Art. 262. A lei garantirá a saúde e a integração social dos muní- Art. 271. O Município proporcionará meios para a prática do
cipes portadores de deficiência prevendo: esporte e recreação à comunidade, através de ações diretas ou de
I - a elaboração de programas específicos de educação e o for- estímulos para a auto-gestão comunitária dessas ações, em espe-
necimento de material didático, indispensáveis ao seu atendimento cial mediante:
na rede escolar pública; I - implantação de estádio poli-esportivo que atenda certames
II - a sua instrução adequada, na hipótese da dificuldade da de todos os níveis;
frequência aos estabelecimentos de ensino; II - construção de praças de esporte na periferia para o desen-
III - o direito à matrícula, na escola pública municipal mais pró- volvimento do esporte amador;
xima de sua residência; III - criação de balneários municipais e pistas de atletismo, esti-
IV - cursos de formação, reciclagem e treinamento de docentes mulando e orientando a prática e a difusão da educação física;
para atuarem na sua educação e formação profissional; IV - desenvolvimento de novos espaços, tendo em vista a prá-
V - a preferência do comércio informal nas ruas e logradouros tica desportiva e atividades de lazer às crianças, aos idosos e aos
públicos; portadores de deficiência, de maneira a integrá-los à comunidade.
VI - a criação de centros profissionalizantes para o treinamento, Art. 272. O Município concederá auxílios e subvenções de acor-
habilitação e reabilitação profissional de deficientes físicos e men- do com suas disponibilidades orçamentárias, às ligas e demais en-
tais, assegurando a integração entre educação e trabalho; tidades esportivas.
VII - obrigatoriedade de instalação, nos elevadores, de painéis Art. 273. Fica assegurado o transporte gratuito aos integran-
de controle, cujas indicações sejam impressas em alto relevo. tes de equipes campeãs do Município na modalidade de futebol de
Art. 263. O Município assegurará aos idosos a integração na co- campo e salão amador, nas rodadas dos campeonatos respectivos.
munidade, defendendo sua dignidade e seu bem-estar, garantindo Parágrafo único. Às equipes participantes do campeonato esta-
ao idoso o acesso aos equipamentos, serviços e programas cultu- dual de futebol profissional de campo será assegurado o direito de
rais, educativos e recreativos, através: que trata o caput do presente artigo.
I - da precedência no atendimento nas repartições públicas; Art. 274. O Poder Público incentivará o turismo no Município,
II - da não-aprovação de plantas de construções destinadas ao facilitando a visita de estudantes e da população em geral, a locais
atendimento do público em que barreiras arquitetônicas dificultem públicos, convenientemente mantidos, para este fim, com o intuito
a sua utilização por idosos; de divulgar os principais locais e eventos da cidade.
III - de implantação de programas permanentes, visando a inte- Parágrafo único. Órgão próprio da administração municipal
gração das gerações; implantará projetos especiais, para o desenvolvimento do turismo
IV - do desenvolvimento de programas educativos, visando ga- voltado às crianças carentes.
rantir a permanência do idoso com a sua família.
Parágrafo único. Serão construídos, admitidos o apoio da inicia- CAPÍTULO X
tiva privada, lares comunitários, dotados de infra-estrutura médica, DA DEFESA DO CONSUMIDOR
odontológica, psicológica e de lazer, onde se desenvolvam ativida-
des condizentes com as condições físicas e psíquicas dos idosos, Art. 275. O Município assegurará, no âmbito de sua competên-
para a permanência destes em regime de internato ou semi-inter- cia, a defesa do consumidor.
nato. Art. 276. A defesa do consumidor será executada mediante:
Art. 264. As entidades assistenciais do Município deverão man- I - incentivo ao controle de qualidade dos serviços públicos pe-
ter atualizados os seus cadastros junto à Prefeitura e à Câmara, para los usuários;
fins de concessão de auxílios e subvenções. II - atendimento, orientação, conciliação e encaminhamento do
Art. 265. Fica vedada a distribuição de recursos públicos, na consumidor, por meio de órgãos especializados;
área da assistência social, diretamente, ou através de indicação ao III - pesquisa, informação, divulgação e orientação ao consu-
órgão competente, por ocupante de mandato eletivo. midor;
IV - fiscalização de preços, observada a competência normativa
da União;
V - estímulo à organização dos produtores rurais;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
VI - assistência jurídica ao consumidor carente; XIII - as medidas de proteção permanente das águas contra
VII - proteção contra a publicidade enganosa; ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;
VIII - apoio e estímulo ao cooperativismo e outras formas as- XIV - a descrição técnica de áreas de preservação de águas uti-
sociativas; lizáveis para abastecimento populacional;
IX - luta pela efetiva prevenção e reparação de danos causados XV - a observância de programas permanentes de racionaliza-
aos direitos individuais, coletivos e difusos; e ção do uso das águas destinadas ao abastecimento público e indus-
X - divulgação sobre o consumo adequado dos bens e serviços, trial, à irrigação, assim como programas de combate às inundações.
resguardada a liberdade de escolha. Art. 281. Cabe ao Poder Público, através dos órgãos e entidades
Art. 277. A lei criará o Conselho Municipal de Proteção ao Con- da administração direta, indireta e fundacional:
sumidor, estabelecendo sua composição e atribuições. I - preservar e reservar os processos ecológicos dos ecossiste-
mas;
CAPÍTULO XI II - preservar e restaurar a diversidade e a integridade do patri-
DO MEIO AMBIENTE mônio genético, biológico e paisagístico no âmbito municipal e fis-
calizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação genética;
Art. 278. Todos têm direito a um meio ambiente equilibrado III - definir e implantar áreas e seus componentes representati-
ecologicamente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia vos de todos os ecossistemas originais do espaço territorial do Mu-
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade, nicípio, a serem especialmente protegidos, sendo a alteração ou su-
o dever de defendê-lo e preservá-lo para a presente e futuras ge- pressão, inclusive dos já existentes, permitidas somente nos termos
rações. da lei, vedada qualquer utilização dos atributos que comprometam
§ 1º Entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, a integridade dos mesmos;
leis, influências e interações de ordem física, química e biológica IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou de ins-
que permite, abriga e rege a vida em todas as formas. talação de atividade industrial potencialmente causadora de signi-
§ 2º O direito ao ambiente saudável estende-se ao ambiente ficativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
do trabalho, ficando o Município obrigado a proteger o trabalhador, ambiental, cuja licença de funcionamento será concedida apenas
no limite de sua competência, contra toda condição nociva, física e após sua aprovação;
mental. V - proteger a fauna e a flora, vedadas às práticas que colo-
§ 3º Nenhum padrão ambiental no Município poderá ser me- quem em risco a sua função ecológica, provoquem a extinção de
nos restritivo do que os padrões fixados pela Organização Mundial espécies ou submetam os animais à crueldade, fiscalizando a extra-
de Saúde. ção, captura, produção, transportes, comercialização e consumos
Art. 279. Fica proibido no Município de Guarulhos, a qualquer de seus exemplares e de seus sub-produtos;
título, a utilização, manuseio e a fabricação de substâncias químicas, VI - a educação ambiental será considerada na concepção dos
proibidas ou desaconselhadas pela Organização Mundial de Saúde. conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir
Art. 280. O Poder Público elaborará e implantará através de lei, disciplina específica, implicando no desenvolvimento de hábitos e
um plano municipal de meio ambiente e recursos naturais, com o atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, a
objetivo de identificar as características dos meios físico e biológico, partir do cotidiano da vida escolar;
diagnosticando os problemas relativos aos mesmos e traçando dire- VII - criar o núcleo de educação ambiental do Município for-
trizes para o seu aproveitamento racional. mado por uma equipe multidisciplinar para orientação técnica e
Parágrafo único. O plano de que trata o presente artigo estabe- pedagógica que, entre suas atribuições, promoverá campanhas de
lecerá, dentre outras, as seguintes disposições: conscientização para: preservação, conservação e recuperação do
I - os critérios para a instituição de “áreas de especial atenção”; meio ambiente;
II - a descrição técnica das áreas de significativa potencialidade VIII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de pes-
de degradação do meio ambiente; quisa e exploração de recursos naturais no território do Município;
III - a identificação de obras e atividades de considerável poten- IX - estabelecer critérios, normas e padrões de proteção am-
cial de degradação do meio ambiente; biental, nunca inferiores aos padrões internacionalmente aceitos;
IV - o levantamento das áreas de efetiva necessidade de recu- X - controlar e fiscalizar as instalações, equipamentos e ativida-
peração; des que comportem risco efetivo ou em potencial para a qualidade
V - as normas norteadoras dos estudos técnicos de impacto de vida e ao meio ambiente.
ambiental; Art. 282. Os servidores públicos encarregados da execução da
VI - as regras definidoras das soluções técnicas para a recupera- política municipal de meio ambiente que tiverem conhecimento
ção do meio ambiente degradado; de infrações às normas e padrões de proteção ambiental, deverão
VII - as sanções administrativas a serem aplicadas aos infratores comunicar o fato ao Ministério Público e à Secretaria de Assuntos
por conduta ou atividades lesivas ao meio ambiente, inclusive do Jurídicos do Município, para instauração de inquérito cível, indican-
trabalho; do os respectivos elementos de convicção, sob pena de responsa-
VIII - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas bilidade funcional.
e sua prioridade para o abastecimento da população; Parágrafo único. Concluído o inquérito cível pela procedência
IX - o tipo de tratamento técnico necessário para melhorar as da denúncia, o Município ajuizará a ação cível pública por danos
condições de saúde da população; ao meio ambiente no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar do
X - o levantamento geológico do Município; reconhecimento da denúncia, sempre que o Ministério Público não
XI - o estabelecimento de incentivos para a pesquisa voltada à o fizer.
proteção do meio ambiente;
XII - a fixação de soluções técnicas visando o combate à erosão
do solo;

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 283. As associações, legalmente constituídas para defesa Art. 286. Todo o imóvel tombado ou de interesse histórico e
do meio ambiente e do patrimônio cultural, poderão acompanhar arquitetônico que estiver ameaçado de desabamento ou ruína, so-
o procedimento administrativo de apuração e sanção das infrações frerá, por parte do Poder Público Municipal, interdição preventiva,
relativas ao meio ambiente e ao patrimônio cultural, podendo in- acompanhada de escoreamento e proteções, até que seu proprie-
terpor recursos. tário ou órgão público competente providencie a sua recuperação
Art. 284. O Poder Executivo deverá: ou restauração.
I - determinar a realização periódica, por instituições capacita- Art. 287. Haverá redução do imposto sobre a propriedade pre-
das e, preferencialmente, sem fins lucrativos, de auditorias ambien- dial e territorial para quem conservar imóvel tombado como de in-
tais e programas de monitoragem que possibilitem a correta avalia- teresse para o patrimônio histórico, na forma da lei.
ção e a minimização da poluição, às expensas dos responsáveis por § 1º O montante abatido no imposto referido no caput deste
sua ocorrência; artigo deverá ser obrigatoriamente aplicado, pelo proprietário, na
II - celebrar convênios com universidades, centros de pesquisa, conservação do imóvel tombado.
associações civis e organizações sindicais nos esforços para garantir § 2º O Poder Público, na forma da lei, adotará outras medidas e
e aprimorar o gerenciamento ambiental; incentivos para quem reciclar imóveis tombados, dando-lhes novas
III - estimular a utilização de fontes energéticas alternativas, destinações e conservando suas características arquitetônicas.
e, em particular, do gás natural e do biogás para fins automotivos, Art. 288. A instalação de qualquer obra ou equipamento ur-
bem como de equipamentos e sistemas de aproveitamento da bano através de organismos federais ou estaduais que impliquem
energia solar eólica; ou causem impacto ambiental, deverá ser analisada pelo Conselho
IV - garantir o acesso da população às informações sobre as Municipal de Meio Ambiente antes da expedição de qualquer ato
causas da poluição e da degradação ambiental. administrativo por parte da Municipalidade.
Parágrafo único. O Poder Público divulgará, anualmente os Art. 289. O Município adotará o princípio poluidor pagador,
seus planos, programas e metas para a recuperação da qualidade devendo as atividades causadoras de degradação ambiental arca-
ambiental, incluindo informações detalhadas sobre a alocação dos rem integralmente com os custos de monitoragem e controle de
recursos humanos e financeiros, bem como relatório de atividades recuperação das alterações do meio ambiente decorrentes de seu
e desempenho relativo ao período anterior. exercício, sem prejuízo da aplicação de penalidades administrativas
Art. 285. São instrumentos de execução da política municipal e da responsabilidade civil.
do meio ambiente estabelecida nesta Lei Orgânica: Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo incluirá a im-
I - o tombamento de bens; posição de taxa pelo exercício do poder de polícia proporcional aos
II - a sinalização ecológica; seus custos totais e vinculada à sua operacionalização.
III - a fixação de normas e padrões municipais como condições Art. 290. O Poder Executivo instituirá sistemas de unidades de
para o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras; conservação, visando a zelar pela utilização racional e sustentada
IV - a permanente fiscalização do cumprimento das normas e dos recursos naturais e, em particular, pela integridade do patri-
padrões ambientais estabelecidas na legislação federal, estadual e mônio ecológico, genético, paisagístico, histórico, arquitetônico,
municipal; cultural e arqueológico, em benefício das gerações atuais e futuras.
V - o estabelecimento de sanções administrativas de caráter Art. 291. Fica proibida a instalação de quaisquer equipamentos
progressivo a empresas e estabelecimentos que exerçam atividades radioativos no Município, exceto aqueles com finalidade médico-
poluidoras, até a própria interdição da atividade; -hospitalar e odontológico.
VI - a criação, a instalação e o permanente funcionamento de § 1º Os equipamentos referidos neste artigo serão obrigatoria-
um Conselho Municipal de Proteção ao Meio-Ambiente cuja com- mente cadastrados junto à administração municipal.
petência será definida em lei e terá a seguinte composição: § 2º Quando os equipamentos saírem de uso, o fato deverá ser
a) membros indicados pelo Poder Executivo; notificado à administração municipal, juntamente com a indicação
b) membros indicados por associações civis que tenham por do destino do mesmo, de modo a garantir o seu armazenamento
objetivo a proteção ao meio ambiente, conforme estabelecido em em condições de segurança.
lei; Art. 292. A lei disciplinará a coleta, o tratamento e a destinação
VII - concessão de incentivos fiscais e tributários, conforme es- final do lixo industrial, doméstico, hospitalar e demais atividades
tabelecidos em lei àqueles que: que cuidem da saúde humana e animal, bem como outros resíduos
a) implantarem tecnologias de produção ou de controle que decorrentes da atividade humana de modo a evitar possíveis danos
possibilitem a redução das emissões poluentes a níveis significati- ao meio ambiente e à saúde da população.
vamente abaixo dos padrões em vigor; Art. 293. As empresas que possuírem usinas de asfalto, deve-
b) adotarem fontes energéticas alternativas menos poluentes; rão obrigatoriamente ter o equipamento necessário antipoluente,
VIII - proibição de se conceder qualquer espécie de benefício como filtros e similares.
ou incentivo fiscal ou creditício àqueles que hajam infringido nor- Art. 294. O Município instituirá, mediante lei, “áreas de espe-
mas e padrões de prática ambiental, nos 5 (cinco) anos anteriores à cial proteção”, restringindo a utilização de espaços territoriais em
data da concessão; razão de seu interesse ecológico.
IX - a instituição de limitações administrativas de uso de áreas Art. 295. Antes da outorga de serviços públicos pelo Município,
privadas, objetivando a proteção de ecossistemas, de unidades de através de concessão ou permissão, deverá ser avaliado o respecti-
conservação e da qualidade de vida. vo impacto ambiental.
§ 1º Os instrumentos a que se referem os incisos I, III, V, VI e IX Parágrafo único. As empresas concessionárias ou permissioná-
deste artigo poderão ser aplicados por lei. rias de serviços públicos deverão atender rigorosamente às normas
§ 2º As limitações administrativas a que se refere o inciso IX de proteção ambiental, não sendo permitida a renovação da per-
serão averbadas no Ofício de Registro de Imóveis, no prazo mínimo missão ou da concessão no caso de infrações reiteradas.
de 03 (três) meses contados de sua promulgação.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 296. Nos casos de relevante impacto ambiental, além do § 1º É proibida a destinação de recursos públicos ou privados,
estudo prévio do impacto ambiental determinado por órgão federal sob qualquer forma, para obras dentro dos espaços territoriais es-
e estadual, o Município poderá exigir a complementação dos estu- pecialmente protegidos, áreas de proteção ecológica ou manan-
dos já realizados, indicando peritos, com a audiência para debate ciais.
da matéria com todos os interessados. § 2º Nas áreas de preservação permanente não serão permiti-
Art. 297. Exigirá na forma da lei, para instalação de obra ou de das atividades que contribuam para descaracterizar ou prejudicar
atividade industrial potencialmente causadora de significativa de- seus atributos e funções essenciais, excetuando-se aquelas destina-
gradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, das à recuperação dos órgãos municipais competentes.
cujo alvará de funcionamento será concedido após aprovação do Art. 302. É vedado o uso de fogo para limpeza de terrenos,
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental. quintais, campos ou roças, bem como a queima de lixo e de restos
Art. 298. As infrações à legislação municipal de proteção do vegetais em qualquer área do território municipal.
meio ambiente, serão objeto das seguintes sanções administrativas: Art. 303. É vedada qualquer mudança de destinação ou de uso
I - multa diária, observados, em qualquer caso, os limites máxi- de áreas verdes do Município.
mos estabelecidos em lei federal e aplicáveis somente quando ain- Parágrafo único. O caput do presente artigo, não se aplicará às
da não houver sido impostas por outro ente da Federação; áreas de favelas constantes da Lei nº 3.283, de 4 de dezembro de
II - negativa de concessão de licença para localização e funcio- 1987.
namento de outro estabelecimento pertencente a mesma pessoa Art. 304. É vedado o desmatamento, em área urbana ou rural,
titular do estabelecimento poluidor, quando requerida; de florestas e demais formas de vegetação natural, seja qual for o
III - perda de restrição de incentivos e benefícios fiscais de qual- pretexto ou finalidade.
quer espécie concedidos pelo Poder Municipal; Art. 305. Será criado pelo Poder Executivo Municipal, no prazo
IV - suspensão temporária da atividade do estabelecimento; de 90 (noventa) dias a partir da promulgação desta Lei Orgânica, um
V - negativa de renovação da licença para localização e funcio- corpo de profissionais habilitados em ecologia, com a finalidade de
namento do estabelecimento, ou cassação da licença anteriormen- elaborar RIMAs - Relatórios de Impacto Ambiental e perícias, quan-
te concedida e fechamento do estabelecimento. do requisitados pelos órgãos competentes dos Poderes Legislativo
§ 1º As sanções previstas nos incisos deste artigo serão aplica- e Executivo para a defesa do meio ambiente, bem como pela Cura-
das em caráter sucessivo e, cumulativo, conforme o que a respeito doria do Meio Ambiente da Comarca.
dispuser a regulamentação da presente lei pelo Poder Executivo, Art. 306. Qualquer cidadão poderá e todo servidor ou funcio-
exceto a do inciso II, que poderá ser aplicada simultaneamente com nário público municipal deverá comunicar aos órgãos competentes,
a do inciso I; a ocorrência de dano ou perigo de dano ao meio ambiente.
§ 2º As penalidades previstas nos incisos IV e V, poderão ser Art. 307. A implantação de loteamento em área que não seja
impostas diretamente pelo Município, sempre que tratar-se de ati- plana, dependerá, para sua aprovação, de prévio Relatório de Im-
vidade poluidora de qualquer espécie não licenciada pelo órgão pacto Ambiental - RIMA.
competente do Poder Público Estadual, nos termos do artigo 10 da Art. 308. Empreendimentos imobiliários e industriais, indepen-
Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981; dentemente dos danos ambientais e paisagísticos causados, de-
§ 3º Estando o estabelecimento poluidor no exercício de ativi- verão contribuir na instalação de projetos ambientais e sociais na
dade licenciada, a aplicação das sanções será requerida pelo Muni- região de implantação, na forma da lei.
cípio às autoridades federais ou estaduais competentes, de acordo Art. 309. Da expedição de licenças ambientais, bem como da
com o estabelecido nos artigos 15 e 16 da Lei Federal nº 6.938, de autuação de infrações administrativas relacionadas com o meio am-
31 de agosto de 1981. biente e com o patrimônio natural e cultural, serão enviadas cópias
Art. 299. Os recursos oriundos de multas administrativas e de ao Ministério Público da Comarca.
condenações judiciais por atos lesivos ao meio ambiente e das taxas Art. 310. As águas subterrâneas, reservas estratégicas para o
relativas à sua utilização, serão destinadas a um fundo, instituído desenvolvimento econômicosocial e valiosas para o suprimento de
por lei, voltado à recuperação ambiental. água à população, deverão ter programa permanente de conserva-
Art. 300. Parcela não inferior a 20% (vinte por cento) dos valo- ção e proteção contra poluição e super explotação, com diretrizes
res destinados ao Fundo Municipal de Conservação Ambiental será definidas em lei.
destinada à implantação de instalações de abastecimento de gás Art. 311. O Município é responsável pelo tratamento da água
automotivo pelo prazo máximo de 10 (dez) anos ou até que os ob- servida à população e pelo tratamento dos esgotos domésticos, de-
jetivos de abastecimento da frota de ônibus de transporte público e vendo exigir o prévio e adequado tratamento dos efluentes não do-
de táxis sejam atendidos. mésticos pelos produtores das emissões e/ou rejeitos, bem como
Art. 301. São áreas de proteção permanente, na forma da lei: deverá participar dos organismos intermunicipais que tiverem por
I - as áreas de proteção das nascentes dos rios; finalidade a gestão e a conservação de área de preservação de ma-
II - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, nanciais e de área de preservação ecológica, que fizer parte.
bem como aquelas que sirvam como local de pouso ou reprodução Art. 312. As atividades poluidoras já instaladas no Município,
de espécies migratórias; têm prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias para atender às
III - as paisagens notáveis; normas e padrões federais e estaduais em vigor na data da promul-
IV - a cobertura vegetal que contribua para a estabilidade de gação desta Lei Orgânica.
áreas sujeitas à erosão e § 1º O prazo máximo a que se refere o caput deste artigo po-
deslizamento; derá ser reduzido em casos particulares, à critério do Executivo Mu-
V - aquelas assim declaradas por lei. nicipal, não devendo servir de argumento, em nenhuma hipótese,
para justificar dilatações de prazos estabelecidos por órgãos fede-
rais e estaduais de meio ambiente.

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
§ 2º O não cumprimento ao disposto no caput deste artigo, IV - imposto sobre serviços de qualquer natureza, não incluí-
implicará na imposição de multa diária e progressiva, retroativa à dos na competência estadual compreendida no artigo 155, I, “b”, da
data do vencimento do referido prazo e gravidade da infração, sem Constituição Federal, definidos em lei complementar;
prejuízo da interdição da atividade. V - taxas:
Art. 313. Fica criado no âmbito do Município de Guarulhos o a) em razão do exercício do poder de polícia;
Horto Botânico Municipal. b) pela utilização efetiva ou em potencial de serviços públicos
Parágrafo único. O Horto Botânico Municipal será instalado no específicos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua
Horto Florestal Municipal, em espaço a ser delimitado pelo Poder disposição;
Executivo. VI - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
Art. 314. Integrarão o organograma do Horto Botânico ora cria- VII - contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em
do, dentre as suas principais atividades, os seguintes serviços: benefício desses, de sistema de previdência e assistência social.
I - de experiência botânica, voltado à pesquisa da floresta tro- § 1º O imposto previsto no inciso I será progressivo na forma
pical; a ser estabelecida em lei, de modo a assegurar o cumprimento da
II - de convênio a ser firmado com entidades ambientalistas função social da propriedade.
nacionais e internacionais, universidades e faculdades brasileiras § 2º O imposto previsto no inciso II:
e internacionais, que estiverem ligadas direta ou indiretamente à a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorpo-
conservação, proteção e pesquisa botânica; rados ao patrimônio de pessoas jurídicas em realização de capital,
III - de campanha, voltado às escolas municipais e estaduais nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
sediadas na cidade, objetivando a divulgação, orientação, conser- incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nes-
vação e proteção do meio ambiente; ses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e
IV - de plantio, destinado à formação de campos de mudas de venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arren-
pequeno e grande porte, nativas, raras e em extinção, em parques, damento mercantil;
praças, ruas, avenidas e todo e qualquer logradouro público que b) incide sobre imóveis situados na zona territorial do Muni-
possuir espaço livre para ser colocado um pouco de verde; cípio.
V - de conservação, voltado à proteção dos parques e áreas li- § 3º As taxas não poderão ter base de cálculo ou fato gerador
vres. idênticos aos que correspondam aos impostos, nem ser calculadas
em função do capital da empresa.
TÍTULO X § 4º A empresa pública, a sociedade de economia mista e ou-
DA CRIAÇÃO DE DISTRITOS tras entidades que explorem atividades econômicas, sujeitam-se ao
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às
CAPÍTULO ÚNICO obrigações trabalhistas e tributárias.
§ 5º As empresas públicas e as sociedades de economia mista
Art. 315. O território do Município poderá ser dividido em dis- não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor
tritos. privado.
Parágrafo único. A divisão de que trata o artigo, será feita atra- Art. 319. O Poder Executivo promoverá a revisão da planta ge-
vés de lei. nérica de valores, de modo a aproximar os valores venais dos imó-
veis dos respectivos valores de mercado.
TÍTULO XI § 1º As plantas genéricas de valores serão submetidas à Câma-
DAS FINANÇAS E DOS ORÇAMENTOS ra Municipal, na forma de projeto de lei, e conterão a base de cálcu-
lo do valor venal dos imóveis e o “modelo de avaliação”, contendo
CAPÍTULO I as diretrizes de metodologia adotada para determinação dos valo-
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS res dos terrenos e do custo de reprodução dos prédios para efeito
de tributação.
Art. 316. São tributos municipais os impostos, as taxas e a con- § 2º Sem prejuízo da edição de “plantas genéricas de valores”
tribuição de melhoria decorrentes de obras públicas, instituídos por o Executivo poderá atualizar anualmente o valor monetário da base
lei municipal, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição de cálculo do imposto, levando em conta os índices oficiais de atu-
Federal e nas normas gerais de direito tributário. alização monetária.
Art. 317. Os tributos sobre imóveis urbanos deverão ter alíquo-
tas menores em benefício de trabalhadores de baixa renda ou de CAPÍTULO II
proprietários de única moradia, com padrões mínimos de constru- DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
ção.
Art. 318. Compete ao Município instituir: Art. 320. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao con-
I - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana; tribuinte, é vedado ao Município:
II - imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, a qualquer título, I - exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça;
por ato oneroso: II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se en-
a) de bens imóveis por natureza ou acessão física; contrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em
b) de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia; razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, inde-
c) de cessão de direitos à aquisição de imóvel; pendentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos
III - imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e ou direitos;
gasosos, exceto óleo diesel; III - cobrar tributos:
a) relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

208
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a § 2º A lei das diretrizes orçamentárias compreenderá as me-
lei que os instituiu ou aumentou; tas e prioridades da administração, incluindo as despesas de capital
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por lei orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação
meio de tributo, ressalvada a cobrança de pedágio, pela utilização tributária.
de vias conservadas pelo Poder Público Municipal; § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encer-
VI - instituir impostos sobre: ramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orça-
a) patrimônio, renda ou serviços da União e dos Estados; mentária.
b) templos de qualquer culto; § 4º Os planos e programas setoriais serão elaborados em con-
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusi- sonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara Muni-
ve suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das cipal.
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, § 5º A lei orçamentária anual e o plano plurianual deverão ado-
atendidos os requisitos da lei; tar o indexador econômico que atualize as dotações orçamentárias.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impres- § 6º A previsão de receita e a fixação da despesa no projeto e
são; na lei orçamentária devem refletir com fidedignidade a conjuntura
VII - conceder qualquer anistia ou remissão que envolva ma- econômica e a política fiscal. (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada
téria tributária ou previdenciária, senão mediante a edição de lei Inconstitucional - ADIN)
municipal específica; Art. 323. A lei orçamentária anual a ser enviada à Câmara Mu-
VIII - estabelecer diferença tributária entre bens; nicipal, até trinta de setembro, compreenderá:
IX - instituir taxas que atentem contra: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Municipais, fundos
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
tos ou contra ilegalidade ou abuso de Poder; instituídas e mantidas pelo Poder Público;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defe- II - o orçamento de investimentos das empresas em que o Mu-
sa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. nicípio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
§ 1º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e com direito a voto, acrescido com respectivo plano de trabalho, es-
às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se pecificado pela classificação orçamentária;
refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas fina- III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
lidades essenciais ou às delas decorrentes. entidades e órgãos a elas vinculados, da administração direta ou
§ 2º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior, não indireta, bem como fundos e fundações instituídas e mantidas pelo
se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com Poder Público.
a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicá- § 1º O projeto de lei orçamentária será instruído com demons-
veis a empreendimentos privados ou em que haja contraprestação trativo setorizado do efeito, sobre as receitas e despesas decorren-
ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o tes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natu-
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamen- reza financeira, tributária e creditícia.
te ao bem imóvel. § 2º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho
§ 3º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, com- à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na
preendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relaciona- proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
dos com as finalidades essenciais das entidades nela mencionadas. contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação da
receita, nos termos da lei.
CAPÍTULO III Art. 324. A Câmara deverá deliberar a propositura orçamentá-
DA RECEITA MUNICIPAL ria até o dia 15 de dezembro e, se rejeitado o projeto, será promul-
gada a lei orçamentária anterior, monetariamente atualizada.
Art. 321. A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos Art. 325. As entidades autárquicas e fundações do Município
tributos municipais, da utilização de seus bens, serviços, atividades terão seus orçamentos aprovados através de lei.
e outros ingressos, bem como das transferências correntes e de ca- § 1º Os orçamentos das entidades referidas neste artigo vincu-
pital da União e do Estado, conforme o disposto na Constituição lar-se-ão ao orçamento do Município pela inclusão:
Federal e na Estadual. a) como receita, salvo a disposição legal em contrário, do saldo
positivo previsto entre totais das receitas e despesas;
CAPÍTULO IV b) como subvenção econômica, na receita do orçamento da
DAS FINANÇAS E ORÇAMENTO beneficiária, salvo disposição legal em contrário, do saldo negativo
previsto entre os totais das receitas e despesas.
Art. 322. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 2º Os investimentos ou inversões financeiras do Município,
I - o plano plurianual; realizados por intermédio das entidades aludidas neste artigo,
II - as diretrizes orçamentárias; serão classificados como receita de capital dessas e despesas de
III - os orçamentos anuais. transferências de capital daquele.
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de for- § 3º As previsões para depreciação serão computadas, para
ma setorizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração efeito de apuração, ao saldo líquido das mencionadas entidades.
para as despesas de capital e outras dela decorrentes, bem como § 4º Os balanços das entidades referidas no caput deste artigo
as relativas aos programas de duração continuada, objetivando de integrarão as contas gerais do Município e serão submetidas anual-
forma clara a redução das desigualdades sociais do Município. mente à deliberação da Câmara Municipal.

209
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 326. Os orçamentos das entidades, autarquias, fundações II - até 30 de setembro, o Poder Executivo encaminhará projeto
e sociedades de economia mista do Município, serão publicados de lei de crédito adicional à Câmara Municipal para remanejamento
como complemento do orçamento do Município. ou cancelamento da programação cujo impedimento não tiver sido
Art. 327. Os projetos de lei relativos ao orçamento anual, ao superado; (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional
plano plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos créditos adicio- - ADIN)
nais serão apreciados pela Câmara Municipal, na forma de seu re- III - até 20 de novembro, não havendo deliberação da comissão
gimento. prevista no art. 327, § 1º, o projeto será considerado rejeitado. (NR
§ 1º Caberá a uma comissão especialmente designada: - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN)
I - examinar e emitir parecer sobre programas, planos e proje- § 11. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despe-
tos referidos no caput deste artigo e sobre as contas apresentadas sa poderá resultar no não cumprimento da meta de resultado fiscal
anualmente pelo Prefeito; estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o montante previsto
II - exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária. no art. 327, § 9º, poderá ser reduzido em até a mesma proporção
§ 2º As emendas serão apresentadas na comissão, que sobre da limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricioná-
elas emitirá parecer, e apreciadas pela Câmara Municipal. rias. (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN)
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos § 12. Para fins do disposto no § 9º deste artigo, a execução da
projetos que o modifiquem, somente podem ser aprovadas caso: programação será: (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Incons-
I - compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes titucional - ADIN)
orçamentárias; I - demonstrada no relatório de que trata o art. 322, § 3º; (NR -
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os pro- Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN )
venientes de anulação de despesas, excluídos os que incidem sobre: II - fiscalizada e avaliada quanto aos resultados obtidos. (NR -
a) dotação para pessoal e seus encargos; Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN)
b) serviços da dívida; Art. 328. Não tendo o Legislativo recebido a proposta do orça-
III - relacionados com a correção de erros ou omissões; mento anual até a data prevista, será considerado como projeto de
IV - relacionados com os dispositivos do texto do projeto de lei. lei orçamentária o orçamento vigente, pelos valores de sua edição
§ 4º O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara inicial, monetariamente corrigidos pela aplicação do índice infla-
para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo, cionário oficial referente aos últimos doze meses, respeitando-se o
enquanto não iniciada a votação na comissão especial da parte cuja princípio de equilíbrio orçamentário.
alteração é proposta. Art. 329. São vedados:
§ 5º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes or- I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orça-
çamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito à mentária anual;
Câmara Municipal, nos termos da lei. II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações dire-
§ 6º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que tas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais;
não contrariar ao disposto neste capítulo, as demais normas relati- III - a realização de operações de crédito que excedam o mon-
vas ao processo legislativo. tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
§ 7º Os recursos que, em decorrência do veto, emenda ou re- créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa, apro-
jeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas vados pela Câmara por maioria absoluta;
correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, median- IV - a vinculação de receitas de impostos a órgãos, fundos ou
te créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica au- despesas, ressalvada a destinação de recursos para a manutenção
torização legislativa. e desenvolvimento do ensino, como estabelecido na Constituição
§ 8º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária se- Federal, e a prestação de garantias às operações de crédito por an-
rão: (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN) tecipação de receita;
I - aprovadas no limite de um por cento da receita corrente lí- V - abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia
quida prevista no projeto; e (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada autorização e sem indicação dos recursos correspondentes;
Inconstitucional - ADIN) VI - a transposição e o remanejamento ou a transferência de
II - divulgadas em audiências públicas. (NR - Emenda nº recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN) órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
§ 9º É obrigatória a execução orçamentária e financeira de for- VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
ma isonômica, da programação incluída em lei orçamentária por VIII - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
emendas individuais, em montante correspondente a um por cen- autorização legislativa.
to da receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (NR § 1º Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um exer-
- Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucional - ADIN) cício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano
§ 10. No caso de impedimento de ordem técnica ou legal na plurianual ou sem lei que autorize a inclusão.
execução do crédito que integre a programação prevista no § 9º § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
deste artigo: (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitucio- exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
nal - ADIN) autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
I - até 30 de junho, os Poderes publicarão as justificativas do exercício, caso em que reaberto os limites dos seus saldos, serão
impedimento; (NR - Emenda nº 043/2016 - Declarada Inconstitu- incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
cional - ADIN) § 3º A abertura de crédito extraordinário, somente será admi-
tida para atender as despesas imprevisíveis e urgentes, como as de-
correntes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.

210
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 330. Os recursos correspondentes às dotações orçamen- § 3º O Balancete relativo à Receita e Despesa do mês anterior
tárias, inclusive créditos suplementares e especiais destinados ao do Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de
Poder Legislativo, ser-lhes-ão entregues em quotas estabelecidas Guarulhos - IPREF, da Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos
na programação financeira. S/A - PROGUARU, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto - SAAE,
Art. 331. As despesas com pessoal ativo e inativo do Município da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Saneamento Básico
não poderão exceder aos limites estabelecidos no artigo 110 desta do Município de Guarulhos - AGRU e outras entidades dotadas de
Lei. personalidade jurídica, será encaminhado à Câmara pelo Poder Exe-
Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumen- cutivo mensalmente até o dia 20 (vinte) de cada mês. (NR - Emenda
to de remuneração, a criação de cargos ou alteração de estruturas nº 038)
de carreira, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, Art. 336. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de for-
pelos órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusi- ma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
ve fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, somente I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano pluria-
poderão ser feitas: nual, execução de governo e dos orçamentos do Município;
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para aten- II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à efi-
der as projeções de despesas de pessoal e aos acréscimos dela de- cácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial
correntes; nos órgãos e entidades da administração, bem como da aplicação
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- de recursos públicos por entidade de direito privado;
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de III - apoiar o controle externo no exercício de sua missão insti-
economia mista. tucional.
Art. 332. As disponibilidades de caixa do Município serão apli- Art. 337. O Município divulgará, até o último dia do mês subse-
cadas em instituições financeiras, na forma a ser definida pela legis- quente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos
lação complementar. arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária
Art. 333. À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os entregues e a entregar, e a expressão numérica dos critérios de ra-
pagamentos devidos pelo Município, decorrentes de decisões judi- teio.
ciais, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresenta-
ção dos precatórios à conta dos respectivos créditos. ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Parágrafo único. Para os créditos de natureza alimentícia e de
natureza não alimentícia, serão adotadas as disposições contidas, Art. 1º O Poder Executivo desenvolverá estudos, em caráter
respectivamente, nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º, do artigo 57, da Constitui- de urgência e diligenciará no sentido de obter justa compensação
ção do Estado de São Paulo. financeira do Estado de São Paulo pelas restrições legais a título
de proteção ambiental no território do Município, nos termos do
CAPÍTULO V artigo 200 da Constituição Estadual.
DA FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA E PATRIMO- Art. 2º O Poder Executivo desenvolverá estudos e diligenciará
NIAL no sentido de se aplicar, no Município, o disposto nos artigos 205,
207 e 211 da Constituição Estadual.
Art. 334. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, ope- Art. 3º O Poder Público consignará em seus orçamentos para
racional e patrimonial do Município e das entidades da adminis- os exercícios de 1991 a 1995 recursos para a construção de aterros
tração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, econo- sanitários, de usinas ou de outras formas de tratamento dos resí-
micidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será duos sólidos, em número e capacidade suficientes para equacionar
exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo e pelo o problema do lixo no Município, nos limites de sua competência.
sistema de controle interno de cada Poder. Art. 4º A administração municipal direta e indireta, inclusive
§ 1º Prestará contas, qualquer pessoa física ou entidade públi- a fundacional, fará incorporar na legislação e demais instrumentos
ca que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, normativos aplicáveis às suas atividades e serviços, as regras desta
bens e valores públicos ou pelos quais o Município responda ou Lei Orgânica até 31 de dezembro de 1991.
que, em nome dessa, assuma obrigações de natureza pecuniária. Art. 5º A administração municipal criará, dentro de doze me-
§ 2º Fica assegurado o exame e apreciação das contas do Muni- ses, com o objetivo de preservar e valorizar o patrimônio cultural
cípio, durante 60 (sessenta) dias, anualmente, por qualquer contri- do Município:
buinte, que poderá questionar-lhes a legitimidade, na forma da lei. I - inventário do patrimônio cultural do Município, através de
Art. 335. O controle externo a cargo da Câmara Municipal, será livro de tombo, abrangendo os edifícios de valor cultural, áreas de
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado. reserva ambiental, documentos, fatos, livros e objetos históricos;
§ 1º O Prefeito remeterá ao Tribunal de Contas do Estado, até II - arquivo fotográfico de documentos históricos de interesse
31 de março do exercício seguinte, as suas contas e as da Câmara do Município.
apresentadas pela Mesa, as quais lhe serão protocoladas na Art. 6º Ficam revogados, a partir da promulgação desta Lei Or-
Prefeitura, até o dia 1º de março de cada ano. gânica todos os dispositivos legais que concederam qualquer tipo
§ 2º O balancete da Prefeitura relativo à receita e à despesa de incentivo ou isenção fiscal, exceto no que diz respeito a entida-
do mês anterior será encaminhado à Câmara até o dia 20 (vinte) de des assistenciais e de filantropia, devidamente cadastradas na Se-
cada mês. cretaria da Promoção Social da Municipalidade.
§ 3º O Balancete do Instituto de Previdência dos Funcionários Art. 7º Os prédios onde se acham instalados a Escola Estadual
Públicos Municipais - IPREF, PROGUARU e SAAE, relativo a Receita e de 1º Grau “Capistrano de Abreu”, o Centro Cultural “João Cavalhei-
Despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara pelo Executi- ro Salem”, e a área onde se encontra instalada a Secretaria da Edu-
vo mensalmente até o dia 20 (vinte). (NR - Emenda nº 006) cação e Cultura do Município, serão tombados pelo Poder Público.

211
LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
Art. 8º Os loteadores que causaram degradação ao meio am- Art. 22. O Executivo enviará à Câmara projeto do estatuto dos
biente, ficam obrigados a recuperar a área dos loteamentos pelos servidores municipais, compatibilizado com a Constituição Federal
quais sejam responsáveis, segundo critérios estabelecidos pela ad- e com esta Lei, do qual deverá constar todo o elenco de seus direi-
ministração municipal, dentro de 180 (cento e oitenta) dias, espe- tos e deveres.
cialmente quanto à recuperação da cobertura vegetal. Art. 23. O Poder Público, dentro do prazo de vinte e quatro
Art. 9º Fica o Poder Executivo autorizado a constituir a Guarda meses da aprovação desta Lei colocará nos bairros do Município,
Municipal. placas de identificação das ruas e estabelecerá a respectiva nume-
Art. 10. Fica o Poder Executivo autorizado pelo prazo de dois ração oficial.
anos, a contar da promulgação desta Lei, a proceder a alienação Parágrafo único. A efetivação desta norma deverá ser implanta-
de áreas municipais remanescentes de desapropriação ou de obras da, primeiramente, a partir dos bairros periféricos.
públicas na forma do artigo 120 desta Lei Orgânica. Art. 24. O Poder Público, através de seus órgãos competentes,
Art. 11. O Município envidará todos os seus recursos, inclusive deverá definir os nomes das ruas e os respectivos números oficiais
os de ordem financeira com a abertura dos créditos necessários, no que já constarem das plantas dos loteamentos aprovados.
sentido de assegurar aos hansenianos e suas famílias, atualmente Art. 25. O Presidente da Câmara Municipal, no prazo de trezen-
residentes no interior do Hospital Padre Bento, órgão estadual, o tos e sessenta dias, fará publicar, com os respectivos índices, uma
direito de ali permanecerem. consolidação da legislação municipal vigente.
Parágrafo único. O Município, nos convênios que firmar com o Art. 26. O mandato dos membros da atual mesa diretora da
Estado na área da saúde, estabelecerá, como cláusula indisponível, Câmara Municipal de Guarulhos, expirará em 31 de dezembro de
que os leitos existentes no referido hospital e destinados a hanse- 1990.
nianos, deverão ser mantidos no número atual e proibida qualquer Art. 27. O ensino supletivo municipal, deverá ser mantido e
outra destinação aos mesmos. reestruturado, para dar atendimento aos objetivos anteriormente
Art. 12. O número de cargos de Vereador à Câmara Municipal definidos.
de Guarulhos, será de 21 (vinte e um) Vereadores até o final desta Art. 28. Ficam declarados como imóveis de interesse de preser-
legislatura. vação do patrimônio cultural de Guarulhos, devendo receber por
Art. 13. Fica o Poder Público autorizado a realizar um programa parte do Município e comunidade tratamento que permita preser-
de educação de higiene sanitária para toda a população do Municí- var e valorizar, os seguintes imóveis:
pio, principalmente das regiões mais carentes, a cada ano. I - Sanatório Padre Bento (imóveis e vegetação);
Art. 14. O Município não participará do programa de municipa- II - Igreja de Bonsucesso;
lização do ensino instituído pelo Estado. III - Igreja do Bom Jesus da Capelinha;
Art. 15. A administração municipal, no prazo máximo de um IV - Igreja do Bom Jesus da Cabeça - Cabuçu;
ano, implantará sistema de processamento de dados próprio. V - Sítio da Candinha;
Art. 16. A partir da promulgação desta Lei, o Poder Executivo VI - Prédio da antiga Câmara Municipal de Guarulhos, na Rua
iniciará estudos para elaboração do novo plano diretor de desen- Sete de Setembro, esquina com a Rua Felício Marcondes;
volvimento integrado, com prazo de um ano para ser enviado à Câ- VII - Antiga Estação de Trem, localizada à Praça IV Centenário;
mara Municipal para a sua apreciação. VIII - Bosque Maia;
Art. 17. A lei disporá sobre a obrigatoriedade de que todas as IX - Colégio Capistrano de Abreu;
propriedades e estabelecimentos destinados ao comércio, indús- X - Praça Getúlio Vargas;
tria, prestações de serviço e residências sejam responsáveis pela XI - Casa em estilo art noveau pertencente à Olivetti do Brasil;
manutenção de suas frentes. (REVOGADO - Emenda nº 035)
Parágrafo único. Os infratores serão enquadrados de acordo XII - Fábrica localizada na Avenida Paulo Faccini com Avenida
com o código de posturas ou outras disposições legais. Monteiro Lobato;
Art. 18. Após a promulgação desta Lei Orgânica, fica o Executi- XIII - Serra da Cantareira, do Cabuçu ao Bonsucesso;
vo Municipal obrigado a realizar o plano de urbanização das favelas XIV - Junta de Alistamento Militar; e
que obtiveram o título de concessão real de uso por noventa anos, XV - Igreja Bom Jesus do Macedo. (NR - Emenda nº 029)
beneficiadas pela Lei nº 3.283, de 4 de dezembro de 1987. Art. 29. A presente Lei Orgânica, bem como o Ato das Disposi-
Art. 19. A administração municipal providenciará áreas de ter- ções Transitórias, entrarão em vigor na data de sua publicação.
ra urbanizadas para assentamento das famílias excedentes do pro-
cesso de urbanização das favelas beneficiadas com a concessão de Guarulhos, 5 de abril de 1990.
direito real de uso da terra pela Lei Municipal nº 3.283, de 4 de WALDOMIRO CARLOS RAMOS
dezembro de 1987. Presidente
Art. 20. O Poder Público Municipal deverá obedecer normas ANTONIO PETITO
cientificamente aceitáveis no tratamento da potabilidade da água 1º Vice-Presidente
distribuída para todo o Município. FAUSTO MIGUEL MARTELLO
Parágrafo único. O Executivo Municipal fica desde já autorizado 2º Vice-Presidente
a firmar convênio com empresas públicas e/ou privadas, a fim de JOEL JOSÉ POLACHINE FIGUEIREDO
ser alcançado o objetivo contido no caput deste artigo. 1º Secretário
Art. 21. O exercício de cargos em diversos conselhos criados JOSÉ VALENTIN GILL
por esta Lei Orgânica é gratuito, considerando-se de relevante inte- 2º Secretário
resse público excetuando-se aqueles que necessitem de dedicação JOSÉ ROBERTO HATJE
integral. (NR - Emenda nº 009) 3º Secretário
GILBERTO NOGUEIRA PENIDO
4º Secretário

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
ROBERTO RIBEIRO ______________________________________________________
Relator Geral
ABÍLIO JOSÉ MARTINS ______________________________________________________
Vereador
______________________________________________________
ADILSON PINTO PACHECO
Vereador ______________________________________________________
ANTONIO APARECIDO MAGALHÃES
Vereador ______________________________________________________
CARLOS CHNAIDERMAN
Vereador ______________________________________________________
CARLOS ROBERTO DE CAMPOS
______________________________________________________
Vereador
EDSON ALVES DAVID ______________________________________________________
Vereador
ELÓI ALFREDO PIETÁ ______________________________________________________
Vereador
GERALDO LÚCIO NOGUEIRA ______________________________________________________
Vereador
______________________________________________________
GILMAR LOPES DA SILVA
Vereador ______________________________________________________
HUMBERTO RAMALHO
Vereador ______________________________________________________
ORLANDO FANTAZZINI NETO
Vereador ______________________________________________________
OSWALDO CELESTE FILHO
______________________________________________________
Vereador
PAULO ROBERTO CECCHINATO ______________________________________________________
Vereador
______________________________________________________
Publicada no Jornal Folha Metropolitana de 6 de abril de 1990.
Texto atualizado em 24/5/2019. Este texto não substitui o publicado ______________________________________________________
no Diário Oficial do Município.
______________________________________________________
- Em 23/5/2001 o TJSP, nos autos da Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade nº 48.884.0/4, julgou procedente a ação movida pelo ______________________________________________________
Sr. Prefeito e declarou inconstitucional o inciso XIV do artigo 11 des-
ta Lei Orgânica, conforme Acórdão nº 00371028. ______________________________________________________
- Em 27/9/2000 o TJSP, através da Acórdão nº 00297157, decla-
rou a inconstitucionalidade da expressão “aprovados por maioria ______________________________________________________
absoluta” constante do art. 33 da Lei Orgânica do Município de São
Paulo. Em 2/3/2009 a mesma matéria foi objeto de apreciação por ______________________________________________________
analogia no Acórdão nº 02250850, reconhecendo a inconstitucio- ______________________________________________________
nalidade de semelhante dispositivo no art. 27 da .
- Em 28/1/2015 o TJSP, nos autos da Direta de Inconstitucio- ______________________________________________________
nalidade nº 2083718-70.2014.8.26.0000, julgou procedente a ação
movida pelo Procurador Geral de Justiça do Estado de São Paulo ______________________________________________________
e declarou inconstitucional o artigo 97 desta Lei Orgânica, confor-
me o Acórdão nº 2015.0000036738. Transitado em Julgado em ______________________________________________________
15/9/2018 ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES
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