Transformação Lean
Transformação Lean
Transformação Lean
Implantar a filosofia Lean, em qualquer que seja o ambiente, envolve mudanças. Essas mudanças
ocorrem sob várias perspectivas: processos, procedimentos, mudanças físicas, de leiaute, de técnicas
organizacionais e comportamentais. É nesse aspecto que o Lean Manufacturing mais se diferencia do
Lean Office.
Quando o homem descobriu o fogo, a nossa forma de relação com o mundo mudou. Deixamos de
ser nômades, nos adaptarmos ao ambiente e passamos a organizá-lo da forma como melhor nos
sentíamos. Hoje, por exemplo, quando nos sentamos em uma mesa de trabalho ou em um
restaurante, organizamos os utensílios e nossas ferramentas da “nossa forma”. Mudar passou a
ser um desafio enorme, porque modifica a forma como as pessoas fazem as coisas no dia a dia.
De maneira geral, o processo de gestão da mudança envolve três grandes fases: descongelamento,
implantação e congelamento. Em cada uma das fases, temos objetivos distintos e emoções envolvidas
específicas. Para conhecer cada uma delas, basta clicar em cada fase:
DESCONGELAMENTO
A fase de descongelamento é a mais importante das fases porque é a partir dela que as
mudanças ocorrem. Essa fase acontece antes da implantação e tem como principal objetivo
atingir o estágio em que as pessoas tenham a convicção de que a “forma como estão trabalhando
não serve mais”.
É nesse momento “descongelado” que as pessoas estão dispostas, de fato, a pensar no novo e
buscar formas diferentes de realizar a sua atividade atual. Com esse comportamento construído,
os planos de mudança são elaborados e comunicados.
IMPLANTAÇÃO
Embora a fase de descongelamento seja a mais importante no processo de mudança, é na implantação
que ocorre a verdadeira geração de valor para organização. Com a fase anterior bem realizada, aumentam
as chances das pessoas iniciarem o processo de implantação, estimuladas à mudança. Os desafios
ocorrem quando os resultados iniciais não se mostram tão “incríveis” quanto se esperava ou quando o
plano original precisa ser adaptado. Nesses períodos, ocorrem as desorientações e ansiedades que
precisam ser geridas através de liderança forte e de empowerment às pessoas que estão participando da
mudança.
CONGELAMENTO
A última fase do processo de mudança é a aceitação ao novo e a estruturação de mecanismos de
consolidação. Nessa fase, ainda existem forças capazes de retroceder ao processo anterior à mudança e,
muitas vezes, isso acontece. Assegurar que os ganhos obtidos serão mantidos, assim como criar
mecanismos estruturais, políticas de recursos humanos, procedimentos operacionais e políticas
institucionais é fundamental para o congelamento adequado.
As fases de mudança apresentadas aqui são consenso entre os diversos autores. Iremos detalhar
o método de oito passos de John Kotter, um dos autores mais conhecidos e relevantes no mundo
sobre o tema. Clique em cada passo da gestão de mudança para relacioná-lo às fases de
descongelamento, implantação e congelamento.
CONGELAMENTO
1. Estabelecimento de urgência
O primeiro passo no processo de gestão de mudança é conseguir inserir o tema na agenda de
pessoas com poder e credibilidade para liderar a mudança. Quando observamos o dia a dia das
organizações, em geral, as pessoas estão ocupadas com trabalho e a agenda das principais
lideranças é reduzida devido a quantidade de temas relevantes que precisam decidir.
O elemento chave aqui é disponibilizar a agenda de pessoas chaves para pensar, liderar e assegurar
a mudança. Essa estratégia é realizada através do estabelecimento do senso de urgência para que
o tema seja incluído na agenda e receba o tempo e dedicação necessários.
As abordagens para estabelecimento de urgência são diversas e variam de acordo com o contexto
de cada organização. Os três exemplos mais utilizados são: as metas altamente desafiadoras, uma
crise e a exigência de lideranças superiores.
2. A segunda etapa é construir a coalisão entre essas pessoas, pois necessitam concordar com a
abordagem e caminho a ser seguido:
Essa coalisão é fundamental para que os esforços sejam mantidos no futuro e o projeto não pare
com os primeiros obstáculos. Nessa fase, é importante mapear como está o comportamento das
lideranças em relação ao projeto através da ferramenta que apresenta quatro tipos de
comportamentos em relação à mudança.
Bloqueadores:
Pessoas que não concordam com o caminho a ser seguido e se posicionam com energia em
relação ao tema. Quando em posição de poder, podem bloquear o andamento do projeto ou
influenciar negativamente. A melhor estratégia para lidar com pessoas em posição de
Bloqueadores é reduzir sua energia através da redução de informação ou eliminando a sua
participação no projeto
Campeões:
Aquelas pessoas que entendem que o Lean Office é importante, estão comprometidas e dedicam
energia ao tema. Essas pessoas são essenciais e precisam estar à frente do projeto, especialmente
quando possuem influência positiva sob outras pessoas da equipe.
Adormecidos:
São pessoas que ainda não tiveram acesso à informação ou desconhecem a necessidade do
projeto. Comportam-se como se o assunto não fosse relevante o suficiente para se envolverem ou
se posicionarem de forma contrária. A estratégia é despertá-las, apresentando elementos que as
engaje.
Pregadores:
São pessoas que concordam com a mudança, mas não dedicam energia ao tema. Fundamentais
na mudança, mas necessitam ser energizadas constantemente pelos campeões de tal forma que se
mantenham focadas no projeto.
Ser imaginável: capaz de permitir que as pessoas compreendam e visualizem para onde estão
indo;
Desejável: atraente para o interesse das pessoas e não somente aos próprios interesses;
Viável: ser possível de ser atingida mesmo sendo desafiadora;
Concentrada: estruturada o suficiente de forma que torne claro o que se espera que aconteça;
Flexível: ao mesmo tempo que torna clara a expectativa, é flexível para que as pessoas
contribuam;
Comunicável: de fácil comunicação e compreensão.
É nesta etapa que, de fato, começa a implantação das ações e mudanças efetivas dos processos. O objetivo
é aumentar o empowerment no sentido mais literal da expressão que é ajudar as pessoas a serem mais
capazes de realizar.
Como nessa fase iniciam os maiores obstáculos na mudança - como dificuldades com estruturas formais,
chefias que desencorajam, falta de habilidade e conhecimento e sistema de avaliações desalinhado – é
fundamental que se invista em treinamentos necessários, estruturas de apoio, comunicação, sistema de
informações e se enfrente chefias que atrapalham o andamento do projeto.
Comemorar conquistas fornece provas que o sacrifício vale a pena, reconhece as pessoas que dedicaram
esforços, reforça a visão do projeto e desencoraja possíveis bloqueadores. Uma vitória deve ser reconhecida
quando:
É visível: as pessoas percebem no mundo real e não são questionáveis;
Não é ambígua: os resultados positivos não possuem relevantes efeitos colaterais negativos;
Está relacionada à mudança: não é possível atribuir os resultados a outras ações ou conjunturas externas.
O pressuposto central do método de John Kotter é que a cultura é consequência do processo de mudança
e não a causa. Sua metodologia considera que, quando há um resultado concreto significativo e as pessoas
relacionam esse resultado com as mudanças implantadas, uma nova cultura começa a ser estabelecida.
Para que isso seja possível, é de extrema relevância que a liderança e pessoas chave reforcem
constantemente essa relação entre os esforços de mudança e os resultados. Além disso, nessa etapa é
possível que seja necessário a rotatividade de algumas pessoas e é fundamental adequar os sistemas de
pessoas para que os novos colaboradores sejam contratados com o novo perfil desejado.
FERRAMENTAS DE APOIO
KAIZEN
5W2HG
O “5W2HG” deve ser entendido como uma ferramenta de gestão que define a sequência de
atividades a serem executadas para alcance de objetivos almejados por uma organização ou
indivíduo. É baseado em prazos, custos, motivos e responsabilidades com o objetivo de atacar
causas raízes de problemas que estão interrompendo o alcance os melhores resultados. Como
resultado, entende-se o aumento, redução ou manutenção de uma variável metrificável.Para
melhor compreensão do que é “5W2HG”, devemos separar cada um dos termos: 5W / 2H / G.
Vamos entender melhor.
Pode-se perceber que o problema não foi somente anunciado como gap, como também foi informado o
tamanho do gap e com que frequência acontece.
Agora, vamos observar uma definição de meta, seguindo o mesmo exemplo anterior.
Neste segundo exemplo, é possível identificar que foram utilizadas a 6 categorias de causas e que causas
secundárias forma levantadas. Por exemplo: o problema é atraso no trabalho foi identificado que o carro é
uma possível causa relacionada à maquina/equipamento. Com uma análise mais profunda, foi levantado
que o motor é um análise secundária do carro, sendo a provável causa raiz.