Aula 08 - História Geral - História Moderna II

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História

Exasiu EXTENSIVO

Exasiu
Revoluções inglesas do Séc. XVII; Iluminismo;
Independência dos EUA

Profe Ale Lopes

AULA 08

1
AULA 08: História Moderna II
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estretegiavestibulares.com.br
Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Sumário

1. Introdução ................................................................................................................. 3
2. Inglaterra: rumo à América e às Revoluções do século XVII ........................ 7
2.1 – Revolução Puritana ..................................................................................................... 13
2.1.1 – O breve período republicano na Inglaterra ...................................................................... 14

2.2 – Revolução Gloriosa .................................................................................................... 15


2.3 – Ingleses na América do Norte .................................................................................... 19

3. Iluminismo ............................................................................................................... 24
3.1 – Liberalismo Político .................................................................................................... 27
3.2 – Liberalismo Econômico .............................................................................................. 38

4. Independência dos EUA ...................................................................................... 42


5. Lista de Questões.................................................................................................. 52
6. Gabarito................................................................................................................... 85
7. Questões comentadas ......................................................................................... 86
8. Considerações Finais .......................................................................................... 174

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Queridas e Queridos Alunos,


Estou feliz por você continuar comigo em mais uma aula. Por isso, seja bem-vindo e bem-
vinda a mais uma aula para a qual você deve dedicar grande atenção. É sempre um grande prazer
compartilhar com você nosso trabalho e ser parte de sua caminhada até a sua aprovação. É bom
saber que você está dominando cada dia mais nossa disciplina!

Nesta aula voltamos ao bloco da História Geral (HG), com a segunda e última aula de
História Moderna. Falaremos sobre o fim do século XVII e boa parte do século XVIII – um momento
cheio de transformações nos campos do pensamento, da política, da economia. Essas mudanças
no campo das ideias, e do mundo prático também, ficaram registradas na histórica como o
movimento do Iluminismo. A partir dessas transformações ocorreram as revoluções francesa e
industrial, além de uma série de processos de independência política na América. Veremos esses
assuntos nessa aula e nas seguintes.

Perceba que a aula de hoje é a base explicativa para todos os processos que estudaremos
daqui em diante, dessa forma, além de ela ter uma cobrança regular nas provas, ela é pré-requisito
para uma árvore de assuntos com muita recorrência. Por isso, esteja muito atento e atenta, Coruja,
ou melhor, Corujert, pois a esta altura você já é um mix de Coruja com Expert!! Preciso que
você reflita e articule conhecimentos enquanto estuda. Preciso de você safo, ligado e muito ativo!!!

Você precisa estar preparado para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a
constância no objetivo”. Vamos seguir juntos! Se você tiver dúvidas, utilize o Fórum de Dúvidas!
Eu vou te responder bem rapidinho. Ah, não tem pergunta boba, Ok? Vamos começar? Já sabe:
pega seu café e sua ampulheta. Bora!!
XVII XVIII

1. INTRODUÇÃO
Se há uma palavra para sintetizar o mundo dos séculos XVII e XVIII essa é
TRANSFORMAÇÃO. Ao longo desse período, uma série de acontecimentos e experiências
econômicas e políticas contestaram as bases do mundo de então ou do “VELHO MUNDO”, qual
seja: o Antigo Regime, que existiu entre os séculos XVI ao XVIII!
Como veremos, os acontecimentos vividos na Inglaterra tiveram grandes desdobramentos
no campo das ideias, da política e da economia no século seguinte. Você poderia argumentar
comigo que todo acontecimento da história gera algum tipo de mudança. Contudo, não estou
falando de fatores consequentes, simplesmente. Quero lhe dizer que, ao longo desse tempo,
convergiram ideias e processos que forjaram AS BASES para a criação de um “NOVO MUNDO”,
qual seja: O CAPITALISMO!

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Esse novo mundo, cujo nome veio bem depois das próprias ideias e experiências que lhe
deram forma, desenvolveu-se e consolidou-se ao longo de todo o século XIX, mas teve suas
sementes germinadas no final do século XVII e no século XVIII. E não tenha dúvida: essas sementes
foram de rupturas, muito mais que continuidades. Ou seja, esse novo mundo será estruturalmente
diferente daquele que o precedeu. Vejamos alguns pontos.

Articula comigo:
Em geral, a estrutura de uma sociedade é composta por elementos que a sustentam, sem
os quais ela desmoronaria. Assim, nas Ciências Humanas, especialmente historiadores e cientistas
sociais, afirma-se que são 4 os elementos estruturantes de uma sociedade.
Se liga na estrutura do Antigo Regime:

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Economia MERCANTILISMO

A ideologia é um conjunto de
ideias que, combinadas, justificam os
outros elementos da estrutura da Classe
Política politicamente NOBREZA
sociedade. No caso do ANTIGO REGIME: dominante:
ABSOLUTISMO
- Teoria do direito Divino do Rei
- Homens se diferenciam no
nascimento
- Protecionismo e intervenção do Organização ESTAMENTAL
Ideologia social
Estado na economia
- Intolerância religiosa – “um rei,
uma fé, uma lei”.

Assim, podemos dizer que o mundo do Antigo Regime era estruturado por (1) uma
economia mercantilista, (2) por uma política absolutista, (3) por uma sociedade organizada em
estamentos ou ordens, (4) dominada pela nobreza e sem liberdade religiosa. A ideologia ajuda a
reforçar os demais elementos.
Nas últimas aulas, falamos sobre como esse mundo do Antigo Regime substituiu o
feudalismo e sob quais condições ele se desenvolveu e conquistou o mundo. Vimos a formação
das monarquias absolutistas, a estruturação e o desenvolvimento do mercantilismo – inclusive sua
dimensão colonial – e as lutas religiosas entre católicos e protestantes.
Contudo, o próprio desenvolvimento do mercantilismo, e desse poder absoluto dos reis,
acabou por gerar entraves à continuidade de uma economia que, com o passar do tempo,
demandou outros instrumentos diferentes daqueles usados até então para expandir o comércio
mundial. Veja a seguir o desenrolar desse processo:
Economia
O protecionismo e a opressão colonial - com a intensificação de pactos coloniais não
promoviam mais os ganhos que se esperava. Tornou-se urgente reinventar a economia,
racionalizar o planejamento para atender às demandas crescentes. A experiência inglesa que
vocês estudarão nesta aula é um ótimo exemplo sobre esse assunto.
Como havia um contexto de estímulo às invenções para potencializar a produção, a
realidade demandava investigações e pesquisas para novas técnicas e tecnologias. É nesse cenário
que diversas experiências científicas foram realizadas. Quero destacar, na área da física, o exemplo
da termodinâmica.

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Política
Do ponto de vista da política, no Antigo regime, o sangue e o desejo de Deus como as
únicas formas de legitimar o poder absoluto de um governante – a teoria do direito divino do rei
e a hereditariedade – também não respondiam mais à estrutura social e aos interesses políticos
dos diversos grupos que se formavam entre os séculos XV e XVIII. A burguesia, por exemplo,
enriqueceu-se muito, era muito ativa intelectualmente, mas não tinha representação política, ou
seja, naquela velha lógica da legitimação divina e dos privilégios, ela nunca chegaria a compor o
governo de um país.
Por isso, o bolo do poder precisava ser fatiado, pois a cereja já não era suficiente para saciar
a fome de acumulação de uma rica e empreendedora burguesia. As lutas entre o parlamento e o
rei na Inglaterra foram expressões dessas tensões entre distintos grupos. Veremos isso nesta aula!

Além disso, no cruzamento entre política e economia havia uma disfunção enorme entre
riqueza/trabalho/representação política. De um lado, estava a nobreza que mandava em tudo e
era cheia de privilégios e benefícios, sendo o principal deles a isenção fiscal. Por outro lado,
estavam a burguesia e os trabalhadores e, mesmo os burgueses sendo os responsáveis por
financiar o Estado e os privilégios dos nobres, não tinham poder político correspondente ao seu
trabalho, investimento e riqueza. Ou seja, política e economia andavam divorciados e promoviam
imensas desigualdades. As revoluções serão os choques de todas as contradições acumuladas em
séculos!

Religião
Quanto à religião e às ideias, as intolerâncias cometidas em nome de Deus, bem como a
associação entre poder e religião, já haviam promovido muita violência – muito mais do que os
cristãos poderiam suportar com sua fé. Era preciso dar espaço para que as pessoas vivessem suas
crenças sem serem mortas por isso. Contudo, era importante também que a política e a ciência
deixassem de responder aos ditames do papa ou do pastor. No contexto da busca por liberdades,
a religiosa será importantíssima.

Cuidado agora: Essa urgência de mudanças será ostensivamente combatida


por amplos setores da Nobreza e da Igreja, afinal, o mundo estruturado tal como
estava no Antigo Regime era o que legitimava e garantia que a nobreza e a Igreja
Católica continuassem dominando as demais classes sociais, a economia, o
pensamento, as crenças e tudo o mais que o rei imaginasse poder dominar.
Essa classe social, associada à Igreja Católica, lutou até suas últimas forças contra as mudanças
que se avizinhavam no século XVIII e mesmo depois, durante todo o longo século XIX. Por isso,
tornou-se conservadora!

Diante dessa Introdução, nesta aula, estudaremos as sementes para um novo mundo - as
ideias e as primeiras manifestações dos efeitos delas. Na primeira parte abordo as experiências
ocorridas na Inglaterra do século XVII e os reflexos na América do Norte. Na Segunda parte
adentraremos o universo do século XVIII, muito mais tenso que o período anterior, e veremos o
surgimento do Movimento Iluminista.

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2. INGLATERRA: RUMO À AMÉRICA E ÀS REVOLUÇÕES DO SÉCULO


XVII
Neste capítulo, vamos estudar os desdobramentos do que já vimos sobre a consolidação
da monarquia inglesa. Expliquei que os Tudor se consolidaram no poder com Henrique VIII, cujo
reinado se estendeu de 1509 a 1547 (século XVI).
Lembro de que um feito importante de Henrique VIII foi o Ato de Supremacia, o qual criou
a Igreja Anglicana na Inglaterra e tornou o rei chefe religioso. Lembre-se de que a nobreza inglesa
combatia a influência católica do papado (Roma) nas questões internas da Grã-Bretanha.

Neste momento de nossos estudos, vamos aos detalhes da história inglesa, pois, conforme o
historiador Christopher Hill1, os acontecimentos do século XVII são determinantes para,
posteriormente, consolidar a Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em
seguida, torná-la o berço da Revolução Industrial.
Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo século XVII a Inglaterra
acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela colonização e, também, pelas
revoluções inglesas. Também podemos associar o crescimento inglês aos acordos feitos com
Portugal que asseguraram a riqueza do ouro brasileiro aos cofres ingleses.

Bem, agora FOCO porque vou te encher de dados articulados e datas. Vai fazendo seus
posts its .
Após a morte de Henrique VIII, a configuração político-religiosa do território da Ilha da Grã-
Bretanha era a seguinte:
• Inglaterra: predomínio do anglicanismo, reis anglicanos
• Escócia: predomínio do calvinismo, embora com momentos de reis católicos (Rainha
Mary Stuart, 1542)

1
HILL, Christopher. O Século das Revoluções: 1603-1714. São Paulo: Ed. Unesp. 2012.

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Na Inglaterra, quem governou a


monarquia entre 1558 e 1603 foi a Rainha Escócia
Elizabeth I (filha de Henrique VIII), a qual
atingiu feitos importantes:

Inglaterra

1. Fortalecimento da política mercantilista


2. Construção da uma forte frota para a marinha inglesa
3. Exploração da América
4. Invasão de colônias espanholas
5. Carta de Corso (estímulo à pirataria em alto mar sob os navios de outras monarquias)

Em vista dessas ações, a Rainha Elizabeth I foi responsável por consolidar o absolutismo na
Inglaterra.
Com efeito, as ações mercantilistas da Rainha Elizabeth I refletiam a aproximação da Coroa
com a burguesia nascente. Esta camada da sociedade – assim como em outros países da Europa
– era fundamental para financiar as monarquias absolutistas. Veja que isso foi importante, inclusive,
para garantir o controle do monarca sobre os demais nobres que, vira e mexe, queriam o trono e
essas “coisas” que vemos em filme (brigas pelo trono).
Com o intuito de estreitar mais ainda os laços com os burgueses, Elizabeth I, em 1563,
aprovou a Lei dos 39 Artigos. Essa lei, de caráter religioso, permitiu a liberdade para o
puritanismo, que, na prática, era a versão inglesa do calvinismo. Os puritanos rejeitavam a Igreja
Romana (católica) e a Anglicana, pois concebiam que o anglicanismo ainda possuía todos os vícios
criticados pelo calvinismo. Vale lembrar que, em geral, os burgueses se identificavam mais com as
religiões protestantes - na Inglaterra e na Escócia eram conhecidos como puritanos-, pois a prática
do comércio de mercadorias era mais condizente com a doutrina protestante.
Em certo sentido, essa articulação feita por Elizabeth evitou que a burguesia inglesa fosse
perseguida por sua fé e, consequentemente, expulsa ou tivesse que abandonar a Ilha da Grã-
Bretanha. Anota isso aí, porque é muito importante!
Em 1584, por sua vez, a monarquia inglesa inicia a exploração comercial das terras nas
Américas. Ao mesmo tempo em que a Coroa não reconhece o Tratado de Tordesilhas (de
inspiração católica, assinado pelo papa), ela ampliou o comércio marítimo e fundou a Colônia de

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Virginia, na parte sul da América do Norte. Com isso, instalou-se as plantations de algodão. Foi
um movimento em duplo sentido:
1- reposicionar a Inglaterra na disputa internacional;
2- ampliar a matéria-prima “algodão” para abastecer o mercado de tecidos ingleses.
O algodão era um produto importante para as manufaturas de tecidos na Inglaterra. Por
sinal, vimos em aula anterior que o Tratado de Methuen, entre Portugal e Inglaterra, firmou a
exclusividade do tecido inglês no comercio interno de Portugal. Com o aumento da procura, foi
preciso buscar mais matéria prima. Sacaram a articulação da Rainha? Talvez por isso que, no jogo
de xadrez, ela é peça chave, move-se para todos os lados.
Além disso, a agressividade da política externa da Coroa inglesa fez com que a Incrível
Armada de Felipe II, do Reino da Espanha, travasse uma batalha contra os ingleses no canal da
Mancha. Ocorreu que os espanhóis foram derrotados!!!!
Repare, então, que, com as somas de vitórias, o poder absolutista inglês se fortaleceu. Isso
provocou consequências para a política interna do país, em particular, para relação entre a
Monarquia e o Parlamento. É o que veremos logo mais...
Com a Rainha Elizabeth I, então, a monarquia se fortaleceu e começou a se sobrepor ao
parlamento inglês, mas sempre com muita habilidade política para garantir que o Parlamento
endossasse suas decisões.

Lembre-se de que, desde 1215 (assinatura da Magna Carta) a organização do poder na Inglaterra
estava baseada na Monarquia Parlamentar, os nobres sempre tiveram muito poder e
contrabalanceavam as tentativas de arbitrariedades dos reis. Mas durante o Governo dos Tudor,
os monarcas conseguiram dominar e controlar o parlamento!

Em 1603, Elizabeth I morre e não deixa herdeiros. É desse momento até 1714, que o
historiador inglês Chirstopher Hill, no seu livro O Século das Revoluções: 1603 a 1714, argumenta
o quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período da
história inglesa à importância da Revolução Francesa. Então, se liga!
Antes de avançarmos, uma dica de filme:

No mesmo período da Rainha Elizabeth I, na Escócia quem governou


foi a católica Rainha Mary Stuart, entre 1542 e 1567. Como você não
pode ficar bitolad@ só nos estudos tire um tempinho para assistir ao
filme “Duas Rainhas”, lançado em 2018, e dirigido por Josie Rourke.
O filme é mais focado na história da Rainha Mary Stuart, mas mostra
claramente a relação, ora tensa, ora harmônica, entre ela e a Rainha
Elizabeth I. Sem contar que Jaime I, filho de Mary Stuart será o
indicado de Elizabeth I para assumir a sucessão do trono da Inglaterra.

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Como adiantei com a dica do filme, após a Rainha Elizabeth I, Jaime I, à época rei da
Escócia, assumiu o trono e, com isso, unificou a monarquia na Grã-Bretanha (Escócia + Inglaterra
+ Gales). A partir dessa sucessão, os Tudor deixam de governar a Inglaterra e os Stuart ascendem
enquanto dinastia mais importante em solo britânico.
A dinastia Stuart, primeiro com Jaime I (1603-1625), depois com Carlos I (1625-1648),
depois com Carlos II (1660) e, depois com Jaime II, aprofundou o controle sobre o Parlamento
britânico. Mas não foi algo fruto de diálogos, concessões e acordos. Ao contrário, tentaram impor
sua opinião e suas ideias utilizando sempre o argumento do direito divino da legitimidade
sanguínea.
Na verdade, desde a rainha Mary, os Stuart acreditavam fortemente nesse argumento e, de
certa forma, secundarizavam a necessária articulação política para amenizar conflitos entre o
parlamento e a monarquia. Para eles, sangue e religião estavam acima de tudo. Como
consequência dessa postura, apareceram os conflitos entre poderes – na verdade um conflito
entre setores da nobreza e da burguesia contra os reis - e, dessa forma, as revoluções inglesas.

E como foram esses conflitos, Profe?

Com Jaime I, de linhagem católica, adotou-se como modelo de monarquia o absolutismo


francês, ou seja, o poder mais centralizado. Jaime I, na contramão da tradição inglesa de o
Parlamento controlar o rei, impôs à política inglesa a tese do “direito divino dos reis”. A
interpretação que Jaime I deu a essa tese foi da impossibilidade de o poder do monarca ser
questionado uma vez que teria sido Deus quem o colocou no trono. Portanto, o Parlamento seria
algo menor que ele – representante de Deus na Terra.
Além disso, diferentemente da política articulada de Elizabeth I – com a nobreza e ao
mesmo tempo com a burguesia – Jaime I passou a priorizar a nobreza de origem feudal, pois ela
seria a mais apropriada para um tipo de corte aristocrática, tal como na França. Com efeito,
cresceram os privilégios e isenções de impostos para os nobres.

Ai ai ai , Profe, isso parece que não vai “dar bom” com os burgueses !!!

Você tem razão, Bixo, até a nobreza mais aburguesada passou a entrar em atrito com o rei.
Esse grupo social havia se especializado, por razões comerciais, em criação de ovelhas para a
extração de lã, matéria-prima das manufaturas têxteis. Dependiam, portanto, das trocas
comerciais via transporte marítimo e das transações da burguesia comercial.

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Nesse contexto, no início do século XVII, essa nobreza aburguesada encontrou um


aliado: a burguesia mercantil e aquela burguesia que via na produção têxtil um ótimo
setor para investir pesado.
Boa parte desses burgueses eram puritanos e, politicamente, estavam organizados
na Câmara dos Comuns (uma das Câmara do Parlamento, a outra era a Câmara dos
Lordes).
Dessa forma, além do conflito político e econômico, um outro de caráter religioso também
indicava uma convulsão à frente. Se liga!!!

Em vista das iniciativas arbitrárias de Jaime I, o Parlamento inglês, sobretudo a Câmara dos
Comuns, começou a adotar medias contrárias ao rei e aos interesses da Câmara do Lordes. Jaime
I, então, como represália, passou a perseguir os puritanos, o que significava, também, perseguir a
burguesia. Já sacou como a dinastia dos Stuarts estava fazendo inimigos?
Assim, em 1620, parte dos puritanos fugiu para a América e fundou um novo tipo de
colônia, mais autônoma em relação à Metrópole Inglaterra. Era a continuação da formação das 13
colônias – ou, o que você conhece por Estados Unidos da América!
Na época da chegada dos ingleses puritanos à América, já havia a colônia de Virginia. Como
nesta colônia imperava uma lógica semelhante a um “pacto colonial”, isto é, a influência direta da
Coroa inglesa nas terras conquistadas, os puritanos se instalaram em uma região onde pudessem
ser mais “livres” do rei. Dessa forma, os puritanos fundaram no nordeste dos Estados Unidos
(ainda não eram os Estados Unidos, hein?) a colônia de Plymounth.

Com a morte de Jaime I, o filho dele, Carlos I, tornou-se rei em 1625.


Agora, repare: Carlos I aprofundou a relação conflitiva com o Parlamento. Ele, de fato, quis
copiar o modelo francês de monarquia (Corte de Luís XIII, na França) e suprimiu o poder
parlamentar. Isso porque, na França, o Parlamento foi fechado pela monarquia.
Com essa inspiração, Carlos I passou a desferir uma série de medidas à revelia do
Parlamento, tais como:

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✓ criação de impostos sobre a burguesia mercantil;


✓ gastos com guerras inúteis;
✓ prisões sem processos e julgamentos, inclusive contra nobres;
✓ penas de morte contra seus inimigos políticos.

Essa postura foi de encontro ao que, em 1215, fora estabelecido na Magna Carta, isto é,
nenhum imposto seria criado sem o aval do parlamento e nenhuma pessoa (pelo menos da
nobreza) seria presa, sem a aprovação do Parlamento. Hum, hum!!! Aí, querido e querida, só podia
dar........ impeachment, você pensou impeachment!!! Mas não, ainda não existia esse tipo de
mecanismo de controle de um poder sobre o outro. Até porque, reis não sofrem impeachment. A
história demonstra que reis perderam, literalmente, a cabeça (pelo menos nos séculos XVII e XVIII).
É o que veremos!! Acompanha aí...
Um dos impostos criados por Carlos I foi um que sobrecarregou financeiramente o comércio
marítimo, logo, atingiu em cheio a burguesia.
Diante dessa tensão, em 1628, a Câmara dos Comuns elaborou uma Petição de Direitos
exigindo que o rei cumprisse seu papel e respeitasse a Magna Carta de 1215. Pronto, foi a brecha
que Carlos I precisava para fechar o Parlamento. Ele convocou o exército inglês e, então, realizou
seu sonho de consumo: atuar como um “Luís” (os reis na França eram luíses, lembra-se?). Na
verdade, não foi sonho, foi um golpe político mesmo.
Entre 1628 e 1640 o Parlamento inglês ficou fechado. Na Inglaterra, até hoje, nas escolas
se estuda esse período com a denominação de “O Grande Recesso”, uma alusão ao recesso
parlamentar.
Em suma, grave o seguinte,

Inspiração no
modelo francês
de monarquia Aplicação da
Crescente "teoria do
tensão com a poder divino
burguesia dos reis"
(Câmara dos
Comuns)

Golpe de Carlos I
Fechamento do
Parlamento inglês
entre 1628 e 1640

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Nesse contexto, nem todos os nobres aburguesados, burgueses e protestantes em geral,


aceitaram as arbitrariedades de Carlos I. Em 1640, a nobreza calvinista da Escócia se levanta contra
a Coroa absolutista e reivindica a autonomia. Carlos I se viu diante de uma guerra civil em seus
domínios e, para disputar a guerra, necessitou de recursos financeiros. Porém, o rei não tinha mais
legitimidade e condições para arrecadar receitas (impostos) da população.

Nossa que cena!! E o que ele fez, profe?

Carlo I, então, após 12 anos de “Grande Recesso”, convocou o Parlamento na tentativa de


obter recursos para a guerra e o apoio da burguesia. Em contrapartida, veio o troco: o Parlamento
recusou tudo o que Carlos I solicitou. Com isso, o exército inglês sofreu uma derrota na Escócia,
não conseguiu conter a revolta e complicou a vida de Carlos I.
Mais uma vez, Carlos I se volta contra o Parlamento e, acusando os representantes ali
reunidos de traição, determina um novo fechamento da Câmara dos Comuns e da Câmara dos
Lordes. Porém, na Câmara dos Comuns, os burgueses, a nobreza aburguesada e todo mundo que
já estava cansado da monarquia absolutista de Carlos I se rebelaram.
Inicia-se uma guerra civil entre 1642 e 1648, conflito que ficou conhecido, não por acaso,
como Revolução Puritana, liderada por Oliver Cromwell.

2.1 – REVOLUÇÃO PURITANA


Durante a Revolução Puritana, o embate físico assim ficou caracterizado:

Cabeças Redondas
Cavaleiros
(exéricito da
(partidários da
burguesia puritana e
nobreza feudal e
dos nobres
apoiadores do Rei)
aburguesados)

Os Cabeças Redondas - em certo sentido, também um exército do Parlamento-, liderados


por Oliver Cromwell, venceram essa guerra. Cromwell era um membro de destaque na Câmara
dos Comuns. Nesta frente parlamentarista, também havia o grupo dos Diggers e o dos Levellers.

Diggers: defendiam o Levellers: exigiam o fim


fim da propriedade dos privilégios feudais e
privada. direitos iguais

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O fim da guerra civil, em 1648, terminou com a decapitação de Carlos I, a instauração de


uma república e o fim da monarquia na Inglaterra. Fim da monarquia???
Sim, mas durante um pequeno espaço de tempo, pois, logo adiante, a força da tradição,
nos termos do professor Arno J. Mayer2, impôs a restauração da monarquia. A república durou de
1649 a 1658.

Agora, repare no seguinte: a decapitação de Carlos I é simbólica, pois é o primeiro


rei executado na onda que começará a se abrir na Europa entre os séculos XVII e
XVIII. Uma execução feita por um Parlamento (viu só? Impeachment passava longe
dos debates). Foi um recado no sentido de que o poder teria que ser
descentralizado e a tese segundo a qual o “poder dos reis seria divino” era
infundada. Na verdade, ficou comprovado que o poder dos reis emanava do povo.
Por sinal, esses acontecimentos influenciaram as teorias iluministas, como a do pensador John
Locke. Locke sustentou a tese do “direito à revolta” contra os governantes. Boa parte dos estudos
políticos de Locke foi baseado na observação das revoluções inglesas.

2.1.1 – O breve período republicano na Inglaterra


O período republicano na Inglaterra teve à frente a liderança de Oliver Cromwell. Um dos
feitos de Cromwell pró negócios da burguesia foram os Atos de Navegação, em 1651.
Com essa medida, o transporte comercial no mar do norte (atlântico norte) passou a ser
monopólio da Inglaterra, de modo que as mercadorias só podiam ser transportadas por navios
ingleses. Consequentemente, houve o fortalecimento da marinha britânica.
Interessante que a política
favorável aos negócios marítimos dos
Monopólio do ingleses acabou atingindo a Holanda.
transporte Desse choque, surgiu um novo
• Atos de marítimo-comercial
confronto externo da Inglaterra: entre
Navegação • Fortalecimento 1652 a 1654, guerra contra a Holanda.
da marinha Os ingleses saíram vitoriosos.
mercante da
Inglaterra No meio desse conflito, em

1651 1653, o Parlamento foi fechado


novamente. Quem o fez foi Cromwell, o
qual alegou medida de segurança por
estarem em guerra contra Holanda. A
guerra terminou, mas o Parlamento não
foi reaberto. Parece ironia, mas o líder da revolução puritana, que lutou contra um rei que fechou
o parlamento por duas vezes, agora ele mesmo fechava o parlamento. Ai ai esse gosto pelo
poder.......

2
MAYER, Arno J. A força da tradição- a persistência do antigo regime. São Paulo: Ed. Companhia das
Letras, 1987.

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Cromwell faleceu em 1658, fato que levou a uma disputa pelo poder na Grã-Bretanha entre
restauracionistas da monarquia e partidários da Revolução Puritana. Como saída para se evitar um
novo banho de sangue, o Parlamento reconduz a monarquia ao poder. Em 1660, Carlos II, filho
de Carlos I (o rei decapitado), membro da dinastia dos Stuart, assume o trono.

Será que os Stuarts segurariam a onda agora, profe? Ou vão tentar ficar brincando de fechar
parlamento de novo?

2.2 – REVOLUÇÃO GLORIOSA


Ao assumir o trono, o rei Stuart Carlos II passou a adotar posturas de centralização do poder
e de restituição dos poderes absolutos. Parece que estava no sangue dessa família ficar brigando
com o Parlamento!! Inclusive com um governo baseado no absolutismo católico, contrário,
portanto, a doutrinas religiosas divergentes. Afinal, na França prevalecia a máxima da intolerância
religiosa: “Um Rei, Um Povo, Uma Fé”. Seguindo a tradição Stuart, Carlos II achava que podia
copiar os franceses.
Nesse contexto, surgiram vários grupos políticos no parlamento inglês. Algo como
organizações do tipo partidárias (mas que não se chamavam partidos) ou grupos de interesses. A
divisão do Parlamento britânico ficou constituída da seguinte forma, observe o esquema:

Os Whigs Os Tories
formado por membros da formando pela nobreza
burguesia liberal e por conservadora (aristocrática) e
puritanos. Contrários ao por uma nobreza anglicana
absolutismo católico (olha, eles têm perucas brancas)

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Após Carlos II (morto em 1685), seu sucessor, Jaime II, tentou restaurar de vez o
absolutismo na Inglaterra: prendeu opositores e oprimiu os anglicanos. Governou por pouco
tempo, de 1685 a 1689. Ele acabou enfrentando oposição tanto dos Whigs, quanto dos Tories.
Observe a Imagem acima: a fim de conter Jaime II, entre 1688 e 1689, Whigs e Tories se
unem contra o rei e protagonizam a Revolução Gloriosa. Todavia, não foi uma revolução com
guerras e conflitos armados. Foi mais uma reorganização do poder político e a confirmação do
poder do Parlamento britânico.
Jaime II foi deposto e, em seu lugar, o Parlamento colocou um rei protestante, Guilherme
de Orange. Este era casado com uma das filhas de Jaime II, a Maria Stuart. Em 1869, Guilherme
de Orange foi obrigado a assinar a Declaração de Direitos, mais conhecida como Bill of Rights.
O novo rei, ao assinar o termo, assumiu o compromisso de que ele, nem qualquer membro
de sua família (os sucessores), repetiria os erros da monarquia absolutista. Esses eventos, por sua
vez, inauguram a construção da monarquia constitucional inglesa.
Esses eram os termos da Declaração de direitos:
Liberdade religiosa;
Novas impostos, somente com aprovação do Parlamento;
Liberdade de imprensa;
Exército controlado pelo Parlamento;
Poder judiciário autônomo;
Voto censitário no Parlamento;
O rei passou a ter poder de veto sobre a Câmara dos Comuns.

Então, veja:
✓ os ingleses acabavam de “arrumar a casa”, isto é, resolveram seus conflitos internos
e prepararam o arranjo político-institucional para o crescimento econômico (1714 em
diante);
✓ os ingleses já haviam derrotado as duas armadas marítimas mais fortes até então, a
da Espanha e a da Holanda; os ingleses já estavam com um pé na América;
✓ os ingleses estavam arrecadando riquezas de muitas fontes (comércio de tecidos,
exclusividade de transporte marítimo, exploração das colônias, transferência do ouro
de Portugal (do Brasil, na verdade), após os acordos comerciais de exclusividade),
ampliação do mercado interno de manufaturas em solo inglês já na iminência para o
ganho de escala de produção via “maquinofaturas”.

De maneira bem sintética, tudo isso expressou um grande processo revolucionário.


Agora, para a Inglaterra, o século XVII ainda ficou marcado pelo estabelecimento das
colônias na América do Norte. Além da colônia da Virginia – produtora de algodão e território
oficial dos negócios da Coroa, via companhias de comércio- e da colônia puritana, conforme

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mencionado acima, também houve outras colônias. Vamos ver, então, o processo dos ingleses
rumo à América.
Antes, vamos praticar um pouquinho...

(UFPR 2014)
Na figura abaixo vemos à esquerda uma ilustração de Guy Fawkes, inglês católico morto em
1605 após tentar explodir o Parlamento inglês na “Conspiração da Pólvora”, e um
manifestante inglês usando a máscara de Guy Fawkes em 2011 (inspirada na graphic novel
“V de Vingança”, transformada em filme em 2006) e portando um cartaz no qual se lê: “O
povo não deve temer seu governo”.

Sobre os contextos do século XVII e do século XXI em que a figura de Guy Fawkes aparece,
identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) Guy Fawkes pertenceu a uma legião de opositores católicos à dinastia dos Stuart, que
tentou estabelecer um regime absolutista na Inglaterra ao longo do século XVII.
( ) Atualmente, o uso da máscara de Guy Fawkes mantém o ativismo católico do personagem
original, ao defender a opção preferencial pelos pobres e uma teologia de libertação através
do ciberativismo.

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( ) Enquanto Guy Fawkes foi demonizado como traidor à Coroa inglesa desde o século XVII,
atualmente as máscaras de Guy Fawkes representam a contestação ao autoritarismo e à
injustiça, como no movimento Ocupe Wall Street e em diversos protestos pelo mundo.
( ) Após a Conspiração da Pólvora, outras revoltas ocorreram no século XVII na Inglaterra,
culminando na Revolução Puritana (1640) e na Revolução Gloriosa (1688), seja por questões
religiosas, seja pelos cercamentos, seja disputa de poder entre a monarquia e o parlamento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V – F – F – V.
b) F – F – V – F.
c) F – V – F – V.
d) V – V – V – F.
e) V – F – V – V.
Comentários
O primeiro item é verdadeiro, pois Guy Fawkes era membro de um grupo de católicos
radicais opositores ao Rei Jaime I. Veja que, neste caso, foi um brica entre católicos. Essa
oposição aos Stuart, como vimos, cresceu por vários motivos: eram vistos como estrangeiros,
pois, além de serem da Escócia, tiveram boa parte da educação conforme o modelo francês;
aumentaram impostos; eram intolerantes com outras religiões; contrariaram a Magna Carta;
perseguiam burgueses. O objetivo de Guy Fawkes era assassinar o rei com o uso de
explosivos. O plano fracassou. Levado até Jaime I, que lhe perguntou o porquê da realização
de um atentado que mataria tantas pessoas, ele respondeu: “Tempos desesperadores
exigem medidas desesperadas”. Foi enforcado e esquartejado sob a acusação de traidor.
Na atualidade, de fato, muitas pessoas usaram a máscara com a imagem em referência a Guy
para simbolizar a luta contra injustiças. Mas, não há uma ligação com a teologia da libertação.
Esta, uma vertente de católicos que pregam justiça social e democracia.
A partir da resolução dos dois primeiros itens, chegamos ao terceiro, que é verdadeiro.
Já o item IV exige um conhecimento histórico das revoluções inglesas e, como vimos, bate
com o processo histórico. Item verdadeiro. V de...verdade.
Gabarito: E
(FUVEST 2014)
As chamadas “revoluções inglesas”, transcorridas entre 1640 e 1688, tiveram como
resultados imediatos
a) a proclamação dos Direitos do Homem e do Cidadão e o fim dos monopólios comerciais.
b) o surgimento da monarquia absoluta e as guerras contra a França napoleônica.
c) o reconhecimento do catolicismo como religião oficial e o fortalecimento da ingerência
papal nas questões locais.

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d) o fim do anglicanismo e o início das demarcações das terras comuns.


e) o fortalecimento do Parlamento e o aumento, no governo, da influência dos grupos ligados
às atividades comerciais.
Comentário
Questão no alvo. Ou você sabe ou roda. As Revoluções Inglesas ocorridas a partir de 1640
estabeleceram a Monarquia Parlamentarista na Inglaterra, fortalecendo o poder do
Parlamento em detrimento do poder Real. Tais revoluções foram burguesas e, logo,
influenciadas pela burguesia mercantil e pela nobreza aburguesada.
Itens errados:
a- Fala da Declaração de Direitos do Homem, documento fruto da Revolução Francesa.
b- A assertiva aponta sentido oposto ao verificado na história.
c- O catolicismo deixou de ser a religião oficial na Inglaterra desde a reforma Anglicana com
Henrique VIII, no século XVI.
d- Também o sentido oposto. Houve liberdade religiosa e aprofundamento dos
cercamentos, ou seja, concentração fundiária.
Gabarito: E

2.3 – INGLESES NA AMÉRICA DO NORTE


Para começar essa seção, quero chamar a atenção para que tenha cuidado com o tempo
cronológico. Preste muita atenção que vamos dar uma “voltadinha” no começo do século XVII.
Então, se liga nas datas para não ficar perdido e perdida.
Quando pensamos no sistema mercantilista de exploração colonial, iniciado por Portugal e
Espanha no século XVI, podemos dizer que, de certa forma, os ingleses saíram atrasados na corrida
pelas riquezas das Américas. Os portugueses, espanhóis, franceses e holandeses já haviam tomado
suas iniciativas.
Ademais, a primeira tentativa efetiva de colonização inglesa, entre 1584 e 1587, fracassou.
Os índios reagiram à tentativa de conquista e inviabilizaram a permanência dos colonizadores.
Dessa forma, apenas em 1607, com a fundação da colônia de Virgínia a partir do patrocínio
de uma companhia de comércio, e autorizado pela Coroa Britânica, começou a ser viabilizada a
presença inglesa na América do Norte. O modelo de produção na Virginia foi o conhecido Sistema
de Plantation: monocultura produzida em grandes propriedades, com mão de obra escrava e
voltada para a exportação. Nesse caso, grande parte do lucro era transferido para a Coroa. Ou
seja, um típico sistema mercantilista de exploração colonial. Veja alguns produtos que foram
produzidos:
❖ Tabaco, muito consumido na Europa;
❖ Corante índigo (anil) para abastecer a nascente manufatura têxtil;
❖ Algodão, também para abastecer a produção de tecidos;

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❖ Arroz.
Vimos que Elizabeth I e, posteriormente, Cromwell fortaleceram a construção naval e o
comércio marítimo. Esses governantes sabiam que bons frutos financeiros podiam ser colhidos
com o fortalecimento do comércio. Nesse sentido, a criação das companhias de comércio na
Inglaterra, além de demonstrar o apoio do governo a essa atividade, evidenciou a força que a
burguesia comercial tinha.

Lembre-se: politicamente, essa burguesia influenciava as disputas de poder na Grã-Bretanha, via


representantes na Câmara dos Comuns, mas ela não se tornou classe dominante nos séculos XVI,
XVII e até meados do XVIII.

Além desse elemento mais específico ligado ao mercantilismo, outros fatores contribuíram
para a colonização inglesa na América do Norte, ao longo do século XVI. Vou sistematizar alguns
que, de certa forma, já abordamos na seção anterior, e outros são reforçados:
Desenvolvimento da burguesia vinculada aos negócios mercantis;
Perseguição aos puritanos, de modo que parte deles migrou para a América
em 1620; outro grupo de protestante perseguido foi o dos quakers;
Os cercamentos das terras inglesas provocaram a expulsão de hordas de
camponeses do campo para os centros urbanos. Com isso, parte da
população desempregada migrou para a América; outra parte constituiria o
proletariado das fábricas inglesas, décadas para frente.
Necessidade de monopolizar o mercado no atlântico norte e, para isso, foi
preciso confrontar demais potências, como a Holanda;

Assim, no século XVII, outras regiões foram conquistadas para investimentos na produção
agrícola, como as colônias da Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Maryland e Delaware. Como
nessas colônias o investimento era fruto da parceria entre investidores, burguesia comercial e
Coroa Inglesa, os territórios eram controlados diretamente pela monarquia. Nessa porção do
território a principal companhia de comércio atuante foi a Companhia de Londres.
Já os refugiados religiosos, que se concentraram ao Nordeste do território, como na cidade
de Plymouth, fundada pelos puritanos, possuíam mais autonomia. Assim como Plymouth,
localizada na colônia de Massachusetts, outras também possuíam mais autonomia política. Essas
regiões eram pobres e com baixo investimento agrícola, muito embora, os colonos atuassem no
comércio marítimo. Aqui, predominou o trabalho da Companhia de Plymouth.

Reforço que a condição de “autonomia” em relação à metrópole foi favorecida pelas crises
políticas vividas na Inglaterra ao longo do século XVII.

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De toda forma, tanto no Sul, quanto no Norte, a atividade prioritária era a exploração
agrícola. Nesse sentido, o comércio triangular (América, Europa e África) foi praticado nas duas
regiões, uma com mais controle da Metrópole, outra, com menos. Em específico, a região norte,
conhecida como Nova Inglaterra, comercializava rum a partir do melaço obtido nas Antilhas. Com
isso, trocavam por escravos na África e, em seguida, vendiam-nos às colônias do Sul3. Era uma
forma de burlar as próprias Leis de Navegação da Inglaterra.

(UFMG 2007)
Considerando-se as informações desse mapa e outros conhecimentos sobre o
assunto, é correto afirmar que:
A) as Antilhas britânicas, com uma economia
basicamente extrativista, ocupavam um papel
secundário tanto para os interesses metropolitanos
quanto nos intercâmbios comerciais das colônias
inglesas da América do Norte.
B) as colônias inglesas do Norte e do Centro
desenvolveram um intenso comércio
intercontinental com as Antilhas, a África e a
Europa, em detrimento das colônias inglesas do
Sul, que estavam isoladas.
C) o comércio intercolonial e intercontinental se
desenvolveu nas colônias inglesas da América do
Norte, apesar das tentativas, ineficazes, de

3
DAVIDSON, Basil. À descoberta do passado de África. Lisboa: Sá da Costa, 1981.

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aplicação das Leis de Navegação por parte da metrópole.


D) os comerciantes metropolitanos compravam diversos produtos manufaturados da
América Inglesa, onde a atividade fabril era intensa, em razão da abundância de matérias-
primas e de mão de obra barata.
E) devido à colonização tardia da América pelos ingleses eles não obtiveram sucesso na
exploração de produtos agrícolas.
Comentário
A questão trata do comércio triangular, também conhecido como comércio intercolonial
porque era realizado pelas colônias. Em específico, a região norte, conhecida como Nova
Inglaterra, comercializava rum a partir do melaço obtido nas Antilhas. Com isso, trocavam
por escravos na África e, em seguida, vendiam-nos às colônias do Sul4. Era uma forma de
burlar as próprias Leis de Navegação da Inglaterra.
Gabarito: C
Vamos esquematizar algumas diferenças entre as colônias do Norte e do Sul que se
desenvolveram ao longo do tempo devido às funções que cada uma teve desde o início de sua
instalação:

Atividade ao Norte
• Predomínio de colonos perseguidos em razão da religião. Mão de obra dos próprios colonos
e também de trabalho escravo (negros africanos); Companhias privadas que atuavam
independentes da Coroa.
Atividade ao Sul
• Predomínio do sistema de plantation (mão de obra escrava de negros africanos);
Companhias vinculadas à Metropole.

4
DAVIDSON, Basil. À descoberta do passado de África. Lisboa: Sá da Costa, 1981.

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Vejamos agora a divisão geográfica do que ficou conhecida como as Treze Colônias inglesas.
Com a chegada de mais contingente
populacional, um novo mercado interno passou a
se formar. Ao Norte, o trabalho livre passou a ser
predominante e, com isso, as relações de
consumo aumentaram. A atividade manufatureira
emergiu e o comércio se diversificou.
A fiscalização efetiva dos ingleses sobre
suas colonias somente passará a ocorrer no
século XVIII quando, então, Inglaterra já terá
superado suas crises e se tornará uma potencial
mundial. A pressão da Metrópole será um fato
que contribuirá para a guerra de independência
da 13 Colônias inglesas na América do Norte e a
fundação dos Estados Unidos da América. Mas, antes de chegarmos à independência dos
americanos, vejamos mais transformações na Europa.
(FUVEST 1999)
Pode-se dizer que o ponto de partida do conflito, entre as colônias inglesas da
América do Norte e a Inglaterra, que levou à criação dos Estados Unidos em 1776,
girou em torno da reivindicação de um princípio e de uma prática que tinham uma
longa tradição no Parlamento britânico. Trata-se do princípio e da prática
conhecidos como:
a) um homem, um voto (one man, one vote);
b) nenhuma tributação sem representação (no taxation without representation);
c) Declaração dos Direitos (Bill of Rights);
d) liberdade de religião e de culto (freedom of religion and worship).
e) equilíbrio entre os poderes (checks and balances);

Comentário
Queridos, veja, desde 1215, com a imposição da assinatura da Carta Magna pelo rei João
sem Terra, iniciou-se um processo de jogo de poder entre a monarquia e o parlamento.
Desse momento em diante, a nobreza atuou no sentido de controlar o rei no que se refere a
sua capacidade de intervir na economia quando se tratava de criar impostos. Assim, a
tradição política inglesa consolidou essa máxima: “nenhuma taxação sem representação”.
Isso foi utilizado pelos colonos ingleses na América e, acreditem, também foi usada no século
XIX pelo movimento de trabalhadores chamado Cartismo que exigia a representação de
trabalhadores no parlamento inglês. Decore isso, reflita sobre o significado político dessa
tradição.

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Gabarito: B

3. ILUMINISMO
Como vimos, no final do século XVII e início do século XVIII, o Antigo Regime acumulou
muitas contradições do ponto de vista político, econômico e social. Quero ressaltar um ponto: as
tensões envolvendo a burguesia, a nobreza e os monarcas, tal como acabamos de estudar no caso
da Inglaterra.
Nesse contexto, a burguesia (nas suas diversas frações/divisões – baixa, média ou alta
burguesia) foi acumulando críticas sociais, teóricas, filosóficas, econômicas e políticas, canalizando-
as para uma postura de contestação aberta ao Antigo Regime e ao Estado Absolutista. Assim, ia
construindo um instrumental teórico profundamente crítico que inspirou vários movimentos
revolucionários no final do século XVIII.
Esses instrumentais teóricos expandiram-se e constituíram um Movimento Intelectual que
se iniciou na Inglaterra, no final século XVII – especialmente no contexto das revoluções puritana
e gloriosa – e se expandiu para o resto da Europa e América ao longo do século XIX. Era o
Movimento Iluminista! Veja alguns pontos importantes sobre o Iluminismo:

Antes de vermos os principais autores que contribuíram para o desenvolvimento do


Iluminismo, ou Esclarecimento, podemos conjugar alguns elementos centrais para pensar o
Iluminismo como um Projeto de Civilização.

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Realmente era isso que alguns iluministas propunham: a transformação dos homens e da
sociedade por meio da ação racional do indivíduo. Immanuel Kant – nascido na Prússia em 1724,
morreu em 1808) advogava a tese de que o homem poderia atingir a maioridade intelectual por
meio da razão. Isso lhe permitiria viver e conduzir sua própria vida sem a intervenção de outra
pessoa ou instituição.
Dizia ele: “Ousa Saber! Tenha coragem de usar sua própria mente!” Para tanto a única coisa
necessária era a liberdade! Veja o que ele diz:

Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senão liberdade. E a mais
inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso
público de sua razão em todas as questões. Ouço, agora, porém, exclamar de todos os
lados: não raciocinai! O oficial diz: não raciocinai, mas exercitai-vos! O financista: não
raciocinai, mas pagai! O sacerdote proclama: não raciocinai, mas crede! (Um único
senhor no mundo diz: raciocinai, tanto quanto quiserdes, e sobre que quiserdes, mas
obedecei!). Eis aqui - por toda a parte - a limitação da liberdade. Que limitação, porém,
impede o esclarecimento? Qual não o impede, e até mesmo favorece? Respondo: o
uso público da razão deve ser sempre livre e apenas ele pode realizar [A485] o
Esclarecimento entre os homens.5 (grifos nossos)

É verdade que, desde o Renascimento, a razão e a valorização do indivíduo estiveram no


centro do desenvolvimento do pensamento filosófico. Leia o que a professora Cristina Costa
leciona sobre o assunto:

A ilustração, movimento filosófico que sucedeu o Renascimento, baseava-se na firme


convicção da razão como fonte de conhecimento, na crítica a toda adesão obscurantista
e a toda crença sem fundamentos racionais, assim como a incessante busca pela
realização humana.”6

Contudo, com o Iluminismo, formulou-se uma proposta para que o mundo se transformasse, algo
como uma revolução civilizatória. Por isso, usa-se a figura simbólica da iluminação ou da luz. Assim,
os iluministas pretendiam iluminar o mundo. Nesse sentido, muitos historiadores convencionaram
apelidar o século XVIII de “Século das Luzes”.

5
KANT, Emmanuel. Resposta à Questão: O que é Esclarecimento? Cognitio, São Paulo, v. 13, n. 1,
p. 145-154, jan./jun. 2012, pp. 146-147.
6
COSTA, Maria Cristina Castilho, Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São, Pauli: Editora
Moderna, 2005, p. 44.

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“Mas planejar e projetar o futuro exigia a concepção de um tempo e de um


espaço determinados, confirmando o nascente conceito de estado-nacional –
um território soberano sobre o qual a burguesia reinava, imprimindo uma
política que privilegiava o desenvolvimento econômico e as necessidades do
mercado. A nação deveria se orientar por uma política que favorecesse a
prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-
mestra. Um indivíduo liberto das marras do passado – da religião da fé, da culpa
e do pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de
desejos e expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir
negócios e lucrar.
Novos valores guiando a vida social para sua modernização, mais pesquisas e exploração de novos
campos do saber, avanços técnicos, melhorias nas condições de vida, tudo isso somado produziu
um clima muito otimista em relação ao futuro do homem, o que levou a esse surto de ideias,
conhecido pelo nome e “ilustração”. Um movimento que propunha uma atitude curiosa e livre
que se estendia tanto à elaboração teórica como à sistemática observação empírica. Que
acreditava ser o conhecimento a fonte do saber, de realização e de satisfação para a humanidade.
Que acreditava na evolução incessante do ser humano em direção a etapas cada vez mais
avançadas de sua existência como espécie.”7

Portanto, como
Indivíduo parte do Projeto Iluminista,
há um tripé que sustentou a
elaboração teórica mais
específica em cada área do
conhecimento, vejamos:
Essa é a base para uma das teorias
mais importantes do século XIX até os
nossos dias atuais: o LIBERALISMO! E, meus
Liberdade Razão caros, o liberalismo é uma teoria bastante
complexa que não se resume ao aspecto
econômico. Ela teve, e tem, impacto no
pensamento econômico, político, na área do direito, na concepção de república, democracia e
cidadania.
Como veremos ao longo dessa aula e das próximas, as teorias da ilustração tiveram a força
de orientar a ação política e econômica dos atores sociais do século XVIII e XIX e, assim,

7
COSTA, Maria Cristina Castilho, Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Editora
Moderna, 2005, pp. 46-47.

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estabelecer as bases do que viria a ser o Estado Capitalista na sua forma constitucional e
democrática.
Assim sendo, podemos estudar o iluminismo a partir dessa síntese fundamental que foi o
liberalismo. Tendo em vista o tripé acima (razão, liberdade e indivíduo) podemos verificar as
elaborações fundamentais nos campos da política e da economia. Nesse percurso veremos quais
autores contribuíram para a formação do pensamento político e econômico liberal.

3.1 – LIBERALISMO POLÍTICO


O liberalismo político, como o próprio nome diz, é uma teoria política. Ela teve grande
impacto no desenvolvimento da revolução Francesa, como veremos ainda nessa aula.
Tendo por base a ideia de que a sociedade é regida por leis naturais, um tanto quanto
semelhantes àquelas que regem a natureza e a relação entre as espécies, os filósofos rejeitavam
toda forma de controle político, quer seja de um rei, de um líder, de um grupo, de um chefe
religioso. Qualquer intervenção impossibilitaria o homem de agir por si mesmo expressando a sua
capacidade racional. Lembra de que a liberdade é condição para racionalidade?
Veja o que diz John Locke (1632-1704) – um filósofo inglês, que
viveu a experiência das revoluções inglesas do final do século XVII:

“A liberdade natural do homem consiste em estar livre de


qualquer ser superior na Terra (...), tendo somente a lei da
natureza como regra (...)8

Nesse sentido, podemos afirmar que havia uma clara oposição à ideia de legitimidade do
poder divino do soberano, bem como à ideia de submissão do povo em relação ao monarca. No
conflito entre Parlamento e Rei – que você já estudou nessa aula – vimos que um dos motivos que
contribuíram para a derrota do rei foi sua “mania” de criar tributos sobre as propriedades sem
que fosse autorizado pelo parlamento e, inclusive, fechar o parlamento. Está vendo, a intervenção
do rei não se limitava apenas na vida das pessoas, mas também na sua propriedade.
Contudo, a propriedade é compreendida como elemento decorrente da liberdade e da
racionalidade. Embora ninguém nasça sendo dono de uma fazenda (salvo se for herança), nasce-
se livre, ou seja, dono de si mesmo. E é esta liberdade que pode levá-lo a ter posses para além
do próprio corpo. Mais uma vez, leia um trecho de Locke:

Se o homem no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode


ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu
consentimento(...) (grifos nossos)

8
LOCKE, John. O segundo tratado sobre o governo. Petrópolis: Editora Vozes. 1999.

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Caro, Bixo, observe o grifo do trecho acima. Perceba que o iluminista não nega a necessidade de
um poder político acima dos indivíduos. O que não pode ocorrer é que este poder se estabeleça
sem o consentimento do indivíduo ou da comunidade.

Assim, a formulação a que Locke chega é a de que a legitimidade do poder vem justamente
daquele que outrora foi oprimido: o povo!! São as pessoas que devem consentir que um entre
eles governe ou que um colegiado legítimo faça leis. Então, tatua na mente: o poder emana dos
indivíduos que o concede a um governante.
Concluindo a ideia: o sistema de legitimidade passa do rei para os indivíduos!
Isso não lhe parece óbvio?
Afinal, quem colocou o governo
brasileiro no poder? O povo!!! Foi o
GANHA LEGITIMIDADE

PERDE LEGITIMIDADE
INDIVÍDUO povo que concedeu por meio do voto
seu consentimento para que uma
REI
pessoa pudesse governar. Imagina uma
pessoa chegando ao poder dizendo
que está lá e temos que obedecê-la
simplesmente porque Deus quis. Quem
aceitaria isso hoje em dia. Na sociedade
ocidental, majoritariamente, o sistema
eleitoral e a regra da maioria (maioria dos votos) são a chave para atribuir legitimidade a um
governo!

Mas, Profe, se o homem é tão livre e tão racional, o que o faria consentir um pedaço do seu poder
a outras pessoas, seus representantes? Não deveria o homem exercer seu poder diretamente sem
nenhuma intervenção?

Bem, querido e querida, essa foi uma discussão grande entre os iluministas: por exemplo,
a democracia deve ser direta ou representativa?
Locke dizia que embora o homem seja livre por natureza, a fruição da liberdade é incerta e
está permanentemente suscetível de obstacularização por terceiros, por isso, para evitar
inconveniências que surgem na convivência entre muitos homens, ele se reúne em sociedade.

Portanto, para garantir a proteção e a conservação de si mesmos, de sua


liberdade, de sua vida e de sua propriedade ele se associa a outros
indivíduos, por meio de um contrato, no qual estabelecem racionalmente
limites para as suas ações. Veja como Locke define sociedade civil:
“Sociedade é uma associação para a conservação da vida, da liberdade e
dos bens que chamo de propriedade.”

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Nesse estado, os homens gozariam dos chamados direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e
propriedade privada e para conservá-los estabelecem um contrato. Dessa forma a sociedade tem
uma base contratualista!!

Assim, a formação da sociedade tem uma base: um contrato social! É este contrato a
“cartilha” que rege a vida das pessoas, das instituições e das famílias. O governante deve, ao
governar, agir dentro das regras desse contrato e sempre observar e garantir os interesses comuns
da sociedade. Por isso que, para Locke, os homens não devem governar diretamente, é preciso a
figura do representante de todos os homens. Essa concepção é importante porque justifique a
representatividade tanto via Parlamento, quanto via soberano (rei).

Mas, Profe, e caso o governante extrapole o contrato, ou atue apenas para garantir o seu próprio
interesse?

Aí, nesse caso, meu caro futuro universitário e universitária, o povo detentor do poder
originário pode derrubar o governante. Trata-se do que o Locke chamou de “direito à rebelião”.
Direito esse que, como vimos no capítulo sobre Revoluções Inglesas, foi utilizado pelo Parlamento
Inglês mais de uma vez. Cuidado aqui: quando o pensador inglês falava em rebelião ele não estava
falando de pixar o banco, quebrar o orelhão, jogar uma bomba no parlamento ou fazer uma guerra
civil. Rebelião, para Locke, é o ato de não aceitar o despotismo de um governante, nem de um
parlamento.
Nesse caso, as formas de atuação deveriam respeitar SEMPRE os direitos naturais de todos
os homens: a liberdade, a igualdade, a vida e a propriedade. Por isso, as revoltas podem ser
múltiplas, melhor ainda se forem sem derramamento de sangue, como ficou evidenciado no
processo da Revolução Gloriosa que colocou um freio no despotismo dos reis ingleses.
Leia o que o próprio Locke diz:

(...) os homens jamais estarão ao abrigo da tirania se não tiverem os meios de escapar
antes que ela os tenha dominado completamente. Por isso, não somente tem o direito
de sair dela, mas de impedi-la. (p. 218)

Agora veja, a vida e a liberdade são entendidas como naturais e pertencentes a todos os seres
humanos, por isso, configuram-se como direitos naturais, os quais não podem ser separados ou
retirados das pessoas, também são chamados de direitos inalienáveis (inseparáveis).

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Conforme a filosofia iluminista se


desenvolveu, ela acabou por influenciar as
subáreas das Ciências Humanas. Uma delas foi a
das ciências jurídicas e a partir dessa noção de
direitos naturais estabeleceu-se a ideia de direitos
civis e políticos. Segundo essa concepção teórica,
as pessoas tinham, e têm, direito ao exercício dos
seus direitos civis e políticos.
Assim, os iluministas desenvolveram
uma compreensão diferente sobre a relação
entre governantes e governados. Segundo a
•Obediência e
Cidadãos teoria, os indivíduos passam de uma
Obrigação. condição de submissos ao poder do
•Ex. Obedecer ao rei •Deveres
e pagar impostos •Direitos civis e governante para outra de detentores
políticos originários do poder. Ou seja, de súditos as
pessoas passam a ser compreendidas como
Súditos cidadãs. Note que isso é radicalmente
diferente da “teoria do direito divino dos
reis”.
Essas formulações de Locke receberam a concordância de vários filósofos da época, por
isso, podemos generalizá-las e dizer que são características dos aspectos do liberalismo político.
Contudo, algumas delas, sobretudo as sobre a função da sociedade e a natureza da propriedade
privada foram contestadas pelo filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
Como um dos mais ferrenhos críticos de sua época, Rousseau quis entender a desigualdade
real entre os homens. Para compreendê-la foi estudar as organizações sociais na história e chegou
à conclusão de que a propriedade não era um direito natural, assim como o eram a liberdade e a
igualdade. Ao contrário, a propriedade seria a provocadora de toda a desigualdade e injustiça na
Terra. Basta pensar na expulsão dos camponeses quando começaram os cercamentos na
Inglaterra e a extinção das propriedades comunais.
Além disso, o filósofo suíço (ele não era francês) – que circulou por toda a Europa e pelos
principais centros de difusão do pensamento crítico - não acreditava que a sociedade era algo
positivo, embora necessária. Ele dizia: o homem nasce livre, mas a sociedade o corrompe.
Alguns estudiosos do iluminismo disseram que ele foi o mais crítico entre os pensadores da
época e seu pensamento deu base para as ideias contestatórias ao próprio liberalismo e ao
capitalismo que se desenvolveram ao longo do século XIX.

AULA 08: História Moderna II 30


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Profe Alê Lopes
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“O primeiro que, AO
CERCAR UM TERRENO, teve a
audácia de dizer ISTO É MEU e
encontrou gente bastante
simples para acreditar nele foi o
verdadeiro fundador da
sociedade civil.”

“Quantos crimes, guerras e


assassinatos […] teria poupado ao gênero
humano aquele que, arrancando as estacas
e cobrindo o fosso, tivesse gritado a seus
semelhantes:

‘Não escutem esse impostor!


Estarão perdidos se esquecerem que os
frutos são de todos e a terra é de ninguém”.

Mas o próprio Rousseau admitia que, naquela etapa de desenvolvimento da sociedade,


talvez não fosse mais possível viver como antes, no estado de natureza igualitário. Logo, o contrato
social era uma necessidade. Além disso, ele considerava que o povo deveria exercer a democracia
direta, governar sem representes.
Podemos, então, sistematizar:
De um lado, havia iluministas defensores da representatividade, como Locke. Veja o
que ele dizia sobre Poder Legislativo:

Se o legislativo ou qualquer parte dele compõe-se de representantes escolhidos pelo


povo para esse período, os quais voltam depois para o estado ordinário de súditos e só
podendo tomar parte no legislativo mediante nova escolha, este poder de escolher
também será exercido pelo povo.9

Do outro, pensadores – como Rousseau- defensores do exercício direto da política


pelos cidadãos (democracia participativa).
Assim, querida e querido aluno, independentemente do debate teórico entre esses dois
iluministas, podemos dizer que o contrato social era justamente o que limitaria o poder e a

9
LOCKE, J. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultual, 1973, p. 101.

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liberdade dos homens, mas lhe garantiria, ao mesmo tempo, alguma segurança e estabilidade
para planejar a busca pela sua felicidade. O ponto comum entre Locke e Rousseau é o pacto social
por meio de um contrato.

Mas, Profe, o que seria esse contrato, como as pessoas fariam isso?

Bem, o contrato social é a teoria das regras básicas de convivência. Ele é um pressuposto
aceito pela consciência social geral da sociedade civil e deve ser aceita por quem quiser fazer
parte dela. Para além da elucubração teórica, o contrato é a CONSTITUIÇÃO de um Estado.
Aquela Carta Magna que determina quais direitos e deveres dos cidadãos.
Isso foi um grande passo no sentido de
enfraquecer o poder absolutista de alguns monarcas que
eram ou pretendiam ser absolutos e estar acima,
inclusive, da sua corte, conselho ou parlamento – como
vimos no caso inglês. Houve grandes conflitos para que
essas teorias tomassem forma concreta.
A história nos ensina que surgiram a Monarquia
Constitucional e a República (parlamentarista ou
presidencialista). Ao longo da história, veremos que a
Monarquia Constitucional apareceu como um “meio
termo” entre o velho poder da nobreza e o novo poder
da burguesia. Conforme o liberalismo avançou no mundo,
em algumas situações, a república foi escolhida como
forma mais acabada de poder soberano do povo. A
experiência inglesa ilustra a opção pela Monarquia
Constitucional e o desenvolvimento do liberalismo na
França e nos EUA representa a opção republicana.

Agora, veja, estava claro para os iluministas que o poder absolutista não deveria estar
concentrado nas mãos de uma única pessoa, seja qual fosse a justificativa. Assim, o poder deveria
estar dividido em esferas. A partir do que estudamos até agora, sabemos que há o rei e o
parlamento e que ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX surgiram a Monarquia Constitucional e a
República.
Portanto, podemos falar que o parlamento é a esfera do poder legislativo e a esfera do
poder executivo fica a cargo da Monarquia ou do chefe da República (Primeiro Ministro ou,
futuramente, o Presidente). Sacou?

Mas qual era a função de cada uma delas, Profe Alê?

1- Parlamento: função legislativa, ou seja, fazer leis que regulam a sociedade.


2- Monarquia Constitucional ou República: executar as leis elaboradas pelo parlamento.
Hoje em dia, em alguns países a depender do que determina a constituição, o poder

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executivo pode propor algumas leis. Só para vocês ficarem informados, no Brasil, o
governo federal propõe as leis orçamentárias, ou seja, quanto vai gastar com o que,
entre outras possibilidades de iniciar o processo legislativo. Aí os projetos de lei vão
para o Congresso e os deputados e senadores podem modificá-los, aprová-los ou
rejeitá-los.

Mas, queridos e queridas, está faltando um poder, qual mesmo? O judiciário!!!!!


Agora quero que vocês relembrem a experiência das revoluções inglesas. Lembra de que
entre as determinações do Bill of Rights o rei ficava impedido de mandar matar alguém sem o
consentimento do Parlamento?
Pois bem, geralmente, o poder de julgar era do rei. Na idade Média era do Tribunal da
Santa Inquisição, e até mesmo do senhor feudal. Logo, em muitos momentos ao longo da idade
média e da moderna, quem exercia a justiça e o papel de juiz eram pessoas que detinham outros
poderes.
O desenvolvimento do sistema judiciário é fruto do próprio desenvolvimento do
liberalismo. Os iluministas retomam o direito clássico romano (veremos isso durante o Governo de
Napoleão Bonaparte). Consolida-se a ideia de que o acusador não pode ser o julgador, de que
aquele que faz a lei e a executa não poderá julgá-la. Com isso, nascerá o contemporâneo sistema
de justiça que passará a exercer o poder judiciário.
Cuidado, cada país organiza seu sistema de um jeito, mas, em geral, prevalece essa
perspectiva da separação do poder em 3 esferas sendo cada uma delas harmônicas e
independentes entre si. Para o vestibular você não precisa ir a fundo nessa discussão, pegue o
sentido geral do movimento da história.

(Unicamp 2012)
O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor
dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (...) A ordem social, porém,
é um direito sagrado que serve de base a todos os outros.
(...) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma
sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um
só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo
e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela
não existe bem público, nem corpo político.”
(Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28,36.)
No trecho apresentado, o autor
a) argumenta que um corpo político existe quando os homens se encontram associados em
estado de igualdade política.
b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais.

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c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos


políticos.
d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se
submeterem a um único senhor.
Comentários
Rousseau foi um dos mais destacados iluministas, tendo publicado diversas obras, sendo que
Do Contrato Social é a mais analisada e difundida. Discute a organização do poder como
expressão da vontade da sociedade, criticando o modelo absolutista de sua época e
defendendo a organização social para a formação do governo, que deve representar o povo.
A expressão “direito sagrado” que aparece no texto não deve ser tomada como base
religiosa do autor, mas como a ideia de um direito básico. Uma das marcas de Rousseau, na
verdade, do pensamento iluminista é a combinação entre liberdade e igualdade no exercício
da política. Nesse sentido, a letra é nosso gabarito.
Repare que a alterativa B desvirtua o próprio argumento do autor, pois ele afirma que a
ordem social é um direito sagrado que serve de base para os demais.
Sobre a questão da escravidão, para Rousseau ela é nula e ilegítima, simplesmente por ser
um absurdo. Rousseau entende que as palavras escravidão e direito são contraditórias entre
si. Contudo, no trecho do enunciado da questão, a reflexão do pensador não abordar a
temática da escravidão na América.
Gabarito: A

Um bom caso para entendermos essa separação entre os poderes é o caso de Sérgio Moro, no
Brasil, em 2019. Sérgio Moro foi um juiz que julgou muitos casos de escândalo de corrupção e,
por isso, ficou muito conhecido no Brasil. Em um certo momento, ele foi convidado pelo
Presidente da República a ocupar um Ministério no poder executivo. Logo, Sergio Moro precisou
deixar o poder judiciário para assumir o exercício de cargo no poder executivo. Percebem a teoria
da separação de poderes por trás da prática? Quem executa a lei, não a julga. O mesmo ocorre
quando um deputado é convidado a assumir um cargo no poder executivo. Ele deve, antes da
posse, se afastar do cargo no poder legislativo para exercer sua função no poder executivo. Não
se trata simplesmente de ética do serviço público, mas da teoria da separação dos poderes
colocada em prática.

O pensador que sistematizou essas ideias foi o Barão de


Montesquieu (1689-1755). Sim, era um nobre pensador! A obra-prima
de Montesquieu é o livro O espírito das Leis, que tem quase 800
páginas. Muitos dizem que ele é, de certa forma, não apenas um
filósofo preocupado com as ideias e os tipos ideais, mas com a política
de fato. Algo que hoje em dia chamaríamos de “real politycs”.

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Assim, sua preocupação se estendeu para além da fundação da sociedade civil, ou da


origem do homem – como debateram Hobbes, Locke e Rousseau. Montesquieu preocupava -se
com o modo como a sociedade e a atividade política são organizadas todos os dias e, portanto,
como as leis repõem novos contextos. Por isso mesmo ele deu mais concretude à teoria da
separação entre os poderes.
Além disso, também contribuiu para os ensinamentos sobre o que são os regimes políticos.
Ele estudou e escreveu sobre 3 tipos de governos aos quais poder-se-ia atribuir um princípio
específico para cada:
➢ Despóticos: TEMOR = só sobrevive pela paixão dos governados que impõe medo
aos que não são apaixonados;
➢ Monárquicos: HONRA = motor que move a monarquia;
➢ Republicanos: VIRTUDE = amor à pátria e à igualdade.

Queridos, um alerta: você não tem que concordar ou discordar dos autores
iluministas. Apenas deve entendê-los no seu tempo histórico, e tentar perceber
quais elementos dessas teorias formuladas no século XVIII ainda podem ser
verificados no nosso cotidiano em pleno século XXI. Montesquieu, por exemplo,
falou de República, mas veja, ele morreu em 1755, não viveu nem a experiência da
Independência dos Estados Unidos da América e nem da Revolução Francesa. É
obvio que as mudanças do tempo podem, e devem fazer a ciência revisar os argumentos dos
autores. Mas tenhamos sempre a noção de que não se joga fora o que foi escrito. Aprendemos,
refletimos, atualizamos e criamos outras teorias. Isso é Ciência!!!!!!
Bem, sua parte como vestibulando para no “aprendemos e refletimos”, hehehe, depois que você
for um universitário pode escrever o que quiser. Agora, bora treinar esse conteúdo todo!!!!

Poder
executivo

Harmônicos e
Independêntes
entre si

Poder Poder
judiciário Legilativo

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Falta-nos falar de um tema importante quando tratamos de iluminismo: a tolerância


religiosa e laicidade do Estado.
Evidentemente, depois de tratarmos sobre liberdade e igualdade, podemos pensar que a
liberdade religiosa é uma consequência da livre razão dos homens. É exatamente assim que os
iluministas encaram a noção da crença: como algo do foro íntimo.
Portanto, política e religião não se misturam. Até porque, quando misturados,
principalmente após inúmeras experiências em que reis viraram chefes religiosos, o poder
absoluto se potencializa. Nesse sentido, o iluminismo foi decisivo para a compreensão não apenas
do direito individual ao exercício das crenças, como da laicidade do Estado. Na verdade, para que
haja a liberdade individual de crença é necessário que o Estado seja religiosamente neutro, ou
seja, laico.

Vejamos a arquitetura do argumento:


Ponto 1: se as pessoas são dotadas de razão para fazer suas escolhas individuais,
significa que cada um pode acreditar em quais doutrinas lhe sejam mais adequadas.
Nesse sentido, haveria a existência de centenas, milhares delas. Certo, entendido?!
Ponto 2: ao Estado cabe a segurança e garantia dos interesses comuns à sociedade.
Logo, como o Estado vai impor uma religião única? Isso quebraria o ponto 1, da liberdade
individual. Então é preciso uma técnica política. Qual seria a técnica política para garantir a
segurança de todos no momento de exercer seu livre direito de crer? A resposta para essa
pergunta é a fórmula da laicidade do Estado. Sacaram, Corujerts?

O autor que mais contribuiu para o tema da tolerância


religiosa foi Voltaire (1694-1778), filósofo e dramaturgo. Ele entendia
que a razão era um guia infalível para chegar a Deus e, assim,
defendia a crença em um ser supremo e universal que fez a todos
igualmente. Portanto, como forma de governo ele defendia um
governo esclarecido – iluminista. Para ele não importava se era
monarquista, republicano, burguês ou nobre, desde que fosse
esclarecido.
Esse argumento de Voltaire se explica porque ele era um
grande crítico dos costumes, vaidades, inveja e mesquinhes da sociedade da época. Em nome de
Deus e do poder, tudo isso? Era o que se perguntava o dramaturgo cujas críticas lhe renderam
duas prisões na Bastilha – prisão política francesa. Além disso, para este pensador a tolerância é
racional.
Dessa elaboração nasce a noção de Governo de Despotismo Esclarecido, do qual o
Governo de Marquês de Pombal à frente da administração de Portugal é um exemplo. Além dele,
podemos citar: José II, rei da Áustria, Catarina II, czarina da Rússia, Frederico II, kaiser da Prússia
e Carlos III, rei da Espanha.
No caso dos governos esclarecidos o primeiro passo seria a tolerância religiosa, ou seja, o
fim do dogma “um rei, um povo, uma fé” – esta que tantas guerras e perseguições religiosas

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produziu na Europa e nas suas colônias. Leia o texto abaixo. Ele é parte do livro Tratado sobre a
Tolerância. Essa é uma obra que Voltaire escreveu publicou em 1763, depois da morte de Jean Calas,
injustamente acusado e executado a 10 de março de 1762 pela morte do seu filho, que havia se convertido
ao catolicismo. Tente identificar os princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade – que
serão lemas da Revolução Francesa.

Prece pela Tolerância10


Não é mais aos homens que me dirijo,
É a Ti, Deus de todos os seres, de todos os mundos
E de todos os tempos.
Se é permitido a frágeis criaturas
Perdidas na imensidão e imperceptíveis ao resto do universo,
Ousar Te pedir alguma coisa,
A Ti que tudo criaste,
A Ti cujos decretos são imutáveis e eternos,
Digna-Te olhar com piedade os erros decorrentes
De nossa natureza.
Que esses erros não venham a ser as nossas calamidades.
Não nos deste um coração para nos odiarmos,
Nem mãos para nos matarmos.
Faz com que nos ajudemos mutuamente
A suportar o fardo de uma vida difícil e passageira.
Que as pequenas diferenças entre as roupas
Que cobrem nossos diminutos corpos,
Entre nossas linguagens insuficientes,
Entre nossos costumes ridículos,
Entre nossas leis imperfeitas,
Entre nossas opiniões insensatas,
Entre nossas condições tão desproporcionadas a nossos olhos
E tão iguais diante de Ti;
Que todas essas pequenas nuances
Que distinguem os átomos chamados homens,
Não sejam sinais de ódio e perseguição.
Que os que acendem velas em pleno meio-dia
Para Te celebrar,
Suportem os que se contentam com a luz de Teu sol.
Que os que cobrem suas vestes com linho branco,
Para dizer que devemos Te amar,
Não detestem aqueles que dizem a mesma coisa
Sob um manto de lã negra.
Que seja igual Te adorar num idioma antigo,
Ou num idioma novo.

10
VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância.: por ocasião da morte de Jean Calas. [1763]. Porto Alegre:
L&P, 2015, p. 113-114.

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Que aqueles cuja roupa é tingida de vermelho ou de violeta,


Que dominam sobre uma pequena porção
De um montículo da lama deste mundo,
E que possuem alguns fragmentos arredondados de certo metal,
Usufruam sem orgulho o que chamam de ‘grandeza’ e ‘riqueza’,
E que os outros não os invejem,
Pois sabes que não há nessas vaidades nem o que invejar,
Nem do que se orgulhar.
Possam todos os homens lembrar-se de que são irmãos!
Que abominem a tirania exercida sobre as almas,
Assim como execram o banditismo
Que toma pela força o fruto do trabalho
E da indústria pacífica.
Se os flagelos da guerra são inevitáveis,
Não nos dilaceremos uns aos outros em tempo de paz
E empreguemos o instante de nossa existência
Em abençoar igualmente, em mil línguas,
Do Sião à Califórnia,
A Tua Bondade, que nos deu
Esse instante.

3.2 – LIBERALISMO ECONÔMICO


Queridos e queridas, as discussões sobre economia são imensas e complexas. Mas quero
que vocês prestem atenção em uma coisa: assim como falamos de alguns teóricos iluministas que
foram os precursores do liberalismo político, em relação à economia adotaremos o mesmo foco,
uma vez que nosso objetivo é entender o movimento iluminista e suas principais sínteses teóricas
e históricas.
Por que estou explicando isso? Porque algumas vezes alguns alunos perguntam: mas,
professora você não vai falar da escola austríaca de economia – Von Mises ou Hayek? E eu
respondo: Não, porque eles não foram precursores iluministas. São de outro tempo histórico e
estão mais relacionados com o neoliberalismo de meados do século XX.
No século XVIII, uma das primeiras formulações, no campo da economia, contra as práticas
mercantilistas foram propostas pelos fisiocratas, com relevo para Quesnay (1694-1774) e Gournay.
Fisiocracia quer dizer “o governo da natureza”. Calma, não se trata do rei Sol ou da chuva
. Quesnay usava dois argumentos:
A terra é a principal riqueza econômica
Tal como a natureza, a economia tem leis naturais.
A partir desses dois pressupostos, então, ele vai defender que o estado não intervenha na
economia de modo a garantir o livre curso da natureza. Quesnay recorre ao termo cunhado por
Gournay: “Laissez faire, laissez passer, le monde va de luimême” - Deixai fazer, deixai passar, o
mundo vai por si mesmo.

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Os fisiocratas advogaram uma tese que acabou por ser mais explorada no campo da
economia e assim se convencionou chamar a proposta desses autores de “capitalismo agrário”,
pois para eles a origem da riqueza estava na terra. No entanto, eles não faziam uma cisão
epistemológica entre economia e política. Nesse sentido, ao negar o papel de intervenção do
estado na economia, mas sem acabar com essa instituição política, formularam outras funções ao
aparelho estatal – o que os aproximava dos teóricos do liberalismo político que já estudamos.
Veja algumas funções do estado propostas pelos fisiocratas:

Proteger a sociedade contra a violência da invasão estrangeira;


Proteger a sociedade da injustiça e da opressão interna;
Fazer obras de interesse comum;
Garantir liberdades e interesses particulares.

Contudo, os debates em torno do problema das práticas


econômicas do mercantilismo se aprofundaram. Assim, quando
tratamos do desenvolvimento iluminista no campo da economia,
falamos em Adam Smith (1723-1790) e sua principal obra: A
riqueza das Nações11 .Smith é considerado o pai fundador do
liberalismo econômico.
Como um estudioso do tempo ilustrado, criticava
abertamente o mercantilismo, demonstrando que o
intervencionismo do Estado na economia era uma forma de
entrave à ordem econômica. Esse é o ponto fundamental da sua argumentação. Para ele a ordem
da economia é parte de uma lei natural: a da oferta e da demanda. Disso decorre sua máxima: o
mercado se autorregula.
Mas, como um pensador ilustrado, ele considerava que uma ordem econômica harmônica
poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem sua felicidade.
Dessa forma, a harmonia econômica seria atingida se fossem asseguradas 3 condições:

- Livre concorrência
- Divisão do trabalho
- Livre comércio

11
O nome completo da obra é: Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações
(1776).

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Há algo relevante na análise de Adam Smith que foi fundamental para entender a origem
da riqueza: sua análise sobre o papel do trabalho. Para o pai da economia liberal, o trabalho é o
elemento produtor da riqueza, e não a terra como afirmavam os economistas fisiocratas.
Veja, quando Smith fala em trabalho ele está falando em relações sociais. Para ele trabalho
é uma mercadoria específica: marcada e definida por relações sociais. Ele estudou a história da
humanidade para chegar a essa conclusão.
Como parte de suas conclusões, ele estabeleceu etapas de desenvolvimento econômico e
civilizatório das sociedades a partir da análise do modo como as pessoas trabalhavam e produziam
riqueza. Anote essas fases:
➢ 1.Sociedade coletora e caçadora
➢ 2.Sociedade do pastoreio
➢ 3.Sociedade agrícola. Interessante que aqui ele começa a demonstrar a importância
da complexidade das relações econômicas.
➢ 4.Sociedade do comércio internacional. Para ele, essa é a etapa “suprema da evolução
humana”.
Nesse sentido, não podemos fazer uma leitura economicista de Adam Smith, porque, tal
como os demais filósofos, ele pensava em um projeto de nova sociedade. Contudo, é óbvio que
sua perspectiva é da forma de se criar riquezas, portanto, o campo da economia. Diferentemente
de Montesquieu para quem o foco da análise era na política e no direito.
O singular em Adam Smith é que ele estabelece a primazia da economia sobre os demais
setores da vida em sociedade. Veja o que ele mesmo diz:

Senhores e comerciantes levaram a cabo, assim, uma revolução de maior importância


para a felicidade pública, sem que nenhum deles houvesse proposto. Eis aqui como o
progresso econômico engendra transformações sociais mais transcendentes que as que
alcançam os homens quando se sublevam contra os poderes estabelecidos. (grifos
nossos)

Observe, pelos grifos acima, que Adam Smith dizia que as transformações econômicas
poderiam gerar mais impacto no desenvolvimento econômico que as questões políticas. Como
método para se atingir essa afirmação ele está comparando o desenvolvimento da Inglaterra em
período de paz e de conflitos políticos. É quase como se ele afirmasse que a Inglaterra cresceu
mais desenvolvendo o comércio mundial do que quando acabou com o poder absoluto do rei.

Mas, Profe, ele não está separando política e economia?

Não se trata de separação, mas de relação. Nunca Adam Smith desprezou a política. O que
ele procurou entender foram as relações de causa e efeito na sociedade e quais são os elementos
estruturantes da sociedade.
Naquela ocasião, o desenvolvimento do pensamento iluminista caminhava para buscar um
núcleo essencial estruturante que dele decorressem as demais relações. Sacaram? Esse método é
denominado de dialética – assunto que você deve ver nas aulas de filosofia e sociologia.

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Assim, para o autor inglês, as leis naturais de mercado estruturam as sociedades complexas:
a oferta e a demanda regulam naturalmente as atitudes e a evolução do ser humano.
Posteriormente, no século XVIII, o filósofo e economista Karl Marx utilizou esse padrão
econômico e o mesmo método de análise para estabelecer os conceitos de estrutura e
superestrutura. Esses conceitos, e a crítica que Marx faz à economia capitalista, você estuda nas
aulas de sociologia.

(UERJ 1999)
"Não se vêem, porventura (...) povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis,
em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma população
numerosa vivendo na abundância em um território exíguo, até algumas vezes em terras
penosamente conquistadas ao oceano, ou em territórios que não são favorecidos por dons
naturais? Ora, se essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais
(...) nada são (...). Uma causa geral e comum de riqueza, causa que, atuando de modo
desigual e vário entre os diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um
deles (...)" (SMITH, Adam. Apud HUGON, Paul. "História das Doutrinas Econômicas." São
Paulo: Atlas, 1973.)
O texto anterior evidencia a preocupação, por parte de pensadores do século XVIII, com a
fonte geradora de riqueza. As "escolas" econômicas do período - Fisiocracia e Liberalismo -
apresentavam, contudo, discordâncias quanto a essa fonte. Os elementos geradores de
riqueza para a Fisiocracia e para o Liberalismo eram, respectivamente:
a) terra e trabalho
b) agricultura e capital
c) indústria e comércio
d) metal precioso e tecnologia
Comentários
Questão do tipo no alvo, necessita de conhecimento mais aprofundado, com o que vimos
acima para você não errar e, por exemplo, marcar a alternativa B.
Como vimos, para os fisiocratas a centralidade estava na terra, já para o liberalismo
econômico de Smith o trabalho é central.
Gabarito: A

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(FUVEST 1998)
"Um comerciante está acostumado a empregar o seu dinheiro principalmente em projetos
lucrativos, ao passo que um simples cavalheiro rural costuma empregar o seu em despesas.
Um frequentemente vê seu dinheiro afastar-se e voltar às suas mãos com lucro; o outro,
quando se separa do dinheiro, raramente espera vê-lo de novo. Esses hábitos diferentes
afetam naturalmente os seus temperamentos e disposições em toda espécie de atividade. O
comerciante é, em geral, um empreendedor audacioso; o cavalheiro rural, um tímido em seus
empreendimentos..." (Adam Smith, A RIQUEZA DAS NAÇÕES, Livro III, capítulo 4)
Neste pequeno trecho, Adam Smith
a) contrapõe lucro a renda, pois geram racionalidades e modos de vida distintos.
b) mostra as vantagens do capitalismo comercial em face da estagnação medieval.
c) defende a lucratividade do comércio contra os baixos rendimentos do campo.
d) critica a preocupação dos comerciantes com seus lucros e dos cavalheiros com a
ostentação de riquezas.
e) expõe as causas da estagnação da agricultura no final do século XVIII.
Comentário
Olha que interessante! Adam Smith, coerente com sua concepção da economia como
elemento central do desenvolvimento de todos os outros setores da vida, desenvolve uma
relação com a subjetividade das pessoas, a formação da cultura e modo de vida. O
comerciante pensa em atuar para gerar lucro, ou seja, dinheiro que faz dinheiro. O cavaleiro
rural é só uma pessoa que por ter muito dinheiro de herança não sabe fazer o dinheiro, ele
apenas gasta. Não investe.
Gabarito: A

4. INDEPENDÊNCIA DOS EUA

Após passarmos pela história inglesa e pelos pensadores que fundamentaram as ideias de
liberdade política e econômica na modernidade, podemos compreender melhor o processo de
independência das colônias inglesas.
Como vimos, a Inglaterra tentou estabelecer uma colônia na América do Norte no século
XVI, que não deu certo por força da resistência dos povos originários. Depois, durante o Governo
da Rainha Elisabeth I, por meio de uma companhia comercial britânica, fundou-se a Colônia da
Virgínia em 1607. Nas décadas seguintes, os britânicos fundaram várias outras colônias. Algumas
dessas iniciaram-se por meio da ocupação de protestantes puritanos que fugiam da perseguição
dos reis Stuarts.

AULA 08: História Moderna II 42


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Nesse processo, estudamos que se formaram dois tipos de colônias: aquelas “oficiais”, que
tinham um caráter de exploração mercantilista; e, as fundadas por iniciativa particular, que
formaram colônias caracterizadas por pequenas propriedades e pela produção voltada para o
consumo interno. As primeiras estavam localizadas mais ao Sul, enquanto o segundo modelo mais
ao centro-norte e nordeste.
Nesse cenário, durante mais ou menos um século, as autoridades coloniais conviveram com
as assembleias de colonos, que conseguiam desenvolver uma economia própria com alguma
expressão da região.
Contudo, a partir de meados do século XVIII, essa situação começou a mudar e a Inglaterra
iniciou um movimento de intensificação da exploração colonial buscando, com isso, aumentar os
rendimentos extraídos das atividades comerciais realizadas no território das “13 Colônias
Britânicas”.
Foram duas as principais medidas:
Criar impostos
Monopolizar o comércio da colônia com a metrópole, na prática implantar o
“exclusivo metropolitano” (lembra dessa prática usada por portugueses e espanhóis
na América Latina?)

Mas, Profe, em pleno século XVIII, a essa altura do campeonato, os caras vão tentar impor pacto
colonial? Não estão um pouco atrasados nisso aí?

Pois é, queridos, a questão é que, em meados do século XVIII, Inglaterra, França e Espanha
disputavam as áreas coloniais da América do Norte. MUITA atenção nos próximos parágrafos!!!
Exatamente entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre França e
Inglaterra, uma disputa pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá.
A Inglaterra ganhou. Esse conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias porque receberam
treinamento militar e abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a metrópole, já que ela saiu
extremamente endividada e com uma população de colonos armada.
Mas porque a Inglaterra se empenhou em uma guerra por áreas coloniais a essa altura da
história? Porque ela passava pelo processo de Revolução Industrial. Assim, era preciso garantir o
controle de uma área que forneceria matéria-prima para essa recente indústria, bem como
mercado consumidor para seus produtos, uma vez que a produção era em larga escala.
Por conta desse cenário, a Inglaterra entrou em Guerra contra a França. Vitoriosa
militarmente, mas com um Estado endividado, a intensificação da exploração colonial seria, para
a Inglaterra, uma forma de “matar dois coelhos em uma cajadada só”. Sacou?
Dessa forma, podemos sistematizar os motivos que levaram a Inglaterra a tentar ampliar
seu controle sobre as 13 colônias e intensificar o sistema de exploração em 2 grupos:
➢ Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos Sete anos

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➢ Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo


de Revolução Industrial
Para fins de Vestibular, vamos destacar 4 leis, entre dezenas delas, que a Inglaterra impôs
às Colônias:

1764 1765 1767 1773

• Lei do Açúcar • Lei do Selo • Lei Townshend • Lei do Chá

1764 – Lei do Açúcar:


Aumento das taxas de importação sobre o açúcar produzido nas Antilhas.
Isso afetava os pequenos produtores das colônias do norte, pois eles compravam açúcar para
produzir rum e vendiam peles, gado, madeira e peixe.
Com encarecimento do açúcar, os custos aumentavam muito.
Lembra do comércio triangular que vimos acima? Esse importante comércio de abastecimento e
lucro sofreu grande impacto.
1765 – Lei do Selo:
Criava-se um selo de circulação para todo tipo de documento e publicação que circulasse
nas colônias, desde contratos até livros, revistas e jornais. Até baralho deveria ser selado. Isso
gerou uma grande desobediência civil e ninguém cumpriu a lei. A resistência foi tanta que a lei foi
revogada 1 ano depois. Contudo, a insatisfação com a Coroa cresceu.
Depois disso, muitas outras leis criando impostos de todo tipo foram determinadas aos
colonos. Essa situação levou ao desenvolvimento de um sentimento de revolta e, aos poucos, sob
a influência das ideias iluministas, foi se constituindo um desejo de independência.
Na Inglaterra, mesmo antes do iluminismo, Samuel Adams foi um importante difusor de
uma ideia que se tornou tradicional na cultura política inglesa: “nenhuma taxação sem
representação.” Dessa forma, as ideias do movimento iluminista iam impregnando o sentimento
de revolta dos colonos e os abastecendo de justificativas para exercer seu “direito à rebelião”.
1767 – Leis de Townshend de 1767, os Britânicos começaram a taxar os bens importados, incluindo
vidro, chumbo, tinta, papel e chá. Para cumprir as leis, eles impuseram uma forte presença militar
para os colonos de Massachusetts o que exacerbou as tensões entre a população local e os
representantes da coroa. O boicote realizado pelos colonos fez com que essas leis fossem
revogadas.
1773 – Lei do Chá:
O chá era um produto muito consumido pelos colonos. Um produto de consumo diário,
como é o café para os brasileiros, hoje em dia. Contudo, os colonos da Inglaterra não consumiam,
mas importavam especialmente da Índia. Portanto, era um produto que chegava em abundância
nas 13 colônias.

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Dessa forma, a Inglaterra, ao intervir no comércio da sua colônia, estatizou o controle do


comércio do chá, delegando o monopólio a uma companhia de comércio, a Companhia Inglesa
das Índias.
Ou seja, com isso, o preço do produto subiu demais, o imposto aumentou e o consumo
ficou inviável.
Como a desobediência civil não seria possível nesse caso, os colonos armaram um atentado
a um carregamento de chá da Companhia Inglesa das Índias: vestiram-se de índios e jogaram no
mar um carregamento inteiro de chá. Um enorme prejuízo foi gerado. Você deve conhecer esse
ato de rebeldia como a Festa do Chá de Boston. O chá não era de Boston, mas o navio que
carregava o chá estava no Porto de Boston, que, por sinal, era o mais importante Porto do
comércio Atlântico das 13 colônias.
O rei inglês, ao saber de tal rebeldia e, claro, do tamanho do prejuízo, em 1774, decretou
um conjunto de leis que ficou conhecido como “Leis Intoleráveis”.
1774 – Leis Intoleráveis
Essas leis determinavam o seguinte:
-Fechamento do Porto de Boston
-Ocupação militar da região
-Pagamento do prejuízo e da indenização
-Restrição das liberdades civis e econômicas dos colonos
12

Importante mencionar que, em meio a essa “avalanche


de impostos” e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em
1770, ocorreu o Massacre de Boston. Tratou-se de um incidente
ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts,
quando soldados do Exército Britânico dispararam sobre um
grupo de civis, matando cinco homens e ferindo outros seis.
A partir desse momento – pós Massacre de Boston e pós
Leis Intoleráveis - a figura do rei como um tirano foi massificada.
Se até então, as colônias não tinham uma unidade – nem política
e nem econômica – agora, começavam a ver a necessidade de
encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à rebelião” e
independência foram ficando maiores. Porém, havia alguns
líderes mais conservadores que acreditavam em uma saída pela

12
História dos Estados Unidos. Biblioteca Digital Mundial. Disponível em:
https://www.wdl.org/pt/sets/us-history/map/. Acesso em: 20/05/2021.

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exigência de autonomia da colônia e representação política no Parlamento Inglês.


Essas ideias foram debatidas no 1º Congresso da Filadélfia, em setembro de 1774 (também
conhecido como Primeiro Congresso Continental). Dessa reunião, elaboraram um documento de
protesto e um pedido de audiência com o rei.
A resposta do rei foi: eu nunca os receberei!!! E deu ordens para uma ocupação e ação
militar contra os colonos.
Assim começou uma longa guerra pela Independência das 13 Colônias que ocorreu entre
abril de 1775 e outubro de 1781.
Nesse período a ideia de Independência ganhou a maioria da população, que se lançou em
uma luta pela criação do seu país. Então, em maio de 1775, foi organizado o 2º Congresso da
Filadélfia. Nele se conclamou que a população pegasse em armas e defendesse o território contra
os ingleses. Aqui, George Washington foi nomeado comandante geral das tropas coloniais.
Um ano depois de instalado o 2º Congresso da Filadélfia, que na prática servia como órgão
central da guerra, em 4 de julho de 1776, em meio à guerra, proclamou-se a Independência dos
Estados Unidos da América, designação da nova nação!
Leia Declaração dos Estados Unidos abaixo, busque nela encontrar palavras, expressões e
deias que permitam a você estabelecer relação entre o evento que deu origem a esse documento
e os ideais do Movimento Iluminista:

DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA


Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver os laços
políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a
que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito digno para com as
opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação.
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados
iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a
liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos
entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre
que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-
la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes
pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade
[...]
Nós, por conseguinte, representantes dos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, reunidos em
CONGRESSO GERAL, apelando para o Juiz Supremo do mundo pela retidão das nossas intenções,
em nome e por autoridade do bom povo destas colónias, publicamos e declaramos solenemente:
que estas colónias unidas são e de direito têm de ser ESTADOS LIVRES E INDEPENDENTES; que
estão desobrigados de qualquer vassalagem para com a Coroa Britânica, e que todo vínculo
político entre elas e a Grã-Bretanha está e deve ficar totalmente dissolvido; e que, como ESTADOS

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LIVRES E INDEPENDENTES, têm inteiro poder para declarar a guerra, concluir a paz, contrair
alianças, estabelecer comércio e praticar todos os atos e ações a que têm direito os estados
independentes. E em apoio desta declaração, plenos de firme confiança na proteção da Divina
Providência, empenhamos mutuamente nossas vidas, nossas fortunas e nossa sagrada honra.

Interessante notar que a Declaração trouxe – veja a parte em que deixei em negrito - a ideia
de isonomia jurídica jusnaturalista de John Locke, isto é, direitos de liberdade, igualdade e
propriedade privada.
Evidentemente, a Inglaterra não aceitou essa declaração de Independência e a guerra
prolongou-se. Até 1778, as tropas estadunidenses lutaram praticamente sozinhas em inúmeras
batalhas bastante complicadas, afinal, o exército britânico era muito bem equipado e treinado.
Contudo, a partir de 1778, o Exército Continental Americano recebeu ajuda financeira e
militar da França e da Espanha. O próprio Luís XVI incentivou voluntários franceses a combater
nos Estados Unidos. As armadas espanhola e francesa, com mais de 40 navios e 6 mil homens,
mudaram a trajetória da guerra.
Embora a França tenha retirado seu apoio no final da guerra, devido às crises internas
daquele país, a vitória dos Estados Unidos se deu em 19 de outubro de 1781, quando o último
exército inglês foi derrotado por George Washington.
A partir desse momento, iniciou-se a organização do Governo dos Estados Unidos. Isso
significava definir o tipo de Estado, a forma e o sistema de governo. Tudo isso deveria estar escrito
no contrato de fundação do país, qual é mesmo, Bixo? A Constituição!!!

É importante ressaltar que mesmo com a derrota militar da Inglaterra, ela só assinou o
Tratado de Reconhecimento da Independência dos Estados Unidos da América em 1783.
A assinatura do tratado se deu no Palácio de Versalhes na França!

Assim, em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados


Unidos. Sob a influência de pensadores como John Locke, Rousseau, Montesquieu, entre outros
iluministas, definiu-se:
Tripartição dos poderes em:
Tipo de Estado: Federado
Poder executivo: Presidente
Sistema de Governo: República
Poder legislativo: Senado e Câmara dos Deputados
Forma de Governo: Presidencialismo
Poder judiciário: Suprema Corte

Além de promulgar a constituição ocorreu a eleição do 1º Presidente dos Estados Unidos


da América: George Washington. Aqui ficou estabelecido que o Presidente da república é o chefe
máximo das Forças Armadas do país, pois o poder militar está submetido ao poder civil.

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Por fim, resta-nos saber sobre os direitos de cidadania, lembra-se? Os direitos civis e
políticos!! A liberdade e a igualdade jurídica estavam asseguradas a todos?
Em 1783, a Constituição ficou mais focada na garantia do sistema político, já os direitos
civis foram incorporados ao texto constitucional por meio da Primeira Emenda, apenas em 1791.
Alguns conhecem essa emenda como a Carta de Direitos dos EUA (outra Bill of Rights).
Deste modo estavam garantidos os direitos de:
Liberdade de expressão
Liberdade de imprensa
Liberdade religiosa
De reunião e manifestação pacífica
Representação contra o Governo

Embora a Declaração da Independência dos EUA, bem como a Constituição afirmem a


igualdade jurídica, na prática, nem todos foram beneficiados com os direitos assegurados na
Constituição. Por exemplo, continuou existindo escravidão negra em vários estados e os indígenas
sofreram um processo de perseguição e genocídio, afinal, nem negros e nem índios tiveram sua
existência como seres humanos reconhecida.
Portanto, quem exercia plenamente os direitos de cidadania eram os homens brancos,
pertencentes à aristocracia rural, proprietários de escravos e de terras, os pequenos proprietários
da pequena indústria – e do sexo masculino, já que mulheres mesmo ricas e mesmo brancas não
tinham direitos de liberdade e igualdade jurídicas, uma vez que eram consideradas frágeis e
incapazes de atividades públicas. As mulheres estadunidenses lutaram muito pelo direito ao
sufrágio (movimento sufragista), mas só conquistaram o direito ao voto 140 anos após a
Independência.
Assim, apesar de toda a teoria que estudamos, a partir desse momento da história,
começaremos a ver as contradições entre a teoria e a prática do liberalismo.
A Independência dos EUA, que influenciou a Revolução Francesa, e a própria Revolução
Francesa, que estudaremos na próxima aula, são bons exemplos para vermos avanços e limites na
implantação do Projeto Iluminista.
Por fim, é importante frisar que uma das consequências da Independência Americana foi o
estímulo a outras processos de independência na América Espanhola

(UEL 2007)
[...] A independência e a construção do novo regime republicano foi um projeto levado
adiante pelas elites das colônias. Escravos, mulheres e pobres não são os líderes desse

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movimento. A independência estadunidense (EUA) é um fenômeno branco,


predominantemente masculino e latifundiário ou comerciante. [...]”( Fonte: KARNAL. L
Estados Unidos: da colônia à independência. São Paulo: Contexto. 1990. p. 67. (Repensando
a História).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o processo de independência dos Estados
Unidos, é correto afirmar que:
a) O movimento de independência da América do Norte não representou a união das treze
colônias por um sentimento único de nação, mas sim, um movimento contra o domínio da
Inglaterra, potencializado pelo sentimento antibritânico.
b) A América do Norte independente, com as reformas de caráter democrático, aboliu as
diferenças entre os habitantes da colônia, instituindo a prática da inclusão por meio de uma
Constituição Liberal.
c) A colonização da América do Norte pela Inglaterra diferenciou-se daquela feita na América
do Sul pelos espanhóis e portugueses porque contou com a organização e assistência da
metrópole nesse empreendimento de conquista e exploração.
d) A força do catolicismo foi preponderante no processo de emancipação, pois incentivava
o crescimento espiritual da população, libertação dos escravos e a expansão territorial —
crescimento que só seria possível cortando os laços com a metrópole.
e) Um dos problemas apresentados no período de lutas pela independência dos EUA foi a
falta de um projeto comum entre as colônias do norte e as colônias do sul que não se
harmonizavam quanto a um acordo na forma de promulgar a Constituição estadunidense do
Norte e do sul.
Comentário
A questão traz como perspectiva da independência dos Estados Unidos não um sentimento
patriótico, hoje comum na cultura do país, mas o sentimento de revolta contra a opressão
que a Coroa impunha aos colonos através das leis intoleráveis e de uma atitude que restringia
as liberdades de pleno desenvolvimento.
Apesar de se pautar nos ideais iluministas, portanto de vida, liberdade, igualdade, busca pela
felicidade, soberania popular, a escravidão permaneceu existindo e as mulheres não foram
incluídas no processo de participação política.
Gabarito: A
(Estratégia Vestibulares/2021/Professora Ale Lopes)

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História dos Estados Unidos. Biblioteca Digital Mundial. Disponível em: https://www.wdl.org/pt/sets/us-
history/map/. Acesso em: 20/05/2021.

Sob o título de “Os Frutos do Poder Arbitrário” ou “Massacre Sangrento” a gravura acima
foi reproduzida e divulgada nas colônias britânicas a partir de março de 1770. Ela representa
a ação das tropas inglesas contra colonos de Boston. O conflito em questão expressou
a) a divergência dos colonos em relação às imposições tributárias da coroa britânica, fruto
da necessidade de pagar os custos da Guerra dos Sete Anos (1756-1763) entre ingleses e
franceses.
b) a repressão aos ideais socialistas que vinham sendo divulgados por iluministas que
migraram para a América.
c) a tensão entre colonos e corte inglesa em função da demora na promoção da reforma
agrária nas colônias sulistas.
d) o desentendimento entre ingleses e americanos, após os colonos apresentarem uma carta
de reivindicações, em caráter negocial, fruto das deliberações do 1º Congresso da Filadélfia.
e) a necessidade de os ingleses cobrarem tributos dos colonos para amenizar a crise
financeira decorrente do Bloqueio Continental construído pelo Império napoleônico.
Comentários
A questão cobra o conhecimento sobre o processo de independência dos EUA e imagem,
contextualizada pelo texto do enunciado, funciona com um “gatilho” para você lembrar dos
fatos e do processo em si.

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Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Vamos lembrar que, entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre
França e Inglaterra, uma disputa pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte
do Canadá. A Inglaterra ganhou. Esse conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias
porque receberam treinamento militar e abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a
metrópole, já que ela saiu extremamente endividada e com uma população de colonos
armada.
A fim de aumentar o caixa da Coroa e cobrir os gastos com a guerra, os britânicos ampliaram
as ações tributárias, ou seja, cobrança de impostos. Com efeito, podemos sistematizar os
motivos que levaram a Inglaterra a tentar ampliar seu controle sobre as 13 Colônias e a
intensificar o sistema de exploração em 2 grupos:
Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos Sete anos
Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo de
Revolução Industrial
Com a Leis de Townshend de 1767, os Britânicos começaram a taxar os bens importados,
incluindo vidro, chumbo, tinta, papel e chá. Para cumprir as leis, eles impuseram uma forte
presença militar para os colonos de Massachusetts o que exacerbou as tensões entre a
população local e os representantes da coroa. Tudo bem que, após resistências, os atos
referentes a essas leis foram revogados.
Em meio a essa “avalanche de impostos” e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em
1770, ocorreu o Massacre de Boston ou Massacre Sangrento. Tratou-se de um incidente
ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts, quando soldados do
Exército Britânico dispararam sobre um grupo de civis, matando cinco homens e ferindo
outros seis.
Este fato desencadeou uma onda favorável à independência. Se até então, as colônias não
tinham uma unidade – nem política e nem econômica – agora, começavam a ver a
necessidade de encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à rebelião” e
independência foram ficando maiores.
b) apesar de as ideias iluministas terem influenciado à independência norte-americana, não
havia ideais socialistas. Podemos falar de ideias liberais, mas socialistas, não.
c) errado, essa negociação não existiu.
d) humm, atenção, aqui há um problema de data. O 1º Congresso da Filadélfia foi em 1774.
e) da mesma forma, também temos um problema de data aqui, apesar de, praticamente,
todos os ocorridos estarem dentro do mesmo contexto histórico. Napoleão impôs o
Bloqueio Continental em 1806. Veja que o Massacre de Boston data de 1770, nem a
Revolução Francesa havia acontecido.
Gabarito: A

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Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Bem, queridas e queridos alunos, fico por aqui. Essa foi nossa primeira aula sobre a
transição entre o Antigo regime e a formação do Mundo Capitalista. Ainda há muitas
transformações a serem estudadas. Na próxima aula começaremos por Revolução Industrial e
Francesa. Nossa, quantas revoluções nos nosso caderninho, hein!
Você DEVE seguir até a última questão. Aproveita TODOS os comentários, pois foram
desenvolvidos em cada detalhe para fazer você mentalizar, aprender a responder uma questão,
não escorregar nos caprichos do examinador. Gabaritar história não é só saber o conteúdo é ser
safo para adotar as melhores formas de responder cada questão! E lembrando: esse assunto tem
muita incidência no seu vestibular!!!
Espero por você no Fórum de Dúvidas, se elas aparecerem! Um beijo, um abraço apertado
e um suspiro dobrado de amor sem fim!
Alê

5. LISTA DE QUESTÕES
1. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Nos séculos XVII e XVIII, o fortalecimento de um poderoso mercado internacional, o avanço


da produção em massa e a consolidação do lucro como uma atividade desejável e eticamente
aceitável foram fatores que estimularam a intelectualidade burguesa a avançar para a
elaboração de um pensamento próprio. (...) A nação deveria se orientar por uma política que
favorecesse a prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-
mestra. Um indivíduo liberto das amarras do passado – da religião da fé, da culpa e do
pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de desejos e
expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir negócios
e lucrar.
COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.
O contexto descrito no trecho acima produziu um clima muito otimista e a explosão de um
conjunto de ideias conhecido como
a)Movimento Renascentista
b)Movimento Iluminista
c)Movimento Cartista
d)Movimento Modernista
e)Movimento Cientificista
2. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

AULA 08: História Moderna II 52


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Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

“São verdades incontestáveis para nós: todos os homens nascem iguais; o criador lhes
conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar
a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes
justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo
tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de muda-la ou aboli-la, instituindo um
novo governo cujos princípios básicos e organização de poderes obedeçam às normas que
lhes pareçam mais próprias para promover a segurança e a felicidade gerais”.
Trecho da “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, Ministério das
Relações Exteriores, EUA.
Nas ideias defendidas pelo texto, podemos notar a influência
a) do liberalismo e do protestantismo.
b) do abolicionismo e do republicanismo.
c) do iluminismo e do anarquismo.
d) do absolutismo e do cristianismo.
e) do socialismo e da social-democracia.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Todo homem desde que não viole a justiça, deve ser livre para que seus produtos possam
competir com quaisquer outros. Nesse sistema de liberdade econômica, o Estado só tem 3
obrigações: proteger a sociedade contra a violência ou invasão de outros países; proteger a
sociedade da injustiça e da opressão internas; manter e construir obras que sejam de
interesse geral, mas que não interessem aos particulares.
SMITH, Adam. A riqueza das nações.
O trecho acima representa o pensamento liberal clássico, do século XVIII, cujo argumento
a) Por defender o livre-comércio, contrapõe-se ao mercantilismo.
b) Centra-se na defesa do individualismo, que tem liberdades restringidas pelo excesso de
violência gerada pela concorrência.
c) Compreende que o papel do Estado deve ser garantir a segurança, a propriedade privada
e os direitos sociais.
d) Permitiu o desenvolvimento da fisiocracia caracterizada pela frase “Laissez-faire, lassez-
passer” (deixai fazer, deixai passar).
e) Justificou as mais terríveis disputas em nome do progresso social.
4. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Para o pensador e economista Adam Smith (1723-1790):


a) a terra é o principal fator de produção da riqueza.

AULA 08: História Moderna II 53


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

b) o Estado é essencial para regular a ordem do mercado.


c) o trabalho é o elemento produtor da riqueza.
d) o mercado é resultado de um contrato social entre os homens de negócio.
e) o mercantilismo seria o modelo ideal de livre concorrência.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Assim como os fenômenos físicos – diziam os iluministas -, as relações entre os indivíduos são
regidas pelas leis da natureza. Nesse sentido, um desses pensadores afirmou: “A liberdade
natural do homem consiste em estar livre de qualquer ser superior na Terra (...) Se o homem
no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua
propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu consentimento”. Esta frase
é de autoria de
a) John Locke.
b) Karl Marx.
c) Denis Diderot.
d) Marc Bloch.
e) Voltaire.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

No contexto o pensamento iluminista, a crítica à propriedade privada como fundamento da


desigualdade social e a necessidade de separação do poder em três partes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) são, respectivamente dos pensadores:
a) Adam Smith e Voltaiere.
b) Karl Marx e Montesquieu.
c) Jean-Jacques Rousseau e Voltaire.
d) Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau.
e) Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

No século XVIII, nos territórios das 13 Colônias britânicas, pode-se dizer que o aumento dos
impostos e do controle sobre a produção colonial a partir da Coroa foram decorrência direta
a) da derrota dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.
b) da vitória dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.
c) dos gastos em Guerras no mar Mediterrâneo contra espanhóis.

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d) da guerra civil interna na Inglaterra, chamada de Revolução Puritana, que consumiu quase
a totalidade dos recursos da nobreza.
e) da expansão para o Oeste, medida expansionista adotada para evitar as constantes
invasões dos franceses via terras canadenses.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

São acontecimentos que estiveram no contexto da ocupação inglesa na América do Norte:


a) os cercamentos nos campos ingleses, que provocaram o deslocamento de uma massa de
camponeses sem terra e sem trabalho para processos migratórios.
b) a parceria comercial entre ingleses, franceses e espanhóis, concretizada na função de
sociedades comerciais, as Companhias, com cotas proporcionais de cada reinado.
c) o incentivo dos reis católicos para que os protestantes fundassem colônias e catequisassem
os indígenas.
d) a corrida pelo ouro, em particular, nas terras do Sul das 13 Colônias.
e) a autonomia financeira e administrativa concedida pela Coroa inglesa aos ingleses que
assumissem os riscos de empreender nas novas terras.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Relacione as colunas e, em seguida, marque a alternativa correta no que diz respeito ao


domínio colonial inglês na América do Norte:
A – Lei do Açúcar
B – Lei do Selo
C – Lei do Chá
D – Lei Intoleráveis
I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à Companhia Inglesa
das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era combater o contrabando
do produto.
II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas sobre a importação
do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.
III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais, jornais, livros, etc.
IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava fechamento de
estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir severamente os colonos.
a) A-III; B-II; C-I; D-IV.
b) A-IV; B-I; C-III; D-II.
c) A- IV; B-III; C-II; D-I

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d) A-II; B- III;C-I; D-IV.


e) A-I; B-II; C-III; D-IV.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1457-1509), fundador da dinastia
dos Tudor. Ele assumiu o trono ao final da Guerra das Duas Rosas (1455-1485)” (COTRIM,
2012, p. 339).
Sobre a Guerra das Duas Rosas é correto afirmar que:
a) foi uma disputa entre Igreja Católica e monarquia inglesa em torno da possibilidade de
separação matrimonial.
b) duas famílias da nobreza disputaram o poder político, os Lancaster e os York.
c) o resultado da guerra terminou com um acordo glorioso ao estabelecer uma monarquia
constitucional.
d) foi um embate direito entre Inglaterra e Espanha pelo controle das rotas comerciais
marítimas.
e) foi uma disputa entre Inglaterra e França em torno da hegemonia das rotas comerciais da
região de Flandres.
(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Não satisfeito com o poder “de fato” que os Tudor haviam obtido, os Stuart quiseram
exercer também um absolutismo “de direito”, isto é, reconhecido juridicamente, como o
existente na França. Isso ia contra os interesses dos membros do Parlamento inglês, pois era
essa instituição que, de acordo com a Magna Carta de 1215, detinha o poder “de direito”.
(COTRIM, 2012, p. 340)
Diante dessa tensão identificada no texto, é correto afirmar que o desdobramento final do
conflito, no final do século XVII, resultou
a) no fim da monarquia parlamentarista e no estabelecimento do absolutismo pleno.
b) no início da República Inglesa, baseada na liberdade e na propriedade privada.
c) na Revolução Anglicana, responsável por decapitar os monarcas que desrespeitaram o
poder parlamentar.
d) na limitação dos poderes da monarquia pelo respeito jurídico às liberdades individuais e
pela força do parlamento.
e) no início da guerra civil, a qual somente se resolveu no final do século seguinte com a força
da revolução industrial.
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

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Os autores da Constituição americana puseram em prática um sistema de governo que eles


acreditavam pudesse funcionar. Não que funcionaria; que pudesse. Não era um sistema que
por norma admitisse que as atividades humanas sempre resultariam bem; nem muito menos
que contasse com alguma poderosa transcendência em curso para dar cabo, de uma vez por
todas, das misérias e das contendas.
A experiência constitucional norte-americana. Daniel Patrick Moynihan. Citado por
Guilherme Bollorini Pereira. Revista da EMERJ, v.5, n.17, 2002 181
Em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados Unidos. . Nesse
documento definiu-se:
a) um Estado Federado, protestante e sem liberdade religiosa.
b) um governo Republicano com direito de reunião e de manifestação pacíficas.
c) um governo Federado com liberdade de imprensa.
d) a forma de governo Presidencialista sem a divisão de poderes.
e) um governo Republicano sem possibilidade do direito de oposição ao governo.
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Nenhuma discussão sobre o papel das mulheres na resistência à escravidão estaria completa
sem um tributo a Harriet Tubman por seu extraordinário ato de coragem ao conduzir mais
de trezentas pessoas pelas chamadas Underground Railroad. Aprendeu com o pai a cortar
árvores e abrir trilhas e, enquanto trabalhavam lado a lado, ele lhe transmitiu conhecimentos
que mais tarde se mostraram indispensáveis nas dezenove viagens de ida e volta que ela
realizaria ao Sul. Ele a ensinou a caminhar silenciosamente pela mata e a localizar plantas,
ervas e raízes que serviriam de alimento e remédio. Durante a Guerra Civil, Harriet Tubman
manteve sua oposição incansável à escravidão, e ainda hoje detém o mérito de ter sido a
única mulher nos Estados Unidos a liderar tropas em uma batalha. Independentemente dos
parâmetros usados para julgá-la – negro ou branco, masculino ou feminino –, Harriet Tubman
foi uma pessoa extraordinária.
Adaptado de Angela Davis. Mulheres, Raça e Classe. SP: Ed. Boitempo, 2016.
No que se refere à luta pela libertação dos escravizados nos Estados Unidos da América, no
século XIX, as underground railroad foram.
a) Passagens subterrâneas construídas para fuga das fazendas nos Estados Sulistas.
b) Rotas que seguiam as margens das estradas de ferro para garantir a chegada no destino
correto longe dos Estados sulistas.
c) Um conjunto de rotas secretas e pontos de parada clandestinos que escravas e escravos
usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao México com a ajuda de abolicionistas.
d) Trilhas subterrâneas que passavam pelo meio da mata para evitar que os escravos
fugitivos fossem localizados.

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e) Trilhas subterrâneas que seguiam o caminho das estradas de ferro para que os escravos
não se perdessem até chegar aos pontos combinados com os abolicionistas.
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi
apenas um efeito e consequência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi
levada a cabo de 1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse
derramada em Lexington.
(John Adams para Jefferson, 1815.)
Em relação às causas da Independência das 13 colônias inglesas, na América, inclui-se:
a) a adoção de medidas que restringiram a arrecadação de impostos por parte do governo
inglês.
b) a inexistência total de formas militares dos colonos.
c) a tentativa forçada de a Inglaterra industrializar sua colônia, à contragosto dos
proprietários de terra.
d) a crescente restrição da autonomia das 13 colônias imposta pela Coroa inglesa.
e) as leis do açúcar, que beneficiavam os negócios dos colonos.
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Conforme o historiador Christopher Hill (O Século das Revoluções: 1603-1714,2012), os


acontecimentos do século XVII são determinantes para, posteriormente, consolidar a
Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em seguida, torná-la o berço
da Revolução Industrial. Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo
o século XVII, a Inglaterra acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela
colonização e, também, pelas Revoluções inglesas. Também podemos associar o
crescimento inglês aos acordos feitos com Portugal, que asseguraram a riqueza do ouro
brasileiro aos cofres ingleses. Nesse contexto, em 1603, Elizabeth I morre e não deixa
herdeiros. É desse momento até 1714, que o historiador inglês Chirstopher Hill argumenta o
quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período
da História inglesa à importância da Revolução Francesa.
Considerando a importância dos processos ocorridos em solo inglês no século XVII, é correto
afirmar que
a) a burguesia ascendente, apesar de ter liderado a Revolução Puritana, não logrou êxito na
Revolução Gloriosa.
b) apesar da tensão entre Monarquia e Parlamento, os dois poderes se mantiveram
independentes e intactos ao longo da guerra civil.
c) o processo inglês apresentou contornos meramente político, tanto que foi gerado um
processo de estagnação econômica.

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d) diferentemente do que ocorreu na França, a Revolução Inglesa criou condições para o


fortalecimento do Parlamento, espaço em que os interesses burgueses estavam
representados.
e) a nobreza conservadora dos Whigs acabou evitando a decapitação de Carlos I.
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Em 1651, por ocasião de uma visita da frota inglesa ao porto de Cadiz, Espanha, o almirante
Blake provocou a irritação de Felipe IV, quando este último soube que aquele declarara, em
praça pública, que “graças ao exemplo dado por Londres, todos os reinos iriam aniquilar a
tirania e tornar-se repúblicas. A Inglaterra já o tinha feito; a França seguia o mesmo caminho;
e considerando-se que a natural indolência dos espanhóis tornava mais lento o seu
movimento, dava a eles dez anos, antes a que no país explodisse a revolução”.
O discurso do almirante Blake
a) foi confirmado pelos fatos históricos posteriores, pois a Espanha deixou de ser uma
monarquia absolutista em meio aos processos das revoluções burguesas.
b) fez referência à Revolução Puritana, a qual foi liderada por Oliver Cromwell e instaurou
a forma de governo republicano.
c) é um elogio direto à Revolução Gloriosa, que foi responsável por acabar com a monarquia
na Inglaterra.
d) incomodou Felipe IV porque os ingleses pretendiam propagar o anglicanismo em solo
católico.
e) lembrou do êxito inglês sobre os franceses durante a guerra dos 100 anos.
(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)

A partir do século XVI, espíritos audaciosos – às vezes pagando com sua própria vida –
criticaram a religião. Doravante, a ciência e a razão alimentam a reflexão filosófica que se
torna [com o passar do tempo] cada vez mais livre, irreverente e audaciosa em relação à
religião e ao poder político.
JACQUES LE GOFF. Uma breve história da Europa. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, p. 98.
Entre os séculos XVI e XIX, ciência e arte desenvolveram uma trajetória ascendente marcada,
respectivamente, por:
a) Filosofia medieval e reforma protestante.
b) Tomismo e luteranismo
c) Neoliberalismo e keynesianismo
d) Renascimento e Iluminismo
e) Iluminismo e Belle Époque

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(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)

PREÂMBULO
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma
assembleia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos
da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem
expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.
Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus
direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda
e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser
inteiramente respeitados [...]

Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos


sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser
Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:
[...]
Artigo 10
Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito
de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações
não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.

Artigo 11
A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da
mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda
cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito
bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade
nos casos estabelecidos pela lei.
Declaração dos direitos da mulher e da cidadã – 1791.
Considerando o contexto em que foi escrita, os artigos 10 e 11 da Declaração acima
reivindica, respectivamente os direitos
a) Econômico e político
b) Político e cultural
c) Político e Civil
d) Civil e econômico
e) Político e econômico
(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)

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Nos Estados Unidos, em meados do século XIX, enquanto se dava a expansão territorial e
econômica para Oeste e Sudeste, intensificavam-se as disputas entre dois modelos de
organização da sociedade e da economia. Sobre esses modelos está correto afirmar que:
a) o sul era, basicamente voltado para um modelo de industrialização.
b) o norte priorizada a produção de comodities agrícolas.
c) o norte priorizava o livre mercado.
d) o sul passou a adotar o protecionismo de mercado.
e) a escravidão era um entrava para o modelo nortista.
(Unicamp 2022)

“A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, é apenas um
mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos
expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país
sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que
fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da
monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em
casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo;
no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as
diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa
figura é absurda e inútil.”

(Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição
do Kindle – posição 32 a 138.)

O trecho acima foi retirado do panfleto O Senso comum e Os direitos do homem, publicado
de forma anônima, em 1776. Com autoria assumida por Thomas Paine, a obra causou grande
reação pública. A partir do texto e das informações fornecidas, é correto dizer que o autor

a) apresenta a Monarquia como um mal necessário e a figura do rei absolutista como


absurda e inútil, contudo inquestionável. Paine tornou-se o principal nome contrário à Revolução
Americana.

b) estabelece uma relação direta entre a sociedade e o governo, abrindo espaço para
debates acerca do mau governo. O panfleto escrito por Paine tornou-se uma base teórica para a
Revolução Americana.

c) demonstra como regimes autoritários favorecem os meios de informação, para que os


homens exerçam suas capacidades de julgamento. Paine usou jornais para combater a Revolução
Americana.

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d) considera que sociedades com e sem governos têm os mesmos benefícios,


desenvolvendo-se de formas semelhantes. Paine desencorajou o engajamento dos colonos
ingleses na Revolução Americana.

(Unicamp 2012)

“Ninguém é mais do que eu partidário de uma política exterior baseada na amizade íntima
com os Estados Unidos. A Doutrina Monroe impõe aos Estados Unidos uma política externa
que se começa a desenhar. (…) Em tais condições a nossa diplomacia deve ser
principalmente feita em Washington (...). Para mim a Doutrina Monroe (...) significa que
politicamente nós nos desprendemos da Europa tão completamente e definitivamente como
a lua da terra.” (Adaptado de Joaquim Nabuco, citado por José Maria de Oliveira Silva,
“Manoel Bonfim e a ideologia do imperialismo na América Latina”, em Revista de História,
n. 138. São Paulo, jul. 1988, p. 88.)
Sobre o contexto ao qual o político e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco se refere, é
possível afirmar que:
a) A Doutrina Monroe a que Nabuco se refere, estabelecida em 1823, tinha por base a ideia
de “a América para os americanos”.
b) Joaquim Nabuco, em sua atuação como embaixador, antecipou a política imperialista
americana de tornar o Brasil o “quintal” dos Estados Unidos.
c) Ao declarar que a América estava tão distante da Europa “como a lua da terra”, Nabuco
reforçava a necessidade imediata de o Brasil romper suas relações diplomáticas com
Portugal.
d) O pensamento americano considerava legítimas as intenções norte-americanas na América
Central, bem como o apoio às ditaduras na América do Sul, desde o século XIX.
(Unicamp 2012)

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado
francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade
pelo contrato social e pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim
garantir a sobrevivência da sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser
proibido e queimado em solo francês.
(UECE 2017)

Leia atentamente o trecho a seguir:

AULA 08: História Moderna II 62


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“Antes de chegar à ilha, o rei Utopos tinha conhecimento de que seus habitantes lutavam
continuamente entre si por questões religiosas. De fato, concluiu que seria fácil conquistar a
ilha porque as diferentes seitas estavam demasiadamente ocupadas, lutando umas contra
outras, para se oporem às suas forças. Portanto, tão logo conquistou a vitória, decretou que
cada um era livre para professar a religião de sua própria escolha, podendo fazer proselitismo
por sua fé, desde que fosse de forma racional, discreta e moderada, sem agredir outras
crenças”.
MORE, Thomas. Utopia. trad. Anah de Melo Franco. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2004, p. 115.

Publicado em 1516, o clássico Utopia, do inglês Thomas More ou Thomas Morus, reflete a
visão do autor sobre várias questões de sua época. Quanto às questões religiosas, tratadas
no excerto acima, o livro é bastante significativo de sua época, porque

a) na Europa, apenas uma Igreja existiu no século XVI, a Igreja Católica Romana, portanto
essa postura hipotética seria ideal apenas para lugares com várias correntes religiosas.
b) na Inglaterra, a criação de uma igreja nacional — o anglicanismo — provocou profundos
choques e perseguições aos cristãos católicos e calvinistas pela nova igreja fundada pelo rei
Henrique VIII.
c) estabeleceu um modelo de comportamento que foi plenamente aceito na Europa
quando surgiram as igrejas protestantes, o que impediu, posteriormente, os conflitos entre
as crenças cristãs.
d) definiu uma forma de interação entre diferentes religiões, apaziguando os conflitos entre
cristãos, judeus e muçulmanos no oriente médio até os dias atuais.

(UECE 2015)

François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire, afirma que “a história não é mais que um
quadro de delitos e desventuras”. Interessado nos aspectos sociais, culturais e econômicos
de diferentes povos, é considerado um dos precursores da ideia da história como ciência
autônoma da teologia, da moral, e capaz de desfazer o mito da superioridade dos antigos.
Voltaire representa uma corrente cultural denominada de
A) Cartesianismo.
B) Evolucionismo.
C) Iluminismo.
D) Racionalismo.
(UECE 2013)

“Os ingleses tiveram que enfrentar situações revolucionárias inesperadas durante os anos de
1640 e 1650, sem nenhuma orientação teórica, como a que Rousseau e Marx deram a seus

AULA 08: História Moderna II 63


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sucessores franceses e russos, e sem experiência dos acontecimentos anteriores que


pudessem ser chamados de revoluções. Eles tiveram que improvisar. A Bíblia em inglês foi o
livro ao qual naturalmente voltaram-se em busca de orientação.”
HILL, Christopher. A Bíblia Inglesa e as Revoluções do Século XVII. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.
De acordo com o excerto, os ingleses no século XVII
A) liam Marx e Rousseau durante situações revolucionárias.
B) tinham vasta experiência revolucionária.
C) liam a Bíblia e teóricos como Rousseau e Marx.
D) guiavam suas ações com base na Bíblia.
(UECE 2012)

Os Estados Unidos utilizaram o lema em latim E Pluribus unum, que significa “de muitos,
um”, como símbolo da união entre as colônias para conseguir a independência. Crescentes
tensões entre os colonos americanos e a metrópole conduziram o processo da
independência americana, que foi
A) impulsionado pela inexistência do pensamento iluminista.
B) uma rebelião de treze colônias contra o domínio inglês.
C) o resultado de intensas negociações entre ingleses, franceses e holandeses.
D) financiado pelos ideólogos da Revolução Francesa.
(UECE 2008)

Sobre as Revoluções Burguesas, são feitas as seguintes afirmações:


I - Consolidam o liberalismo e marcam mudanças nas estruturas econômicas, políticas e
sociais de suas respectivas sociedades.
II - Têm como base a defesa do Antigo Regime e iniciam a transição do feudalismo para o
capitalismo.
III - Seus exemplos mais expressivos são: Revolução Inglesa (1644), Revolução Americana
(1776) e Revolução Francesa (1789). Assinale o correto.
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são falsas.
c) Apenas as afirmações II e III são falsas.
d) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
(UECE 2000)

Observe o seguinte comentário:

AULA 08: História Moderna II 64


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“O Rei é o chefe supremo da Igreja da Inglaterra (...) Nesta qualidade, o Rei tem todo o
poder de examinar, reprimir, corrigir tais erros, heresias, abusos, ofensas e irregularidades...”
Fonte: Inglaterra – Ato de Supremacia – 1534.
Situando-o, temporalmente, no contexto histórico europeu, é correto afirmar que:
a) ele retrata as condições sócio-políticas do período medieval
b) a consolidação do poder temporal e espiritual do Rei constituía um apoio à Igreja
Católica
c) a extensão do poder real ao setor religioso foi concedido pelo Papa Alexandre VI
d) o anglicanismo garantia ao Rei o poder temporal e espiritual, extinguindo a autonomia
religiosa
(UECE 2000)

Analise o seguinte comentário acerca da sociedade européia, no século XVIII:


“Os filósofos se erigiram como preceptores do gênero humano. Liberdade de pensar, eis seu
brado, e este brado se propagou de uma extremidade a outra do mundo.”
Fonte: Denúncia do Advogado Séquier, em 1770, in DUPÂQUIER, J. e LACHIEUR, M.
Les Temps Modernes. Paris: Bardas, 1970, p. 221.
De acordo com o seu conteúdo, é correto afirmar que:
a) os filósofos franceses apoiaram o absolutismo, a fim de garantir a difusão do saber
b) a ideologia dos pensadores iluministas direcionava-se contra o absolutismo monárquico
c) a implantação da República Francesa, na 1.ª metade do século XVIII, resultou da aliança
da burguesia com o clero
d) a teoria do Direito Divino, fruto do iluminismo, consistia numa crítica à nobreza e aos
desmandos da Igreja
(UVA 2017)

Filósofo iluminista que defendeu uma forma de governo com três poderes: executivo,
legislativo e judiciário:
a) D’Alembert.
b) Holbach.
c) Diderot.
d) Montesquieu.
(UVA 2017)
O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava:
a) o clericalismo e o poder absoluto dos reis.
b) o monopólio das metrópoles sobre as colônias e a colocação da razão como guia do
conhecimento.
c) o mercantilismo e a divisão dos três poderes.
d) o materialismo e defendia a interpretação religiosa do mundo.

AULA 08: História Moderna II 65


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(UVA 2014)
O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava o clericalismo e o poder absoluto
dos reis. Sobre as relações entre Iluminismo e despotismo esclarecido, podemos afirmar que:
a) os déspotas esclarecidos, para modernizarem os seus Estados, utilizaram-se dos princípios
iluministas que não eram incompatíveis com o seu poder absoluto.
b) utilizaram integralmente as ideias de todos os pensadores iluministas.
c) estes soberanos não concordavam com nenhuma das ideias dos pensadores iluministas.
d) utilizaram-se principalmente das ideias de Rousseau.
(UVA 2014)
“Criar grandes companhias, obrigar os mercadores a participar delas, conceder-lhes grandes
privilégios”. Assim se expressava o Cardeal Richelieu em 1627, revelando nestes princípios
alguns aspectos das concepções econômicas vigentes à época do Mercantilismo.
Posteriormente, estas práticas foram contestadas pelos economistas clássicos que, num
sentido inverso, advogavam a necessidade:
a) das relações econômicas serem regidas pelos princípios da livre-empresa, livre-
concorrência e livre-cambismo.
b) de diminuir o número de companhias comerciais e ampliar as corporações de ofício.
c) de estabelecer barreiras alfandegárias contra produtos de outros países.
d) do Estado intervir no processo econômico, no sentido de promover a produção
manufatureira.
(UFU 2016)
Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que
precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que
escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa
é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem
a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na
aventura eram conhecidos por ter sofrido[ ... ) de “inoculação americana”. OZOUF, Mona.
Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
p. 175-176 {Adaptado).
A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais
iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América.
Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários
franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatores mencionados na citação
de Mona Ozouf,
a) pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela
independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho.

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b) pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação


colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos.
c) pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por
eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar.
d) pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de
privilégios constitucionais para as camadas senhoriais.
(UFU 2012)
Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão o
embate entre os York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por
Henrique VII e, finalmente, as ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a
Igreja Anglicana, mantida sob sua tutela. Com a morte de Henrique VIII e a ascensão de
Elizabeth I, o absolutismo inglês conheceu seu período de maturidade. As ações de Elizabeth
I e de seus sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando companhias de comércio,
dissolvendo o Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram
acontecimentos que culminaram, décadas mais tarde, numa página da história da sociedade
inglesa conhecida como Revolução Gloriosa. Neste cenário,
a) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no
século XIX, atrasando sua industrialização frente a outros países.
b) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na
criação do BiII of Rights, evitando novas guerras civis no país.
c) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos ria sociedade inglesa, favorecendo
mudanças e rupturas na estrutura política do país.
d) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional
que, desde o final da Idade Média, predominava na Europa.
(UFU 2006)
O fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e submeterem-se
a um governo é a conservação de suas propriedades, ou seja, de suas vidas, liberdades e
bens.
Adaptado de LOCKE, John. 'Dois Tratados sobre o Governo'. São Paulo: Martins Fontes,
1998, p.495.
A autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou
coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se
exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada,
contra sua vontade, é evitar dano aos demais.
Adaptado de MILL, J.Stuart. 'A Liberdade'. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.17.
Os trechos anteriores referem-se aos fundamentos do pensamento liberal. Sobre esse tema,
assinale a alternativa que apresenta a explicação INCORRETA.

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a) Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de


transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas
consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.
b) As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-
se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais
idealizadores John Locke.
c) A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi
importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-
sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução
Francesa.
d) Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do
indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à
liberdade e a propriedade.
(UNITAU 2015)
O Iluminismo, ou Ilustração, foi, enfim, um sistema de ideias do século XVIII que se difundiu
por toda a Europa, sendo elaborado por filósofos, escritores, artistas, e que se caracterizou
pela defesa da autonomia da razão contra os argumentos da tradição e da autoridade. Para
os pensadores iluministas, a razão deve penetrar todos os domínios do saber e da atividade
dos homens, a fim de destruir os preconceitos, o obscurantismo e a ignorância. Assim
definido, o Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, cujo objetivo
principal consiste em libertar os homens de qualquer espécie de servidão, seja ela religiosa,
moral ou política.
NASCIMENTO, Milton Meira do; NASCIMENTO, Maria das Graças S. Iluminismo: a revelação
das luzes. São Paulo: Ática, 2001. p. 8.
Com base nas informações apresentadas, indique a alternativa CORRETA.
a) A razão era vista, no Iluminismo, como a fonte para a superação de preconceitos e o
caminho para a emancipação do pensamento religioso, moral e político.
b) O Iluminismo pode ser considerado uma revolução econômica e política, por libertar os
homens de qualquer espécie de servidão e acabar com a escravidão.
c) O século XVIII vive um grande processo, pois as luzes que chegam à Europa, buscando a
libertação dos homens, são estendidas a todo o mundo conhecido na época.
d) O Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, que tem, portanto,
seus maiores expoentes em artistas e romancistas.
e) A Ilustração foi a revolução de ideias que se difundiu por toda a Europa e por suas colônias
na América e na África, causando as independências do século XIX.
(UNITAU 2015)

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A tradição religiosa e a autoridade política serão assim os dois alvos fundamentais dos seus
[de Voltaire] ataques. [...] Ataca a superstição, a crença nos milagres e o antropomorfismo na
representação de Deus, mas não nega em absoluto sua existência. Ao contrário, reconhece-
a como necessária, como princípio explicativo último de todo o universo. Voltaire contesta,
evidentemente, a autoridade absoluta dos papas e prega a tolerância religiosa. [...] Sua
política é uma política concreta e cotidiana, tendo lutado por reformas administrativas e civis:
proibição das prisões arbitrárias, supressão do processo judicial secreto, unidade da
legislação, melhor recebimento de impostos e garantia da liberdade de pensamento e
expressão.
FORTES, Luís Roberto Salinas. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 2004.
pp.42-43.
Sobre as ideias do iluminista Voltaire, é CORRETO afirmar:
a) Voltaire, como filósofo do Iluminismo, criticava a Igreja e propunha reformas. Acreditava
na necessidade do reconhecimento da força de Deus e da reorganização política.
b) Voltaire, um renomado iluminista, era contra o poder da Igreja, negando a existência de
Deus. Com relação à política, pregava reformas administrativas e civis.
c) A tradição religiosa e a autoridade política eram criticadas por Voltaire; a primeira, por ser
monoteísta, e a segunda, por suas prisões arbitrárias, por seus processos judiciais secretos e
pela supressão da liberdade de pensamento e expressão.
d) Voltaire, como crítico do sistema vigente, atacava a Igreja por suas crenças em milagres e
no antropomorfismo, e era contra a liberdade de pensamento e expressão.
e) A tradição religiosa e a autoridade política eram alvos constantes de Voltaire, por isso ele
pregava a tolerância religiosa e contestava a autoridade absoluta dos papas, defendendo
reformas administrativas e civis que davam mais poder às autoridades políticas.
(UNIRV 2019)
As raízes no mundo contemporâneo começaram no Reino Unido ao longo do século XVII, as
Revoluções Inglesas prepararam o país para liderar a fase industrial do capitalismo. A
Inglaterra que jamais conseguiu consolidar o regime absolutista acabou por desenvolver um
sistema próprio com maiores espaços democráticos e isonômicos. Sobre as Revoluções
Inglesas, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.
a) Após a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha, com a união dos reinos da Inglaterra e
Escócia por Jaime I, seu filho Carlos I adotou uma postura autoritária em relação aos
parlamentares britânicos. Esse arroubo absolutista deu início à Revolução Puritana.
b) Após o reinado autoritário de Jaime I, o Parlamento Britânico, dominado pelos
protestantes chamados puritanos, tirou proveito da apatia e submissão de Carlos I para
tomar o poder, impondo uma política antiburguesa ao Reino Unido.
c) Oliver Cromwell assumiu o controle do Parlamento Britânico que em pouco tempo
converteu-se em uma ditadura. Durante a República Cromwell, medidas como os Atos de

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Navegação permitiram mais autonomia econômica e a ampliação da esquadra britânica,


mudanças essenciais para a projeção da futura potência econômica britânica.
d) A Revolução Gloriosa tem esse nome porque após uma série de conflitos políticos entre
grupos religiosos, o Parlamento Britânico estruturou um novo formato político que vigoraria
no Reino Unido até a atualidade, a monarquia parlamentar, na qual o rei reina, mas não
governa.
(UNIRV 2019)
A Revolução Americana de 1776 foi o primeiro processo de independência do continente
americano, servindo de modelo para os movimentos subsequentes na América Espanhola.
Os Estados Unidos da América já nasceram sob um ambicioso projeto político que foi
complementado por outras doutrinas de estado posteriormente. Sobre esse movimento,
assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.
a) A Guerra dos 7 Anos foi a justificativa esperada pelos colonos para iniciar um processo
rápido e decisivo de independência. Ao surpreender a coroa britânica, os americanos
conseguiram uma vitória rápida e conclusiva.
b) A Declaração de Independência defendia a liberdade absoluta em todos os níveis sociais,
entretanto, a resistência dos colonos escravocratas do oeste manteve a escravidão ilegal,
típica do sistema farmer de produção, até o início do século XIX.
c) A doutrina do Destino Manifesto opunha-se à independência de outras colônias europeias
na América, por defender que o destino de colônias de exploração não poderia ser o mesmo
das colônias de povoamento.
d) A Doutrina Monroe, adotada logo após a independência, propunha que os EUA tinham o
direito de impor pela força seus interesses a outros países do continente, já que cabia aos
americanos civilizar o novo mundo.
(UNCISAL 2018)
Em sentido econômico, é a doutrina segundo a qual o Estado não deve exercer nem funções
industriais, nem funções comerciais e não deve intervir (ou deve intervir o mínimo possível)
nas relações econômicas. A qual doutrina o enunciado se refere?
(A) Socialismo.
(B) Estatismo.
(C) Liberalismo.
(D) Comunitarismo.
(E) Parlamentarismo.
(UNCISAL 2018)

"No ideal kantiano, uma sociedade é tanto mais perfeita quanto mais ampla for aquela
liberdade que consiste na ausência de impedimento e de constrangimento. [...] A sociedade ideal

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de Rousseau é a do contrato social". BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. 2. Ed. Rio de


Janeiro: Ediouro, 1997, p. 71.

O pensamento político moderno é marcado pelos dois ideais de sociedade livre, expressos nas
afirmações apresentadas. No que concerne à ideia de contrato social, como a liberdade pode ser
descrita?

(A) Cada um é livre na medida em que obedece à lei que ele mesmo se deu, através da formação
de uma vontade geral.

(B) Cada um é livre na medida em que está garantida a cada um a liberdade de fazer tudo aquilo
que é compatível com a igual liberdade de todos os outros.

(C) Como a condição de não estar sujeito à vontade arbitrária de outras pessoas, podendo assim
dispor de si mesmo, de suas ações e de suas posses.

(D) Como o poder de agir ou de não agir, segundo a determinação da própria vontade.

(E) Como a faculdade de agir apenas conforme as razões que o próprio sujeito aprova, consistindo,
portanto, na máxima independência da vontade.

(UNCISAL 2016)
Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu
consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e
prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a
não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,
fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.
LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:
<http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.
Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,
estabelece que a
A) legitimação do poder deva advir do estado de medo.
B) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.
C) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.
D) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.
E) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão.
(UNCISAL 2015)
“Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus
pensamentos.”
John Locke

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A frase de John Locke nos remete ao Iluminismo e seus objetivos nos diversos âmbitos que
formam a vida em sociedade. Sobre ideário iluminista, é correto afirmar que

a) seu caráter popular afastou os intelectuais e aproximou a pequena burguesia da nobreza


togada.
b) o intelectualismo se tornou um obstáculo à expansão do iluminismo, fato que minimizou
sua influência nas revoluções burguesas.
c) Adam Smith dissocia a liberdade econômica da liberdade política, fazendo prevalecer
esta última em detrimento da primeira.
d) a razão apresenta um poder emancipador capaz de tirar o homem da menoridade e
libertá-lo da opressão política e dos resquícios das trevas medievais.
e) o projeto iluminista não se opunha totalmente ao mercantilismo nem ao absolutismo já
que preserva em grande parte as instituições do Antigo Regime.
(UNCISAL 2009)
– É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram.
– A leitura engrandece a alma.
– Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo.
– O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito.
– O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à
humanidade.
– A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com
pretexto de justiça.
– O meu ofício é dizer o que penso.
– A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e
fraquezas.
– Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.
– O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa.
Frases de Voltaire, pensador iluminista
(www.suapesquisa.com/biografias/voltaire.htm)

Os pensadores iluministas tiveram como princípio comum


a) a República como único regime político democrático.
b) a razão como portadora do progresso e da felicidade.
c) os operários sindicalizados como base do poder político.
d) o calvinismo como justificativa de riqueza material.
e) o socialismo como alicerce do exercício da cidadania.
(UNCISAL 2016)
Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu
consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e
prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a

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não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,
fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.
LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:
<http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.

Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,
estabelece que a

a) legitimação do poder deva advir do estado de medo.


b) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.
c) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.
d) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.
e) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão

(URCA 2013)
Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também
conhecidos como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário
inglês entre 1642 e 1688:
“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro
comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio
não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse
governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,
é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui
enorme distinção entre as pessoas, deleitando-se com a prosperidade de alguns
e regozijando-se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no
princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de pontacabeça. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p. 117).
Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:
a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em
textos bíblicos;
b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por
ser baseada nas escrituras sagradas;
c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;
d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na
Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;
e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas
formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.

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(URCA 2013)
Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também conhecidos
como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário inglês entre 1642
e 1688:
“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro
comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio
não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse
governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,
é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui
enorme distinção entre as pessoas, deleitando-se com a prosperidade de alguns
e regozijando-se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no
princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de ponta cabeça. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p. 117).
Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:
a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em
textos bíblicos;
b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por
ser baseada nas escrituras sagradas;
c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;
d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na
Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;
e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas
formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.
(URCA 2012)
As monarquias exercem um forte poder simbólico sobre as pessoas e a sociedade. Exemplo
desse poder ocorreu há poucos meses (em 2011) quando o casamento do Príncipe
Wiliam com Kate Middleton, foi valorizado como um grande evento da Monarquia
Britânica. Os ingleses acompanharam todo o enlace, que foi transmitido para o
mundo através da televisão e da internet. Podemos afirmar que esse poder simbólico,
sobretudo do Rei, tem origem na antiguidade, mas foi na Idade Moderna que os
monarcas mais “investiram” na sua produção.
Leia as afirmativas abaixo referidas as várias estratégias utilizadas na produção do poder
pelos monarcas dos Estados Modernos:
I) Produziram-se imagens que associavam o monarca a um estadista empreendedor;
assim como à justiça, à virtude e à própria natureza da nação, a figura do rei representa a
cabeça do reino.
II) Produziram a associação da imagem do rei, da rainha e do príncipe a da Sagrada Família,
a qual os católicos têm respeito e/ou devoção.

AULA 08: História Moderna II 74


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III) Manutenção dos rituais simbólicos: as vestes ricamente ornadas, a prontidão dos
serviços dos pajens e criados, as cerimônias de coroação, as aparições públicas
cercadas de pompas.
IV) A difusão da ideia de que o rei é a autoridade delegada por Deus para
representá-lo na Terra.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente I e IV estão corretas;
b) I, II e III estão corretas;
c) I, II e IV estão corretas;
d) Somente a afirmativa IV é correta;
e) I, III e IV estão corretas.
(URCA 2012)
O Iluminismo tinha como principal característica o uso da razão como princípio básico para
a compreensão de todos os fenômenos. Os chamados filósofos das luzes questionavam a
monarquia de origem divina e afirmavam que a base da organização social e política estava
no individualismo. Relacione os precursores do movimento iluminista a suas principais ideias.
I. Isaac Newton
II. Immanuel Kant
III. René Descartes
IV. John Locke
( ) Autor da frase “Penso, logo existo”, criou o método dedutivo. Iniciador do movimento
conhecido como racionalismo. Sua principal obra foi “Discurso sobre o método”.
( ) Escreveu o livro Segundo Tratado sobre o Governo Civil: Ensaio sobre a origem, extensão
e fim do governo, no qual criticava o poder despótico e afirmava que o Estado e a política
deveriam existir para proporcionar aos homens viver em uma sociedade melhor.
( ) Estudou as leis do Universo que regiam o mundo físico, como a gravidade ou a inércia.
Defendeu a tese de que o universo não era estático, mas estaria em contínuo movimento,
cabendo à ciência pesquisar e descrever as leis físicas que o regeria.
( ) Considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna. Escreveu, entre
outras obras, a Crítica da razão Prática, no qual discute os princípios da ação moral, a ação
do homem em relação aos outros e a conquista da felicidade.
A sequência correta é:
a) I; III; IV e II.
b) III; IV; I e II.
c) III; I; IV e II.

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d) IV; II; I e III.


e) II; III; I e IV.
(UNAERP 2017)
O movimento liberal é a primeira onda de movimentos que se desencadeia sobre o que
subsiste do Antigo Regime [...] O qualificativo “liberal” é o que melhor lhe convém, porque
caracteriza a ideia-mestra, a chave da abóbada da arquitetura intelectual de todos esses
movimentos.
RÉMOND, René. O Século XIX, 1815-1914. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2010, p.25. Adaptado.
A partir de meados do século XVIII, os pensadores iluministas passaram a apoiar valores
liberais para negar as doutrinas absolutistas e mercantilistas do Antigo Regime. Sobre o
liberalismo que passará a ser defendido nesse século e também no seguinte, considere as
afirmativas e assinale a opção correta.
1. Contra o princípio da autoridade absoluta de um monarca sobre seus súditos e também
negando a ideia de que a história seria feita pelas forças coletivas, o liberalismo acreditava
que, por meio da razão individual, era possível à humanidade o alcance do progresso.
2. Uma das principais bases do liberalismo foi o racionalismo, método científico
fundamentado a partir do século XVII pelo filósofo Jacques Bossuet, que acreditava ser
fundamental, para o pensamento humanista, o rompimento com as amarras católicas às
formas de pensar.
3. Um dos principais formuladores do liberalismo foi o filósofo inglês John Locke, que
afirmava que a liberdade e a propriedade privada eram direitos inerentes ao homem,
cabendo assim ao Estado aceitar a limitação de seus próprios poderes em respeito aos
direitos individuais do homem.
4. Além do racionalismo, outro princípio fundamental ao liberalismo foi o anticlericalismo,
posição política e religiosa contrária a qualquer forma de manifestação ou crença religiosa
por parte da sociedade, ideia que alimentou o forte ateísmo que caracterizou o movimento
iluminista dos séculos XVIII e XIX.
a) Somente 1 e 3 estão corretas.
b) Somente 2 e 3 estão corretas.
c) Somente 3 e 4 estão corretas.
d) Somente 1 e 2 estão corretas.
e) Somente 2 e 4 estão corretas.

(UNAERP 2014)
Texto 1

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“No nome de Deus, Amém. Tendo empreendido para a Glória de Deus, e Avanço da Fé
Cristã, e Honra do nosso Rei e País, uma viagem para estabelecer a primeira colônia no norte
da Virgínia; os presentes fazemos pacto solene e mutuamente na Presença de Deus e nós
próprios, para conjuntamente formar um Corpo Político Civil para nossa Ordem, Preservação
e Fomento dos objetivos referidos acima; e, por virtude disso, constituir e formular Leis justas
e igualitárias, Ordenanças, Atas, Constituições e Ofícios, de tempos a tempos, quando se
considerar conveniente e próprio para o bem Geral da Colônia; à qual prometemos toda a
submissão e obediência. Em testemunho disto, temos subscrito os nossos nomes em Cape
Cod, no dia onze de novembro, no Reinado do nosso Soberano Senhor, Rei James de
Inglaterra, França e Irlanda, o décimo oitavo, e da Escócia, quinquagésimo quarto. Ano do
Nosso Senhor, 1620.”
Disponível em: <http://fundamentojuridico.wordpress.com>. Acesso em: abr. 2014.
Adaptado.
Texto 2
“Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver
os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual
e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito
digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a
essa separação. Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os
homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre
estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses
direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do
consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne
destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo,
baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais
conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. 4 de julho de 1776.”
Disponível em: <http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia>. Acesso em: abr. 2014.
Adaptado.
Os dois documentos transcritos são fundamentais para a construção da nação estadunidense,
pois fortalecem o corpo político civil fundamentado no princípio de que o Estado deve estar
a serviço do povo. Os dois trechos pertencem, respectivamente,
a) à Carta Magna e o ao Ato de Quebec.
b) ao Ato Townshend e à Declaração de Direitos e Agravos.
c) à Declaração de Direitos e Agravos e ao Pacto do Mayflower.
d) à Carta Magna e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.
e) ao Pacto do Mayflower e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.
(UEA 2015)

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O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um atento observador da sociedade de


sua época. Em um de seus livros, publicado em 1755, Rousseau escreveu: “O primeiro que,
tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence, e encontrou
pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da sociedade
civil.”
Segundo este argumento, a sociedade civil
a) alcançou níveis de felicidade social desconhecidos dos homens naturais.
b) estabeleceu uma condição de prolongada paz social entre os homens.
c) resultou de uma situação de desigualdade social entre os homens.
d) promoveu a compreensão entre os homens por meio da divisão das riquezas.
e) transformou os homens em seres indolentes e incapazes para o trabalho.
(UNESP 2005)
Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660),
definiu a sua época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho
no fogo". Embora os escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII
trouxe mudanças significativas, dentre as quais destacam-se a
a) instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembleias populares.
b) separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana.
c) liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão de obra escrava.
d) abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento.
e) ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda.
(Unesp 2003)
... o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de
uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente.
(Christopher Hill, A revolução inglesa de 1640)
O autor do texto está se referindo
a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna.
b) ao controle pela coroa inglesa de extensas áreas coloniais.
c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento.
d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã.
e) às disputas entre burguesia comercia e agrária, que caracterizavam o período.
(Unesp 1991)
O "Ato de Navegação" de 1651 teve importância e consequências consideráveis na história
da Inglaterra porque:

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a) favoreceu a Holanda que obtinha grandes lucros com o comércio inglês.


b) Oliver Cromwell dissolveu o Parlamento e se tornou ditador.
c) contribuiu para aumentar o poder e favorecer a supremacia marítima inglesa no mundo.
d) considerava o trabalho como a verdadeira fonte de riqueza nacional.
e) abolia todas as práticas protecionistas.
(UNESP 2009)
Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.
I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando
a escravidão.
II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos.
III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade,
propriedade e igualdade civil.
IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial.
Estão corretas as afirmativas
a) I e IV, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) I, III, IV, apenas.
(UNESP 2016)
Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis,
entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses
direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do
consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir
essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo,
assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma
que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a
felicidade.(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett
(org.).Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)
O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os
princípios
a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.
b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.
c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.

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d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação.


e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos.
(UNESP 2012)
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada
associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece,
contudo, a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema
fundamental cuja solução o contrato social oferece[...] Cada um de nós põe em comum sua
pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto
corpo, cada membro como parte indivisível do todo. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato
social, 1983.)
O texto apresenta características
a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de
uma sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os
membros de uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos
do Estado.
(UNICENTRO 2017)
Quando Cristóvão Colombo atravessou o oceano Atlântico em 1492, pensou que tinha
chegado ao leste da Ásia. Na realidade, ele tinha aberto aos europeus um novo continente:
a América, com suas várias ilhas. Muitos outros europeus, na maioria espanhóis, portugueses,
franceses e ingleses, seguiram o caminho de Colombo para esse novo mundo.
(COLONIZAÇÃO... 2016).
A colonização europeia na América apresentou características gerais comuns, contudo
manteve algumas especificidades, como a colonização
a) das Treze Colônias inglesas, com o estabelecimento de relações comerciais que fugiam ao
controle metropolitano, baseado no comércio triangular.
b) da América inglesa, que utilizou do trabalho assalariado e familiar, abdicando do trabalho
escravo africano, influenciado pelas ideias liberais.
c) da América portuguesa, baseada no escambo do pau-brasil e nas relações amistosas com
a população indígena.
d) da América espanhola, que estabeleceu relações igualitárias entre os colonos nascidos na
América e os oriundos da Espanha.

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e) da América francesa, que, influenciada pelos ideais da Revolução Francesa, estabeleceu


uma relação de igualdade e fraternidade entre os habitantes das colônias
(UNICENTRO 2017)
O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem do mundo feudal para o
sistema capitalista. Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que
a) a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema
mercantilista.
b) o controle estatal na economia contribuiu para o pioneirismo inglês no processo da
Revolução Industrial.
c) a Lei do Máximo, estabelecida pelo governo jacobino no processo da Revolução Francesa,
concretizou as concepções de Adam Smith.
d) o Império Napoleônico estabeleceu os princípios defendidos por Rousseau e a restrição
do comércio com a Inglaterra.
e) a teoria da mais valia defendeu, na íntegra, os princípios liberais, ao afirmar que o trabalho
seria a única fonte de riqueza.
(UNEB 2012)

A adoção do parlamentarismo por nações europeias, no decorrer de sua história, foi um


processo que se desenvolveu a partir de transformações ocorridas no continente, cujas
repercussões se fizeram sentir na América.

Em relação à adoção do parlamentarismo na Europa, pode-se afirmar que a

01) Revolução Gloriosa instituiu a monarquia parlamentar constitucional na Inglaterra e um


governo burguês favorável à posterior eclosão da Revolução Industrial.

02) Revolução Francesa, na sua fase jacobina, conforme o regime parlamentar, aboliu os privilégios
feudais e a limitação dos poderes burgueses, garantindo o controle político pelos partidos da elite
econômica francesa.

03) Independência dos Estados Unidos ocorreu paralelamente à implantação de um regime


parlamentar com amplas liberdades democráticas, contribuindo para a elevação do padrão de
renda da sociedade, como um todo, e para a expansão econômica norte-americana sobre o
continente europeu.

04) Revolução de Outubro de 1917, na Rússia, instituiu o pluripartidarismo, o regime parlamentar


liberal e liberdades políticas partidárias, permitindo a ampla representação das forças políticas no
parlamento.

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05) Crise de 1929, ao enfraquecer o parlamentarismo alemão, contribuiu para a ascensão dos
nazistas ao poder, que, aliados aos socialistas, buscaram estabelecer um pacto nacional para a
superação da crise econômica.

(UNEB 2018)
Retomemos aqui o assunto principal desta palestra, que é o problema da conciliação do
interesse individual com o interesse coletivo. Este tema, como todos sabemos, é tratado [...]
em sua famosa passagem da mão invisível. Seu argumento diz, basicamente, que cada
indivíduo, agindo apenas em nome de seu próprio interesse, acaba contribuindo, sem o
saber, para o bem comum, que, em nenhum momento, tinha sido seu objetivo declarado.
[...]
[...] o argumento [...] tem a ver com crescimento econômico. Diz ele que, como é do interesse
de cada indivíduo enriquecer, e como cada indivíduo sabe melhor do que outras pessoas
julgar seu próprio interesse e decidir sobre os melhores meios de atingi-lo, o melhor que ele
tem a fazer é buscar seu próprio interesse. Ao agir dessa forma, esse indivíduo enriquecerá.
Ora, se todos agirem assim, todos enriquecerão e, portanto, o país como um todo
enriquecerá. Vemos assim que o argumento original da mão invisível não é tão paradoxal
quanto pode parecer para alguns, afinal de contas. Isso porque o interesse individual não é
antagônico ao interesse geral. Muito pelo contrário, sob essa ótica, o interesse geral é
simples soma dos interesses individuais. (RETOMEMOS... 2017).
A origem da riqueza das nações sempre foi motivo de debate e divergência entre
pesquisadores, cientistas e políticos, sendo que o pensamento econômico retratado no texto
se relaciona ao
01) Renascimento, que acreditava na razão como elemento de crítica ao teocentrismo
medieval, que negava a acumulação de capital individual, buscando o fortalecimento do
Estado.
02) Calvinismo, quando afirmava ser a mão invisível de Deus determinava que todos os
homens, principalmente os trabalhadores, tinham possibilidade de enriquecimento,
dependendo apenas do esforço individual.
03) Mercantilismo, que se baseava na ideia de que o Estado deveria promover a liberdade
de produção e comercialização, objetivando o enriquecimento individual e,
consequentemente, do Estado.
04) liberalismo econômico, que defendia a plena liberdade individual de produção, sem a
interferência estatal, como elemento de progresso e de promoção da riqueza da nação.
05) Estado de Bem-Estar Social, consolidado após a Segunda Guerra Mundial, que, no
contexto da Guerra Fria, criticava a planificação estatal soviética e defendia a existência de
um Estado Mínimo.
(UEM 2014)

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O Sobre o Absolutismo Monárquico, forma de poder político que se desenvolveu na Europa


entre os séculos XVI e XVIII, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01. A Revolução Francesa, iniciada em 1789, acabou com o absolutismo monárquico na
França.
02. A Inglaterra é, nos dias atuais, o único país da Europa Ocidental que ainda mantém a
Monarquia Absolutista como forma de governo.
04. A natureza da Monarquia da Época Moderna e a origem do poder real foram embasadas
teoricamente por pensadores como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin e Jacques Bossuet.
08. O primeiro grande abalo no absolutismo na Inglaterra aconteceu com a Revolução
Puritana de 1642, liderada por Oliver Cromwell.
16. Com a fundação da Igreja Anglicana, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica Romana
e instituiu o controle pela Coroa da Igreja na Inglaterra.
(UEM 2014)
Assinale o que for correto sobre os Estados Nacionais Europeus da Época Moderna.

01. A ideia de que o poder dos monarcas é delegado por Deus está na base da
fundamentação teórica do Estado Nacional.
02. No processo de formação dos Estados Nacionais, a burguesia e a nobreza se uniram para
combater o poder do rei e os privilégios dos senhores feudais.
04. Na Inglaterra e na França, os Estados Nacionais fortaleceram o poder político e militar
dos príncipes e dos barões feudais.
08. Thomas Hobbes figura como um dos teóricos do Estado Nacional Absolutista.
16. Para Nicolau Maquiavel, a plenitude do poder do Estado Nacional se completaria com a
submissão do poder político ao poder da Igreja Católica.
(Uem 2019)
O Iluminismo teve um grande impacto não apenas no universo da filosofia do século XVIII,
mas também no campo da história, ao difundir ideias que propunham uma nova ordem
política, econômica e social. A respeito do Iluminismo do século XVIII, assinale o que for
correto.
01) O que caracteriza esse período é a valorização do homem e a profunda crença na razão
humana e em seus poderes.
02) Na Prússia, sob o governo de Frederico II, a educação básica tornou-se obrigatória, e os
cultos religiosos foram permitidos.
04) As tradições feudais e a irrevogabilidade do poder monárquico foram abolidas pelos
déspotas esclarecidos.
08) Em Portugal, o governo de José I teve, na figura do Marquês de Pombal, um perseguidor
da Igreja Católica.

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16) Alexis de Tocqueville foi um historiador que criticou a ação modernizadora dos chamados
déspotas esclarecidos.
(Uem 2018)
“Nem é tão estranho, como talvez possa parecer antes de dispensar-se a devida atenção,
que a propriedade do trabalho seja capaz de contrabalançar a comunidade da terra. [...] Não
pode haver demonstração mais clara de qualquer assunto do que várias nações da América
as quais se mostram ricas em terra e pobres em todos os confortos da vida; as quais a
natureza tendo fornecido tão liberalmente quanto a qualquer outro povo todos os materiais
em abundância [...] entretanto por falta de melhoramento pelo trabalho, não possuem nem
um centésimo das conveniências de que gozamos. E rei de território grande e fértil lá se
alimenta, mora e veste-se pior que um trabalhador jornaleiro na Inglaterra.”
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1983, p. 50).
Considere o fragmento do filósofo inglês John Locke (século XVII) e assinale o que for
correto.
01) O filósofo reproduz uma visão sobre as condições econômicas e sociais do continente
americano de sua época, mas que perdura até os nossos dias.
02) Para o filósofo, a pobreza das nações americanas nasce da pouca atenção ao papel
transformador do trabalho humano, apesar da grande quantidade de riquezas naturais.
04) Para o filósofo, o trabalho confere valor às coisas, e não aos bens em si, conforme são
encontrados na natureza.
08) Esse fragmento é um bom exemplo de um dos fundamentos da concepção liberal de
organização da sociedade por meio do trabalho humano.
16) Para o filósofo, a propriedade da terra não depende do trabalho, das transformações que
os homens fazem nela, mas daquele que possui a posse sem nem mesmo cultivá-la.
(IFRS 2019)
A adoção dos ideais iluministas não ocorreu de forma homogênea na Europa do século XVIII.
Considerando esse contexto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Inspirados nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, o Estados nacionais europeus
não ofereceram resistência às reivindicações de emancipação e independência em seus
domínios coloniais.
b) As origens do pensamento igualitário podem ser identificadas na Inglaterra revolucionária
do século XVII (Revolução Gloriosa, 1688) que impôs limites ao poder absoluto do rei ao
fortalecer o parlamentarismo.
c) O “Século das Luzes” (século XVIII) teve na França o seu grande palco e tinha entre seus
valores fundamentais a razão e a liberdade de pensamento. Neste sentido, representou uma
profunda crítica às bases do Estado absolutista e a exaltação do ideário burguês.

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d) A incorporação parcial dos ideais iluministas por soberanos e governantes europeus ficou
conhecida como despotismo esclarecido. Um destes déspotas foi o Secretário de Estado do
rei D. José I (1750-1777), Sebastião José de Carvalho e Mello (o marquês de Pombal). Pombal
foi responsável pela implementação de uma série de reformas que visavam resolver os
problemas econômicos para a administração do Reino de Portugal e seus domínios,
enquanto internamente combateu com vigor “os ideais franceses” no que diz respeito ao
campo político.
e) A obra coletiva L’Enciclipédie (França, 1751-1772), dirigida pelos filósofos Denis Diderot
e Jean D’Alembert, foi um elemento de divulgação dos ideais iluministas que tiveram sua
concretização no sucesso da Revolução Francesa (1789).

(IFRS 2018)
Entre as principais contribuições para a teoria liberal clássica, encontra-se
a) a defesa do interesse social acima do individual na obra O Capital, de Karl Marx.
b) o modelo de governo desenvolvido por Nicolau Maquiavel.
c) o conceito de Estado Absoluto presente no pensamento de Thomas Hobbes.
d) a defesa da propriedade privada e da cidadania conforme visto em John Locke na obra
Segundo Tratado sobre o Governo.
e) a noção de organização social desenvolvida por Aristóteles em seu livro A Política.

6. GABARITO
1. B 19. E
2. A 20. B
3. A 21. A
4. C 22. B
5. A 23. B
6. E 24. C
7. B 25. D
8. A 26. B
9. D 27. D
10. B 28. D
11. D 29. B
12. B 30. D
13. C 31. A
14. D 32. A
15. D 33. A
16. B 34. B
17. D 35. C
18. C 36. D

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37. A 54. D
38. A 55. C
39. V-f-v-v 56. C
40. F-f-f-f 57. E
41. C 58. C
42. A 59. C
43. B 60. A
44. D 61. A
45. B 62. 01
46. B 63. 04
47. A 64. 29
48. A 65. 09
49. E 66. 27
50. B 67. 16
51. A 68. A
52. E 69. D
53. C

7. QUESTÕES COMENTADAS
1. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Nos séculos XVII e XVIII, o fortalecimento de um poderoso mercado internacional, o avanço


da produção em massa e a consolidação do lucro como uma atividade desejável e eticamente
aceitável foram fatores que estimularam a intelectualidade burguesa a avançar para a
elaboração de um pensamento próprio. (...) A nação deveria se orientar por uma política que
favorecesse a prosperidade e a acumulação de riqueza e que tivesse no indivíduo sua mola-
mestra. Um indivíduo liberto das amarras do passado – da religião da fé, da culpa e do
pecado, das oficinas de ofício, dos soberanos e sacerdotes -, mas pelo de desejos e
expectativas de realização pessoal e de liberdade para agir, movimentar-se, gerir negócios
e lucrar.
COSTA, Cristina. Introdução à Ciência da Sociedade. São Paulo: Ed. Moderna.
O contexto descrito no trecho acima produziu um clima muito otimista e a explosão de um
conjunto de ideias conhecido como
a)Movimento Renascentista
b)Movimento Iluminista
c)Movimento Cartista
d)Movimento Modernista
e)Movimento Cientificista
Comentários

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Essa é uma questão que trabalha o pensamento do século XVII e XVIII que deu início ao
projeto de transformação de mundo. Pela data e pela descrição do contexto, sabemos que o texto
está tratando do início do mundo capitalista moderno impulsionado pelas transformações
econômicas fabris e pelas revoluções políticas que contestaram o regime das monarquias
absolutistas.

O comando é simples. Para responder certo, basta identificar o contexto e localizar entre
as alternativas aquela que dá o nome correto ao movimento de ideias que marcou aquela
experiência histórica. Vamos analisar cada alternativa:

a)Errado. O Movimento renascentista é do Início da Idade Moderna, questionava a Idade Média e


fortaleceu as ideias que formaram as monarquias europeias nos séculos XIV, XV e XVI.

b) Gabarito. O século XVII e XVIII foi palco de revoluções políticas como, na Inglaterra com a
Revolução Puritana e Gloriosa; a Independência dos Estados Unidos da América; a Revolução
Francesa. Todas elas expressaram, de certa maneira, um conteúdo radical para época que era
impor limites ao poder dos monarcas e fazer o Estado reconhecer a soberania popular. O
pensamento liberal foi a síntese desse movimento histórico que é o Iluminismo.

c) Errado. O movimento cartista estava no contexto descrito, mas não era ela que representava o
otimismo, já que era parte do Movimento Operário que já expressava críticas em relação às
condições de trabalho e renda na 1ª. Revolução Industrial.

d) Errado. O movimento modernista é do século XX.

e) Errado. É verdade que o cientificismo é parte do contexto expresso no enunciado, mas ele é
um dos elementos do Projeto da Modernidade, além disso, é importante lembrar que o
cientificismo realmente se consolidou na segunda metade do século XIX.

Gabarito: B

2. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“São verdades incontestáveis para nós: todos os homens nascem iguais; o criador lhes
conferiu certos direitos inalienáveis, entre os quais os de vida, o de liberdade e o de buscar
a felicidade; para assegurar esses direitos se constituíram homens-governo cujos poderes
justos emanam do consentimento dos governados; sempre que qualquer forma de governo
tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de muda-la ou aboli-la, instituindo um
novo governo cujos princípios básicos e organização de poderes obedeçam às normas que
lhes pareçam mais próprias para promover a segurança e a felicidade gerais”.
Trecho da “Declaração de Independência dos Estados Unidos da América”, Ministério das
Relações Exteriores, EUA.
Nas ideias defendidas pelo texto, podemos notar a influência

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a) do liberalismo e do protestantismo.
b) do abolicionismo e do republicanismo.
c) do iluminismo e do anarquismo.
d) do absolutismo e do cristianismo.
e) do socialismo e da social-democracia.
Comentários
A independência das 13 colônias inglesas teve relação direta com os fatores sociais,
econômicos e políticos, mas também contou com aspectos ideológicos, que foram
fundamentais nesse processo de independência. Os líderes que conduziram o processo da
emancipação política colonial tinham uma constante preocupação com o poder exercido
pelo Absolutismo e pela Igreja. Com isso, as correntes iluministas se fizeram presentes no
processo de independência das colônias inglesas na América do Norte.
a) Correto! O liberalismo é uma teoria econômica que defende um distanciamento entre o
Estado e a sociedade civil, além da defesa do livre comércio. Os EUA tiveram a primeira
experiência de um regime republicano presidencialista e federativo, inspirado no liberalismo.
Na Inglaterra, os grupos calvinistas foram chamados de puritanos. Eles desejavam
estabelecer uma nova ordem social e realizar o plano divino, ao qual eles acreditavam ser os
predestinados. Com a colonização inglesa do território norte-americano, vieram os primeiros
grupos protestantes a se fixarem nos Estados Unidos. Vale lembrar que no campo político, a
principal contribuição do calvinismo/ protestantismo está na defesa do direito de resistência
política diante dos governantes. A participação popular deve ocorrer quando governantes
excedem suas funções, o que torna sua autoridade ilegítima, ideias que influenciaram
diretamente no processo de independência dos EUA.
b) Incorreto. Apesar do republicanismo ser o sistema de valores políticos que configura o
pensamento cívico dos Estados Unidos desde a Revolução Americana (1776) e ter servido de
base para a declaração de independência (1776) e da constituição (1787) do país, a
alternativa também se refere ao abolicionismo, que foi uma das causas da Guerra civil
americana (1861-1865), ocorrida pelo conflito de interesses entre o norte industrial
abolicionista e o sul agrário escravagista, ocorrida quase 100 anos após a Declaração de
Independência.
c) Incorreto. O processo de independência dos EUA foi amplamente influenciado pelos ideais
iluministas, entretanto, o anarquismo, teoria social e movimento político, presente na história
ocidental do séc. XIX e da primeira metade do séc. XX, que se opõe a todo tipo de hierarquia
e dominação, seja ela política, econômica, social ou cultural, não foi uma influência para a
Declaração de Independência do EUA.
d) Incorreto. O Absolutismo foi um sistema político que, em geral, defendia o poder absoluto
do monarca sobre o Estado e vigorou na Europa do séc. XVI até meados do séc. XIX. Essa
forma de governo estava diretamente ligada com o processo de formação dos Estados

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Nacionais e necessitava da legitimação da Igreja Católica, que tinha o poder de investir reis
e imperadores desde a Idade Média.
e) Incorreto. Nenhuma dessas teorias foram influências para a Independência dos EUA. O
socialismo é uma doutrina política e econômica que surgiu entre o fim do séc. XVIII e a
primeira metade do séc. XIX, como uma forma de repensar o sistema capitalista, no contexto
da Primeira Revolução Industrial. Por sua vez, a social-democracia é uma ideologia política
originalmente de centro-esquerda, surgida no fim do séc. XIX que acreditavam que a
transição para uma sociedade socialista deveria ocorrer sem uma revolução, através de uma
gradual reforma legislativa do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário.
Gabarito: A

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Todo homem desde que não viole a justiça, deve ser livre para que seus produtos possam
competir com quaisquer outros. Nesse sistema de liberdade econômica, o Estado só tem 3
obrigações: proteger a sociedade contra a violência ou invasão de outros países; proteger a
sociedade da injustiça e da opressão internas; manter e construir obras que sejam de
interesse geral, mas que não interessem aos particulares.
SMITH, Adam. A riqueza das nações.
O trecho acima representa o pensamento liberal clássico, do século XVIII, cujo argumento
a) Por defender o livre-comércio, contrapõe-se ao mercantilismo.
b) Centra-se na defesa do individualismo, que tem liberdades restringidas pelo excesso de
violência gerada pela concorrência.
c) Compreende que o papel do Estado deve ser garantir a segurança, a propriedade privada
e os direitos sociais.
d) Permitiu o desenvolvimento da fisiocracia caracterizada pela frase “Laissez-faire, lassez-
passer” (deixai fazer, deixai passar).
e) Justificou as mais terríveis disputas em nome do progresso social.
Comentários
O texto é um clássico de Adam Smith, teórico iluminista que desenvolveu teses sobre o
liberalismo econômico, como a livre concorrência, e também, sobre o papel do Estado que
deveria atuar garantindo a segurança e a estabilidade. Como parte do iluminismo e
liberalismo, suas ideias eram contrárias ao Antigo Regime, ao absolutismo, ao
intervencionismo do Estado na economia.
O comando da questão nos pede para vincular o argumento central de suas ideias com o
que está expresso em cada alternativa. Assim, vamos analisar uma a uma para chegar a
reposta correta:

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a) Gabarito, conforme nosso comentário acima. Não esqueçam: Durante o Antigo Regime, a
economia era mercantilista e sofria forte intervenção do Estado na Economia.
b) Errado. Aqui a incorreção está em afirmar que a concorrência gera excesso de violência.
Não se pode afirmar isso porque não há dados.
c)Errado, pois o liberalismo, sobretudo nesse contexto, não defendia que o Estado
protegesse os direitos sociais.
d)Errado. A fisiocracia significa “poder que vem da natureza”, assim, pregavam um
capitalismo agrário porque afirmavam que a riqueza vinha da terra. Seu principal teórico foi
François Quesnay, precursor de Adam Smith.
e)Errado. O progresso defendido era econômico e por meio do livre mercado.
Gabarito: A

4. (Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Para o pensador e economista Adam Smith (1723-1790):


a) a terra é o principal fator de produção da riqueza.
b) o Estado é essencial para regular a ordem do mercado.
c) o trabalho é o elemento produtor da riqueza.
d) o mercado é resultado de um contrato social entre os homens de negócio.
e) o mercantilismo seria o modelo ideal de livre concorrência.
Comentários
O tema da questão é o pensamento do inglês Adam Smith, que viveu entre 1723 e 1790, ou seja,
durante o século XVIII. Neste momento, a Europa vivenciava uma efervecência intelectual e
cultural: o movimento iluminista. Os pensadores iluministas eram críticos de vários aspectos do
Antigo Regime, como a sociedade estamental, a economia mercantilista, do absolutismo e da
interferência da Igreja no Estado e na educação. O liberalismo político e econômico são expoentes
desse movimento. Do ponto de vista econômico, Smith foi responsável por aprofundar as críticas
ao mercantilismo. Sabendo disso, vejamos as alternativas:
a) Incorreta. Na verdade, esse era um pressuposto dos fisiocratas, economistas iluministas que
precederam Adam Smith. Eles já criticavam a intervenção do Estado na economia, como Smith,
mas este discordava quanto ao principal fator gerador de riqueza. Para ele, o trabalho e não terra
era o que gerava a verdadeira riqueza.
b) Incorreta. O pensador inglês defendia que a ordem econômica é parte de uma lei natural: a da
oferta e da demanda, portanto, o mercado se autorregularia. Smith acreditava que uma ordem
econômica harmônica poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem
sua felicidade. Para isso, era necessário assegurar três condições: a livre concorrência, a divisão
do trabalho e o livre comércio.

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c) Correta! É como eu disse na justificativa da letra “a”. Para Smith, o trabalho era o que gerava a
riqueza da sociedade.
d) Incorreta. O mercado é a materialização das trocas econômicas entre os homens.
e) Incorreta. Mercantilismo é o conjunto de teorias e práticas econômicas caracterizado pelo
metalismo, pela balança comercial favorável e pelo exclusivo comercial metropolitano e por forte
intervenção estatal. Portanto, em uma economia mercantilista não havia muita liberdade
econômica, pois o Estado agia para criar monopólios e protegê-los, evitando que houve
concorrência.
Gabarito: C

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Assim como os fenômenos físicos – diziam os iluministas -, as relações entre os indivíduos são
regidas pelas leis da natureza. Nesse sentido, um desses pensadores afirmou: “A liberdade
natural do homem consiste em estar livre de qualquer ser superior na Terra (...) Se o homem
no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua
propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu consentimento”. Esta frase
é de autoria de
a) John Locke.
b) Karl Marx.
c) Denis Diderot.
d) Marc Bloch.
e) Voltaire.
Comentários
Repare que o tema da questão o pensamento iluminista, que se disseminou pela Europa durante
os séculos XVII e XVIII. O trecho citado pelo enunciado discursa sobre um dos preceitos do
liberalismo político. A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista. Como dois lados da
mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro
tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da
liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da
propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. Assim, podemos ver que o trecho
corresponde muito com suas ideias e ele é citado por uma das alternativas, que no caso é a correta.
Então, ficamos assim:
a) Correta!
b) Incorreta. Karl Marx viveu entre 1818 e 1883, portanto depois do iluminismo. Além disso, ele
era um crítico do liberalismo político e econômico. Na verdade, Marx foi um dos elaboradores do
socialismo científico e idealizador do comunismo.

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c) Denis Diderot (1713-1784) realmente foi um pensador iluminista, mas não se destacou na
filosofia política do liberalismo, mas sim na literatura e na publicação da Enciclopédia, um grande
dicionário que pretendeu abarcar todo o conhecimento até então reunido pelo homem europeu
até aquela época.
d) Incorreta. Marc Bloch foi um historiador francês que viveu entre 1883 e 1944, ou seja, muito
tempo depois do iluminismo e das primeiras elaborações sobre o liberalismo político.
e) Incorreta. Voltaire (1694-1778) também foi um pensador iluminista e expoente do liberalismo.
Contudo, o trecho não é de sua autoria, mas sim de Locke como já apontei.
Gabarito: A

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

No contexto o pensamento iluminista, a crítica à propriedade privada como fundamento da


desigualdade social e a necessidade de separação do poder em três partes (Executivo,
Legislativo e Judiciário) são, respectivamente dos pensadores:
a) Adam Smith e Voltaiere.
b) Karl Marx e Montesquieu.
c) Jean-Jacques Rousseau e Voltaire.
d) Karl Marx e Jean-Jacques Rousseau.
e) Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu.
Comentários
O Iluminismo também é conhecido como Esclarecimento ou Ilustração e foi um movimento
intelectual ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, mas que teve influência da política, economia
e sociedade ocidental nos séculos seguintes. O Iluminismo também está intimamente ligado ao
liberalismo, filosofia política e econômica formulada no mesmo contexto. Os iluministas e
liberais defendiam três princípios básicos para o progresso da humanidade: a razão, o indivíduo
e a liberdade. No entanto, havia diferentes propostas de sociedade para a realização efetiva
desse ideal. Alguns defendiam a propriedade privada, outros a criticavam; uns defendiam
monarquias constitucionais, enquanto outros queriam repúblicas. As discussões eram férteis.
Sabendo disso, vejamos à quais pensadores correspondem as ideias destacadas pelo
enunciado:
a) Incorreta. Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai do liberalismo econômico e como tal
defendia o direito de propriedade privada. Para ele, a economia se autorregularia e
eventualmente a desigualdade encontraria um equilíbrio. Voltaire (1694-1778), por sua vez, não
se importava tanto se o governo seria uma monarquia, uma república ou qualquer outra coisa.
Para ele, um governo seria bom desde que se guiasse pela razão e pela ciência, além de
respeitar e proteger as liberdades individuais.

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b) Incorreta. Karl Marx (1818-1883) realmente defendia a propriedade privada era a origem das
desigualdades sociais e precisava ser abolida. Contudo, ele é posterior ao iluminismo. Por seu
turno, está correto que a divisão dos três poderes foi elaborada por Montesquieu (1689-1755),
um filósofo francês iluminista.
c) Incorreta. Está correto que Rousseau (1712-1778) criticava a propriedade privada. Todavia,
como vimos, não era Voltaire, mas sim Montesquieu que elaborou o argumento da divisão dos
três poderes.
d) Incorreta, pelas razões que já apontei acima.
e) Correta! Agora sim! Rousseau era o iluminista mais crítico à propriedade privada, enquanto
Montesquieu formulou a teoria da divisão dos três poderes.
Gabarito: E

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

No século XVIII, nos territórios das 13 Colônias britânicas, pode-se dizer que o aumento dos
impostos e do controle sobre a produção colonial a partir da Coroa foram decorrência direta
a) da derrota dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.
b) da vitória dos ingleses na Guerra dos Sete Anos, contra os franceses.
c) dos gastos em Guerras no mar Mediterrâneo contra espanhóis.
d) da guerra civil interna na Inglaterra, chamada de Revolução Puritana, que consumiu quase
a totalidade dos recursos da nobreza.
e) da expansão para o Oeste, medida expansionista adotada para evitar as constantes
invasões dos franceses via terras canadenses.
Comentários
O tema da questão é o processo de independência dos Estados Unidos da América.
Originalmente, este país era composto por 13 colônias inglesas na costa leste da América do
Norte. Todavia a Coroa britânica exercia pouco controle e influência sobre boa parte dessas
colônias, sobretudo as do Norte, fundadas por grupos protestantes que fugiram das perseguições
religiosas durante o reinado de Jaime I. No entanto, o fim das revoluções inglesas no século XVII,
a Inglaterra obteve a estabilidade política e econômica necessária para dedicar mais atenção às
suas posses ultramarinas. Durante o século XVIII as medidas de controle e tributação da produção
e comércio das colônias aumentaram. Os colonos se rebelaram e decidiram declarar a
independência em reação à esse comportamento da metrópole, em 1776. A guerra de
independência durou até 1783, quando os EUA se emanciparam definitivamente. Entretanto,
alguns acontecimentos nos anos imediatamente anteriores ao início da Revolução Americana
motivaram a Coroa britânica a aumentar impostos e reforçar o controle sobre a produção colonial
de forma brutal. É sobre isto que o enunciado nos indaga. Então, vejamos:

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a) Incorreta. Exatamente entre 1756 e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre
França e Inglaterra pelas áreas coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá. A
Inglaterra ganhou, porém, saiu extremamente endividada.
b) Correta! Como disse acima, realmente foram os ingleses que ganharam. No entanto, a Coroa
saiu profundamente endividada da guerra. Para compensar e equilibrar as finanças, foi decidido
aumentar os impostos e o controle sobre a produção colonial. Além disso, durante o conflito, os
ingleses tiveram que fornecer armas e treinamento militar aos colonos para ajudarem nas batalhas.
Ou seja, com colonos descontentes e armados só podia dar no que deu!
c) Incorreta. As batalhas marítimas com os espanhóis se davam no Atlântico Norte, pelo controle
da circulação de mercadorias nessa região. No entanto, os ingleses superaram os espanhóis ainda
no fim do século XVII, quando passaram a ter a maior e mais forte marinha do mundo.
d) Incorreta. Na verdade, com o fim das revoluções inglesas do século XVII, a Inglaterra encontrou
a estabilidade política e econômica para investir na revolução industrial e expandir sua economia.
De fato, isso abriu possibilidade para que se prestasse mais atenção em suas colônias. Contudo,
como já dissemos, é apenas em decorrência dos resultados da Guerra dos Sete Anos que a
situação financeira da Coroa britânica motivou o recrudescimento do pacto colonial entre a
Inglaterra e as 13 Colônias.
e) Incorreta. A expansão para o oeste da América do Norte só teve início após a independência
dos Estados Unidos e foi incentivada pelo próprio governo norte-americano, não pela Inglaterra.
Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

São acontecimentos que estiveram no contexto da ocupação inglesa na América do Norte:


a) os cercamentos nos campos ingleses, que provocaram o deslocamento de uma massa de
camponeses sem terra e sem trabalho para processos migratórios.
b) a parceria comercial entre ingleses, franceses e espanhóis, concretizada na função de
sociedades comerciais, as Companhias, com cotas proporcionais de cada reinado.
c) o incentivo dos reis católicos para que os protestantes fundassem colônias e catequisassem
os indígenas.
d) a corrida pelo ouro, em particular, nas terras do Sul das 13 Colônias.
e) a autonomia financeira e administrativa concedida pela Coroa inglesa aos ingleses que
assumissem os riscos de empreender nas novas terras.
Comentários
Veja bem, o tema da questão é a colonização inglesa da América do Norte. A Inglaterra deu início
a seu projeto colonizar mais tardiamente em relação à Espanha e Portugal. Somente em 1584, a
monarquia britânica iniciou a exploração comercial das terras nas Américas. Ao mesmo tempo que
a Coroa não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, ampliou o comércio marítimo e fundou a

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Colônia da Virginia, na parte sul da América do Norte. Nela foi instalada o sistema de plantations
de algodão. A rainha concedeu o monopólio e a administração dessa colônia para uma companhia
de comércio privada. No entanto, essa primeira experiência não deu muito certo, devido a
resistência indígena na região. Com isso, a Coroa preferiu investir maiores esforços em batalhas
marítimas contra os espanhóis pelo controle da circulação de mercadorias no Atlântico Norte,
inclusive fazendo uso de corsários para tanto. Em 1606, o rei Jaime I faz novas concessões às
Companhias de Comércio de Londres e Plymouth para explorar o tráfego em direção ao novo
continente e organizar sua colonização. Por outro lado, a partir de 1620, novas levas de colonos
migraram de forma independente para a região mais ao norte da colônia inglesa na América. Esses
novos colonos eram protestantes de várias vertentes e fugiam das perseguições religiosas
promovidas por Jaime I, rei católico. Assim, formaram-se as 13 Colônias. Aquelas que tinham maior
influência da Coroa, no Sul, eram voltadas para produção agrária voltada para exportação. Aquelas
que eram mais autônomas em relação ao governo inglês, desenvolveram a produção agrícola
voltada para o mercado interno, versaram-se no comércio e na manufatura. Agora que você está
por dentro do contexto da ocupação inglesa da América do Norte, vejamos qual alternativa
aponta corretamente acontecimentos relacionados a esse processo histórico:
a) Correta! Os cercamentos eram uma prática muito corriqueira na Inglaterra que se intensificou a
partir do reinado de Henrique VIII, entre 1509 e 1547. Essa prática consistia em levantar cercas em
terras originalmente consideradas comunais, isto é, de uso comum. Muitos camponeses não só
faziam uso como dependiam dessas terras para se sustentar. Nobres e proprietários de terras em
geral faziam isso para aumentar suas propriedades e consequentemente aumentar sua produção,
especialmente de lã para alimentar a manufatura têxtil inglesa. Acontece que a dinastia dos Tudor,
a qual pertencia Henrique VIII e Elizabeth I, destacou-se por usar terras como moeda de troca em
suas negociações com a nobreza e burguesia em troca de apoio político. Assim, as terras comunais
eram alvos fáceis. Com o rompimento com a Igreja Católica, em 1534, as terras administradas pelo
clero, muitas das quais também comunais, foram cercadas e se tornaram propriedades privadas.
Essa prática continuou cada vez mais frequente ao longo dos séculos XVII e XVIII, com o avanço
da Revolução Industrial. A massa de camponeses despossuídos que isso gerou só tinha duas
opções: migrar para as cidades para trabalhar nas indústrias em condições precárias e por salários
baixíssimos ou tentar a sorte emigrando para a América.
b) Incorreta. Tal parceria nunca existiu entre essas nações. Na verdade, elas competiam entre si
pela colonização dos territórios americanos.
c) Incorreta. Os Stuart, dinastia dos reis católicos na Inglaterra, não incentivaram os protestantes
a fundar colônias na América. Na verdade, estes últimos o fizeram pois estavam sendo perseguidos
pelos primeiros por razões religiosas. Assim, como disse antes, eles emigraram para a América do
Norte, mas preferiram fundar colônias fora do território de maior controle da Coroa britânica.
d) Incorreta. Não houve uma corrida pelo ouro nas Treze Colônias inglesas, pois não havia grandes
jazidas do metal na costa leste da América do Norte. A atividade mineradora só se desenvolveu
após a independência dos Estados Unidos, com a marcha para o Oeste. Contudo, ficou restrita às
regiões mexicanas que acabaram sendo anexadas ao território estadunidense.

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e) Incorreta. A Coroa inglesa não concedia autonomia financeira e administrativa às suas colônias.
Na verdade, as colônias mais ao norte, fundadas por exilados protestantes, eram mais autônomas
justamente porque foram fundadas por exilados e longe da região onde a Coroa exercia maior
influência. Tanto é que, uma vez que a conjuntura política e econômica se estabilizou na Inglaterra,
gradativamente o governo inglês foi dedicando maior atenção e controle sobre suas colônias. Isso
se intensificou após a Guerra dos Sete Anos, que deixou a Coroa britânica endividada criando a
necessidade de aumentar impostos e o controle sobre a produção colonial.
Gabarito: A

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Relacione as colunas e, em seguida, marque a alternativa correta no que diz respeito ao


domínio colonial inglês na América do Norte:
A – Lei do Açúcar
B – Lei do Selo
C – Lei do Chá
D – Lei Intoleráveis
I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à Companhia Inglesa
das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era combater o contrabando
do produto.
II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas sobre a importação
do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.
III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais, jornais, livros, etc.
IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava fechamento de
estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir severamente os colonos.
a) A-III; B-II; C-I; D-IV.
b) A-IV; B-I; C-III; D-II.
c) A- IV; B-III; C-II; D-I
d) A-II; B- III;C-I; D-IV.
e) A-I; B-II; C-III; D-IV.
Comentários
Em primeiro lugar, note que o enunciado nos direciona para o tema do domínio colonial
inglês na América do Norte, mas quando conferimos as afirmações propostas podemos
reparar que elas dizem respeito à acontecimentos relativos ao processo que criou as
circunstâncias favoráveis para a independência dos Estados Unidos da América. Preste
atenção nas datas: todas são posteriores à Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Este conflito
opôs Inglaterra e França em uma luta pelo domínio de territórios coloniais que hoje

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correspondem ao Canadá. Os ingleses saíram vitoriosos, mas o governo britânico contraiu


dívidas imensas para financiar a guerra. Além disso, teve que armar e treinar os colonos norte-
americanos para ajudarem nas batalhas. Em razão do déficit financeiro, a Coroa decidiu
aumentar impostos e o controle sobre a produção e o comércio coloniais. Em outras palavras,
reforçou o pacto colonial. Algumas das medidas aplicadas para isso são as leis listadas pelo
enunciado e que devemos associar a sua correta descrição. Descontentes com o
autoritarismo da metrópole, os colonos começaram a se rebelar e, em 1776, teve início a
guerra de independência que só acabaria em 1783, com a vitória norte-americana. Com isso
em mente, vamos ver qual a associação correta entre as duas colunas:
A – Lei do Açúcar - II – de 1764, proibia a importação de rum pelos colonos e cobrava taxas
sobre a importação do melaço que não tivesse origem nas Antilhas britânicas.
B – Lei do Selo - III – de 1765, cobrava uma taxa sobre diferentes documentos comerciais,
jornais, livros, etc.
C – Lei do Chá - I – de 1773, concedia o monopólio de venda do produto em questão à
Companhia Inglesa das Índias Orientais, sendo que o objetivo do governo inglês era
combater o contrabando do produto.
D – Lei Intoleráveis - IV – de 1774, um conjunto de medidas repressivas que autorizava
fechamento de estabelecimentos e autorizava o governo colonial a julgar e punir
severamente os colonos.
Portanto, a alternativa correta é a letra “d”.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

“O absolutismo inglês teve início com o rei Henrique VII (1457-1509), fundador da dinastia
dos Tudor. Ele assumiu o trono ao final da Guerra das Duas Rosas (1455-1485)” (COTRIM,
2012, p. 339).
Sobre a Guerra das Duas Rosas é correto afirmar que:
a) foi uma disputa entre Igreja Católica e monarquia inglesa em torno da possibilidade de
separação matrimonial.
b) duas famílias da nobreza disputaram o poder político, os Lancaster e os York.
c) o resultado da guerra terminou com um acordo glorioso ao estabelecer uma monarquia
constitucional.
d) foi um embate direito entre Inglaterra e Espanha pelo controle das rotas comerciais
marítimas.
e) foi uma disputa entre Inglaterra e França em torno da hegemonia das rotas comerciais da
região de Flandres.
Comentários

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Em primeiro lugar, note que o tema da questão é a Guerra Das duas Rosas, ocorrida entre
1455 e 1485, no século XV. Com o trecho de autoria do professor Cotrim, o enunciado sugere
que esse conflito foi parte fundamental do processo de centralização política na Inglaterra. De
fato, em consequência da Guerra dos Cem Anos (1337-1453), contra a França, e da Guerra
das Duas Rosas, logo em seguida, a nobreza britânica ficou enfraquecida. Isso porque não
havia um exército unificado e cada nobre cedeu parte de suas tropas e investiu seus próprios
recursos no esforço de guerra. Assim, a família Tudor viu a oportunidade para se destacar e
concentrar mais poder. Sabendo desse contexto, vejamos o que é correto afirmar sobre o
conflito que é tema da questão:
a) Incorreta. Essa disputa se deu no século XVI, mais especificamente durante o reinado de
Henrique VIII, filho de Henrique VII. O monarca queria se divorciar de sua esposa para casar
com outra mulher, o que o papado se recusou a oficializar. Além disso, havia outras rixas entre
Coroa inglesa e Igreja relacionadas a isenções fiscais, privilégios de foro e propriedade de
terras. O polêmico divórcio do rei foi a “cereja do bolo” e em 1534, a Inglaterra rompeu com
a Igreja Católica, fundando a Igreja Anglicana. Esta não era em quase nada diferente da igreja
romana, mas na nova o monarca inglês era a autoridade máxima.
b) Correta! Esse conflito, que envolveu toda a nobreza inglesa, foi a disputa pelo trono entre
as famílias York e Lancaster uma vez que, após a Guerra dos Cem Anos, não mais existia uma
autoridade real vitoriosa capaz de unir a nobreza inglesa. Havia um vazio de poder após a
derrota para a França. O desfecho dessa Guerra entre as duas famílias ocorreu com a ascensão
dos Tudor ao poder, por meio da figura de Henrique VII.
c) Incorreta. Esse foi o desfecho das revoluções inglesas durante o século XVII, muito posterior
ao conflito aqui abordado. Com a coroação do rei católico Jaime I e o início da Dinastia Stuart,
em 1603, o absolutismo se aprofundou na Inglaterra. Isso gerou um grande descontentamento
na nobreza puritana e de grande parte da sociedade britânica, de maioria protestante. No
reinado do sucessor Carlos I a tensão ficou ainda pior com a eclosão de uma guerra civil em
1640. Nove anos depois, o monarca foi derrotado pelo exército do parlamento e executado.
Instaurou-se uma república, que logo se tornou tão ou mais absolutista quanto os Stuart, com
a concentração de poder na figura de Oliver Cromwell. Somente após dois anos de sua morte
que se deu em 1658, é que a nobreza, por meio do Parlamento, restaurou a monarquia
britânica e a dinastia Stuart, com a condição de que o rei não tentasse aplicar o absolutismo.
Contudo, durante o reinado de Jaime II, entre 1685 e 1688, novamente a ambição do monarca
gerou o descontentamento da nobreza que, temendo uma nova guerra civil, apressou-se em
fazer um acordo glorioso para estabelecer uma monarquia constitucional. Jaime II foi
destituído e seu genro protestante, Guilherme de Orange, foi coroado em 1689. Ele foi
obrigado a assinar o Bill of Rights, que limitava os poderes do rei em favor do parlamento. O
acontecimento ficou conhecido como Revolução Gloriosa, pois não houve derramamento de
sangue.
d) Incorreta. Os embates entre ingleses e espanhóis pelo controle das rotas marítimas no
Atlântico Norte foram começaram somente durante o reinado de Elizabeth I, entre 1553 e
1603. Ela procurou fortalecer a marinha britânica e foi a idealizadora do uso de corsários. Ao

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invés de investir na colonização extensiva em terras americanas, a rainha preferiu saquear os


navios espanhóis, ora justificando que eles haviam entrado na jurisdição marítima dos ingleses
sem permissão, ora contratando piratas (corsários). No século XVII, os esforços para colonizar
a América do Norte e fortalecer a marinha aumentam. Jaime I fez concessões à Companhias
de Comércio, alguns grupos protestantes fundaram novas colônias para fugir da perseguição
religiosa e Cromwell aprovou os Atos de Navegação. Isso aumentou a tensão com a Espanha,
que acabou saindo enfraquecida. No raiar do século XVIII a Inglaterra seria a nova potência
marítima mais poderosa do mundo.
e) Incorreta. Esse foi o conflito conhecido como Guerra dos Cem Anos, entre 1337 e 1453. Na
verdade, esta guerra teve dois grandes motivos: 1) a questão dinástica, envolvendo a sucessão
do trono francês, quando o rei Filipe IV morreu sem deixar herdeiros e a família real inglesa
reivindicou o trono argumentando ter parentesco com o falecido monarca; 2) disputa pelo
domínio da região de Flandres, fundamental para a exportação de lã inglesa, onde havia
próspera manufatura têxtil. A vitória coube a França que conseguiu expulsar os ingleses e seus
aliados da maior parte do continente. A principal consequência da guerra foi a centralização
do poder na França, a partir do enfraquecimento dos nobres feudais. Os ingleses, derrotados,
entraram em uma guerra civil, com a disputa entre duas dinastias pelo controle do país, a já
referida Guerra das Duas Rosas.
Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/2021/Profe. Alê Lopes)

Não satisfeito com o poder “de fato” que os Tudor haviam obtido, os Stuart quiseram
exercer também um absolutismo “de direito”, isto é, reconhecido juridicamente, como o
existente na França. Isso ia contra os interesses dos membros do Parlamento inglês, pois era
essa instituição que, de acordo com a Magna Carta de 1215, detinha o poder “de direito”.
(COTRIM, 2012, p. 340)
Diante dessa tensão identificada no texto, é correto afirmar que o desdobramento final do
conflito, no final do século XVII, resultou
a) no fim da monarquia parlamentarista e no estabelecimento do absolutismo pleno.
b) no início da República Inglesa, baseada na liberdade e na propriedade privada.
c) na Revolução Anglicana, responsável por decapitar os monarcas que desrespeitaram o
poder parlamentar.
d) na limitação dos poderes da monarquia pelo respeito jurídico às liberdades individuais e
pela força do parlamento.
e) no início da guerra civil, a qual somente se resolveu no final do século seguinte com a força
da revolução industrial.
Comentários

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Atenção! O tema da questão é o absolutismo inglês e as revoluções inglesas, no século XVII.


Com a morte da rainha Elizabeth I sem deixar herdeiros, em 1603, seu primo escocês e
católico, Jaime Stuart, foi coroado rei. Como o texto do enunciado destacou, ele tentou
aprofundar a centralização do poder na Inglaterra. Em outras palavras, aplicar o absolutismo
monárquico. Esse rei também aumentou a perseguição religiosa tanto aos puritanos quanto à
outras vertentes do protestantismo inglês. No entanto, é durante o reinado de seu filho, Carlos
I, que a tensão entre a Coroa e o Parlamento (nobreza) chega ao ápice. Entre 1640 e 1649
eclodiu uma guerra civil violenta que resultou na destituição do rei, sua execução e a instalação
de uma república puritana governada pelo Parlamento. Todavia, uma das lideranças tinha
ambições maiores. O nobre protestante Oliver Cromwell fechou o Parlamento e concentrou o
poder em suas mãos, bem aos moldes absolutistas. Seu governo durou até 1658, quando
faleceu. Diante da inabilidade política de seu filho, o Parlamento conseguiu destitui-lo e
restaurar a monarquia e a dinastia Stuart, mas procurando limitar o poder o rei. Durante o
reinado de Carlos II foi possível manter certo equilíbrio, mas seu irmão e sucessor Jaime II
tentou novamente aplicar o absolutismo. Entre 1688 e 1689, os parlamentares rapidamente
fizeram um amplo acordo entre a nobreza para detê-lo sem que uma nova guerra civil
sangrenta ocorresse novamente. É o resultado desse acordo que interessa ao enunciado da
questão. Vejamos as alternativas:
a) Incorreta. O objetivo do Parlamento era instituir uma monarquia constitucional, ou
parlamentarista, pondo fim a qualquer intento absolutista de futuros monarcas.
b) Incorreta. Na verdade, a República Inglesa, ou República Puritana, também chamada de
Commonwealth, foi instaurada no meio de todo esse processo revolucionário. Com a derrota
e execução de Carlos I, em 1649, a república foi implantada e seria governada pelo Parlamento
e seu exército. No entanto, como eu já disse, Oliver Cromwell deu um golpe e fechou o
legislativo.
c) Incorreta. A Igreja Anglicana não foi fundada por meio de uma revolução. Foi fruto do
rompimento da monarquia inglesa com a Igreja Católica, em 1534, ou seja, bem antes do
período aqui abordado.
d) Correta! Com o acordo feito entre 1688 e 1689, Jaime II foi destituído e seu genro
protestante, Guilherme de Orange, foi coroado em 1689. Ele foi obrigado a assinar o Bill of
Rights, que limitava os poderes do rei em favor do parlamento. O acontecimento ficou
conhecido como Revolução Gloriosa, pois não houve derramamento de sangue. Assim, a
monarquia constitucional se consolidava na Inglaterra e o absolutismo inglês era
definitivamente derrotado.
e) Incorreta. A guerra civil acabou em 1659, com a derrota de Carlos I. Por sua vez, a Revolução
Industrial só foi possível com a estabilização política proporcionada pela a Revolução Gloriosa.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

AULA 08: História Moderna II 100


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Os autores da Constituição americana puseram em prática um sistema de governo que eles


acreditavam pudesse funcionar. Não que funcionaria; que pudesse. Não era um sistema que
por norma admitisse que as atividades humanas sempre resultariam bem; nem muito menos
que contasse com alguma poderosa transcendência em curso para dar cabo, de uma vez por
todas, das misérias e das contendas.
A experiência constitucional norte-americana. Daniel Patrick Moynihan. Citado por
Guilherme Bollorini Pereira. Revista da EMERJ, v.5, n.17, 2002 181
Em 17 de Setembro de 1787, foi Promulgada a Constituição dos Estados Unidos. . Nesse
documento definiu-se:
a) um Estado Federado, protestante e sem liberdade religiosa.
b) um governo Republicano com direito de reunião e de manifestação pacíficas.
c) um governo Federado com liberdade de imprensa.
d) a forma de governo Presidencialista sem a divisão de poderes.
e) um governo Republicano sem possibilidade do direito de oposição ao governo.
Comentários
Acompanha comigo o esqueminha:

Tipo de Estado: Federado Tripartição dos poderes em:


Sistema de Governo: Poder executivo: Presidente
República Poder legislativo: Senado e Câmara dos
Forma de Governo: Deputados
Presidencialismo Poder judiciário: Suprema Corte

Além de promulgar a constituição ocorreu a eleição do 1º Presidente dos Estados Unidos da


América: George Washington. Aqui ficou estabelecido que o Presidente da República é o chefe máximo das
Forças Armadas do país, pois o poder militar está submetido ao poder civil.
Por fim, resta-nos saber sobre os direitos de cidadania, lembra-se? Os direitos civis e políticos!! A
liberdade e a igualdade jurídica estavam asseguradas a todos?
Em 1783, a Constituição ficou mais focada na garantia do sistema político, já os direitos civis foram
incorporados ao texto constitucional por meio da Primeira Emenda, apenas em 1791. Alguns conhecem essa
emenda como a Carta de Direitos dos EUA (outra Bill of Rights).
Deste modo estavam garantidos os direitos de:
Liberdade de expressão
Liberdade de imprensa
Liberdade religiosa
De reunião e manifestação pacífica
Representação contra o Governo

AULA 08: História Moderna II 101


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Profe Alê Lopes
Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Embora a Declaração da Independência dos EUA, bem como a Constituição afirmem a igualdade
jurídica, na prática, nem todos foram beneficiados com os direitos assegurados na Constituição. Por
exemplo, continuou existindo escravidão negra em vários estados e os indígenas sofreram um processo de
perseguição e genocídio, afinal, nem negros e nem índios tiveram sua existência como seres humanos
reconhecida.
Portanto, quem exercia plenamente os direitos de cidadania eram os homens brancos,
pertencentes à aristocracia rural, proprietários de escravos e de terras, os pequenos proprietários da
pequena indústria – e do sexo masculino, já que mulheres mesmo ricas e mesmo brancas não tinham
direitos de liberdade e igualdade jurídicas, uma vez que eram consideradas frágeis e incapazes de
atividades públicas. As mulheres estadunidenses lutaram muito pelo direito ao sufrágio (movimento
sufragista), mas só conquistaram o direito ao voto 140 anos após a Independência.
Assim, apesar de toda a teoria que estudamos, a partir desse momento da história, começaremos a
ver as contradições entre a teoria e a prática do liberalismo.
A Independência dos EUA, que influenciou a Revolução Francesa, e a própria Revolução Francesa,
que estudaremos na próxima aula, são bons exemplos para vermos avanços e limites na implantação do
Projeto Iluminista.
Por fim, é importante frisar que uma das consequências da Independência Americana foi o
estímulo a outras processos de independência na América Espanhola.
a) falso, pois o Estado passou a assegurar a liberdade religiosa, Estado laico.
b) é o gabarito.
c) falso, pois não é governo Federado mas é o Estado que é Federado.
d) errado, pois forma de governo ou é República ou é Monarquia. Já Presidencialismo é sistema de
governo. Além disso, houve a divisão de poderes proposta por Montesquieu: Executivo, Legislativo e
Judiciário.
e) falso, pois foi assegurado do direito de representação contra o governo. Além disso, própria liberdade
de imprensa já assegura possibilidade de crítica.
Gabarito: B
(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Nenhuma discussão sobre o papel das mulheres na resistência à escravidão estaria completa
sem um tributo a Harriet Tubman por seu extraordinário ato de coragem ao conduzir mais
de trezentas pessoas pelas chamadas Underground Railroad. Aprendeu com o pai a cortar
árvores e abrir trilhas e, enquanto trabalhavam lado a lado, ele lhe transmitiu conhecimentos
que mais tarde se mostraram indispensáveis nas dezenove viagens de ida e volta que ela
realizaria ao Sul. Ele a ensinou a caminhar silenciosamente pela mata e a localizar plantas,
ervas e raízes que serviriam de alimento e remédio. Durante a Guerra Civil, Harriet Tubman
manteve sua oposição incansável à escravidão, e ainda hoje detém o mérito de ter sido a
única mulher nos Estados Unidos a liderar tropas em uma batalha. Independentemente dos
parâmetros usados para julgá-la – negro ou branco, masculino ou feminino –, Harriet Tubman
foi uma pessoa extraordinária.
Adaptado de Angela Davis. Mulheres, Raça e Classe. SP: Ed. Boitempo, 2016.

AULA 08: História Moderna II 102


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

No que se refere à luta pela libertação dos escravizados nos Estados Unidos da América, no
século XIX, as underground railroad foram.
f) Passagens subterrâneas construídas para fuga das fazendas nos Estados Sulistas.
g) Rotas que seguiam as margens das estradas de ferro para garantir a chegada no destino
correto longe dos Estados sulistas.
h) Um conjunto de rotas secretas e pontos de parada clandestinos que escravas e escravos
usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao México com a ajuda de abolicionistas.
i) Trilhas subterrâneas que passavam pelo meio da mata para evitar que os escravos
fugitivos fossem localizados.
j) Trilhas subterrâneas que seguiam o caminho das estradas de ferro para que os escravos
não se perdessem até chegar aos pontos combinados com os abolicionistas.
Comentários:
Todo conhecimento sobre a história da abolição e das lutas do
povo negro nos EUA é importante para você. No texto, a autora
fala sobre Harriet Tubman. Ela cumpriu a tarefa de conduzir a fuga
escravizados que buscavam liberdade. O texto um pouco de quem
foi ela. Hoje é um ícone estadunidense da luta pela liberdade. Não
apenas de negros, mas também das mulheres já que, depois da
Guerra Civil – ou Guerra de Secessão – ela participou do
movimento sufragista que defendia o direito ao voto feminino.
Foram muitas as batalhas de Rit, como a chamam nos EUA.
E toda foram, a questão perguntou sobre o que eram as
Underground Railroad. Retiro do próprio livro de Angela Davis a
resposta: “Underground Railroad era o nome dado a um conjunto de rotas secretas e pontos de
parada clandestinos que escravas e escravos usavam para conseguir chegar ao Canadá ou ao
México, contando com a ajuda de abolicionistas. As rotas não eram nem subterrâneas nem férreas,
como o nome sugere. Na designação da rede, o termo “underground” era usado no sentido de
secreto, e o termo “railroad” foi adotado porque os códigos de fuga eram baseados na
terminologia das ferrovias. Os pontos de parada, por exemplo, eram “estações” (stations); as
pessoas que indicavam os caminhos ou acompanhavam as fugitivas e os fugitivos de uma estação
a outra, como Harriet Tubman, eram “condutoras” (conductors).”.
Assim, vejam que apenas a alternativa C é a correta. Todas as outras alternativas descrevem
situações que sequer existiram na realidade.
Gabarito: C

(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi
apenas um efeito e consequência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi

AULA 08: História Moderna II 103


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levada a cabo de 1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse
derramada em Lexington.
(John Adams para Jefferson, 1815.)
Em relação às causas da Independência das 13 colônias inglesas, na América, inclui-se:
a) a adoção de medidas que restringiram a arrecadação de impostos por parte do governo
inglês.
b) a inexistência total de formas militares dos colonos.
c) a tentativa forçada de a Inglaterra industrializar sua colônia, à contragosto dos
proprietários de terra.
d) a crescente restrição da autonomia das 13 colônias imposta pela Coroa inglesa.
e) as leis do açúcar, que beneficiavam os negócios dos colonos.
Comentários
a) a afirmação é falsa porque ocorreu o contrário, isto é, os impostos foram aumentados pela
Coroa inglesa. A partir de meados do século XVIII, a Inglaterra iniciou um movimento de
intensificação da exploração colonial buscando, com isso, aumentar os rendimentos
extraídos das atividades comerciais realizadas no território das “13 Colônias Britânicas”.
Foram duas as principais medidas:
Criar impostos

Monopolizar o comércio da colônia com a metrópole, na prática implantar o

“exclusivo metropolitano” (lembra dessa prática usada por portugueses e

espanhóis na América Latina?)

b) falso. Sobre a militarização dos colonos, é importante você lembra do seguinte: entre 1756
e 1763, ocorreu a chamada Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra pelas áreas
coloniais localizadas onde hoje se encontra parte do Canadá. A Inglaterra ganhou. Esse
conflito foi ótimo para os colonos das 13 colônias porque receberam treinamento militar e
abasteceram seus exércitos, mas péssimo para a metrópole já que ela saiu extremamente
endividada e com uma população de colonos armada. Nesse sentido, não houve um
processo de desmilitarização dos colonos.
c) falso. Sobre a questão da industrialização, de fato, havia uma relação de interesse entre
Inglaterra e sua colônia, mas não para construir indústrias em solo americano. Acompanha
comigo:
A Inglaterra passava pelo processo de Revolução Industrial. Assim, era preciso garantir o
controle de uma área que fornecia matéria-prima para essa recente indústria, bem como
mercado consumidor para seus produtos, uma vez que a produção era em larga escala.

AULA 08: História Moderna II 104


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Dessa forma, podemos afirmar que a Inglaterra a tentou ampliar seu controle sobre as 13
colônias e intensificar o sistema de exploração para:
➢ Para cobrir os gastos públicos da Guerra dos 7 anos contra a França.

➢ Para garantir fornecimento de matéria-prima e mercado consumidos para o processo

de Revolução Industrial

Para fins de prova, vamos destacar 3 leis, entre dezenas delas, que a Inglaterra impôs às Colônias:

1764 1765 1773

• Lei do Açúcar • Lei do Selo • Lei do Chá

Importante mencionar que, em meio a “avalanche de impostos” que caracteriza essas três
leis e o aumento da tensão entre Coroa e colonos, em 1770, ocorreu o Massacre de Boston.
Tratou-se de um incidente ocorrido no dia 5 de março de 1770, em Boston, Massachusetts,
quando soldados do Exército Britânico dispararam sobre um grupo de civis, matando cinco
homens e ferindo outros seis.
Nesse momento – pós Massacre de Boston e pós Leis Intoleráveis - a figura do rei como um tirano
foi massificada. Se até então, as colônias não tinham uma unidade – nem política e nem econômica
– agora, começavam a ver a necessidade de encontrar uma saída unitária. As ideias de “direito à
rebelião” e independência foram ficando maiores.
Essas ideias foram debatidas no 1º. Congresso da Filadélfia, em setembro de 1774 (também
conhecido como Primeiro Congresso Continental). Dessa reunião, elaboraram um documento de
protesto e um pedido de audiência com o rei.
A resposta do rei foi: eu nunca os receberei!!! E deu ordens para uma ocupação e ação militar
contra os colonos.
Assim começou uma longa guerra pela Independência das 13 Colônias que ocorreu entre
abril de 1775 e outubro de 1781.
Diante dessas considerações sobre a alternativa C, podemos concluir que a alternativa D é
nosso gabarito e a alternativa E está errada, uma vez que a lei do açúcar prejudicou e não
beneficiou os colonos.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Conforme o historiador Christopher Hill (O Século das Revoluções: 1603-1714,2012), os


acontecimentos do século XVII são determinantes para, posteriormente, consolidar a
Inglaterra como potência econômica no início do século XVIII e, em seguida, torná-la o berço
da Revolução Industrial. Isso porque, durante os processos entre o final do século XVI e todo
o século XVII, a Inglaterra acumulou uma riqueza imperiosa. Parte disso, explica-se pela
colonização e, também, pelas Revoluções inglesas. Também podemos associar o

AULA 08: História Moderna II 105


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crescimento inglês aos acordos feitos com Portugal, que asseguraram a riqueza do ouro
brasileiro aos cofres ingleses. Nesse contexto, em 1603, Elizabeth I morre e não deixa
herdeiros. É desse momento até 1714, que o historiador inglês Chirstopher Hill argumenta o
quão decisivo foram os processos desenvolvidos nesse período. Hill equipara esse período
da História inglesa à importância da Revolução Francesa.
Considerando a importância dos processos ocorridos em solo inglês no século XVII, é correto
afirmar que
a) a burguesia ascendente, apesar de ter liderado a Revolução Puritana, não logrou êxito na
Revolução Gloriosa.
b) apesar da tensão entre Monarquia e Parlamento, os dois poderes se mantiveram
independentes e intactos ao longo da guerra civil.
c) o processo inglês apresentou contornos meramente político, tanto que foi gerado um
processo de estagnação econômica.
d) diferentemente do que ocorreu na França, a Revolução Inglesa criou condições para o
fortalecimento do Parlamento, espaço em que os interesses burgueses estavam
representados.
e) a nobreza conservadora dos Whigs acabou evitando a decapitação de Carlos I.
Comentários
A questão exige um conhecimento mais aprofundado sobre a história inglesa e certo nível de
comparação com o processo revolucionário contra o Antigo Regime na França. Nesse sentido,
vamos retomar alguns pontos das Revoluções Burguesas na Inglaterra:
As Revoluções Burguesas na Inglaterra do século XVII representam, de um modo geral, as disputas
entre a nobreza e a burguesia aliada à nobreza aburguesada inglesa. Por isso, o longo processo é
considerado como precursor das ideias liberais do Movimento Iluminista. O liberal John Locke,
por exemplo, viveu a experiências da revolução, analisou o longo processo e definiu alguns de
seus pressupostos como o direito à liberdade, o direito à rebelião e à ideia do jusnaturalismo, ou
seja, da natureza inalienável dos direitos civis e políticos.
Diferentemente da Revolução Francesa, que também foi uma luta de burgueses contra nobres, na
Inglaterra o fortalecimento da ideia de que o rei precisa ser controlado e o poder dividido com
um parlamento ganhou forma aos poucos, em um processo mais longevo. Mas também violento.
Sendo assim, você precisa lembrar desse longo processo na Inglaterra.
Vamos retomar uma breve cronologia e os principais tensões. Esse resumo pode ser muito útil
para a véspera de prova:
1) A Grande Rebelião (1640-1642) que designa a revolta do Parlamento contra a Monarquia
Absolutista, após uma prolongada disputa pela soberania política. Neste contexto:
# os burgueses se identificavam mais com as religiões protestantes - na Inglaterra e na
Escócia eram conhecidos como puritanos -, pois a prática do comércio de mercadorias era
mais condizente com a doutrina protestante.

AULA 08: História Moderna II 106


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# tensão entre católicos (poder político) e protestantes (poder econômico).


# A dinastia Stuart, primeiro com Jaime I (1603-1625), depois com Carlos I (1625-1648),
depois com Carlos II (1660) e, depois com Jaime II, aprofundou o controle sobre o
Parlamento britânico. Mas não foi algo fruto de diálogos, concessões e acordos. Ao
contrário, tentaram impor sua opinião e suas ideias utilizando sempre o argumento do
direito divino da legitimidade sanguínea.
# nobres aburguesados (produtores de lã) e burguesia mercantil se unem contra os Stuart
# burgueses (puritanos) estavam organizados na Câmara dos Comuns: oposição à
Monarquia
# tensões religiosas, econômicas e políticas:
➢ o Stuart, Jaime I, como represália, passou a perseguir os puritanos
➢ Bizu: em 1620, parte dos puritanos fugiu para a América
➢ Carlos I, filho de Jaime I, assume o trono e aprofunda o conflito
com o Parlamento. Copiando o modelo de Monarquia Francês,
fechará o Parlamento.
# Carlos I: série de medidas à revelia do Parlamento, tais como:
✓ criação de impostos sobre a burguesia mercantil;
✓ gastos com guerras inúteis;
✓ prisões sem processos e julgamentos, inclusive contra nobres;

✓ penas de morte contra seus inimigos políticos.

# Monarquia em rota de colisão com a Magna Carta de 1215.


# Entre 1628 e 1640 o Parlamento inglês ficou fechado, fato conhecido como O Grande
Recesso.
2) A Guerra Civil (1642-1648), ou Revolução Puritana, que diz respeito aos confrontos vividos na
Inglaterra, com objetivo de implantação do capitalismo e derrubada de Carlos I que possuía fortes
tendências feudalistas, frente à sua atitude monarquista absolutista, liderada por Oliver Cromwell.
Lembre-se do seguinte:
# Em 1640, a nobreza calvinista da Escócia se levanta contra a Coroa absolutista e
reivindica a autonomia.
# Guerra civil entre 1642 e 1648: Revolução Puritana, liderada por Oliver Cromwell
# 1648: fim da guerra civil; decapitação de Carlos I; instauração da República e o fim da
Monarquia na Inglaterra.
# A república durou de 1649 a 1658
3) A República de Oliver Cromwell (1649-1658), aponta para o desdobramento lógico do
processo, fruto da criação de um exército revolucionário, e do aparecimento da ideologia política

AULA 08: História Moderna II 107


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radical dos Niveladores, que conduziu ao julgamento e execução do rei e à proclamação da


República. Nesse contexto, guarde o seguinte:
# 1951: Atos de Navegação
# 1652 a 1654, guerra contra a Holanda
# novo fechamento do Parlamento, agora pela República
# liderança de Cromwell, centralização do poder
# 1658: morte de Cromwell, fim República, pressão para restauração da Monarquia
4) A Restauração da Dinastia dos Stuart (1660-1688), católicos.
# 1660: Carlos II, filho de Carlos I (o rei decapitado), membro da dinastia dos Stuart,
assume o trono.
# Carlos II: centralização do poder e novo choque com o Parlamento.
# 1685: Carlos II morre e seu sucessor, Jaime II, tenta restaurar de vez o absolutismo.
5) Revolução Gloriosa (1688).
# Entre 1688 e 1689: Whigs (burguesia liberal, puritanos) e Tories (nobreza
conservadora, anglicanos) se unem contra o rei e protagonizam a Revolução Gloriosa.
# 1689: Bill of Rights marca o início da Monarquia Constitucional
Diante desses tópicos de revisão, vamos às alternativas:
a) falso, pois nas duas Revoluções, a Puritana e na Gloriosa, a burguesia esteve na liderança dos
processos. Por ter conseguido forçar o desfecho da Monarquia Constitucional a burguesia logrou
êxito sim.
b) falso. Primeiro porque o Parlamento foi fechado durante várias ocasiões, ou seja, não se
manteve intacto. Segundo a Monarquia interferiu, principalmente com os Stuart, no poder
parlamentar. Dessa forma, não dá para falar em independência.
c) falso, pois houve, pelos menos, mais dois aspectos importantes: o religioso e o econômico.
Sobre a questão econômica, as condições para a burguesia se tornar pioneira no processo
industrial já começaram a serem formadas neste importante século XVI. Pense, também, os Atos
de Navegação.
d) é o nosso Gabarito. Aqui, você também teria que se lembrar da Revolução Francesa e sobre
essa comparação, veja essa passagem importante:
“As Revoluções [inglesas e francesa], além de outras peculiaridades, são notórias como canteiros
de ideologias, particularmente ideologias populares de protesto. Uma característica comum às
revoluções é terem ocorrido num período pré-industrial, em que a luta pelo poder ou pela sobre
vivência – seja pelo controle do Estado ou por objetivos mais limitados – não se limitava a dois
adversários apenas. Em cada uma dessas revoluções, esteve presente um elemento popular
adicional que também lutava por um lugar ao sol.

AULA 08: História Moderna II 108


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Já no que diz respeito ao Parlamento, na França houve o Golpe do 18 Brumário liderado por
Napoleão Bonaparte e que levou ao enfraquecimento do poder parlamentar. Na Inglaterra, por
sua vez, o Parlamento foi fortalecido.
e) falso, o Rei foi decapitado e a nobreza não evitou esse ato.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/2020/Profe. Alê Lopes)

Em 1651, por ocasião de uma visita da frota inglesa ao porto de Cadiz, Espanha, o almirante
Blake provocou a irritação de Felipe IV, quando este último soube que aquele declarara, em
praça pública, que “graças ao exemplo dado por Londres, todos os reinos iriam aniquilar a
tirania e tornar-se repúblicas. A Inglaterra já o tinha feito; a França seguia o mesmo caminho;
e considerando-se que a natural indolência dos espanhóis tornava mais lento o seu
movimento, dava a eles dez anos, antes a que no país explodisse a revolução”.
O discurso do almirante Blake
f) foi confirmado pelos fatos históricos posteriores, pois a Espanha deixou de ser uma
monarquia absolutista em meio aos processos das revoluções burguesas.
g) fez referência à Revolução Puritana, a qual foi liderada por Oliver Cromwell e instaurou
a forma de governo republicano.
h) é um elogio direto à Revolução Gloriosa, que foi responsável por acabar com a monarquia
na Inglaterra.
i) incomodou Felipe IV porque os ingleses pretendiam propagar o anglicanismo em solo
católico.
j) lembrou do êxito inglês sobre os franceses durante a guerra dos 100 anos.
Gabarito: B

(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)

A partir do século XVI, espíritos audaciosos – às vezes pagando com sua própria vida –
criticaram a religião. Doravante, a ciência e a razão alimentam a reflexão filosófica que se
torna [com o passar do tempo] cada vez mais livre, irreverente e audaciosa em relação à
religião e ao poder político.
JACQUES LE GOFF. Uma breve história da Europa. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, p. 98.
Entre os séculos XVI e XIX, ciência e arte desenvolveram uma trajetória ascendente marcada,
respectivamente, por:
a) Filosofia medieval e reforma protestante.
b) Tomismo e luteranismo
c) Neoliberalismo e keynesianismo

AULA 08: História Moderna II 109


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

d) Renascimento e Iluminismo
e) Iluminismo e Belle Époque
Comentários:
Essa questão se resolve prestando atenção à temporalidade – fenômeno cultural ocorrido
entre os séculos XVI e XIX. O comando pede para identificar dois momentos que marcam
esse fenômeno.
O primeiro é o renascimento caracterizado pelo humanismo, racionalismo, empirismo e
antropocentrismo. O segundo é o iluminismo, marcado pela sua ruptura clara com o
pensamento religioso. Além disso, permitiu um avanço da ciência. De certa maneira, como
afirma o enunciado, há um continuum baseado na ideia de liberdade de pensamento, de
ação racional que, aos poucos produz o afastamento entre ciência, política, arte e religião.
Assim, o gabarito só pode ser alternativa D.
Vejamos os erros da demais alternativas:
a) Errado. Erro está na temporalidade inicial.
b) Errado. São ideias religiosas e não artísticas e científicas.
c) Errado. São ideias políticas do século XX.
d) Gabarito.
e) Errado. O erro está em não demonstrar a trajetória, mas apenas a cultura do século XIX.
Gabarito: D

(Estratégia Vestibulares/profe. Alê Lopes)

PREÂMBULO
Mães, filhas, irmãs, mulheres representantes da nação reivindicam constituir-se em uma
assembleia nacional. Considerando que a ignorância, o menosprezo e a ofensa aos direitos
da mulher são as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção no governo, resolvem
expor em uma declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher.
Assim, que esta declaração possa lembrar sempre, a todos os membros do corpo social seus
direitos e seus deveres; que, para gozar de confiança, ao ser comparado com o fim de toda
e qualquer instituição política, os atos de poder de homens e de mulheres devem ser
inteiramente respeitados [...]

Em consequência, o sexo que é superior em beleza, como em coragem, em meio aos


sofrimentos maternais, reconhece e declara, em presença, e sob os auspícios do Ser
Supremo, os seguintes direitos da mulher e da cidadã:
[...]
Artigo 10

AULA 08: História Moderna II 110


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Ninguém deve ser molestado por suas opiniões, mesmo de princípio. A mulher tem o direito
de subir ao patíbulo, deve ter também o de subir ao pódio desde que as suas manifestações
não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.

Artigo 11
A livre comunicação de pensamentos e de opiniões é um dos direitos mais preciosos da
mulher, já que essa liberdade assegura a legitimidade dos pais em relação aos filhos. Toda
cidadã pode então dizer livremente: "Sou a mãe de um filho seu", sem que um preconceito
bárbaro a force a esconder a verdade; sob pena de responder pelo abuso dessa liberdade
nos casos estabelecidos pela lei.

Declaração dos direitos da mulher e da cidadã – 1791.

Considerando o contexto em que foi escrita, os artigos 10 e 11 da Declaração acima


reivindica, respectivamente os direitos

a) Econômico e político
b) Político e cultural
c) Político e Civil
d) Civil e econômico
e) Político e econômico
Comentários:
O enunciado traz o texto da Declaração dos direitos da mulher e da cidadã , escrito por Olympe
d’Gouges, 1791, no contexto da revolução Francesa – mais precisamente em um momento de
acirramento da revolução com a ampliação e mobilização massiva das camadas populares. Nesse
contexto, Gouges obteve papel de destaque. A declaração reivindicava direitos iguais para as
mulheres, seja na política, na vida civil, na justiça, seja em questões econômicas (direitos sociais).
A questão para as mulheres é que, o povo tenha participado ativamente da revolução entre
1789 e 1791, o voto lhe tenha sido negado, bem como outros tipos de direitos, como ir à
escola, estabelecer um contrato comercial, trabalhar ou viajar.
No final do século XVIII a condição das mulheres no mundo ocidental era de permanente
opressão, ou seja, os homens lhes negavam protagonismos e autonomia na vida. Basta
lembrarmos que mulheres que se destacavam eram, em muitos casos, consideradas bruxas.
Nesse sentido, no máximo, às mulheres era reservado o papel de mães-educadoras.
Os pensadores iluministas, embora defendessem a liberdade e igualdade individuais, não
aceitavam a participação das mulheres na política e enquanto cidadãs.

AULA 08: História Moderna II 111


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Apesar das adversidades opressoras, as mulheres tiveram papel de destaque na Revolução


Francesa, como quando marcharam em direção ao Palácio de Versalhes. Cerca de 7 mil
mulheres foram cobrar que a Corte resolvesse a crise do pão.
Duas principais motivações levaram as francesas às ruas: melhores condições de vida às
famílias; igualdade de direitos com os homens. Com espírito de guerreiras, muitas se alistaram
– clandestinamente, disfarçadas de homens – no exército francês; outras, tomavam a palavra
em espaços públicos e faziam exigências aos homens deputados e até mesmo à Assembleia,
primeiro a dos Estados Gerais e, depois, a Nacional Constituinte. Do ativismo das mulheres,
surgiram organizações específicas, como a Associação das Republicanas Revolucionárias
criada em 1793 por Claire Lacombe e Pauline Léon.
Olympe d’Gouges acabou sendo acusada, julgada e condenada por traição. Morreu na
guilhotina.
Voltando ao comando da questão, ele cobra os tipos de direitos elencados nos artigos.
Pela interpretação, podemos dizer que o 10º. Artigo fala em direitos políticos. Isso porque há
uma referência de que ela deve ocupar um espaço onde se faziam os grandes discursos, qual
seja, o patíbulo e pódio (A mulher tem o direito de subir ao patíbulo, deve ter também o de
subir ao pódio).
O 11º. Artigo fala em liberdade de expressão, comunicação, pensamento e expressão. Estes
são os direitos civis.
Logo, gabarito é alternativa C.
Gabarito: C

(Estratégia Vestibulares/2020/profe. Alê Lopes)

Nos Estados Unidos, em meados do século XIX, enquanto se dava a expansão territorial e
econômica para Oeste e Sudeste, intensificavam-se as disputas entre dois modelos de
organização da sociedade e da economia. Sobre esses modelos está correto afirmar que:
a) o sul era, basicamente voltado para um modelo de industrialização.
b) o norte priorizada a produção de comodities agrícolas.
c) o norte priorizava o livre mercado.
d) o sul passou a adotar o protecionismo de mercado.
e) a escravidão era um entrava para o modelo nortista.
Comentários
Pega o bizu:

AULA 08: História Moderna II 112


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Agrário
SULISTA Industrial
Plantation
tecnologia -
NORTISTA Protecionismo
Tarifas mercado interno
alfandegárias
baixas

Percebam que a implantação desses modelos demanda ações políticas econômicas


distintas. Mas existiam, basicamente, dois obstáculos para o desenvolvimento de cada um desses
modelos:
Esse debate

ESCRAVIDÃO:
atrapalhava o
PROTECIONISMO:
desenvolvomento
atrapalhava o
do modelo nortista
desenvolvimento do
modelo sulista

Assim, conforme ocorriam a expansão territorial e a criação de novos Estados membros, os


nortistas faziam pressão para que fosse proibido a escravidão nos novos estados. A questão sobre
as tarifas e outras medidas protecionistas também era debatida, sobretudo, no Congresso
Nacional.
O embate entre esses projetos acaba por se expressar fortemente durante as eleições
presidenciais de 1860. Pelos Democratas/Sulistas: Stephen Douglas; pelos
Republicanos/Nortistas: Abraham Lincoln. Os eleitores deram vitória ao projeto nortista e, ao
assumir, Lincoln colocou em prática medidas que eram prejudiciais aos fazendeiros sulistas. Assim,
surgiu o Movimento Separatista dos chamados Estados Confederados. Alguns Estados declararam
a separação (secessão) em relação aos EUA. A resposta imediata da União foi lutar contra os
Confederados para impedir a separação.
Nesse contexto, nosso gabarito é a lera e). As demais alternativas fazem inversões erradas
das características de cada região (norte e sul).

AULA 08: História Moderna II 113


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Gabarito: E

(Unicamp 2022)

“A sociedade é uma benção, mas o governo, mesmo em seu melhor estado, é apenas um
mal necessário. No seu pior estado, é um mal intolerável, pois quando sofremos ou ficamos
expostos, por causa de um governo, às mesmas desgraças que poderíamos esperar em um país
sem governo, nossa calamidade pesa ainda mais ao considerarmos que somos nós que
fornecemos os meios pelos quais sofremos. Há algo de muito ridículo na composição da
monarquia; primeiro ela exclui um homem dos meios de informação, mas lhe permite agir em
casos que requerem capacidade superior de julgamento. A posição de um rei o aparta do mundo;
no entanto, a atividade de um rei exige que ele conheça perfeitamente o mundo. Com isso, as
diferentes partes, opondo-se de forma antinatural e destruindo uma à outra, provam que essa
figura é absurda e inútil.”

(Adaptado de Thomas Paine, Senso comum e os direitos do homem. L&PM Pocket. Edição
do Kindle – posição 32 a 138.)

O trecho acima foi retirado do panfleto O Senso comum e Os direitos do homem, publicado
de forma anônima, em 1776. Com autoria assumida por Thomas Paine, a obra causou grande
reação pública. A partir do texto e das informações fornecidas, é correto dizer que o autor

a) apresenta a Monarquia como um mal necessário e a figura do rei absolutista como


absurda e inútil, contudo inquestionável. Paine tornou-se o principal nome contrário à Revolução
Americana.

b) estabelece uma relação direta entre a sociedade e o governo, abrindo espaço para
debates acerca do mau governo. O panfleto escrito por Paine tornou-se uma base teórica para a
Revolução Americana.

c) demonstra como regimes autoritários favorecem os meios de informação, para que os


homens exerçam suas capacidades de julgamento. Paine usou jornais para combater a Revolução
Americana.

d) considera que sociedades com e sem governos têm os mesmos benefícios,


desenvolvendo-se de formas semelhantes. Paine desencorajou o engajamento dos colonos
ingleses na Revolução Americana.

Comentários
Antes tudo, repare no ano de publicação do texto: 1776, segunda metade do século XVIII.
Esse é um momento de grande efervescência política e tensão social em todo mundo. Lembre-se
que é nesse contexto que o iluminismo e o liberalismo se difundiam pela Europa e suas colônias;
no Novo Mundo eclodiam várias revoltas nativistas e separatistas, algumas das quais deram início
a movimentos de independência; a Revolução Industrial despontava na Inglaterra; e a Revolução

AULA 08: História Moderna II 114


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Francesa (1789) abalou as fundações do Antigo Regime. Por seu turno, Thomas Paine (1737-1809)
foi ao mesmo tempo ator, testemunha e intérprete de vários desses processos. Ele foi um político
britânico, assim como panfletário, revolucionário, inventor e intelectual. Até seus 37 anos, viveu
na Inglaterra, mas migrou para as colônias inglesas na América do Norte, pouco antes da
Revolução Americana – movimento de independência dos EUA – eclodir. Seu texto aqui exposto,
publicado em 1776, foi uma das grandes inspirações da independência norte-americana,
declarada ainda naquele ano. Além desse, outros de seus escritos famosos foram A Crise
Americana, uma série de panfletos revolucionários publicados entre 1776 e 1783, e Direitos do
Homem, de 1791, um guia das ideias iluministas. Ele também teve uma participação importante
na Revolução Francesa, tendo sido eleito para deputado na Convenção Nacional Francesa, em
1792. Era visto como aliado pelos girondinos e como inimigo pelos jacobinos. De qualquer forma,
nele vemos um adversário tenaz do Antigo Regime, um republicano nato. Com isso em mente,
vejamos o que é correto dizer sobre autor a partir do trecho exposto:
a) Incorreta. No final do texto, Paine afirma que a monarquia, por consequência o rei, é algo
inútil e absurdo. O “governo”, sendo ele monárquico ou republicano, que é um mal necessário na
vida em sociedade. Ainda, como destaquei no comentário, Paine apoiava a Revolução Americana
e até escreveu textos defendo-a.
b) Correta! Nas primeiras linhas do texto, Paine admite que pode existir uma variedade de
tipos de governo. Todos eles são um mal de necessário. Contudo, os piores governos são
insuportáveis. Dessa forma, ele reconhece a necessidade da sociedade debater a legitimidade
daqueles que a governam. E, de fato, O Senso comum e Os direitos do homem era um texto de
defesa da Revolução Americana.
c) Incorreta. Na verdade, ele afirma que a monarquia mantem o soberano apartado do
mundo, sem acesso regular às informações, ao mesmo tempo que exige que ele tome decisões
complexas e de difícil julgamento. Por isso, é uma forma de governo inútil e absurda.
d) Incorreta. Apenas os maus governos, aqueles intoleráveis, é que são equivalentes a uma
sociedade sem governo, pois causa tanto ou mais dor e sofrimento. Além disso, já vimos que Paine
apoiou a Revolução Americana e até panfletou para que os colonos norte-americanos aderissem
ao movimento.
Gabarito: B
(Unicamp 2012)

“Ninguém é mais do que eu partidário de uma política exterior baseada na amizade íntima
com os Estados Unidos. A Doutrina Monroe impõe aos Estados Unidos uma política externa
que se começa a desenhar. (…) Em tais condições a nossa diplomacia deve ser
principalmente feita em Washington (...). Para mim a Doutrina Monroe (...) significa que
politicamente nós nos desprendemos da Europa tão completamente e definitivamente como
a lua da terra.” (Adaptado de Joaquim Nabuco, citado por José Maria de Oliveira Silva,
“Manoel Bonfim e a ideologia do imperialismo na América Latina”, em Revista de História,
n. 138. São Paulo, jul. 1988, p. 88.)

AULA 08: História Moderna II 115


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Sobre o contexto ao qual o político e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco se refere, é


possível afirmar que:
a) A Doutrina Monroe a que Nabuco se refere, estabelecida em 1823, tinha por base a ideia
de “a América para os americanos”.
b) Joaquim Nabuco, em sua atuação como embaixador, antecipou a política imperialista
americana de tornar o Brasil o “quintal” dos Estados Unidos.
c) Ao declarar que a América estava tão distante da Europa “como a lua da terra”, Nabuco
reforçava a necessidade imediata de o Brasil romper suas relações diplomáticas com
Portugal.
d) O pensamento americano considerava legítimas as intenções norte-americanas na América
Central, bem como o apoio às ditaduras na América do Sul, desde o século XIX.
Comentários
No século XIX, em meio aos processos de independência e consolidação das novas nações na
América, o governo norte-americano lançou a Doutrina Monroe, que, baseada no princípio ”A
América para os americanos“, buscou afastar a influência europeia em todo o continente.
Apesar de ser uma questão que não está diretamente relacionada ao conteúdo desta aula,
chamo sua atenção para o fio condutor da ideia de ruptura com a Europa. Não foi exatamente
isso que os colonos fizeram nos nas 13 colônias no século XVIII? Claro, mais adiante no curso,
veremos que o espírito de liberdade que os norte-americanos empregaram na sua
independência foi ressignificado no que diz respeito ao relacionamento com os países da
América Latina. De toda forma, esse assunto pode ser explorado das mais variadas formas
possíveis e, por isso, já estou te deixando preparado para enfrentar qualquer tipo de elaboração
de questão de prova.
Gabarito: A

(Unicamp 2012)

Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que:
a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado
francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos.
b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade
pelo contrato social e pregar a soberania do povo.
c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim
garantir a sobrevivência da sociedade.
d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser
proibido e queimado em solo francês.
Comentários

AULA 08: História Moderna II 116


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Como vimos, Rousseau foi um dos teóricos do Iluminismo. Ele apresentou uma elaboração
baseada no contrato social entre homens e na igualdade natural entre todos. Dessa forma,
o pensador inspirou críticas ao Antigo Regime, além de estimular que a sociedade escolhesse
seus governantes. Ao defender um modelo democrático, por exemplo, Rousseau inspirou
principalmente os grupos populares, destacando-se o grupo jacobino na Revolução
Francesa. Nosso gabarito é a alternativa B.
A alternativa A apresenta uma ideia que não foi defendida por Rousseau. Já a C, apesar de
constar no pensamento do autor, ele assume que essa volta seria impossível dado o grau de
“degeneração” a que chegou a sociedade. Justamente por isso, a salvação da sociedade
estaria na construção do contrato social. A E nos apresentam uma “fake News”.
Gabarito: B

(UECE 2017)

Leia atentamente o trecho a seguir:

“Antes de chegar à ilha, o rei Utopos tinha conhecimento de que seus habitantes lutavam
continuamente entre si por questões religiosas. De fato, concluiu que seria fácil conquistar a
ilha porque as diferentes seitas estavam demasiadamente ocupadas, lutando umas contra
outras, para se oporem às suas forças. Portanto, tão logo conquistou a vitória, decretou que
cada um era livre para professar a religião de sua própria escolha, podendo fazer proselitismo
por sua fé, desde que fosse de forma racional, discreta e moderada, sem agredir outras
crenças”.
MORE, Thomas. Utopia. trad. Anah de Melo Franco. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2004, p. 115.

Publicado em 1516, o clássico Utopia, do inglês Thomas More ou Thomas Morus, reflete a
visão do autor sobre várias questões de sua época. Quanto às questões religiosas, tratadas
no excerto acima, o livro é bastante significativo de sua época, porque

a) na Europa, apenas uma Igreja existiu no século XVI, a Igreja Católica Romana, portanto
essa postura hipotética seria ideal apenas para lugares com várias correntes religiosas.
b) na Inglaterra, a criação de uma igreja nacional — o anglicanismo — provocou profundos
choques e perseguições aos cristãos católicos e calvinistas pela nova igreja fundada pelo rei
Henrique VIII.
c) estabeleceu um modelo de comportamento que foi plenamente aceito na Europa
quando surgiram as igrejas protestantes, o que impediu, posteriormente, os conflitos entre
as crenças cristãs.
d) definiu uma forma de interação entre diferentes religiões, apaziguando os conflitos entre
cristãos, judeus e muçulmanos no oriente médio até os dias atuais.

Comentários

AULA 08: História Moderna II 117


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A questão trata de religião e intolerâncias na Europa do século XVI, em especial na Inglaterra


(terra natal do autor). Como vimos anteriormente, a reforma religiosa na Inglaterra foi
promovida pelo próprio Rei. Após ter seu pedido de divórcio negado pelo Papa, o Rei
Henrique VIII declarou seu divórcio da Rainha Catarina de Aragão através de um Tribunal
Nacional, o que levou a sua excomunhão da Igreja Católica. Assim, foi decretado o Ato de
Supremacia, pelo qual o soberano inglês passava a ser o chefe supremo da Igreja da
Inglaterra. Com essa medida, foi criada a Igreja Anglicana. A partir disso, o Estado Inglês
confiscou os bens da Igreja Católica e iniciou uma perseguição aos cristãos católicos e
calvinistas.
Sabendo disso, vamos para as alternativas:
a) Incorreta. O século XVI na Europa é marcado pelas Reformas Religiosas, acabando assim
com a hegemonia da Igreja Católica Romana.
b) Correta, conforme discutimos no comentário.
c) Incorreta. O livro se chama Utopia justamente por ser um sonho distante, diversos conflitos
causados por crença eclodiram na Europa.
d) Incorreta. Mais uma vez, o livro retrata uma utopia do autor. Desde o século XVI até os
dias atuais, há intolerância e conflitos decorrentes da religião.

Gabarito: B

(UECE 2015)

François-Marie Arouet, conhecido como Voltaire, afirma que “a história não é mais que um
quadro de delitos e desventuras”. Interessado nos aspectos sociais, culturais e econômicos
de diferentes povos, é considerado um dos precursores da ideia da história como ciência
autônoma da teologia, da moral, e capaz de desfazer o mito da superioridade dos antigos.
Voltaire representa uma corrente cultural denominada de
A) Cartesianismo.
B) Evolucionismo.
C) Iluminismo.
D) Racionalismo.
Comentários
Repare que, das quatro alternativas, o iluminismo, enquanto correte teórica, é a que é mais
geral e, em certo sentido, formou as bases para e recebeu influência do racionalismo, por
exemplo (o racionalismo da renascença). Repare, também, que a localização temporal do
pensador lembrado no enunciado, Voltaire, é importante, pois você sabe que ele foi um
iluminista. Assim, cruzando informações, chegaríamos ao gabarito na letra C. O evolucionismo
é uma correte que surge no século XIX a partir dos experimentos nas ciências exatas e
biológicas. O positivismo de Auguste Comte e o darwinismo social de Hebert Spencer são
expressões do evolucionismo. Mas não Voltaire. Já um autor associado ao cartesianismo é René
Descartes.

AULA 08: História Moderna II 118


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Gabarito: C

(UECE 2013)

“Os ingleses tiveram que enfrentar situações revolucionárias inesperadas durante os anos de
1640 e 1650, sem nenhuma orientação teórica, como a que Rousseau e Marx deram a seus
sucessores franceses e russos, e sem experiência dos acontecimentos anteriores que
pudessem ser chamados de revoluções. Eles tiveram que improvisar. A Bíblia em inglês foi o
livro ao qual naturalmente voltaram-se em busca de orientação.”
HILL, Christopher. A Bíblia Inglesa e as Revoluções do Século XVII. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.
De acordo com o excerto, os ingleses no século XVII
A) liam Marx e Rousseau durante situações revolucionárias.
B) tinham vasta experiência revolucionária.
C) liam a Bíblia e teóricos como Rousseau e Marx.
D) guiavam suas ações com base na Bíblia.
Comentários:
Essa questão aborda um período muito importante da História inglesa, conhecido como “O Século
das Revoluções” para o historiador inglês Christopher Hill, que o compara ao século XVIII e XIX
para a França. Nesse momento, a Inglaterra passava por conflitos internos que abalavam a ordem
da nação, envolvendo tanto uma disputa política quanto religiosa entre a nobreza (representada
pelos reis) e a burguesia britânica (representada pelos nobres do Parlamento). Ascendia ao trono
inglês no início do século XVII a Casa dos Stuart, que entre seus representantes, de origem
católica, eles pregavam as ideias de “direito divino” e poderes absolutistas sob o reino. Porém,
desde o século XIII, a assinatura da Carta Magna fez com que os lordes ingleses, por meio do
Parlamento, detivessem um certo poder de influência que impedia que os governantes
controlassem o país a mão de ferro como os luíses na França. Assim, houve um desgaste da família
dos Stuart com a burguesia de origem protestante, e isso fez com que o rei Carlos I, dissolvesse
o Parlamento em 1628. Isso agravou os conflitos com a nobreza aburguesada, que já vivia
insatisfeita desde os tempos de seu pai, Jaime I, e as brigas entre católicos e protestantes só
pioraram. Na Escócia, uma rebelião promovida pelos calvinistas fez com que a Inglaterra entre
1642 e 1648 passasse por uma intensa guerra civil, que teve como fim a vitória dos cabeças
redondas (exército comandado pelo Parlamento) e a decepação da cabeça do rei inglês. Esse ato
foi revolucionário para a época, e como o enunciado menciona, não havia quaisquer processos
ocorridos na Europa dessa magnitude para inspirar esse movimento, que certamente foi inspiração
para que Rousseau e Marx, anos mais tarde, se tornassem figuras que influenciaram a Revolução
Francesa e Russa.
Então, vejamos qual alternativa condiz com o excerto:

AULA 08: História Moderna II 119


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a) Incorreto. Marx e Rousseau não eram dessa época. Eles surgiram nos séculos posteriores as
Revoluções Inglesas.
b) Incorreto. Nessa época não havia qualquer experiência de ordem revolucionária na Europa que
pudesse ser usado de inspiração para os ingleses no século XVII.
c) Incorreto. Rousseau e Marx que se inspiraram nos processos revolucionários ocorridos na
Inglaterra e não o contrário.
d) Correto. Os burgueses ingleses utilizavam da sua fé e das suas crenças protestantes para se
contrapor e combater o domínio e poder da coroa inglesa daquele momento.
Gabarito: D

(UECE 2012)

Os Estados Unidos utilizaram o lema em latim E Pluribus unum, que significa “de muitos,
um”, como símbolo da união entre as colônias para conseguir a independência. Crescentes
tensões entre os colonos americanos e a metrópole conduziram o processo da
independência americana, que foi
A) impulsionado pela inexistência do pensamento iluminista.
B) uma rebelião de treze colônias contra o domínio inglês.
C) o resultado de intensas negociações entre ingleses, franceses e holandeses.
D) financiado pelos ideólogos da Revolução Francesa.
Comentários:
Essa é uma questão sobre a Independência dos Estados Unidos da América. Para isso, é
importante compreender como ocorreu a colonização na região que ficariam conhecidas com as
“Treze Colônias Inglesas”. Primeiro, diferente de outras nações, a Inglaterra iniciou seu processo
colonizador depois dos demais, devido a guerras externas e internas que afligiram o seu território
entre os séculos XV e XVI. Então, em 1607, a coroa inglesa estabelece sua primeira colônia
americana na região da atual Virginia. Posteriormente, foi fundado outra a nordeste do
continente, a colônia de Massachusetts. Havia uma diferença entre as duas devido sua localização
geográfica. Enquanto a primeira foi criada com o auxílio da coroa inglesa, com o intuito de
fortalecer os negócios mercantis britânicos na Europa, o segundo foi promovida por um grupo
de colonos autônomos que buscou fugir da Europa, por conta das perseguições religiosas que
efervescia na ilha. Sobre o pacto colonial inglês, mesmo com uma participação mais ativa da
coroa nas terras ao sul, devido as crises que a Inglaterra viveu no século XVII, com as sucessões
do trono e as revoluções promovidas pelo Parlamento, isso fez que tanto as Colônias do Sul
quanto do Norte (principalmente) gozassem de certa “independência” nas Américas. Então, a
partir a superação dessas crises, já no século XVIII, quando a Metrópole resolveu fiscalizar e
controlar mais suas colônias no território americano, isso gerou um conflito e um desgaste muito
grande com a população das Trezes Colônias. Assim, inspirados nos pensamentos iluministas, o

AULA 08: História Moderna II 120


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povo dessa região resolveu se rebelar contra a coroa Inglesa para conquistar sua própria
independência.
Desse jeito, vejamos qual resposta é a mais coerente com o Processo de Independência
americano:
a) Incorreto. O pensamento iluminista, como comentado, foi um dos principais influenciadores
na Revolução Americana, com as ideais de Locke, Voltaire, Montesquieu, Rousseau, entre outros
penetrando a concepção de nação que os americanos queriam.
b) Correto. A rebelião das trezes colônias contra a coroa inglesa, que no século XVIII passou a
exercer um maior controle sob seus territórios na América, culminou na Independência dos
Estados Unidos.
c) Incorreto. Os ingleses, franceses e holandeses nesse período viviam um período conturbado,
onde se envolveram em muitas guerras uns contra os outros.
d) Incorreto. A Revolução Francesa ocorreu depois da Independência Americana e inspirou o
movimento revolucionário na França, e não o contrário.
Gabarito: B

(UECE 2008)

Sobre as Revoluções Burguesas, são feitas as seguintes afirmações:


I - Consolidam o liberalismo e marcam mudanças nas estruturas econômicas, políticas e
sociais de suas respectivas sociedades.
II - Têm como base a defesa do Antigo Regime e iniciam a transição do feudalismo para o
capitalismo.
III - Seus exemplos mais expressivos são: Revolução Inglesa (1644), Revolução Americana
(1776) e Revolução Francesa (1789). Assinale o correto.
a) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
b) Apenas as afirmações I e III são falsas.
c) Apenas as afirmações II e III são falsas.
d) Apenas as afirmações I e III são verdadeiras.
Comentários
O item I está correto, pois as Revoluções Burguesas, dentre elas a Inglesa, a Americana e a
Francesa, significaram uma ruptura com o Antigo Regime e o início de novas formas de
práticas econômicas e políticas, as quais provaram novas relações sociais. Assim, o item II
está errado e o III correto.
Gabarito: D

(UECE 2000)

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Observe o seguinte comentário:


“O Rei é o chefe supremo da Igreja da Inglaterra (...) Nesta qualidade, o Rei tem todo o
poder de examinar, reprimir, corrigir tais erros, heresias, abusos, ofensas e irregularidades...”
Fonte: Inglaterra – Ato de Supremacia – 1534.
Situando-o, temporalmente, no contexto histórico europeu, é correto afirmar que:
a) ele retrata as condições sócio-políticas do período medieval
b) a consolidação do poder temporal e espiritual do Rei constituía um apoio à Igreja
Católica
c) a extensão do poder real ao setor religioso foi concedido pelo Papa Alexandre VI
d) o anglicanismo garantia ao Rei o poder temporal e espiritual, extinguindo a autonomia
religiosa
Comentários:
Mais uma questão sobre a religião na Inglaterra no século XVI. Conforme visto, o Ato de
Supremacia foi um decreto pelo qual o Rei passava a ser o chefe supremo da Igreja da
Inglaterra (Anglicana). Assim, houve a fusão do poder político com o poder espiritual que
pôs fim a autonomia religiosa. Com isso, sabemos que a alternativa correta é letra d). Vamos
olhar as outras proposições e identificar seus erros:
a) Não se trata do período medieval, mas sim da Época Moderna, que tem início no século
XV.
b) Essa consolidação constituía uma ruptura com a Igreja Católica.
c) Como vimos anteriormente, o Rei Henrique VIII, criador da Igreja Anglicana, rompeu com
a Igreja católica justamente porque o papa não aceitou seu pedido de divórcio. Portanto,
não foi o Papa Alexandre VI que concedeu a extensão do poder real ao setor religioso.

Gabarito: D

(UECE 2000)

Analise o seguinte comentário acerca da sociedade européia, no século XVIII:


“Os filósofos se erigiram como preceptores do gênero humano. Liberdade de pensar, eis seu
brado, e este brado se propagou de uma extremidade a outra do mundo.”
Fonte: Denúncia do Advogado Séquier, em 1770, in DUPÂQUIER, J. e LACHIEUR, M.
Les Temps Modernes. Paris: Bardas, 1970, p. 221.
De acordo com o seu conteúdo, é correto afirmar que:
a) os filósofos franceses apoiaram o absolutismo, a fim de garantir a difusão do saber
b) a ideologia dos pensadores iluministas direcionava-se contra o absolutismo monárquico
c) a implantação da República Francesa, na 1.ª metade do século XVIII, resultou da aliança
da burguesia com o clero
d) a teoria do Direito Divino, fruto do iluminismo, consistia numa crítica à nobreza e aos
desmandos da Igreja
Comentários
A questão aborda a sociedade europeia do século XVIII. Conforme estudado na aula, o
Antigo Regime acumulou uma série de contradições entre o fim do século XVII e o começo do

AULA 08: História Moderna II 122


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XVIII. Nesse contexto, a burguesia passou a ter uma postura crítica do ponto de vista social, filosófico,
econômico e político frente ao Estado Absolutista e o Antigo Regime. Tudo isso culminou em um
Movimento Intelectual chamado Iluminismo, que teve início na Inglaterra no fim do século XVII e se
expandiu pela Europa e América até o século XIX. No seguinte esquema visto em aula, temos suas
principais características:

Tendo isso em mente, vamos analisar as alternativas:


a) Incorreta. Os filósofos franceses desse período se posicionavam contra o Absolutismo.
b) Correta, conforme discutimos anteriormente.
c) Incorreta. A primeira República Francesa foi implementada na última década do século
XVIII pelo povo francês. Além disso, não houve uma aliança entre clero e burguesia já que o
primeiro grupo perderia seus privilégios com o fim do Antigo Regime e início da República.
d) Incorreta. A teoria do Direito Divino é fruto do Absolutismo político segundo a qual o
poder dos reis tem como fundamento a vontade de Deus.
Gabarito: B

(UVA 2017)

Filósofo iluminista que defendeu uma forma de governo com três poderes: executivo,
legislativo e judiciário:
a) D’Alembert.
b) Holbach.
c) Diderot.
d) Montesquieu.

AULA 08: História Moderna II 123


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Comentários:
Essa é uma questão simples, com uma resposta objetiva sobre o movimento iluminista. A divisão
dos poderes em três (executivo, legislativo e judiciário) foi uma ideia do Barão de Montesquieu
(1689-1755). Em seu livro “O espírito das Leis”, com mais de 800 páginas, ele se preocupava não
só com as ideais iluminista, mas com a política de fato. Assim, seu pensamento se estendeu para
além da fundação da sociedade civil, ou da origem do homem – como debateram Hobbes, Locke
e Rousseau. O pensador preocupava-se com o modo como a sociedade e a atividade política são
organizadas todos os dias e, portanto, como as leis repõem novos contextos. Por isso mesmo ele
deu mais concretude à teoria da separação entre os poderes. Dessa forma, a resposta correta é a
letra D.
Gabarito: D

(UVA 2017)
O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava:
a) o clericalismo e o poder absoluto dos reis.
b) o monopólio das metrópoles sobre as colônias e a colocação da razão como guia do
conhecimento.
c) o mercantilismo e a divisão dos três poderes.
d) o materialismo e defendia a interpretação religiosa do mundo.
Comentários:
No final do século XVII e início do século XVIII, o Antigo Regime acumulou muitas contradições do
ponto de vista político, econômico e social. A partir disso, as tensões envolvendo a nobreza, os
monarcas e a burguesia aumentaram, sendo que essa última (nas suas diversas frações/divisões –
baixa, média ou alta burguesia) foi acumulando críticas sociais, teóricas, filosóficas, econômicas e
políticas e canalizando-as para uma postura de contestação aberta ao Antigo Regime e ao Estado
Absolutista. Dessa forma, ia construindo um instrumental teórico profundamente crítico que
inspirou vários movimentos revolucionários no final do século XVIII. Esses instrumentais teóricos
expandiram-se e constituíram um Movimento Intelectual que se iniciou na Inglaterra, no final
século XVII – especialmente no contexto das Revoluções Puritana e Gloriosa – e se expandiu para
o resto da Europa e América ao longo do século XIX. Era o Movimento Iluminista.
O iluminismo propunha a transformação dos homens e da sociedade por meio da ação racional
do indivíduo. Um exemplo teórico desse pensamento foi o do filósofo Immanuel Kant (1724-1808),
que advogava a tese de que o homem poderia atingir a maioridade intelectual por meio da razão.
Isso lhe permitiria viver e conduzir sua própria vida sem a intervenção de outra pessoa ou
instituição.
Desde o Renascimento, a razão e a valorização do indivíduo estiveram no centro do
desenvolvimento do pensamento filosófico. Contudo, com o Iluminismo, formulou-se uma
proposta para que o mundo se transformasse, algo como uma revolução civilizatória. Por isso, usa-
se a figura simbólica da iluminação ou da luz. Assim, os iluministas pretendiam iluminar o mundo

AULA 08: História Moderna II 124


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da escuridão que ele supostamente passou durante a Idade Média. Nesse sentido, muitos
historiadores convencionaram apelidar o século XVIII de “Século das Luzes”. Como parte do
Projeto Iluminista, há um tripé que sustentou a elaboração teórica mais específica em cada área
do conhecimento, que era a razão, a liberdade e o indivíduo. Isso tudo afastou o movimento da
Igreja e da religião, e fez com que os defensores do Absolutismo e do Antigo Regime fossem
contrários ao movimento, e por isso ele era considerado crítico do poder clerical.
Dado esses comentários, vejamos qual alternativa contempla as principais críticas dos iluministas:
a) Correto. Como explicado acima, a principal crítica dos iluministas era com o poder absoluto dos
reis, baseado no “direito divino” no qual eles pregavam.
b) Incorreto. As duas afirmações são incoerentes. A Primeira tem a ver com a economia
mercantilista, e a segunda é no que o movimento iluminista se fundamentava.
c) Incorreto. A primeira afirmação está correta, mesmo que não seja a característica mais criticada
dos iluministas e a divisão dos poderes foi algo proposto pelo Iluminismo e não criticado.
d) Incorreto. O materialismo é uma concepção que não existia naquele momento e a interpretação
religiosa era uma das principais críticas dos filósofos desse movimento.
Gabarito: A

(UVA 2014)
O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, criticava o clericalismo e o poder absoluto
dos reis. Sobre as relações entre Iluminismo e despotismo esclarecido, podemos afirmar que:
a) os déspotas esclarecidos, para modernizarem os seus Estados, utilizaram-se dos princípios
iluministas que não eram incompatíveis com o seu poder absoluto.
b) utilizaram integralmente as ideias de todos os pensadores iluministas.
c) estes soberanos não concordavam com nenhuma das ideias dos pensadores iluministas.
d) utilizaram-se principalmente das ideias de Rousseau.
Comentários:
O despotismo esclarecido foi um movimento de inspiração iluminista entre os reis europeus a
partir do século XVIII. Nessa época, muitos intelectuais europeus passaram a ver o Absolutismo
(forma de poder empregado pelas monarquias modernas europeias) como obsoleto e
ultrapassado. Entre esses pensadores, então, alguns pregavam a ideia de um Estado separado da
Igreja e uma total autonomia do poder dos governantes do poder religioso, guiados pela razão.
A maioria dos líderes que seguiram esses preceitos passaram a ser intitulados como déspotas
esclarecidos, e tinham forte vínculo com suas burguesias locais. A ideia principal de razão guiando
o pensamento dos homens, em contraposição da ideia de religião fez com que muitos iluministas
fossem relacionados ao anticlericalismo. Porém, nem todos os pensamentos iluministas foram
utilizados pelos soberanos europeus. O despotismo esclarecido veio de uma ideia defendida por
Voltaire (1694-1778), que dizia que o governo deveria ser esclarecido (iluminista) e livre de
intolerâncias religiosas para prosperar.

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Dessa forma, vejamos qual a alternativa correta:


a) Correta. O poder absolutista ia na oposição do que era defendido pelos iluministas.
b) Incorreta. Nem todos os iluministas foram utilizados para a criação dos governos esclarecidos.
c) Incorreta. Muitos deles passaram a defender o despotismo esclarecido como a Catarina II
(Rainha da Rússia), José II (da Áustria), Frederico II (Prússia) e Dom José (Portugal).
d) Incorreta. Rousseau acreditava na concepção liberal de que o poder político emana do povo e
não de Deus. Então, já que o poder está na população e não nos seus soberanos, ela deveria
exercer uma participação direta na política sem a necessidade de representantes para a
controlarem. Isso ia de total oposição ao que os reis daquele período pensavam.
Gabarito: A

(UVA 2014)
“Criar grandes companhias, obrigar os mercadores a participar delas, conceder-lhes grandes
privilégios”. Assim se expressava o Cardeal Richelieu em 1627, revelando nestes princípios
alguns aspectos das concepções econômicas vigentes à época do Mercantilismo.
Posteriormente, estas práticas foram contestadas pelos economistas clássicos que, num
sentido inverso, advogavam a necessidade:
a) das relações econômicas serem regidas pelos princípios da livre-empresa, livre-
concorrência e livre-cambismo.
b) de diminuir o número de companhias comerciais e ampliar as corporações de ofício.
c) de estabelecer barreiras alfandegárias contra produtos de outros países.
d) do Estado intervir no processo econômico, no sentido de promover a produção
manufatureira.
Comentários:
O Cardeal Richelieu foi uma das figuras políticas mais importantes na França do século XVII.
Defensor de políticas econômicas centralizadoras, ele foi o responsável pelas finanças do Estado
francês durante o governo do Rei Luís XIII, entre os anos de 1628 e 1642. Com sua morte, o
Cardeal deixou de legado o fortalecimento das empresas manufatureiras e o desenvolvimento
da economia francesa, com uma prática de controle total da economia pelo Estado. Isso
posteriormente foi contestado pelos liberais que defendiam a mínima interferência possível dos
governantes na ordem econômica das nações.
Assim, mediante a pergunta da questão, em que pede para apontarmos o que os economistas
clássicos advogavam, a alternativa que se encaixa melhor com as ideias defendidas pelos liberais
é:
a) Correto. Para os clássicos, a ordem da economia faz parte de uma lei natural: a da oferta e da
demanda. Ou seja, o mercado se autorregula. Isso foi defendido por um dos fundadores do
liberalismo econômico, Adam Smith (1723-1790) que considerava que uma ordem econômica
harmônica poderia garantir a justiça social e a possibilidade de os homens buscarem sua

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felicidade. Assim a única forma de alcançar essa ordem era por meio da livre-concorrência, livre
mercado e pela divisão de trabalho.
b) Incorreto. As corporações de ofício estão relacionadas a uma forma de trabalho medieval e
não moderna.
c) Incorreto. Os liberais defendiam a extinção de quaisquer proteções econômicas impostas
pelos Estados sobre os produtos de outros países.
d) Incorreto. Essa foi a ideia defendida pelo Cardeal Richelieu, e não pelos economistas clássicos,
que defendiam a interferência zero do Estado sob o processo econômico.
Gabarito: A

(UFU 2016)
Uma verdadeira paixão pelos Estados Unidos tomara conta dos franceses nos anos que
precederam a revolução, como testemunham Chateaubriand e o próprio Franklin, que
escrevia de Paris a seus correspondentes americanos: “aqui é comum dizer que nossa causa
é a do gênero humano”. Além do mais, essa república fora fundada por colonos com quem
a França tecera contra a Inglaterra uma aliança vitoriosa: os que tinham se engajado na
aventura eram conhecidos por ter sofrido[ ... ) de “inoculação americana”. OZOUF, Mona.
Varennes: a morte da realeza, 21 de junho de 1791. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
p. 175-176 {Adaptado).
A historiografia é consensual em afirmar que o movimento revolucionário francês e os ideais
iluministas foram de grande importância para diversas lutas coloniais ocorridas na América.
Menos estudada é a influência que os norte-americanos exerceram sobre os revolucionários
franceses. Essa influência pode ser explicada, para além dos fatores mencionados na citação
de Mona Ozouf,
a) pela forte tradição liberal dos colonos norte-americanos que, durante a luta pela
independência, foram contrários a toda forma de exploração do trabalho.
b) pelo forte apelo simbólico que exercia o exemplo norte-americano de emancipação
colonial, visto como caso modelar de luta contra a opressão dos poderes instituídos.
c) pelo desprezo que os colonos norte-americanos tinham em relação à religião, vista por
eles como braço aliado do poder da metrópole inglesa, contra a qual deveriam lutar.
d) pela defesa da doutrina fisiocrata que, no plano político, se traduzia na permanência de
privilégios constitucionais para as camadas senhoriais.
Comentários
Para resolver essa questão, a primeira informação que devemos puxar da memória é que a
Independência dos EUA ocorreu antes da Revolução Francesa. Do contrário, o candidato
poderia pensar assim: como assim o movimento dos norte-americanos influenciou os
franceses? Pois é, isso ocorreu e é justamente sobre esse tema, a relação entre o processo
histórico da França com os EUA, e vice e versa, que a questão aborda.

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A luta da independência dos EUA apresentou um caráter liberal. Nesse ponto, uma parte da
alternativa A está correta, mas a outra parte, sobre a questão do trabalho, não está correta.
O liberalismo, como vimos, identifica a produção da riqueza por meio do trabalho e mais,
essa doutrina não considera toda forma de trabalho como exploração. Diferentemente, os
liberais consideram o totalitarismo do Estado como uma opressão de um poder instituído.
Por sinal, foi contra as arbitrariedades do Estado inglês que os americanos se insurgiram.
Gabarito, letra B.
A letra C nos traz algo equivocado sobre os norte-americanos e a religião. Muitos
estadunidenses eram protestantes, oriundos das perseguições na Inglaterra. A letra D
também está erra, pois a luta revolucionária dos norte-americanos, inspirada nas ideias de
igualdade dos iluministas, expressou uma oposição aos privilégios.
Gabarito: B

(UFU 2012)
Entre os eventos que merecem destaque na consolidação do absolutismo inglês estão o
embate entre os York e os Lancaster, na Guerra das Duas Rosas, o controle dos nobres por
Henrique VII e, finalmente, as ações de Henrique VIII, que rompeu com o papa e fundou a
Igreja Anglicana, mantida sob sua tutela. Com a morte de Henrique VIII e a ascensão de
Elizabeth I, o absolutismo inglês conheceu seu período de maturidade. As ações de Elizabeth
I e de seus sucessores, adotando medidas mercantilistas, criando companhias de comércio,
dissolvendo o Parlamento, exigindo pensão vitalícia e criando taxas, marcaram
acontecimentos que culminaram, décadas mais tarde, numa página da história da sociedade
inglesa conhecida como Revolução Gloriosa. Neste cenário,
a) a economia inglesa, diante da instabilidade política, teve um desenvolvimento irregular no
século XIX, atrasando sua industrialização frente a outros países.
b) a monarquia absolutista inglesa, reconhecendo suas limitações, tomou a iniciativa na
criação do BiII of Rights, evitando novas guerras civis no país.
c) as medidas absolutistas insuflaram questionamentos ria sociedade inglesa, favorecendo
mudanças e rupturas na estrutura política do país.
d) as características absolutistas da monarquia inglesa a afastavam do modelo constitucional
que, desde o final da Idade Média, predominava na Europa.
Comentários
A alternativa A está errada, pois é exatamente o contrário. Vimos na aula que o Estado
Monarquista Constitucional se consolidou na Inglaterra e, após eles organizarem a “casa”,
principalmente após a Revolução Gloriosa, o processo de industrialização foi impulsionado.
Sobre a letra B, errada, a iniciativa das leis para impor limites foram do Parlamento, o qual
combatia os abusos da monarquia. Nesse sentido, já entrando na letra C, as medidas de
natureza absolutista ao longo da primeira metade do século XVII (regências Jaime I e Carlos
I) desagradavam uma parte importante da sociedade no Reino Unido, incluindo a burguesia,

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parte da Gentry, setores médios e trabalhadores de uma forma geral. Em meio ao desgaste
da Realeza, o Parlamento opta por “tomar as dores” da crescente oposição, desembocando
na Guerra Civil entre 1642 e 1648 que, ao final, destronou e executou Carlos I dando início
a um processo de mudanças político-institucionais no Reino Unido. Por isso, a C está certa.
Por fim, a casa dos Stuart se espelhou no modelo de monarquia francesa. Dessa forma, não
dá para afirmar que a Monarquia inglesa se afastou do modelo predominante na Europa.
Gabarito: C

(UFU 2006)
O fim maior e principal para os homens unirem-se em sociedades políticas e submeterem-se
a um governo é a conservação de suas propriedades, ou seja, de suas vidas, liberdades e
bens.
Adaptado de LOCKE, John. 'Dois Tratados sobre o Governo'. São Paulo: Martins Fontes,
1998, p.495.
A autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade, individual ou
coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se
exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada,
contra sua vontade, é evitar dano aos demais.
Adaptado de MILL, J.Stuart. 'A Liberdade'. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.17.
Os trechos anteriores referem-se aos fundamentos do pensamento liberal. Sobre esse tema,
assinale a alternativa que apresenta a explicação INCORRETA.
a) Em defesa da razão e da liberdade, vários pensadores europeus inspiraram uma série de
transformações sociais, econômicas e políticas, principalmente a partir do século XVIII, cujas
consequências estão presentes até hoje na sociedade contemporânea.
b) As bases filosóficas e políticas da sociedade civil e do Estado liberal moderno formaram-
se, primeiramente, na Inglaterra no século XVII, tendo como um de seus principais
idealizadores John Locke.
c) A defesa da liberdade e da propriedade como direitos legítimos do indivíduo foi
importante na formação do ideário liberal, comum a dois importantes movimentos político-
sociais europeus nos séculos XVII e XVIII: a Revolução Gloriosa na Inglaterra e a Revolução
Francesa.
d) Os princípios do liberalismo, defendidos por Locke e Stuart Mill, excluem os direitos do
indivíduo na sociedade ao justificarem a adoção de punições em função de ameaças à
liberdade e a propriedade.
Comentários
Atenção, pois o enunciado cobrou a alternativa errada. A A está certa porque faz uma
referência às ideias iluministas, com destaque para as produções intelectuais do século XVIII.
Além disso, até os dias atuais são debatidas as ideias de liberdade, por exemplo, levantadas

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naquele período. Quando governos tentam impor medidas tirânicas, por oposição, resgatam-
se os debates clássicos do liberalismo. Além disso, a burguesia nascente era contrária aos
privilégios dos títulos de nobreza, os quais asseguravam propriedade aos nobres sem que
trabalhassem. No mesmo sentido, a alternativa B está correta, pois remete ao pioneirismo inglês
na idealização da noção de liberdade que balizou o pensamento iluminista.
A alternativa, C, também correta, remete à centralidade da combinação dos direitos inalienáveis
liberdade e propriedade privada. Lembro de que para Rousseau a propriedade privada seria a
fonte da desigualdade, dessa forma, ela vai mais além na crítica do que Locke e Stuart Mill. De
toda forma, são elementos que estão na base do liberalismo.
A letra D está errada e contradiz o seguinte trecho de Stuart Mill: “O único propósito de se
exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra
sua vontade, é evitar danos aos demais”. Em outras palavras, a liberdade de um indivíduo
termina no momento em que ela começa a ferir direitos de outros. Caso isso ocorra, o Estado
(as leis) são legitimas para punir o violador dos fundamentos da liberdade.
Gabarito: D

(UNITAU 2015)
O Iluminismo, ou Ilustração, foi, enfim, um sistema de ideias do século XVIII que se difundiu
por toda a Europa, sendo elaborado por filósofos, escritores, artistas, e que se caracterizou
pela defesa da autonomia da razão contra os argumentos da tradição e da autoridade. Para
os pensadores iluministas, a razão deve penetrar todos os domínios do saber e da atividade
dos homens, a fim de destruir os preconceitos, o obscurantismo e a ignorância. Assim
definido, o Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, cujo objetivo
principal consiste em libertar os homens de qualquer espécie de servidão, seja ela religiosa,
moral ou política.
NASCIMENTO, Milton Meira do; NASCIMENTO, Maria das Graças S. Iluminismo: a revelação
das luzes. São Paulo: Ática, 2001. p. 8.
Com base nas informações apresentadas, indique a alternativa CORRETA.
a) A razão era vista, no Iluminismo, como a fonte para a superação de preconceitos e o
caminho para a emancipação do pensamento religioso, moral e político.
b) O Iluminismo pode ser considerado uma revolução econômica e política, por libertar os
homens de qualquer espécie de servidão e acabar com a escravidão.
c) O século XVIII vive um grande processo, pois as luzes que chegam à Europa, buscando a
libertação dos homens, são estendidas a todo o mundo conhecido na época.
d) O Iluminismo é um movimento de ideias essencialmente libertário, que tem, portanto,
seus maiores expoentes em artistas e romancistas.
e) A Ilustração foi a revolução de ideias que se difundiu por toda a Europa e por suas colônias
na América e na África, causando as independências do século XIX.

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Comentários
O texto introduz muito bem o que foi o Iluminismo. Complementando, esse movimento também
é conhecido como Esclarecimento ou Ilustração e foi um movimento intelectual ocorrido entre os
séculos XVII e XVIII, mas que teve influência da política, economia e sociedade ocidental nos
séculos seguintes. O Iluminismo também está intimamente ligado ao liberalismo, filosofia política
e econômica formulada no mesmo contexto. Os iluministas e liberais defendiam três princípios
básicos para o progresso da humanidade: a razão, o indivíduo e a liberdade. Trata-se de um
projeto de sociedade que valorizava a capacidade transformadora do indivíduo por meio do uso
da razão, atributo que só podia ser plenamente usado quando se gozava de liberdade. Contudo,
os iluministas e liberais eram contratualistas, isto é, acreditavam que para evitar maiores danos aos
direitos naturais dos homens, era necessário se unir em sociedade por meio de contrato que
limitaria a liberdade, mas também o poder dos governantes. Sabendo disso, vejamos:
a) Correta! A razão era o maior atributo do indivíduo para os iluministas. Através de seu uso e
aperfeiçoamento, as pessoas poderiam caminhar para o progresso da humanidade.
b) Incorreta. Ironicamente, os iluministas e os liberais dos séculos XVII e XVIII não eram
necessariamente contrários à escravidão ou à servidão. Havia casos em que estas eram
justificáveis. O iluminismo gerou mudanças políticas e econômicas no sentido de criticar as
medidas mercantilistas de interferência do Estado na economia e os regimes absolutistas
que desrespeitavam os direitos naturais dos indivíduos. Nesse sentido, a noção de
propriedade era fundamental para eles e era o critério utilizado para pautar a liberdade e
a cidadania.
c) Incorreta. As ideias iluministas realmente acabaram influenciado muitos territórios para
além da Europa, sobretudo as colônias das nações europeias em outros continentes.
Contudo, os pensadores iluministas europeus não formulavam as suas teorias considerando
que elas fossem aplicadas fora da Europa, justamente porque a relação colonial envolvia
também a questão da propriedade. Muitos europeus, incluindo iluministas, tinham
negócios e propriedades nas colônias, portanto romper o pacto colonial podia repercutir
em prejuízo para eles.
d) Incorreta. Os maiores expoentes iluministas estão entre os filósofos.
e) Incorreta. As ideias iluministas não atingiram tanto a África como a América. Vale lembrar
que o número de colônias europeias no continente africana era bem menor em relação à
América. Na África, até o final do século XIX, os europeus detinham algumas poucas cidades
e feitorias na costa. Por outro lado, os territórios americanos foram fortemente afetados
pelas ideias iluministas contribuindo para diversos movimentos de independência pelo
continente desde o final do século XVIII e ao longo do XIX.
Gabarito: A

(UNITAU 2015)
A tradição religiosa e a autoridade política serão assim os dois alvos fundamentais dos seus
[de Voltaire] ataques. [...] Ataca a superstição, a crença nos milagres e o antropomorfismo na

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representação de Deus, mas não nega em absoluto sua existência. Ao contrário, reconhece-
a como necessária, como princípio explicativo último de todo o universo. Voltaire contesta,
evidentemente, a autoridade absoluta dos papas e prega a tolerância religiosa. [...] Sua
política é uma política concreta e cotidiana, tendo lutado por reformas administrativas e civis:
proibição das prisões arbitrárias, supressão do processo judicial secreto, unidade da
legislação, melhor recebimento de impostos e garantia da liberdade de pensamento e
expressão.
FORTES, Luís Roberto Salinas. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 2004.
pp.42-43.
Sobre as ideias do iluminista Voltaire, é CORRETO afirmar:
a) Voltaire, como filósofo do Iluminismo, criticava a Igreja e propunha reformas. Acreditava
na necessidade do reconhecimento da força de Deus e da reorganização política.
b) Voltaire, um renomado iluminista, era contra o poder da Igreja, negando a existência de
Deus. Com relação à política, pregava reformas administrativas e civis.
c) A tradição religiosa e a autoridade política eram criticadas por Voltaire; a primeira, por ser
monoteísta, e a segunda, por suas prisões arbitrárias, por seus processos judiciais secretos e
pela supressão da liberdade de pensamento e expressão.
d) Voltaire, como crítico do sistema vigente, atacava a Igreja por suas crenças em milagres e
no antropomorfismo, e era contra a liberdade de pensamento e expressão.
e) A tradição religiosa e a autoridade política eram alvos constantes de Voltaire, por isso ele
pregava a tolerância religiosa e contestava a autoridade absoluta dos papas, defendendo
reformas administrativas e civis que davam mais poder às autoridades políticas.
Comentários
Como vimos na aula, o iluminismo foi um movimento intelectual que teve início no século XVII e
cujo auge se desenrolou ao longo do XVIII. Esse movimento não era monolítico, ou seja, não
tinha um único posicionamento político, nem mesmo intelectual. Contudo, todo iluminista
concordava em pelo menos na primazia de três princípios: o racionalismo, a liberdade e o
individualismo. Para essa geração de pensadores europeus, o indivíduo detinha a maior força
transformadora, não a coletividade. Essa força, assim como o progresso individual e da
humanidade, podia ser alcançada por meio do uso da razão que libertaria as pessoas de qualquer
opressão, misticismo ou retrocesso civilizatório. A razão era considerada libertadora, mas
também necessitava de algum nível liberdade para ser plenamente exercitada. A ausência de
liberdade não impedia completamente o uso da razão, mas quanto mais livre o indivíduo, melhor
desempenho racional teria.
Nesse sentido, os iluministas eram extremamente críticos dos governos autoritários e da
intolerância religiosa. O clero era um dos principais alvos da maioria dos ilustrados, apesar de
isso não significar que eles tenham aderido ao ateísmo. Lembre-se que nessa altura da história,
já havia ocorrido as Reformas Protestantes que desenvolveram novas vertentes do cristianismo

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que também eram críticas à autoridade eclesiástica. Além disso, entre os iluministas, mesmo os
católicos podiam expressar descontentamento com a autoridade religiosa do clero.
Por outro lado, mesmo a maioria deles serem críticos do absolutismo e dos governos
despóticos, também não quer dizer que todos os iluministas fossem contra a monarquia ou outras
formas de governo centralizado. Muitos deles eram contratualistas. Em outras palavras,
acreditavam que a sociedade era firmada por meio de um contrato social, um acordo, feito entre
governados e governantes para que as disputas entre os homens não acabem destruindo os
direitos naturais de todos. Nesse pacto, os indivíduos concedem ao governo o direito de
governar acima deles, no que eles abrem mão de parte de sua liberdade, para que a mesma não
seja completamente comprometida. Portanto, temos exemplos de iluministas que eram
republicanos, outros que preferiam as monarquias constitucionais, aqueles que defendiam
democracias participativas e, ainda, quem argumentava que o poder devia ser divido em
diferentes instituições.
Voltaire (1694-1778) é um bom exemplo das possibilidades dessas variáveis, sem contrariar
aqueles três princípios básicos do iluminismo. Ele foi o autor que mais contribuiu para o tema da
tolerância religiosa, entendendo que a razão era um guia infalível para chegar a Deus e, assim,
defendia a crença em um ser supremo e universal que fez a todos igualmente. Por outro lado,
como forma de governo ele defendia um governo esclarecido – iluminista. Para Voltaire não
importava se era monarquista, republicano, burguês ou nobre, desde que fosse esclarecido, ou
seja, valorizasse o uso da razão, respeitando os direitos naturais dos indivíduos.
Das elaborações desse pensador nasceu a noção de Governo de Despotismo Esclarecido.
Neste, o primeiro passo seria a tolerância religiosa, ou seja, o fim do dogma “um rei, um povo,
uma fé” – esta que tantas guerras e perseguições religiosas produziu na Europa e nas suas
colônias. Alguns monarcas adotaram ideias iluministas como parte da estratégia de aperfeiçoar
a administração de seus governos, racionalizando o Estado e separando este da Igreja. Eles
costumavam manter como ministros, conselheiros ou mesmo amigos próximos, pensadores
iluministas. O próprio Voltaire trabalhou para o Rei da Prússia, Frederico II (1712-1781). Agora
que você já está por dentro do iluminismo e das ideias de Voltaire, vejamos:
a) Correta! Está de acordo com o comentário. Apenas para complementar, vale dizer que Voltaire
era um grande crítico dos costumes, vaidades, inveja e mesquinharias da sociedade da época.
Inclusive, ele chegou a ser preso duas vezes na Bastilha, prisão política francesa. Destaco ainda
esse trecho do texto do Luís Roberto Salinas Forte, do enunciado: “Sua política é uma política
concreta e cotidiana, tendo lutado por reformas administrativas e civis: proibição das prisões
arbitrárias, supressão do processo judicial secreto, unidade da legislação, melhor recebimento
de impostos e garantia da liberdade de pensamento e expressão”.
b) Incorreta. Como vimos, ele não negava a existência de Deus.
c) Incorreta. Voltaire não criticava o monoteísmo, mas assim a autoridade papal e eclesiástica.
d) Incorreta. Ele não era contra a liberdade de pensamento e expressão, pelo contrário, foi um
de seus mais ávidos defensores.

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e) Incorreta. Voltaire não defendiam reformas que dariam mais poder às autoridades políticas,
mas sim mudanças que protegeriam ainda mais as liberdades individuais.
Gabarito: A

(UNIRV 2019)
As raízes no mundo contemporâneo começaram no Reino Unido ao longo do século XVII, as
Revoluções Inglesas prepararam o país para liderar a fase industrial do capitalismo. A
Inglaterra que jamais conseguiu consolidar o regime absolutista acabou por desenvolver um
sistema próprio com maiores espaços democráticos e isonômicos. Sobre as Revoluções
Inglesas, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.
a) Após a formação do Reino Unido da Grã-Bretanha, com a união dos reinos da Inglaterra e
Escócia por Jaime I, seu filho Carlos I adotou uma postura autoritária em relação aos
parlamentares britânicos. Esse arroubo absolutista deu início à Revolução Puritana.
b) Após o reinado autoritário de Jaime I, o Parlamento Britânico, dominado pelos
protestantes chamados puritanos, tirou proveito da apatia e submissão de Carlos I para
tomar o poder, impondo uma política antiburguesa ao Reino Unido.
c) Oliver Cromwell assumiu o controle do Parlamento Britânico que em pouco tempo
converteu-se em uma ditadura. Durante a República Cromwell, medidas como os Atos de
Navegação permitiram mais autonomia econômica e a ampliação da esquadra britânica,
mudanças essenciais para a projeção da futura potência econômica britânica.
d) A Revolução Gloriosa tem esse nome porque após uma série de conflitos políticos entre
grupos religiosos, o Parlamento Britânico estruturou um novo formato político que vigoraria
no Reino Unido até a atualidade, a monarquia parlamentar, na qual o rei reina, mas não
governa.
Comentários
Vamos lá, atenção aqui agora, ein! As Revoluções Inglesas duraram todo o século XVII,
portanto, estamos falando aqui de vários processos históricos que se desdobraram em
consequências irreparáveis para a sociedade britânica. Por isso, esse comentário vai ser um
pouco longo, mas vai ajudar a avaliar as alternativas. O século XVII, na Inglaterra, foi palco
de grandes convulsões políticas e sociais que transformaram completamente a sociedade
inglesa. Os acontecimentos desse período explicam o pioneirismo inglês na Revolução
Industrial e na conformação do capitalismo como sistema econômico. A questão fala em
Revoluções Inglesas, no plural, em referência à Revolução Puritana (1642-1648) e à Revolução
Glorioso (1688-1689); esses conflitos envolveram questões que permeavam toda Europa
como as tensões relativas ao surgimento da burguesia, às Reformas Protestantes, ao
absolutismo, ao mercantilismo e à colonização da América. Porém, teve desdobramentos
específicos na Inglaterra que lhes permitiram vivenciar uma República por alguns anos e
restaurar a Coroa, mas desta vez conformando a primeira monarquia constitucional da
Europa, um governo tipicamente burguês e liberal.

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É importante lembrar que a monarquia inglesa tinha se comprometido a respeitar a


autoridade do Parlamento desde 1215, com a assinatura da Magna Carta. Nela, o rei ficava
impedido de criar impostos sem o aval dos parlamentares. Assim, desde muito cedo, os reis
ingleses tinham de fazer muita articulação política com a nobreza para aplicar seus projetos.
Contudo, a partir de Henrique VIII a Coroa começa a se sobrepor ao Parlamento. Esse rei e
sua sucessora, Elizabeth I, souberam “jogar o jogo” tanto com nobres quanto com burgueses
para fortalecer o próprio poder. Apesar de nunca violar os termos da Magna Carta, a Dinastia
Tudor conseguiu levar adiante um governo com muitos aspectos absolutistas como a
concentração do poder religioso e político nas mãos do monarca (Henrique VIII rompeu com
a Igreja romana e fundou a Anglicana) e a execução de práticas mercantilistas na economia
(concessão de monopólios e intervenção estatal). Entretanto, Elizabeth morreu sem deixar
herdeiros, em 1603, e em seu lugar assumiu o trono Jaime I, rei da Escócia, unificando assim
Inglaterra, Escócia e Gales sob uma só coroa: a Dinastia Stuart. É aqui os problemas começam
a extrapolar.
Jaime era católico e tinha tendências absolutistas mais explícitas. Ele tentou fazer valer
a tese do direito divino dos reis, inspirado no absolutismo francês. Assim, procurou
centralizar o poder desrespeitando a autoridade do Parlamento. Diferente de seus
antecessores, que tentavam articular nobreza e burguesia, Jaime priorizou as alianças com a
nobreza feudal (conservadora), aumentando privilégios e isenções de impostos aos nobres.
Em reação, o Parlamento, sobretudo a Câmara dos Comuns, começou a adotar medidas
contrárias ao rei e aos interesses da Câmara dos Lordes. Então, o monarca começou a
perseguir os burgueses e os puritanos, maioria na primeira câmara. Jaime morreu em 1625
e foi substituído por seu filho, Carlos I que tentou ser ainda mais absolutista.
Carlos desrespeitou vários pontos da Magna Carta, criando impostos sem consultar os
parlamentares, realizando prisões arbitrárias (inclusive de alguns nobres), executando penas
de morte para adversários políticos e gastando com guerras inúteis. Ele chegou até a fechar
o Parlamento entre 1628 e 1640. Na queda de braço entre burgueses e aristocracia, entre
protestantes e católicos, um fator muitas vezes foge da análise de muita gente: a gentry. Esta
era uma classe social que só existia na Inglaterra, muito difícil de caracterizar, mas que à
grosso modo era uma classe mista de parte da nobreza com a burguesia. Essa união teve
vários motivadores. Os nobres com menos bens e influências, muitas vezes falidos, tentava
restituir um pouco de seus privilégios unindo-se à famílias de burgueses ricos. Por outro lado,
havia também os setores nobres que havia se especializado, por razões comerciais, em
criação de ovelhas para a extração de lã, matéria-prima das manufaturas têxteis. Dependiam,
portanto, das trocas comerciais via transporte marítimo e das transações da burguesia
comercial, o que aproximou as duas classes inclusive via casamento. Dessa forma, surgiu a
gentry, ou como alguns autores gostam de traduzir “nobreza aburguesada”. Essa galera era,
em geral, protestante, e estava mais alinhada à Câmara dos Comuns. Ou seja, no meio dessas
tensões acabou se posicionando contra Carlos I.
Entre 1642 e 1648 eclodiu a Revolução Inglesa, cujo objetivo era destituir Carlos I, o que
foi efetivado com sua decapitação pública. Assim, vemos que a alternativa a é verdadeira.

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Ao mesmo tempo, constatamos que a alternativa b é falsa, uma vez que Carlos I não foi nada
apático, muito menos submisso em seu governo, não sendo essas as causas da Revolução
Puritana, mas sim sua postura autoritária. Continuando, entre 1649 e 1658 foi instaurada uma
República na Inglaterra, comandada pelo Parlamento e de aspiração puritana. Contudo,
outras tensões surgiram nesse período, pois não havia muitos consensos entre os
revolucionários. Havia setores mais radicais que queriam abolir a propriedade privada e
acabar com os privilégios da nobreza e da gentry. Na escalada das tensões, Oliver Cromwell,
líder do Parlamento, fechou o mesmo e passou a governar de forma absolutista. Por outro
lado, Cromwell implantou os Atos de Navegação, em 1651, declarando que o comércio
marítimo no Atlântico Norte era monopólio da Inglaterra, de modo que as mercadorias só
podiam ser transportadas por navios ingleses. Logo, a alternativa c é verdadeira. Porém, esse
governo não sobreviveu à sua morte em 1658 e os parlamentares retomam o controle e
restauram a monarquia, coroando o filho de Carlos I, Carlos II.
No entanto, mais uma vez as tendências absolutistas dos Stuart vêm à tona. Ele consegue
governar até sua morte, em 1685, quando seu filho, Jaime II assume, que também tenta
forçar o absolutismo goela abaixo do Parlamento. No entanto, os grupos políticos no interior
do legislativo, até então adversários, preferem se unir para destituir Jaime II, o que de fato
conseguem entre 1688 e 1689. Em seu lugar é coroado um rei protestante: Guilherme de
Orange, genro do rei. Imediatamente, ele é obrigado a assinar a Bill of Rights, um documento
no qual se comprometia a respeitar a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, a
autonomia do poder Judiciário, não criar novos impostos sem consentimento do Parlamento,
ceder o controle do Exército ao legislativo e instituir o voto censitário. Para balancear, o rei
teria direito a vetar projetos da Câmara dos Comuns. Portanto, a alternativa d também é
verdadeira.
Então, veja, os ingleses acabavam de “arrumar a casa”, isto é, resolveram seus conflitos
internos e prepararam o arranjo político-institucional para o crescimento econômico. Além
disso, é importante mencionar que, sob Elizabeth I, foi estabelecida a colônia da Virgínia, no
sul da América do Norte, que funcionava com base no pacto colonial e no mercantilismo. Em
1620, puritanos que fugiam das perseguições de Jaime I criaram também uma colônia, mas
desta vez no norte da América do Norte e de forma mais autônoma do que a da Virgínia. No
território entre as duas, outras colônias inglesas foram criadas ao longo do século XVII, muitas
delas por outros grupos protestantes que acabaram sendo perseguidos por Cromwell, mas
também algumas fundadas por novas Companhias de Comércio monopolistas. Nesse
processo, a Inglaterra entrou em confronto com outras duas nações colonizadoras: a Espanha
e a Holanda; brigas das quais saiu vitoriosa. Portanto, os britânicos estavam arrecadando
riquezas de muitas fontes (comércio de tecidos, exclusividade de transporte marítimo do
Atlântico norte, exploração das colônias, transferência do ouro de Portugal por meio de
acordos comerciais de exclusividade, ampliação do mercado interno de manufaturas em solo
inglês já na iminência para o ganho de escala de produção via “maquinofaturas”.

Gabarito: V – F – V – V

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(UNIRV 2019)
A Revolução Americana de 1776 foi o primeiro processo de independência do continente
americano, servindo de modelo para os movimentos subsequentes na América Espanhola.
Os Estados Unidos da América já nasceram sob um ambicioso projeto político que foi
complementado por outras doutrinas de estado posteriormente. Sobre esse movimento,
assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as alternativas.
a) A Guerra dos 7 Anos foi a justificativa esperada pelos colonos para iniciar um processo
rápido e decisivo de independência. Ao surpreender a coroa britânica, os americanos
conseguiram uma vitória rápida e conclusiva.
b) A Declaração de Independência defendia a liberdade absoluta em todos os níveis sociais,
entretanto, a resistência dos colonos escravocratas do oeste manteve a escravidão ilegal,
típica do sistema farmer de produção, até o início do século XIX.
c) A doutrina do Destino Manifesto opunha-se à independência de outras colônias europeias
na América, por defender que o destino de colônias de exploração não poderia ser o mesmo
das colônias de povoamento.
d) A Doutrina Monroe, adotada logo após a independência, propunha que os EUA tinham o
direito de impor pela força seus interesses a outros países do continente, já que cabia aos
americanos civilizar o novo mundo.
Comentários
Após resolver suas crises internas no século XVII, a Inglaterra começou a intensificar o controle sobre
a suas colônias na América por meio da criação de impostos e do fortalecimento do controle metropolitano
sobre o comércio. Os objetivos era arrecadar dinheiro para sanar as dívidas contraídas ao longo da Guerra
dos 7 anos contra a França e garantir um território produtor de matérias-primas bem como um mercado
consumidor, essenciais à nascente indústria britânica. Desde o século XVII, diferentes colônias foram
fundadas pelos ingleses na América do Norte de modo que na parte sul do território concentraram-se
colônias do modelo de plantation e mercantilistas e na parte norte prosperaram colônias mais autônomas,
habitadas por pequenos e médios produtores e que atuava sobretudo no comércio marítimo. Nestas últimas,
ainda por sua relativa autonomia em relação à metrópole, também prosperavam pequenas manufaturas e
a formação de um mercado interno, com a chegada cada vez maior de imigrantes vindos do reino. As
medidas metropolitanas que procuravam impor um Pacto Colonial mais rígido despertaram a insatisfação
tanto dos colonos do norte quanto dos do sul, pois aumentava os custos sobre a circulação de mercadorias
essenciais para a economia norte-americana. Após algumas tentativas de negociação entre as lideranças dos
colonos americanos e a Coroa fracassarem, os segundos declararam guerra à metrópole inglesa em 1775 e
proclamaram sua independência em 1776, por meio da Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América. É importante mencionar que esse documento teve características das ideias iluministas e liberais
que estavam ainda mais efervescentes no século XVIII, não só na Inglaterra e suas colônias, mas em todo o
mundo europeu e americano. Essas ideias eram contrárias ao absolutismo, ao mercantilismo, defendo a
legitimidade de um governo apenas por meio da aprovação do povo, além dos direitos à igualdade, liberdade
e propriedade. Mais tarde, uma vez vencida a guerra de independência, ao formularem a Constituição dos
Estados Unidos, em 1787, outros elementos iluministas ganharam espaço como a divisão dos poderes, a
instauração do modelo federativo e da divisão dos três poderes. Com isso em mente, vejamos:

AULA 08: História Moderna II 137


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a) Falsa. A Guerra dos 7 Anos não foi a justificativa dos colonos para dar início à guerra de
independência. Na verdade, essa guerra provocou algumas mudanças nas circunstâncias
históricas que geraram descontentamento dos colonos em relação à metrópole. Uma vez
vencida a guerra, a Inglaterra se viu profundamente endividada e com seus colonos todos
armados e treinados, uma vez que foi necessário fornecer armas e treinamento militar à eles
para enfrentar as tropas francesas no Canadá. Por isso, a Coroa inglesa tentou intensificar
seu controle sobre o território americano impondo um Pacto Colonial mais rígido, por meio
da criação de impostos e de restrições aos direitos civis e políticos dos colonos. Como dito
no comentário, isso desagradou tanto os colonos do norte, mais autônomos, quanto os do
sul, mais conservadores e alinhados à metrópole. Foram essas medidas que serviram de
justificativa para a declaração de guerra e a consequente independência das Treze
Colônias.
b) Falsa. A Declaração de Independência e, posteriormente, a Constituição não defendiam a
liberdade absoluta em todos os níveis sociais. Ironicamente, apesar de serem inspirados
pelas ideias iluministas e liberais, os americanos continuaram praticando a escravidão de
africanos e o genocídio indígena após a independência. Isso porque naquele momento e,
mais intensamente, ao longo do século XIX se popularizou na Europa e entre os brancos
em geral uma série de teorias que advogavam a superioridade do homem branco em
relação às demais raças humanas, teses que só foram definitivamente invalidadas no século
XX. Por isso, na concepção liberal e iluminista dos séculos XVIII e XIX, frequentemente os
negros e indígenas não estavam incluídos, pois eles não eram considerados cidadãos, nem
sequer humanos para serem considerados “iguais”. Isso não impediu que o ideário
iluminista influenciasse também movimentos de libertação e independência em países de
maioria negra e indígena, como as colônias espanholas e portuguesas. De todo modo, essa
contradição se manifestava principalmente entre os brancos que negavam a humanidade
dos demais povos.
c) Falsa. A Doutrina do Destino Manifesto tem a ver com a teologia protestante, da
predestinação, típica das vertentes calvinistas como é o caso dos puritanos. Contudo, no
caso dos colonos ingleses na América a coisa ia mais além, pois, com base nessa doutrina,
eles acreditavam ser o povo eleito por Deus para materializar seu reino divino na Terra. Era
um discurso usado sobretudo para legitimar o genocídio indígena e a escravidão africana.
Além disso, a diferenciação entre colônia de exploração e de povoamento não existia
naquela época. É uma distinção feita muitos anos depois pelos historiadores que estudavam
o tema. Contudo, atualmente, tal diferenciação não é mais defendida por nenhum
estudioso, pois, como vimos na Aula 08, as colônias britânicas tinham características de
exploração e de povoamento, assim como as colônias espanholas, portuguesas e
holandesas, por mais que tivesse suas particularidades.
d) Falsa. A Doutrina Monroe só foi elaborada e proferida em 1823, pelo presidente James
Monroe. Naquele contexto, os EUA se contrapunham às tentativas do imperialismo
europeu de interferir no território americano, incluindo as ex-colônias espanholas e
portuguesa. Tanto que os norte-americanos apoiaram todos os movimentos de
independência. Essa ideologia isolacionista se resumia na máxima “A América para os

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americanos”. Em contrapartida os estadunidenses se abstiveram de participar dos conflitos


europeus. Parece heróico, mas nesse momento os EUA começavam a ensaiar seu próprio
imperialismo sobre as novas nações da América Latina e tentavam garantir que os europeus
não atrapalhassem. Essa ideologia ganharia força novamente na década de 1920 e 1930,
com a crise econômica e ascensão dos republicanos à presidência.
Gabarito: F – F – F – F

(UNCISAL 2018)
Em sentido econômico, é a doutrina segundo a qual o Estado não deve exercer nem funções
industriais, nem funções comerciais e não deve intervir (ou deve intervir o mínimo possível)
nas relações econômicas. A qual doutrina o enunciado se refere?
(A) Socialismo.
(B) Estatismo.
(C) Liberalismo.
(D) Comunitarismo.
(E) Parlamentarismo.
Comentários:
Essa questão é objetiva. A doutrina conhecida por defender a não interferência do Estado, ou a
mínima possível, na ordem econômica, industrial, comercial é a do Liberalismo Econômico criada
no século XVIII, pelos iluministas, tendo como seus principais expoentes pensadores como Adam
Smith, John Locke, Jean-Baptiste Say, Thomas Malthus, David Ricardo, Voltaire e Montesquieu.
Gabarito: C

(UNCISAL 2018)

"No ideal kantiano, uma sociedade é tanto mais perfeita quanto mais ampla for aquela
liberdade que consiste na ausência de impedimento e de constrangimento. [...] A sociedade ideal
de Rousseau é a do contrato social". BOBBIO, Norberto. Igualdade e liberdade. 2. Ed. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1997, p. 71.

O pensamento político moderno é marcado pelos dois ideais de sociedade livre, expressos nas
afirmações apresentadas. No que concerne à ideia de contrato social, como a liberdade pode ser
descrita?

(A) Cada um é livre na medida em que obedece à lei que ele mesmo se deu, através da formação
de uma vontade geral.

(B) Cada um é livre na medida em que está garantida a cada um a liberdade de fazer tudo aquilo
que é compatível com a igual liberdade de todos os outros.

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(C) Como a condição de não estar sujeito à vontade arbitrária de outras pessoas, podendo assim
dispor de si mesmo, de suas ações e de suas posses.

(D) Como o poder de agir ou de não agir, segundo a determinação da própria vontade.

(E) Como a faculdade de agir apenas conforme as razões que o próprio sujeito aprova, consistindo,
portanto, na máxima independência da vontade.

Comentários:
Essa é uma ideia criada dentro do Liberalismo político, fruto do Movimento Iluminista do século
XVIII, pelo inglês John Locke. Ele dizia que embora o homem seja livre por natureza, a fruição da
liberdade é incerta e está permanentemente suscetível de obstacularização por terceiros, por
isso, para evitar inconveniências que surgem na convivência entre muitos homens, ele se reúne
em sociedade. Portanto, para garantir a proteção e a conservação de si mesmos, de sua
liberdade, de sua vida e de sua propriedade ele se associa a outros indivíduos, por meio de um
contrato, no qual estabelecem racionalmente limites para as suas ações. Para Locke a sociedade
civil é definida como “uma associação para a conservação da vida, da liberdade e dos bens que
chamo de propriedade.”
Nesse estado, os homens gozariam dos chamados direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e
propriedade privada e para conservá-los estabelecem um contrato social. Este é uma “cartilha”
que rege a vida das pessoas, das instituições e das famílias. O governante deve, ao governar,
agir dentro das regras desse contrato e sempre observar e garantir os interesses comuns da
sociedade. Por isso que, para Locke, os homens não devem governar diretamente, é preciso a
figura do representante de todos os homens. Essa concepção é importante porque justifique a
representatividade tanto via Parlamento, quanto via soberano (rei).
Assim, assinalemos a afirmativa que está de acordo com os preceitos do contrato social:
a) Correto. Essa vontade geral, é transposta por meio das leis, e regulamentada pelo que Locke
chama de sociedade civil.
b) Incorreto. A liberdade é garantida a partir do momento que as pessoas seguem as regras
estabelecidas no contrato estabelecido pela sociedade em que ela vive.
c) Incorreto. As suas ações e suas posses não estão sujeitas as vontades arbitrárias desde que
você siga a cartilha das regras estabelecidas no contrato social entre os homens.
d) Incorreto. A ação das pessoas não é determinada pela própria vontade, e sim de uma vontade
comum, no qual compartilham os homens que vivem em sociedade.
e) Incorreto. Não há uma independência da vontade do homem, pois ele vive em uma sociedade
civil organizada.
Gabarito: A

(UNCISAL 2016)

AULA 08: História Moderna II 140


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Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu
consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e
prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a
não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,
fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.
LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:
<http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.
Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,
estabelece que a
A) legitimação do poder deva advir do estado de medo.
B) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.
C) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.
D) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.
E) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão.
Comentários:
O liberalismo político, como o próprio nome diz, é uma teoria política. Tendo por base a ideia
de que a sociedade é regida por leis naturais, um tanto quanto semelhantes àquelas que regem
a natureza e a relação entre as espécies, os filósofos rejeitavam toda forma de controle político,
quer seja de um rei, de um líder, de um grupo, de um chefe religioso. Qualquer intervenção
impossibilitaria o homem de agir por si mesmo expressando a sua capacidade racional. Um
filósofo inglês muito importante para essa concepção foi John Locke (1632-1704), que viveu a
experiência das revoluções inglesas do final do século XVII. Ele dizia: “a liberdade natural do
homem consiste em estar livre de qualquer ser superior na Terra (...), tendo somente a lei da
natureza como regra (...)”.
Nesse sentido, podemos afirmar que havia uma clara oposição à ideia de legitimidade do poder
divino do soberano, bem como à ideia de submissão do povo em relação ao monarca. No conflito
entre Parlamento e rei, nas Revoluções Inglesas, por exemplo, um dos motivos que contribuíram
para a derrota do governante foi sua insistência em criar tributos sobre as propriedades sem que
fosse autorizado pelo parlamento e, inclusive, fechar a Casa dos Comuns e dos Lordes (como ele
era chamado). Então, essa intervenção não se limitava apenas na vida das pessoas, mas também
na sua propriedade. Contudo no liberalismo, a propriedade é compreendida como elemento
decorrente da liberdade e da racionalidade. Embora ninguém nasça sendo dono de uma fazenda
(salvo se for herança), nasce-se livre, ou seja, dono de si mesmo. E é esta liberdade que pode
levá-lo a ter posses para além do próprio corpo. Assim, a formulação a que Locke chega é a de
que a legitimidade do poder vem justamente daqueles que outrora foram oprimidos, trata-se do
povo. São as pessoas que devem consentir que um entre eles governe ou que um colegiado
legítimo faça leis. Ele dizia que o poder emana dos indivíduos que o concede a um governante
e não da vontade divina.

AULA 08: História Moderna II 141


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Visto isso, vejamos a alternativa correta:


a) Incorreto. O medo e o poder absoluto vai de oposição ao direito a liberdade, tornando o
homem um escravo na visão de Locke.
b) Correto. Ele deve ser limitado, de acordo com a vontade dos que lhe concedem poderes, o
povo. Da mesma forma que a população pode colocar uma figura no poder, ela pode destitui-la
caso o contrato social não esteja sendo cumprido por parte dos governantes.
c) Incorreto. Esse pensamento era do iluminista Montesquieu e não de John Locke.
d) Incorreto. A subjugação de poder vai contra os desejos libertários de poder. Não é disso que
tratava as ideias de Locke com relação aos indivíduos, o governo e o liberalismo. Ele acreditava
que o povo detentor do poder originário pode derrubar um governante, quando esse subjugar
as liberdades individuais de sua população.
e) Incorreto. As formas de atuação dos soberanos deveriam respeitar sempre os direitos naturais
de todos os homens: a liberdade, a igualdade, a vida e a propriedade.
Gabarito: B

(UNCISAL 2015)
“Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus
pensamentos.”
John Locke
A frase de John Locke nos remete ao Iluminismo e seus objetivos nos diversos âmbitos que
formam a vida em sociedade. Sobre ideário iluminista, é correto afirmar que

a) seu caráter popular afastou os intelectuais e aproximou a pequena burguesia da nobreza


togada.
b) o intelectualismo se tornou um obstáculo à expansão do iluminismo, fato que minimizou
sua influência nas revoluções burguesas.
c) Adam Smith dissocia a liberdade econômica da liberdade política, fazendo prevalecer
esta última em detrimento da primeira.
d) a razão apresenta um poder emancipador capaz de tirar o homem da menoridade e
libertá-lo da opressão política e dos resquícios das trevas medievais.
e) o projeto iluminista não se opunha totalmente ao mercantilismo nem ao absolutismo já
que preserva em grande parte as instituições do Antigo Regime.
Comentários:
O Iluminismo foi um movimento intelectual, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo
regime (trevas) e pregava maior liberdade econômica e política. Ele surgiu no fim do século
XVII na Inglaterra e espalhou pela Europa e América até o século XIX. O texto da questão é
de John Locke, um iluminista considerado um dos percussores do liberalismo por defender
justamente a liberdade econômica, política e individual.
Com isso, vamos analisar as alternativas:

AULA 08: História Moderna II 142


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a) Incorreta. O Iluminismo foi um Movimento Intelectual e que se alinhava aos interesses da


burguesia.
b) Incorreta. Ele exerceu muita influência nas Revoluções Burguesas.
c) Incorreta. Adam Smith defende a primazia da economia sobre os demais setores da vida
em sociedade. Isso não significa que há uma separação entre essas esferas, mas sim uma
relação.
d) Correta. O uso da razão confere autonomia e liberdade aos homens, segundo o
Iluminismo.
e) Incorreta. O Mercantilismo e o Antigo Regime eram os principais alvos da crítica iluminista.

Gabarito: D

(UNCISAL 2009)
– É difícil libertar os tolos das amarras que eles veneram.
– A leitura engrandece a alma.
– Todo aquele que desconfia, convida os outros a traí-lo.
– O abuso da graça é afetação; o abuso do sublime, absurdo. Toda perfeição é um defeito.
– O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à
humanidade.
– A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce seu crime com
pretexto de justiça.
– O meu ofício é dizer o que penso.
– A primeira lei da natureza é a tolerância; já que temos todos uma porção de erros e
fraquezas.
– Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas.
– O acaso é uma palavra sem sentido. Nada pode existir sem causa.
Frases de Voltaire, pensador iluminista
(www.suapesquisa.com/biografias/voltaire.htm)

Os pensadores iluministas tiveram como princípio comum


a) a República como único regime político democrático.
b) a razão como portadora do progresso e da felicidade.
c) os operários sindicalizados como base do poder político.
d) o calvinismo como justificativa de riqueza material.
e) o socialismo como alicerce do exercício da cidadania.

Comentários:
A questão aborda o Iluminismo, movimento intelectual que surgiu na Europa
aproximadamente no século XVIII. Esse movimento defendia o uso da razão para a
emancipação do homem e criticava diversos aspectos do Antigo Regime. Sabendo disso,
vamos para as alternativas:

AULA 08: História Moderna II 143


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a) Incorreta. Alguns pensadores iluministas como John Locke defendiam uma monarquia
constitucional, portanto, a República não era um consenso entre esses intelectuais.
b) Correta. Esses pensadores tinham como princípio comum a razão.
c) Incorreta. Esses princípios se enquadram nas ideias marxistas.
d) Incorreta. O Iluminismo não foi um movimento de caráter religioso.
e) Incorreta. O socialismo é outra corrente de pensamento que surgiu apenas no século XIX.

Gabarito: B

(UNCISAL 2016)
Tenho razão em concluir que aquele que me colocasse sob seu poder sem meu
consentimento me usaria como lhe aprouvesse quando me visse naquela situação e
prosseguiria até me destruir; pois ninguém pode desejar ter-me em seu poder absoluto, a
não ser para me obrigar à força a algo que vem contra meu direito de liberdade, ou seja,
fazer de mim um escravo. Escapar de tal violência é a única garantia de minha preservação.
LOCKE, John. Segundo Tratado do Governo Civil. Cap. 3, tópico 17. [s/p]. Disponível em:
<http://www.filosofia.com.br/figuras/livros_inteiros/133.txt>. Acesso em: 30 out. 2015.

Na relação entre Indivíduo e Governo, o Liberalismo de John Locke, como expresso no texto,
estabelece que a

a) legitimação do poder deva advir do estado de medo.


b) subordinação ao poder do governo deva ser limitado.
c) separação dos poderes deva ser a base da igualdade.
d) subjugação deva provocar desejos libertários de poder.
e) ação soberana deva resguardar a segurança do cidadão

Comentários:
A questão tem como tema o pensamento de John Locke. A seguir, relembro alguns trechos
da aula que falamos sobre esse autor:

“Veja o que diz John Locke (1632-1704) – um filósofo inglês, que


viveu a experiência das revoluções inglesas do final do século XVII:
“A liberdade natural do homem consiste em estar livre de qualquer
ser superior na Terra (...), tendo somente a lei da natureza como regra
(...)13

13
LOCKE, John. O segundo tratado sobre o governo. Petrópolis: Editora Vozes. 1999.

AULA 08: História Moderna II 144


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Nesse sentido, podemos afirmar que havia uma clara oposição à ideia de legitimidade do
poder divino do soberano, bem como à ideia de submissão do povo em relação ao monarca.
[...] a intervenção do rei não se limitava apenas na vida das pessoas, mas também na sua
propriedade.

Contudo, a propriedade é compreendida como elemento decorrente da liberdade e da


racionalidade. Embora ninguém nasça sendo dono de uma fazenda (salvo se for herança),
nasce-se livre, ou seja, dono de si mesmo. E é esta liberdade que pode levá-lo a ter posses
para além do próprio corpo. Mais uma vez, leia um trecho de Locke:
Se o homem no estado de natureza é tão livre, iguais e independentes, ninguém pode ser
expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem seu
consentimento(...) (grifos nossos)
Caro, Bixo, observe o grifo do trecho acima. Perceba que o iluminista não nega a necessidade
de um poder político acima dos indivíduos. O que não pode ocorrer é que este poder se
estabeleça sem o consentimento do indivíduo ou da comunidade.

Assim, a formulação a que Locke chega é a de que a legitimidade do poder vem justamente
daquele que outrora foi oprimido: o povo.”

Tendo isso em mente, sabemos que a alternativa correta é letra b)

Gabarito: B

(URCA 2013)
Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também
conhecidos como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário
inglês entre 1642 e 1688:
“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro
comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio
não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse
governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,
é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui
enorme distinção entre as pessoas, deleitando-se com a prosperidade de alguns
e regozijando-se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no
princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de pontacabeça. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p. 117).
Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:
a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em
textos bíblicos;

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b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por
ser baseada nas escrituras sagradas;
c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;
d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na
Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;
e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas
formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.
Comentários
A questão trata de um dos grupos que participaram do processo revolucionário inglês, que
teve início com a Revolução Puritana em 1642. Os Diggers ou true levellers eram os
trabalhadores rurais pobres e defensores de uma ampla mudança na propriedade privada.
As seguintes passagens do texto mostram os ideais que esse grupo acreditava:
“o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro comum [...] E essa terra, que
na criação foi feita como um celeiro comum para todos, é comprada, vendida, e conservada
nas mãos de uns poucos, o que constitui enorme distinção entre as pessoas”.
Isso mesmo, esses caras acreditavam que a terra é um bem comum e que a propriedade
privada deveria ser extinta! Além disso, baseavam essa concepção em textos sagrados
(repare como o elemento “Criador” é citado no texto). Assim, sabemos que a alternativa
correta é letra a).
A b) está errada pois suas ideias não eram bem assimiladas pela Igreja Católica (elas eram
muito radicais para essa instituição). O erro da c) é afirmar que eles defendiam a propriedade
– mesmo que pequena – já que, como vimos no texto, eles se posicionavam contra essa
divisão. A participação política deles está inserida apenas no processo revolucionário inglês;
portanto a d) está incorreta. Por fim, a e) está completamente errada: eles eram
trabalhadores pobres que lutavam pelo fim da propriedade de terra.

Gabarito: A

(URCA 2013)
Observe o texto abaixo atribuído a Winstanley, líder dos true levellers, também conhecidos
como Diggers, um dos grupos que participaram do processo revolucionário inglês entre 1642
e 1688:
“No princípio dos tempos, o grande criador, a Razão, fez a terra para ser esta um tesouro
comum onde conservara os animais, os pássaros, os peixes e o homem (...). Nesse princípio
não se disse palavra alguma que permitisse entender que uma parte da humanidade devesse
governar outra (...). E essa terra, que na criação foi feita como um celeiro comum para todos,
é comprada, vendida, e conservada nas mãos de uns poucos, o que constitui
enorme distinção entre as pessoas, deleitando-se com a prosperidade de alguns
e regozijando-se com a miséria mais dura e as dificuldades de outros. Mas, no

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princípio, não era assim (...)” (HILL, Christopher. O mundo de ponta cabeça. São Paulo:
Companhia das Letras, 1987. p. 117).
Considerando o texto acima, podemos dizer que os trues levellers:
a) Propunham a extinção da propriedade privada e legitimavam sua ideologia política em
textos bíblicos;
b) Tinham uma ideologia radical e popular que foi bem assimilada pela Igreja Católica, por
ser baseada nas escrituras sagradas;
c) Defendiam a criação de uma República de pequenos proprietários e o fim do latifúndio;
d) Desencadearam um movimento em defesa dos cercamentos das terras comunais na
Inglaterra, que se aprofundou nos séculos XVI e XVII;
e) Por serem proprietários de grandes extensões de terras, buscavam nas escrituras sagradas
formas de justificar o confisco das terras dos pequenos proprietários.
Comentários:
O texto aborda um período da historiografia inglesa chamado de Revolução Puritana. O conflito
que ocorreu entre 1642 e 1648, e foi uma guerra civil travado entre a monarquia inglesa, da casa
dos Stuart, de origem católica, contra alguns lordes ingleses, de origem protestante, que exigiam
a autonomia do Parlamento garantida pela carta Magna de 1215. Além de política, era uma disputa
social e religiosa. Os puritanos (calvinistas ingleses), perseguidos pela família real, após o
fechamento do Parlamento formaram um exército composto por burgueses e nobres
aburguesados, conhecidos como Cabeças Redondas. Estes, liderados por Oliver Cromwell, um
membro de destaque na Câmara dos Comuns, venceram a guerra contra os cavaleiros leais ao rei
e decapitaram Carlos I, instaurando uma república e dando fim a monarquia na Inglaterra. Nesta
frente parlamentarista que venceu o combate, eles eram divididos entre o grupo dos Diggers e o
dos Levellers (o primeiro foi mencionado no texto acima). Sobre o excerto, ele fala sobre o
pensamento desse primeiro grupo, que defendia o fim da propriedade privada. Já o segundo,
exigia o fim dos privilégios feudais e direitos iguais.
Dessa forma, vejamos qual alternativa está de acordo com o pensamento dos trues levellers
(Diggers):
a) Correto. Baseados nas palavras bíblicas os Diggers (trues levellers) acreditavam que a
propriedade privada era o problema da sociedade, que no princípio foi criada por Deus para que
todos compartilhassem o mesmo espaço, e não para o dividi-lo, causando miséria e problemas para
os que não tinham terras.
b) Incorreto. A Igreja não foi favorável a ideologia radical desse grupo, pois ela ainda era uma das
maiores detentoras de propriedades na Europa Moderna e isso ia de oposição ao que esse grupo
defendia.
c) Incorreto. Eles defendiam a extinção das propriedades privadas.
d) Incorreto. Eram contrários ao cercamento das terras na Inglaterra e não o contrário.

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e) Incorreto. Não eram grandes proprietários de terras e buscavam o fim delas.


Gabarito: A

(URCA 2012)
As monarquias exercem um forte poder simbólico sobre as pessoas e a sociedade. Exemplo
desse poder ocorreu há poucos meses (em 2011) quando o casamento do Príncipe
Wiliam com Kate Middleton, foi valorizado como um grande evento da Monarquia
Britânica. Os ingleses acompanharam todo o enlace, que foi transmitido para o
mundo através da televisão e da internet. Podemos afirmar que esse poder simbólico,
sobretudo do Rei, tem origem na antiguidade, mas foi na Idade Moderna que os
monarcas mais “investiram” na sua produção.
Leia as afirmativas abaixo referidas as várias estratégias utilizadas na produção do poder
pelos monarcas dos Estados Modernos:
I) Produziram-se imagens que associavam o monarca a um estadista empreendedor;
assim como à justiça, à virtude e à própria natureza da nação, a figura do rei representa a
cabeça do reino.
II) Produziram a associação da imagem do rei, da rainha e do príncipe a da Sagrada Família,
a qual os católicos têm respeito e/ou devoção.
III) Manutenção dos rituais simbólicos: as vestes ricamente ornadas, a prontidão dos
serviços dos pajens e criados, as cerimônias de coroação, as aparições públicas
cercadas de pompas.
IV) A difusão da ideia de que o rei é a autoridade delegada por Deus para
representá-lo na Terra.
Assinale a alternativa correta:
a) Somente I e IV estão corretas;
b) I, II e III estão corretas;
c) I, II e IV estão corretas;
d) Somente a afirmativa IV é correta;
e) I, III e IV estão corretas.
Comentários:
A questão acima aborda a maneira como as Monarquias se constituíram no Período Moderno. As
bases do Velho Mundo europeu, estavam intrinsicamente ligadas à ideologia dos primeiros séculos
da Modernidade, quando se estabeleceu as estruturas do Antigo Regime. Entre as principais
características do absolutismo europeu estavam a teoria dos direitos divinos dos reis, a ideia de
que os homens se diferenciam no nascimento, um protecionismo e intervenção estatal na
economia e a intolerância religiosa. Com isso, a sociedade moderna se constituiu sendo a nobreza
a classe dominante, mesmo que economicamente fosse a Burguesia que ascendia, e isso ocorria

AULA 08: História Moderna II 148


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porque as estruturas sociais eram estamentais e muito fortemente ligadas aos privilégios de
classes.
Desse jeito, vejamos quais afirmações estão corretas sobre as monarquias e o Estado europeu
moderno:
I. Correto. O rei nos Estados Absolutistas eram a alma da nação, como já dizia a máxima na França
do século XVII e XVIII, “Um rei, Um Povo, Uma fé”.
II. Incorreto. Não, os monarcas europeus foram associados aos escolhidos de Deus para governar
a terra, mas não eram considerados descendentes da Sagrada Família (José, Maria e Jesus).
III. Correto. Os rituais simbólicos ocorrem entre as monarquias modernas até hoje e influenciam
fortemente a sociedade como o casamento na coroa britânica citado no enunciado entre o
Príncipe William e Kate Middleton.
IV. Correto. Os reis eram a autoridade de Deus na terra e não eles encarnados. Na visão dos
Estados Absolutistas, eles eram seus escolhidos, por isso eles eram os governantes.
Gabarito: E

(URCA 2012)
O Iluminismo tinha como principal característica o uso da razão como princípio básico para
a compreensão de todos os fenômenos. Os chamados filósofos das luzes questionavam a
monarquia de origem divina e afirmavam que a base da organização social e política estava
no individualismo. Relacione os precursores do movimento iluminista a suas principais ideias.
I. Isaac Newton
II. Immanuel Kant
III. René Descartes
IV. John Locke
( ) Autor da frase “Penso, logo existo”, criou o método dedutivo. Iniciador do movimento
conhecido como racionalismo. Sua principal obra foi “Discurso sobre o método”.
( ) Escreveu o livro Segundo Tratado sobre o Governo Civil: Ensaio sobre a origem, extensão
e fim do governo, no qual criticava o poder despótico e afirmava que o Estado e a política
deveriam existir para proporcionar aos homens viver em uma sociedade melhor.
( ) Estudou as leis do Universo que regiam o mundo físico, como a gravidade ou a inércia.
Defendeu a tese de que o universo não era estático, mas estaria em contínuo movimento,
cabendo à ciência pesquisar e descrever as leis físicas que o regeria.
( ) Considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna. Escreveu, entre
outras obras, a Crítica da razão Prática, no qual discute os princípios da ação moral, a ação
do homem em relação aos outros e a conquista da felicidade.
A sequência correta é:

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a) I; III; IV e II.
b) III; IV; I e II.
c) III; I; IV e II.
d) IV; II; I e III.
e) II; III; I e IV.
Comentários:
A questão acima traz uma série de pensadores que influenciaram o movimento iluminista no século
XVIII e pede para que associemos os nomes ao pensamento em que eles defendiam. Ao longo dos
anos, durante Modernidade, os Estados Absolutista foram perdendo força e gerando conflitos com
as classes sociais menos privilegiadas socialmente (no caso os burgueses e os camponeses). Nesse
sentido, a Burguesia que estava em ascensão econômica necessitava mais influência e poder na
sociedade. E em meio ao Renascimento Cultural, as Reformas Religiosas, a Colonização da América
e a expansão do capitalismo, surgiram pensadores como Isaac Newton, René Descartes, Immanuel
Kant, John Locke que revolucionaram o pensamento, que regia o Antigo Regime, por meio da
razão. Disso surgiu o Iluminismo, que foi uma ruptura intelectual, a luz das mudanças e
transformações que a Europa passava em meio a ascensão da classe burguesa e o desenvolvimento
do capitalismo mercantil no século XVII e XVIII.
Dessa forma vejamos como ficou a relação dos precursores do movimento iluminista a suas
principais ideias:
I. Isaac Newton
II. Immanuel Kant
III. René Descartes
IV. John Locke
(III) Autor da frase “Penso, logo existo”, criou o método dedutivo. Iniciador do movimento
conhecido como racionalismo. Sua principal obra foi “Discurso sobre o método”.
(IV) Escreveu o livro Segundo Tratado sobre o Governo Civil: Ensaio sobre a origem, extensão e
fim do governo, no qual criticava o poder despótico e afirmava que o Estado e a política deveriam
existir para proporcionar aos homens viver em uma sociedade melhor.
(I) Estudou as leis do Universo que regiam o mundo físico, como a gravidade ou a inércia. Defendeu
a tese de que o universo não era estático, mas estaria em contínuo movimento, cabendo à ciência
pesquisar e descrever as leis físicas que o regeria.
(II) Considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna. Escreveu, entre
outras obras, a Crítica da razão Prática, no qual discute os princípios da ação moral, a ação do
homem em relação aos outros e a conquista da felicidade.
Portanto, a alternativa que contempla essa sequência é a letra B, III, IV, I, II.
Gabarito: B

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(UNAERP 2017)
O movimento liberal é a primeira onda de movimentos que se desencadeia sobre o que
subsiste do Antigo Regime [...] O qualificativo “liberal” é o que melhor lhe convém, porque
caracteriza a ideia-mestra, a chave da abóbada da arquitetura intelectual de todos esses
movimentos.
RÉMOND, René. O Século XIX, 1815-1914. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2010, p.25. Adaptado.
A partir de meados do século XVIII, os pensadores iluministas passaram a apoiar valores
liberais para negar as doutrinas absolutistas e mercantilistas do Antigo Regime. Sobre o
liberalismo que passará a ser defendido nesse século e também no seguinte, considere as
afirmativas e assinale a opção correta.
1. Contra o princípio da autoridade absoluta de um monarca sobre seus súditos e também
negando a ideia de que a história seria feita pelas forças coletivas, o liberalismo acreditava
que, por meio da razão individual, era possível à humanidade o alcance do progresso.
2. Uma das principais bases do liberalismo foi o racionalismo, método científico
fundamentado a partir do século XVII pelo filósofo Jacques Bossuet, que acreditava ser
fundamental, para o pensamento humanista, o rompimento com as amarras católicas às
formas de pensar.
3. Um dos principais formuladores do liberalismo foi o filósofo inglês John Locke, que
afirmava que a liberdade e a propriedade privada eram direitos inerentes ao homem,
cabendo assim ao Estado aceitar a limitação de seus próprios poderes em respeito aos
direitos individuais do homem.
4. Além do racionalismo, outro princípio fundamental ao liberalismo foi o anticlericalismo,
posição política e religiosa contrária a qualquer forma de manifestação ou crença religiosa
por parte da sociedade, ideia que alimentou o forte ateísmo que caracterizou o movimento
iluminista dos séculos XVIII e XIX.
a) Somente 1 e 3 estão corretas.
b) Somente 2 e 3 estão corretas.
c) Somente 3 e 4 estão corretas.
d) Somente 1 e 2 estão corretas.
e) Somente 2 e 4 estão corretas.

Comentários
O Iluminismo também é conhecido como Esclarecimento ou Ilustração e foi um movimento
intelectual ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, mas que teve influência da política, economia e
sociedade ocidental nos séculos seguintes. O Iluminismo também está intimamente ligado ao
liberalismo, filosofia política e econômica formulada no mesmo contexto. Os iluministas e liberais
defendiam três princípios básicos para o progresso da humanidade: a razão, o indivíduo e a

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liberdade. Trata-se de um projeto de sociedade que valorizava a capacidade transformadora do


indivíduo por meio do uso da razão, atributo que só podia ser plenamente usado quando se
gozava de liberdade. Contudo, os iluministas e liberais eram contratualistas, isto é, acreditavam
que para evitar maiores danos aos direitos naturais dos homens, era necessário se unir em
sociedade por meio de contrato que limitaria a liberdade, mas também o poder dos governantes.
Sabendo disso, vejamos:
1-Verdadeira. A crítica ao absolutismo era uma das principais pautas dos liberais. Isso não quer
dizer que eles defendiam que não houvesse um governante ou instituições que exercessem esse
papel político acima dos indivíduos. Aqui entra o contratualismo que mencionei no comentário.
Na formação de uma sociedade e de seu governo, os governados podem optar por legar ao (s)
governante (s) o exercício do poder, enquanto este fica limitado, não podendo interferir na vida
privada e nos direitos naturais dos indivíduos. É nestes que reside o poder, na teoria liberal.
2-Falsa. De fato, o racionalismo foi uma das bases do método científico aperfeiçoado pelos
iluministas e pelos liberais. Contudo, Jacques Bossuet não era um dos seus fundamentadores.
Esse filósofo defendia o direito divino dos reis, portanto era um teórico do absolutismo.
3-Verdadeira. Os direitos naturais são: a liberdade, a igualdade, a vida e a propriedade. Na teoria
de Locke, esses direitos não podiam ser atacados pelo Estado, seja uma monarquia, seja uma
república. O pensador inglês defendia que o contrato no qual o cidadão cedia seu governo ao
Estado, este teria seus poderes limitados para não interferir no gozo desses direitos justamente
porque essa concessão era feita para que eles fossem melhor assegurados.
4-Falsa. Na verdade, anticlericalismo significa ser contra o clero e seus privilégios religiosos,
políticos, sociais e econômicos, e não ser ateu ou contra qualquer forma de crença religiosa.
Portanto, no sentido correto, sim, o liberalismo é anticlerical e defendia a laicidade do Estado,
isto é, a separação entre Igreja e Estado.
Portanto, a alternativa correta é a letra “a”.
Gabarito: A

(UNAERP 2014)
Texto 1
“No nome de Deus, Amém. Tendo empreendido para a Glória de Deus, e Avanço da Fé
Cristã, e Honra do nosso Rei e País, uma viagem para estabelecer a primeira colônia no norte
da Virgínia; os presentes fazemos pacto solene e mutuamente na Presença de Deus e nós
próprios, para conjuntamente formar um Corpo Político Civil para nossa Ordem, Preservação
e Fomento dos objetivos referidos acima; e, por virtude disso, constituir e formular Leis justas
e igualitárias, Ordenanças, Atas, Constituições e Ofícios, de tempos a tempos, quando se
considerar conveniente e próprio para o bem Geral da Colônia; à qual prometemos toda a
submissão e obediência. Em testemunho disto, temos subscrito os nossos nomes em Cape
Cod, no dia onze de novembro, no Reinado do nosso Soberano Senhor, Rei James de
Inglaterra, França e Irlanda, o décimo oitavo, e da Escócia, quinquagésimo quarto. Ano do
Nosso Senhor, 1620.”

AULA 08: História Moderna II 152


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Estratégia Vestibulares – Aula 08 – HM II - Revoluções do Séc. XVII e XVIII

Disponível em: <http://fundamentojuridico.wordpress.com>. Acesso em: abr. 2014.


Adaptado.
Texto 2
“Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário a um povo dissolver
os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual
e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeito
digno para com as opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a
essa separação. Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os
homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre
estes estão a vida, a liberdade e a procura da felicidade. Que a fim de assegurar esses
direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do
consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne
destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo,
baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais
conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade. 4 de julho de 1776.”
Disponível em: <http://www.uel.br/pessoal/jneto/gradua/historia>. Acesso em: abr. 2014.
Adaptado.
Os dois documentos transcritos são fundamentais para a construção da nação estadunidense,
pois fortalecem o corpo político civil fundamentado no princípio de que o Estado deve estar
a serviço do povo. Os dois trechos pertencem, respectivamente,
a) à Carta Magna e o ao Ato de Quebec.
b) ao Ato Townshend e à Declaração de Direitos e Agravos.
c) à Declaração de Direitos e Agravos e ao Pacto do Mayflower.
d) à Carta Magna e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.
e) ao Pacto do Mayflower e à Declaração de Independência dos Estados Unidos.

Comentários
Como a própria questão destacou, os dois documentos são registros importantes do
processo de formação dos Estados Unidos da América enquanto um país. Repare que os dois
trazem as datas que foram produzidos no final dos textos. O primeiro, de 1620, foi feito pelos
emigrantes ingleses puritanos que fugiam das perseguições religiosas do rei católico Jaime I, que
tentava aplicar medidas absolutistas e encontrava resistência, sobretudo entre os burgueses e os
puritanos em geral. Apesar de em sua declaração esses colonos não romperem com a Coroa
inglesa, eles formaram uma colônia relativamente mais independente da metrópole do que a
Virgínia, mais ao sul da América do Norte onde funcionava o modelo econômico de plantation e
práticas mercantilistas, com um controle mais intenso da Coroa e das companhias monopolistas.
Influenciados pelas ideias do liberalismo político, em plena elaboração por teóricos como John
Locke naquele contexto, o trecho expressa essa maior autonomia e valores liberais no trecho

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“formar um Corpo Político Civil para nossa Ordem, Preservação e Fomento dos objetivos referidos
acima; e, por virtude disso, constituir e formular Leis justas e igualitárias, Ordenanças, Atas,
Constituições e Ofícios, de tempos a tempos, quando se considerar conveniente e próprio para o
bem Geral da Colônia”. Esse trecho expressa a proposta contratualista muito comum entre os
iluministas, de que a legitimidade do governo de uma sociedade parte do povo, dos indivíduos.
O documento recebeu o nome de Pacto de Mayflower.
O segundo texto é um trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos,
escrita em 1776. Após resolver suas crises internas no século XVII, a Inglaterra começou a
intensificar o controle sobre a suas colônias na América por meio da criação de impostos e do
fortalecimento do controle metropolitano sobre o comércio. Os objetivos era arrecadar dinheiro
para sanar as dívidas contraídas ao longo da Guerra dos 7 anos contra a França e garantir um
território produtor de matérias-primas bem como um mercado consumidor, essenciais à nascente
indústria britânica. Entre os as datas que foram feitos os dois documentos, outras colônias foram
fundadas pelos ingleses de modo que na parte sul do território concentraram-se colônias do
modelo de plantation e mercantilistas e na parte norte prosperaram colônias mais autônomas,
habitadas por pequenos e médios produtores e que atuava sobretudo no comércio marítimo. As
medidas metropolitanas que procuravam impor um Pacto Colonial mais rígido despertaram a
insatisfação tanto dos colonos do norte quanto dos do sul, pois aumentava os custos sobre a
circulação de mercadorias essenciais para a economia norte-americana. Após algumas tentativas
de negociação entre as lideranças dos colonos americanos e a Coroa fracassarem, os segundos
declararam guerra à metrópole inglesa em 1775 e proclamaram sua independência em 1776, por
meio do documento que faz parte o Texto 2. Repare que esse documento também traz
características das ideias iluministas e liberais que estavam ainda mais efervescentes no século
XVIII, não só na Inglaterra e suas colônias, mas em todo o mundo europeu e americano.
Portanto, como podemos ver, a alternativa correta é a letra “e”.
Gabarito: E

(UEA 2015)
O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) foi um atento observador da sociedade de
sua época. Em um de seus livros, publicado em 1755, Rousseau escreveu: “O primeiro que,
tendo cercado um pedaço de terra, se apressou em dizer isso me pertence, e encontrou
pessoas muito ingênuas para crer no que ele dizia, foi o verdadeiro fundador da sociedade
civil.”
Segundo este argumento, a sociedade civil
a) alcançou níveis de felicidade social desconhecidos dos homens naturais.
b) estabeleceu uma condição de prolongada paz social entre os homens.
c) resultou de uma situação de desigualdade social entre os homens.
d) promoveu a compreensão entre os homens por meio da divisão das riquezas.
e) transformou os homens em seres indolentes e incapazes para o trabalho.
Comentários

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Na obra Do Contrato social, Rousseau apresenta os principais fundamentos para as ideias


iluministas e para a Revolução Francesa. Em destaque, a ideia da vontade geral do povo e de
que todos os homens nascem livres. A vontade geral seria baseada na liberdade e autonomia de
cada ser, sendo que a representação seria uma forma de suprimir tal vontade. Por isso, do ponto
de vista da organização política, Rousseau tende a representação direta, ou seja, à democracia
participativa, em que cada indivíduo é igual a um voto. Já no que diz respeito às desigualdades,
de fato, há duas: as sociais e as de ordem divina/religiosa. Quanto as primeiras, elas são fundadas
na propriedade privada. Dessa forma, o trecho remete a esse aspecto, ou seja, a partir do
momento em que a propriedade privada foi estabelecida, as principais desigualdades foram
iniciadas. Gabarito, letra C.
a) a busca pela felicidade é uma ideia construída pelos pensadores utilitaristas ingleses, como
Jeremy Bentham.
b) a ideia de paz prolongada, ou paz perpetua, é de E. Kant.
d) aqui estamos diante do liberalismo econômico de Adam Smith.
e) essa afirmação não está relacionada com o pensamento de Rousseau, em particular porque,
para o francês, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe.
Gabarito: C

(UNESP 2005)
Gerald Winstanley, líder dos escavadores da Revolução Puritana na Inglaterra (1640-1660),
definiu a sua época como aquela em que "o velho mundo está rodopiando como pergaminho
no fogo". Embora os escavadores tenham sido vencidos, a Revolução Inglesa do século XVII
trouxe mudanças significativas, dentre as quais destacam-se a
a) instituição do sufrágio universal e a ampliação dos direitos das Assembleias populares.
b) separação entre Estado e religião e a anexação das propriedades da Igreja Anglicana.
c) liberação das colônias da Inglaterra e a proibição da exploração da mão de obra escrava.
d) abolição dos domínios feudais e a afirmação da soberania do Parlamento.
e) ampliação das relações internacionais e a concessão de liberdade à Irlanda.
Comentário
Outra questão perguntando sobre as consequências das revoluções liberais inglesas no século
XVII. Os diggers e levellers eram o setor mais popular da revolução puritana que queria o fim
dos privilégios feudais e a instalação da igualdade social. Os diggers, inclusive, pediam o fim
da propriedade da terra. Embora eles não tenham vencido as guerras, ao longo do tempo, os
privilégios feudais foram diminuindo e o Parlamento passou a controlar o rei. Além disso, é
verdade, o parlamento dos comuns ganhou mais importância no controle do rei e da nobreza
feudal. Por isso, o gabarito é letra D.
Os erros das demais:

AULA 08: História Moderna II 155


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a- O sufrágio universal se desenvolveu ao longo do século XIX. Segundo Robert Dahl, os


percentuais da população acima de vinte anos de idade com direito a voto evoluíram
deste modo:
1831 ------- 4,4%;
1832 -------7,1%;
1864 ------ 9%;
1883 ------ 18%;
1886 -------28,5%.
b- Revolução Gloriosa, além de tudo o que já falamos, consolidou a hegemonia da Igreja
Anglicana, apesar da liberdade religiosa.
c- Proibição do trabalho escravo só se deu no século XVIII e não está relacionada
diretamente às revoluções burguesas do século XVII.
d- Correta.
Gabarito: D

(Unesp 2003)
... o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de
uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo podia desenvolver-se livremente.
(Christopher Hill, A revolução inglesa de 1640)
O autor do texto está se referindo
a) à força da marinha inglesa, maior potência naval da Época Moderna.
b) ao controle pela coroa inglesa de extensas áreas coloniais.
c) ao fim da monarquia absolutista, com a crescente supremacia política do parlamento.
d) ao desenvolvimento da indústria têxtil, especialmente dos produtos de lã.
e) às disputas entre burguesia comercia e agrária, que caracterizavam o período.
Comentário
Essa questão é bem interessante. Primeiro quero destacar o autor do trecho: Christopher Hill. Ele é o
autor referência das Revoluções Burguesas da Inglaterra. Lembre-se sempre disso e você já terá
meio caminho andado.
No trecho, que trata sobre as consequências dessas revoluções, fala-se em destruição de um
tipo de Estado, qual seja: o Absolutista! Também se fala de uma nova estrutura política, a saber:
o Parlamentarismo!
Logo o gabarito é item C
Por isso, o trecho não fala sobre a marinha inglesa, nem do controle colonial, nem do
desenvolvimento industrial (embora esse processo político seja parte das explicações sobre o

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pioneirismo inglês na revolução Industrial), por fim, as disputas desse período não se dão entre
burguesia agrária e comercial – essas estão aliadas -, mas entre monarquia e parlamento.
Gabarito: C

(Unesp 1991)
O "Ato de Navegação" de 1651 teve importância e consequências consideráveis na história
da Inglaterra porque:
a) favoreceu a Holanda que obtinha grandes lucros com o comércio inglês.
b) Oliver Cromwell dissolveu o Parlamento e se tornou ditador.
c) contribuiu para aumentar o poder e favorecer a supremacia marítima inglesa no mundo.
d) considerava o trabalho como a verdadeira fonte de riqueza nacional.
e) abolia todas as práticas protecionistas.
Comentário
Em 1651, Oliver Cromwell decretou o Ato
de Navegação. Com essa medida, o transporte
Monopólio do comercial no mar do norte (atlântico norte)
transporte marítimo-
comercial passou a ser monopólio da Inglaterra, de modo
• Atos de • Fortalecimento
que as mercadorias só podiam ser transportadas
Navegação da marinha por navios ingleses. Consequentemente, houve o
mercante da fortalecimento da marinha britânica atingindo a
Inglaterra hegemonia. Por isso a Inglaterra ficou conhecida
1651 como “a senhora DOS MARES”. Essa política
acabou atingindo a Holanda. Desse choque,
surgiu um novo confronto externo da
Inglaterra: entre 1652 a 1654, guerra contra
a Holanda. Os ingleses saíram vitoriosos.
Gabarito: C

(UNESP 2009)
Leia as assertivas sobre a independência das 13 colônias inglesas na América do Norte.
I. Foi um movimento que manteve as bases da estrutura da sociedade colonial, preservando
a escravidão.
II. A resistência interna das colônias foi fortalecida com o apoio externo dos países ibéricos.
III. Sofreu influência das ideias iluministas francesas, baseadas nos princípios da liberdade,
propriedade e igualdade civil.
IV. A união das 13 colônias inglesas contra a Inglaterra objetivou a ruptura do pacto colonial.
Estão corretas as afirmativas
a) I e IV, apenas.

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b) II e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) I, III, IV, apenas.
Comentário
Item I – Os EUA fizeram a independência em 1776, porém mantiveram a escravidão, que só foi
abolida em 1865, no contexto da Guerra de Secessão.
Item II – Errado. A “causa” só recebeu apoio da Espanha, mas de Portugal, não. Além disso, os
colonos receberam um apoio significativo da França.
Item III – A independência dos EUA foi inspirada nos ideais iluministas como liberdade, igualdade
política, propriedade e uso da razão, entre outros.
Item IV – As treze colônias se uniram contra os ingleses para fazer a independência e acabar com
o pacto colonial.
Gabarito: E

(UNESP 2016)
Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis,
entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses
direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do
consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir
essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo,
assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma
que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a
felicidade.(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett
(org.).Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)
O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os
princípios
a) liberais, que defendem a necessidade de impor regras rígidas de protecionismo fiscal.
b) mercantilistas, que determinam os interesses de expansão do comércio externo.
c) iluministas, que enfatizam os direitos de cidadania e de rebelião contra governos tirânicos.
d) luteranos, que obrigam as mulheres e os homens a lutar pela própria salvação.
e) católicos, que justificam a ação humana apenas em função da vontade e do direito divinos.
Comentário
Gente, presente de Natal! Todo mundo sabe que a Independência dos EUA é o primeiro fenômeno
político inspirado nos textos clássicos dos filósofos iluministas.

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Vamos sistematizar as ideias contidas nesse trecho para tatuar na mente e mandar redondo para o
corretor:
• Todos os homens são criados iguais: igualdade jurídica
• Dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis: direitos naturais
• Os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento
dos governados: o poder emana do povo, que é o púnico legítimo a escolher seu
governo.
• Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o
direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo: direito à rebelião e a derrubar o
governo que não garante a vida, a liberdade e a busca da felicidade e colocar outro no seu
lugar.
Gabarito: C

(UNESP 2012)
Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada
associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece,
contudo, a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema
fundamental cuja solução o contrato social oferece[...] Cada um de nós põe em comum sua
pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto
corpo, cada membro como parte indivisível do todo. (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato
social, 1983.)
O texto apresenta características
a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de
uma sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os
membros de uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos
do Estado.
Comentário
Queridos não confunda alhos com bulgalhos!!!!!
“Do Contrato Social”, livro do qual esse trecho de texto foi retirado, é a obra
mais difundida de Rousseau, célebre pensador iluminista que, apesar de
críticas à propriedade como elemento que determina a desigualdade entre os homens, e de
defender a participação popular na organização do poder político, não defende o socialismo, ou
seja, de igualdade plena. O foco da crítica dos iluministas é o absolutismo.

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Já o socialismo (que ainda estudaremos um pouco melhor) é uma teoria da igualdade absoluta só
alcançada por meio do fim da propriedade privada. Além disso, o socialismo é uma teoria crítica
ao liberalismo, portanto, só vai aparecer em meados do século XIX.
Os iluministas, incluindo Rousseau, defendiam a igualdade jurídica, ou seja, a ideia de que todo
homem é igual perante a lei. Para esse autor, o Estado é expressão da vontade coletiva dos
homens e fundamental para a manutenção da organização social. E não se esqueça que o Estado
tem uma expressão leal: o contrato social. Para os socialistas o estado deve chegar ao fim.
Vejam, são várias diferenças, não confunda.
Gabarito: C

(UNICENTRO 2017)
Quando Cristóvão Colombo atravessou o oceano Atlântico em 1492, pensou que tinha
chegado ao leste da Ásia. Na realidade, ele tinha aberto aos europeus um novo continente:
a América, com suas várias ilhas. Muitos outros europeus, na maioria espanhóis, portugueses,
franceses e ingleses, seguiram o caminho de Colombo para esse novo mundo.
(COLONIZAÇÃO... 2016).
A colonização europeia na América apresentou características gerais comuns, contudo
manteve algumas especificidades, como a colonização
a) das Treze Colônias inglesas, com o estabelecimento de relações comerciais que fugiam ao
controle metropolitano, baseado no comércio triangular.
b) da América inglesa, que utilizou do trabalho assalariado e familiar, abdicando do trabalho
escravo africano, influenciado pelas ideias liberais.
c) da América portuguesa, baseada no escambo do pau-brasil e nas relações amistosas com
a população indígena.
d) da América espanhola, que estabeleceu relações igualitárias entre os colonos nascidos na
América e os oriundos da Espanha.
e) da América francesa, que, influenciada pelos ideais da Revolução Francesa, estabeleceu
uma relação de igualdade e fraternidade entre os habitantes das colônias
Comentários
Essa é uma boa questão para retomarmos algumas coisas das aulas passadas e comparar
os processos de colonização da América pelas diferentes nações europeias. De fato, houveram
particularidades em cada uma delas a despeito das características mais gerais que se
assemelhavam. Para ser mais prático, vamos avaliar cada alternativa por vez:
a) Correta! Mas é preciso fazer uma ressalta. Havia algumas variações entre as próprias Treze
Colônias inglesas. As colônias do sul seguiam o modelo da grande platation, voltada para
exportação, regida pelo mercantilismo e pelo monopólio das companhias de comércio. Ou
seja, não era muito diferente das colônias portuguesas e espanholas. Por outro lado, as
colônias do norte foram fundadas sem a influência da Coroa. Essas colônias foram fundadas

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em grande parte por perseguidos políticos e religiosos que fugiram da Inglaterra durante
o governo de Jaime I e de Oliver Cromwell. Nelas prevaleceram os pequenos e médios
produtores e comerciantes, também dedicados ao comércio marítimo. De certa forma, lá
também buscava se produzir para atender o mercado internacional, contudo a produção
eram em menor escala e mais diversificada. Além disso, devido o menor controle
metropolitano, foi possível que as manufaturas prosperassem, assim como a livre
concorrência e comércio.
b) Incorreta. Houve, sim, a utilização da mão de obra escravizada africana em toda a América
inglesa. Contudo, essa força de trabalho era mais utilizada nas colônias do sul da América
do Norte e no Caribe, onde o modelo da plantation prevaleceu.
c) Incorreta. O escambo só prevaleceu entre portugueses e indígenas na primeira fase de
colonização, antes da implantação das Capitanias Hereditárias na década de 1530.
d) Incorreta. A colonização espanhola fazia distinção entre os colonos nascidos na América,
chamados de ciollos, e os naturais de Espanha, nomeados de chapetones, mesmo entre os
brancos. Os criollos não podiam assumir postos muito altos na hierarquia da administração
colonial para evitar o florescimento de sentimentos separatistas. Porém, no fim, essas
privações foi justamente o que motivou tais sentimentos.
e) Incorreta. A Revolução Francesa só ocorreu em 1789 e os revolucionários não entraram em
um consenso sobre a situação das colônias. Inicialmente, o governo revolucionário libertou
os colonos e os escravizados, mas depois recuou quando as lideranças mudaram de modo
que as colônias que queriam a independência tiveram que lutar por ela, como foi o caso do
Haiti. Veremos isso com mais detalhes na Aula 09.
Gabarito: A

(UNICENTRO 2017)
O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem do mundo feudal para o
sistema capitalista. Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que
a) a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema
mercantilista.
b) o controle estatal na economia contribuiu para o pioneirismo inglês no processo da
Revolução Industrial.
c) a Lei do Máximo, estabelecida pelo governo jacobino no processo da Revolução Francesa,
concretizou as concepções de Adam Smith.
d) o Império Napoleônico estabeleceu os princípios defendidos por Rousseau e a restrição
do comércio com a Inglaterra.
e) a teoria da mais valia defendeu, na íntegra, os princípios liberais, ao afirmar que o trabalho
seria a única fonte de riqueza.
Comentários
A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista do século XVII e XVIII. Como dois lados
da mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro

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tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da
liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da
propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. O segundo tem como principal
pensador o também inglês Adam Smith. Ele desenvolveu a economia política enquanto ciência,
defendendo que a economia era regida por leis naturais passíveis de serem observadas. Smith
argumentava que o Estado não deveria interferir nos assuntos econômicos, de modo que a livre
concorrência pudesse prevalecer. Nesse aspecto, ele se colocava um crítico ferrenho do
mercantilismo. Ele também defendia o poder transformados do indivíduo e a propriedade privada.
Com isso, vejamos:
a) Correta! É como foi dito no comentário.
b) Incorreta. Essa alternativa é imprecisa. De um lado, a Inglaterra era o maior império do
mundo, no século XVIII e XIX e dependia da ação do Estado para manter as operações
inglesas entre os territórios coloniais e a metrópole. Exemplo disso era o papel na marinha
britânica, a maior do mundo, que garantia a segurança dos empreendimentos ultramarinos
ingleses. Além disso, o uso de corsários financiados diretamente pela Coroa inglesa
também deve ser considerado. Também é importante lembrar que é nesse século que a
Inglaterra passa a reforçar medidas mercantilistas sobre as colônias americanas, o que
desencadeou o processo de independência dos Estados Unidos. Por outro lado, quando
comparada à outras nações europeias da época, podemos, sim, considerar que havia menos
interferência estatal na economia, o que contribuiu para o pioneirismo inglês na Revolução
Industrial. Em primeiro lugar, a Inglaterra era uma monarquia constitucional,
parlamentarista, portanto, a criação de impostos e taxas sobre a produção, o comércio e a
propriedade, dependiam da aprovação do parlamento, o qual era composto justamente
pelos maiores proprietários do reino. Ainda, o Estado não interferia nas relações de
trabalho, ponto vital das dinâmicas econômicas. Nesse sentido, o governo pouco fez contra
os proprietários que expandiram ilegalmente suas terras por meio dos cercamentos, assim
como negligenciou os abusos trabalhistas sofridos durante as transformações ocorridas no
modo de produção inglês. Na Aula 09, estudaremos esse processo com mais vagar. Por
ora, a maior razão para o equívoco desta alternativa é sua imprecisão histórica.
c) Incorreta. A Lei do Máximo Preço foi implantada pelo Governo Revolucionário dos
Jacobinos (1793-1795), uma das fases da Revolução Francesa deflagrada em 1789.
Estudaremos isso com mais profundidade na Aula 09, porém, por ora, é importante frisar
que essa lei congelou os preços dos alimentos na França, o que contraria completamente
a teoria liberal de Adam Smith que defendia a não interferência do Estado na economia,
muito menos nos preços dos produtos.
d) Incorreta. Rousseau defendia uma democracia participativa, criticando a democracia
representativa proposta por Locke. Completamente avesso à sua filosofia política, o
Império inaugurado por Napoleão era de caráter autoritário e nada democrático. Veremos
isso com mais detalhes na Aula 10.

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e) Incorreta. Apesar de concordarem que o trabalho é o elemento produtor da riqueza, a


teoria da mais valia não defendeu os princípios liberais na íntegra. Na verdade, tal teoria
foi elaborada como um contraponto ao liberalismo.
Gabarito: A

(UNEB 2012)

A adoção do parlamentarismo por nações europeias, no decorrer de sua história, foi um


processo que se desenvolveu a partir de transformações ocorridas no continente, cujas
repercussões se fizeram sentir na América.

Em relação à adoção do parlamentarismo na Europa, pode-se afirmar que a

01) Revolução Gloriosa instituiu a monarquia parlamentar constitucional na Inglaterra e um


governo burguês favorável à posterior eclosão da Revolução Industrial.

02) Revolução Francesa, na sua fase jacobina, conforme o regime parlamentar, aboliu os privilégios
feudais e a limitação dos poderes burgueses, garantindo o controle político pelos partidos da elite
econômica francesa.

03) Independência dos Estados Unidos ocorreu paralelamente à implantação de um regime


parlamentar com amplas liberdades democráticas, contribuindo para a elevação do padrão de
renda da sociedade, como um todo, e para a expansão econômica norte-americana sobre o
continente europeu.

04) Revolução de Outubro de 1917, na Rússia, instituiu o pluripartidarismo, o regime parlamentar


liberal e liberdades políticas partidárias, permitindo a ampla representação das forças políticas no
parlamento.

05) Crise de 1929, ao enfraquecer o parlamentarismo alemão, contribuiu para a ascensão dos
nazistas ao poder, que, aliados aos socialistas, buscaram estabelecer um pacto nacional para a
superação da crise econômica.

Comentários:
O Parlamentarismo é uma estrutura que é conhecida pelos europeus desde a Antiguidade, quando
os romanos substituíram a Monarquia pela República Romana. Assim, a partir da Idade Moderna,
alguns grupos revolucionariam trouxeram de volta esse sistema em meio as crises que as
monarquias europeias enfrentavam com a degradação do Antigo Regime e do poder absolutista.
Um exemplo claro disso foram as revoluções que marcaram o território inglês no século XVII, com
as Revoluções Puritanas e Gloriosa, que enfraqueceram o poder absoluto da realeza na ilha em
detrimento do fortalecimento do poder burguês, que impulsionaria a Revolução Industrial no
século XVIII. Assim a resposta correta é a letra A, mas vejamos os motivos que fazem as outras
alternativas estarem erradas:
01. Correto. Como abordado nos comentários acima.

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02. Incorreto. O controle do Estado não foi garantido para a elite política da França, e sim o
oposto, em sua fase jacobina.
03. Incorreto. O regime instaurado nos Estados Unidos foi o regime presidencialista e não
parlamentarista.
04. Incorreto. A revolução de 1917 foi um levante social na Rússia, de caráter socialista e instaurou
no país um regime socialista com um partido único.
05. Incorreto. Os nazistas eram antissocialistas e não eram seus aliados.
Gabarito: 01

(UNEB 2018)
Retomemos aqui o assunto principal desta palestra, que é o problema da conciliação do
interesse individual com o interesse coletivo. Este tema, como todos sabemos, é tratado [...]
em sua famosa passagem da mão invisível. Seu argumento diz, basicamente, que cada
indivíduo, agindo apenas em nome de seu próprio interesse, acaba contribuindo, sem o
saber, para o bem comum, que, em nenhum momento, tinha sido seu objetivo declarado.
[...]
[...] o argumento [...] tem a ver com crescimento econômico. Diz ele que, como é do interesse
de cada indivíduo enriquecer, e como cada indivíduo sabe melhor do que outras pessoas
julgar seu próprio interesse e decidir sobre os melhores meios de atingi-lo, o melhor que ele
tem a fazer é buscar seu próprio interesse. Ao agir dessa forma, esse indivíduo enriquecerá.
Ora, se todos agirem assim, todos enriquecerão e, portanto, o país como um todo
enriquecerá. Vemos assim que o argumento original da mão invisível não é tão paradoxal
quanto pode parecer para alguns, afinal de contas. Isso porque o interesse individual não é
antagônico ao interesse geral. Muito pelo contrário, sob essa ótica, o interesse geral é
simples soma dos interesses individuais. (RETOMEMOS... 2017).
A origem da riqueza das nações sempre foi motivo de debate e divergência entre
pesquisadores, cientistas e políticos, sendo que o pensamento econômico retratado no texto
se relaciona ao
01) Renascimento, que acreditava na razão como elemento de crítica ao teocentrismo
medieval, que negava a acumulação de capital individual, buscando o fortalecimento do
Estado.
02) Calvinismo, quando afirmava ser a mão invisível de Deus determinava que todos os
homens, principalmente os trabalhadores, tinham possibilidade de enriquecimento,
dependendo apenas do esforço individual.
03) Mercantilismo, que se baseava na ideia de que o Estado deveria promover a liberdade
de produção e comercialização, objetivando o enriquecimento individual e,
consequentemente, do Estado.
04) liberalismo econômico, que defendia a plena liberdade individual de produção, sem a
interferência estatal, como elemento de progresso e de promoção da riqueza da nação.

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05) Estado de Bem-Estar Social, consolidado após a Segunda Guerra Mundial, que, no
contexto da Guerra Fria, criticava a planificação estatal soviética e defendia a existência de
um Estado Mínimo.
Comentários:
O texto acima trata de um tipo de pensamento que surgiu em meio ao século XVIII, com o
florescimento do Iluminismo e o aprofundamento dos debates em torno do problema das práticas
econômicas do mercantilismo. Assim, o desenvolvimento iluminista no campo da economia, está
intrinsicamente relacionado ao pensador Adam Smith (1723-1790) e sua principal obra: A riqueza
das Nações. Ele foi considerado o pai fundador do liberalismo econômico. Como um estudioso
do tempo ilustrado, criticava abertamente o mercantilismo, demonstrando que o intervencionismo
do Estado na economia era uma forma de entrave à ordem econômica. Esse é o ponto
fundamental da sua argumentação. Para ele a ordem da economia é parte de uma lei natural: a
da oferta e da demanda. Disso decorre sua máxima: o mercado se autorregula. Mas, como um
pensador ilustrado, ele considerava que uma ordem econômica harmônica poderia garantir a
justiça social e a possibilidade de os homens buscarem sua felicidade. Dessa forma a harmonia
econômica seria alcançada por meio de três condições: Livre concorrência, Divisão do trabalho,
Livre comércio. Assim, os interesses e liberdades individuais de cada pessoa, mesmo que sem
perceber, iriam satisfazer o interesse geral da nação, pois ele nada mais é que a soma dos
interesses particulares de cada ser humano.
Dessa forma, a resposta correta é a afirmação 04, “liberalismo econômico, que defendia a plena
liberdade individual de produção, sem a interferência estatal, como elemento de progresso e de
promoção da riqueza da nação”.
Gabarito: 04

(UEM 2014)
O Sobre o Absolutismo Monárquico, forma de poder político que se desenvolveu na Europa
entre os séculos XVI e XVIII, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01. A Revolução Francesa, iniciada em 1789, acabou com o absolutismo monárquico na
França.
02. A Inglaterra é, nos dias atuais, o único país da Europa Ocidental que ainda mantém a
Monarquia Absolutista como forma de governo.
04. A natureza da Monarquia da Época Moderna e a origem do poder real foram embasadas
teoricamente por pensadores como Nicolau Maquiavel, Jean Bodin e Jacques Bossuet.
08. O primeiro grande abalo no absolutismo na Inglaterra aconteceu com a Revolução
Puritana de 1642, liderada por Oliver Cromwell.
16. Com a fundação da Igreja Anglicana, Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica Romana
e instituiu o controle pela Coroa da Igreja na Inglaterra.
Comentários

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A questão aborda diversos aspectos da Era Moderna na Europa. De fato, foi um momento
marcado por profundas mudanças políticas, sociais, econômicas e religiosas. Estudamos a
formação dos Estados Modernos, as Reformas Religiosas e as Revoluções Burguesas tudo
dentro desse período. Sabendo disso, vamos olhar cada proposição individualmente:
1. Correta. Guiada pelos ideais iluministas, a Revolução Francesa foi um movimento de
caráter burguês com alta participação popular que pôs fim ao Antigo Regime na França.
2. Incorreta. Apesar de ainda existir uma realeza na Inglaterra, ela não possui poder político
absoluto, visto que governa o país junto ao parlamento inglês, ou seja, uma Monarquia
Constitucional Parlamentarista. Além disso, outros países na Europa mantêm monarquia,
como a Espanha.
4. Correta. Como vimos em aulas anteriores, esses intelectuais pensaram teoricamente o
absolutismo e as maneiras de governar.
8. Correta. Como vimos na aula, a Revolução Puritana foi a primeira Revolução Burguesa na
Inglaterra, ocorreu em razão de um embate entre o parlamento inglês e o Rei Carlos I. Teve
como motivações principais o fechamento do parlamento e a imposição do anglicanismo
sobre os católicos, calvinistas e puritanos. O movimento foi liderado por Oliver Cromwell,
um militar. Como resultado, houve o fim da monarquia na Inglaterra e a instauração da
República (mas não por muito tempo).
16. Correta. Após ter seu pedido de divórcio negado pelo Papa e ser excomungado da Igreja
Católica, o Rei Henrique VIII decretou o Ato de Supremacia, pelo qual o soberano se tornava
o chefe absoluto da Igreja da Inglaterra, chamada Igreja Anglicana.

Gabarito: 29

(UEM 2014)
Assinale o que for correto sobre os Estados Nacionais Europeus da Época Moderna.

01. A ideia de que o poder dos monarcas é delegado por Deus está na base da
fundamentação teórica do Estado Nacional.
02. No processo de formação dos Estados Nacionais, a burguesia e a nobreza se uniram para
combater o poder do rei e os privilégios dos senhores feudais.
04. Na Inglaterra e na França, os Estados Nacionais fortaleceram o poder político e militar
dos príncipes e dos barões feudais.
08. Thomas Hobbes figura como um dos teóricos do Estado Nacional Absolutista.
16. Para Nicolau Maquiavel, a plenitude do poder do Estado Nacional se completaria com a
submissão do poder político ao poder da Igreja Católica.

Comentários:
Mais uma questão que trata de diversos pontos do período moderno, mas aqui o foco é nos
Estados Nacionais. Conforme estudamos, os Estados Nacionais Europeus – formados a partir
do século XV – se enquadram no modelo do Antigo Regime, isto é, uma sociedade dividida

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em 3 estamentos: clero, nobreza e 3º Estado. Nesse modelo, o poder tanto político quanto
religioso estava centralizado no Rei. Com isso, vamos para as proposições:
1. Correta. Uma das fundamentações teóricas do Estado Nacional é o Direito Divino do Rei,
segundo a qual o poder dos reis tem como fundamento a vontade de Deus.
2. Incorreta. O processo de formação dos Estados Nacionais diz respeito justamente a
centralização do poder na figura do rei.
4. Incorreta. Novamente, os Estados Nacionais são caracterizados por uma centralização
política. Assim, há um enfraquecimento de poderes locais representados, por exemplo, por
barões feudais (algo típico da Idade Média).
8. Correta. Thomas Hobbes foi um dos pensadores do Estado Moderno, em sua obra “O
Leviatã” ele discute o poder, política e organização social, seus argumentos serviram de base
teórica para o absolutismo.
16. Incorreta. Nicolau Maquiavel acredita que o poder do governante deve ser independente
da moral católica, não sendo coerente, portanto, estar submetido ao poder da Igreja.
Gabarito: 09

(Uem 2019)
O Iluminismo teve um grande impacto não apenas no universo da filosofia do século XVIII,
mas também no campo da história, ao difundir ideias que propunham uma nova ordem
política, econômica e social. A respeito do Iluminismo do século XVIII, assinale o que for
correto.
01) O que caracteriza esse período é a valorização do homem e a profunda crença na razão
humana e em seus poderes.
02) Na Prússia, sob o governo de Frederico II, a educação básica tornou-se obrigatória, e os
cultos religiosos foram permitidos.
04) As tradições feudais e a irrevogabilidade do poder monárquico foram abolidas pelos
déspotas esclarecidos.
08) Em Portugal, o governo de José I teve, na figura do Marquês de Pombal, um perseguidor
da Igreja Católica.
16) Alexis de Tocqueville foi um historiador que criticou a ação modernizadora dos chamados
déspotas esclarecidos.
Comentários
O Iluminismo também é conhecido como Esclarecimento ou Ilustração e foi um movimento
intelectual ocorrido entre os séculos XVII e XVIII, mas que teve influência da política, economia e
sociedade ocidental nos séculos seguintes. O Iluminismo também está intimamente ligado ao
liberalismo, filosofia política e econômica formulada no mesmo contexto. Os iluministas e liberais
defendiam três princípios básicos para o progresso da humanidade: a razão, o indivíduo e a
liberdade. Trata-se de um projeto de sociedade que valorizava a capacidade transformadora do
indivíduo por meio do uso da razão, atributo que só podia ser plenamente usado quando se
gozava de liberdade. Contudo, os iluministas e liberais eram contratualistas, isto é, acreditavam

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que para evitar maiores danos aos direitos naturais dos homens, era necessário se unir em
sociedade por meio de contrato que limitaria a liberdade, mas também o poder dos governantes.
Sabendo disso, vejamos:
01) Verdadeira! Nesse sentido, esses elementos foram herdados do Renascimento que
antecedeu o Iluminismo. Uma vez no século XVIII, “novos valores guiando a vida social para
sua modernização, mais pesquisas e exploração de novos campos do saber, avanços
técnicos, melhorias nas condições de vida, tudo isso somado produziu um clima muito
otimista em relação ao futuro do homem, o que levou a esse surto de ideias. Um movimento
que propunha uma atitude curiosa e livre que se estendia tanto à elaboração teórica como
à sistemática observação empírica. Que acreditava ser o conhecimento a fonte do saber,
de realização e de satisfação para a humanidade. Que acreditava na evolução incessante
do ser humano em direção a etapas cada vez mais avançadas de sua existência como
espécie” (COSTA. Maria Cristina Castilho. Sociologia: uma introdução à ciência da
sociedade. São Paulo: Editora Moderna, 2005, pp 46-47).
02) Verdadeira! Frederico II, da Prússia, é um bom exemplo de despotismo esclarecido. Alguns
monarcas absolutistas souberam cooptar pensadores iluministas ou assimilar suas ideias
para aperfeiçoar a administração de seus governos. Essas alianças pontuais entre iluministas
e reis eram possíveis, pois os primeiros eram contratualistas. Ou seja, acreditavam que era
necessário fazer um contrato social entre governados e governantes, abrindo mão de parte
da liberdade, para não a perder por completo em meio às disputas entre os homens
próprias do estado de natureza. Assim, a questão central era o consentimento. O indivíduo
podia ceder parte de sua liberdade de autogoverno para um soberano ou uma república,
caso assim quisesse e achasse conveniente para seus interesses. Inclusive, apesar de haver
diferentes propostas de regimes políticos entre os iluministas, havia aqueles para os quais
não importava quem ou quantas pessoas governariam, desde que fosse um governo
esclarecido, isto é, iluminista. Assim, o filósofo iluminista Voltaire foi muito próximo de
Frederico II, influenciando as reformas do kaiser prussiano. Vale destacar que aquele
pensador foi o que mais contribuiu para o tema da tolerância religiosa, crítico do clero e
defensor das liberdades individuais.
04) Falsa. Apesar de se apropriarem de determinadas ideias iluministas, sobretudo aquelas
sobre a laicização e racionalização do Estado, os déspotas esclarecidos não acabaram
totalmente com as tradições feudais e a irrevogabilidade do poder monárquico. Em
essência, seus governos continuavam sendo absolutistas, com sociedades ainda muito
estamentais.
08) Verdadeira! O governo de José I é um exemplo de despotismo esclarecido, uma vez que
teve como ministro o Marquês de Pombal, simpatizante das ideias iluministas. Pombal era
um crítico ferrenho da Igreja, sobretudo por discordar dos privilégios fiscais, tributários e
de foro dos quais gozava o clero. Em outras palavras, o clero não pagava impostos sobre
propriedade, nem sobre quaisquer atividades econômicas que porventura desenvolva.
Além disso, os eclesiásticos não podiam ser julgados pelo monarca, pelo parlamento ou
por qualquer outra instituição laica, apenas pela própria Igreja. Além disso, no caos

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português, a educação também estava a cargo dos clérigos, especialmente da ordem dos
jesuítas. Estes ainda tinham um papel importante na colonização portuguesa de outros
territórios. Veremos essa situação de Portugal e de suas colônias durante esse período na
Aula 12, mas por ora memorize que está correto que Pombal acabou perseguiu a Igreja
para promover a laicização do Estado e da educação, assim como tentar eliminar os
privilégios mencionados acima, sobretudo aqueles que tinham consequências econômicas.
16) Verdadeira! Alexis de Tocqueville (1805-1859) foi um filosofo, historiador, cientista político
e escritor francês. Ele era de tendência liberal e defendia uma democracia institucional.
Sobre o despotismo esclarecido, argumentava que uma característica típica era a falta de
ligação entre os governados, pois, por medo, vê no isolamento dos homens a garantia da
própria duração.
Gabarito: 01 + 02 + 08 + 16 = 27

(Uem 2018)
“Nem é tão estranho, como talvez possa parecer antes de dispensar-se a devida atenção,
que a propriedade do trabalho seja capaz de contrabalançar a comunidade da terra. [...] Não
pode haver demonstração mais clara de qualquer assunto do que várias nações da América
as quais se mostram ricas em terra e pobres em todos os confortos da vida; as quais a
natureza tendo fornecido tão liberalmente quanto a qualquer outro povo todos os materiais
em abundância [...] entretanto por falta de melhoramento pelo trabalho, não possuem nem
um centésimo das conveniências de que gozamos. E rei de território grande e fértil lá se
alimenta, mora e veste-se pior que um trabalhador jornaleiro na Inglaterra.”
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril
Cultural, 1983, p. 50).
Considere o fragmento do filósofo inglês John Locke (século XVII) e assinale o que for
correto.
01) O filósofo reproduz uma visão sobre as condições econômicas e sociais do continente
americano de sua época, mas que perdura até os nossos dias.
02) Para o filósofo, a pobreza das nações americanas nasce da pouca atenção ao papel
transformador do trabalho humano, apesar da grande quantidade de riquezas naturais.
04) Para o filósofo, o trabalho confere valor às coisas, e não aos bens em si, conforme são
encontrados na natureza.
08) Esse fragmento é um bom exemplo de um dos fundamentos da concepção liberal de
organização da sociedade por meio do trabalho humano.
16) Para o filósofo, a propriedade da terra não depende do trabalho, das transformações que
os homens fazem nela, mas daquele que possui a posse sem nem mesmo cultivá-la.
Comentários

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John Locke é conhecido como o “pai” do liberalismo político. Como tal, sua filosofia
política defendia a primazia do indivíduo, da razão e da liberdade como essenciais para que a
humanidade encontrasse a felicidade e o progresso. Para ele, a legitimidade do poder vinha do
povo, que cedia parte de seu poder e liberdade pessoais a um ou mais governantes para que a
sociedade funcionasse de forma harmônica garantindo os direitos naturais: a vida, a igualdade, a
liberdade e a propriedade. Entretanto, Locke não via na propriedade o elemento mais essencial
para o progresso, mas sim a liberdade e razão por meio das quais o indivíduo poderia adquirir
propriedades e atingir o progresso. Sendo assim, ele era um crítico do absolutismo e suas formas
autoritárias de interferir na vida dos homens e na economia.
Locke viveu entre 1632 e 1704, período em que a Inglaterra vivenciou a Revolução
Puritana, a República Puritana e a Revolução Gloriosa, processos que deram fim definitivo ao
absolutismo inglês. Além disso, resultaram na formação da monarquia constitucional inglesa,
primeiro governo tipicamente burguês e liberal na Europa. Ele via a história da Inglaterra um
reflexo da história da humanidade, na qual o homem inglês teria se desenvolvido por meio do seu
trabalho individual com uso de suas razão e liberdade ao ponto de ser condição para seu
progresso a superação do modelo absolutista tão arcaico e irracional, do ponto de vista iluminista.
Por outro lado, Locke não via nas Treze Colônias inglesas a mesma situação. É
importante lembrar que a colonização da América do Norte pelos ingleses começou a dar certo
ao longo do século XVII, justamente no espaço de tempo que o filósofo liberal viveu. Em 1607, a
Coroa começou a incentivar a instalação das plantations e fundou a colônia da Virgínia, que
funcionaria nos moldes do mercantilismo e do pacto colonial, comum aos demais processos
colonizadores europeus no continente americano. Contudo, conforme a crise política e religiosa
se intensificava na Inglaterra, alguns perseguidos políticos e religiosos fugiram para a América
Norte e lá fundaram colônias. A primeira delas foi a de Plymouth, fundada pelos puritanos que
fugiam das perseguições de Jaime I. Assim, aos poucos dois tipos de colônia vão se formando no
território colonial inglês: as do norte, fundadas pelos dissidentes ingleses, que funcionavam de
forma mais autônoma em relação à metrópole; e as do sul, nas quais imperava a grande plantation
e o controle metropolitano era mais presente. Como as colônias do norte contavam com um
investimento menor que as do sul e eram mais habitadas por pequenos comerciantes e produtores
e as do sul tinham menos liberdade devido ao controle metropolitano, provavelmente Locke via
nisso condições que emperravam o progresso dos colonos. Sem liberdade, com poucos recursos
e braços para o trabalho, reunindo apenas fugitivos e escravizados de povos considerados
inferiores, o pensador inglês concluía que a abundância da propriedade não era o essencial para
o progresso. Agora, vejamos:
01) Incorreta. Essa interpretação não perdurou até nossa época. Na verdade, após a
independência dos EUA se tornou corrente a interpretação que lá era um território livre
que desconhecera reis desde seus primórdios, tornando aquela nação talvez a única capaz
de realizar a democracia. Essa era a interpretação de Alexis de Tocqueville, por exemplo,
um dos autores mais clássicos sobre o tema.
02) Correta! Está de acordo com o comentário.

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04) Correta! Essa ideia seria aprofundada mais tarde por Adam Smith ao afirmar que
o trabalho é a fonte de toda riqueza, não a terra, como acreditavam os fisiocratas franceses.
08) Correta, pela mesma razão que a anterior.
16) Incorreta, pois contraria tudo dissemos até agora. Apenas a propriedade não é
o suficiente se não houver liberdade, razão e trabalho.
Gabarito: 02 + 04 + 08 = 16

(IFRS 2019)
A adoção dos ideais iluministas não ocorreu de forma homogênea na Europa do século XVIII.
Considerando esse contexto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Inspirados nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, o Estados nacionais europeus
não ofereceram resistência às reivindicações de emancipação e independência em seus
domínios coloniais.
b) As origens do pensamento igualitário podem ser identificadas na Inglaterra revolucionária
do século XVII (Revolução Gloriosa, 1688) que impôs limites ao poder absoluto do rei ao
fortalecer o parlamentarismo.
c) O “Século das Luzes” (século XVIII) teve na França o seu grande palco e tinha entre seus
valores fundamentais a razão e a liberdade de pensamento. Neste sentido, representou uma
profunda crítica às bases do Estado absolutista e a exaltação do ideário burguês.
d) A incorporação parcial dos ideais iluministas por soberanos e governantes europeus ficou
conhecida como despotismo esclarecido. Um destes déspotas foi o Secretário de Estado do
rei D. José I (1750-1777), Sebastião José de Carvalho e Mello (o marquês de Pombal). Pombal
foi responsável pela implementação de uma série de reformas que visavam resolver os
problemas econômicos para a administração do Reino de Portugal e seus domínios,
enquanto internamente combateu com vigor “os ideais franceses” no que diz respeito ao
campo político.
e) A obra coletiva L’Enciclipédie (França, 1751-1772), dirigida pelos filósofos Denis Diderot
e Jean D’Alembert, foi um elemento de divulgação dos ideais iluministas que tiveram sua
concretização no sucesso da Revolução Francesa (1789).

Comentários
O Iluminismo, também conhecido como Ilustração ou Esclarecimento, foi um movimento
intelectual dos séculos XVII e XVIII. Esse movimento não era monolítico, ou seja, não tinha um
único posicionamento político, nem mesmo intelectual. Contudo, todo iluminista concordavam
em pelo menos na primazia de três princípios: o racionalismo, a liberdade e o individualismo.
Para essa geração de pensadores europeus, o indivíduo detinha a maior força transformadora,
não a coletividade. Essa força, assim como o progresso individual e da humanidade, podia ser
alcançada por meio do uso da razão que libertaria as pessoas de qualquer opressão, misticismo

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ou retrocesso civilizatório. A razão era considerada libertadora, mas também necessitava de


algum nível liberdade para ser plenamente exercitada. A ausência de liberdade não impedia
completamente o uso da razão, mas quanto mais livre o indivíduo, melhor desempenho racional
teria.
Nesse sentido, os iluministas eram extremamente críticos dos governos autoritários e da
intolerância religiosa. O clero era um dos principais alvos da maioria dos ilustrados, apesar de
isso não significar que eles tenham aderido ao ateísmo. Lembre-se que nessa altura da história,
já havia ocorrido as Reformas Protestantes que desenvolveram novas vertentes do cristianismo
que também eram críticas à autoridade eclesiástica. Além disso, entre os iluministas, mesmo os
católicos podiam expressar descontentamento com a autoridade religiosa do clero.
Por outro lado, mesmo a maioria deles serem críticos do absolutismo e dos governos
despóticos, também não quer dizer que todos os iluministas fossem contra a monarquia ou outras
formas de governo centralizado. Muitos deles eram contratualistas. Em outras palavras,
acreditavam que a sociedade era firmada por meio de um contrato social, um acordo, feito entre
governados e governantes para que as disputas entre os homens não acabem destruindo os
direitos naturais de todos. Nesse pacto, os indivíduos concedem ao governo o direito de
governar acima deles, no que eles abrem mão de parte de sua liberdade, para que a mesma não
seja completamente comprometida. Portanto, temos exemplos de iluministas que eram
republicanos, outros que preferiam as monarquias constitucionais, aqueles que defendiam
democracias participativas e, ainda, quem argumentava que o poder devia ser divido em
diferentes instituições.
Portanto, vemos que os próprios iluministas eram diversos e, por isso mesmo, suas
diferentes propostas tiveram variadas reações nas distintas regiões da Europa. O movimento
teve início entre intelectuais franceses em um momento que a França era regida por uma
monarquia absolutista. Logo, os iluministas tinham que lidar frequentemente com a perseguição
política e a censura. Contudo, no final do século XVIII, as ideias iluministas já teriam “fermentado”
tanto na sociedade que influenciaram os desdobramentos que resultaram na Revolução
Francesa, de 1789. Por outro lado, na Inglaterra, o iluminismo ao lado das reformas protestantes
teve um grande impacto político e social, influenciando diretamente os rumos da Revolução
Inglesa, que derrubou um monarca absolutista e implantou uma república. Mais tarde, devido
aos rumos ditatoriais da principal liderança republicana, Oliver Cromwell, o parlamento inglês
efetuou a Revolução Gloriosa, desta vez restaurando a monarquia, mas impondo limites ao seu
poder formando uma das primeiras monarquias constitucionais no continente. Ainda, houveram
os déspotas esclarecidos, monarcas absolutistas que se apropriaram de ideias iluministas para
racionalizar seus governos e separar Estado e Igreja, entre outras medidas. Exemplos disso são
Portugal, Prússia, Espanha, etc. Com isso em mente e lembrando que você deve assinalar a
alternativa incorreta, vejamos:
Incorreta! Além da Europa, as ideias iluministas acabaram repercutindo também nos territórios
coloniais na América. À começar pelos Estados Unidos e pelo Haiti, em fins do XVIII, o século XIX
viveria uma onda de revoluções e movimentos de independência nos países americanos, dando
à luz a uma série de repúblicas e ao Império do Brasil, uma monarquia constitucional com

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elementos absolutistas (Veremos mais sobre o caso brasileiro nas Aulas 12 e 13). Entretanto, os
Estados nacionais europeus, muitos dos quais eram as metrópoles dessas colônias, não aceitaram
pacificamente suas independências. Em primeiro lugar porque a maioria deles não compartilhava
dos valores da liberdade, igualdade e fraternidade, ideias levantados pela Revolução Francesa.
Mesmo os países que tinham aderido parcialmente à algumas ideias iluministas não defendiam
plenamente todos esses valores. A Inglaterra mesmo, uma monarquia constitucional nascida em
parte graças às elaborações iluministas, lutou tenazmente contra a independência dos Estados
Unidos. Até mesmo nos países onde o projeto iluminista se mostrou mais radical, como o da
França durante a revolução de 1789, a libertação das colônias não era um consenso. A
independência chegou a ser reconhecida por um dos governos revolucionários, mas revogada
pelos seguintes. Além disso, após o gole de Napoleão que o tornou Imperador, a França tentou
ativamente recolonizar o Haiti e reescravizar a população liberta.
b) Correta!
c) Correta!
d) Correta!
e) Correta!
Gabarito: A

(IFRS 2018)
Entre as principais contribuições para a teoria liberal clássica, encontra-se
a) a defesa do interesse social acima do individual na obra O Capital, de Karl Marx.
b) o modelo de governo desenvolvido por Nicolau Maquiavel.
c) o conceito de Estado Absoluto presente no pensamento de Thomas Hobbes.
d) a defesa da propriedade privada e da cidadania conforme visto em John Locke na obra
Segundo Tratado sobre o Governo.
e) a noção de organização social desenvolvida por Aristóteles em seu livro A Política.

Comentários
A teoria liberal surgiu em meio a efervescência iluminista do século XVII e XVIII. Como dois lados
da mesma moeda, podemos distinguir o liberalismo político e o liberalismo econômico. O primeiro
tem como precursor o filósofo inglês John Locke, crítico do absolutismo. Ele era um defensor da
liberdade religiosa, do princípio de tolerância, da organização política pelo consentimento, da
propriedade privada e do princípio da vontade da maioria. O segundo tem como principal
pensador o também inglês Adam Smith. Ele desenvolveu a economia política enquanto ciência,
defendendo que a economia era regida por leis naturais passíveis de serem observadas. Smith
argumentava que o Estado não deveria interferir nos assuntos econômicos, de modo que a livre
concorrência pudesse prevalecer. Nesse aspecto, ele se colocava um crítico ferrenho do

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mercantilismo. Ele também defendia o poder transformados do indivíduo e a propriedade privada.


Com isso, vejamos:
a) Incorreta. Como acabamos ver, o liberalismo prega o individualismo, ou seja, o inverso da teoria
marxista que se desenvolveu justamente como uma crítica da teoria liberal e do capitalismo em
geral.
b) Incorreta. Maquiavel foi um dos teóricos do absolutismo e viveu antes dos primeiros pensadores
liberais.
c) Incorreta. Hobbes também foi um dos teóricos do absolutismo e, sendo contemporâneo de
Locke, se colocava numa posição antagônica ao mesmo no pensamento político.
d) Correta! Está de acordo com o comentário.
e) Incorreta. Aristóteles viveu muito tempo antes das ideias liberais serem concebidas, sendo um
autor grego da Antiguidade.
Gabarito: D

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Queridos, minha mãe me falava umas coisas que eu carrego para minha vida. As vezes
compartilho. Uma delas era: Ninguém pode atrasar quem veio para vencer!!! Nem sei de onde ela
tirou isso, mas eu carreguei comigo como amuleto. Compartilho com vocês, pois tenho certeza
que nesse momento vocês estão dando seu melhor!
E não esquece: cada dia, cada hora, cada minuto que você se envolve com a tarefa de
adquirir mais conhecimento, gravar mais uma informação, colar mais um post it é uma riqueza
infinita. Ninguém tira de você aquilo que está acumulado: o seu capital cultural. S2

Não esqueça do mantra: Não existe solução mágica, mas existem estratégias que, se utilizadas
com afinco e dedicação, podem realizar sonhos. Nós estamos JUNTOS nesse caminho!!! Contem
comigo, meus querida e querido alunos.

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esmero. E não se esqueça de que não existe dúvida boba. Quanto mais você
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Um grande abraço estratégico,
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