Projeto Iniciação 5 Laudas
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Projeto Iniciação 5 Laudas
terços da superfície terrestre e são responsáveis por absorver grande parte do CO2 na atmosfera,
com isso, resfriam o planeta, e regulam o clima. Segundo o professor do Instituto Oceanográfico
da Universidade de São Paulo, Frederico Brandini, os oceanos são o verdadeiro pulmão do
mundo, pois neles se encontram as algas marinhas, responsáveis pela produção de 54% do
oxigênio do mundo. Além de serem lar para a maior biodiversidade do planeta, que é fonte de
alimento para milhões de pessoas. Com isso, é notável que os oceanos são essenciais para a
vida humana e o funcionamento do ecossistema, porém um dos maiores problemas atuais é a
grande poluição dos mares e oceanos, pela produção desenfreada de lixo, que acaba sendo
despejado nos mesmos, causando vários danos e consequências trágicas para o planeta.
Porém, para onde vai esse lixo? Muitas vezes ele é retirado e descartado em lugares
indevidos, e assim polui o mesmo, grande parte nas águas, como rios, mares e oceanos, o que
resulta em um dos principais problemas atuais, a poluição causada por este lixo que é descartado
de forma imprudente. Esta poluição é um problema global. Anualmente estima-se que oito
milhões de toneladas de resíduos poluem os oceanos.
O lixo urbano é um dos principais responsáveis pelos impactos ambientais. Com esta
urbanização, o crescimento da população e o aumento da tecnologia, influenciam na produção
exacerbada do lixo. O Consumo cotidiano de produtos industrializados, por serem mais
práticos e mais baratos, são as principais causas da produção desenfreada de lixo atualmente.
De acordo com os dados do IBGE de 2015 a maior parte da população brasileira vive
em áreas urbanas, cerca de 84,72% da população. De acordo com Odum (1988) a urbanização
acelerada e o crescimento das cidades promoveram mudanças fisionômicas no Planeta, mias do
que qualquer outra atividade humana. Com o crescimento da urbanização, e o aumento da
pobreza no país, por falta de opção muitas pessoas ocupam áreas “[...] em sua maioria, terrenos
que deveriam ser protegidos para preservação das águas, encostas, fundos de vale entre outros”.
Dos lixos despejados nas águas, 80% vem de industrias e pela falta de saneamento
básico, os outros 20% vem da economia marítima, pesca e transporte marítimo. Cerca de 13
milhões de resíduos são despejados no oceano. Segundo dados da ONU cerca de 800 espécies
que vivem em diferentes locais do planeta são afetadas por lixos marinhos, cujo 80% destes
resíduos são plásticos.
De acordo com a ONG Ocean Conservancy, a pandemia de corona vírus teve um grande
papel no aumento da poluição oceânica, segundo o relatório da ONG, no período de julho a
dezembro de 2020 foi coletado cerca de 110.000 máscaras de proteção individual nas praias e
cursos de água. Como já visto anteriormente, um dos principais poluentes das águas é o lixo
urbano, e com a pandemia, as pessoas em lockdown, passando praticamente o período inteiro
da pandemia dentro de casa, o que aumentou o consumo de fastfood, e comidas prontas,
embaladas em plástico. Com isso, a produção e consumo do lixo aumentou, e consequenteme nte
a poluição marítima também.
O Brasil é um grande agente na poluição dos mares e oceanos, produzindo cerca de sete
milhões de toneladas de plástico, é o maior produtor na América Latina. Anualmente estima- se
que oito milhões de toneladas de resíduos poluem os oceanos, segundo o Estudo da Oceana,
somente o Brasil é responsável por cerca de 325 mil toneladas desses resíduos. De acordo com
o relatório “Um oceano livre de plástico – desafios para reduzir a poluição marinha no Brasil”
mostra que a maior parte do lixo marinho é composta por embalagens e produtos descartáveis.
Está entre os dez países que mais poluem os oceanos, segundo a ONU, casa brasileiro é
responsável por 16 quilogramas de detrito plástico no mar anualmente, quantidade que não é
maior graças a grande quantidade de barragens brasileiras, que impedem que grande parte dos
resíduos não contaminem as águas. A maioria do lixo oceânico são provenientes das bacias
hidrográficas, como por exemplo o Rio Amazonas. A grande população e a falta de medidas de
reciclagem são um dos principais motivos da poluição oceânica, como também a situação
socioeconômica dos brasileiros, como um país subdesenvolvido, com grande parte da
população em estado de pobreza, o consumo de materiais com plástico são mais utilizados
devido aos preços mais acessíveis. Outro grande fator é a pouca reciclagem feita pelos
brasileiros, que apenas 4% reciclam, segundo a Abrelpe, o que se da também pela falta de
políticas públicas, desde a escola até os meios de comunicação, para alertar, ensinar e
influenciar a população da importância da reciclagem.
As consequência desta poluição são muito sérias, tão quanto as mudanças climátic as,
que ao poluir as águas, automaticamente polui-se o meio ambiente, e o povo que nele se habita,
consequentemente o lixo oceânico traz impactos diretos nos gastos com a saúde, tratamento de
água e recuperação do meio ambiente, no Brasil é gasto cerca de 5,5 milhões por ano, de acordo
com a Iswa. Os animais são os que mais sofrem as consequências, o estudo da Oceana aponta
que apenas nas costas da região sudeste e sul foram coletados mais de 3,7 mil animais que
ingeriam resíduos plásticos, onde 10% destes morreram, e 85% dos que morreram eram de
espécies ameaçadas de extinção
Os países que mais poluem o oceano, são eles, respectivamente: Filipinas, que são
responsáveis por mais de um terço dos plásticos que contaminam os oceanos de acordo com a
Our World in Data, na revista Science Advances, logo após tem-se a Índia, responsável por
12,9% do lixo oceânico, a Malásia, com 7, 46%, China com 7,22%, Indonésia com 5,75%, e
em sexto lugar, o Brasil, com 3,86%, seguido pelo Vietnã com 2,88%, Bangladesh com 2,52%,
Tailândia com 2,33% e em décimo lugar, Nigéria com 1,9%.
Com a grande poluição que afetam o mundo todo, em especial os países citados acima,
são importantes as medidas para solucionar tal problemática, com isso, foi criado o All-Atla ntic
Declaration que é um acordo assinado em julho de 2022 envolvendo os Estados Unidos,
Canadá, África do Sul, União Europeia e Brasil cujo objetivo é a proteção e exploração
econômica sustentável das águas do Oceano Atlantico, e visa reduzir a quantidade de lixo nas
águas internacionais, há também um plano com objetivo de regular a mineração oceânica e fixar
metas para que estas atividades econômicas sejam realizadas de forma sustentável, sem
danificar o meio ambiente. Com este acordo, o Brasil irá lançar um sistema de monitorame nto
do oceano, juntamente com Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados
Unidos, de acordo com Marcelo Morales secretário de Pesquisa e Formação Científica do
MCTI. Ambos visam trabalhar pela inovação e pesquisa de forma sustentável, como também
ajuda na melhora das condições marítimas, e consequentemente da via marinha, com um oceano
mais protegido e supervisionado. O Brasil é um dos países que menos investem na proteção
oceânica, porém este acordo pode mudar sua situação e colocar o país como um importante
aliado na proteção das águas.
Uma das iniciativas mundiais mais simbólicas foi a proibição de uso de plásticos em
varias cidades do mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial, 170 nações se
comprometeram a reduzir significativamente o uso de plástico até 2030. O Quênia teve as
sacolas descartáveis proibidas em 2017, e desde julho de 2020 turistas não podem usar garrafas
e pratos descartáveis em praias, florestas, parques nacionais e áreas de conservação. Já no Reino
Unido foi cobrado um imposto sobre sacolas plásticas em 2015, e proibiu-se o uso e
comercialização de produtos com microesferas como sabonetes e cosméticos. Na Inglaterra
canudos, cotonetes, misturadores de plástico foram proibidos.
Segundo a BBC News, Boyan Slat desenvolveu aos 20 anos um projeto que visa limpar
os oceanos de forma prática e efetiva, com a instalação de barreiras flutuantes em áreas de
marés rotáveis, que iriam servir de caminho para o lixo de mover, no sentido de uma plataforma,
onde seria extraído, a corrente oceânica passaria por baixo das barreiras e com ela a vida
marinha, sem redes para a mesma se enroscar. O plástico coletado seria então reciclado e
transformado em óleo.
A ONG The Ocean Clean Up desenvolveu um Sistema de limpeza oceânica, o System
001, que é na forma tubular e configura uma barreira flutuantes em forma de U de 600 metros
de comprimento, e três metros de profundidade anexado logo abaixo, pretende retirar o plástico
da superfície do oceano. A barreira deve ser impulsionada pelo vento e pelas ondas, com o
objetivo de pegar os resíduos que cruzam seu caminho, utilizando as correntes marinhas. Seu
objetivo é levar o sistema ao Great Plastic Garbage Patch, o maior depósito de lixo oceânico do
mundo.
A tecnologia também pode ser usada na criação de jogos digitais como forma de
conscientização ambiental.
As empresas também podem ser grandes aliadas nesta luta, investindo em medidas que
diminuem impactos ambientais nos oceanos. O governo tem a obrigação de corrigir a situação,
ao se preocupar e investir na coleta de lixo, na criação de aterros sanitários nos quais não poluem
o meio ambiente, e na conscientização da população, nas escolas, com aulas que mostrem o
problema e sua solução, como a reciclagem, a conscientização no uso de plásticos, nos meios
eletrônicos, alertando a população sobre as soluções individuais que devem ser feitas por cada
um, ao evitar ao máximo o consumo de materiais descatáveis, separar o lixo, e os descartar de
forma correta, evitar o desperdício de água, investir em produtos e itens reutilizáveis, escolher
empresas que tenham projetos sustentáveis, apoiar ONG´s voltadas a esta causa.
FOLHA DE SÃO PAULO. Poluição plástica afeta 88% das espécies marinhas, diz ONG,
2022. Disponível em:https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2022/02/poluicao-plastica-
afeta-88-das-especies-marinhas-diz-ong.shtml. Acesso em: 29 de Maio de 2022.