O Novo Mundo: História

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História

O Novo Mundo

2o Bimestre – Aula 3
Ensino Fundamental: Anos Finais
● Grandes Navegações; ● Identificar e analisar o termo
“Novo Mundo”;
● Novo Mundo.
● Compreender o contexto
histórico que levou ao uso
do termo “Novo Mundo”.
1- Responda as questões:

a) O que vem à mente quando vocês ouvem a expressão “Novo


Mundo”?
b) Por que a expressão “Novo Mundo” foi usada historicamente
para se referir a certas regiões do planeta? O que ela sugere
sobre a perspectiva da época?
Correção
Quando nos deparamos com a expressão Novo Mundo,
imediatamente somos levados a imagens de descobertas,
exploradores e, talvez, um sentido de novidade e desconhecido. A
simples menção dessa expressão evoca a era das Grandes
Navegações, quando as sociedades europeias lançaram-se aos mares
em busca de terras distantes, desconhecidas até aquele momento.
Essa ideia de Novo Mundo foi construída pelos europeus a partir da
concepção de que existia apenas um mundo conhecido até então, que
era o Mundo Antigo.
Estudante,

Ao definirmos o termo Novo Mundo, cada um de nós pode atribuir


significados pessoais a essa expressão. Para alguns, pode
representar a descoberta de terras inexploradas; para outros, pode
sugerir a interação entre diferentes culturas e civilizações. Essa
definição individual reflete a pluralidade de interpretações que esse
conceito pode abranger.
A partir das fontes históricas e texto historiográfico nos slides a
seguir, analisem:
Em 1503, Américo Vespúcio redigiu a carta Mundus Novus em Lisboa,
endereçada a Lorenzo em Florença, com o seguinte parágrafo de
abertura:
“Ha dias lhe escrevi extensamente acerca do meu regresso das terras
novas, que, na frota a expensas deste Sereníssimo rei de Portugal,
corremos e descobrimos, as quais terras nos deve ser permitido chamar
Novo Mundo, porque, entre os nossos maiores não houve o menor
conhecimento de que fossem habitadas, e para todos que ouvirem será uma
novidade. E, entretanto, esta opinião vai além da dos antigos, pois deles a
maior parte dizem que, além da equinocial, para a banda do meio-dia, não
existia terra continental, mas somente o mar Atlântico, e os que afirmaram
haver ai terra negaram que fosse habitada de racionais.
Mas o ser esta opinião falsa, e a verdade o contrário,
se provou nesta minha última viagem, pois naqueles
meridianos encontrei terra continental habitada de
mais povos e animais que a nossa Europa e a Ásia ou
África, e os ares mais temperados e amenos que em
qualquer outra região conhecida conforme direi,
tratando do que vi ou ouvi digno de notar neste Novo
Mundo, segundo se verá mais abaixo [...]”

RIBEIRO, D.; NETO, C. de A. M. A fundação do Brasil: testemunhos


1500-1700 (Petrópolis, Vozes, 1992. p. 101).
A expressão Novo Mundo,
historicamente, refere-se às regiões
descobertas pelas expedições
europeias, principalmente, às
Américas.
Na época, essa designação refletia
a visão eurocêntrica que via essas
terras como novas fronteiras,
repletas de possibilidades
desconhecidas e desafios.
O “Mundo Antigo” incluía a Europa, a Ásia e a África, regiões que eram
consideradas as principais responsáveis pelo desenvolvimento da
civilização ocidental.
A ocupação das Américas, portanto, representou uma ruptura dessa
concepção, pois a existência de um continente inteiro desconhecido pelos
europeus pôs em xeque a ideia de que o conhecimento do mundo estava
completo.
Com as Grandes Navegações, percebemos como os objetivos
religiosos, por exemplo, a expansão da fé cristã e a missão de “salvar”
os chamados povos “primitivos”, reforçavam uma visão etnocêntrica
que os europeus carregavam consigo, perpetuando a ideia de uma missão
divina de disseminação da civilização ocidental.
O mapa de Santo Isidoro de Sevilha oferece uma
janela fascinante para explorar a predominância da
visão religiosa de mundo na Idade Média,
destacando não apenas a cartografia física, mas
também os aspectos religiosos intrínsecos. Este
mapa medieval, com sua representação "T e O",
reflete sua época, em que Jerusalém
frequentemente ocupava o centro e a Ásia era
ampliada, simbolizando a importância espiritual.
O Mediterrâneo era dividido em três
continentes: Europa, Ásia e África, sendo o "O"
um Oceano circundante.
Essa ideia de “Novo Mundo” também
trouxe consequências importantes para a
forma como os europeus viam os povos
originários (indígenas) das Américas.
Eles eram considerados “selvagens” e
“primitivos”, pois não se enquadravam
nos padrões de civilização e cultura dos
europeus. Isso levou os europeus a
justificar a colonização e a exploração
das Américas como uma forma de
“civilizar” e “educar” os povos originários.
Observe e
analise a
imagem ao
lado.
2- Considerando a pintura Alegoria do Novo Mundo: Américo Vespúcio
desperta a América adormecida, A gravura de Jean van
der Straet representa a chegada dos europeus – na figura de Américo
Vespúcio –, à América (na figura da indígena nua). Junto aos relatos
escritos sobre o “Novo Mundo”, as gravuras produzidas tinham por
objetivo, reforçar, consolidar e legitimar o conteúdo apresentado nesses
relatos. Assim, em conjunto com o que apreendemos até agora na aula,
responda à questão proposta em seu caderno:
a) Como as representações visuais na pintura podem refletir as
perspectivas históricas da época em que foram criadas? Identifique
elementos que indiquem visões culturais, ideológicas ou políticas da
descoberta do “Novo Mundo”. Explique.
a) Como as representações visuais na pintura podem refletir
as perspectivas históricas da época em que foram criadas?
Identifique elementos que indiquem visões culturais, ideológicas ou
políticas da descoberta do “Novo Mundo”. Explique.
Resposta: Na pintura Alegoria do Novo Mundo: Américo Vespúcio
desperta a América adormecida, as representações visuais refletem as
perspectivas históricas da época. A presença simbólica de Américo
Vespúcio despertando a América adormecida sugere uma visão de
conquista. Isso pode ser identificado por elementos como vestimentas,
objetos tecnológicos da época nas mãos, expressões faciais e
posicionamento dos personagens, em que o europeu mais alto, superior
e imponente desperta uma mulher sem roupas em uma posição mais
baixa.
Novo Mundo
• Visão eurocêntrica: Europa como centro do mundo e berço da
civilização.
• Sentimento de superioridade: Europa como modelo a ser seguido.
• Termo colonialista: América como terra vazia a ser conquistada.
• Negação das civilizações nativas: ignora milhões de pessoas e suas
culturas.
• Visão distorcida da história: ignora contribuições de outras culturas.
• Legitimação da colonização: justifica a dominação e a exploração.
• Preconceitos e estereótipos: perpetua a marginalização de povos
não europeus.
3- Vamos explorar o conceito de Novo Mundo. Em grupos de até três
estudantes, responda às questões:

a) Quais são as implicações de chamar a Europa de “Velho Mundo”?


b) Como a expressão “Novo Mundo” reflete a perspectiva europeia
sobre a América?
c) A visão histórica eurocêntrica exclui as contribuições dos povos
originários. Que impacto essa exclusão gera? Explique.
Correção
a) Quais são as implicações de chamar a Europa de “Velho Mundo”?
Resposta: Chamar a Europa de “Velho Mundo” implica em uma
visão que considera sua civilização como mais antiga e avançada,
perpetuando a ideia de superioridade cultural.
b) Como a expressão “Novo Mundo” reflete a perspectiva europeia
sobre a América?
Resposta: A expressão “Novo Mundo” reflete a perspectiva
europeia sobre a América ao sugerir que o continente recém-
descoberto era uma novidade em relação aos continentes já
conhecidos, reforçando uma visão de eurocentrismo e
desconhecimento prévio.
Correção
c) A visão histórica eurocêntrica exclui as contribuições dos povos
originários. Que impacto essa exclusão gera? Explique.
Resposta: A exclusão das civilizações nativas, na visão histórica
eurocêntrica, resulta na negação de suas contribuições
significativas, reforçando a ideia de que a história significativa
começou apenas com a chegada dos europeus, ignorando as
ricas culturas e civilizações que existiam nesses locais
anteriormente.
● Identificamos e analisamos o termo “Novo
Mundo”, compreendendo-o não apenas como
uma designação geográfica, mas explorando
as complexidades do contexto histórico que
levaram os europeus a utilizar essa expressão
durante as Grandes Navegações.
CERTEAU, M. de. Ethno-graphie. L’oralité, ou l’espace de l’autre: Léry. In: L’écriture de l’histoire. Paris:
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Slide 8 – Imagem: Mapa-mundo de Henricus Martellus Germanus (por volta de 1489), o mais
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_world_map.jpg. Acesso em: 5 fev. 2024.
Slide 10 – Imagem: Mapa T e O do Etymologiae de Santo Isidoro de Sevilha. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mapa_T_e_O#/media/Ficheiro:Diagrammatic_T-O_world_map_-
_12th_c.jpg. Acesso em: 5 fev. 2024.
Slide 11 – Imagem: História do Novo Mundo História antipodum oder newe Welt. Matthäus
Merian, 1631. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Graverat_titelblad_-
_Skoklosters_slott_-_93404.tif. Acesso em: 5 fev. 2024.
Slide 12 – Imagem: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Stradanus_America.jpg

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