Ap Matematica Financeira

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INSTITUTO FEDERAL

Mato Grosso do Sul


Centro de Referência
em Educação a Distância Cread

MATEMÁTICA
FINANCEIRA
Bruno Vicente Marchi de Macedo
Fernando Boze dos Santos
Gleison Nunes Jardim
Odilon Novaes Silva
Renan Gustavo Araujo de Lima
Bruno Vicente Marchi de Macedo
Fernando Boze dos Santos
Gleison Nunes Jardim
Odilon Novaes Silva
Renan Gustavo Araujo de Lima

MATEMÁTICA
FINANCEIRA

IFMS
2023
MACEDO, Bruno Vicente Marchi de;
SANTOS, Fernando Boze dos; JARDIM,
Gleison Nunes; SILVA, Odilon Novaes;
LIMA, Renan Gustavo Araujo de. Ma-
temática Financeira. Bruno Vicente
Marchi de Macedo; Fernando Boze dos
Santos; Gleison Nunes Jardim; Odilon
Novaes Silva; Renan Gustavo Araujo de
Lima. Campo Grande: IFMS, 2023.

54 p.
Matemática Financeira

Indicação de Ícones

Objetivos de Glossário
Aprendizagem

Subseções de Atenção!
Estudo

Fique de Olho Dica

Guarde Bem Isto Você Sabia?

Link Saiba Mais

Download Revisando...

Vídeo/Áudio Para Refletir...

Leitura Exercícios
Complementar de Fixação

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Sumário
Seção 1 - Porcentagem.............................................................................. 9
1.1 Definição................................................................................................................... 9
1.2 Aplicação................................................................................................................... 10
1.3 Operações com Mercadorias................................................................................. 11
1.4 Aumentos e descontos........................................................................................... 12

Seção 2 - Capitalização Simples................................................................ 17


2.1 Juros Simples: definição, cálculo de juro e de montante.................................... 17
2.2 Homogeneidade entre a taxa e o tempo............................................................. 19

Seção 3 - Capitalização Composta............................................................ 23


3.1 Definição e aplicação.............................................................................................. 23
3.2 Taxas......................................................................................................................... 27
3.3 Períodos de capitalização....................................................................................... 30

Seção 4 - Séries de Pagamentos............................................................... 35


4.1 Classificação............................................................................................................. 35
4.2 Fluxo de caixa........................................................................................................... 37
4.3 Série Uniforme de pagamentos............................................................................. 38

Seção 5 - Sistemas de Amortização.......................................................... 43


5.1 Apresentação........................................................................................................... 43
5.2 Sistema de Amortização Constante (SAC)............................................................ 44
5.3 Sistema Price ou Francês (PRICE).......................................................................... 46

Referências................................................................................................. 51

Referências de Figuras.............................................................................. 52

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Seção 1 - Porcentagem

Objetivos de Aprendizagem
• Apresentaremos a definição de porcentagem, os conceitos bá-
sicos e também algumas operações que façam o uso da mesma
para operações de lucro e prejuízo com mercadorias.

Subseções de Estudo
1.1 Definição
1.2 Aplicação
1.3 Operações com Mercadorias
1.4 Aumentos e descontos

1.1 Definição
Quando desejamos indicar uma parte ou fração de algo, por exem-
plo, o lucro obtido em uma venda, o rendimento de uma aplicação,
estamos representando essa parte em relação a um todo. Para essa re-
presentação é bastante usual a utilização da porcentagem.

O símbolo de % (porcentagem) representa a divisão por cem par-


tes e pode ter sua representação na forma percentual, fracionária ou
decimal, por exemplo:

5% = 5 = 0,05 , representa 5 partes em cem.


100

Link
Curiosidade
Reportagem – Entenda porque a Matemática Financeira pode
ser útil para você.
https://www.capitalresearch.com.br/blog/investimentos/importancia-
-da-matematica-financeira/

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1.2 Aplicação
A porcentagem é de grande utilidade nos cálculos que envolvem
dinheiro, no comércio de forma geral, nos bancos, e em situações que
envolvem dinheiro, consequentemente na Matemática Financeira.

Exemplo:

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de


Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) em
certo produto tem alíquota de 15%. Calcule o imposto a ser pago, saben-
do que a compra do produto em questão é de valor R$600.

Resposta:
Precisamos calcular quanto representa 15% de um total de 600, logo
temos:

15% de 600
0,15 • 600
90

O imposto a ser pago, considerando as informações do enunciado é de


R$90,00.

Vídeo
https://youtu.be/h-uM_s-hd9s

Exemplo:

Um vendedor comissionado trabalha numa empresa onde as comissões


são variáveis, de acordo com a categoria do produto, oscilando de 2% a
15%. Ao vender um dos itens mais lucrativos no seu repertório, recebeu
o crédito de R$50 referente a uma venda de R$400. Nesse item, qual foi
o percentual da comissão?

Resposta:

Para determinar a porcentagem é necessário


parte 50
• 100 = • 100 = 12,5%
total 400

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Vídeo
https://youtu.be/sLwqwp8N-70

1.3 Operações com Mercadorias


Quando é realizada uma operação com mercadorias, o objetivo é
determinar qual é o valor do lucro da operação.

O valor do lucro, por si, representa a diferença entre o que foi in-
vestido e o que foi obtido no final, podendo ser representado por:

Lucro = Venda - Custo

Obs.: Quando o valor do lucro é negativo, o mesmo é denominado


de prejuízo.

Exemplos:

1 - Ao comprar um bem por R$ 50,00 e vender o mesmo por R$ 60,00,


qual é o percentual que o lucro representa em relação ao preço de custo
e em relação ao preço de venda?

Nesse caso, o valor do lucro é de R$ 10,00, portanto temos:

Em relação ao custo: Em relação a venda:


parte parte
• 100 • 100
total total
10 10
= • 100 = • 100
50 60
= 20% = 16,67%

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Vídeo
https://youtu.be/30qVkd6MRs0

Exemplo:

2 - Um objeto foi adquirido por R$ 500,00, por quanto deverá ser vendi-
do para que o lucro represente 40% do preço de venda?

Lucro = Venda - Custo


40% • V = V - C
0,4 • V = V - 500
0,4 • V - V = -500
-0,6V = -500 (-1) O mesmo deverá ser vendido por
R$ 833,33 para que o lucro repre-
0,6V = 500
sente 40% sobre o preço de venda.
V = 833,33

Vídeo
https://youtu.be/gHLx2SP-RPU

1.4 Aumentos e descontos


O estudo de porcentagem, por vezes pode nos induzir a erros, de-
vido à análise de situações a partir da intuição. Vamos apresentar uma
situação e, após a leitura, gostaríamos que fizesse a sua análise:

Certo dia um consumidor foi até uma loja de móveis em sua cida-
de, com interesse em adquirir uma cama. Ao chegar à loja, o vendedor
lhe apresentou alguns itens e após escolher o produto, o consumidor
quis negociar o preço, já que pretendia efetuar o pagamento em di-
nheiro.

O vendedor lhe ofereceu um desconto de 15% para o pagamento


à vista, mas o cliente pediu 20% de desconto. Após o vendedor alegar

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que não podia dar um desconto maior, o cliente pediu pra falar com
o gerente, que ofereceu um desconto na seguinte forma: “te dou 10%
de desconto, em seguida mais 10% de desconto.” O cliente ficou satisfeito
pois seu pedido foi atendido e fechou negócio.

Figura 1.1: Cama


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

A pergunta é:

O cliente recebeu de desconto os 20% que havia pedido?


(registre a sua resposta para verificarmos posteriormente)

Bom, para responder esse questionamento, primeiramente preci-


samos definir uma forma de calcular aumentos e descontos, de um
modo que é possível utilizar para todos os casos.

Então, faremos da seguinte forma:

O valor inicial do produto, como é um todo, adotaremos que ele é


100% e em cima dele estimaremos os aumentos ou descontos, únicos
ou sucessivos.
Quadro 1.1

Para aumentar x% Para reduzir x%


valor • (100+x)% valor • (100-x)%

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Exemplos:

O gás de cozinha no início de janeiro custava R$90,00. Uma semana após


teve um aumento de 10%, para qual valor passou seu custo?

Resposta:

Usando a técnica apresentada, temos:

valor • (100+x)%
90 • (100+10)%
90 • 110%
90 • 1,1
99

Portanto, após o aumento o valor do gás passa a ser R$99,00.

Apesar da aparentar ser simples, a ideia é ser útil quando tivermos


aumentos e descontos sucessivos.

Exemplo:

A gasolina no mês de fevereiro de determinado ano, durante o mês so-


freu 3 alterações de valor. Primeiro um aumento de 5%, em seguida um
aumento de 8% e após em seguida uma redução de 4%. Qual foi a varia-
ção percentual que a gasolina sofreu nesse mês de fevereiro?

Resposta:

Usando a técnica apresentada nas variações apresentadas no enuncia-


do, teremos:

valor (aumento de 5%) • (aumento de 8%) • (redução 4%)

valor • (100+5)% • (100+8)% • (100-4)%


valor • 105% • 108% • 96%
valor • 1,05 • 1,08 • 0,96
valor • 1,08864
valor • 108,864%
valor • (100+8,8864)%

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Portanto, após as variações apresentadas no enunciado, o aumento foi


de 8,8864%

Retomando a situação apresentada no início do tópico.

O vendedor lhe ofereceu um desconto de 15% para o pagamento


à vista, mas o cliente pediu 20% de desconto. Após o vendedor alegar
que não podia dar um desconto maior, o cliente pediu pra falar com
o gerente, que ofereceu um desconto na seguinte forma: “te dou 10%
de desconto, em seguida mais 10% de desconto.” O cliente ficou satisfeito
pois seu pedido foi atendido e fechou negócio.

A pergunta é:
O cliente recebeu de desconto os 20% que havia pedido?
(registre a sua resposta para verificarmos posteriormente)

Bom, a partir da estratégia de resolução apresentada anteriormen-


te, pode-se dizer que o desconto que o cliente obteve na sua compra
foi de 19%, e não foi os 20% que pediu.

Revisando...
Nessa seção estudamos algumas situações que envolvem juros
e a importância deles nos conceitos associados a matemática
financeira.

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Seção 2 - Capitalização Simples

Objetivos de Aprendizagem
• Apresentaremos o conceito de juros, em especial conceitos
associados a juro simples e algumas de suas aplicações.

Subseções de Estudo
2.1 Juros Simples: definição, cálculo de juro e de montante
2.2 Homogeneidade entre a taxa e o tempo

2.1 Juros Simples: definição, cálculo de juro e de montante

Juros
Juro é o valor pago pelo uso do dinheiro que não é de sua propriedade por
certo tempo. É como se pagássemos um aluguel de dinheiro que não é nosso.

Figura 2.1: Juros


Fonte: https://www.facebook.com/conhecereconomiauesc/photos/juros-s%C3%A3o-o-
-aluguel-do-dinheiro-quer-defini%C3%A7%C3%A3o-mais-simples-que-essa-quando-voc%-
C3%AA/1046283205563413/ disponível em 25/03/2021.

O cálculo do juro pode ser de duas maneiras:

A capitalização simples (juros simples) ou capitalização composta


(juro composto).

A diferença entre eles está no referencial onde é calculado o juro,


no caso da capitalização simples, o juro é calculado em cima do capital
inicial, já no caso da capitalização composto, o juro é calculado em
cima do montante (valor acumulado período a período).
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Vale ressaltar que a maioria das situações que envolvem juros co-
mercialmente, são aplicados os juros compostos, que o regime de ju-
ros simples é algo mais difícil de ocorrer, como podemos dizer: “é algo
de pai para filho”, mas mesmo assim, precisamos compreender como
funciona as duas modalidades para um melhor entendimento.

Agora, estudaremos a capitalização simples, e posteriormente, en-


traremos em mais detalhes sobre a capitalização composta.

Fatores que determinam a existência de juros


Entre os diversos fatores que podem ocasionar a existência de ju-
ros, citarei alguns:

Inflação: desgaste da moeda, representa a redução do poder aqui-


sitivo da moeda, exige que o investimento produza retorno maior que
o capital investido.

Utilidade: investir significa deixar de consumir hoje para consu-


mir amanhã, o que só é atraente quando o capital recebe remunera-
ção adequada, isto é, havendo preferência temporal para consumir,
as pessoas querem uma recompensa pela abstinência do consumo. O
prêmio para que não haja consumo é o juro.

Risco: existe sempre a possibilidade de o investimento não cor-


responder às expectativas. Isso se deve ao fato de que o devedor não
poder pagar o débito, o tempo de empréstimo (as operações de curto
prazo são menos arriscadas) e o volume do capital emprestado. Po-
de-se associar ao acréscimo na taxa pelo maior risco, como sendo um
seguro que o ofertante de fundos cobra para assumir.

Oportunidade: os recursos disponíveis para investir são limita-


dos, motivo pelo qual ao se aceitar determinado projeto perde-se
oportunidades de ganhos em outros, e é preciso que o primeiro ofe-
reça retorno satisfatório.

Para o investidor, o juro é a remuneração do investimento e para o


tomador, o juro é o custo do capital obtido por empréstimo.
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Cálculo dos juros e o Montante


Para se determinar o valor do juro, é preciso calcular a porcenta-
gem que ele representa em relação ao valor de referência, de acordo
com a unidade de tempo utilizada.

A soma do capital adicionado ao juro produzido em denominado


período de aplicação é chamada de montante.

Montante = Capital + Juros

Se um empréstimo no regime de juros simples, no valor de R$


500,00 é feito com juros de 3% a.m., significa que a cada mês, tere-
mos que pagar a importância referente a 3% do capital, na forma de
juros, ou seja, R$15,00.

Nesse caso o valor do montante (ou valor acumulado) é de


R$515,00.

Para se calcular o valor do juro, no regime de capitalização simples,


utilize a relação:

J=C•i•t
M=C+J
onde:
onde:
J = juros
e utilize também J = juros
C = capital
C = capital
i = taxa de juros
M = montante
t = período de aplicação

Atenção!
A taxa de juros deve ser utilizada na forma unitária.

2.2 Homogeneidade entre a taxa e o tempo


O valor do juro é calculado de acordo com a unidade de tempo
utilizada. Mas nem em todas as situações isso ocorre, podemos ter um
financiamento com a taxa de juros de 12%a.a., num prazo de 4 meses,
ou ainda, uma aplicação com rendimento de 3%a.m., por 5 semestres.

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Nessas situações é fundamental, antes de iniciar o processo, homo-


geneizar (deixar na mesma unidade temporal) a unidade referente a
taxa de juros e a unidade referente ao período de aplicação.

Dica
Não é que seja uma regra, mas é mais fácil em todos os casos
converter o tempo para ficar na mesma unidade que a taxa.

Nos exemplos a seguir, considerar que estamos falando da capitali-


zação no regime de juros simples.

Exemplos:

1 - Tomou-se emprestado a importância de R$1.200,00, pelo prazo de 2


anos, à taxa de 30% ao ano. Qual é o valor do juro a ser pago?

J=C•i•t
J = 1200 • 0,3 • 2
J = 720,00

Portanto, o valor a ser pago como juro é de R$ 720,00.

Vídeo
https://youtu.be/rlTcx5G-WQI

Exemplo:

2 - Um capital de R$ 2.400,00 é aplicado durante 10 meses, à taxa de


24%a.a. Determine o montante obtido.

J=C•i•t M=C+J
10
J = 2400 • 0,24 • M = 2400 + 480
12
J = 480,00 M = 2880

Portanto o montante obtido no fim da aplicação, é de R$ 2.880,00

Obs.: o período que aparecia em meses, foi transformado em ano, para


ficar de acordo com a taxa de juros.

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Vídeo
https://youtu.be/zIvMrDL3rjk

A seguir, apresentarei algumas definições de conceitos utilizado em juros.

Juro Ordinários
No juro ordinário, são utilizados os chamados mês e ano comer-
cial. O mês comercial é considerado com 30 dias (todos os meses) e
consequentemente o ano comercial é considerado com 360 dias.

Juro Exato
Como o nome já diz, é considerado para o seu cálculo os dias exa-
tos, meses com 28, 29*, 30 ou 31 dias e os anos com 365 ou 366*
dias. (quando o ano é um ano bissexto)

Juros ordinários (regra dos banqueiros)


Mesmo critério do comercial, mas o período pode ser dado no nú-
mero de dias exato.

Dica
Regra para o cálculo de juros simples

Figura 2.2: Juros simples


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Vídeo
https://youtu.be/DXYRFN7IT0M

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Revisando...
Nessa seção estudamos os conceitos associados a juros sim-
ples e algumas situações em que podemos analisar o seu com-
portamento no mundo financeiro.

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Seção 3 - Capitalização Composta

Objetivos de Aprendizagem
• Apresentaremos o conceito de juros compostos, apresentan-
do a diferença entre essa modalidade e o juro simples. Também
serão abordados os procedimentos para cálculo dos elementos
dos juros compostos, além de interpretações relacionadas a ca-
pitalização composta.

Subseções de Estudo
3.1 Definição e aplicação
3.2 Taxas
3.3 Períodos de capitalização

3.1 Definição e aplicação

Definição
O Juro composto é a modalidade de rendimento, onde o juro é
calculado em relação ao montante (capital + juros).

Ou seja, o juro do mês é incorporado ao capital, constituindo um


novo capital a cada mês para o cálculo de novos juros. Esse tipo de ren-
dimento é muito vantajoso, sendo utilizado pelo atual sistema financei-
ro. As instituições financeiras utilizam esse método de capitalização nas
aplicações financeiras, assim como na elaboração de financiamentos.

Figura 3.1: Comparando juros simples e juros compostos


Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/se/ta/setajuros1.jpg - disponível em 25/03/2021.
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Vídeo
O Poder dos Juros Compostos para te deixar rico! – Canal
EconoMirna
https://youtu.be/ha5hNH6eHBI

Aplicação
A aplicação dos juros compostos são as mais diversas possíveis, visto
que é o regime de capitalização mais utilizado pelo sistema financeiro
do Brasil. A princípio, estudaremos os juros compostos com somente
uma aplicação.

Para o cálculo dos juros compostos, vale-se as relações:

M = C (1 + i)t M=C+J

Onde:
• M é o montante de aplicação, podemos também utilizar (FV);
• C é o capital investido, podemos também utilizar (PV);
• I é a taxa de juros;
• T é o período de aplicação, podendo ser utilizado também (n);
• J é o juros.

Não nos aprofundaremos em conceitos de cálculo matemático de-


vido a complexidade que essas situações podem chegar, vamos deixar o
estudo voltado a compreender os conceitos de matemática financeira e
utilizar ferramentas de cálculo para o trabalho braçal, para determinar
os elementos necessários em juros compostos, faremos o uso de uma
calculadora financeira, a HP 12C, (qualquer uma das versões) para
isso indicarei duas formas gratuitas de obter a ferramenta.

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Figura 3.2: Calculadora HP


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

1ª: instalando um app no celular (Touch RPN Calculadora) dis-


ponível em:
https://play.google.com/store/apps/details?id=co.epxx.touch12i-
f&hl=pt_BR&gl=US

2ª: utilizando o emulador na página do navegador, disponível em:


https://simulado.estacio.br/img/Hp/

Download
Importante: o curso que estamos desenvolvendo não é de
como operar a calculadora HP 12C, portanto serão apresenta-
das somente as informações necessárias para atender aos nossos co-
nhecimentos propostos de Matemática Financeira, caso desejem mais
conhecimento a respeito, após a conclusão do módulo de Matemática
Financeira, deixarei o link abaixo.

Manual da Calculadora HP 12C


https://h10032.www1.hp.com/ctg/Manual/bpia5239.pdf

Vídeo
Basicão da calculadora
https://youtu.be/vd0MFOf6SL4

Para trabalharmos com juros compostos, na calculadora HP 12C,


precisamos utilizar somente os itens listados a seguir:

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Os registradores financeiros utilizados são as teclas superiores es-


querdas do teclado da máquina: n, i, PV e FV:

Figura 3.3: Teclas para juros compostos na Calculadora HP


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Montante
Determinar o montante de uma aplicação é encontrar o valor obtido
por um investimento (valor acumulado), após certo tempo de aplicação.

Exemplo:

1 - Qual é o montante obtido por um investimento de R$ 100,00 por 5


anos, a taxa de juros de 6%a.m.?

M = C (1 + i)t
M = 100 • (1 + 0,06)60
M = 100 • 1,0660
M = 3.298,77

Obs.: nos juros compostos, sempre converter, quando necessário, o


período de aplicação.

Figura 3.4

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Exemplo:

2 - Uma aplicação acumulou após 10 anos R$1.629,00. Se a taxa de juros


compostos é de 5%a.a., quanto investi inicialmente?
M = C (1 + i)t
1629 = C • (1 + 0,05)10
1629 = C • 1,0510
1629 = C • 1,6288946
C = 1000,06

Figura 3.5

3.2 Taxas

Incompatibilidade entre prazo e taxa de juros


Nos cálculos dos juros compostos, vamos procurar sempre expres-
sar o período conforme a unidade da taxa de juros e não o contrário.
Isto é porque a taxa de juros incide sobre o valor atualizado, o que tor-
na a conversão das taxas de juros compostas um cálculo exponencial,
enquanto que a conversão de taxas simples era linear (bastando dividir
ou multiplicá-las). Logo, vamos dividir ou multiplicar o período e não
a taxa composta, pois este é convertido da mesma maneira em ambos
os regimes.

O procedimento de conversão é feito através de multiplicação ou


de divisão, conforme passamos de um período unitariamente maior
para menor e vice-versa, respectivamente. Por exemplo, 7% a.s. e 3

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anos. Começamos, novamente, pelo período: Um ano são quantos


semestres? A resposta, neste caso, é direta: um ano são 2 semestres.
Logo, temos que multiplicar os anos (3) por 2, o que resulta em 6
semestres. Outro exemplo, 5 meses e taxa de 4% a.t.. Começamos a
partir do período e perguntamo-nos: Um mês são quantos trimestres?

Como a resposta é invertida, isto é, um trimestre são 3 meses, te-


mos que dividir por 3: um mês é equivale a 1/3 = 0,3333 semestre.

Cálculo da taxa
Isolar a taxa de juros da fórmula básica exige um pouco mais de
cuidados. Partido da fórmula básica, passamos o PV para o lado es-
querdo da igualdade. Como o mesmo estava multiplicando todo o
lado direito, passará a dividir todo o esquerdo:

FV = PV (1 + i)n

FV
PV
= (1 + i)n

Essa relação após uma pequena manipulação algébrica é equivalen-


te a:

n FV
i= -1
PV

Exemplo:

Qual a taxa de juros mensal da aplicação de R$ 2.000,00 que resultou


em juros de R$ 500,00 em 8 meses?

Solução:
PV = 2000
n = 8 meses
FV = 2000 + 500 = 2500

Aplicando a fórmula específica:

28
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n FV
-1 = i
PV

8 2500
-1 = i
2000

Logo, temos aproximadamente que i = 2,83% a.m.

Figura 3.6

Os períodos podem ser discretos ou contínuos. São chamadas de


discretos, quando se apresentam em períodos inteiros (5 meses ou 12
anos) estando estes períodos na mesma unidade da taxa de juros.

São contínuos quando o período não se apresenta em períodos in-


teiros (ex: se a taxa é ao mês, o período é de 5 meses e 10 dias ou ainda
se a taxa for anual, e o período for de 3 anos e 4 meses).

Para o cálculo do montante em juros compostos para períodos con-


tínuos pode ser utilizada a conversão exponencial, onde o juro do perío-
do não inteiro também é calculado utilizando a capitalização composta
ou então utilizando a conversão linear, onde o juro do período não
inteiro é calculado utilizando o juro simples, ou seja, é calculado o juro
composto dos períodos inteiros e os períodos menores que o período de
capitalização estipulado (nesse caso apresenta-se juro maior).
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3.3 Períodos de capitalização

Cálculo do Período
Para se isolar o n da fórmula básica, é necessário utilizar a função
matemática do logaritmo. A fórmula do prazo, após alguns passos
algébricos, é:

FV
ln
PV
n=
ln (1 + i)

onde: ln = logaritmo natural (obs.: também pode ser utilizado o


logaritmo decimal log).

Exemplo:

Qual o prazo do investimento de R$ 400,00 que rendeu R$ 61,17, saben-


do que a taxa foi de 2,4% a.m.?

Solução:

Usando a fórmula específica:

FV 461,17
ln ln
PV 400
n= = = 6 meses
ln (1 + i) ln (1 + 0,024)

Figura 3.7

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Valor atual
Cálculo do principal
Quando o valor desconhecido for o capital principal, podemos uti-
lizar uma fórmula específica como veremos a seguir. Para isolar o PV
na fórmula, transferimos o fator que estava multiplicando para o ou-
tro lado da igualdade, onde passará a dividir:

FV = PV (1 + i)n
FV
(1 + i)n
= PV

FV
PV = (1 + i)n

Exemplo:

Qual o principal capaz de gerar um montante de R$ 3.000,00 ao longo de


6 meses aplicado à taxa de 4% a.m.?

Figura 3.8

Solução 1: Aplicação da fórmula específica:

FV
PV = (1 + i)n

3000
PV = = 2.370,94
(1 + 0,04)6

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Informações adicionais
Algo relevante para a calculadora HP-12C é que, normalmente,
para períodos fracionários, a mesma calcula os juros como sendo sim-
ples. Assim, um investimento de R$ 100,00 durante 2,5 meses à taxa
de 10% a.m. nos dará um montante de R$ 127,05, por que:

100,00 +10%
͢ 110,00 +10%
͢ 121,00

Usando o capital de R$ 121,00, a HP-12C aplica agora juros sim-


ples para o restante do prazo (fracionário): 10% a.m. em juros simples
equivalem a 5% em 0,5 mês ou 15 dias:

121,00 +5%͢ 127,05

Podemos verificar que a máquina faz exatamente o que foi exposto,


através de seus registradores financeiros:
Quadro 3.1

Pressione Visor
f CLEAR FIN (mantido)
100 CHS PV -100,00
10 i 10,00
2,5 n 2,5
FV 127,05

Este procedimento é usado nos EUA e é chamado convenção line-


ar para períodos fracionários. No entanto, no Brasil, o mesmo não é
usado e, mesmo para prazos fracionários, considera-se o regime com-
posto. Para modificar a máquina neste sentido, você deverá pressionar
as teclas STO EEX, ocasião em que aparecerá a letra C permanente-
mente no visor de sua máquina. Você notará que, mesmo desligando a
máquina, o indicador C não será esquecido. Para retornar à condição
americana, pressione novamente as teclas STO EEX. Nos exercícios,
só iremos utilizar a convenção linear quando explícito no problema,
já que estamos no Brasil. Continuando o exemplo do quadro anterior:
Quadro 3.2

Pressione Visor
STO EEX (aparece o C)
FV 126,91

Este resultado pode ser confirmado do montante composto.


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Outra característica da HP-12C é que a mesma ao calcular prazos


e, caso estes tenham partes decimais, o resultado será o inteiro seguin-
te. Assim, se um prazo resultou em 3,2 meses, a calculadora mostrará
4 meses. Esta consideração é útil quando não houver a possibilidade
de o rendimento ser dado numa unidade menor, por exemplo, taxa
em meses e prazo em dias. No entanto, quando isso não for o caso,
vamos preferir a fórmula do quadro apresentada no início do tópico
Períodos de Capitalização, que faz uso de logaritmos neperianos. Po-
demos, ainda, lançar mão do recurso de programação da calculadora
HP-12C, mas isso, no entanto, foge à abrangência deste curso.

Vídeo
Exemplos comentados
https://youtu.be/tqgkbpgO_DU

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Seção 4 - Séries de Pagamentos

Objetivos de Aprendizagem
• Após o trabalho sobre juros compostos, apresentaremos os
tipos de séries de pagamentos, suas particularidades e como
calcular os valores nos casos apresentados.

Subseções de Estudo
4.1 Classificação
4.2 Fluxo de caixa
4.3 Série Uniforme de pagamentos

Séries de Pagamentos
É um conjunto de dois ou mais pagamentos realizáveis em épocas dis-
tintas, destinados a constituir um capital ou amortizar uma dívida. São
as razões financeiras que envolvem pagamentos ou recebimentos par-
celados e que deverão ocorrer em datas preestabelecidas. Basicamente
vamos tratar dos pagamentos de compras em prestações e de depósitos
periódicos para constituição de um montante.

Quando queremos fazer um investimento, podemos depositar todos


os meses certa quantia em caderneta de poupança; quando queremos
comprar um bem qualquer, podemos fazê-lo em prestações, a serem
pagas periodicamente.

No primeiro caso temos uma capitalização e no segundo, uma amortiza-


ção. Este é o assunto em estudo de nossa unidade.

4.1 Classificação
As rendas podem ser certas ou aleatórias. Rendas certas são aquelas
em que o número de termos, os vencimentos dos termos e seus respec-
tivos valores podem ser previamente fixados.

Quando pelo menos um desses elementos não puder ser determi-


nado com antecedência, a renda é chamada aleatória.

Basicamente vamos tratar dos pagamentos de compras em presta-


ções e de depósitos periódicos para constituição de um montante.
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Quando queremos fazer um investimento, podemos depositar to-


dos os meses certa quantia em caderneta de poupança; quando que-
remos comprar um bem qualquer, podemos fazê-lo em prestações, a
serem pagas periodicamente.

No primeiro caso temos uma capitalização e no segundo, uma


amortização.

A grande maioria das rendas é certa; é o caso do conjunto das pres-


tações para pagar uma mercadoria comprada a prazo, onde o valor das
prestações, os seus respectivos vencimentos e número são previamente
conhecidos. O exemplo mais típico de renda aleatória é o conjunto
dos pagamentos de prêmios de um seguro de vida, pois o número de
pagamentos não pode ser fixado antecipadamente.

De conformidade com a duração, periodicidade, valores e venci-


mentos dos termos, as rendas tem a classificação seguinte:

Figura 4.1

Rendas temporárias são aquelas em que o número de termos é fini-


to, isto é, a renda tem um termo final. Quando o número de termos
é infinito, a renda é denominada perpétua. A maioria das rendas são
temporárias; são as de 2, 6, 10, 12 etc. pagamentos. Exemplo típico de
renda perpétua são os aluguéis de imóveis inalienáveis.

Rendas periódicas são aquelas em que o intervalo de tempo entre


dois pagamentos consecutivos é constante (mensais, trimestrais, se-
mestrais, etc.), caso contrário a renda é não-periódica.

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São rendas constantes quando todos os pagamentos são de mesmo


valor. Se um dos pagamentos for de valor diferente dos demais, a ren-
da é variável.

Quanto ao vencimento dos termos, as rendas são classificadas em


imediatas (ou postecipadas), antecipadas ou diferidas. Uma renda é
imediata (ou postecipada) quando os pagamentos ocorrem no fim de
cada período. Assim, se a renda possui n termos, o vencimento do úl-
timo termo se dá no fim de n períodos.

A série de pagamento pode ter a finalidade acumular capital ou


então de amortizar uma dívida.

4.2 Fluxo de caixa


O fluxo de caixa serve para demonstrar graficamente as transações
financeiras em um período de tempo.

O tempo é representado por uma linha horizontal dividida pelo


número de períodos relevantes para a análise.

As entradas ou recebimentos são representados por setas verticais


apontadas para cima, e as saídas ou pagamentos são representados por
setas verticais apontadas para baixo.

O Fluxo de Caixa pode ser apresentado na forma de uma linha


horizontal (linha do tempo) com os valores indicados nos respectivos
tempos ou na forma de uma tabela com estas mesmas indicações.

Figura 4.2

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4.3 Série Uniforme de pagamentos


Entende-se série uniforme de prestações periódicas como sendo o
conjunto de pagamentos (ou recebimentos) de valor nominal igual,
que se encontram dispostos em períodos de tempo constantes, ao lon-
go de um fluxo de caixa.

As séries uniformes de prestações periódicas mais importantes e


que serão objeto de estudo são:
Série uniforme de prestações periódicas postecipadas
Série uniforme de prestações periódicas antecipadas
Série uniforme de prestações periódicas diferidas

Séries postecipadas (ou imediatas) (End)


Pagamento efetuado no fim do período
Não deve aparecer no visor o Begin

Caso apareça, desative com

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Série de pagamentos na hp-12c

Basicamente, fazemos o uso das mesmas teclas utilizadas


em juros compostos, acrescentando a tecla

que se refere ao valor de cada parcela (considerando parcelas cons-


tantes).

Figura 4.3

Exemplo:

Uma pessoa faz uma compra financiada em 12 prestações mensais e


iguais de R$ 210,00. Obtenha o valor financiado, desprezando os centa-
vos, a uma taxa de juros compostos de 4% ao mês, considerando que
o financiamento equivale a uma anuidade e que a primeira prestação
vence um mês depois de efetuada a compra.

Figura 4.4

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Exemplo:

Uma pessoa faz uma compra financiada em 12 prestações mensais e


iguais de R$ 210,00. Obtenha o valor financiado, desprezando os centa-
vos, a uma taxa de juros compostos de 4% ao mês, considerando que
o financiamento equivale a uma anuidade e que a primeira prestação
vence no ato da compra.

Figura 4.5

Atenção!
Obs: quando não for antecipada, não deve aparecer no visor o begin
(no início), caso seja necessário retirar a marcação do visor, utilize

(g end => no fim).

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Exemplo:

Tomou-se um empréstimo de 100 dólares, para pagamento em 10 pres-


tações mensais sucessivas e iguais, a juros de 1% ao mês, a primeira
prestação sendo paga 1 mês após o empréstimo. O valor de cada pres-
tação é de, aproximadamente

Figura 4.6

Exemplo:

Qual o montante acumulado em uma série de 400 depósitos mensais de


R$ 150,00, a juros de 1% ao mês?

Figura 4.7

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Exemplo:

Um contrato de aplicação financeira prevê que depósitos de mesmo va-


lor sejam feitos mensalmente em uma conta de aplicação, durante 18
meses, com o objetivo de atingir o montante de R$ 100.000,00 ao final
desse prazo. Obtenha o valor mais próximo da quantia que deve ser
depositada ao final de cada mês, considerando uma taxa de rendimento
de 3% ao mês.

Figura 4.8

Vídeo
Exemplos comentados
https://youtu.be/8jgfDQ9C3YQ

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Matemática Financeira

Seção 5 - Sistemas de Amortização

Objetivos de Aprendizagem
• Nesta seção serão apresentados os sistemas de amortização
com parcelas constantes (PRICE) e com amortizações constan-
tes (SAC), suas diferenças e particularidades.

Subseções de Estudo
5.1 Apresentação
5.2 Sistema de Amortização Constante (SAC)
5.3 Sistema Price ou Francês (PRICE)

5.1 Apresentação
No mundo dos negócios, é bastante comum contrair-se uma dí-
vida para saldá-la a médio e longo prazo. Considerando o fato de
que o valor nominal de cada pagamento consiste em uma mescla de
pagamentos de juros e de amortização do principal, podem-se usar vá-
rias metodologias para estabelecer a forma de liquidar-se uma dívida.
Para efeito ilustrativo, lembramos que a crise pela qual vem passando
o S.F.H. (Sistema Financeiro da Habilitação), aliada à estabilização
da economia, implicou uma série de alternativas de financiamentos,
consórcios e cooperativas no ramo imobiliário. Tais situações práticas
constituem-se na aplicabilidade do assunto aqui tratado; sobremanei-
ra nos sistemas utilizados com maior frequência.

Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para


operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envol-
vendo desembolsos periódicos do principal e encargos financeiros.

Amortização é um processo de extinção de uma dívida através de


pagamentos, de modo que cada prestação corresponde à soma do re-
embolso do Capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor,
podendo ser o reembolso de ambos, sendo que juros são sempre cal-
culados sobre o saldo devedor!
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Figura 5.1: Amortização


Fonte: https://assets.larimoveis.com.br/2016/05/Amortiza%C3%A7%-
C3%A3o-do-financiamento-imobiliario.jpg – disponível em 26/03/2021.

Os principais sistemas de amortização utilizados no Brasil são:


• O sistema Price (parcelas constantes)
• O sistema SAC (amortização constante)

Figura 5.2: SAC x Price


Fonte: https://caiovital.com/2013/08/21/voce-sabe-qual-e-a-diferenca-entre-tabela-
-price-e-sac/ disponível em 26/03/2021.

5.2 Sistema de Amortização Constante (SAC)


Pelo Sistema de Amortização Constante, as prestações são decres-
centes, pois a quota de amortização é constante em todas elas e os ju-
ros decrescem em função do saldo devedor, que diminui a cada paga-
mento realizado. Obtém-se a quota de amortização dividindo o valor
do empréstimo pelo número de pagamentos.

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Em todas as nossas análises, utilizaremos um financiamento hipotético


de R$300.000,00 que será pago ao final de 5 meses à taxa mensal de 4%.

Na sequência, será essencial o uso de tabelas consolidadas com os


dados de cada problema e com informações essenciais sobre o sistema
de amortização. Em todas as análises, utilizaremos a mesma tabela bá-
sica que está indicada abaixo, com os elementos indicados:
Tabela 5.1

onde:
pagamento = amortização + juros
Saldo devedor = saldo devedoranterior - amortização

Tabela 5.2

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Figura 5.3

5.3 Sistema Price ou Francês (PRICE)


O sistema francês, consiste em um plano de amortização de uma
dívida em prestações periódicas, iguais e sucessivas, em que o valor de
cada prestação ou pagamento, é composto por duas parcelas distintas:
uma de juros e a outra de amortização.

Tabela 5.3

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Figura 5.4

Nesse sistema, além de determinar o valor das parcelas, é possível


também:

Figura 5.5

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Voltando ao exemplo anterior, qual a situação após o pagamento


da 3ª parcela?
Tabela 5.4

Figura 5.6

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Vídeo
Exemplos comentados
https://youtu.be/e6SihkNN6WI

Revisando...
Foram estudados os sistemas de amortização considerando
parcelas constantes e o de amortização constante.

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Referências

ASSAF NETO, A. Matemática financeira e suas aplicações. São Pau-


lo: Atlas, 2016.

HAZZAN, S.; POMPEO, J. N. Matemática financeira. São Paulo:


Saraiva, 2014.

HOJI, M. Matemática financeira didática, objetiva e prática. São


Paulo: Atlas, 2016.

SAMANEZ, C. P. Matemática financeira: aplicações à análise de in-


vestimentos. 4. ed. São Paulo: Prentice-Hall, 2007.

Referências complementares
CARVALHO, S.; CAMPOS, W. Matemática financeira simplifica-
da. 2a.ed. São Paulo: JUSPODVM, 2016.

CRESPO, ANTONIO A. Matemática Financeira Fácil. 14ª ed. São


Paulo: Atlas, 2009.

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Referências de Figuras

Figura 1.1: Cama


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Figura 2.1: Juros


Fonte: https://www.facebook.com/conhecereconomiauesc/photos/juros-s%-
C3%A3o-o-aluguel-do-dinheiro-quer-defini%C3%A7%C3%A3o-mais-
-simples-que-essa-quando-voc%C3%AA/1046283205563413/ disponível
em 25/03/2021.

Figura 2.2: Juros simples


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Figura 3.1: Comparando juros simples e juros compostos


Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/se/ta/setajuros1.jpg -
disponível em 25/03/2021.

Figura 3.2: Calculadora HP


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Figura 3.3: Teclas para juros compostos na Calculadora HP


Fonte: Autor. Arquivo pessoal.

Figura 3.4

Figura 3.5

Figura 3.6

Figura 3.7

Figura 3.8
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Figura 4.1

Figura 4.2

Figura 4.3

Figura 4.4

Figura 4.5

Figura 4.6

Figura 4.7

Figura 4.8

Figura 5.1: Amortização


Fonte: https://assets.larimoveis.com.br/2016/05/Amortiza%C3%A7%-
C3%A3o-do-financiamento-imobiliario.jpg – disponível em 26/03/2021.

Figura 5.2: SAC x Price


Fonte: https://caiovital.com/2013/08/21/voce-sabe-qual-e-a-diferen-
ca-entre-tabela-price-e-sac/ disponível em 26/03/2021.

Figura 5.3

Figura 5.4

Figura 5.5

Figura 5.6

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