Estrada 4
Estrada 4
Estrada 4
ISBN 978-85-9502-094-8
CDU 625.7
Introdução
Um levantamento topográfico cadastral, altimétrico e/ou planialtimétrico,
busca representar graficamente, com a maior precisão possível, uma
porção de terra (urbana ou rural) no plano, contendo as três dimensões
do terreno, inclusos aí, portanto, todos os níveis (ou cotas) encontrados
na propriedade.
Etapa indispensável ao projeto de rodovias e estradas, estes levan-
tamentos permitem calcular os quantitativos de corte e aterro, o custo
das movimentações de terra, estudo da viabilidade do projeto, estudo
do melhor traçado, enfim, permitem cálculos e simulações antes de
ir-se ao campo executar, facilitando o planejamento e a orçamentação
total da obra.
Procedimentos e características de um
levantamento altimétrico
Trabalho indispensável para o projeto e construção, é a realização de um
levantamento e análise de dados da região (terreno), por onde será concebida a
diretriz da futura rodovia. Plantas cartográficas existentes, digitalizadas ou não,
de razoável precisão, podem fornecer elementos topográficos e hidrológicos.
As rodovias são elementos de três dimensões e suas posições geográficas são
baseadas nas informações provenientes dos levantamentos planialtimétricos.
Locais onde existam restituições aerofotogramétricas na escala de 1:10.000
são suficientes para o estudo e elaboração dos anteprojetos. Áreas não aero-
fotografadas devem ser levantadas por processos topográficos tradicionais
(exploração locada), conforme orientações da NBR 13.133 – Execução de
levantamentos topográficos: altimetria e planimetria, sendo a planialtime-
tria a associação dos dois. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 1994).
Levantamento altimétrico
Altimetria é um conjunto de métodos e procedimentos utilizados na obtenção
de distâncias verticais (alturas e diferenças de nível – DN) relativas a uma
superfície de nível referencial, com objetivo de identificar a superfície externa
do terreno (o relevo).
As distâncias verticais recebem nomes específicos, como cota ou altitude,
dependendo da superfície de nível às quais estejam referenciadas. A Figura 1
ilustra a cota (c) e a altitude (h), tomadas para um mesmo ponto da superfície
terrestre (A). Torna-se evidente que os valores não são iguais, pois os níveis
de referência são distintos.
Cota
Nível aparente
Nível qualquer (terreno)
Altitude
Nivelamento e contranivelamento
Vante
Ré B
DN
A
(A)
{{
{
{
Vante
Ré
2
Vante
Ré DN
1
0
(B)
O perfil de uma linha (imaginária) no terreno pode ser de dois tipos, ambos
muito utilizados no projeto e execução de rodovias:
Levantamento planialtimétrico
É um conjunto de procedimentos e métodos utilizados na obtenção e represen-
tação gráfica das medidas planimétricas (horizontal) e altimétricas (vertical)
de uma parte da superfície terrestre. Permite a interpretação do relevo em
planta, através do desenho das curvas de nível.
Segundo Garcia e Piedade (1984), uma planta planialtimétrica é muito
utilizada para escolha do melhor traçado e locação de estradas (ferrovias ou
rodovias), já que através dela pode-se determinar:
Curvas de nível
São linhas sinuosas (curvas) fechadas, que representam pontos de mesma cota
ou altitude (isolinhas). São formadas a partir da interseção de vários planos
horizontais com a superfície do terreno, ou melhor, cada uma destas linhas
devem pertencer a um mesmo plano horizontal e, evidentemente, todos os seus
pontos estão situados na mesma cota altimétrica, ou seja, todos os pontos estão
no mesmo nível. Os planos horizontais de interseção são sempre paralelos e
equidistantes e a distância entre um plano e outro (distância vertical entre duas
curvas de nível consecutivas) denomina-se Equidistância Vertical.
As curvas de nível podem ser mestras (ou principais) e intermediárias,
conforme ilustrado na Figura 3.
95
100
100
105
Figura 3. Parte de uma planta altimétrica, com curvas de nível mestras e intermediárias.
Fonte: Domingues (1979).
40
10
30 20
20
30
10
(A) 40 (B)
O talvegue está associado ao vale enquanto o divisor de águas está associado ao dorso.
A E B
Classificação do relevo
No contexto rodoviário, de posse da planta planialtimétrica de um terreno ou
região é possível, segundo Garcia e Piedade (1984), analisar e classificar o
relevo conforme Tabela 1.
Classificação Relevo
Leitura recomendada
SHU, H. L. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. 4. ed. Florianópolis: EDUFSC,
2013. (Coleção Didática).