Modelos Atômicos.

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APOSTILA DE

QUÍMICA

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E


ADULTOS PROF(a). JACIRA CABOCLO
ALUNO(A): __________________
TURMA: _____
PROF.: ARILSON PRATA SILVA

MODELOS ATÔMICOS
Introdução

Leucipo afirmou, por volta de 450 a.C., que a matéria podia ser dividida em partículas cada
vez menores, até chegar-se a um limite.

Demócrito viveu por volta de 470 a. C. a 380 a. C. e era discípulo de Leucipo. Utilizando-se
também do pensamento filosófico, defendeu a idéia do mestre, a idéia de que a matéria era descontínua, ou
seja, a matéria era formada por minúsculas partículas indivisíveis. Ele afirmava então que, a menor partícula que
compunha qualquer tipo de matéria era indivisível. A essa menor partícula, Demócrito denominou átomo (a
palavra átomo significa, em grego, indivisível). Demócrito postulou que qualquer matéria é resultado da
combinação de átomos de quatro elementos: água, terra, fogo e ar. Segundo Demócrito: "as únicas coisas que
existem são os átomos e os espaços entre eles, tudo o mais é mera opinião".

Apesar da grandiosidade de suas teorias, cometeram alguns equívocos quando fizeram suas
definições. Acreditavam que o universo era o grande vazio preenchido por átomos espalhados ou aglomerados,
e que esses últimos eram sólidos, indestrutíveis e indivisíveis; hoje sabemos que eles podem ser separados em
partículas muito menores.

Acreditavam ainda que essas partículas assumissem diversas formas geométricas, o que
explicaria como os seres vivos transmitiam suas imagens e características complexas aos seus descendentes. E
como se sabe hoje, as características de um ser vivo são heranças genéticas de seus genitores.

Ocorreram também alguns absurdos, como a idéia de que existiam “átomos de som” que
colidiam com “átomos de ar” e depois com o ouvido humano, gerando o som. Idéias como essa foram abolidas
há muito tempo; o som na verdade é uma onda mecânica que se propaga em meio material (o ar) como já foi
provado pelos grandes físicos.

Ainda que tenham ocorrido esses erros nas teses de Leucipo e Demócrito, o pensamento deles
serviu de base para a elaboração de novas teorias sobre a constituição do universo, e do que existe nele; graças a
isso esses dois pensadores ganharam o título de grandes filósofos da humanidade.

400 a.C. – Modelo atômico de Demócrito - (concepção filosófica de uma bolinha maciça)

A evolução

Modelo atômico do Dalton

No final do século 18, Lavoisier e Proust iniciaram experiências relacionando entre si as


massas das substâncias participantes das reações químicas. Surgiram então as leis ponderais das reações
químicas (leis formuladas por Lavoisier, Proust, Dalton e Richter).

Para explicar essas leis, em 1.808, Dalton propôs explicação da natureza da matéria. A proposta
foi baseada em fatos experimentais. Os principais postulados da teoria de Dalton são:

 “O átomo é uma minúscula partícula (esfera) maciça, indestrutível, impenetrável e indivisível”.


 “Toda matéria é composta por minúsculas partículas chamadas átomos”.
 “Os átomos de um determinado elemento são idênticos em massa e apresentam as mesmas propriedades
químicas”.
 “Átomos de diferentes elementos apresentam massa e propriedades diferentes”.

Equívocos da teoria

1. Os elementos não estavam listados em qualquer arranjo ou modelo periódico, mas simplesmente ordenados
em ordem crescente de massa atômica, cada um com suas propriedades e seus compostos.

2. A de que os átomos seriam esferas maciças e indivisíveis.

Seu modelo atômico também é conhecido como modelo da bola de bilhar.

Modelo atômico de Dalton - (modelo da bola de bilhar)

Modelo atômico do Thomson

Na década de 1850, os cientistas Geissler (Alemanha, 1815-1879) e Crookers (Inglaterra, 1832-


1919) buscando estudar a condução de corrente elétrica em gases a baixas pressões, criaram um dispositivo
chamado tubo de raios catódicos. Esse tudo era feito de vidro e, vedado, tinha no seu interior gases em pequena
quantidade e, em sua extremidade, havia duas peças de metal denominadas eletrodos, as quais eram ligadas a
uma fonte elétrica externa. Um dos eletrodos foi denominado cátodo (pólo negativo) e o outro ânodo (pólo
positivo).

A diferença de potencial elétrica provocada pela bateria entre os dois eletrodos causou o
movimento ordenado das partículas. Quando esse potencial se tornou grande o suficiente, observou-se a
formação de um feixe luminoso que parte do cátodo em direção à parede posta. Esse feixe luminoso recebeu o
nome de raio catódico, que foi estudado pelo físico inglês Joseph John Thomson.

Thomson notou que a direção dos raios catódicos não dependiam da posição do ânodo na ampola.
Colocou um anteparo interceptando os raios e notou o aparecimento de sua sombra, provando que os raios se
propagam em linha reta.
Por fim, Thomson pôde notar que os raios catódicos eram desviados por um campo elétrico e
magnético, o que evidencia que são constituídos de carga elétrica: pelo sentido do desvio, concluiu-se que eram
partículas negativas.

A partir desses fatos, Thomson concluiu que essas partículas negativas deviam fazer parte dos
átomos constituintes da matéria, sendo denominadas elétrons. Ele concluiu que este devia ser um componente
de toda matéria, pois os raios catódicos tinham o mesmo valor, independente do gás colocado na ampola.

Em 1897, Thomson propôs então que o átomo não era maciço (como havia afirmado John
Dalton), mas sim, um fluido com carga positiva (homogêneo e quase esférico) no qual estavam dispersos (de
maneira homogênea) os elétrons; portanto, para ele, o átomo era eletricamente neutro, já que a existência de
partículas negativas automaticamente implicavam na existência de cargas positivas, assim, o total de cargas
positivas era igual ao total de cargas negativas.

Podemos fazer a analogia desse modelo atômico com um "panetone" ou com um pudim
recheado de uvas passas, em que a massa do panetone seria positiva e as passas, seriam as partículas negativas.

Apesar de ser o primeiro modelo detalhado do átomo, não era satisfatório, pois não permitia
explicar todas as propriedades químicas do átomo.

Modelo atômico de Thomson - (modelo do pudim de passas)

Modelo atômico de Rutherford

Em 1896, Rutherford ao interessar-se pela radioatividade, fez diversas pesquisas e identificou


diferentes tipos de emissões radioativas nomeando os dois primeiros alfa (carga positiva) e beta (carga
negativa). E mais tarde foi descoberto um novo tipo: gama (carga neutra).
Em 1908, Rutherford, baseando-se em seu experimento que consistia em bombardear com
partículas alfa, emitidas por uma amostra de elemento radioativo, o polônio, uma lâmina de ouro, para estudar
as trajetórias das partículas, Constatou-se que:

1 - a maioria das partículas atravessava a lâmina de ouro sem desviar;

2 - Uma pequena parte das partículas atravessou a lâmina com um rápido desvio na trajetória,

3 - apenas 1 em cada 10 mil partículas não atravessava a lâmina e ricocheteava.

Rutherford elaborou um modelo atômico, que ficou conhecido como modelo planetário do
átomo. Segundo o físico, o átomo é formado por uma parte central - o núcleo - e por uma parte envolvente
periférica - a eletrosfera.

- no núcleo, concentra-se os prótons e a maior parte da massa do átomo;

- na eletrosfera, girando ao redor do núcleo, estão os elétrons. Essa região ocupa a maior parte do volume
atômico.

Razões para os resultados do experimento de Rutherford:

1 - porque o átomo é constituído em grande parte por espaço vazio;

2 - As partículas que sofreram desvio atravessaram a lâmina nas proximidades de um núcleo de ouro. Como o
núcleo é positivo, ele repele a partícula alfa (também +).

3 - As partículas ricocheteadas foram repelidas pelo núcleo do átomo de ouro. O tamanho do núcleo é cerca de
10 mil vezes menor do que o tamanho do átomo.

Um pouco depois, em 1920, Rutherford propôs a existência de outra partícula no núcleo. Ele a
chamou de nêutron e estimou que sua massa seria igual à do próton e que ela não teria carga elétrica. A
existência dessa partícula só fora confirmada experimentalmente em 1932, com os experimentos do físico
britânico James Chadwick (1891 – 1974).
Modelo atômico de Rutherford - (modelo do sistema planetário)

A falha do modelo de Rutherford é mostrada pela teoria do eletromagnetismo, de que toda


partícula com carga elétrica submetida a uma aceleração origina a emissão de uma onda eletromagnética.

O elétron em seu movimento orbital está submetido a uma aceleração centrípeta e, portanto,
emitirá energia na forma de onda eletromagnética.

Essa emissão, pelo Princípio da conservação da energia, faria com que o elétron perdesse energia
cinética e potencial, caindo progressivamente sobre o núcleo, fato que não ocorre na prática.

Esta falha foi corrigida pelo Modelo atômico de Bohr.

Modelo atômico de Bohr

Devido ao trabalho de Rutherford, sabia-se que o átomo era constituído por um núcleo,
concentrando a maior parte da massa do átomo, com carga positiva, em torno do qual se movimentavam
elétrons em um número suficiente para neutralizar a carga do núcleo.

Para Bohr, o modelo mais simples de um átomo de hidrogênio era o modelo planetário, isto é, o
elétron se deslocava numa órbita circular em torno do núcleo, do mesmo modo que os planetas se movem ao
redor do Sol. O problema deste modelo, porém, era que a física clássica determinava que o átomo não poderia
existir com esta organização. Conforme as teorias da época, o elétron carregado em movimento no campo
elétrico positivo do núcleo iria perder energia. Ao final, o elétron cairia no núcleo, de maneira semelhante à
queda de um satélite artificial na superfície da Terra, provocada pelo atrito na atmosfera terrestre. Este
evidentemente não é o caso, pois se isso ocorresse a matéria eventualmente seria destruída. O principal objetivo
de Bohr era explicar a paradoxal estabilidade do átomo de Rutherford. Para resolver a contradição entre as leis
da física clássica e o problema da estabilidade dos átomos, Bohr adotou a idéia de que o elétron do átomo de
hidrogênio só poderia ocupar certas órbitas ou níveis de energia nos quais ele era estável. A energia do elétron
no átomo estaria então “quantizada”. Com isso, Bohr introduziu a idéia de quantum de Planck (os números
inteiros n são números quânticos. A energia de vibração do átomo está quantizada, isto é, as energias
possíveis só podem ter certos valores) no modelo atômico de Rutherford.

Para Bohr, o átomo é feito de um núcleo central contendo prótons (com carga positiva) e nêutrons
(sem carga). Os elétrons (com carga negativa) se movimentam ao redor do núcleo em diferentes trajetórias
imaginárias, chamadas órbitas.

Baseado nessas observações experimentais, Bohr elaborou um novo modelo atômico cujos
postulados são:

 Na eletrosfera, os elétrons não se encontram em qualquer posição. Eles giram ao redor do núcleo em
órbitas fixas e com energia definida. As órbitas são chamadas camadas eletrônicas, representadas pelas letras K,
L, M, N, O, P e Q a partir do núcleo, ou níveis de energia representados pelos números 1, 2, 3, 4...;
 Os elétrons ao se movimentarem numa camada eletrônica não absorvem nem emitem energia;
 Os elétrons de um átomo tendem a ocupar as camadas eletrônicas mais próximas do núcleo, isto é, as que
apresentam menor quantidade de energia;
 Um átomo está no estado fundamental quando seus elétrons ocupam as camadas menos energéticas;
 Quando um átomo recebe energia (térmica ou elétrica), o elétron pode saltar para uma camada mais
externa (mais energética). Nessas condições o átomo se torna instável. Dizemos que o átomo se encontra num
estado excitado;

 Os elétrons de um átomo excitado tendem a voltar para as camadas de origem. Quando isso ocorre, ele
devolve, sob a forma de onda eletromagnética, a energia que foi recebida na forma de calor ou eletricidade.

Esses postulados permitem explicar a existência dos espectros de emissão descontínuos: como
o elétron só pode ocupar determinadas órbitas, as transições eletrônicas (ida e volta do elétron)

Ocorre em número restrito, o que produz somente alguns tipos de radiação eletromagnética e
não todas como no espectro contínuo.

O modelo atômico de Bohr foi elaborado para o átomo de hidrogênio, mas aplica-se com boa
aproximação a todos os outros átomos.

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