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13th INTERNATIONAL CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS & TECHNOLOGY MANAGEMENT - CONTECSI - 2016

DOI: 10.5748/9788599693124-13CONTECSI/RF-3717

ERP SYSTEMS IN SCIELO DATABASE (2000 TO 2015): AN INTEGRATIVE REVIEW

Paulo Cristiano de Oliveira (FATEC, São Paulo, Brasil) - [email protected]


Jonathan Alves (FATEC, São Paulo, Brasil) - [email protected]
Davi Almeida (FATEC, São Paulo, Brasil) - [email protected]

The integrated management of companies has been established as a fundamental need in this new
century. The ERP (Enterprise Resource Planning), whose cycle of life involves the decision and the
selection, implementation and use, has proven a solution of Information Technology (IT) suitable
in this context. The aim of this study is to conduct an integrative review about ERP in articles
published in Scielo database from 2000 to 2015. The integrative review is a qualitative method for
analysis of literature, where 23 references were found. The analyze of these articles showed that the
case study has been the most used research design and that the articles have emphasized the step of
ERP’s implementation while the use is a step that has been wispy explored. The research provided
the design of the development of studies on the subject over time and identified future research
possibilities.

Keywords: ERP systems, Cycle of life, Integrative Review, Scientific Production.

SISTEMAS ERP NA BASE DE DADOS SCIELO (2000 A 2015): UMA REVISÃO


INTEGRATIVA

O gerenciamento integrado das empresas tem se consolidado como uma necessidade fundamental
neste início de século. Os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), cujo ciclo de vida envolve
a decisão e a seleção, a implementação e a utilização, têm se mostrado uma solução de Tecnologia
da Informação (TI) adequada frente a esse contexto. O objetivo desse estudo é realizar uma revisão
integrativa das pesquisas sobre ERP nos artigos publicados na base de dados Scielo no período de
2000 a 2015. A revisão integrativa é um método qualitativo para a análise da literatura. Foram
encontradas 23 referências que constituíram o portfólio de trabalho. As análises desses artigos
permitiram concluir que o estudo de caso tem sido o delineamento de pesquisa mais utilizado e que
os artigos têm enfatizado a etapa de implementação dos ERP, enquanto a etapa de utilização tem
sido pouco explorada. A pesquisa proporcionou o delineamento da evolução dos estudos sobre o
tema ao longo do tempo e identificou possibilidades de investigação futura.

Palavras-chave: Sistemas ERP, Ciclo de Vida, Revisão Integrativa, Produção Científica.

Os autores agradecem ao Centro Paula Souza (Faculdade de Tecnologia da Zona Leste) pelo apoio
no desenvolvimento desta pesquisa.

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1 – Introdução

Nos dias de hoje, desde as grandes até as pequenas corporações precisam organizar
seus setores de maneira integrada, para assim ter uma maior visibilidade/controle sobre
seus processos de negócio. A evolução da Tecnologia da Informação (TI) tem contribuído
significativamente, não só como um estímulo, mas também como uma ferramenta que
possibilita essa mudança, permitindo para que empresas se preparem para um futuro de
incertezas. Neste contexto, a solução, cada vez mais utilizada é o sistema de gestão
integrada ou ERP (Enterprise Resource Planning).
O ERP ajuda a manter o controle e analisar de maneira bem dinâmica e
personalizada toda a companhia, integrando-a. E por ser um tanto complexo e muito
utilizado, existem diversos estudos sobre o tema. Atualmente torna-se primordial que uma
empresa seja bem organizada, a integração e comunicação dos setores, a organização dos
registros e transações são itens de extrema importância. Isso é melhor e mais lucrativo
quando é feito de forma rápida. A solução para isso é o sistema ERP, pois além de integrar
a empresa e ajuda em todos os aspectos citados.
Existem diversos artigos que falam sobre o ERP e com diversos focos, desde
resistência das empresas em implantarem o sistema, passando através das escolhas,
implementação e utilização, isto é denominado como “ciclo de vida” de sistemas ERP. O
ciclo de vida explica os aspectos essenciais envolvidos na escolha, implementação e
utilização de ERPs (Souza e Zwicker, 2000).
O objetivo deste estudo é apresentar, as pesquisas sobre ERP nos artigos publicados
na base de dados Scielo (Scientific Eletronic Library Online), realizando uma revisão
integrativa desses artigos no período de 2000 a 2015. Serão feitas considerações a respeito
de aspectos considerados importantes para cada uma das etapas do ciclo de vida com base
na literatura e na experiência dos autores deste trabalho. O estudo poderá orientar novas
pesquisas sobre o tema, pois ao final, são apresentadas sugestões que podem contribuir
para esta área de pesquisa.
Os objetivos específicos deste estudo são: (1) relacionar os artigos sobre ERP de
acordo com autor, ano de publicação e delineamento de pesquisa; (2) verificar a etapa do
ciclo de vida nos sistemas ERP apresentados nos artigos e, (3) sugerir temáticas para
pesquisas sobre ERP, a partir dos resultados da análise.

2 – Fundamentação Teórica

A fundamentação teórica tratará, de forma sucinta, da definição de ERP, para, a


partir daí, abordar seu ciclo de vida a partir de Souza e Zwicker (2000).

2.1 – Definindo ERP

Os sistemas ERP surgiram a partir de uma evolução dos sistemas MRP II


(Manufacturing Resource Planning, ou Planejamento dos Recursos de Manufatura),
justamente quando passaram a englobar outros aspectos da organização, além daqueles
inerentes ao processo produtivo (Cardoso e Souza, 2001).
Na visão dos mesmos autores o sistema Material Requirement Planning (MRP) era
responsável pelo cálculo da necessidade de materiais. A partir daí, foram sendo agregados
novos módulos e o sistema passou a atender às necessidades de informação para a tomada
de decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura. O MRP passou a merecer, então,
a denominação de MRP II (Manufacturing Resource Planning), passando a significar

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sistema de planejamento de recursos de manufatura. Entretanto, outros módulos


continuaram a ser agregados pelos fornecedores de sistemas, até que esses passaram a
considerar suas soluções integradas serem suficientemente capazes de suportar as
necessidades de informação para toda a empresa, passando a ser denominados sistemas
ERP (Enterprise Resource Planning ou, Planejamento de Recursos do Empreendimento).
A partir da segunda metade dos anos 90, os sistemas ERP surgiram como uma
solução para ajudar as empresas a melhorar sua produtividade e obter vantagem
competitiva através do uso de tecnologia de informação, e ainda hoje, depois de quase dez
anos do seu surgimento, continua sendo um dos principais focos de investimento na área
de TI (Gambôa, Caputo e Filho, 2004). Nos dias de hoje é imprescindível que uma
empresa possua um sistema para gerenciamento, os sistemas ERP são os melhores para
isso pois permitem um controle geral da mesma.
Segundo Davenport (2000) apud. Saccol et. al. 2004 os sistemas ERP são pacotes
de aplicações computacionais que dão suporte à maior parte das necessidades de
informação das organizações, sendo derivado dos sistemas MRP (Manufacturing Resource
Planning). O ERP se diferencia dos demais sistemas pela integração das informações da
empresa, por meio do uso de um banco de dados único para toda a organização. Ele é
composto de módulos integrados que atendem a cada área funcional ou processo, como
Finanças, Produção, Custos, Vendas, RH etc.
Para Turbam, McLean e Wetherbe (2002) apud. Oliveira et al. (2012), o ERP
proporciona soluções que beneficiam e melhoram a eficiência, qualidade e produtividade
da empresa, elevando como consequência a satisfação dos clientes. Segundo Oliveira et al.
(2012) o ERP vai além das funções departamentais e oferece uma interface com todas as
atividades de rotinas realizadas, desde o pedido de compra, incluindo a logística de entrega
e até a pós-venda, com serviços ao cliente.
A implementação é a segunda etapa do ciclo de vida dos sistemas ERP, composto
por decisão e seleção, implementação e utilização (Souza e Zwicker, 2000).
Segundo Gambôa et al. (2004) é na etapa de implementação que o sistema ERP é
moldado para atender as necessidades da organização. Algumas técnicas são fundamentais
para uma boa implementação: Gestão de Risco, análise de processo do negócio, gestão de
mudanças, gestão de qualidade e gestão de risco.

2.2 – Ciclo de vida

O ciclo de vida do ERP é basicamente as etapas pelas quais um sistema desse porte
pode passar durante seu desenvolvimento. na formação tradicional Ele inclui etapas como
levantamento de requisitos do sistema, definição do escopo do projeto, análise de
alternativas, projeto do sistema, codificação, testes, conversão de dados e manutenção
(Souza e Zwicker, 2000). O ciclo de vida nos dá a ideia de que um sistema passa por fases
sucessivas, desde de sua criação, passando por evoluções até o declínio do mesmo, onde
busca-se alguma nova alternativa.
O ERP possui três etapas principais no seu ciclo de vida: Decisão e Seleção,
Implementação e Utilização.

2.2.1 – Decisão e Seleção

A Etapa de Decisão e Seleção ocorre através de um processo interativo, a empresa


já decidiu por utilizar uma solução tecnológica e vai em busca de sistemas, aqui elas
conhecem as propostas de fornecedores de ERP através de artigos, publicações e até

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mesmo visualizando o sistema em produção em alguns casos. A escolha do fornecedor e já


implica muitas vezes no tipo de sistema a ser utilizado. Para Souza e Zwicker (2000) para
escolher o fornecedor é interessante comparar as diversas alternativas disponíveis no
mercado primeiro se estabelecem os critérios que deverão ser utilizados para a comparação
e sua importância relativa. Cada uma das alternativas é então avaliada atribuindo-se notas
ao desempenho das alternativas frente aos critérios estabelecidos. Em princípio o
fornecedor que obtiver a melhor nota final será o escolhido. E O critério que merece o
maior peso e que exige maior esforço para a sua avaliação é o de adequação do pacote aos
requisitos. O Fornecedor deve ser selecionado cuidadosamente pois é um contrato de longo
tempo e investimento. Uma vez contratado é muito difícil de mudar. Para implementação
recomenda-se um contrato com consultorias para melhor planejamento, estratégias e
garantia de funcionalidades com qualidade e suporte.

2.2.2 – Implementação

A segunda etapa do ciclo de vida dos sistemas ERP é definida por Souza e Zwicker
(2000) como processo pelo qual os módulos do sistema são colocados em funcionamento
em uma empresa. Isto é, para dar início à utilização, o sistema deve ser adequadamente
parametrizado e customizado (quando existe essa necessidade), tenha os dados iniciais
incluídos/transferidos do sistema anterior e que os processos de negócios tenham sido
alterados de forma a adaptar-se ao novo sistema (isso inclui todo o processo de
infraestrutura). A implementação dos pacotes comerciais muitas vezes não combina
perfeitamente com a organização, isso é chamado de discrepância. Durante a
implementação tenta-se resolver as discrepâncias de duas formas: Parametrização ou
Customização;
A alteração do pacote de instalação por meio da Customização pode causar uma
série de custos de manutenções adicionais. Já a parametrização não envolve custos
adicionais. A cada módulo implantado, ocorre o treinamento e teste, isso se chama etapa de
adaptação.

2.2.3 – Utilização

Após a implementação o sistema passa a fazer parte do cotidiano operacional. Após


o uso continuado da ferramenta implantada acabam surgindo ideias na forma de utilizar o
sistema, sendo assim a etapa de utilização realimenta a etapa de implementação com novas
necessidades que poderão ser atendidas através de novos módulos. Uma vez que
implementados os sistemas ERP se mantêm em evolução contínua, sempre buscando novos
módulos e melhorias para melhor atender as necessidades (Souza e Zwicker, 2000).
Por fim, utilizar um sistema ERP é uma boa opção para empresas que desejam
organizar e, de certa forma, centralizar suas informações. O ERP em si é um sistema
interessante e é necessário que seja bem discutido e definido para que não haja problemas
no decorrer do longo processo que vai desde a seleção até a utilização.

3 – Procedimentos Metodológicos

Para que os objetivos deste estudo pudessem ser alcançados, foi realizada uma
revisão integrativa (Jackson, 1980). A revisão integrativa oferece o acesso rápido aos
resultados relevantes de pesquisas que fundamentam as condutas ou a tomada de decisão,
proporcionando um saber crítico (Jackson, 1980, Mendes, Silveira e Galvão, 2008). O

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método da revisão integrativa possui a capacidade de sistematizar o conhecimento


científico relacionado à determinada área de conhecimento (Whittemore e Knafl, 2005;
Botelho, Cunha e Macedo, 2011).
Na medida em que traça um panorama da produção científica relacionada com um
determinado assunto, a revisão integrativa aproxima o pesquisador de problemas a serem
estudados (Botelho, Cunha e Macedo, 2011). Neste contexto, o método possibilita
conhecer a evolução de estudos sobre ERPs ao longo do tempo e, com isso, permite que se
possa vislumbrar novas possibilidades de pesquisa. Os mesmos autores indicam que a
revisão integrativa deve seguir algumas etapas bem definidas que são: (1) identificação do
tema e seleção da questão de pesquisa, (2) estabelecimento dos critérios de exclusão e
inclusão, (3) identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados, (4) categorização
dos estudos selecionados, (5) análise e interpretação dos resultados e, (6) apresentação da
revisão e síntese do conhecimento.
Este estudo consistiu na recuperação e na análise somente de artigos, provenientes
de instituições de ensino e pesquisa, disponíveis em meio eletrônico, na base de dados
Scielo. Esta base de dados foi escolhida por ser uma das mais utilizadas pelos profissionais
brasileiros para o levantamento bibliográfico e por oferecer, na íntegra, artigos para o
download. Além disso, o conteúdo da base é seguro em relação ao seu rigor científico e o
acesso ao conteúdo científico ocorre de forma irrestrita e gratuita.
Trata-se de uma pesquisa exploratória, na medida em que proporciona uma visão
geral dos ERPs no desenvolvimento de estudos relatados em artigos (Gil, 2008). No
mapeamento, foi utilizada a "Procura Avançada" disponibilizada na base de dados Scielo.
Preencheu-se o campo Assunto com a expressão "erp" (entre aspas). Foram utilizadas
ainda as seguintes opções: País=Brasil, e o Idioma=Português. Antes de realizar a busca
que resultou neste artigo, foram feitos testes para que se pudesse conhecer o
comportamento da base de dados. Foram coletadas e utilizadas 23 artigos, O total de
artigos (n)³ analisadas garantiu uma amostra representativa da base de dados.
O total de artigos consideradas para a análise e registradas na série histórica, por
ano, está representado na Figura 1:

Figura 1 - Número de artigos disponíveis na base de dados Scielo.


ANO DAS PUBLICAÇÕES

0
2000 2003 2004 2005 2006 2007 2009 2011 2012 2014 2015

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

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Para realizar a análise de conteúdo dos documentos, os dados foram compilados em


planilha eletrônica e em arquivo de texto. Os principais dados reunidos na planilha
eletrônica foram: título do artigo, o nome completo dos autores dos artigos, periódico onde
o artigo foi publicado, o ano da publicação e instituição de estudo dos autores dos artigos.
As palavras-chave coletadas foram reunidas em um arquivo de texto para proceder à
análise das palavras ali contidas. O artigo como fonte de pesquisa constitui-se em um
corpus de documento. Para Franco (2005, p. 49), citando Bardin, corpus “é o conjunto de
documentos considerados para serem submetidos aos procedimentos analíticos”. A partir
desta definição, a partir de leitura crítica, foi realizada a análise de conteúdo do corpus dos
artigos. Essa análise permitiu identificar características do texto que permitem explorar o
tema.
Os dados coletados foram tabulados, codificados, apresentados em percentuais e
representados por elementos visuais, na forma de gráficos e tabelas. Para complementar a
análise de frequência das diferentes categorias, foi realizada a verificação da ocorrência de
palavras nas palavras-chave, elaborando nuvens de palavras com o uso do aplicativo web
TAGUL, possibilitando a visualização de frequência com que as palavras aparecem em um
texto, como forma de análise qualitativa (Steinbock, 2012). Tal técnica é denominada
análise de conteúdo (Triviños, 2011), enquanto perspectiva de análise alternativa à
tradicional, tratando “da sistematização, da tentativa de conferir maior objetividade a uma
atitude que conta com exemplos dispersos, mas variados, de pesquisa com textos” (Rocha
e Deusdará, 2005, p. 308).

4 – Resultados

Nesta seção são apresentados: o número de artigos por instituições, as áreas


temáticas dos estudos, as palavras-chave utilizadas nos artigos, os métodos de pesquisa
empregados nos trabalhos e Fases do Ciclo de vida utilizadas nos artigos. Abaixo, temos a
Figura 2 que traz os artigos por instituição:

Figura 2 - Número de artigos Por Instituição, no período entre 2000 e 2015.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

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Na Figura 2 é possível visualizar o número de artigos por instituições, tivemos um


total de 16 instituições, sendo a USP a que mais contribuiu com esses artigos, totalizando
sete, no entanto esse vindos de campus diferentes. A partir do gráfico pode-se perceber que
das instituições elencadas, apenas quatro delas (UFRJ, UFSCAR, UNESP E USP) possuem
mais de um artigo publicado na base de dados Scielo. Há concentração das publicações em
instituições da região sudeste.
Após a análise da quantidade de artigos por instituição, analisamos as “tags” ou
palavras-chave relacionadas aos artigos, apresentadas na Figura 3:

Figura 3 - TagCloud contendo 94 palavras, elaborada no aplicativo TAGU.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Analisando-se as palavras-chave do conjunto de artigos e que resultou na Tagcloud


(Figura 3) contendo 94 palavras, observou-se as seguintes ocorrências: ERP (n=23),
Sistemas (n=22), Gestão (n=13), Informação (n=11), e Tecnologia (n=7).
Observa-se que, apesar das palavras encontradas serem bastante amplas, estas se
referem predominantemente às questões tecnológicas aplicadas em ambiente empresarial,
desde partes mais amplas, como gestão e sucesso que estão diretamente envolvidas com o
objetivo do ERP em si, que é “organizar” a empresa e “integrá-la”, afim de que se tenha
um controle maior sobre a mesma, e a partir desse ponto a empresa tende a crescer, por
conta da melhor gestão, levando-as ao sucesso. Entre as tags encontradas também
encontramos planejamento e estratégias que também são fatores cruciais, tanto na
implementação do ERP quanto na empresa em si.

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Logo após analisarmos as tags fizemos a análise dos métodos de estudos


empregados nos artigos, conforme apresenta a Figura 4:

Figura 4 - Método de pesquisa empregado dos artigos analisados.

Métodos de pesquisa

Estudo de Caso
35% Experimental
Survey

61%

4%

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

Após analisar os métodos de pesquisa empregados nas artigos (Figura 4), foi
possível concluir que a maioria utilizou o método de Estudo de caso, totalizando 61%
(n=14), sendo que os demais utilizaram os métodos Survey e Experimental, sendo
respectivamente 35% (n=8) e 8% (n=1) dos trabalhos.
Podemos ressaltar que a maioria dos artigos foram baseados em sistemas de
empresas de portes grandes e medianos do setor privado. alguns desses estudos de caso
foram bem específicos, como no caso do artigo de Sena e Guarnieri (2015) que fazem um
estudo da implementação de um ERP governamental no setor público, de caraterística
experimental, este levou a conclusão que o sistema é sempre bem-vindo e de extrema
importância. Nos estudos também vimos que poucos estudos relacionados à fornecedores
específicos são feitos, o que nos leva a pensar que temos pouco material de consulta para
chegarmos informados a esses fornecedores. Um dos artigos analisados, de caráter
exploratório, de Souza e Zwicker (2007) fala especificamente do ERP da SAP numa
experiência com os atores (usuários) da ASUG Brasil (que se constitui diversos clientes, de
médio e grande porte, da SAP) que frisa a importância da integração do TI com as demais
áreas.
Por fim, foram analisadas as fases dos ciclos de vida do ERPs nos artigos
estudados, conforme indica a Figura 5:

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Figura 5 – Ciclo de Vida do ERP estudado dos artigos analisados.

Fonte: elaborada pelos autores (2015).

A partir da análise dos artigos, percebeu-se que 70% (n=16) dos trabalhos tiveram
como foco o ciclo de Decisão e Seleção, 26% (n=6) a ciclo Implementação e apenas 4%
(n=1) teve como foco de estudo o ciclo Utilização.
Grande parte dos artigos analisados tem como foco a implementação do ERP que
vão destacando os principais fatores dessa etapa, focando muito em estrutura física e
parametrização/customização, que o sistema escolhido deve de fato atender a todos os
requisitos, sendo assim, ainda está intimamente ligado à etapa de decisão e seleção, pois é
ali que se define tudo que será utilizado, tanto em relação às funcionalidades quanto em
relação à requisitos de implantação. O único estudo que enfocou a utilização foi a pesquisa
de Junior e Bellini (2014), onde analisaram o ERP em uso para ver os efeitos causados por
ele nos profissionais que os utilizam para entender melhor os aspectos cognitivos dos
profissionais de TI.

5 – Considerações finais

O método da revisão integrativa foi utilizado para análise dos artigos sobre ERP de
2000 a 2015, disponibilizados no repositório Scielo. Foi possível perceber o
comportamento histórico e, a partir das pesquisas analisadas, que há o interesse crescente
tanto da academia quanto das empresas nesta temática.
As restrições do estudo apontam para eventuais limitações e oscilações da base de
dados para a extração das informações. Ressalta-se que os dados obtidos foram checados e
validados por cada um dos pesquisadores, para evitar a análise e divulgação de resultados
inconsistentes.
Esta revisão aponta ainda para oportunidades de pesquisa, a partir da análise dos
dados levantados, e contribui para que se possa compreender o cenário da pesquisa
científica dos estudos sobre os sistemas ERP no período de 2000 a 2015.

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Tendo em vista o panorama apresentado do desenvolvimento científico e por


consequência suas lacunas, sugerem-se pesquisas, inspiradas no ciclo de vida de Sistemas
ERP, a partir de Souza e Zwicker (2000), que poderão nortear futuros estudos sobre o
tema:
Sugestão 1: estudos que possam explorar a seleção de ERPs em pequenas
empresas, abordando alguns fornecedores que possuem software de qualidade e
com relação adequada de custo benefício.
Sugestão 2: estudos que apresentem as possibilidades de ampliação da
integração para o mobile.
Sugestão 3: estudos de regiões diferentes no Brasil, pois há uma grande
concentração de universidades da região sudeste que publicam artigos
relacionados ao tema.
Sugestão 4: mais estudos no setor público, explorando as principais dificuldades
de seleção ou até mesmo de implementação dos ERPs neste contexto.
Sugestão 5: estudos de caráter exploratório em empresas de pequeno porte ou
de algum ramo específico, acompanhando a etapa de utilização do sistema
entrando na fase interativa, na qual surge mais requisitos para que haja novos
módulos no sistema.
Ao final, ressalta-se que, a maioria dos artigos analisados tratou de aspectos
pontuais dos sistemas ERP, que sem dúvida, são relevantes, mas insuficientes para a
compreensão do assunto na sua totalidade, pois o tema necessita ser pesquisado em suas
diversas dimensões e considerando todo o seu ciclo de vida e diversidade de organizações.
Assim, as sugestões apresentadas por este estudo, ainda que em formato de indicações
macro, poderão auxiliar no desenvolvimento de novas pesquisas sobre o tema.

Referências

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