UCXX SP3 Relátorio Final
UCXX SP3 Relátorio Final
UCXX SP3 Relátorio Final
CURSO: MEDICINA
7a ETAPA
SITUAÇÃO PROBLEMA
SP3 - Caso clínico
TUTORA
Profa. Dra. Sandra
COORDENADOR
Leonardo Quint Alecrim Bascopé
RELATORA
Soraya Jabur Lot Madureira
MAPA CONCEITUAL
Soraya Jabur Lot Madureira
DISCENTES
Ana Carolina Marques – RA: 215127
Denis Rossanez – RA: 215147
Leonardo Quint Alecrim Bascopé – RA: 215133
Letícia Indalécio – RA: 215188
Maria Alice Sgnoretti – RA: 235620
Nidia Mara Marchiori – RA:153952
Rogério de Oliveira Aranda – RA: 225267
Soraya Jabur Lot Madureira – RA: 204964
SUMÁRIO
1. DISCUSSÃO DE ABERTURA
2. FLUXOGRAMA
-Conceito
Conceito
-Etiologia
-Epidemiologia
-Fisiopatologia
Clínica e Imagem
-Quadro Clínico
-Diagnóstico
-Tratamento
Escalas
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3. Introdução:
A definição de Doenças Cerebrovasculares (DCV) pelo “National Institute of Neurological
Disorders and Stroke” (NINDS) (III Classificação de Doenças Cerebrovasculares), engloba
todas as desordens em que existe uma área do cérebro transitória ou permanentemente
afetada por isquemia ou sangramento, e/ou onde um ou mais vasos do cérebro são
primariamente afetados por processo patológico.
Os termos cerebrovasculares e cérebro são usados como no latim, para designar todo o
encéfalo, e não apenas os hemisférios do telencéfalo.
Segundo esta classificação, as quatro principais categorias de DCV são:
Assintomática
Disfunções cerebrais focais
- Ataque isquêmico transitório (AIT)
- Acidentes vasculares cerebrais, divididos em categorias: Hemorragia cerebral ou Acidente
vascular cerebral hemorrágico (AVCH) Hemorragia subaracnóidea (HSA) Hemorragia
intracraniana por malformação arteriovenosa (MAV) Infarto cerebral ou Acidente vascular
cerebral isquêmico (AVCI).
Demência vascular
Encefalopatia hipertensiva. De especial interesse e motivo de abordagem neste
curso, são as disfunções cerebrais focais, mais especificamente o Acidente Vascular
Cerebral Isquêmico (AVCI), Ataque isquêmico transitório (AIT) e Acidente Vascular
cerebral hemorrágico (AVCH).
4. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Conceito:
Caracteriza-se tipicamente como episódio de disfunção neurológica decorrente de isquemia
focal cerebral ou retiniana, com sintomas típicos durando mais do que 24 horas e com
presença de lesão em exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância
magnética do crânio). Pode ser classificado de acordo com a sua apresentação clínica ou
de acordo com a sua etiologia.
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• Epidemiologia:
Segunda causa mais comum de óbito no mundo e a primeira no Brasil, a mortalidade nos
primeiros 30 dias após o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) é de
aproximadamente 10%, sendo principalmente relacionada à sequela neurológica,18
podendo chegar a 40% ao final do primeiro ano. A maioria dos pacientes que sobrevivem
à fase aguda do AVC apresentam déficit neurológico que necessita de reabilitação,19
sendo que aproximadamente 70% não retomarão o seu trabalho e 30% necessitarão de
auxílio para caminhar.
• Fatores de risco:
Não modificáveis: idade, sendo mais comum em indivíduos com idade mais avançada;
sexo, com masculino, raça negros e a presença de história familiar, materna ou paterna.
Modificáveis: hipertensão arterial pela sua alta prevalência; o diabetes mellitus, pela sua
susceptibilidade à aterosclerose das artérias coronárias, cerebrais e periféricas; a
dislipidemia por ser um importante fator de risco relacionado à cardiopatia isquêmica; a
presença de doença cardiovascular prévia; a obesidade, pela frequente associação ao
diabetes mellitus e à dislipidemia, constituindo frequentemente a “Síndrome metabólica” ;
o tabagismo, a ingestão abusiva de álcool e a vida sedentária, dependentes do estilo de
vida do paciente; o uso de anticoncepcionais orais, principalmente se relacionados a
eventos trombóticos prévios ou tabagismo, fibrilação atrial é uma das mais importantes. A
doença carotídea assintomática (estenose > 50%) está presente entre 7 a 10% dos homens
e entre 5 a 7% das mulheres acima de 65 anos.
O risco anual de AVC é de 3,2% nos pacientes com estenose entre 60 a 99%, no entanto
há variação desta frequência. Estudos populacionais, notadamente o de Framingham,
demonstraram que a associação de fatores de risco, aumenta exponencialmente, e não
linearmente, o risco de AVC.
HAS principal fator de risco (ambos):
AVEi = causa de aterosclerose de artérias carótidas e
vertebrais, causando o AVE isquêmico.
AVEh = 1 dos fatores responsáveis pela formação dos
aneurismas de Charcot-Bouchard, pequenos aneurismas que
promovem fragilidade vascular e contribuem para o AVE
hemorrágico quando rompidos, em geral durante um pico
hipertensivo.
• Etiologia:
Obstrução súbita do fluxo arterial encefálico, devido, na maioria das vezes, a uma causa
embólica (trombo proveniente de circulação distante) ou, mais raramente, trombótica (o
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trombo é formado na própria artéria envolvida no AVE). Quando não é possível determinar
a causa do AVE, o denominamos AVE criptogênico.
• Fisiopatologia:
A interrupção do fluxo sanguíneo subsequente gera isquemia, privando neurônios e células
gliais de oxigênio e glicose, e causando disfunção neuronal (quando o fluxo cerebral de
oxigênio cai abaixo de 20ml/100mg/min). Caso essa não haja reversão dessa situação,
acontece o infarto do núcleo isquêmico, a morte do tecido e uma lesão irreversível.
Ao redor da região infartada, existe a zona de penumbra, onde um mecanismo de extração
aumentada de oxigênio apesar do baixo fluxo permite que a lesão causada seja
potencialmente reversível, contanto que o fluxo sanguíneo seja restaurado (por
recanalização do vaso ocluído ou circulação colateral, altamente dependente da pressão
arterial).
• Conceito de Penumbra Isquêmica:
No caso da isquemia cerebral focal, como ocorre no Acidente Vascular Cerebral por
obstrução de um vaso sanguíneo, a isquemia dificilmente é total, diferente do que ocorre
em caso de parada circulatória global, existe perfusão residual na área de isquemia,
dependente do fluxo sanguíneo cerebral proveniente de circulação colateral, desde que
haja pressão de perfusão adequada, estudos neurofisiológicos, realizados em pacientes
submetidos a endarterectomia de carótida, evidenciaram que o fluxo sanguíneo limítrofe
para a falência de atividade elétrica neuronal (silêncio elétrico) é de 16 a 17ml/100g/min,
após o clampeamento da carótida, sem ocorrência de falência do metabolismo energético
(potássio intracelular normal, sem danos neuronais).
A penumbra isquêmica representa a região, sem
dano neuronal, em que o fluxo sanguíneo cerebral
se encontra entre o limiar de falência elétrica e o
limiar de falência energética e colapso da bomba
iônica. O termo “penumbra” é puramente
descritivo e faz uma analogia com o halo
parcialmente sombreado que surge ao redor do
centro de um eclipse solar completo.
Na prática, penumbra isquêmica é o anel tecidual
que se forma ao redor do centro de um tecido
densamente isquêmico, que tende a evoluir
centrifugamente. Fonte: Fábio & Massaro (2021)
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• Quadro clinico
O médico deve suspeitar que o paciente esteja apresentando um AVC quando ocorrer
déficit neurológico focal de instalação súbita, com ou sem sinais de depressão no nível de
consciência. O AVC isquêmico que envolve o território carotídeo pode se manifestar com
isquemia retiniana e encefálica (com síndromes neurológicas que associam déficit de
funções corticais, como afasia, e déficit motor e/ou sensitivo).
Já o AVC isquêmico do sistema vértebro-basilar pode apresentar sintomas vestíbulo-
cerebelares (vertigem, ataxia), anormalidades na movimentação ocular (diplopia) e déficit
motor e/ou sensitivo unilateral ou bilateral, além das alterações visuais, como hemianopsia.
Os sintomas mais comuns na instalação de um AVC são:
• Alteração de força e/ou sensibilidade em um ou ambos os lados do corpo
• Dificuldade para falar
• Confusão ou dificuldade para entender e se comunicar
• Dificuldade para a marcha ou equilíbrio
• Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos
• Cefaléia súbita e atípica
• Diagnóstico
- Hipoglicemia ou hiperglicemia
- Estado confusional agudo
- Lesão expansiva intracraniana.
- Outras, tais como: intoxicação exógena, distúrbios metabólicos, doenças
desmielinizantes, síncope, encefalopatia hipertensiva e paralisia de nervo periférico
Escala NIHSS: instrumento que tem como objetivo avaliar os déficits neurológicos
relacionados com o AVC agudo.
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Escala de Coma de Glasgow (3 e 15): é um método que tem como objetivo definir o estado
neurológico de pacientes com uma lesão cerebral aguda analisando seu nível de
consciência.
• Abertura ocular (máximo de 4 pontos);
• Resposta verbal (máximo de 5 pontos);
• Resposta motora (máximo de 6 pontos)
• TERAPIA TROMBOLÍTICA
Administração IV de plasminogênio tecidual tPA até 3h do aparecimento dos
sinais/sintomas (reperfusão, efeitos benéficos relacionados com o tempo entre os
aparecidos dos sinais/sintomas e administração IV, melhora do desfecho funcional 3 meses
após). Efeitos diminui 4,5 após.
A conduta na fase aguda do AVCI visa à preservação da integridade e da capacidade de
recuperação funcional da zona de penumbra, rombólise deve ser realizada (com base nos
fatores de inclusão e exclusão), entre aqueles com início dos sintomas:
0 a 4:30h: rt-PA EV, na dose de 0,9mg/kg (dose máxima de 90mg), 10% da dose em bolus
(lento) e o restante em 1 hora (bomba de infusão).
A janela em até 4h e 30minutos.
4:30h a 6 horas: rt-PA intra-arterial (via angiografia).
Critérios de inclusão para terapia antitrombótica: idade > 18 anos; AVC com déficit
neurológico mensurável; Início dos sintomas a menos de 3 horas.
Contraindicações absolutas: hemorragia intracraniana, diátese hemorrágica aguda, AVC
prévio, trauma ou cirurgia intracraniana há < 3 meses, politrauma ou cirurgia de grande
porte nos últimos 14 dias.
Contraindicações relativas: AVC com
melhora clínica progressiva, exceto afasia;
PAS > 185mmHg ou PAD > 110mmHg;
Punção arterial recente em local não
compressível; Antecedentes de hemorragia
intracraniana. Malformação arteriovenosa,
neoplasia ou aneurismas conhecidos.
Convulsão no início dos sintomas;
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Hemorragia urinária ou gastrintestinal < 21 dias. Infarto Agudo do Miocárdio < 21 dias.
Pericardite posterior ao infarto agudo do miocárdio. Glicemia > 400mg/dL ou < 50mg/dL.
Hemicraniectomia Descompressiva: procedimento realizada precocemente dentro das
primeiras 48h, preferencialmente nas primeiras 24h, levando a um melhor desfecho da
morbimortalidade.
Portanto, AIT e AVC isquêmico são espectros de uma mesma doença vascular isquêmica
encefálica e a sua definição dependerá dos métodos de imagem utilizados, desta forma, a
persistência dos sinais clínicos ou a presença de alterações nos exames de imagem é que
definem o AVC isquêmico, a aplicação deste conceito tem grande impacto na prática clínica
atual, pela possibilidade do uso de trombolítico no AVC isquêmico agudo, e pelo fato de os
resultados deste tratamento estarem diretamente relacionados à precocidade de
administração.
A principal causa de AIT é a oclusão do vaso por material embólico proveniente de placa
de ateroma proximal ao vaso ocluído ou de origem cardíaca, deve ser conduzido como
emergência médica, pois 10% a 20% dos pacientes com AIT poderão evoluir com um AVCI
em 90 dias, sendo 50% destes nas primeiras 48hs.
da parede vascular ocasionada na grande maioria dos casos por hipertensão arterial
crônica, ou pico hipertensivo.
As lesões cerebrais caracterizam-se à TC ou RM do crânio, por hematomas localizados
geralmente nas mesmas regiões em que ocorrem os infartos lacunares. Em jovens, a
segunda maior causa de AVCH é a rotura de malformações arteriovenosas e em idosos a
angiopatia amilóide. Na maioria dos estudos epidemiológicos e bancos de dados de AVCs,
75% a 85% dos casos de AVCs são isquêmicos e 15% a 25% são hemorrágicos (incluindo
AVCH e HSA). Diagnóstico clínico diferencial entre AVCH ou AVCI pode ser realizado com
75% de sensibilidade com a obtenção do “Stroke Data Bank “Score para o diagnóstico
clínico entre AVCI e AVCH”.
5. DISCUSSÃO DE FECHAMENTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FÁBIO; Soraia Ramos Cabette; MASSARO; Ayrton Roberto. Conceitos básicos sobre o
AVC.