ABA Analise Do Comportamento Aplicada - 240511 - 113255

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ABA – ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO
APLICADA
TEA – Transtorno do Espectro Autista

O TEA – Transtorno do Espectro Autista é uma condição de saúde


caracterizada por déficit em duas importantes áreas do desenvolvimento:
comunicação social e comportamento. É classificado pelo grau de
dependência e/ou necessidade de suporte como: leve, moderado e severo.

O diagnóstico é essencialmente clínico. A partir dos primeiros sinais


notados pelos pais ou cuidadores, é mais do que necessário procurar a
ajuda especializada de um pediatra ou neuropediatra. No diagnóstico
clínico do TEA os sintomas estão divididos em dois grupos: Déficits
persistentes na comunicação e interações sociais.

Quanto mais rápido os traços de TEA forem identificados, mais


rapidamente será iniciada a estimulação e mais efetivos serão os ganhos no
desenvolvimento neuropsicomotor. É muito importante as observações
serem feitas conforme ao desenvolvimento correspondente a fase
cronológica da criança.
O diagnóstico de autismo traz sempre sofrimento para toda a família. Por
isso, todos precisam conhecer as características do espectro e aprender
técnicas que facilitam a auto-suficiência e a comunicação da criança.

O Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento e como tratamento


precisamos desenvolver habilidades básicas para sua autonomia como
pessoa dentro da sociedade. Após a avaliação e um bom plano terapêutico
multidisciplinar uma ferramenta muito utilizada é o ABA - A Análise do
Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis).

O papel do psicopedagogo diante do diagnostico de autismo é de tentar


preparar ou remediar a falta de conhecimento familiar e educacional e
contribuir na aquisição da aprendizagem, no desenvolvimento da
autoestima e na formação da personalidade humana. Ajudando a criança
autista a se sentir pertencente e inserida no contexto escolar, integrada na
família e na sociedade.
Outro papel muito importante agora no ambiente escolar é nas
adaptações curriculares, criando estratégias e critérios de atuação do
docente, levando em conta que o processo de ensino-aprendizagem
pressupõe atender à diversificação de necessidades individuais de cada
aluno. Deve investigar, intervir e ter a sensibilidade nas causas que
limitam o aprendizado, atuar na orientação dos familiares e todos os
profissionais envolvidos com a criança visando proporcionar um
ambiente mais favorável para o aprendizado.
O que é ABA e quais suas características?
Ao longo de mais de 50 anos de pesquisas científicas, controladas e
confiáveis, foram descobertos diversos princípios básicos que
influenciam o comportamento humano. Por exemplo, foi descoberto
que diferentes tipos de consequências aumentam ou diminuem a
probabilidade de comportamentos ocorrerem no futuro. Também foi
descoberto que diferentes tipos de condições antecedentes,
motivadoras ou não, aumentam ou diminuem as chances de
determinados comportamentos ocorrerem.

Aonde tem comportamento pode ser analisado e aplicado ABA.


Quando falamos de autismo, estamos diante de um diagnóstico baseado
em déficits e excessos comportamentais, por exemplo, ausência de
comunicação. Quando falamos de déficits e excessos comportamentais,
nós pensamos em formas de desenvolver tais déficits e diminuir tais
excessos.
O ABA não é um método fechado, é uma analise do comportamento,
uma ciência muito ampla.

O que faz um analista do comportamento?


O analista do comportamento é um profissional que estuda a ciência do
comportamento e pode atuar em escolas, hospitais, empresas,
consultórios, na área jurídica, atendendo crianças e adultos,
dependendo da sua especialização. Basicamente, sua função é fazer
avaliações dos indivíduos, identificando seus pontos fortes e aqueles
que precisam ser desenvolvidos.

No Brasil não há uma legislação de quem pode trabalhar com análise do


comportamento, se é psicólogo ou psicopedagogo. Tem que ter uma pós
graduação no nosso caso estamos habilitados a análise de
comportamento voltado para aprendizagem.
Quais os objetivos das intervenções baseadas em ABA?
São dois. O primeiro é ampliar o repertório comportamental e de
conteúdos curriculares, de modo que a criança melhore a interação e a
comunicação social, aprendendo a pedir, explicitar o que não quer, ler, ir
ao banheiro etc. O segundo tem a ver com diminuir a frequência de
comportamentos disruptivos (se bater e morder, bater e morder o
outro, gritar, arremessar objetos, etc).

O que é feito na prática para alcançar esses objetivos?


O trabalho deve ser planejado com base em aprendizagem sem erros,
pois assim são diminuídas as chances de haver atrasos no
desenvolvimento da criança, a desmotivação do indivíduo (o que
poderia ocorrer com aprendizagem baseada na tentativa e erro). Outros
dois conceitos essenciais: dicas (para que a criança consiga emitir o
comportamento correto) e feedbacks imediatos (para mantê-la
motivada, engajada, e volte a fazer novamente, queira aprender).
Como as dicas são usadas?
Lavar as mãos depois de ir ao banheiro, por exemplo –, é dada uma dica
verbal, física, gestual ou auditiva para que a pessoa com autismo possa
realizá-lo de modo favorável. Com o passar do tempo, a dica vai sendo
retirada para que ele seja capaz de cumprir a tarefa sozinho,
conquistando autonomia.

Os feedbacks imediatos
Implica em dar para a criança algo que ela gosta, sempre que atender a
um pedido ou realizar uma tarefa corretamente.
O reforço tem de ser retirado ao longo do tempo, caso contrário, a
criança se torna dependente dele para seguir adiante – e o objetivo é
justamente criar repertório para a conquista da autonomia. A meta é
que a aprendizagem passe a ser a própria recompensa, um reforçador
natural, e que o comportamento aprendido seja generalizado pela
criança e colocado em cena com outras pessoas ou situações.
Antecedente, comportamento e consequências
Uma das partes mais importantes da aplicação do ABA é entender
os antecedentes, ou seja, acontecimentos que costumam preceder os
comportamentos; assim como as consequências, basicamente o que
ocorre depois do comportamento.

Agora, veja um exemplo prático. Primeiramente, a versão negativa:


ANTECEDENTE: o pai diz que é hora de guardar os brinquedos e
organizar o local
COMPORTAMENTO: a criança responde “não quero guardar”
CONSEQUÊNCIA: o pai junta os brinquedos sozinho e diz que a
brincadeira está encerrada
COMPORTAMENTO: a criança fica chorosa e o pai frustrado por não ser
obedecido.
Agora, uma versão positiva com práticas do ABA aplicadas:
ANTECEDENTE: o pai diz que é hora de guardar os brinquedos e organizar o
local
COMPORTAMENTO: a criança responde um “não”
CONSEQUÊNCIA: o pai vai até a criança e diz: “fazemos assim: eu brinco com
você por mais 10 minutos e juntos guardamos os brinquedos e te coloco para
dormir”. (uma consequência que servirá de antecendente para novos
comportamentos da criança. Nosso comportamento é um processo)
COMPORTAMENTO: a criança diz “combinado”.
CONSEQUÊNCIA: Pai brinca por 10 minutos com o filho
Após 10 minutos:
ANTECEDENTE: o pai diz “está na hora de guardamos os brinquedos”
COMPORTAMENTO: criança insiste em brincar mais
CONSEQUÊNCIA: Pai diz: “combinamos que seriam mais 10 minutos, nós dois
temos que cumprir nossos combinados, para poder brincar em outros dias”
COMPORTAMENTO: criança concorda e juntos eles guardam os brinquedos.
CONSEQUÊNCIA: Pai leva filho para cama (criança se sente bem por ter a
atenção e cuidado, pai se sente bem por ter conseguido estabelecer limites
sem brigas e ressentimentos)
Por que usamos reforçadores?
O processo do reforçamento ocorre com qualquer indivíduo, no entanto,
para cada ser, um grupo de reforçadores é suficiente para o
aprendizado. Quando uma criança neurotípica fala as primeiras
palavras, por exemplo, os pais costumam sorrir, dar atenção, repetir o
que a criança fala, e isso acaba reforçando o comportamento de falar. O
reforço social ou recompensa verbal são, geralmente, suficientes para
reforçar os comportamentos dessas crianças. No caso de uma criança do
espectro autista, ela não é sensível ao reforço social e precisamos
começar o trabalho com reforçadores tangíveis, ou seja: brinquedos,
comida, vídeos, etc. Chamamos esse tipo de reforço de reforçamento
arbitrário já que ele não ocorre de maneira natural.
O que são Reforçadores Positivos e Reforçadores Negativos?

Reforço é tudo aquilo que aumenta a chance do comportamento


ocorrer novamente.
Pode ser positivo ou negativo.

Exemplo de Reforçadores Positivos:


- Peço para a criança fazer algo e quando ela faz, eu reforço, dou algo
que ela gosta;
- Em uma atividade a criança imita um gesto, eu deixo ela brincar
alguns minutos.

Reforçar o comportamento esperado.


Exemplo de Reforçadores Negativos:
- A criança quer um sorvete. Ela chora e ganha o sorvete.
O sorvete é o reforçador.
Quando ela quiser um sorvete de novo, ela vai chorar.
(o comportamento foi reforçado)

- Entrou em uma loja de doce, a criança se jogou no chão, gritou e


ganhou o doce.
Quando ganha, reforça a maneira de pedir, de se jogar no chão.

A criança faz, porque está ganhando algo.


Como podemos usar os Reforçadores na prática Psicopedagógica
A partir da análise das interações entre as pessoas e o contexto,
traçar estratégias para reduzir comportamento inadequados,
reduzir fugas, ensinar habilidades e criar estratégias para
comunicação alternativa.
Mapear os gostos, os interesses, o que ela não gosta, o que ela
precisa aprender e reduzir excessos.
Para ter um resultado na prática psicopedagógica, essa técnica
tem que ser:
- Bem aplicada;
- Tem que se criar um vínculo com a criança e a família;
- O reforço sempre individual, avaliar o que a criança gosta, o
que gera prazer;
- Reforçar o comportamento esperado;
- Aplicar de forma lúdica para crianças menores;
- Buscar sempre a melhor ferramenta para se trabalhar.
- Essa técnica vai se adaptar a cada caso. Cada criança é única;

Há várias formas de aplicação.


O segredo é a individualidade.
Exemplo de atividades com Reforçadores

- Antes de tentar ensinar qualquer coisa para a criança, gaste um bom


tempo apenas ficando com ela e observando-a com os reforçadores.
Se ela adora assistir vídeos, seja a pessoa que faz os vídeos
acontecerem; se adora comer batata frita, então seja a pessoa que
sempre tem batata frita; se ama brincadeiras “brutas” e
movimentadas, seja um lutador.
- Crie um ambiente atraente para a criança, de maneira que, quando
ela entrar na sala, haja alguma coisa divertida que a atraia. Quebra-
cabeças, livro para colorir, figurinhas, massinha de modelar, etc...
- Torne o ambiente de trabalho divertido.

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