Estagio Supervisionado - Ed Infantil 1

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LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

ESTAGIO SUPERVISIONADO – EDUCAÇÃO INFANTIL

ALUNO(A)
CARLA DE SOUZA SILVA

PROFESSOR ORIENTADOR
RINALDO ALVES DE OLIVEIRA

JUCÁS - CE
2023
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA.
ESTAGIO SUPERVISIONADO – EDUCAÇÃO INFANTIL

AUTOR (A): CARLA DE SOUZA SILVA

RESUMO:
O presente relatório tem o propósito de relatar as minhas experiências
desenvolvidas no processo de desenvolvimento do Estagio Supervisionado, na
educação Infantil do curso de pedagogia. O estágio foi realizado no 5° período,
o mesmo foi efetuado na Escola E.I.E.F Dom Pedro I. Localizado na vila São
Pedro Jucas-CE. Com base em todo desenvolvimento do trabalho e estudos
realizados na prática.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIL-DOCENCIA-ALUNO-EDUCAÇÃO INFANTIL-PRÁTICA.


INTRODUÇÃO:

O estágio me permitiu abrir a mente para a prática docente no ensino


infantil, pois através dele abri meus olhos para o mundo das crianças e consegui
participar das primeiras fases de aprendizagem delas, vi que ser pedagoga é
uma missão importante, pois fiz e irei fazer parte da sua base de aprendizagem.
O estágio supervisionado é o que impulsiona a essa formação, pois a
acadêmica entra em contato com a realidade educacional e através de tal
realidade pode ter a certeza se realmente quer atuar na profissão. O Estágio
supervisionado é mais um momento de mudança e de reflexão, pelo qual passa o
estudante do curso de Pedagogia em sua formação inicial. A sala de aula do
espaço acadêmico e a sala de aula onde ocorreu o estágio são locais onde a
identidade do aluno (a) deste curso é construída, cujo objetivo é desenvolver
uma aprendizagem vivenciada através de observação e supervisionada pela ação
de alguém mais experiente, com a finalidade de despertá-lo para uma ação
reflexiva e crítica construída sistematicamente.
É, também, durante este período que verificamos como são as rotinas e
quais são as dificuldades e necessidades enfrentadas no cotidiano desta
profissão. O estágio foi um momento de descobertas e de adquirir conhecimento
na prática, pois pude aprender o que para mim era um universo desconhecido.
Na busca do aperfeiçoamento e interação da teoria com a prática, aspecto tão
importante para qualquer tipo de profissional, em especial o professor. É através
do estágio que passamos a conviver e conhecer melhor o cotidiano dos alunos e
professores na escola, podendo assim adquirir novas experiências. Propondo um
melhor envolvimento do docente e inserindo-os no meio social, com sabedoria.
dignidade e uma boa educação.
O estágio contribui de maneira direta para formação docente, fazendo com
que o estagiário reflita sobre sua prática, que por vez ainda, está em construção,
possibilitando ao estagiário uma visão crítica sobre a profissão, sendo um marco
importante na formação do pedagogo. Quando bem vivenciado, o estágio pode
promover a maturidade pedagógica de um grupo, o que tende a trazer
contribuições para as práticas dos docentes junto às crianças, ou seja,
fomentando maior qualidade da ação educativa.
A escola onde foi realizado o estágio, é localizada na vila São Pedro de
Jucás-CE, a mesma é dividida em dois espaços, devido a sede não dispor espaço
suficiente para atender todos os discentes. A turma é composta por vinte e cinco
crianças, sendo onze meninas e quatorze meninos, com idade de quatro e cinco
anos. O estágio deu-se início no dia 15 de abril de 2024 com término no dia 02
de maio de 2024, seguindo a carga horária de 40 horas, sendo que são 10 horas
de regência, 10 horas de HTPC e 20 horas para lecionar. Realizei o estágio na
turma do Pré I “A” no turno da manhã com a professora titular Flávia Bezerra
da Silva Oliveira.
A Escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Dom Pedro I, onde
foi realizado o estágio a partir do olhar do estagiário e de partilhar nos
relatórios de experiência foram abordadas as seguintes pautas; discutir a
importância do estágio supervisionado na educação infantil; sistematizar a
proposta de atividade na escola; desenvolver experiências socioeducativas em
instituição na educação infantil.
O conhecimento repassado com o estágio foi de acordo com o plano de

didática proposta, me possibilitando ter uma visão de docente e colocando em


prática os conhecimentos adquiridos ao decorrer do curso até o presente
momento. Me possibilitou através da prática adquirir e desenvolver meu olhar
crítico e social sobre a prática docente, sobre as dificuldades da instituição a
qual estagiei e sobre as dificuldades educacionais na educação infantil, buscando
melhores métodos e práticas de ensino de acordo com os recursos a qual a
escola ofereceu, tendo assim uma boa comunicação entre escola e professor e
professor e aluno.
A base educacional é o pilar da sociedade, é na escola que nossos
primeiros passos na educação rumo a cidadania são dados e fazer parte da base
da educação como educadora apesar das dificuldades é um prazer que não há
palavras que descrevem, já dizia Paulo Freire “Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.”
II. ABORAGEM METODOLÓGICA:
No período de estágio o que pude observar e acompanhar na aula da
professora Flavia Bezerra, foi que ela recebe as crianças com boas vindas e
músicas de bom dia e oração e logo em seguida é realizado os estudos dos
cartazes, números, alfabetização e formas geométricas, também é realizado a
palavra que a professora escolhe para trabalhar a semana.
Nesse período que estava em sala foi importante para compreender e
observar a professora realizar seu desenvolvimento em sala, sempre buscando
aprender para ter uma boa regência. No primeiro momento da aula os alunos
praticam a escrita e leitura de seu nome, pois a professora, de forma lúdica,
coloca letras em um envelope e os alunos retiram essas letras formando seu
nome. Usando essa abordagem os alunos reconhecem as letras de seu nome e ao
mesmo tempo praticam a leitura e conhecimento do alfabeto.
Após o primeiro momento em sala os alunos tem o horário do lanche e
após retornarmos à sala iniciamos o segundo horário, tendo como atividade o
estudo do alfabeto, possibilitando aos alunos reconhecerem as letras e identificar
animais ou objetos que se inicia com a letra determinada.
O que pude observar foi que para compreender os alunos tive que
acompanhar o processo do conhecimento e aprendizagem de cada um, ajudei e
acompanhei na atividade e rotina, foi aí que observei que os alunos não
acompanham as aulas por igual, alguns tem facilidade de aprender mais rápido
e outros já são mais lentos.
Quando comecei a lecionar em sala de aula fui muito bem apoiada e
aceita pela professora e pelos alunos os quais vinham tirar dúvidas comigo,
sentava com os alunos que tinham mais dificuldade e assim auxiliava tirando
dúvidas e até mesmo ensinando, e foi aí que eu descobri suas necessidades,
onde os quais eles precisavam melhorar. Mantive uma boa relação com a
professora, e quando via que o aluno estava com mais necessidade em aprender
comunicava para ela, para que a mesma pudesse apoiar mais aquele aluno
nesses pontos que eram identificados.
Quando estava de observação tive um olhar especial para cada situação,
buscando novos conhecimentos para poder ajudar os alunos até por que eles são
de níveis diferentes em questão de aprendizagem e com tudo isso pude ajudar
no desenvolvimento dos estudantes.
Quando estava na regência procurei inovar, não fui direto para os
cartazes, procurei jogos educativos e foi aí que comecei chamar atenção de
todas as crianças, sempre procurando buscar novas maneiras de ensino e não
utilizar os métodos tradicionais, busquei realizar atividades que chamasse atenção
dos alunos para ter um bom rendimento.
A primeira atividade proposta foi formar uma roda com as crianças
realizando uma conversa formal sobre livros e trabalhar o dia internacional do
livro infantil, apresentei para as crianças a obra de Monteiro Lobato “O Sitio do
Pica-Pau Amarelo” chamou muita atenção deles de primeira pois a maioria não
conhecia a
história. Montamos um painel em sala de aula para apresentar cada personagem
da obra e em seguida tivemos um desfile, as crianças com os aventais dos
personagens e sem dúvidas foi uma aula de muita aprendizagem e descoberta
deixando sempre que as crianças interagem e compartilhem os conhecimentos.
A segunda atividade proposta foi a contação de história do (Sitio do
Pica-Pau

Amarelo). A história foi contada na televisão e mostrando os personagens

impressos, em seguida foi realizada uma conversa formal com as crianças sobre
a história contada, buscando a interação e interpretação de todos.
Foi realizada uma atividade do livro (1,2,3, é tempo de aprender) durante
a observação em sala as crianças tem um tempo para brincar com as peças de
lego e brinquedos. O livro usado para planejamento foi (PNLD), o planejamento
aconteceu juntamente com a professora titular, onde pude ajudar e observar a
realização do planejamento trocando ideias para o desenvolvimento das
atividades que foram realizadas com a turma e tirando dúvidas sobre como
avaliar os alunos. A maneira de como avaliar é de extrema importância na
formação de cada criança.
Como forma avaliativa na sala de aula procurei acompanhar cada criança
no decorrer das atividades e observei aqueles que tinham melhor desempenho e
os que apresentavam mais dificuldades. Os alunos que apresentavam dificuldade
na escrita” geralmente é na coordenação motora ao segurar o lápis” colocava
uma linguinha de pano entres seus dedos e apoiava o lápis entre os dedos e a
linguinha para melhorar a pegada e com isso a criança conseguia fazer a escrita
da letra ou até mesmo do seu nome.
III.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E ANÁLISE.
Para a fundamentação e dar mais autenticidade ao trabalho estou me
baseando em três autores, Piaget (1896 - 1966), Vygotsky (1896 - 1934) e
Paulo Freire (1921- 1997). Suas obras e teorias possibilitaram e contribuíram para
a construção deste trabalho.
Que pai e mãe não desejam o melhor para o seu filho? E que pai e mãe
não gostariam de ter um manual mágico que os orientasse a desenvolver a
criança de forma perfeita? A responsabilidade de acertar nessa tarefa é enorme,
pois é toda uma vida que está em jogo. Há um ponto de partida, o nascimento
e uma trilha a ser seguida, que é a evolução adquirida com os anos. As aptidões
inatas da criança, que vão desde a habilidade em chutar bola até a capacidade
de resolver um problema matemático, podem ou não ser desenvolvidas. Depende
da estimulação, que pode acontecer em casa ou na escola a partir de atitudes
muito simples, como brincar ou cantar com o bebê, mas que terão papel decisivo
no seu desenvolvimento.
As hipóteses aqui apresentadas nasceram de estudos preliminares sobre o
planejamento realizado em parte no material exposto aqui nesta seção pelo qual,
já se podem conhecer posicionamentos fundamentais na discussão proposta.
Vygotsky enfatizou as origens sociais da linguagem e do pensamento e foi
o primeiro psicólogo moderno a propor o mecanismo pelo qual a cultura se torna
uma parte natural. Para chegar a um bom processo de ensino é necessário
compreender a fase de cada aluno para assim criar a melhor estratégia de
ensino. Utilizar da própria ludicidade da criança para empregar atividades em
sala de aula é uma proposta que tem ganhado cada vez mais espaço.
No estudo da inteligência prática observa-se a importância do uso de
instrumentos na realização de atividades ou ao repassar um conteúdo, a criança
aprende melhor na prática e o uso de instrumentos estimula o visual, a
capacidade de resolver problemas, os movimentos sistemáticos e entre outros
aspectos, veja o que diz Vygotsky a esse respeito:
Entretanto, não é somente o uso de instrumentos que se
desenvolve nesse ponto da história de uma criança; desenvolvem-se
também os movimentos sistemáticos, a percepção, o cérebro e as
mãos - na verdade, o seu organismo inteiro. Em consequência, o
sistema de atividade da criança é determinado em cada estágio
específico, tanto pelo seu grau de desenvolvimento orgânico quanto
pelo grau de domínio no uso de instrumentos. (Vygotsky, 2003, p.18)
Não podemos e não devemos assumir uma postura maternal e tampouco a
escola está para abraçar tal função, porém essas crianças buscam nos Centros de
Educação Infantil conforto, acalanto, segurança, amor e muita atenção, além da
sua propriamente dita, cuja função cabe à escola. Alguns profissionais parecem
esquecer-se de que estão relacionando-se com infantes e, é nessa faixa etária
que se estrutura a complexidade da personalidade da criança.
Desenvolver é crescer, aprender e fazer coisas novas, diferentes. “a
mente da criança contém todos os estágios do futuro desenvolvimento intelectual;
eles existem já na sua forma completa, esperando o momento adequado para
emergir” (VYGOTSKY, 1998, p. 32). Para Vygotsky, no entanto, a maturação
biológica ocupa um lugar secundário no processo de desenvolvimento humano.
Atribuindo à interação social um papel de enorme relevância a esse
processo, ou seja, as formas complexas do comportamento humano dependem da
interação da criança e sua cultura para o seu pleno desenvolvimento. Antes de
se realizar qualquer atividade com uma criança de 0 a 6 anos de idade, se faz
premente conhecer suas limitações e aprender a respeitá-las, considerando que o
desenvolvimento dessa criança está intimamente relacionado ao seu contexto
sociocultural de maneira dinâmica e dialética. Desta forma, o desenvolvimento
das funções psicológicas 17 superiores é mediado por outras pessoas do seu
grupo sociocultural, indicando, delimitando e atribuindo significados à realidade.
De acordo Vygotsky (1998, p. 29), a experiência social exerce: [...] seu papel
através do processo de imitação; quando a criança imita a forma pela qual o
adulto usa instrumentos e manipula objetos, ela está dominando o verdadeiro
princípio envolvido numa atividade particular. Eles sugerem que as ações quando
repetidas, acumulam-se, umas sobre as outras, sobrepondo-se como numa
fotografia de exposição múltipla; os traços comuns tornam-se nítidos e as
diferenças tornam-se borradas.

Jean Piaget (1896 - 1989) foi o criador de algumas das teorias


fundamentais para compreender o desenvolvimento da mente humana. A questão
mais importante a ser respondida por Piaget era como uma pessoa desenvolve
seu conhecimento.
Selecionei algumas frases que ajudam a compreender o raciocínio do psicólogo
para desenvolver as suas teorias de aprendizagem.
Alguns nomes são atribuídos às teorias de aprendizagem de Piaget:
psicologia do desenvolvimento, teoria cognitiva, epistemologia genética. Tudo diz
respeito ao processo estudado pelo pesquisador de como nos desenvolvemos
como seres inteligentes. Para isso, ele observou, registrou e analisou por anos o
comportamento de suas próprias filhas.
Piaget afirmava que desde que um bebê nasce, ele já é inteligente. Isso
porque esse sujeito (chamado sujeito epistêmico) precisa aprender a interagir com
o mundo físico ou cultural. Não só precisa, como vai, inevitavelmente. Por
exemplo, o bebê aprende a sugar o leite da mãe porque percebe com o passar
dos dias que, tomando aquela ação, saciará a fome.
Os fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, sociais
em seus fins e mentais em seus meios.
Jean Piaget
Com essa frase Piaget está dizendo: somos humanos biológicos por
natureza, pensamos e agimos para, enfim, interagir socialmente com o nosso meio.
Ou seja, criamos esquemas mentais que resultam em atitudes físicas que nos
tornam capazes de viver, aprender, assimilar e alterar tudo o que nos rodeia.
O desenvolvimento cognitivo, em que se baseia a aprendizagem, acontece
por dois processos: assimilação e acomodação. Quando a pessoa consegue
assimilar alguma informação, a mente não se modifica. E quando não consegue,
ou ela desiste de tentar assimilar, ou aprende algo novo. Se aprender algo novo,
ocorre a acomodação, ou seja, ela se adapta a uma nova situação agindo de
uma nova forma.
É nesse esquema de assimilação e acomodação que se dá a evolução da
aprendizagem. É por isso que Piaget afirma que:
Cada vez que alguém ensina prematuramente a uma
criança algo que ele poderia ter descoberto, essa criança é
impedida de

inventá-la
e, consequentemente, de compreendê-la completamente.
Jean Piaget
Ao contrário dessa abordagem, Freire (1996, p. 21) defende que “[...]
ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
própria produção ou a sua construção”. O autor problematiza ainda que Falar da
realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem comportado,
quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio à experiência
existencial dos educandos, vem sendo, realmente, a suprema inquietação desta
educação.
Nela, o educador, aparece como seu indiscutível agente, como seu real
sujeito, cuja tarefa indeclinável é “encher” os educandos dos conteúdos de sua
narração (FREIRE 2014a, p. 79). Seguindo tal pensamento, Freire (2014a, p. 79)
aborda ainda que ao trabalhar com a fragmentação da realidade em detrimento
da totalidade “[...] a palavra esvazia da dimensão concreta que devia ter ou se
transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante”.
Nesse sentido, compreendemos que as atividades realizadas na turma não
levavam os alunos a uma consciência crítica, uma vez que alfabetizar na
perspectiva de codificar e decodificar configurou-se em um processo insuficiente,
pois é necessário haver práticas sociais de leitura e escrita que proporcionem o
envolvimento dos estudantes em situações concretas, reais e significativas.
Assim, de modo a construirmos um projeto de intervenção autêntico,
coerente e instigante para o grupo, realizamos uma análise de perfil da turma
para desta forma compreender quem eram aqueles sujeitos que lá estavam
presentes, pois segundo Freire (2014b, p. 90, grifo do autor), “constatando nos
tornamos capazes de intervir na realidade, tarefa incomparavelmente mais
complexa e geradora de novos saberes do que simplesmente a de nos adaptar a
ela”.
Nessa análise, percebeu-se que havia muita limitação na compreensão da
professora regente em acreditar que os alunos eram capazes de realizar
atividades mais complexas que pinturas de desenhos prontos ou mesmo
ilustrações relacionadas a saídas de campo realizadas em dias anteriores. Freire
problematiza que manter essa perspectiva de educação é naturalizar e legitimar
o poder do sistema.
No dia que foi realizado o dia do livro em sala de aula as crianças
ficaram empolgadas porque era algo novo para elas, em sala de aula pedi para
as crianças fazerem uma roda e tivemos uma conversa formal depois, colocamos
um tapete para colocar os livros para trabalhar a imaginação deles. Logo em
seguida algumas crianças pediram para eu ler o livro para eles, depois fomos
explorar o mural que tínhamos feito em sala juntos, e com isso pude observar
que trabalhar livros infantis em sala faz com que eles aprendam a trabalhar sua
imaginação, a aula se tornou muito atrativa, saímos do método tradicional e
utilizamos a prática.
Segundo Jean Piaget prática usando leitura e contação de história auxilia
na formação humana, através da imaginação, atenção e linguagem. A criança
aprende pelos objetos, com o meio social, brincadeiras e usando livros
contribuindo para a formação de aprendizagem com sentido e significado.

O pensamento pré-conceitual se caracteriza por uma forma de pensamento


mágico em que a criança acredita que seus desejos se tornam realidade. Nesse
se estádio, as peculiaridades do pensamento da criança são as seguintes: o
animismo, que é a atribuição de características humanas a seres inanimados; o
realismo, em que a realidade é construída pela criança; o finalismo, que se
relaciona com a causalidade, no qual a criança olha o mundo e tenta explicar o
que vê; o artificialismo, que é a explicação dada sobre os fenômenos naturais
como se fossem produzidos pelos seres humanos para lhes servir; e, por fim, o
egocentrismo, em que a criança faz referência a tudo o que acontece conforme
seus sentimentos ou ações.
Para Piaget, essa fase é importantíssima para a criança, pois ela se
socializa e aprende de maneira rápida através do desenvolvimento de sua
linguagem e comunicação. Ele afirma que a origem do pensamento da criança
decorre das modificações da ação da criança em sua interação com o meio, o
que resulta em uma grande transformação da inteligência.
Minha experiência com o estágio foi muito gratificante e muito prazerosa
pois como educadora em formação eu pude provar o gosto do ensino e ver
através da prática os desafios do docente na educação infantil. Realmente a
pedagogia não é apenas ensinar a criança a pegar em um lápis e coisas básicas
do cotidiano, não é uma coisa limitada más sim é fazer parte dos primeiros
passos educacionais delas. Meu maior desafio com o estágio foi o tempo, pois
tive que conciliar o tempo de trabalho com o tempo da disciplina, mais como
dito ao começo do parágrafo foi muito gratificante.
IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS -

O estágio é muito importante para a formação do educador, pois


vai promover a relação teoria-prática através das reflexões, análises e
experiências vivenciadas dentro de sala de aula. Tal prática leva o professor a
refletir sobre a sua própria prática. O estágio deu-se início no dia 15 de abril
de 2024 com término no dia 02 de Maio de 2024, seguindo a carga horária de
40 horas, sendo que são 10 horas de regência, 10 horas de HTPC e 20 horas
para lecionar. Realizei o estágio na turma do Pré I “A” no turno da manhã.
O estágio permite aos envolvidos no processo o desenvolvimento de
práticas educativas e reflexivas, desse modo, fomenta a busca de qualidade nas
práticas de Educação Infantil. Além de integrar o ensino à prática,
o estágio supervisionado proporciona ao estudante a experiência de vivenciar de
perto a realidade escolar e consequentemente dar a ele uma visão ampla sobre
a profissão escolhida.
Desde a apresentação da disciplina fiquei um pouco apreensiva sobre o
estágio, pois não seria apenas o tempo de conciliar a disciplina com o trabalho,
mas entender e compreender o processo de ensino e o projeto que encontrei um
pouco de dificuldade. Realmente achei que não daria conta desse processo pois
é bastante coisa para pesquisar, observar e digitar nesse presente relatório, mas
eu me agarrei a causa pedagógica e abracei cada segundo do meu tempo para
honrar com essa meta da disciplina.
Também são muitas as dificuldades encontradas e observadas na instituição
a qual estagiei, notei a falta e necessidade de espaço escolar para as crianças
brincarem como também ferramentas de pesquisa para trabalhar com eles em
sala. Na turma a qual lecionei nesse estágio há algumas crianças altistas e nesse
ponto pra mim foi difícil, mas ao mesmo tempo cheio de aprendizagem, pois eu
pude colocar em prática o que estudei e aprendi sobre esse assunto. Realmente
são alguns pontos a qual eu como educadora não posso fazer muita coisa, no
caso, em relação ao espaço escolar e de pesquisa, mas ao ponto de ensinar e
repassar o conhecimento vi que tenho um longo processo ao caminho do
aperfeiçoamento na prática docente.
Recomendaria através desse estágio que a pedagogia tivesse uma visão
mais crítica e social em sala, abordando temas mais abrangentes sobre a pratica
docente na educação infantil. Através da prática vi que são muitas as
necessidades que rodeiam algumas instituições, tanto na parte docente quanto na
discente pois nem sempre as instituições são vistas e abraçadas pelo Estado e
município, deixando a desejar um bom espaço de trabalho para os professores e
um bom espaço de aprendizagem para os alunos.
Pontos esse que não deveríamos apenas olhar e ignorar, trabalhando e
ensinando em um espaço não muito favorável ao ensino. Correr atrás de um bom
espaço é o melhor passo para uma boa educação, pois já dizia Paulo Freire” A
educação não muda o mundo, a educação muda as pessoas e as pessoas mudam
o mundo”. o estágio me permitiu ensinar e aprender, pois agarrei cada
experiência que eu tive em sala e tive a certeza se realmente era a profissão
que eu queria para mim.
Com base no vivenciado em sala de aula percebi que a pedagogia não se
limita ao ensinar a criança, vai muito mais além do que fazer parte da base de
ensino, a pedagogia abre as portas para um mundo de conhecimento além do
ensinar, abre muito mais a visão crítico-social sobre o mundo. Paulo freire, Jean

Piaget, Vygotsky entre outros filósofos e pedagogos ao depender do ano ou


época ao qual viviam defendiam a mesma ideologia de ensino, defendiam que
toda base educacional merece ter uma qualidade de educação impecável. Mesmo
eles apesar de sua época também ja tinham várias críticas sociais e políticas
sobre o ensino, e ao longo dos anos aprendendo sobre suas ideias não podemos
enquanto pedagogos em formação fechar nossos olhos para a educação.
Vi que o estágio vai além de uma obrigação acadêmica, é uma forma de
agradecimento tanto pessoal como profissional, reunindo assim a teoria aprendida
com a prática aplicada, é uma forma de viver a realidade apresentada nas
aulas da graduação e retirar qualquer ilusão de facilidade profissional. Deixo
nessa consideração final de estágio a seguinte citação de Paulo Freire “Quando
a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor, se
a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade
muda, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a
sua própria produção ou a sua construção.
V.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -

FREIRE, Paulo . Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa.


São Paulo: Paz e Terra, 2004.

PIAGET, J. Os estágios do desenvolvimento intelectual da criança e do


adolescente. In: Piaget. Rio de Janeiro: Forense, 1972.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.


ANEXO

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