Rochas vulcnicas e relevos associados

Trabalho realizado por: Sara Santos Figueiredo n 38491

O Docente: Joo Batista

Geologia e Geomorfologia

ndice Introduo

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Introduo

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Rochas Vulcnicas
Magma uma substncia lquida, constituda, essencialmente, por uma mistura de rochas num estado de fuso com uma percentagem varivel de gases. Geralmente, os magmas so gerados em locais onde se verifica uma forte actividade tectnica.

As rochas magmticas formam-se pelo arrefecimento e pela cristalizao do magma.

SiO2 < 52% Magmas pobres em slica

52% < SiO2 < 65% Magmas de composio intermdia

SiO2 > 65% Magmas ricos em slica

Durante o processo de arrefecimento de um magma em consequncia da diminuio da temperatura, tem inicio um processo de cristalizao, isto , de formao de cristais de matria mineral. Quando este arrefecimento ocorre superfcie, devido s elevadas diferenas de temperatura e presso, a velocidade de arrefecimento muito elevada e muitas substncias no chegam a cristalizar. E, quando um magma comea a arrefecer em locais profundos da crusta terrestre ocorre a formao sequencial de minerais, possuindo cada um deles uma estrutura e composio qumica bem definidas. A matria magmtica residual, parte do magma que no cristalizou, possui uma composio qumica bem definida.

Diferenciao magmtica:

Bowen reduzia rochas magmticas a p e quecia-o a altas temperaturas, obtendo assim magmas artificiais. Com vrios processos de arrefecimento destes magmas, Bowen observou que os minerais no cristalizam todos ao mesmo tempo, cristlizando primeiro os minerais de mais alto ponto de fuso, seguidos dos restantes, por ordem decrescente dos respectivos pontos de fuso cristalizao fraccionada um dos processos responsveis pela difrenciao magmtica.

Bowen verificou que os primeiros minerais a formar-se eram a olivina e a anortite (plagioclase clcica).

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Com base nas xperincias laboratoriais, Bowen definiu , para um magma homogneo, uma seuqncia de formao de minerais designada Srie ou Sequncia Reaccional de Bowen, que composta por dois ramos: Ramo da srie de reaco descontnua ou dos minerais ferromagnesianos Ramo da srie de reaco contnua ou srie das plagioclases.

descontnua chamada Ao

A por diminuir os

srie assim ser a seus

constituda por 4 minerais. temperatura,

minerais reagem com o liquido residual, formando um mineral com composio quimica e estrutura interna diferente da inicial. - A srie contnua formada por um nico mineral, a plagioclase. Ao diminuir a temperatura, a sua estrutura interna mantem-se igual apenas variando a % dos ies de clcio(Ca) e sdio(Na).

- A olivina um silicato de Fe e Mg e o primeiro mineral a cristalizar. - A piroxena o resultado da reaco do mineral cristalizado anteriormente com o lquido residual. - A anfbola um mineral de cor escura, rico em Fe e Mg e o resultado da reaco do mineral anterior com o liquido residual. - A biotite o ltimo mineral rico em Fe e Mg a cristalizar e uma mica preta.

- A anortite a primeira plagioclase a formar-se. - A bytownite e a labradorite so feldspatos calco-sdicos com predominio de clcio(Ca) face ao sdio(Na). - A andesite e a Oligoclase so felsdspatos calco-sdicos com predominio do Sdio(Na) face ao Clcio(Ca). - A albite a ltima plagioclase a formar-se.

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- O feldspato potssico composto por slica(Si), por potssio (K) e alumnio (Al) e formado no magma residual. - A moscovite um silicato de aluminio (Al) e ferro (Fe) e uma mica branca. - O quartzo composto pelo que resta do magma residual SiO2 (silica) e ocupa todos os espaos deixados na rocha magmtica. o mineral mais estvel quando submetido s condies de presso e temperatura presentes na superfcie da Terra. Os minerais que se situam na mesma linha horizontal possuem temperatura de cristalizao semelhante

Nas rochas magmticas, a formao dos minerais resulta do arrefecimento e da solidificao do magma. Os minerais ocorrem na Natureza sob a forma de cristais e as unidades bsicas constituintes da matria mineral tomos, ies ou molculas dispem-se de forma ordenada e regular na sua estrutura interna. Em condies de formao ideais, esta organizao manifesta-se na sua forma exterior , formando minerais delimitados por superfcies planas. Na situao oposta formam-se minerais informes, sem superfcies planas. Cristal eudrico, se o mineral limitado por faces bem desenvolvidas; Cristal subdrico, se o mineral apresenta parcialmente faces bem desenvolvidas; Cristal andrico, se o mineral no apresenta qualquer tipo de faces.

Cristal ento, um slido homogneo de matria mineral que, sob condies favorveis de formao, pode apresenar supefcies planas e lisas, assumindo formas geomtricas regulares.

A matria amorfa ou vtrea caracteriza-se pela ausncia de ordenao interna, isto , as unidades bsicas que a constituemesto dispostas de uma forma totalmente aleatria.

As propriedades fsicas dos minerais esto estritamente relacionadas com a composio qumica, com a natureza dos tomos, dos ies e das molculas que os constituem, bem como com a sua estrutura interna. A composio quiica e a estrutura interna caracterizam a estrutura cristalina. O isomorfismo verifica-se quando ocorrem varies ao nvel da composio qumica dos minerais sem, contudo, se verificarem alteraes no arranjo e disposio da estrutura cristalina. Por exemplo, as plagioclases. O polimorfismo veifica-se quando os minerais tm a mesma composio qumica, mas estruturas internas diferentes. Ex. O diamante e a grafite.

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 Se a consolidao do magma ocorre no interior da Terra, a grande profundidade, as rochas que se formm chama-se de rochas plutnicas ou intrusivas. Se o magma ascender do interior da Terra consolidar superfcie, ou perto dela, as rochas resultantes denominam-se Os minerais que se situam na mesma linha horizontal possuem temperatura de cristalizao semelhante rochas vulcnicas ou extrusivas. As principais caracteristicas que permitem aclassificar e distinguir as rochas magmticas so: a txtura, a cor e acomposio mineralgica e qumica.

Caracteristicas

Textura Aspecto geral da rocha , fornecido pelo tamanho, forma e arranjo dos gros de minerais que a constituem. Cor Est relacionada com a existncia dos minerais mais abundantes na sua composio. Os minerais flsicos, ricos em slica e alumnio, conferem uma cor clara s rochas. Os minerais mficos, ricos em ferro e magnsio, conferem uma cor escura. Composio mieralgica e qumica O composto predominante nas rochas magmticas o silicio. As rochas so classificadas de acordo com a % em slica(SiO2)

Classificao das rochas Vtrea aspecto semelhante ao do vidro. No se formam minerais. Resulta arrefecimento muito rpido do magma. Os ies esto dispostos ao acaso, porque no tempo de migrar e de se organizarem numa estrutura cristalina ordenada. Afantica ou agranular rocha com cristais muito pequenos, a maioria dos quais no a olho nu. Resulta de um arrefecimento relativamente pido do magma, que no p crescimento dos cristais. Fanertica ou granular rocha com cristais suficientemente grandes para serem vist desarmada e que formam um mosaico. Resulta de um arrefecimento lento do ma permite a organizao da matria cristalina. Hololeucocratas rocha muito clara que apenas possui minerais flsicos. Ex. Alguns Leucocratas rochas claras, ricas em minerais flsicos e pobres em minerais Ex:Granito e riolito Mesocratas rochas de cor intermdia, nas quais os minerais flsicos e mficos oco propores idnticas. Ex. Diorito e andesito Melanocratas rochas escuras, ricas em minerais ferromagnesianos. Ex. Gabro e basa Holomelanocratas rochas muito escuras, constituidas, exclusivamente, por mficos. Ex. Peridotito e komatito.

Rochas cidas SiO2> 65% rochas intermdias 52% <SiO2 < 65% Rochas bsicas 43%< SiO2 <52% Rochas ultrabsicas - SiO2 < 43%

Exemplos de minerais mficos: Olivina, piroxena, anfbola e biotite (srie descontinua de bowen(ferromagnesianos) Exemplos de minerais flsicos: quartzo, feldspato K, moscovite branca, plagioclases. (srie contnua de bowen e os outros).

Minerais essencias - minerais cuja presena confere carcter rocha e determina a sua designao.

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Minerais acessrios minerais que no afectam o aspecto fundamental da rocha, que ocorrem em quantidades diminutas e que, geralmente, s so visiveis ao microscpio.

uma grande parte do manto superior constituida essencialmente por peridotito, rocha holomelanocrata, rica em minerais mficos, como a olivina a piroxena.

Rochas magmticas ou gneas Intrusivas plutnicas Extrusivas vulcnicas Cor Composio quimica Composio mineralgica ou GRANITO ou RIOLITO Leucocratas Rochas cidas (SiO2 > 65%) ANDESITO Mesocratas Rochas intermdias (52% <SiO2 < 65%) BASALTO Melanocratas Rochas bsicas (43%< SiO2 <52%) Plagioclase, piroxenas e olivina Limites divergentes das placas e pontos quentes (Magma resultante da ascenso e fuso de peridotitos do manto superior) KOMATITO Hololeucocratas Rochas ultrabsicas (SiO2 < 43%) Olivina, piroxena. DIORITO GABRO PERIDOTITO

Textura Fanertica ou granular Afantica ou agranular.

Quartzo, Plagioclase, biotite, feldspato K, anfbola. plagioclase Locais/condies Coliso entre Coliso entre uma placa de formao placas continental e uma continentais ocenica ( magma (magma resultante da fuso do resultante da manto e da crosta em fuso de rochas condies de presso e constituintes temperatura e na da crosta) presena de gua) DEFORMAO: FALHAS E DOBRAS

De acordo com a Teoria da Tectnica de Placas, a litosfera encontra-se fracturada em placas. Estas placas podem convergir, divergir ou deslizar entre si, estando as rochas que as compem sujeitas a fortes estados de tenso. Tenso - fora exercida por unidade de rea. Em resposta a um estado de tenso, as rochas deformam-se (fracturando-se e/ou dobrando-se)

As tenses que actuam sobre as rochas podem ser copressivas, distensivas ou de cisalhamento. Tenses compressivas conduzem reduo do volume da rocha na direco paralela actuao das foras e ao seu alongamento na direco perpendicular. Podem causar uma fractura da rocha.

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Tenses distensivas conduzem ao alongamento da rocha, na direco paralela actuao das foras, ou sua fractura. Tenses de cisalhamento causam a deformao da rocha por movimentos paralelos em sentido opostos.

Limite de plasticidade de uma rocha ultrapassado quando a deformao provocada por uma fora se torna irreversvel, mesmo que se cesse a actuao da fora. A rocha sofre ruptura ou fica deformada de um modo permanente.

Qualquer material pode-se deformar de 3 maneiras: deformao elstica: o material deforma mas, quando cessa a tenso, a deformao

desaparece(ex.Borracha dobrada). portanto, uma deformao reversvel. deformao plstica: a deformao mantm-se mesmo que a tenso desaparea (x:.

Plasticina moldada). uma deformao irreversvel. Deformao frgil: o material fractura como resposta tenso exercida (ex. Garrafa

de vidro partida). uma deformao irreversvel.

O comportamento das rochas durante os processos de deformao permite classific-las em rochas de comportamento dctil e em rochas de comportamento frgil. Estes dependem das condies ambientais (condices de presso e temperatura) as rochas com comportamento frgil, quando sujeitas a estados de tenso, em condices de baixa temperatura e de baixa presso, fracturam. Causa a formao de falhas.

as rochas com comportamento dctil, quando sujeitas a estados de tenso, em condies de elevada temperatura e presso, sofrem deformao de forma ou de volume sem sofrerem fractura. Forma-se dobras.

Limite

tectnico

convergente

tenso

compressiva

falhamento(frgil)

ou

dobramento(dctil) Limite tectnico divergente tenso distensiva falhamento (frgil) ou estiramento (dctil) Limite tectnico transformante tenso cisalhante falhamento (frgil) ou cisalhamento (dctil).

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Falha uma superfcie de fractura, ao longo da qual ocorreu um movimento relativo entre os dois blocos que separa. As falhas podem resultar da actuao de qualquer tipo de tenso em rochas com comportamento frgil e ocorrem quando ultrapassado o limite de plasticidade dos materiais rochosos.

Os elementos caraterizadores de uma falha so: Plano da falha Direco Inclinao Rejeito ou rejecto Tecto Muro a superfcie de fractura Orientao da linha de interseco do plano de falha com um plano horizontal ngulo definido entre o plano de falha e uma superfcie horizontal o movimento relativo entre os dois blocos da falha Bloco situado acima do plano da falha Bloco situado abaixo do plano de falha

Falha normal (tenso distensiva) o tecto desce em relao ao muro. Forma-se geralmente em zonas de separao de placas tectnicas, continentais ou ocenicas. Falha inversa (tenso compressiva) o tecto sobe em relao ao muro. Forma-se em zonas de coliso de placas tectnicas. Desligamento (tenso cisalhante) os movimentos dos blocos so essencialmente horizontais e paralelos direco do plano de falha. Forma-se em regime de deformao de cisalhamento.

Dobra encurvamento de uma superfcie originalmente plana. Resultam da actuao de tenses de compresso em rochas com comportamento dctil.

Os elementos caracterizadores de uma dobra so: Charneira Flancos Superfcie ou plano axial

Linha que une os pontos de mxima curvatura de uma dobra So as partes da dobra de um e do outro lado da charneira Plano de simetria da dobra que a divide em duas partes(flancos) aproxima iguais Eixo da dobra a linha de separao dos flancos da dobra, que resulta da interseco longitu plano axial cm a crista da dobra. A disposio espacial das dobras permite classific-las em antiforma (concavidade voltada para baixo), sinforma (concavidade voltada para cima) e dobra neutra (concavidade disposta lateralmente). Uma dobra pode ser ainda classificada em anticlinal e em sinclinal. Esta segunda classificao relaciona-se com a idade das rochas que constituem a dobra. Assim, sempre que o ncleo de uma antiforma ocupado pelas rochas mais antigas, a dobra um anticlinal; sempre que o ncleo de uma sinforma ocupado pelas rochas mais recentes, a dobra um sinclinal.

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 os movimentos tectnicos e a eroso so os processos responsveis pela exposio de rochas dobradas na superfcie da Terra.

O estudo de dobras e de falhas assume particular interesse geolgico, porque a sua caracterizao contribui, por exemplo, para a compreenso e interpretao do relevo, para a compreenso da histria geolgica e tectnica de determinada rea e para a localizao de estruturas geolgicas de interesse econmico.

Vulcanismo O vulcanismo o conjunto dos processos atravs dos quais se d o derrame de lava, gases e outros materiais ( piroclastos) superfcie, provenientes do interior da Terra. Pode ser classificado em vulcanismo primrio e vulcanismo secundrio, sendo o primeiro referente ao evento vulcnico principal, associado aos vulces, e o segundo s restantes manifestaes vulcnicas, tais como, gisers, fumarolas, nascentes termais, etc.. O vulcanismo primrio:

Vulces
Os vulces so aberturas na crusta terrestre por onde se d o derrame de lava, cinzas, vapor de gua e outros gases, vindos do interior do planeta. So constitudos pelo edifcio principal ou cone vulcnico, cratera e chamin. Por vezes, pode existir um cone adventcio ou secundrio, com a sua chamin e cratera, mas alimentado pela conduta principal. O edifcio principal ou cone vulcnico construdo custa dos materiais que vo sendo derramados superfcie e vo fazendo crescer o vulco.

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Figura 1 - Esquema representativo de um vulco e estruturas gneas associadas. Fonte: http://egeo.ineti.pt.

Quando a actividade vulcnica extinta ou quando os vulces esto adormecidos, frequente que se formem lagoas nas suas crateras, custa das guas das chuvas. Estas lagoas, denominadas caldeiras, formam-se quando se d o colapso ou abatimento da parte superior do cone vulcnico, como resultado do esvaziamento da cmara magmtica se, aps a erupo no voltar a haver recarga da mesma. Desta forma, a falta de presso exercida pelo contedo magmtico causa a insustentabilidade do edifcio e consequente colapso. As caldeiras podem ter variadas dimenses e a forma delas tende a ser circular ou elptica, semelhana da cratera vulcnica. Em Portugal nos arquiplagos, encontram-se belos exemplos disso. Algumas destas caldeiras, localizam-se na ilha de S. Miguel, Aores.

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Figura 2 - Ilha de S. Miguel, arquiplago dos Aores. Retirado de www.geographicae.wordpress.com

Figura 3 - Lagoa das Sete Cidades, ilha de S. Miguel, Aores. Fotografia de Marisa Loureiro.

Figura 4 - Lagoa do Fogo, ilha de S. Miguel, Aores. Fotografia de Marisa Loureiro.

Vulcanismo fissural
O vulcanismo fissural ocorre a maior parte das vezes associado ao vulcanismo principal. uma forma de expulso de lava, que consiste no seu derrame atravs de fissuras (ou fracturas) superfcie e no atravs de um vulco.

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Figura 5 - Vulcanismo fissural. Islndia. Retirado de www.domingos.home.sapo.pt

Vulcanismo submarino
Os vulces no ocorrem apenas superfcie (vulcanismo sub areo), mas tambm debaixo de gua (vulcanismo submarino). Quando os vulces nascem nos fundos marinhos e o seu topo atinge a superfcie ficando fora de gua, formam-se as ilhas vulcnicas.

Figura 6 - Ilha vulcnica de Surtsey na Islndia. Resultou de uma erupo na dcada de 60. Retirado de http://www.vulkaner.no/v/volcan/island/Surtsey - 11.jpg

Localizao dos vulces no planeta

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A distribuio dos vulces no se d ao acaso. A maioria encontra-se na dependncia dos riftes e das zonas de subduco, ou seja, esto maioritariamente dependentes das zonas orognicas. Isto , os vulces activos localizam-se preferencialmente ao longo das zonas de fronteira de placas. As ilhas vulcnicas, como o caso do arquiplago do Havai e Aores, entre outros, consistem em vulces submarinos associados a hotspots (ou plumas mantlicas).

Figura 7 - Representao das placas tectnicas (linhas a preto), reas de actividade vulcnica (a cor rosa) e importantes vulces activos (pontos vermelhos). Retirada de www.minerva.uevora.pt

O magma e a actividade vulcnica

As diferentes composies qumicas do magma, bem como, a quantidade de gases aprisionados, fazem com que este se torne mais ou menos viscoso, indo esse grau de viscosidade influenciar o tipo de vulcanismo associado. O carcter mais ou menos explosivo de um episdio vulcnico est intimamente associado s caractersticas do magma. Desta forma, um magma muito viscoso d origem a um vulcanismo explosivo (cone vulcnico alto), devido grande quantidade de material gasoso retido e que lhe faz aumentar a presso. Por outro lado, se o magma for fluido, com pequena quantidade de gases aprisionados, o vulcanismo tem um carcter mais efusivo (edifcio vulcnico baixo), com episdios de vulcanismo mais calmos. No entanto, h casos em que o vulcanismo tem carcter misto, pois ocorrem os dois tipos, o explosivo e o efusivo, frequentemente alternados. Alm destes, pode ocorrer um outro tipo de actividade vulcnica, a catastrfica. Esta, como o nome indica, ainda mais intensa que a explosiva. As caractersticas dos episdios vulcnicos, podem resumir-se no seguinte quadro:
Carcter da erupo Explosiva a Catastrfica Mista Efusiva

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Tipo de erupo Quantidade de gases Materiais Viscosidade

Peleano Muito rico Domas ou agulhas, nuvens ardentes Grande

Estromboliano Intermdio Lapilli, bombas, escoadas Mdia

Havaiano Muito pobre

Rios de lava Pequena

Os tipos de erupo Peleano, Estromboliano e Havaiano (segundo Lacroix) so assim designados pois resultam do estudo do comportamento caracterstico dos vulces Monte Pele na Martinica, Stromboli no Mar Tirreno e Ilhas vulcnicas do arquiplago do Havai. Aps o derrame superfcie passa a falar-se de lava e no de magma. Assim sendo, e considerando a sua composio qumica, a lava tem trs classificaes diferentes, consoante a quantidade de slica que contenha. Desta forma, e aproximadamente, uma lava com menos de 50% de slica uma lava chamada bsica. Se tiver entre 50% e 65% de slica, torna-se uma lava intermdia e se tiver mais de 65% de slica, diz-se que uma lava cida. Quanto mais cida for a lava, maior a quantidade de gases que possui, pois como tende a ser mais viscosa, os gases tendem a permanecer retidos. Pelo contrrio, uma lava mais bsica e pobre em gases torna-se mais fluida. As diferentes rochas que resultam do arrefecimento dos magmas (ou da lava) derivam das diferentes composies qumicas dos mesmos e tambm dos diferentes teores em slica que estes apresentam. O leque de rochas grande, mas pode-se considerar trs grupos principais que correspondem aos magmas baslticos, andesticos ou riolticos. (Ver Magmatismo). Uma parte dos magmas que no atingem a superfcie e no do origem a nenhum fenmeno de vulcanismo primrio, arrefecem em profundidade. Durante o percurso que vai desde o estado de magma at rocha consolidada (ou seja, durante a sua ascenso na crusta), ocorrem alguns fenmenos, aos quais no seu conjunto, se denomina diferenciao magmtica. Quando ocorre uma erupo vulcnica, uma das formas de expulso de material magmtico consiste nas escoadas de lava, que, dependendo do tipo (cida, bsica ou intermdia) e do seu contedo em elementos volteis, vo ter aspectos e texturas diferentes. O facto de uma erupo ser submarina e a lava consolidar em meio aqutico, vai tambm, ter influncia nas caractersticas da rocha consolidada. Assim, a lava ao escorrer pelas encostas de um vulco em meio sub areo pode apresentar vrios aspectos e estruturas: - Se a lava for fluida e pouco viscosa, ao escoar e arrefecer adquire uma superfcie lisa ondulada, denominando-se lava encordoada ou pahoehoe (termo havaiano).
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Figura 8 - Aspecto de uma escoada de lava encordoada. Retirado de http://stevekluge.com/geoscience/images/pahoehoe2.jpg

Figura 9 - Aspecto de uma escoada de lava encordoada. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pgl ossary/pahoehoe.php

- Se pelo contrrio a lava for viscosa e menos fluida, vai escorrer mais dificilmente e ao arrefecer fica com a superfcie extremamente irregular e rugosa, resultado dos fragmentos que se vo partindo, denominando-se lava escoricea ou "lava aa" (termo havaiano).

Figura 10 - Aspecto de uma escoada de lava escoricea. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pglossary/aa.php

- As lavas que arrefecem debaixo de gua (vulcanismo submarino) adquirem um aspecto de almofada e por isso mesmo se chamam lavas em almofada (pillow lavas).

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Tm seco aproximadamente esfrica e um pednculo, podendo no entanto, apresentar outras formas alm das esfricas (alongadas ou achatadas).

Figura 11 - Aspecto de lava em almofada. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pglossary/PillowLava.php

Quando a lava de uma erupo vulcnica muito cida e viscosa, alm das escoadas, forma-se frequentemente uma agulha vulcnica quando o magma solidifica na chamin. Assim, pode acontecer que, aps a eroso do aparelho ou cone vulcnico, reste uma agulha de rocha vulcnica em relevo, que materializa a chamin. No entanto, se a lava solidifica sobre a cratera, formando como que uma tampa que fica a obstruir a sada de mais material, denomina-se cpula ou doma. Muito frequentemente, quando o magma arrefece lentamente dentro da chamin vulcnica ou em files camada (sills), formam-se estruturas colunares prismticas ( disjuno colunar). A origem destas formas resulta da contraco do magma durante o arrefecimento, gerando-se superfcies de fractura, a maior parte das vezes, formando colunas hexagonais. Se a erupo vulcnica tem carcter explosivo, libertam-se densas massas de cinzas e gases que se podem deslocar a grandes velocidades tendo um efeito devastador. Dada a sua densidade, tendem a deslocar-se perto da superfcie. So as nuvens ardentes. O leque de materiais expelidos pelos vulces simultaneamente com a lava, abrange os gases (vapor de gua, dixido e monxido de carbono, dixido de enxofre e cido clordrico), e tambm materiais slidos que consistem essencialmente em bombas, blocos, cinzas, poeiras, pedra-pomes e lapili ou bagacina (este ltimo corresponde a fragmentos de lava cujas dimenses rondam os 4mm a 32mm).

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Figura 12 - Imagem microscpica de um gro de cinza vulcnica. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pglossary/ash.php

O vulcanismo secundrio:
O vulcanismo secundrio corresponde a manifestaes de vulcanismo que no consistem em erupes vulcnicas, concretamente, mas esto relacionadas com a energia trmica emitida por corpos magmticos quentes que se encontram a pequena profundidade. Este tipo de vulcanismo nunca to violento nem destrutivo quanto pode ser o vulcanismo principal. As manifestaes secundrias de vulcanismo, consistem em: - nascentes termais - fumarolas, mofetas e sulfataras - gisers

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Figuras 13 e 14 - Fumarolas, ilha de S. Miguel, Aores. Fotografias de Marisa Loureiro.

Figura 15 - Fumarolas. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pglossary/fum arole.php

Figura 16 - Giser. Retirado de http://volcanoes.usgs.gov/images/pglossary/geys er.php

Quadro resumo com as caractersticas principais das manifestaes de vulcanismo secundrio:

Tipo de actividade Fumarola Materiais emitidos Temperatura (C)

Compostos enriquecidos em cido clordrico 900 C (gasosos)

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Sulfatara

Compostos enriquecidos em enxofre (gasosos) Compostos enriquecidos em dixido de carbono (gasosos) gua lquida

Entre 100 C e 300 C

Mofeta

100 C 90 C (aproximadamente) Cerca de 6 C acima da temperatura mdia do ar

Geiser

Nascente termal

gua lquida rica em sais minerais

O vulcanismo em Portugal
Os arquiplagos dos Aores e Madeira so, no territrio nacional, umas das mais eficientes manifestaes de actividade vulcnica.

As ilhas que constituem o arquiplago dos Aores correspondem a vulces submarinos, sendo vrios deles activos ainda, isto , so vulces que entram em erupo com alguma frequncia, ou que entraram em erupo recentemente. Alm do vulcanismo principal existem tambm manifestaes de vulcanismo secundrio, as fumarolas, nascentes termais e gisers. As mais recentes manifestaes vulcnicas nos Aores, datam de 1998 e 1999 com a entrada em erupo do vulco da Serreta a 10km NW da ilha Terceira. Esta actividade manifestou-se com a elevao de uma coluna de vapor a cerca de 30m de altura e o aparecimento de pedaos de lava a flutuar nas guas.

Figura 17 - Mapa representativo dos principais tipos de rochas de Portugal continental. Retirado de http://www.iambiente.pt/atlas/est/index.jsp

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A Madeira no apresenta vulcanismo activo como os Aores, tendo sido considerado extinto. O vulcanismo considera-se extinto quando no h registo da sua actividade e cujo aparelho vulcnico se encontra quase completamente erodido. Existe ainda o conceito de vulco adormecido que aquele que no apresenta actividade durante longos perodos de tempo mas que alm de manter o seu edifcio ainda pouco erodido vai libertando pequenas quantidades de gases para a atmosfera. Relativamente ao territrio continental, as evidncias de vulcanismo (rochas vulcnicas escoadas e piroclastos - e chamins vulcnicas), encontram-se no Algarve (vulcanismo mesozico), Alentejo (vulcanismo de idade paleozica, nomeadamente, do Cmbrico e Silrico e, posteriormente, Devnico e Carbnico) e Estremadura (vulcanismo de idade mesozica, realando o Complexo Vulcnico de Lisboa, de idade cretcica). No entanto, existem manifestaes de vulcanismo secundrio, atravs de nascentes termais.

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Bibliografia
http://www.exames.org/index.php?option=com_docman&tas k=cat_view&gid=150&Itemid=45&limitstart=20 http://egeo.ineti.pt/divulgacao/dossiers_tematicos/vulcanismo.htm

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