Trabalho de Psicolinguística
Trabalho de Psicolinguística
Trabalho de Psicolinguística
INTRODUÇÃO __________________________________________________________________ 2
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ___________________________________________ 3
DISTÚRBIOS LINGUÍSTICOS _____________________________________________________ 4
1 Afasia ________________________________________________________________________ 4
1.1 Classificações ou tipologias das afasias ____________________________________________ 5
1 Agrafia _______________________________________________________________________ 6
2 Dislexia 7
2.1 Classificação da dislexia ________________________________________________________ 8
3 Disgrafia 9
4.1 Causas da disgrafias 9
5 Terapia da Fala _______________________________________________________________ 10
CONCLUSÃO___________________________________________________________________ 12
BIBLIOGRAFIA ________________________________________________________________ 13
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INTRODUÇÃO
A aquisição e o desenvolvimento da linguagem dependem de diversos factores, dentre
eles o meio social, o histórico gestacional, as experiências do mundo e as capacidades
cognitivas e orgânico-funcionais (PRATES; MARTINS, 2011). Sendo as relações sociais a
primeira forma de manifestar a linguagem, cabe ao indivíduo estabelecer conexões entre a
forma, o conteúdo e o uso da língua, para que a comunicação interpessoal seja estabelecida
deforma efectiva.
Neste trabalho que tem como tema “Distúrbios linguísticos: características da afasia,
dislexia, agrafia, disgrafia e da terapia da fala”, examinaremos de maneira abrangente
algumas das condições mais significativas, e abordaremos a importância da terapia da fala
quanto a avaliação, intervenção e tratamento desses distúrbios.
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DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Muito antes de começar a falar, a criança está habilitada a usar o olhar, a expressão facial
e o gesto para comunicar-se com as outras pessoas. Tem também capacidade para discriminar
precocemente os sons da fala. A aprendizagem do código linguístico se baseia no conhecimento
adquirido em relação a objectos, acções, locais, propriedades, etc., que resulta da interacção
complexa entre as capacidades biológicas inactas e a estimulação ambiental, e evolui de acordo
com a progressão do desenvolvimento neuropsicomotor. Apesar de não estar completamente
esclarecido o grau de eficácia com que a linguagem é adquirida, sabe-se que as crianças de
diferentes culturas parecem seguir o mesmo percurso global de desenvolvimento da linguagem.
Ainda antes de nascer, elas iniciam a aprendizagem dos sons da sua língua nativa e desde
os primeiros meses distinguem-na de línguas estrangeiras. No desenvolvimento da linguagem,
duas fases distintas podem ser reconhecidas: a pré-linguística, em que são vocalizados apenas
fonemas (sem palavras) e que persiste até aos 11-12 meses; e, logo a seguir, a fase linguística,
quando a criança começa a falar palavras isoladas com compreensão. Posteriormente, a criança
progride na escalada de complexidade da expressão.
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DISTÚRBIOS LINGUÍSTICOS
Os distúrbios linguísticos são doenças prevalentes na infância, passíveis de prevenção e
tratamento quando diagnosticados precocemente. Os pediatras, como profissionais
responsáveis pela saúde são os primeiros a avaliar o desenvolvimento infantil e, muitas vezes,
são questionados sobre os aspectos comunicativos da criança.
A etiologia dos distúrbios linguísticos pode envolver factores orgânicos
intelectuais/cognitivos e emocionais (estrutura familiar), ocorrendo, na maioria das vezes, inter-
relação entre todos esses factores.
Segundo a “American Speech, Language and Hearing Association”, os distúrbios
linguísticos podem ser conceituados como impedimentos na habilidade para receber e/ou processar
um sistema simbólico, observáveis em nível de audição (sensibilidade, função, processamento e
fisiologia); linguagem (forma, conteúdo e função comunicativa); e processos de fala (articulação,
voz e fluência).
Grande parte das queixas relatadas na clínica pediátrica, neurológica, neuropsicologia e
fonoaudiologia infantil refere-se a alterações no processo de aprendizagem e/ou atraso na
aquisição da linguagem. Acredita-se que as dificuldades de aprendizagem estejam intimamente
relacionadas a história prévia de atraso na aquisição da linguagem.
As dificuldades de linguagem referem-se a alterações no processo de desenvolvimento
da expressão e recepção verbal e/ou escrita. Por isso, a necessidade de identificação precoce
dessas alterações no curso normal do desenvolvimento evita posteriores consequências
educacionais e sociais desfavoráveis. Traremos agora à tona os seguintes distúrbios linguísticos:
afasia, dislexia, agrafia, disgrafia, bem como a terapia da fala.
1 Afasia
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Caracterizado por longos circunlóquios e pelo uso excessivo de referências indefinidas como
"coisa" ou "aquilo". Em alguns casos pode apresentar para um comprometimento grave da
linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem.
Os défices de linguagem apresentados pela pessoa com afasia poderão estar presentes em
todos os componentes linguísticos (fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e pragmática),
em todas as modalidades (fala, leitura, escrita, gestos) e modos (expressão e compreensão)
(Papathanasiou, Coppens & Davidson, 2017).
As alterações da linguagem escrita nas afasias são tratadas a partir de uma visão
dicotómica que separa a leitura e a escrita como tendo realidades (corticais e cognitivas)
diferentes, e de uma classificação das alterações em termos modularistas (alexia, agrafia etc.).
Observa-se também que a visão dicotómica não se aplica só à linguagem (oral e escrita), mas
também à própria linguagem escrita (leitura e escrita).
As pessoas com afasias fluentes são capazes de falar facilmente, com poucas hesitações,
ainda que as palavras produzidas (faladas ou escritas) possam não ser palavras reais ou não
transmitir de forma exata aquilo que pretendem. Habitualmente estas pessoas têm mais
dificuldade em compreender do que em se expressar, pelo que são muitas vezes denominadas
como afasias de recepção.
Tendem a ser causadas por lesões no lobo temporal e por isso podem também chamar-se
afasias posteriores. São exemplos de afasias fluentes, a afasia de Wernicke e a afasia de
condução.
As pessoas com afasias não fluentes produzem poucas palavras, e o seu discurso pode
ser mal articulado e/ou produzido com esforço. Estas pessoas tendem a compreender melhor do
que a produzir, sendo estas afasias muitas vezes denominadas como afasias de expressão.
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Como são habitualmente causadas por lesões no lobo frontal, são também chamadas de
afasias anteriores (Hallowell, 2017). São exemplos de afasias não fluentes, a afasia Global e a
afasia de Broca.
A afasia não afecta a inteligência, mas sim mascara a inteligência da pessoa e a sua
capacidade de pensar e de tomar decisões (Kagan & Simmons-Mackie, 2013). Tem um impacto
significativo na vida de quem a apresenta, assim como na vida dos seus familiares, amigos,
cuidadores e de todos os que com ela interagem no seu dia-a-dia (Grawburg et al., 2013).
1 Agrafia
Por seu turno, Roeltgen (2003) nos estudos neurológicos clássicos identificou cinco
formas de agrafia, e usando um modelo neurolinguístico, o autor propôs uma classificação
alternativa baseada em perturbações em diferentes aspectos do processo de escrita que diferencia
os componentes linguísticos e motores. O objectivo visa definir e caracterizar os tipos de agrafias
e como se manifestam de maneiras diferentes.
Desse modo, consideram-se vários tipos de agrafias (não fluente, fluente, apráxíca,
apraxia pura, em estado de confusão, profunda). Segundo muitos autores, a escrita
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espontânea e a escrita ditada são geralmente mais perturbadas do que a cópia. A agrafia
manifesta-se qualquer que seja a mão utilizada para escrever que a distingue da chamada
disortografia funcional. Os distúrbios de compreensão da linguagem escrita, por sua vez, são
observados na maioria dos quadros afásicos.
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b) Agrafia parietal: caracteriza-se por uma má utilização do espaço, em que margens
excessivas traduzem negligência de um e outro hemi-espaço. As linhas são irregulares
ou descem de forma anárquica. A cópia pode ser mais difícil que a escrita espontânea
ou ditada. Neste tipo de agrafia, a construção de palavras com o auxílio de letras cubos
mostra-se bem melhor, segundo alguns autores.
c) Agrafia ideacional: neste caso, a cópia está preservada, mas há incapacidade para
escrever espontaneamente.
2 Dislexia
Fonseca (1999, cit. por Moura, 2011) acrescenta tratar-se de uma “dificuldade duradoura”
que surge em "crianças inteligentes, escolarizadas, sem qualquer perturbação sensorial e
psíquica já existente”.
O termo dislexia adquirida, ainda que algo nebuloso, é largamente utilizado para designar
alterações da linguagem escrita de sujeitos com lesões cerebrais.
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2.1 Classificação da dislexia
As dislexias, nos termos da literatura dedicada ao tema, podem ser classificadas em:
3- Dislexia fonológica: neste caso, o sujeito apresenta boa leitura para palavras ditas
reais, mas haveria uma dificuldade importante na leitura de não palavras; sua interpretação
cognitiva resulta de uma fa1ha exclusiva na via perilexical.
Observando as várias definições de dislexia, é importante enfatizar que este termo que se
relaciona a uma dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita - não pode ser aplicado às
afasias. O sujeito com dislexia nunca aprendeu a ler ou a escrever anteriormente e sempre
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apresentou em sua vida pregressa uma dificuldade em relação à linguagem escrita. Este não é
o caso de afásicos alfabetizados.
3 Disgrafia
As causas caracteriais, por seu lado, estão associadas a factores de personalidade, que
podem, consequentemente, determinar o aspecto do grafismo (estável/instável, lento/rápido), e
também a factores psico-afectivos, pois o sujeito reflecte na escrita o seu estado e tensão
emocionais. As últimas – causas pedagógicas – poderão estar relacionadas, por exemplo, com
uma instrução/ensino rígido e inflexível, com uma mudança inadequada de letra de imprensa
para letra manuscrita e/ou uma ênfase excessiva na qualidade ou rapidez da escrita.
5 Terapia da Fala
Os estudos acerca da evolução da terapia da fala-TpF são escassos, sendo a maior parte
da informação relativa aos EUA. A fonte mais completa e aprofundada encontrada acerca desta
temática corresponde ao trabalho de Judy Duchan, TF americana (DUCHAN, 2010).
A terapia da fala é uma ciência da área da saúde que trata distúrbios no campo da
linguagem. Foca-se essencialmente em situações de atraso no desenvolvimento e de
perturbações específicas da linguagem falada e escrita, mas também nas perturbações
articulatórias, no caso da voz, e mesmo em situações de perturbação da fala, quer resultantes de
lesão neurológica quer na dificuldade em executar os movimentos necessários à sua produção.
O terapeuta da fala é o profissional que tem como função o tratamento e estudo científico
da comunicação e por consequência identificar e tentar tratar os distúrbios e perturbações a ela
associados.
Ora, a terapia da fala é uma actividade que trabalha os distúrbios orais (fala, canto, etc.)
provenientes de diversas origens (como a evidenciada em crianças ou resultante de traumas
como quedas ou acidentes). A terapia da fala é uma profissão relativamente recente,
encontrando-se a sua prática profissional em desenvolvimento. Esta profissão reúne
conhecimentos de diferentes áreas científicas, estando incluídas as ciências médicas e
biológicas, as ciências do comportamento, da linguagem e comunicação, incluindo-se também
a Linguística, a Fonética e a Fonologia, a Tecnologia Aplicada à fala, assim como a área
especializada da patologia e terapêutica da fala e da linguagem.
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A referida terapia concilia o conhecimento científico com as competências clínicas de
forma a obter a melhor gestão possível da situação clínica e pedagógica dos utentes (Associação
Portuguesa de Terapeutas da Fala, 2018).
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CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA
DISLEXIA: Um bem necessário in Estudos Linguísticos. XIV Anais do .GEI. Unicamp. 1987
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