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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

CURSO DE AGRONOMIA
Cultivo de Plantas Alimentícias I
Discente: Karina Maria Gomes da Silva

Pragas da Mandioca (Manihot esculenta Crantz)

De acordo com o livro: Cultura da Mandioca, da autora Aloyséia Cristina da


Silva Noronha, das principais informações quanto ao manejo de pragas
consideradas de grande importância na cultura da mandioca no estado do Para
são:

Mandarová (Erinnys ello e E. alope)


 Danos
Sendo uma das pragas de maior relevância econômica para a cultura da
mandioca, tem-se um prejuízo quando as larvas adultas infestam o mandiocal
provenientes da migração de outros mandiocais ou áreas florestais. Estas
mariposas tem um alto consumo de área foliar, especialmente nos estádios
larvais. As lagartas causam severo desfolhamento quando as mesmas vivem
cerca de 12 a 15 dias. Em consequência disso, tem-se prejuízos nos primeiros
meses do cultivo como por exemplo, redução no rendimento e provocando a
morte das plantas jovens.
 Manejo
O manejo integrado utiliza diversas técnicas de controle (BELLOTTI et al.,
1989; FARIAS; BELLOTTI, 2006)
Controle cultural: recomenda-se arar o terreno após a colheita, com objetivo
de eliminar: restos de pupas do inseto; plantas invasoras presentes na área de
plantio; ficar sempre atento as plantas da família Euforbiáceas pois servem
como hospedeiras do mandarová; quando ocorre ataques contínuos dos
insetos em determinadas regiões, o recomendável é realizar a rotação de
cultura.
Controle mecânico: Em pequenas áreas de plantio se recomenda a catação
manual das lagartas e sua eliminação.

Controle físico: Para diminuir a população de insetos, realizar uso de


armadilhas com intuito de capturar os insetos adultos e prevenir o plantio
contra ataques desses insetos.
Controle Biológico: A mandarová tem uma serie de inimigos naturas, como
por exemplo, Bacillus thuringiensis que mostra ser eficiente no controle da
mandarová, sendo utilizado para eliminação de lagartas mais jovens. Outro
inimigo natural é aplicação de um vírus chamado de e Baculovirus erinnyis, que
ataca as lagartas, ocasionado infecção generalizadas nas larvas. As áreas que
tem cinco meses de plantio, devem passar por rigorosa inspeção semanal, a
aplicação do B. erinnyis deve ser feita quando forem encontradas de cinco a
sete lagartas pequenas por planta. O B. erinnyis pode ser obtido pela
maceração de lagartas recém mortas e infectadas na lavoura.

Ácaros Gêneros (Mononychellus e Tetranychus)


 Danos
Os ácaros dos gêneros Mononychellus e Tetranychus são os mais importantes
para a cultura da mandioca no Brasil. O ácaro-verde M. tanajoa
(Tetranychidae) é considerado um ácaro de grande predominância na região
Nordeste. As mesmas são encontradas na parte inferior das plantas da
mandioca, alimentando-se do conteúdo celular, por meio da introdução do
estilete no interior das células. Os danos que causam na cultura da mandioca
são pontuações e manchas cloróticas, morte das gemas, algumas vezes
deformações e queda das folhas, resultando na redução da área foliar e
redução da taxa fotossintética, ocasionando sérios prejuízos na produção final
da mandioca.
O ácaro-rajado Tetranychus urticae (Tetranychidae) é um ácaro de grande
distribuição geográfica, seu ataque não somente ocorre na cultura da
mandioca, como também em outras culturas. As folhas atacadas apresentam,
na face superior, pontos amarelados ao longo da nervura central, estendendo-
se por toda a folha, adquirindo coloração bronzeada; posteriormente secam e
caem. Em ataques severos, pode ocorrer perda das folhas basais e medianas
da planta, avançando até a parte apical.
 Manejo
Controle cultural: realizar a seleção de manivas saudáveis para o plantio,
eliminar resíduos da colheita anterior, inspeções periódicas no cultivo para
identificar focos de ácaros no início dos ataques e remoção de partes de
plantas atacadas; eliminação de plantas hospedeiras de ácaros.
Resistência de plantas: Utilização de variedades de mandiocas resistentes a
ácaros. Estes é um meio ideal para controlar incidência de ácaros causados à
cultura.

Controle biológico: Os inimigos naturais dos ácaros fitófagos, ou seja, insetos


que se alimentam de partes de plantas que afetam a cultura da mandioca são
os fungos (Entomophthorales) e Artrópodes predadores. Entre os inimigos
naturais temos os artrópodes predadores que são insetos e ácaros. Sendo que
os predadores ácaros da família Phytoseiidae, conhecidos como fitoseídeos,
são considerados primordiais no controle da população da praga e
considerados eficientes que os insetos, por ter uma baixa demanda alimentar.

Brocas-do-Caule

 Danos
As brocas-do-caule geram danos severos e esporádicos. As fêmeas da broca
ovipositam em várias partes da planta, geralmente nas hastes fazendo tuneis e
debilitando a planta. As características mais presentes no plantio são
excrementos ou exsudatos deixados junto à base da planta ou próximo aos
orifícios nas ramas. Depois as brocas fêmeas ovipositam nas hastes e ocorre
um ressecamento e quebra das hastes, tendo a redução da qualidade e
quantidade do material de propagação (manivas-semente). Em períodos secos
ocorre um ressecamento e perca das folhas afetadas pela broca.
 Manejo
o indicativo é observar constantemente o plantio, sobretudo, nos períodos
chuvosos e temperaturas elevadas. A redução do inseto da broca é somente
controlada quando é feito a eliminação das hastes lesadas, utilização de
maniva-sementes sadias que foram oriundas de plantações sem ocorrência de
ataque da broca, realizar uso de armadilhas para a captura de insetos da broca
adultos. (armadilha CNPMF) (CARVALHO et al., 2009).
De acordo com a Cartilha: Práticas para Produção de Mandioca por
Agricultores Familiares na Região do Sealba / Antônio Dias Santiago... [et al.]
as principais pragas que afetam as propriedades de agricultura familiar são:

Mandarová (Erinnys ello e E. alope)


 Danos
Esta praga e apontada como uma das mais relevantes na cultura da mandioca.
Nas suas fases de desenvolvimento apresentam coloração verde ou escuro.
Devido a afetar de modo intenso a área de plantio um controle deve ser rápido
e eficiente, logo no início do surgimento da praga. Caso não seja feita o
controle, por exemplo, haverá percas drásticas na produção de raízes, Além do
prejuízo direto, a destruição da copa das plantas permite o desenvolvimento de
plantas daninhas, acarretando custos adicionais para a sua eliminação.

 Manejo
O recomendável é realizar inspeções periódicas nos plantios, e no começo do
surgimento da praga realizar a catação manual das lagartas e eliminação das
mesmas. Entretanto a catação manual só servirá para plantio com pequenas
áreas. Outra medida é usar e inseticidas à base da bactéria Bacillus
thuringiensis sendo muito recomendado para o controle das lagartas. Outra
medida de controle eficiente e com custos muito reduzidos é o uso do
Baculovirus erinnyis, cujo produto pode ser elaborado pelos próprios
produtores rurais. Para coletar as lagartas já mortas pelo vírus, faz necessário,
coleta-las nas folhagens da mandioca e congelar para posterior uso. No
momento do uso, as lagartas são maceradas com água, e filtradas e depois
aplicado a suspensão nas folhas da mandioca nas áreas infestadas com o
mandarová. O objetivo que é as lagartas sadias entre em contato com o vírus e
sejam contaminadas. O ciclo pode ser repetido em todas as safras e é
interessante que a aplicação seja feita no final da tarde pois as partículas virais
são sensíveis à radiação solar. Inseticidas registrados para a cultura (Agrofit,
2023) também podem ser utilizados, sob recomendação de profissional
habilitado.

Ácaros verde e ácaro rajado


 Danos
Os ácaros verdes [Mononychellus tanajoa (Bondar)] e rajado (Tetranychus
urticae Koch) (Acari: Tetranychidae) da mandioca têm ocorrência no período
seco e podem levar à morte das folhas. A produtividade das raízes é afetada a
depender da severidade do ataque. Quanto aos danos as folhas apresentam
folhas cloróticas e com bronzeamento, o que reduz em muito capacidade de
realizar a fotossíntese. Um dos ataques do ácaro verde é que as folhas jovens,
ficam amareladas prejudicando o desenvolvimento das mesmas e tornando-as
deformadas. Já um ácaro rajado, ataca as folhas nas regiões medianas e
basais das plantas, o aspecto das folhas fica na coloração marrom, após o
ataque do ácaro rajado. Caso não haja um período de chuva, em pouco tempo
as folhas atacadas secam e caem, podendo levar, em casos extremos, à morte
das plantas.

A melhor forma de controle consiste na realização de práticas integradas


segundo o Gomes e Leal (2003) como:
 Manejo
Realizar destruição de plantas hospedeiras; Inspeções periódicas na cultura
para localizar focos; seleção do material de plantio livre de ácaros, insetos e
enfermidades; distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a
disseminação dos ácaros; destruição dos restos de cultura, prática
indispensável naquelas plantações que apresentarem altas populações de
ácaros; O uso de inseticidas não é recomendável, pois atualmente, não
existem produtos registrados para cultura da mandioca (Agrofit, 2023).

Percevejo-de-renda (Vatiga manihotae)


 Danos
A ocorrência do percevejo-de-renda se inicia na estação de seca, levanto ao
desfolhamento das folhas quando o ataque é severo. A praga pode ser
encontrada nas folhas nas partes basais e medianas, demostrando sintomas
de manchas amareladas e marrom avermelhadas. Em ataques rigorosos as
folhas apicais também são afetadas. De modo geral, causa desfolhamento e
redução da produtividade de raízes. Como medidas, atualmente não há
inseticidas registrados no Agrofit, para controle do percevejo de renda e
dificilmente os produtores utilizam algum método de controle, sendo o indicado
realizar uso de variedades tolerantes a praga.
Doenças da Mandioca (Manihot esculenta Crantz)

De acordo com o livro: Cultura da Mandioca, da autora Célia Regina


Tremacoldi, das principais informações quanto ao manejo de doenças
consideradas de grande importância na cultura da mandioca no estado do Para
são:

Podridão-mole
 Danos
O agente etiológico dessa doença que ataca a cultura da mandioca são as
espécies de Phytophthora e Pythium. Estas espécies pertencentes ao Reino
Chromista e costumam infectar as raízes, levando à total desintegração das
raízes, que liberam um odor de putrefação muito forte e característico. Essa
doença é muito comum em áreas onde os solos não são bem drenados tendo a
ocorrência de acúmulo de água no período de alta intensidade pluviométrica.
Os sintomas reflexos da podridão-mole são um amarelecimento e a murcha da
parte aérea das plantas e apodrecimento das raízes, geralmente podem ser
observados a partir de 2 ou 3 meses de intensa ocorrência de chuvas.

Podridão-seca
 Danos
Espécies de Fusarium, Scytalidium, Lasiodiplodia e Diplodia são os principais
agentes etiológicos da podridão-seca nos plantios paraenses. Esse tipo de
podridão costuma ser notado em regiões mais secas, em áreas que não
ocorrem encharcamento. Os sintomas reflexos dessa doença são perceptíveis
na raiz da planta, ponto crucial que se difere da podridão mole das raízes.
 Medidas
Realizar medidas de controle eficientes para as podridões radiculares, ou seja,
um conjunto de medias como: Uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes
com práticas culturais adequadas, como o plantio sobre leiras para se evitar o
acúmulo de água junto às plantas, adubação adequada, não ferir as raízes
durante capinas, As cultivares BRS-Poti, Maranhense e Kiriris apresentam
características de boa resistência ou tolerância, tanto à podridão-mole quanto à
seca, dependendo das condições ambientais e dos tratos culturais a que estão
sujeitos os plantios. Realizar rotação de cultura, sempre quando necessário
com milho, arroz, feijão entre outros.
De acordo com a Cartilha: Práticas para Produção de Mandioca por
Agricultores Familiares na Região do Sealba/Antônio Dias Santigo... [et al.] as
principais doenças que afetam as propriedades de agricultura familiar são:

Podridões Radiculares
 Danos
A maioria de percas na produção esta voltado para as doenças de podridões
radiculares, como por exemplo, podridões-mole e podridões-seca, que podem
provocar perdas de até 100%. Segundo Anjos et al. (2013), os principais
fungos que causam a podridão-mole são: Fusarium moniliforme J. Sheld., F.
oxysporum Schlechtend:Fr., F. solani (Mart.) Sacc., Phytophthora drechsleri
Tucker, P. nicotianae pv. nicotianae G.M. Waterhouse e Pythium spp. Os
sintomas reflexos que causam danos são apresentados pelas folhas, que se
tornam amareladas e murchas, e posteriormente caem. Nestes casos, a
podridão radicular está instalada e as raízes sem condições para se
desenvolver, pois já estão em estado de putrefação, com aspecto aquoso e
odor desagradável.
Entre as doenças de podridões-seca, os principais fungos são: Armillariella
mellea (Vahl.) Patt. [(Armillaria mellea (Vahl.) Fr.)], Sclerotium rolfsii Sacc. e
Rosellinia necatrix Prill. Os sintomas reflexos dessa doença e que as raízes
atacadas não se desintegram e não apresentam odor. Se diferindo muito dos
sintomas da podridão-mole. Sendo assim, descrito os sintomas Gomes e Leal
(2003) relata que a podridão apresenta consistência seca e sem o aparente
distúrbio dos tecidos.
 Medidas
Utilizar manivas oriundas de plantios sadios; e plantios em canteiros ou
camalhões, nos casos dos plantios em áreas mal drenadas e sujeitas ao
encharcamento. Outra medida que deve ser adotada caso ocorra percas
frustração na safra, em virtude de podridões radiculares, é realizar uma rotação
de cultura com gramíneas, como por exemplo, milho.

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