Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções Do SE
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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções Do SE
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE. ..................................................................................4
1. Bloco I: Pronomes Oblíquos e Colocação Pronominal. ............................................................................4
1.1. Pronomes Pessoais.. ................................................................................................................................................5
1.2. Colocação Pronominal...........................................................................................................................................9
1.3. Colocação Pronominal em Locuções Verbais. ........................................................................................13
2. Bloco II – Vozes Verbais e Funções do SE....................................................................................................17
2.1. As Vozes Verbais.. ...................................................................................................................................................17
2.2. A Transposição da Voz Ativa para a Passiva. ........................................................................................19
2.3. A Voz Reflexiva.. .....................................................................................................................................................26
2.4. Outras Funções do SE........................................................................................................................................ 28
Questões de Concurso................................................................................................................................................32
Gabarito................................................................................................................................................................................71
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 72
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Apresentação
Olá, querido(a)!
Aqui está um dos PDFs mais inusitados que já preparei. A Vunesp é a única banca que
conheço que dá prioridade significativa ao assunto pronomes oblíquos. É o xodó da banca, o
tema garantido em qualquer prova) E ela gosta de explorar a coesão, o emprego, a sintaxe e a
colocação!
Em contrapartida, essa mesma banca explora em menor quantidade as vozes verbais e as
funções do SE. Por esse motivo, resolvi unir esses assuntos (uma vez que o SE a ser tratado
aqui é um pronome oblíquo). Vamos juntos?
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EXEMPLO
(1) O professor está feliz! O professor tem alunos dedicados!
A sentença acima é perfeitamente compreensível para qualquer pessoa (até demais)! Note
que o professor que está feliz é o mesmo que tem alunos dedicados. Todavia, você há de con-
vir comigo que é uma construção linguisticamente pobre, uma vez que apresenta um mesmo
vocábulo duas vezes. Esse é um mecanismo chamado de coesão por repetição. Consiste em
repetir uma mesma palavra para formar a malha textual. Vale aqui um aviso importante: repetir
palavras não é um erro gramatical, mas é um recurso que, quando adotado desnecessária ou
abusivamente, torna o texto paupérrimo.
Sei que você já está pensando em inúmeras formas de escrever o texto acima. Quero te
apresentar uma possibilidade:
EXEMPLO
(2) O professor está feliz! Ele tem alunos dedicados!
Em vez de repetir uma mesma palavra, optei por usar um pronome substantivo. A coesão
foi estabelecida, mas com vocábulos diferentes. Preciso que você relembre o que é um prono-
me, assunto visto no PDF 1.
Agora, veja comigo essa outra construção:
EXEMPLO
(3) O professor estava em reunião. A diretora chamou o professor.
Mais uma vez, fiz uso da repetição de palavras na construção do texto. Como você já sabe,
o pronome é uma possibilidade que pode resolver essa questão. Mas o que você acha desta?
EXEMPLO
(4) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou ele. *
Sei que essa é uma forma comumente falada em nosso cotidiano. Ela não é, entretanto,
aceita pela norma culta. Meu objetivo não é (e nunca será) mudar o jeito como você fala, mas
te ensinar os padrões previstos para a língua escrita, a fim de que você seja mais assertivo em
provas e redija melhor. Conforme a tradição gramatical, o correto seria:
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EXEMPLO
(5) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou-o.
Professor, mas como saberei qual pronome usar? E esse pronome pode ficar antes do
verbo também?
Pronomes pessoais
Do caso oblíquo
Pessoas do
Do caso reto
discurso
átonos (P.O.A.) tônicos (P.O.T.)
a eles, a elas, a
3ª p. do plural Eles os, as, lhes, se
sim, consigo
Para você entender bem o que esses pronomes fazem, precisamos voltar um pouco no
tempo e falar sobre o latim. Nesta língua, as funções sintáticas eram chamadas de casos.
Como o português é uma língua derivada do latim, alguns resquícios ficaram na gramática. Em
outras palavras, os pronomes que são classificados em casos já possuem funções sintáticas
pré-definidas! Os pronomes pessoais do caso reto, por exemplo, são usados em posição de
sujeito. Já os pronomes pessoais do caso oblíquo, em geral, ocupam a posição de complementos!
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Isso explica o que ocorre nos exemplos que já foram aqui apresentados. Em 2, o pronome “ele”
ficou adequado porque desempenhava a função de sujeito, mas não ficou bom em 4 porque
estava em função de objeto direto. Por isso, em 5, fiz uso de um pronome oblíquo átono de 3ª
pessoa do singular (“o”) para corrigir o texto. Aqui, algumas perguntas surgem:
Professor, mas pronomes como ele, ela, nós, vós, eles e elas aparecem tanto nos pesso-
ais do caso reto como nos pessoais do caso oblíquo tônico. Como vou diferenciá-los?
Não sei se você percebeu, mas os pronomes oblíquos tônicos são sempre dotados de
preposição! Essa é a diferença! Nem sempre será a preposição “a”, mas sempre haverá uma
preposição!
Não. Eles podem também desempenhar outras funções sintáticas, mas isso é pouco co-
brado em provas.
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EXEMPLOS
(6) Ela te encontrou na reunião.
(7) Ela te disse a verdade.
EXEMPLOS
(8) Ela nos viu durante o evento.
(9) Ela nos deu aquele lindo presente.
EXEMPLO
(10) Ela comunicou o ocorrido aos familiares.
Com a classificação sintática dos termos da oração, podemos determinar quais pronomes
usaremos. “O ocorrido” e “aos familiares” são pessoas de que se fala – por isso, terceira pes-
soa verbal. Como “o ocorrido” é um OD, devemos substituí-lo por “o” (“ocorrido” é masculino e
singular). Por sua vez, “aos familiares” é um OI e pode ser substituído por “lhes” (“familiares”
é singular). Claro que não empregaremos os dois pronomes ao mesmo tempo (essa era uma
possibilidade comum no português arcaico). No português contemporâneo, as construções
possíveis seriam:
EXEMPLOS
(11) Ela comunicou-o aos familiares. (“o”= o ocorrido)
(12) Ela comunicou-lhes o ocorrido. (“lhes” = aos familiares)
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001. (IADES/2014) Em “deu-lhe uma bronca” (linha 6), no lugar do pronome destacado, pode-
ria ser empregado o pronome o.
Note que, na construção, quem dá, dá algo (“uma bronca” = OD) a alguém (lhe = OI). A substi-
tuição sugerida é entre pronomes de funções sintáticas distintas.
Errado.
002. (CESPE/2013) Em busca de mais recursos, Marconi escreveu ao governo italiano, mas
um funcionário descartou a ideia, dizendo que era melhor apresentá-la em um manicômio.
No fragmento II, estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inserido, logo após
a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe ― dizendo-lhe ―, elemento que exerceria a função de
complemento indireto do verbo, retomando, por coesão, “Marconi”.
Pela semântica textual, é possível entender que o funcionário disse algo a Marconi. Colocar o
pronome lhe diante de “dizendo” significa tornar explícito o objeto indireto do verbo.
Certo.
003. (IBFC/2011) Assinale a alternativa que indica corretamente a substituição do nome des-
tacado pelo pronome.
Não contei a Paulo a verdade.
a) Não contei-lhe a verdade.
b) Não lhe contei a verdade.
c) Não o contei a verdade.
d) Não contei-o a verdade.
Primeiramente, preciso que você tenha certeza de algo: “a Paulo” é o OI do verbo “contei”. Por
isso, o pronome adequado é lhe) Isso nos permite dispensar as alternativas c e d) Mas surge
uma nova dúvida: qual é a posição correta do pronome? Antes ou depois do verbo “contei”? Por
enquanto, eu vou te deixar nessa expectativa!
Letra b.
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004. (IADES/2014)
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
A colocação do pronome em “Me dê um abraço” (linha 3) está correta.
005. (CESPE/2013) O filósofo francês Jacques Rancière critica a ideia de democracia que tem
estruturado nossa vida social — regida por uma ordem policial, segundo ele —, devido ao fato
de ela se distanciar do que seria sua razão de ser.
A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em vez de anteceder, passasse a ocu-
par a posição imediatamente posterior ao verbo: devido ao fato de ela distanciar-se.
Questão simples: você notou que o verbo “distanciar” está no infinitivo? Conforme está em 2.1,
trata-se de um caso facultativo de colocação pronominal. Logo, o pronome pode ser colocado
em próclise ou em ênclise.
Certo.
1
É possível ver P.O.A. Após pontuação quando esta representa uma intercalação na oração. Ex.: O professor chegou atra-
sado; ele, todavia, nos dará aula.
2
Quando há um caso de sujeito explícito anteposto ao verbo interno a uma oração subordinada, só se pode usar a próclise, dei-
xando, portanto, de ser um caso facultativo. Falaremos sobre isso quando chegarmos ao período composto (em outro PDF).
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006. (CESPE/2013) O cenário se repete neste início de 2013, com a redução no nível de água
dos reservatórios.
Em “se repete”, o deslocamento do elemento “se” para depois da forma verbal — repete-se —
preservaria a correção gramatical do trecho.
Esta questão enquadra-se no princípio 2.2. Pergunte ao verbo: quem se repete? “O cenário”,
que é o sujeito da oração. Novamente, estamos diante de mais um caso facultativo!
Certo.
Regras
1. A ênclise é a regra geral! É a colocação em que primeiro devemos pensar! Só que exis-
tem casos em que ela não é aplicável. São eles:
• Quando há fator de atração antes do verbo;
• Quando o verbo estiver no futuro;
• Quando o verbo estiver no particípio.
Para resolver o primeiro caso, usamos a próclise. Para o segundo, a mesóclise. O último
veremos melhor quando estudarmos a colocação pronominal em locuções verbais.
2. A próclise é usada prioritariamente quando há um fator de atração antes do verbo (tam-
bém conhecido como fator de próclise). São algumas palavras que atraem o pronome para
perto delas, o que faz com que este fique antes do verbo. Eis a lista de fatores de atração:
• Palavras negativas (Ex.: Ele não se perdoa pelo ocorrido.)
• Advérbios (Ex.: Ontem me falaram a verdade.)
• Pronomes
− indefinidos (Ex.: Alguém te dará atenção.)
− interrogativos (Ex.: Quem lhe doou os cobertores?)
− relativos (Ex.: O homem que nos abordou era policial.)
• Conjunções subordinativas (Ex.: Ele disse que a ouviu atentamente.)
• Orações exclamativas ou optativas3 (Ex.: Que Jesus te acompanhe!)
• Em+gerúndio (Ex.: Em se tratando de gramática, não tenho dificuldades.)
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c) Os advérbios também são muito cobrados em provas, mas tome um certo cuidado! Se o
advérbio estiver isolado por pontuação, ele perde o valor atrativo!
007. (CESPE/2013) Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de
temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia.
Devido à presença do advérbio “apenas” (R.18), o pronome “se” poderia ser deslocado para
imediatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-se.
Uma palavra só é fator de atração se estiver anteposta ao verbo. Logo, “apenas” não influencia
na colocação pronominal. Além disso, veja que, antes do verbo, há uma palavra negativa.
Errado.
Conforme eu disse, o QUE é sempre fator de atração. Não quero, agora, que você se preocupe
em identificar a função dele) Agora, preocupe-se apenas com a colocação do pronome.
Certo.
3. Há casos em que nem próclise e nem ênclise são aplicáveis. É aí que entra a mesó-
clise. Veja:
EXEMPLO
(13) Contarei uma história aos meus alunos.
Vou fazer uso do OI – que será substituído por lhes nas minhas construções seguintes.
Veja o resultado:
• Contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admite ênclise)
• Lhes contarei uma história. (errado, pois fere o primeiro princípio)
• Contar-lhes-ei uma história. (certo)
EXEMPLO
(14) Eu contarei uma história aos meus alunos.
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Eu contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admite ênclise)
Eu lhes contarei uma história. (certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito)
Eu contar-lhes-ei uma história. (certo, conforme o segundo princípio – sujeito explícito)
EXEMPLO
(15) Eu não contarei uma história aos meus alunos.
Eu não contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não admi-
te ênclise)
Eu não lhes contarei uma história. (certo, pois há respeito ao fator de atração)
Eu não contar-lhes-ei uma história. (errado, pois desrespeita a presença do fator de atração)
Primeiramente, note que o verbo colheria está no futuro do pretérito, o que já inviabiliza a êncli-
se) No trecho apresentado, a próclise também não é possível, na medida em que há um sinal
de pontuação anteposto ao verbo. A mesóclise é a única opção válida.
Certo.
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Nesse caso, pode-se usar o pronome antes do auxiliar, entre o auxiliar e o principal e após o
principal (exceto quando este estiver no particípio). Atenção: cuidado para não ferir o princípio
1. Veja exemplos:
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EXEMPLO
(16) Eu vou encontrar novos caminhos.
Eu os vou encontrar.
Eu vou(-)os encontrar.
Eu vou encontrá-los.
EXEMPLO
(17) Estou construindo uma nova casa.
EXEMPLO
(18) Ele tinha imprimido o documento.
Obs.: Segundo muitos gramáticos, o emprego do hífen quando o pronome está entre o auxi-
liar e o principal é facultativo.
Neste caso, o pronome deve ser empregado antes do auxiliar ou depois do principal. Aten-
ção: cuidado para não ferir o princípio 1. Veja exemplos:
EXEMPLO
(19) Eu não vou encontrar novos caminhos.
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EXEMPLO
(20) Já estou construindo uma nova casa.
Já a estou construindo.
Já estou construindo-a.
EXEMPLO
(21) Ele nunca tinha imprimido o documento.
ADENDO – Apossínclise
Sempre há um aluno para me perguntar sobre essa quarta forma de colocação pronominal.
Ela é encontrada em registros literários antigos – e, ainda assim, raramente. Ocorre quando
há dois fatores de atração antepostos a um verbo.
O homem que se não respeita pode padecer.
Também seria gramaticalmente correto escrever
O homem que não se respeita pode padecer.
De coração: acrescentei isso por curiosidade de alguns! Não é uma preocupação para provas.
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Para facilitar a nossa vida, criei um quadro-resumo, que será detalhado ao longo deste PDF:
Locução verbal
SER+PARTICÍPIO
(analítica4)
Passiva Paciente
OU
Verbo-SE (pronome
apassivador) (sintética)
EXEMPLOS
(1) O carro foi levado pelos ladrões durante a madrugada.
(2) Encontrou-se uma nova evidência no local do crime.
(3) Aquele rapaz se olhava no espelho.
(4) O professor chegou atrasado.
(5) As crianças sofreram com a perda do avô.
Em 1, note a presença da locução “foi levado”. Ela indica que a frase está na voz passiva
(analítica). Em 2, além do pronome “se”, veja também que, na oração, ninguém praticou a ação
de encontrar – por isso, voz passiva (sintética). Em 3, também há o pronome “se”, todavia po-
demos identificar que alguém pratica a ação verbal de olhar: “aquele rapaz”. O pronome, aliás,
tem a função de revelar que a ação verbal foi praticada e sofrida pelo sujeito, uma vez que
“aquele rapaz” olhava a si mesmo – portanto, voz reflexiva. Agora, olhe com carinho para as
frases 4 e 5. Você está vendo alguma locução verbal? Você está vendo algum pronome para
ser classificado como apassivador ou reflexivo? NÃO, para as duas perguntas. Isso é o sufi-
ciente para afirmar que 4 e 5 são orações na voz ativa.
Tenho certeza de que você não tem dúvidas acerca da classificação da oração 4, mas deve
estar se remoendo com a 5. “Elias, mas as crianças sofreram! Ninguém pratica a ação de so-
frer!” Eu concordo com você, mas preciso que você tenha objetividade: as orações 4 e 5 não
possuem estrutura gramatical de voz passiva ou reflexiva, e isso deve bastar a você. O que
4
A voz passiva analítica também pode ser formada pela locução verbal ESTAR+PARTICÍPIO.
Ex.: O prédio está cercado pela polícia.
Mas peço que você não se prenda a isso. A locução SER+PARTICÍPIO domina as provas de concursos públicos.
5
Nem sempre, haverá a semântica de agente, conforme explicita Bechara (2008). Você entenderá isso melhor quando eu falar
sobre a diferença entre “voz passiva” e “passividade”.
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EXEMPLOS
(6) As mulheres dominaram a sociedade.
(7) O delegado comunicou as medidas à população.
(8) As crianças gostam de palhaços.
(9) Renato Russo vivia em Brasília.
(10) Os palestrantes permaneceram calados.
Tente, em sua mente, colocar essas cinco construções na voz passiva. Acredito que você
só tenha obtido êxito nos exemplos 6 e 7. Sabe por quê?
COLOCAR UMA ORAÇÃO NA VOZ PASSIVA (OU APASSIVAR UMA ORAÇÃO) SIGNIFICA
TRANSFORMAR O OBJETO DIRETO EM SUJEITO PACIENTE.
Queridos, a condição para que uma frase possa ir à voz passiva é que ela apresente, inicial-
mente, um objeto direto, e só funciona com esse tipo de complemento, uma vez que ele, via de
regra, não é preposicionado. Em 6 e 7, existem objetos diretos (“a sociedade” e “a situação”).
Em 8, o verbo é transitivo indireto; em 9, intransitivo; em 10, de ligação.
Agora, analise comigo como é a transposição da voz ativa (VA) para a voz passiva analí-
tica (VPA):
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Note que a única parte que se preservou foi “a sociedade”. “Dominaram” passou a ser “foi
dominada”, e “as mulheres” passou a ser “pelas mulheres” (agente da passiva, que é quem
pratica a ação verbal na voz passiva). O verbo que, na voz ativa, concordava com “as mulheres”
passou a ser uma locução verbal que concorda com “a sociedade”.
Primeiramente, perceba que “as medidas” deixou de ser objeto direto e passou a ser sujeito
paciente) “Comunicou” passou a ser “foram comunicadas”, e “o delegado” passou a ser “pelo
delegado”. Nada ocorreu com “à população”, uma vez que o objeto indireto não participa da
formação da voz passiva.
E se colocarmos os trechos acima na voz passiva sintética (VPS)? Qual será o resultado?
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• Na voz passiva analítica, tome muito cuidado com a concordância verbal. O verbo auxi-
liar (verbo “ser”) concorda em número com o sujeito; o verbo principal (verbo no particí-
pio) concorda em gênero e número com o sujeito. Na VPA, pode aparecer o agente da
passiva.
• Na voz passiva sintética, é preciso ter muito cuidado com a concordância (apenas em
número) entre o sujeito paciente e o verbo. Na VPS, não há agente da passiva.
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Os palestrantes permaneceram
calados. Permanece-se calado.
O que quero que você entenda: nem todas as cinco orações admitem a voz passiva, mas
todas admitem uma reescritura com o pronome “se”! As duas primeiras, por aceitarem a voz
passiva, possuem pronome apassivador. As três últimas, que não podem ser apassivadas,
apresentam índice de indeterminação do sujeito (IIS).
Vamos sistematizar a análise das cinco construções com o pronome “se”:
• Entre as cinco orações possuem algo em comum: em nenhuma delas, é possível
identificar quem pratica a ação verbal6.
• A partícula apassivadora serve para transformar objetos diretos (não preposiciona-
dos7) em sujeitos pacientes (que também não são preposicionados). Nesses casos,
como há sujeito, o verbo deve concordar com ele. A PA só ocorre com VTD ou VTDI.
• O índice de indeterminação só aparece quando não é possível apassivar. Isso ocorre
com o VTI, VI e VL. Nesses casos, como não há sujeito, o verbo deve ficar sempre no
singular.
6
Existe uma diferença entre identificar quem pratica a ação verbal e identificar o sujeito da oração. Identificar quem pratica
a ação verbal é completamente semântico (e nem sempre será o sujeito); identificar o sujeito da oração é sintático (e nem
sempre será quem pratica a ação verbal), pois sujeito é o termo com quem o verbo estabelece concordância.
7
Na língua portuguesa, existem os chamados “objetos diretos preposicionados”. Nesses casos, o verbo não é responsável
pela presença da preposição. Ela aparece para garantir algum efeito semântico ou para conferir ênfase. Veja:
Ex.: O aniversariante comeu do bolo. (A preposição só aparece para dar a ideia de que o aniversariante comeu apenas uma
parte do bolo.)
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Primeiramente, nome que, no texto, não há quem pratica a ação de observar. Como o verbo
está no plural, sabemos que o pronome “se” é uma partícula apassivadora) O sujeito paciente
é a expressão “as obsessões dos portugueses”. Como o núcleo do sujeito é feminino e plural,
e o verbo está no presente do indicativo, a correta transposição para a voz passiva analítica
seria “são observadas as obsessões dos portugueses”. “Foram observados” está no pretérito
perfeito do indicativo, e o verbo no particípio está no masculino.
Errado.
No texto, a forma “é realizada” está na voz passiva analítica, e o sujeito paciente tem como
núcleo o vocábulo “avaliação”. Para transpor para a voz passiva sintética, além da presença do
pronome apassivador, é necessário observar a concordância, o tempo e o modo verbal. Ambas
as construções estão no singular e no presente do indicativo. Portanto, não haveria prejuízo à
correção gramatical.
Errado.
Ex.: Eu não vejo a ele desde o Natal. (Os pronomes oblíquos tônicos são sempre preposicionados.)
Ex.: O pai ama ao filho. (A preposição aparece para conferir ênfase, para garantir o entendimento de quem pratica e quem
recebe a ação de amar.)
Aí vem um detalhe: essas construções não podem ser apassivadas. Portanto, uma oração como “comeu-se do bolo” possui
um índice de indeterminação do sujeito, e não uma partícula apassivadora. Veja, novamente, como a voz passiva está com-
pletamente ligada à estrutura morfossintática. A ausência de um objeto direto sem preposição impede a possibilidade de
formação da voz passiva.
Observação importante: esse assunto praticamente não aparece em provas!
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A correção gramatical e o sentido da oração “Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos
de sequestro-relâmpago em todo o DF” seriam preservados caso se substituísse a locução
verbal “foram registrados” por registrou-se.
A locução verbal “foram registrados” está no plural para concordar com o núcleo do sujeito “ca-
sos”. Coloque uma ideia em sua cabeça: o que é sujeito para a voz passiva analítica também
é sujeito para a voz passiva sintética! Portanto, não há motivos para que o verbo “registrou-se”
seja empregado, uma vez que está no singular. O correto seria registraram-se.
Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontáveis animais mortos por
onde passam as rodovias sertanejas.
Errado.
013. (2013/CESPE/MI) Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontá-
veis animais mortos por onde passam as rodovias sertanejas.
Em “espalham-se”, o termo “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.
Primeiramente, lembre-se de que o “se” só será índice de indeterminação do sujeito com ver-
bos no singular (o que já é suficiente para julgar o item). O verbo possui um sujeito paciente,
que é “os efeitos da seca”. O pronome é PA.
Errado.
Em I, a expressão “vários medicamentos” é sujeito paciente (uma vez que o “se” é PA). Por-
tanto, o correto seria “prescreveram-se”. Em contrapartida, a II está correta, pois “de doenças
graves” é um objeto indireto. O pronome é um IIS, e o verbo deve permanecer no singular.
Letra b.
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A forma verbal “precisa” é transitiva indireta, a expressão “de funcionário com experiência” é
o OI, e o pronome é IIS. Nesse caso, a frase está na voz ativa (só seria voz passiva se o “se”
fosse PA).
Letra b.
016. (2013/IBFC/PGE-SP) Assinale a alternativa em que a oração não está na voz passiva.
a) Necessita-se de funcionários capacitados.
b) Comentou-se o caso do sequestro.
c) O aluno foi reprovado no exame.
d) As ruas foram cercadas pela polícia.
e) Alugam-se salas.
Na letra a, a forma verbal “necessita” é transitiva indireta, e a expressão “de funcionários capa-
citados” é o objeto indireto. O pronome funciona como um índice de indeterminação do sujeito.
Detalhe importantíssimo: quando o “se” é IIS, a oração está na voz ativa! Nas alternativas b e e,
há a voz passiva sintética) Nas alternativas c e d, voz passiva analítica.
Letra a.
Agora, estamos falando de casos em que o pronome “se” está associado a locuções verbais.
O procedimento será:
• buscar a transitividade no verbo principal;
• verificar a concordância no verbo auxiliar.
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EXEMPLOS
(11) Vendem-se casas de praia.
(12) Não se depende de novas políticas públicas.
(13) Maria olhou-se no espelho.
(14) João se deu um carro novo.
Há algo em comum entre 11 e 12: não é possível identificar quem pratica a ação verbal.
Há algo em comum entre 13 e 14: é possível identificar quem pratica a ação verbal. Esse é o
primeiro passo que você deve dar sempre que for analisar as funções do “se”! Veja este quadro
e grave-o na sua memória:
SITUAÇÃO RESULTADO
Isso vai mudar a sua vida para sempre! Você precisa ter essa consciência antes de tentar
identificar a função do pronome! Sabemos agora que 11 e 12 possuem ou PA ou IIS, assim
como sabemos que 13 e 14 não podem apresentar PA ou IIS.
Em 11, temos PA, pois “casas de praia” é sujeito paciente. Em 12, temos IIS, pois “de novas
políticas públicas” é objeto indireto.
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Já em 13 e 14, note que a ação verbal que é praticada pelo sujeito recai sobre o próprio
sujeito! Maria poderia olhar outra pessoa, mas olhou a si mesma. João poderia dar algo a outra
pessoa, mas deu a si mesmo. Estamos diante da chamada voz reflexiva8, também conhecida
como voz medial. Nesses casos, o “se” é classificado como pronome reflexivo, e pode assumir
a função de objeto direto (como ocorre em 13) ou de objeto indireto (como ocorre em 14).
018. (2011/CESPE/CFO-BM) Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas, e também os po-
pulares, que faziam longas filas até o chafariz mais próximo, transportando de mão em mão os
baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar
salvamentos, retirando-se os moradores, antes que eles se atirassem das janelas dos sobrados.
As partículas “se” destacadas exercem a mesma função sintática em ambas as ocorrências.
Note: pela estrutura textual, não é possível identificar quem praticou a ação de retirar, mas é
possível identificar quem praticou a ação de atirar (eles = os moradores). O primeiro “se” é uma
partícula apassivadora, ao passo que o segundo é um pronome reflexivo.
Errado.
Primeiramente, é possível identificar quem pratica a ação verbal, nos dois casos. Erasmo dedi-
cou a si mesmo. Erasmo afastou a si mesmo.
Certo.
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É fácil dizer que o “se” não é reflexivo, pois, no texto, não é possível identificar quem pratica a
ação de registrar. O pronome é PA.
Errado.
EXEMPLOS
(15) Kurt se matou.
(16) Kurt se suicidou.
Semanticamente, as duas construções são semelhantes, pois ambas indicam que alguém
tirou a própria vida) Todavia, gramaticalmente, as duas construções são diferentes, pois os
verbos apresentam entendimentos diferentes. O verbo “matar” significa “tirar a vida”, que pode
ser a vida de alguém ou a do próprio sujeito que pratica ação. Portanto, podemos afirmar que a
reflexividade da oração 15 é de inteira responsabilidade do pronome, pois é ele quem faz com
que a ação recaia sobre o sujeito.
Já o verbo “suicidar-se” significa “tirar a própria vida”. É inconcebível a ideia de que “alguém
suicida outra pessoa”. Isso mostra que a reflexividade não está no pronome, mas no próprio
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verbo. Vou ser ainda mais explícito: na língua portuguesa, não existe o verbo “suicidar”, mas
apenas “suicidar-se”. Ele só existe com o pronome! Por isso, o “se” é conhecido como parte
integrante do verbo, e o verbo que possui esse tipo de estrutura é conhecido como verbo
pronominal.
A parte integrante do verbo acompanha apenas verbos intransitivos ou transitivos indire-
tos. Eles podem indicar sentimentos (arrepender-se, queixar-se, lembrar-se, esquecer-se, or-
gulhar-se, alegrar-se, admirar-se) ou ações do ser que são praticadas em relação a si próprio
(suicidar-se, concentrar-se, precaver-se).
EXEMPLOS
A samaritana se arrependeu dos pecados cometidos.
A aluna se concentrou antes da prova.
EXEMPLOS
Ela se riu da situação. → Ele riu da situação.
Ele se tremeu durante o assalto. → Ele tremeu durante o assalto.
O show se acabou. → O show acabou.
Ele se foi sem dizer nada. →Ele foi sem dizer nada.
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Sobre o bloco I: TUDO é importante para a Vunesp, mas peço que você dê importância aos
pronomes oblíquos como complementos verbais (OD e OI), colocação pronominal (devore)
e adaptações fonéticas (lo, la, los, las/no, na, nos, nas). Só houve uma questão recente que
explorou o pronome “lhe” como adjunto adnominal. Além disso, não queira resolver colocação
pronominal com base naquilo que é aceitável pelos seus ouvidos. Assim, suas chances de er-
rar aumentam exponencialmente.
Sobre o bloco II: as bancas gostam mesmo é de concordância! Por esse motivo, dê muita
atenção às implicações da partícula apassivadora e do índice de indeterminação do sujeito
para a relação entre sujeito e verbo. Você também verá nas questões que outras funções do SE
foram exploradas (como pronome reflexivo/recíproco ou pronome expletivo), mas com baixa
recorrência.
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-
NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
A sardinha plebeia deixou o nobre salmão para trás
O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes
que habitam os oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até
pelo porte, é um peixe que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão,
não tem tamanho para comer de tudo – é totalmente vegana.
É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro.
Preço salgado e qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens
pouco prestigiados estão justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que,
sendo o primo pobre das castanhas, é o mais rico em proteínas.
Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa)
(Veja, 10 de novembro de 2021. Adaptado)
A frase – … é um peixe que come outros peixes. – equivale, de acordo com a norma-padrão do
emprego e da colocação pronominal, a:
a) … é um peixe que os come.
b) … é um peixe que come-os.
c) … é um peixe que lhes come.
d) … é um peixe que come-los.
e) … é um peixe que come-lhes.
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demais às suas mágoas. Coitado do meu pai! Parece que ainda o vejo quando saía de casa le-
vado pelos soldados, no dia de seu crime) Que ar de desespero ele levava, no rosto de moço! E
o abraço doloroso que me deu nessa ocasião! Vim a compreender, com o tempo, porque tinha
se deixado levar ao desespero. O amor que tinha pela esposa era o amor de um louco.
(José Lins do Rego, Menino de Engenho. 94 ed) Rio de Janeiro: José Olympio, 2007. Excerto adaptado)
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não me forcem.
Caminhar para quê?
Deixem-me quedar,
deixem-me quieta,
na aparente inércia.
Nem todo viandante
anda estradas,
há mundos submersos,
que só o silêncio
da poesia penetra.
(Conceição Evaristo. Poemas da recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017)
Assinale a alternativa em que o verso do poema está corretamente reescrito, no que se refere
à norma-padrão de colocação pronominal.
a) Quero rasgá-los para assim versejar.
b) Não apressem-me, por favor.
c) Os quero mascar entre os dentes.
d) O silêncio atinge mundos submersos, os penetrando.
e) Por que deixas-me caminhar?
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pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce
arde, arde, flameja) Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao
prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja)
(Clarice Lispector, Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)
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ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena) O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física) Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca) Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde)
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho destacado está substituído, nos colchetes, de acordo
com a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) … desenhávamos figuras místicas… [lhes desenhávamos]
b) … pareciam auxiliar os homens daquela época… [auxiliar-lhes]
c) … chegar a uma razão única que justifique o viver… [justifique-o]
d) … aqueles que revelavam ter descoberto sentido… [tê-lo descoberto]
e) … para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus… [aceitam-na]
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O editorial foi publicado pelo “Wall Street Journal”, e quando li esse editorial, comecei a rir.
Gerard Baker escreveu sobre um tema provocativo, e o mérito dessa escolha pertence a Ge-
rard Baker.
Quem desconfia das informações dadas pelo autor pode recorrer a estudos que esclarecem
essas informações.
De acordo com o emprego e a colocação dos pronomes estabelecidos pela norma-padrão, os
trechos destacados podem ser substituídos por:
a) li-o; o pertence; esclarecem-nas.
b) li-o; pertence-lhe; as esclarecem.
c) o li; o pertence; lhes esclarecem.
d) o li; pertence-lhe; esclarecem-nas.
e) o li; pertence-lhe; as esclarecem.
Assinale a alternativa que apresenta emprego e colocação dos pronomes átonos de acordo
com a norma-padrão.
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Assinale a alternativa em que o trecho reescrito do texto está em conformidade com a norma
padrão de colocação pronominal.
a) A fome apertara demais os retirantes e por ali não se via sinal de comida.
b) Agora, Baleia estranhava não ver a gaiola em que mal equilibrava-se a ave.
c) Sinha Vitória tinha justificado-se declarando que o papagaio era mudo e inútil.
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Considere as frases.
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Muitas pessoas querem saber mais a respeito das etapas pelas quais passamos enquanto
dormimos, e, em seu livro, o neurocientista __________ de forma detalhada para os leitores.
O hábito de dormir poucas horas é apontado como uma das causas dos acidentes automobi-
lísticos, portanto, os motoristas que __________ deveriam repensar suas atitudes.
Considerando o emprego e a colocação de pronomes estabelecidos pela norma-padrão, as
lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) descreve-lhes; o têm
b) descreve-lhes; lhe têm
c) as descreve; têm-no
d) descreve-as; têm-lhe
e) descreve-as; o têm
Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado teve sua posição alterada em relação ao
trecho original, mantendo-se a correção da norma-padrão de colocação pronominal da língua
portuguesa:
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Assinale a alternativa em que a construção entre colchetes substitui a original, de acordo com
a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
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O pronome que, no contexto, contribui para apresentar o agente da ação verbal como indefini-
do está destacado em:
a) … ouviu-se um rumor na varanda… (1º parágrafo)
b) … famoso por não se interessar por música… (2º parágrafo)
c) Levantou-se no ato… (4º parágrafo)
d) … não se viam havia mais de 30 anos… (5º parágrafo)
e) … tinham acabado de se reencontrar… (5º parágrafo)
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Pouco ou quase nada se fez desde então. A não ser, por óbvio, as suspeitas medidas
usuais: instalaram-se comissões para tratar do assunto. Resultado? Nenhum.
Segundo relatório da Agência Nacional de Águas, ao menos 45 barragens estão vulneráveis
no país. Rachaduras, infiltrações e ausência de documentos que comprovem a segurança são
algumas das irregularidades identificadas.
Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional. Autoridades estaduais e federais
não atuaram como deveriam, e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência – a mi-
neradora foi corresponsável pela tragédia da Samarco.
Diante da nova catástrofe consumada, o Ibama multou a Vale – a conferir se a penali-
dade será paga –, enquanto a Justiça determinou o bloqueio de bilhões de reais para garantir
reparação de danos. Ao mesmo tempo, Polícia Federal e Ministério Público mostram-se empe-
nhados em investigar as causas e identificar os culpados.
Tais iniciativas, porém, serão inúteis se perderem ímpeto com o tempo. Elas precisam
ser efetivas e exemplares, pois só assim ajudarão a impedir um terceiro desastre.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 28.01.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o vocábulo “se” tem o mesmo emprego que no trecho: “Pouco ou
quase nada se fez desde então.” (3º parágrafo).
a) … não se trata de tragédia inédita no gênero.
b) Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes…
c) Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional.
d) … e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência…
e) … o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga…
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No trecho –… é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. – a palavra
destacada estabelece sentido de
a) condição.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) tempo.
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c) Cenas de beijos, somente pela televisão é que Manier havia visto cenas de beijos. (ha-
via visto-as)
d) Exceções à regra, precisamos de um exercício intelectual para recordar exceções à regra)
(recordar-lhes)
e) Quanto ao pedido de Manier, a namorada, que nada viu de constrangedor na situação, acei-
tou o pedido de Manier. (aceitou-o)
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Na frase “Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemen-
te na noite de Natal” (1º§), ocorrem dois pronomes. Sobre eles, é correto afirmar que:
a) possuem a mesma classificação morfológica.
b) o primeiro antecipa uma ideia inédita e o segundo a resgata.
c) ambos faz em referência a algo já dito no texto.
d) fazem referência à segunda pessoa do discurso.
e) o segundo está em posição proclítica em relação ao verbo.
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Uma das atividades mais comuns entre os profissionais de saúde e segurança do traba-
lho são as inspeções de segurança) Estas podem ser específicas, como por exemplo, em equi-
pamentos de combate a incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpeza) Normalmente,
alguns de seus objetivos são: reconhecer e antecipar as condições ou procedimentos que se
encontram abaixo dos padrões de segurança estabelecidos, ou ainda detectar situações peri-
gosas que possam acarretar perdas materiais ou pessoais no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de rotina ou periódica, é de extrema
relevância que o próprio trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, participe dessas ativi-
dades e que sua opinião seja considerada e avaliada no momento da conclusão. Desta forma,
espera-se aumentar o interesse e motivação dos trabalhadores com as questões de saúde e
segurança no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver uma cultura que promova a
ideia de que a prevenção de perdas seja de interesse de todos e não apenas uma responsabi-
lidade do Departamento de Segurança, como é comum em diversas organizações. […]
O melhor e mais vantajoso de tudo isso é que podemos usar o conhecimento e experi-
ência prática de quem realmente sabe onde estão as condições perigosas e desvios que mais
ocorrem naquele ambiente de trabalho. Geralmente, as inspeções de segurança são realizadas
sem a participação dos trabalhadores do chão de fábrica) Precisamos quebrar esse paradig-
ma) […] Não será demérito para os profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) adicionar os trabalhadores nas suas inspeções
de segurança) Para isso, será necessário capacitá-los, treiná- los e orientá-los para que sejam
capazes de auxiliar na identificação e avaliação dos perigos. […]
Se realizarmos inspeções com o auxílio dos próprios trabalhadores, é bem provável que
as medidas de controle, que serão sugeridas para mitigar os riscos detectados, sejam mais co-
erentes e próximas da realidade do dia a dia) Assim, o bom resultado prático virá pela união do
conhecimento técnico do profissional da segurança com a opinião e visão de quem realmente
fica exposto, que são os trabalhadores.
(http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios- para-empresas-e-trabalhadores/ acesso
em 14/11/2019. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada para a colocação pronominal destacada
no enunciado a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, treiná-los e orientá-los”.
a) Ênclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.
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040. (2019/IBFC/MGS/ADVOGADO)
João Cruz e Sousa (1861 – 1898), lançador do Simbolismo no Brasil, é situado, por
alguns estudiosos, junto de Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do
mundo, formando a “grande tríade harmoniosa”.
Além de ter uma boa apresentação física, era um homem extremamente culto e elogia-
do por seus mestres. Mas nada disso, para as pessoas da época, superava o fato de ser negro,
o que lhe causou sérios problemas.
Em vida, sofreu muito e não conheceu o sucesso. Mudou-se de Santa Catarina (seu es-
tado natal) para o Rio de Janeiro e, com muito empenho, chegou a ser arquivista da Central do
Brasil, cargo que lhe garantia subsistência e não valorizava sequer um décimo de sua capaci-
dade intelectual. Terminou atacado pela “doença dos poetas”, a tuberculose, que matou, junto
com ele, toda sua família.
É nesse ambiente de dor que nasce sua incrível obra, onde transparecem a melancolia e
a revolta, porém com versos magicamente ricos e sonoros. Arte é a palavra-chave) Arte liber-
tária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe e a musicalidade)
Cruz e Sousa é, sem dúvida, um dos maiores expoentes da poesia brasileira) Entre suas obras
estão Missal, Broquéis, Os Faróis e Últimos Sonetos, todos livros de poesia.
(brasilescola.uol.com.br/biografa/joao-cruz-sousa)
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A oração “Vou me aposentar amanhã” tem seu sentido preservado sem transgressão à norma
padrão no que diz respeito à colocação pronominal com a seguinte reescritura:
a) Vou me aposentando amanhã.
b) Me aposentaria amanhã.
c) Me aposentava amanhã.
d) Aposentar-me-ei amanhã.
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amadurecer ajuda) Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas no fundo
desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda) Descobrir o que que-
remos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o Himalaia
social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente e ter pro-
jetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna) Sem cumprir tantas
obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma sociedade insegura,
desorientada, em crise) Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos de fora, mas
de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste, sobra tão pouco
tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver conosco, más-
caras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o que a gente
gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya) Veja, 25/03/09, adaptado)
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ausência alguma,
borda em mim o empecilho.
Há tempos treino
o equilíbrio sobre
esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
cada pedaço que guardo de mim
tem na memória o anelar
de outros pedaços.
E da história que me resta
estilhaçados sons esculpem
partes de uma música inteira.
Traço então a nossa roda gira-gira
em que os de ontem, os de hoje,
e os de amanhã se reconhecem
nos pedaços uns dos outros.
Inteiros.
(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)
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Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros. Só
20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o
restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação,
o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6 bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais ên-
fase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes.O de-
partamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado a outros. Muitos
profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade da
situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de Genebra,
cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África Oci-
dental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo Esta-
dos Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido
conta a favor da doença.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
Acesso em: 08/09/2014)
Na frase “Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financei-
ros. “(4º§), a construção em destaque ilustra:
a) a voz passiva analítica.
b) um caso de sujeito indeterminado.
c) a voz reflexiva.
d) uma oração sem sujeito.
e) a voz passiva sintética.
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O pronome “se” presente em “O homem que se cuida” deve ser classificado, em função do pa-
pel que exerce como:
a) pronome apassivador.
b) parte integrante do verbo.
c) pronome reflexivo.
d) índice de indeterminação do sujeito.
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[…]
As asas que Deus lhe deu
Rufaram de par em par…
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…
De acordo com a leitura atenta do poema “Ismália” e com a Gramática Normativa da Língua
Portuguesa, assinale a alternativa incorreta.
a) O verbo “ver” na primeira estrofe está conjugado no pretérito perfeito indicando uma certeza,
enquanto o verbo “querer” na segunda estrofe está conjugado no pretérito imperfeito e expres-
sa um desejo da personagem.
b) As vírgulas presentes nos primeiros versos da primeira e da segunda estrofes são utilizadas
de acordo com a mesma regra gramatical.
c) Na expressão “Na torre pôs-se a cantar…”, a palavra “se” é classificada como partícula
apassivadora.
d) No verso “As asas que Deus lhe deu” a expressão destacada é uma Oração Subordinada
Adjetiva Restritiva.
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GABARITO
1. a 37. a
2. d 38. a
3. a 39. b
4. c 40. a
5. d 41. e
6. d 42. d
7. b 43. e
8. e 44. a
9. c 45. d
10. b 46. b
11. a 47. e
12. b 48. b
13. d 49. c
14. e 50. c
15. a
16. c
17. c
18. a
19. a
20. d
21. d
22. a
23. a
24. e
25. a
26. b
27. b
28. e
29. c
30. a
31. d
32. c
33. c
34. a
35. a
36. a
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GABARITO COMENTADO
001. (FUNDAÇÃO PARA O VESTIBULAR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA/VU-
NESP/2022/PREFEITURA DE JUNDIAÍ – SP/ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO)
A sardinha plebeia deixou o nobre salmão para trás
O nobre das águas gélidas está sendo desbancado pelo mais plebeu dos espécimes
que habitam os oceanos. A virada do jogo tem a ver com a poluição ambiental. O salmão, até
pelo porte, é um peixe que come outros peixes. Já a sardinha, que caberia na palma da mão,
não tem tamanho para comer de tudo – é totalmente vegana.
É preciso desmistificar a ideia de que o alimento mais saudável é sempre o mais caro.
Preço salgado e qualidade nutricional não andam necessariamente lado a lado. Alguns itens
pouco prestigiados estão justamente entre os mais nutritivos. É o caso do amendoim, que,
sendo o primo pobre das castanhas, é o mais rico em proteínas.
Considere, portanto, se não é hora de puxar a sardinha para a sua brasa)
(Veja, 10 de novembro de 2021. Adaptado)
A frase – … é um peixe que come outros peixes. – equivale, de acordo com a norma-padrão do
emprego e da colocação pronominal, a:
a) … é um peixe que os come.
b) … é um peixe que come-os.
c) … é um peixe que lhes come.
d) … é um peixe que come-los.
e) … é um peixe que come-lhes.
Na alternativa “A”, a colocação pronominal foi corretamente empregada, uma vez que o prono-
me relativo “que” é fator de atração, exigindo o emprego da próclise (pronome antes do verbo).
Como o verbo “comer” é transitivo direto, o pronome “os” foi empregado de forma correta.
b) Errada. A colocação pronominal está errada, devido à presença do pronome relativo “que”,
fator de próclise.
c) Errada. A colocação do pronome está correta) Entretanto, o pronome “lhes” não pode ser
usado, uma vez que o verbo “comer” é transitivo direto.
d) Errada. O erro foi apenas de acentuação gráfica, pois faltou o acento circunflexo na vogal “e”
do verbo (oxítona terminada em “e”). Devido ao fato de o verbo “comer” estar no infinitivo (comer
+ os = comê-los), o pronome poderia ter sido usado antes ou depois do verbo, colocação prono-
minal facultativa) O pronome escolhido também está correto, respeitando a regência verbal.
e) Errada. O pronome escolhido (“lhes”) está errado, uma vez que o verbo é transitivo direto. Como
regra, aquele pronome é utilizado para representar objetos indiretos, os quais exigem preposição.
Letra a.
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Trata-se de caso facultativo de colocação pronominal. Poderia ser utilizada a próclise (frase
original) ou a ênclise (alteração), uma vez que não há fator de atração e o sujeito está explícito.
a) Errada. Só pode ser empregada a próclise, devido ao advérbio “Ainda” (fator de atração).
b) Errada. Somente a próclise pode ser utilizada, tendo em vista a presença do advérbio de
negação “não”. Palavras negativas são fatores de atração.
c) Errada. A colocação pronominal está errada, pois não se pode começar um período com
pronomes oblíquos átonos.
e) Errada. Só poderia ter sido usada a próclise, uma vez que o pronome relativo “que” é fator
de atração.
Letra d.
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Assinale a alternativa em que o verso do poema está corretamente reescrito, no que se refere
à norma-padrão de colocação pronominal.
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Verbos no infinitivo sempre admitem o uso da ênclise) Na alternativa “A”, também poderia ser
usada a próclise: “Quero os rasgar para assim versejar”.
b) Errada. O advérbio de negação “não” atrai o pronome) Portanto, deveria ter sido utilizada
a próclise.
c) Errada. Começa-se o período com um pronome oblíquo átono (“os”), o que é vedado pela
norma culta da gramática.
d) Errada. Emprega-se o pronome “os”, após pontuação, o que não é permitido, salvo se houver
uma intercalação.
e) Errada. A próclise deveria ter sido utilizada, devido à presença do pronome interrogativo
“que”. Ressalta-se que, tendo em vista que o verbo está no infinitivo, a ênclise também esta-
ria correta.
Letra a.
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pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce
arde, arde, flameja) Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao
prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja)
(Clarice Lispector, Os melhores contos [seleção Walnice Nogueira Galvão], 1996)
O pronome “se” foi corretamente empregado, uma vez que o sujeito está explícito e não há
fator de atração. Poderia também ter sido usada a próclise.
a) Errada. Foi empregado o pronome após o verbo no particípio, o que é proibido. Não se usa
ênclise com verbos no particípio.
b) Errada. Deveria ter sido empregada a próclise, devido à presença do advérbio de ne-
gação “não”.
d) Errada. Há dois erros. O primeiro pronome “se” deveria estar antes do verbo, por causa do
pronome relativo “que” (fator de atração). O segundo pronome “se” também tinha de estar em
próclise, pela presença do advérbio “certamente” (fator de atração).
e) Errada. Iniciou-se a frase com um pronome oblíquo átono, o que é vedado pela norma culta
da gramática.
Letra c.
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Há cerca de 50 000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens come-
çou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores do-
tados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos
em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma
razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.
Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor
Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem
acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida) Mas, para aque-
les que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra)
Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.
No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço
de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no perió-
dico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do
ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena) O veredito do estudo: aqueles que
revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de
saúde, tanto psicológica como física) Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declara-
vam estar no máximo em um processo de busca) Esses apresentavam, com maior frequência,
problemas de saúde)
(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho destacado está substituído, nos colchetes, de acordo
com a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) … desenhávamos figuras místicas… [lhes desenhávamos]
b) … pareciam auxiliar os homens daquela época… [auxiliar-lhes]
c) … chegar a uma razão única que justifique o viver… [justifique-o]
d) … aqueles que revelavam ter descoberto sentido… [tê-lo descoberto]
e) … para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus… [aceitam-na]
A ênclise foi corretamente empregada, devido ao verbo estar no infinitivo (ter + os = tê-los).
Quando o verbo termina em “r”, “s” ou “z”, ocorre a retirada dessas consoantes. Além disso, os
pronomes passam a ser acrescidos da letra “l”: lo, la, los, las.
a) Errada. O verbo é transitivo direto. Logo, não poderia ter sido usado o pronome “lhes”.
b) Errada. O verbo “auxiliar” também é transitivo direto. Dessa forma, o pronome “lhes” não
poderia ter sido empregado.
c) Errada. Há a presença do pronome relativo “que” (fator de atração). Portanto, deveria ter sido
usada a próclise.
e) Errada. A próclise deveria ter sido empregada, devido à presença do advérbio de negação
“não” (fator de atração).
Letra d.
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A ênclise foi corretamente empregada, uma vez que o verbo se encontra no infinitivo.
a) Errada. O advérbio de negação “não” exige o uso da próclise.
b) Errada. O período foi iniciado pelo pronome “se”, o que é vedado pela norma culta da
gramática.
c) Errada. O pronome “lhe” não deveria ter sido empregado, uma vez que o verbo “ajudar” é
transitivo direto. Na assertiva, poderia ter sido usada a próclise ou a ênclise, tendo em vista
que o verbo está no infinitivo.
e) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que não é permitido pela norma culta
da gramática.
Letra d.
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Na primeira frase, o verbo “evitar” é transitivo direto, logo exige um complemento direto. Tendo
em vista que o objeto direto é masculino e plural (“esses tombos”), deve-se utilizar o pronome
“os”. Como o verbo está no infinitivo, a ênclise fica correta (evitar + os = evitá-los).
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Na segunda frase, deve-se empregar a próclise, devido à presença do pronome relativo “que” (fa-
tor de atração). O verbo “trazer” é transitivo direto, portanto exige um objeto direto. Como o seu
complemento é feminino e singular (“a imagem dos veículos”), deve-se utilizar o pronome “a”.
Nas letras “C”, “D” e “E”, a primeira troca está errada, pois o pronome “lhes” não poderia ter sido
escolhido.
c) Errada. A segunda troca está correta, por respeitar a escolha do pronome e a colocação.
d) Errada. A segunda troca está equivocada por dois motivos: escolha do pronome e sua
colocação.
e) Errada. A segunda troca está incorreta, por não respeitar a exigência da próclise.
Letra b.
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potencial parceiro? Na lista de opções, estas oito características: beleza, finanças, gentileza,
humor, castidade, religiosidade, criatividade, desejo de ter filhos.
Os resultados, partilhados pela revista “Time”, não mentem: os homens valorizam mais
a beleza; as mulheres valorizam mais as finanças. O mundo é um lugar cruel?
Não, porque o mesmo estudo coloca no primeiro lugar para cada um dos sexos a mes-
ma virtude imaterial: a gentileza) Antes da beleza (para eles) ou do dinheiro (para elas), parece
que essa formosura da alma é o artigo mais cobiçado. A Ocidente e a Oriente.
Será que todo mundo realmente diz a verdade nessas pesquisas?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo. Https://www1.folha.uol.com.br/colunas/joaopereiracoutinho/
2019/10/o-mundo-e-dosromanticos.shtml. Adaptado)
Na primeira frase, repete-se a palavra editorial. A fim de evitar essa repetição, poderia ter sido
escolhido o pronome “o”, uma vez que o verbo “ler” é transitivo direto. Devido à presença da
conjunção subordinativa “quando”, a próclise deve ser utilizada) Portanto, eliminam-se as alter-
nativas “A” e “B”.
Na segunda frase, o substantivo próprio “Gerard Baker” se repete) Para que essa repetição não
ocorresse, poderia ser usado o pronome “lhe”, uma vez que o verbo “pertence” é transitivo in-
direto (“o mérito da escolha pertence a ele ou pertence-lhe”). A colocação pronominal poderia
ser a próclise ou a ênclise, pois o sujeito está explícito e não há fator de atração. Descarta-se,
portanto, a letra “C”.
Na terceira frase, a palavra “informações” está repetida) A fim de evitar isso, poderia ser usa-
do o pronome “as”, uma vez que o verbo “esclarecer” é transitivo direto. Quanto à colocação
pronominal, somente a próclise poderia ter sido empregada, devido à presença do pronome
relativo “que” (fator de atração). Dessa forma, elimina-se a letra “D”, por ter usado a ênclise.
Letra e.
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Foi empregado, na assertiva “C”, o pronome “o” de forma correta, uma vez que o verbo é transi-
tivo direto e seu referente é a palavra “prego” (masculino e singular). A próclise não poderia ter
sido utilizada, devido à presença da pontuação. A ênclise foi escolhida corretamente) Houve
a flexão do pronome, tendo em vista que o verbo termina com som nasal (“-em”). Nesse caso,
acrescenta-se a letra “n”, antes do pronome (“no”, “na”, “nos”, “nas”).
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, devido à presença do advérbio “nunca” (fator
de atração).
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b) Errada. O pronome escolhido está errado, uma vez que o verbo “acender” é transitivo direto.
Deveria ter sido usado o pronome “o”, para concordar com o referente “fogão”.
A colocação pronominal poderia ser a próclise (“para o acender”) ou a ênclise (“para acendê-lo’’).
d) Errada. O pronome selecionado também está incorreto. O verbo “impedir” é transitivo direto.
Deveria ter sido escolhido o pronome “os”, uma vez que o referente é a palavra “clientes”. A co-
locação pronominal poderia ser a próclise (“sem que eu os possa impedir”) ou a ênclise (“sem
que eu possa impedi-los”).
e) Errada. Há a presença do advérbio “talvez” (fator de atração). Portanto, deveria ter sido usa-
da a próclise.
Letra c.
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Trata-se de alento que, dada a dimensão do PIB americano, tem repercussão mundial.
Como outros líderes populistas, Donald Trump relutou em aceitar a necessidade de providên-
cias drásticas contra a pandemia, mas, ainda que tardiamente, rendeu-se à realidade)
(Editorial. Folha de S.Paulo, 27.03.2020. Adaptado)
Foi usada a ênclise de forma correta, na alternativa “B”, uma vez que, antes do verbo, há uma
vírgula, sem que exista uma intercalação. Logo, somente a ênclise poderia ter sido utilizada.
a) Errada. O erro se encontra logo no início. Não se pode começar uma frase com o pronome
“se”. Deveria ter sido usada a mesóclise (disponibilizar-se-á), uma vez que o verbo está no fu-
turo e não há fator de atração.
c) Errada. A presença do advérbio “Ainda” (fator de atração) exige o uso da próclise.
d) Errada. O verbo está no futuro. Logo, a ênclise não poderia ter sido empregada) Tendo em
vista que há fator de atração (“que”), também não se poderia utilizar da mesóclise) Somente
caberia a próclise, nesse caso.
e) Errada. Foi empregada a ênclise com o verbo no particípio, o que é vedado pela norma
gramatical.
Letra b.
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de rês perdida na caatinga) Sinha Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas
segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam:
festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão. Despertara-a um grito áspe-
ro, vira de perto a realidade e o papagaio, que andava furioso, com os pés apalhetados, numa
atitude ridícula) Resolvera de supetão aproveitá-lo como alimento e justificara-se declarando a
si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo… Ordinariamente a família
falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras
curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra.
Num cotovelo do caminho, Fabiano avistou um canto de cerca, encheu-o a esperança
de achar comida, sentiu desejo de cantar. A voz saiu-lhe rouca, medonha) Calou-se para não
estragar força)
(Graciliano Ramos, Vidas Secas. 1996. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho reescrito do texto está em conformidade com a norma
padrão de colocação pronominal.
a) A fome apertara demais os retirantes e por ali não se via sinal de comida.
b) Agora, Baleia estranhava não ver a gaiola em que mal equilibrava-se a ave.
c) Sinha Vitória tinha justificado-se declarando que o papagaio era mudo e inútil.
d) E depois daquele desastre, raramente comunicavam-se com palavras curtas.
e) Fabiano sentiu desejo de cantar. Lhe saiu rouca e medonha a voz e, então, se calou.
O pronome “se” foi empregado (próclise) corretamente, tendo em vista a presença do advérbio
“não” (fator de atração).
b) Errada. O pronome “se” deveria estar em próclise, por causa do advérbio “mal” (fator
de atração).
c) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que é vedado pela norma gramatical.
d) Errada. A presença do advérbio “raramente” (fator de atração) exige o uso da próclise.
e) Errada. O pronome “Lhe” não poderia ter sido utilizado no início do período.
Letra a.
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te às de pequeno porte do setor privado. Certamente o momento atual se apresenta como uma
boa oportunidade para o início de grandes projetos de transformação institucional.
(Oscar Hipólito. Redes de colaboração: uma estratégia para o ensino superior. Folha de S.Paulo, Caderno Opi-
nião. 07.04.2021. Adaptado)
A ênclise foi empregada corretamente na letra “B”, uma vez que há pontuação antes do verbo,
sem que exista uma intercalação.
a) Errada. Iniciou-se o período com um pronome (“Se”), o que é vedado pela norma gramatical.
c) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, por causa da presença do advérbio de negação
“não” (fator de atração).
d) Errada. O advérbio “já” (fator de atração) exige o uso da próclise.
e) Errada. O pronome foi empregado após o verbo no particípio. Nesse caso, a ênclise não é
admitida pela Gramática.
Letra b.
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O advérbio “Certamente” (fator de atração) exige o uso da próclise) Sendo assim, a assertiva
está correta.
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, tendo em vista a presença do pronome indefinido
(fator de atração) “nada”.
b) Errada. Iniciou-se o período com o pronome “Se”, o que não é permitido pela Gramática.
c) Errada. Foi usada a ênclise com o verbo no particípio, o que não é permitido. Nesta assertiva,
somente a próclise poderia ter sido utilizada, tendo em vista a presença do pronome indefinido
“Ninguém” (fator de atração). Em locuções verbais, se houver fator de atração, e o verbo princi-
pal estiver no particípio, como na alternativa, somente será permitida a próclise.
e) Errada. A conjunção subordinativa concessiva “Ainda que” (fator de atração) exige que o
pronome seja colocado antes do verbo (próclise).
Letra d.
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Walker é também um militante) Ele está convencido de que a modernidade nos lançou
numa epidemia de falta de sono com consequências tão graves como obesidade ou tabagis-
mo. Munido de um estoque quase inesgotável de estudos, ele liga o sono subótimo* a proble-
mas cardíacos, câncer, diabetes, obesidade, demência e até aos mais inocentes resfriados.
No plano psicológico, relaciona dormir pouco a piora do desempenho cognitivo, irritabilidade,
cansaço e, por decorrência, a boa parte dos acidentes automobilísticos.
Para Walker, as pessoas que acham que podem dormir pouco estão tão enganadas que
nem sequer conseguem perceber os prejuízos que já sofrem com o sono insuficiente) Segundo
o autor, a quase totalidade dos seres humanos precisa dormir oito horas por dia – e, de prefe-
rência, fazer também uma “siesta”.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo, 10.03.2019. Adaptado)
*subótimo: que não atinge a mais alta qualidade.
Considere as frases.
Muitas pessoas querem saber mais a respeito das etapas pelas quais passamos enquanto
dormimos, e, em seu livro, o neurocientista __________ de forma detalhada para os leitores.
O hábito de dormir poucas horas é apontado como uma das causas dos acidentes automobi-
lísticos, portanto, os motoristas que __________ deveriam repensar suas atitudes.
Considerando o emprego e a colocação de pronomes estabelecidos pela norma-padrão, as
lacunas das frases devem ser preenchidas, respectivamente, por:
a) descreve-lhes; o têm
b) descreve-lhes; lhe têm
c) as descreve; têm-no
d) descreve-as; têm-lhe
e) descreve-as; o têm
Na primeira frase, deve-se usar o pronome “as”, a fim de substituir “as etapas”, tendo em vista
que o verbo “descrever” é transitivo direto. A colocação pronominal poderia ser a próclise ou
a ênclise, pois não há fator de atração e o sujeito está explícito (“o neurocientista”). Portanto,
eliminam-se as letras “A” e “B”.
Na segunda frase, deve-se usar o pronome “o”, uma vez que o verbo “ter” é transitivo direto,
substituindo a palavra “hábito”. Tendo em vista o pronome relativo “que” (fator de atração),
deve-se usar a próclise) Logo, eliminam-se as letras “C” e “D”.
Letra e.
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direito a uma viagem à Europa, nos tempos em que as subvenções para isso largamente se
distribuíam, razão pela qual eram equitativa e sabiamente feitas. De volta, por acaso, viera a
morar defronte de um homem de idade, venerável, que vivia, pelo jardim de sua vasta casa, a
catar pedrinhas no chão. Pôs-se a observar o homem, curioso com os seus trejeitos, a fim de
descobrir o que significavam. Visou a Ásia e encontrou no caminho a América) El Levante por
el Poniente… A filha do ancião, muito naturalmente, pouco afeita a curiosidades sobre o seu
jardim que não tivessem a ela por objeto, supôs que o doutor estivesse apaixonado por ela)
Nenê, era o seu apelido familiar, sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; que pertencia
ao museu; que o tratavam de doutor; logo não se podia tratar senão de um médico.
A nossa mentecapta inteligência nacional, de que não fazem parte só as mulheres, não
admite que tratem de botânica senão os médicos; e de matemática os engenheiros; quando,
em geral, nem uns nem outros se preocupam em tais coisas.
Ela, porém, vivendo em círculo restrito, não tendo estudos especiais, convivências ou-
tras que não essa da sociedade, fossilizadas de cérebro e com receitas de formulário na ca-
beça, não podia ter outra opinião que a geral na nossa terra, de cima a baixo. Aquele moço
era por força doutor em medicina ou, no mínimo, estudante) Quando soube que não, teve uma
ponta de despeito; e custou-lhe a crer que fosse tão formado como outro qualquer doutor. Foi
o próprio pai quem a convenceu.
(Lima Barreto. Contos completos de Lima Barreto. Companhia das Letras, 2010. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado teve sua posição alterada em relação ao
trecho original, mantendo-se a correção da norma-padrão de colocação pronominal da língua
portuguesa:
a) Tal cargo, obtido em concurso, dera-lhe direito a uma viagem à Europa…
b) … nos tempos em que as subvenções para isso largamente distribuíam-se…
c) Se pôs a observar o homem, curioso com os seus trejeitos…
d) … sabia que o rapaz era dado a coisas de botânica; … que tratavam-no de doutor…
e) Foi o próprio pai quem convenceu-a.
O pronome “lhe” foi empregado corretamente, uma vez que exerce a função de objeto indireto.
O verbo “dar” é transitivo direto e indireto. A ênclise foi empregada corretamente) Ressalta–
se que a próclise também poderia ser utilizada) Apesar da presença de uma vírgula antes do
verbo, há um termo intercalado (“obtido em concurso”). Logo, o pronome poderia ficar após a
pontuação.
b) Errada. O advérbio “largamente” (fator de atração) exige o uso da próclise.
c) Errada. Iniciou-se a frase com um pronome “se”, o que é vedado pela norma culta da
gramática.
d) Errada. A conjunção integrante “que” (fator de atração) exige o uso da próclise.
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e) Errada. Deveria ter sido utilizada a próclise, tendo em vista a presença do pronome “quem”
(fator de atração).
Letra a.
Assinale a alternativa em que a construção entre colchetes substitui a original, de acordo com
a norma-padrão de emprego e colocação do pronome.
a) O governo usa a tecnologia para rastrear algumas minorias [lhes rastrear]
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O pronome “nos” está corretamente empregado, substituindo o termo “os gatilhos”. Como o
verbo termina em som nasal (“am”, “em”), acrescenta-se a letra “n” ao pronome) A ênclise tam-
bém está correta, uma vez que não há fator de atração. Ressalta-se que a próclise poderia ser
utilizada.
a) Errada. Deveria ser usado o pronome “as”, para substituir “algumas minorias”, uma vez que
o verbo “rastrear” é transitivo direto. Como o verbo está no infinitivo, tanto a ênclise (“rastreá-
-las”) quanto a próclise (“as rastrear”) ficam corretas, mesmo que a oração seja subordinada
(fator de atração).
b) Errada. A próclise deveria ter sido escolhida, devido à presença do pronome relativo “que”
(fator de atração).
d) Errada. Faltou acrescentar a letra “n” ao pronome (“criam-nas”), uma vez que o verbo termina
com som nasal (“am”), o que exige o referido ajuste.
e) Errada. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), como na letra “A”. Porém,
houve erro na escolha do pronome) Deveria ser usado o pronome “a”, para substituir a palavra
“discussão”, uma vez que o verbo “retomar” é transitivo direto.
Letra c.
O pronome “se” foi corretamente empregado na posição proclítica, tendo em vista a presença
da conjunção integrante “que” (fator de atração).
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As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana) Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
O pronome “o” foi corretamente empregado, substituindo “o avião”, uma vez que o verbo é tran-
sitivo direto. Como o verbo “pousar” termina em “r”, deve-se retirar esta letra e acrescentar a
letra “L” ao pronome (pousá-lo). A colocação pronominal (ênclise) está correta, uma vez que o
verbo está no infinitivo.
b) Errada. Deveria ter sido escolhido o pronome “o”, uma vez que o verbo é transitivo direto,
substituindo “o jornalista”. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou ênclise), pois não
há fator de atração e o sujeito está explícito (“O filme de Eastwood”).
c) Errada. A presença do pronome relativo “que” exige o uso da próclise.
d) Errada. O verbo “salvar” é transitivo direto. Logo, deveria ter sido usado o pronome “os”,
substituindo “155 passageiros”. Como não há fator de atração e o sujeito está explícito (“O
pouso do avião sobre o rio Hudson”), poderia ser usada a próclise ou a ênclise.
e) Errada. O advérbio “provavelmente” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
Letra a.
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como ele) Em certo momento, ouviu-se um rumor na varanda e João Cabral perguntou o que
estava acontecendo. “É o Chacrinha, que acabou de chegar”, informou Fernando.
“Chacrinha? Quem é Chacrinha?”, quis saber João Cabral. “É um apresentador de tevê,
muito famoso”, disseram. Cônsul do Brasil em Barcelona, com raras vindas ao Rio e famoso
por não se interessar por música e tomar dez aspirinas por dia para a dor de cabeça, o poeta
estava por fora do que acontecia por aqui.
E, mesmo que estivesse a par, não podia haver ninguém menos Chacrinha do que João
Cabral. Na sua poesia grave e desidratada, altamente cerebral, as palavras eram de pedra; os
cães, sem plumas; e as facas, só lâminas. Já Chacrinha, o divino palhaço, era o barroco em
Technicolor, embora a tevê ainda fosse em preto e branco. Em seu programa, apresentava os
piores cantores do Brasil, atirava bacalhau para a plateia e promovia concursos de comer bara-
ta) Os comunicólogos ainda não o tinham descoberto como símbolo do “mau gosto genial”.
Chacrinha entrou ventando pela Fiorentina, cercado de dez ou quinze aspones. Ao pas-
sar pela mesa de João Cabral, estacou e olhou-o fixamente) Então, abriu os braços e exclamou:
“Cabral!!!”.
O poeta levou um susto, mas não deixou a bola cair: “Abelardo!!!”, respondeu. Levan-
tou-se no ato e os dois se jogaram nos braços um do outro, aos soluços. O poeta João Cabral
de Mello Neto e o apresentador Abelardo “Chacrinha” Barbosa, colegas de curso primário no
Colégio Marista, do Recife, e que não se viam havia mais de 30 anos, tinham acabado de se
reencontrar, reconhecer e abraçar. É o Brasil.
(Ruy Castro. A arte de querer bem. Rio de Janeiro, Estação Brasil, 2018)
O pronome que, no contexto, contribui para apresentar o agente da ação verbal como indefini-
do está destacado em:
a) … ouviu-se um rumor na varanda… (1º parágrafo)
b) … famoso por não se interessar por música… (2º parágrafo)
c) Levantou-se no ato… (4º parágrafo)
d) … não se viam havia mais de 30 anos… (5º parágrafo)
e) … tinham acabado de se reencontrar… (5º parágrafo)
O agente da ação verbal encontra-se indefinido, quando se tem o “se” como partícula apassiva-
dora (voz passiva sintética) ou como índice de indeterminação do sujeito.
Nas alternativas, não há índice de indeterminação do sujeito, mas há partícula apassivadora na
alternativa “A”. Não é possível saber quem “ouviu um rumor na varanda”.
Para que o “se” seja considerado uma partícula apassivadora, o verbo precisa ser transitivo
direto (VTD) ou direto e indireto (VTDI). O verbo “ouvir” é VTD. Nesse caso, o “se” transforma o
objeto direto em sujeito (“um rumor na varanda”).
Para confirmar essa classificação, transforma-se a voz passiva sintética em analítica: “um ru-
mor foi ouvido”.
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GRAMÁTICA
Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE
Elias Santana
Assinale a alternativa em que o vocábulo “se” tem o mesmo emprego que no trecho: “Pouco ou
quase nada se fez desde então.” (3º parágrafo).
a) … não se trata de tragédia inédita no gênero.
b) Há apenas três anos o país consternou-se diante das 19 mortes…
c) Torna-se claro que há uma falha coletiva, institucional.
d) … e o mesmo se diga da Vale, sobretudo pela reincidência…
e) … o Ibama multou a Vale – a conferir se a penalidade será paga…
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Na transposição para a voz passiva, o objeto direto vira sujeito. Este é transformado em agente
da passiva.
Na primeira frase, “um ambiente econômico internacional sereno” (objeto direto do verbo “en-
contrar”) passará a ser o sujeito. “O próximo governo” se transformará em agente da passiva)
A nova frase ficará desta forma: “Não será encontrado um ambiente econômico internacional
sereno pelo próximo governo”.
Na segunda frase, “sinais de vigor” (objeto direto do verbo “dar”) será transformado em sujeito.
“EUA, Europa e China” passarão a ser agentes da passiva) A nova frase deve ser reescrita desta
maneira: “Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano”.
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a) Errada. A primeira frase está errada, pois foi acrescentado o verbo “poderá”. Na segunda,
“EUA, Europa e China” continuam como sujeito composto da oração.
b) Errada. Foi empregado o verbo “ter” + particípio, porém a voz passiva analítica é represen-
tada pela locução verbal “ser” + particípio. Na segunda frase, não foi mantido o tempo verbal.
c) Errada. A primeira frase está errada, pois foi incluído o verbo “ter”. Na segunda, o verbo foi
empregado em um tempo diverso da frase original. Além disso, não deveria ser usado o agente
da passiva, porque foi empregada a partícula apassivadora.
e) Errada. A primeira frase está correta) A segunda, incorreta, pois “EUA, Europa e China” per-
maneceram como sujeito composto da oração.
Letra d.
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sujeito. Para que haja a transposição para a voz ativa, esse termo deve se tornar objeto direto
do verbo “registrar”, como disposto na alternativa “A”: “…e registram uma clara diminuição dos
níveis de ansiedade…”).
As outras alternativas apresentam transformações incorretas.
Letra a.
No trecho –… é bom evitar essa situação se realmente não for um motivo válido. – a palavra
destacada estabelece sentido de
a) condição.
b) finalidade.
c) causa.
d) comparação.
e) tempo.
O “se” foi empregado no texto do enunciado com o sentido de condição. Trata-se de uma con-
junção subordinativa) Entende-se, de acordo com o texto, que brigar com frequência deve ser
evitado, caso realmente não haja um motivo válido.
Os outros sentidos não podem ser atribuídos à conjunção “se”.
Letra a.
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O pronome “o” foi escolhido corretamente, substituindo “o pedido de Manier”, uma vez que o
verbo “aceitar” é transitivo direto. A colocação pronominal (ênclise) também está correta, pois
não há fator de atração e o sujeito está explícito. Ressalta-se que a próclise poderia ter sido
usada, mesmo após a vírgula, devido à presença de uma oração intercalada (“que nada viu de
constrangedor na situação’’).
a) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “lhe”, pois este substituiria o objeto indireto “ao
repórter”. A colocação pronominal está correta) Também poderia ser empregada a ênclise
(“concedeu-lhe”), uma vez que não há fator de atração.
b) Errada. O pronome foi escolhido corretamente) Entretanto, a ênclise não deveria ser usada,
tendo em vista a presença do advérbio “timidamente” (fator de atração).
c) Errada. O pronome está correto. Contudo, não se pode utilizar ênclise com o verbo no
particípio.
d) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “as’’, uma vez que o verbo “recordar” é transitivo
direto. Poderia ter sido empregada a próclise ou a ênclise, pois o verbo está no infinitivo.
Letra e.
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mas com ponto-final a seguir. Perigosíssimos. A tal ponto que há o risco de não continuar de-
pois do que deveria ser curva amena, mas tornou-se abismo.
(Caio Fernando Abreu, “Lição para pentear cabelos matinais”. Pequenas epifanias, 2014. Adaptado) 32.
[Q1694449]
O pronome “nos” foi empregado de forma correta, uma vez que o verbo “fazem” é transitivo
direto. Como ele termina em som nasal (“em”), acrescenta-se o “n” ao pronome (fazem + os =
fazem-nos. A colocação está correta) Poderia também ser utilizada a próclise.
b) Errada. O advérbio “não” (fator de atração) exige o uso da próclise.
c) Errada. Os pronomes foram empregados após verbos no particípio, o que é proibido pela
norma gramatical.
d) Errada. A frase foi iniciada pelo pronome “Se”, o que não é permitido pela norma culta.
e) Errada. O pronome interrogativo “Como” (fator de atração) obriga o uso da próclise.
Letra a.
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benefícios estatais. A saúde é pública, o transporte é grátis e, com o documento digital, o go-
verno subsidia até a compra de medicamentos na farmácia – o benefício pode chegar a 50%.
Agora, a desvantagem. Todas as vezes que um estoniano saca seu RG digital para um serviço,
ele registra a movimentação na rede estatal, que passa a ter a posse da informação. Além
disso, em tese, qualquer cidadão pode consultar os dados de outro estoniano, mediante solici-
tação prévia e intermediação do governo.
O Estado* acompanhou a consulta no perfil do primeiro ministro da Estônia, Jüri Ratas.
Viu seus três imóveis, onde estão e quanto custam. “Está tudo aqui, é só consultar”, afirma a
funcionária do governo digital da Estônia, Harle Pihlak. Assunto polêmico? Não para os locais.
Segundo o cientista de computação Edilson Osorio, que mora há dois anos naquele país, os es-
tonianos não se preocupam com a privacidade, mas “os estrangeiros ficam ressabiados com
tanta exposição”.
(Renato Jakitas. O Estado de S. Paulo, 01.03.2020. Adaptado) * Jornal o Estado de S.Paulo
O verbo “oferecer” é transitivo direto e indireto. Como foi marcado o objeto indireto (“aos es-
tonianos”), deve-se usar o pronome “lhes”. A colocação pronominal é facultativa (próclise ou
ênclise), pois não há fator de atração. Logo, eliminam-se as letras “D” e “E”.
O verbo “incluir” é transitivo direto. O pronome “o” foi corretamente selecionado, para substituir
“tratamento médico”. A colocação pronominal está correta) Poderia também ser usada a ên-
clise em relação ao verbo “ter” (“tem-no incluído”), pois não há fator de atração. Somente não
poderia ser empregado o pronome, após o verbo “incluído”, pois ele está no particípio. Portan-
to, elimina-se a assertiva “A”.
O verbo “garantir” é transitivo direto. Deveria ser usado o pronome “a”, a fim de substituir “a eco-
nomia de quase 50%”. Devido à presença do advérbio “geralmente”, somente a próclise poderia
ter sido empregada) Sendo assim, elimina-se a letra “C”.
Letra b.
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Foi escolhido de forma correta o pronome “a”, tendo em vista que o verbo “invadir” é transitivo
direto. Acrescentou-se a letra “n” ao pronome, pois o verbo termina em som nasal (“am”). A
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colocação pronominal foi considerada correta) Ressalta-se, porém, que a próclise seria mais
adequada, tendo em vista que o pronome integra uma oração subordinada (fator de atração
para alguns autores).
a) Errada. Deveria ter sido usada a próclise, devido à presença do pronome relativo “que” (fator
de atração). Nesse caso, seria empregado só o pronome “o” (“…que o exigem”).
c) Errada. Usou-se o pronome “ela” no lugar da expressão “a vida” (objeto direto), o que é equi-
vocado. Pronomes pessoais do caso reto somente podem ser empregados como sujeito.
d) Errada. Deveria ter sido usado o pronome “as”, uma vez que o verbo é transitivo direto.
A colocação pronominal está correta, pois a ênclise sempre pode ser usada com verbos no
infinitivo.
e) Errada. O verbo “resistir” é transitivo indireto. Portanto, deveria ter sido usado o pronome
“a ela” ou o “lhe”. A colocação pronominal está correta, pois a ênclise sempre pode ser usada
com verbos no infinitivo.
Letra b.
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Dou-me conta de que há questões mais urgentes a serem tratadas em nosso país: levar
água encanada para cinquenta milhões de pessoas, criar escolas que ensinem a ler e escrever
de verdade, evitar que a gente morra de bala perdida ou picada de mosquito. Mas queria pedir
às autoridades competentes, sejam elas públicas ou privadas, que, depois de resolvidos os
pepinos e descascados os abacaxis, ajudem a plantar tomates de verdade no Brasil. A vida é
curta, meus caros, e não podemos medir esforços para deixá-la mais doce, macia e suculenta)
(Antonio Prata) Fruto proibido. www.estadao.com.br, 13.12.2010. Adaptado)
O pronome “a” foi empregado corretamente, substituindo a palavra “vida”, uma vez que o verbo
“deixar” é transitivo direto. A próclise está correta, pois o pronome se encontra em uma oração
subordinada (fator de atração). Como o verbo está no infinitivo, a ênclise poderia também ser
empregada.
a) Errada. Deveria ter sido usado a próclise, por causa da presença do advérbio “não” (fator
de atração).
b) Errada. O advérbio “naturalmente” exige o uso da próclise.
c) Errada. O “que” (fator de atração) exige que a próclise seja utilizada.
d) Errada. A frase foi iniciada com um pronome oblíquo átono (“Me”), o que não é admitido pela
norma culta.
Letra e.
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O pronome “lhe” foi empregado corretamente em próclise, por causa do advérbio “Nunca” (fator
de atração). A escolha do pronome também está correta, pois quem telefona o faz para alguém.
a) Errada. O primeiro pronome (“Nos”) foi empregado incorretamente, uma vez que não se
pode iniciar uma frase com pronomes oblíquos átonos.
b) Errada. O advérbio “já” exige o uso da próclise) Além disso, o pronome “lhe” foi incorretamen-
te empregado, pois o verbo “convidar” é transitivo direto. Deveriam ter sido usados um destes
pronomes: o, a, os, as.
d) Errada. Há dois erros. O “se” deveria ter sido colocado antes do verbo (próclise), devido à
presença do advérbio “Aqui”. O pronome “los” está incorreto, pois representa o objeto indireto
do verbo “oferecer”. Logo, deveria ter sido empregado um destes pronomes: lhe, lhes.
e) Errada. Há também dois erros. O “se” deveria ter sido colocado em posição proclítica, por
causa do advérbio “não”. O pronome “lhes” está incorreto, pois o verbo “aceitar” é transitivo
direto. Deveria ter sido empregado o pronome “los”, para substituir “os idosos”.
Letra c.
O pronome “se” foi corretamente empregado em próclise, pois a presença do advérbio “nun-
ca” a exige.
b) Errada. Deveria ter-se empregado o pronome “la”, substituindo “a família”, uma vez que o
verbo “preservar” é transitivo direto.
c) Errada. Começou-se a frase com um pronome, o que é vedado pela norma culta.
d) Errada. Há dois erros. O pronome “se” deveria ter sido empregado em próclise, devido à pre-
sença da conjunção subordinativa “Quando”. O pronome “los” está incorreto. Deveria ter sido
utilizada a próclise (“todos os felicitam”), uma vez que o pronome indefinido “todos” a exige.
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e) Errada. também há dois erros. O pronome “a” está incorreto, pois representa o objeto indireto
do verbo “causar”. Deveria ter sido usado o pronome “lhe” ou “a ela”. A colocação está correta,
pois não há fator de atração. O pronome “se” está incorreto, tendo em vista a presença do ad-
vérbio “não”, exigindo-se a próclise.
Letra a.
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a) Não se usa ênclise em construções com o verbo no particípio. Lembre-se: após o particípio,
não se usa pronome oblíquo.
b) Não se deve iniciar frases com pronomes oblíquos átonos.
c) Hoje é um advérbio de tempo e funciona como fator de atração na colocação pronominal.
d) O que é um pronome relativo e funciona como fator de atração na colocação pronominal.
Letra c.
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poderia ter paulatinamente saldado a dívida que o pai tinha com seu patrão, livrando-o daquele
constrangimento. Não obstante, ele julgou que pai havia procedido corretamente.
(KAFKA, Franz. A Metamorfose) Trad) Lourival Holt Albuquerque) São Paulo: Abril, 2010, p.40-41)
Na frase “Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e pretendia anunciá-lo solenemen-
te na noite de Natal” (1º§), ocorrem dois pronomes. Sobre eles, é correto afirmar que:
a) possuem a mesma classificação morfológica.
b) o primeiro antecipa uma ideia inédita e o segundo a resgata.
c) ambos faz em referência a algo já dito no texto.
d) fazem referência à segunda pessoa do discurso.
e) o segundo está em posição proclítica em relação ao verbo.
a) Os dois pronomes são: nisso e lo. Nisso é um pronome demonstrativo formado pela contra-
ção da preposição em + o pronome isso; lo é um pronome oblíquo.
b) Os dois pronomes fazem referência ao mesmo elemento do texto: projeto.
Em conversas com a irmã, nos curtos períodos em que ficava sem viajar, sempre mencionava o
projeto (que ela considerava lindo, mas impossível de se concretizar), enquanto os pais demons-
travam não aprovar nem um pouco a ideia) Contudo, Gregor pensava muito seriamente nisso e
pretendia anunciá-lo solenemente na noite de Natal.
c) Exato. Os dois pronomes fazem referência a projeto.
d) Os dois elementos fazem uso da terceira pessoa do discurso (ele, o projeto).
e) O segundo pronome (lo) está em posição enclítica, ou seja, após o verbo.
Letra c.
a) Errada. A mesóclise é o uso do pronome no meio do verbo quando este está no futuro do
presente ou no futuro do pretérito.
b) Certa. A próclise é o uso do pronome antes do verbo. Uma das regras obrigatórias para a
próclise é quando há conjunções subordinativas.
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c) Certa. Quando a frase começar com verbo, deve-se usar a ênclise, ou seja, o pronome
após o verbo.
d) Certa. A próclise é o uso do pronome antes do verbo em frases que possuam advérbios ou
outras palavras atrativas.
Relembrando quais são os fatores de atração na próclise: palavras negativas; advérbios; pro-
nomes relativos; pronomes indefinidos; conjunções subordinativas.
Letra a.
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A mesóclise é uma construção pouco usual e ocorre quando o pronome está no meio do verbo.
A mesóclise é obrigatória quando dois fatores são combinados:
- verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito
e
- ausência de fator atrativo da próclise.
Quando há alguns dos fatores atrativos da próclise, esta prevalece sobre a mesóclise.
Letra a.
Uma das atividades mais comuns entre os profissionais de saúde e segurança do traba-
lho são as inspeções de segurança) Estas podem ser específicas, como por exemplo, em equi-
pamentos de combate a incêndio ou gerais como: ordem, arrumação e limpeza) Normalmente,
alguns de seus objetivos são: reconhecer e antecipar as condições ou procedimentos que se
encontram abaixo dos padrões de segurança estabelecidos, ou ainda detectar situações peri-
gosas que possam acarretar perdas materiais ou pessoais no ambiente ocupacional.
Seja qual for o propósito ou tipo das inspeções, de rotina ou periódica, é de extrema
relevância que o próprio trabalhador, “aquele que põe a mão na massa”, participe dessas ativi-
dades e que sua opinião seja considerada e avaliada no momento da conclusão. Desta forma,
espera-se aumentar o interesse e motivação dos trabalhadores com as questões de saúde e
segurança no ambiente de trabalho e, paralelo a isso, desenvolver uma cultura que promova a
ideia de que a prevenção de perdas seja de interesse de todos e não apenas uma responsabi-
lidade do Departamento de Segurança, como é comum em diversas organizações. […]
O melhor e mais vantajoso de tudo isso é que podemos usar o conhecimento e experi-
ência prática de quem realmente sabe onde estão as condições perigosas e desvios que mais
ocorrem naquele ambiente de trabalho. Geralmente, as inspeções de segurança são realizadas
sem a participação dos trabalhadores do chão de fábrica) Precisamos quebrar esse paradig-
ma) […] Não será demérito para os profissionais do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) adicionar os trabalhadores nas suas inspeções
de segurança) Para isso, será necessário capacitá-los, treiná- los e orientá-los para que sejam
capazes de auxiliar na identificação e avaliação dos perigos. […]
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Se realizarmos inspeções com o auxílio dos próprios trabalhadores, é bem provável que
as medidas de controle, que serão sugeridas para mitigar os riscos detectados, sejam mais co-
erentes e próximas da realidade do dia a dia) Assim, o bom resultado prático virá pela união do
conhecimento técnico do profissional da segurança com a opinião e visão de quem realmente
fica exposto, que são os trabalhadores.
(http://revistacipa.com.br/inspecoes-de-seguranca-geram-beneficios- para-empresas-e-trabalhadores/ acesso
em 14/11/2019. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à regra utilizada para a colocação pronominal destacada
no enunciado a seguir: “Para isso, será necessário capacitá-los, treiná-los e orientá-los”.
a) Ênclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.
b) Mesóclise – uso do pronome oblíquo após o verbo.
c) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases afirmativas.
d) Próclise – uso do pronome oblíquo após o verbo em frases no futuro do presente.
e) Mesóclise- uso do pronome oblíquo após uma sílaba tônica.
Lembre-se que não se deve iniciar frases com pronome oblíquo. Por isso, o pronome deve ser
posposto ao verbo, caracterizando uma ênclise.
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Observação: se o verbo do início da oração estiver no futuro (do presente ou do pretérito), pre-
valecerá a mesóclise.
Letra a.
A próclise é o uso do pronome a antes do verbo. Em alguns casos, temos os chamados “fa-
tores de atração”, que tornam o uso da próclise obrigatória) Palavras negativas, como nunca,
nada, não, são exemplos de fatores que atraem o pronome para antes do verbo.
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Lembre-se:
• próclise: ocorre antes do verbo
• mesóclise: ocorre no meio do verbo
• ênclise: ocorre após o verbo
Letra b.
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040. (2019/IBFC/MGS/ADVOGADO)
João Cruz e Sousa (1861 – 1898), lançador do Simbolismo no Brasil, é situado, por
alguns estudiosos, junto de Mallarmé e Stefan George, entre os três maiores simbolistas do
mundo, formando a “grande tríade harmoniosa”.
Além de ter uma boa apresentação física, era um homem extremamente culto e elogia-
do por seus mestres. Mas nada disso, para as pessoas da época, superava o fato de ser negro,
o que lhe causou sérios problemas.
Em vida, sofreu muito e não conheceu o sucesso. Mudou-se de Santa Catarina (seu es-
tado natal) para o Rio de Janeiro e, com muito empenho, chegou a ser arquivista da Central do
Brasil, cargo que lhe garantia subsistência e não valorizava sequer um décimo de sua capaci-
dade intelectual. Terminou atacado pela “doença dos poetas”, a tuberculose, que matou, junto
com ele, toda sua família.
É nesse ambiente de dor que nasce sua incrível obra, onde transparecem a melancolia e
a revolta, porém com versos magicamente ricos e sonoros. Arte é a palavra-chave) Arte liber-
tária, ansiosa, criativa, que foge dos padrões métricos sem perder a classe e a musicalidade)
Cruz e Sousa é, sem dúvida, um dos maiores expoentes da poesia brasileira) Entre suas obras
estão Missal, Broquéis, Os Faróis e Últimos Sonetos, todos livros de poesia.
(brasilescola.uol.com.br/biografa/joao-cruz-sousa)
Não é permitido iniciar frases com pronomes; por isso, deve-se usar a ênclise.
Lembre-se: se o verbo estiver no futuro do presente ou do pretérito, a mesóclise prevalece so-
bre a ênclise.
Letra a.
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A oração “Vou me aposentar amanhã” tem seu sentido preservado sem transgressão à norma
padrão no que diz respeito à colocação pronominal com a seguinte reescritura:
a) Vou me aposentando amanhã.
b) Me aposentaria amanhã.
c) Me aposentava amanhã.
d) Aposentar-me-ei amanhã.
A mesóclise é pouco usual no dia a dia) Ela só é obrigatória quando há a combinação de dois
requisitos:
1º) o verbo precisa estar no futuro do presente ou do pretérito e iniciar a oração
e
2º) não pode haver fator de atração da próclise.
Letra d.
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Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em
liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o
que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha, mas somos conduzidos
pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos
escolher com calma) Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o
sono, a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), […] a alegria, de tanta
tensão, nos escapa) […]
Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O
que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? […] Treze anos e ainda não ficou?
[…] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-
lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?
Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-
res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza) Ter opiniões
próprias, amadurecer ajuda) Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas
no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda) Descobrir
o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o
Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente
e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna) Sem cum-
prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-
de insegura, desorientada, em crise) Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos
de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,
sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver
conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o
que a gente gostaria mesmo de ter feito.
(LUFT, Lya) Veja, 25/03/09, adaptado)
Em “Nunca se falou tanto em liberdade” (2º§), ao observar a posição do pronome oblíquo em
destaque, percebe-se que ela, em função da norma padrão,
a) poderia ser alterada para mesóclise.
b) relaciona-se com o vocábulo “tanto”.
c) obedece à flexão do verbo.
d) deveria ser alterada para ênclise.
e) se deve ao advérbio “nunca”.
A próclise ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Na maioria dos casos, é possível
usar a próclise) Ela é proibida em dois casos:
- não é permitido iniciar frases com pronomes oblíquos;
- não se deve usar a próclise quando o verbo aparecer no início da oração ou quando houver
uma pausa antes dele (marcada por um sinal de pontuação, por exemplo).
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a) O correto seria: “Esqueci-me de te contar que o vi na rua”. O pronome relativo que funciona
como fator de atração na colocação pronominal.
b) Nunca e não sãos palavras negativas e funcionam como fatores de atração da próclise) O
correto seria: “Nunca se pode falar mal de quem não se conhece.”.
c) Não existe a construção se-refere) Não existe hífen na próclise.
d) O pronome está na posição correta, já que ele não poderia iniciar a oração.
Letra d.
ausência alguma,
borda em mim o empecilho.
Há tempos treino
o equilíbrio sobre
esse alquebrado corpo,
e, se inteira fui,
cada pedaço que guardo de mim
tem na memória o anelar
de outros pedaços.
E da história que me resta
estilhaçados sons esculpem
partes de uma música inteira.
Traço então a nossa roda gira-gira
em que os de ontem, os de hoje,
e os de amanhã se reconhecem
nos pedaços uns dos outros.
Inteiros.
(EVARISTO, Conceição. Poemas da Recordação e outros movimentos. Rio de Janeiro: Malê, 2017, p. 12)
A reciprocidade está presente na voz reflexiva, que ocorre quando o sujeito é agente e paciente
da ação praticada.
Letra b.
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Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações registradas neste ano
ocorreram nas últimas três semanas, e as mais de 2.000 mortes atestam a força da enfermida-
de) A escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA,
Tom Frieden, a afirmar que a epidemia está fora de controle.
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. De um lado, as condições sa-
nitárias e econômicas dos países afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade um contingente expressivo de pro-
fissionais para atuar nessas localidades afetadas.
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros.
Só 20% dos recursos da entidade vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o
restante é formado por doações voluntárias.
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,e a organização perdeu
quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação,
o CDC dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6 bilhões.
Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência passou a dar mais ên-
fase à luta contra enfermidades globais crônicas, como doenças coronárias e diabetes.O de-
partamento de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado a outros. Muitos
profissionais experimentados deixaram seus cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para reconhecer a gravidade da
situação. Seus esforços iniciais foram limitados e mal liderados.
O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais possível enfrentá-lo de Genebra,
cidade suíça sede da OMS. Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África Oci-
dental, com representantes dos países afetados.
Espera-se também maior comprometimento das potências mundiais, sobretudo Esta-
dos Unidos, Inglaterra e França, que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
respectivamente.
A comunidade internacional tem diante de si um desafio enorme, mas é ainda maior
a necessidade de agir com rapidez. Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido
conta a favor da doença.
(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
Acesso em: 08/09/2014)
Na frase “Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financei-
ros. “(4º§), a construção em destaque ilustra:
a) a voz passiva analítica.
b) um caso de sujeito indeterminado.
c) a voz reflexiva.
d) uma oração sem sujeito.
e) a voz passiva sintética.
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“Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica por problemas financeiros.”
No caso, o verbo explicar não pede preposição, sendo, portanto, verbo transitivo direto. Quan-
do temos VTD + se, este é considerado partícula apassivadora, caracterizando a voz passiva
sintética.
Letra e.
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II – “Suasório para o intento de escrever em uma língua indecifrável ao homem comum”. O vo-
cábulo em destaque é uma conjunção subordinativa com função explicativa.
III – “Meu vocabulário, quando quero, é um quarto cerrado e, nele me tranco e jogo fora a chave
do entendimento”. O vocábulo em destaque faz referência à palavra “vocabulário”.
IV – “Dizem-me que as palavras devem ser um instrumento para comunicar-se e que isto é fazer-
-se entender”. A partícula “se” transforma os vocábulos em destaque em verbos pronominais.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.
c) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
I – O pronome oblíquo os faz referência a sentimentos a fim de evitar a repetição de uma mes-
ma palavra na frase.
II – O para indica finalidade.
III – O nele faz referência a quarto.
IV – Verbos pronominais são aqueles acompanhados por pronome oblíquo.
Letra b.
O pronome “se” presente em “O homem que se cuida” deve ser classificado, em função do pa-
pel que exerce como:
a) pronome apassivador.
b) parte integrante do verbo.
c) pronome reflexivo.
d) índice de indeterminação do sujeito.
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Elias Santana
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui
mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque
em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de professor em vários
colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramática, redação discursiva e interpretação de textos.
Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da
Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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