Código Penal (28-03-24) 22-22
Código Penal (28-03-24) 22-22
Código Penal (28-03-24) 22-22
Art. 1º - Nã o há crime sem lei anterior que o defina. Nã o há pena sem prévia
cominaçã o legal;
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei POSTERIOR deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execuçã o e os efeitos PENAIS da
sentença condenató ria.
a) Maioridade penal;
b) Circunstâ ncias do crime ligadas à idade da vítima;
c) Superveniência da lei penal mais gravosa;
Territorialidade
Relevância da omissão
Crime consumado
Tentativa
II – Tentado, quando, iniciada a execução, nã o se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Pará grafo ú nico. Salvo disposiçã o em contrá rio, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o
dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato
voluntá rio do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
A restituiçã o/reparaçã o deve ser feita pelo agente de modo voluntá rio, mesmo que
ele nã o esteja realmente arrependido de seus atos (ex.: reparaçã o por receio de
condenaçã o, ou até mesmo visando apenas essa diminuiçã o de pena, ou
convencido por terceiros a restituir a coisa). Assim, a devoluçã o da coisa ou
reparaçã o deve ser feita pessoalmente pelo agente, ou por outra pessoa, em caso
de extrema necessidade comprovada, pois um dos requisitos para a concessã o do
benefício é que o ato seja voluntá rio;
Crime impossível
Art. 17 - Nã o se pune a tentativa quando, por ineficá cia absoluta do meio ou por
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Crime doloso
Crime culposo
Pará grafo ú nico - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senã o quando o pratica dolosamente.
Agravação pelo resultado
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que
o houver causado ao menos culposamente.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâ ncias,
supõ e situaçã o de fato que, se existisse, tornaria a açã o legítima. Nã o há isençã o de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Erro determinado por terceiro
Parágrafo único - Considera-se evitá vel o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâ ncias, ter ou
atingir essa consciência.
Exclusão de ilicitude
I - Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Pará grafo ú nico - O agente, em qualquer das hipó teses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Legítima defesa
DO CONCURSO DE PESSOAS
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Homicídio simples
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
III - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
Feminicídio
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituiçã o
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pú blica,
no exercício da funçã o ou em decorrência dela, ou contra seu cô njuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razã o dessa
condiçã o:
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença
que implique o aumento de sua vulnerabilidade;
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituiçã o de educaçã o bá sica
pú blica ou privada.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Aumento de pena
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado
por milícia privada, sob o pretexto de prestaçã o de serviço de segurança, ou por
grupo de extermínio.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime
for praticado:
Art. 122. Induzir (significa dar a ideia a quem nã o a possui, inspirar, incutir, fazer
nascer) ou instigar (fomentar uma ideia já existente) alguém a suicidar-se ou a
praticar automutilaçã o ou prestar-lhe auxílio (forma mais concreta, trata-se de
apoio material) material para que o faça:
-é a morte voluntá ria resultado de um ato realizado pela pró pria vítima, a qual
sabia dever produzir este resultado. No Brasil nã o se pune o autor da tentativa de
suicídio, por motivos humanitá rios. Pune-se a outra pessoa que levou outra ao
suicídio.
-Se a vítima, mesmo que induzida, instigada ou auxiliada materialmente pelo
agente, nã o conseguir produzir qualquer dano à sua saú de ou integridade física, ou
produzir apenas lesõ es corporais de natureza leve, o agente nã o será
responsabilizado- indiferente penal.
§ 3º A pena é duplicada:
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal (Parturiente sofre abalos de
natureza psicoló gica que a influenciam para que decida causar a morte do pró prio
filho. Sofre um colapso de senso moral), o próprio filho, durante o parto (inicio
do parto – nã o podemos falar mais em aborto) ou logo apó s (O tempo do estado
puerperal é o perito que dirá . A fase de quietaçã o cessa o estado puerperal, pois,
perpetua o instinto materno. A medicina indica o período de 6 a 8 semanas como
tempo de duraçã o normal do puerpério. A doutrina pugna por uma relaçã o de
proximidade entre o parto e o crime, já que a lei fala em logo apó s e nã o apó s, ou
seja, pede uma relaçã o mais imediata)
Aborto
Art. 124 - Provocar (dar causa ou determinar, contribuir diretamente fazendo uma
causa ter um efeito) aborto em si mesma ou consentir (permitir, autorizar) que
outrem lho provoque: (aborto provocado por outra pessoa que nã o a mã e, com
seu consentimento, autorizaçã o).
Forma qualificada
* Crime qualificado pelo resultado: Trata-se de hipó tese em que o resultado mais
grave qualifica o originalmente desejado. O agente quer matar o feto, embora
termine causando lesõ es graves ou mesmo a morte da gestante. Ocorrendo tal
hipó tese, conforme posiçã o predominante, costuma-se dividir a infraçã o em duas
distintas: aborto + lesõ es corporais graves ou aborto + homicídio doloso, conforme
o caso;
Aplicaçã o restrita: Somente se aplica a figura qualificada à s hipó teses dos arts. 125
e 126;
-Se fosse empregado o art. 127 também ao tipo previsto no art. 124 (autoaborto),
estar-se-ia punindo a autolesã o, o que nã o ocorre no direito brasileiro.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)
Aborto necessário
I - Se nã o há outro meio de salvar a vida da gestante; aborto terapêutico ou
necessá rio: é a interrupçã o da gravidez realizada por recomendaçã o médica, a fim
de salvar a vida da gestante. Trata-se de uma hipó tese especifica de estado de
necessidade; nada mais é do que uma modalidade de "estado de necessidade"
CAPÍTULO II
Lesão corporal
Art. 129. Ofender (significa lesar ou fazer mal a alguém, ou ferir, atacar) a
integridade corporal (inteireza do corpo humano) ou a saú de (normalidade das
funçõ es orgâ nicas, físicas e mentais do ser humano) de outrem:
I.- Incapacidade para as ocupaçõ es habituais, por mais de trinta dias; (entende-se
aqui toda e qualquer atividade desempenhada pela vítima, e nã o apenas a sua
ocupaçã o laborativa (até o lazer a ú nica exigência é que seja lícita. Ex.
estelionatá rio que se lesiona e nã o pode dar golpes – nã o enquadra) E o termo
habitual? Atividade frequente. É INDISPENSÁ VEL a realizaçã o de laudo pericial
para comprovar o comprometimento da vítima para suas atividades habituais por
mais de 30 dias.
II.- Enfermidade incurá vel; (trata-se de doença irremediá vel, de acordo com os
recursos da medicina na época do resultado. Atualmente a medicina aponta como
incurá veis a lepra, tuberculose, sífilis, epilepsia, etc. Discussã o doutriná ria:
transmissã o do HIV. Como a Aids já foi considerada uma doença mortal, hoje ela é
controlada pelos coquetéis de medicamentos. A transmissã o dolosa do vírus já foi
entendida como homicídio consumado ou tentado)
V.- aborto: (interrupçã o da gravidez com morte do feto. A ideia aqui é que o aborto
tenha ocorrido de forma culposa. Crime preterdoloso. Gravidez deve ser
conhecida pelo agente)
Diminuição de pena
Substituição da pena
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesõ es (ou seja, tem que ser de natureza leve),
pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa:
§ 6° Se a lesã o é culposa:
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipó teses
dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Có digo.
Crime for praticado por milícia privada, sob pretexto de prestaçã o de serviço de
segurança ou grupo de extermínio.
Deve ser aplicado nã o somente aos casos em que a mulher for vítima de violência
doméstica e familiar, mas a todas as pessoas, sejam do sexo masculino ou feminino.
- Quando a mulher for vítima de violência doméstica e familiar, restando lesõ es
corporais, o autor terá tratamento mais severo imposto no art. 41 da lei 11.340,
proibindo a aplicaçã o da lei 9.099.
DOMÉ STICO é termo que diz respeito à vida em família, usualmente na mesma casa
podendo ter ou nã o laços de parentesco. Haverá violência doméstica se a agressã o
se voltar contra ascendente, descendente, irmã o, cô njuge ou companheiro em
qualquer lugar, nã o necessitando ser no lar, onde todos eventualmente vivam. açã o
pú blica incondicionada por ser uma forma qualificada de lesã o.
Coabitaçã o ex.: empregada que morou com os patrõ es; hospitalidade ex.: anfitriã o
contra a visita.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâ ncias sã o as
indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
Tem que se verificar a natureza da lesã o. Sendo leves, desde que praticadas contra
as pessoas indicadas no §9º, será qualificada, mas sem o aumento de pena; sendo
graves ou gravíssimas, ou se for seguida de morte, ainda deverá ser aplicada ao
agente o aumento de um terço.
§ 12. Se a lesã o for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituiçã o Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional
de Segurança Pú blica, no exercício da funçã o ou em decorrência dela, ou contra seu
cô njuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razã o dessa
condiçã o, a pena é aumentada de um a dois terços.
§ 13. Se a lesã o for praticada contra a mulher, por razõ es da condiçã o do sexo
feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Có digo:
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relaçõ es sexuais ou qualquer ato libidinoso, a
contá gio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está
Configura-se pela prá tica de qualquer ato capaz de transmitir a doença (beijo,
espirro intencional pró ximo à vítima, lamber o garfo com o qual ela irá comer etc.).
Trata-se, portanto, de crime de açã o livre que admite qualquer meio de execuçã o,
desde que apto a transmitir a doença. Como se exige prova de que o ato praticado
era capaz de provocar o contá gio, conclui-se que se trata de crime de perigo
concreto. O tipo penal exige que se trate de moléstia grave — que provoca séria
perturbaçã o da saú de — e contagiosa (tuberculose ou “gripe suína”, por exemplo).
As doenças venéreas, sendo elas graves, tipificam o crime, desde que o perigo de
contá gio nã o decorra de ato sexual, já que, nesse caso, aplica-se o art. 130 do
Có digo.
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais
grave.
Abandono de incapaz
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilâ ncia ou
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes
do abandono:
§ 2º - Se resulta a morte:
Aumento de pena
Abandonar o incapaz significa deixá -lo sem assistência afastando-se dele, de modo
que seja exposto a risco. O crime pode ser praticado mediante um deslocamento no
espaço, por meio de açã o (levar a vítima a um determinado lugar e dela se afastar)
ou por omissã o (deixar a vítima no lugar onde se encontra). Nã o há crime quando é
o pró prio assistido quem se afasta sem que o agente perceba o ocorrido. Há
omissã o se o agente (o pai, por exemplo) deve buscar uma criança em certo local e,
intencionalmente, nã o vai apanhá -la. Pode-se dizer que o crime pode ser cometido
com ou sem deslocamento espacial da vítima, desde que ela fique desamparada e,
com isso, seja exposta a risco.
Exemplo: quando uma babá deixa criança de pouca idade sozinha em casa e sai
para namorar, uma vez que a criança, por nã o ter ainda exata noçã o do perigo,
pode subir em um sofá e cair, mexer em produtos tó xicos, sufocar-se com um saco
plá stico etc.
§ 2º - Se resulta a morte:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa invá lida ou ferida, ao desamparo
ou em grave e iminente perigo; ou nã o pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pú blica:
Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saú de de pessoa sob sua autoridade, guarda ou
vigilâ ncia, para fim de educaçã o, ensino, tratamento ou custó dia, quer privando-a
de alimentaçã o ou cuidados indispensá veis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo
ou inadequado, quer abusando de meios de correçã o ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesã o corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de 14 (catorze) anos.
O crime consiste em expor a risco a vida ou a saú de da vítima por uma das formas
enumeradas no tipo penal. Assim, como o texto legal expressamente elenca as
formas de execuçã o trata-se de delito de açã o vinculada. As formas de execuçã o do
crime de maus-tratos sã o:
a) Privação de alimentos. A lei se refere a vítimas que nã o têm condiçõ es de obter
o pró prio alimento, de modo que o agente comete o crime deixando de alimentar a
pessoa que está sob sua guarda, autoridade ou vigilâ ncia. A privaçã o pode ser
relativa (diminuiçã o no volume de alimentos fornecidos) ou absoluta (total). Para a
configuraçã o do crime, basta a privaçã o relativa, desde que seja suficiente para
gerar perigo para a vida ou para a saú de da vítima. Em caso de privaçã o total de
alimentos, somente poderá ser cogitado o crime de maus-tratos se ocorrer apenas
por um curto espaço de tempo. Se o agente deixa totalmente de alimentar uma
pessoa que está sob sua guarda, autoridade ou vigilâ ncia, fazendo-o por um longo
período, responderá por tentativa de homicídio ou por delito consumado, caso a
vítima venha a falecer.
b) Privação de cuidados indispensáveis. A lei se refere a cuidados médicos,
fornecimento de agasalho, de higiene etc. O fato de nã o higienizar pessoa que está
sob sua guarda pode, por exemplo, provocar-lhe doenças, assaduras, brotoejas na
pele etc.
c) Sujeição a trabalhos excessivos ou inadequados. Trabalho excessivo é aquele
que provoca fadiga acima do normal, quer pelo grande volume de tarefas, quer
pelo grande nú mero de horas de serviço. Trabalho inadequado é aquele impró prio
ou inconveniente à s condiçõ es de idade, sexo, desenvolvimento físico da vítima etc.
É o que ocorre quando o agente exige que a vítima carregue peso acima do que ela
suporta, ou em local muito quente ou frio, ou quando um adolescente é obrigado a
trabalhar à noite etc.
d) Abuso dos meios de disciplina e correção. O texto legal se refere aos castigos
corporais imoderados. Apesar de estarem cada vez mais em desuso, a lei nã o
considera crime a aplicaçã o de leves palmadas ou chineladas em criança, embora
possam justificar a aplicaçã o de medidas educativas e protetivas, ou de
advertência, por parte do Conselho Tutelar (art. 18-B do Estatuto da Criança e do
Adolescente, com a redaçã o dada pela Lei n. 13.010/2014 — conhecida como Lei
da Palmada.
Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Pará grafo ú nico - Se ocorre morte ou lesã o corporal de natureza grave, aplica-se,
pelo fato da participaçã o na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.
CAPÍTULOV
DOS CRIMES CONTRA AHONRA
CONCEITO DE HONRA: e a faculdade de apreciaçã o ou o senso que se faz acerca da
autoridade moral de uma pessoa, sua respeitabilidade no seio social; sua postura
calcada nos bons costumes. A Constituição Federal, em seu art. 5. °, X, menciona,
expressamente, serem inviolá veis a honra e a imagem das pessoas. Honra é,
portanto, um direito fundamental do ser humano.
Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
MOMENTO CONSUMATIVO: ocorre no momento que a imputaçã o falsa chega ao
conhecimento de terceiros.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputaçã o, a propala
(espalhar, dar publicidade) ou divulga (tornar conhecido de mais alguém).
§ 2º - É punível a calú nia contra os mortos.
Exceção da verdade
Trata-se de um incidente processual, sendo uma forma de defesa indireta, na qual
o acusado de ter praticado calú nia pretende provar a veracidade do que alegou.
Com essa comprovaçã o o acusado afasta a infraçã o penal a ele atribuída. Há aí um
interesse pú blico em apurar quem é o verdadeiro autor do crime.
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois
de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a nã o
fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela nã o manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a
execuçã o do crime, se reú nem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º - Nã o se compreendem na disposiçã o deste artigo:
I - A intervençã o médica ou cirú rgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - A coaçã o exercida para impedir suicídio.
II – Contra mulher por razõ es da condiçã o de sexo feminino, nos termos do § 2º-A
do art. 121 deste Có digo;
SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tá cita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego
de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas
dependências:
I - Durante o dia, com observâ ncia das formalidades legais, para efetuar prisã o ou
outra diligência;
II - A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º - A expressã o "casa" compreende:
II - Aposento ocupado de habitaçã o coletiva;
III - Compartimento nã o aberto ao pú blico, onde alguém exerce profissã o ou
atividade;
§ 5º - Não se compreendem na expressã o "casa":
I - Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitaçã o coletiva, enquanto aberta,
salvo a restriçã o do n.º II do pará grafo anterior;
II - Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mó vel:
Pena - reclusã o, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso
noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primá rio, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclusã o pela de detençã o, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa mó vel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econô mico.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - Com destruiçã o ou rompimento de obstá culo à subtraçã o da coisa;
II - Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - Com emprego de chave falsa;
IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
emprego de explosivo ou de artefato aná logo que cause perigo comum.
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto
mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrô nico ou informá tico,
conectado ou nã o à rede de computadores, com ou sem a violaçã o de mecanismo
de segurança ou a utilizaçã o de programa malicioso, ou por qualquer outro meio
fraudulento aná logo.
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevâ ncia do
resultado gravoso:
I – Aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado
mediante a utilizaçã o de servidor mantido fora do territó rio nacional;
II – Aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso
ou vulnerá vel.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtraçã o for de veículo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior.
§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtraçã o for de
semovente domesticá vel de produçã o, ainda que abatido ou dividido em partes no
local da subtraçã o.
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtraçã o
for de substâ ncias explosivas ou de acessó rios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricaçã o, montagem ou emprego.
Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condô mino, co-herdeiro ou só cio, para si ou para outrem, a
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representaçã o.
§ 2º - Não é punível a subtraçã o de coisa comum fungível, cujo valor nã o excede a
quota a que tem direito o agente.
CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa mó vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido
à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detençã o da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstâ ncia.
IV - Se a subtraçã o for de veículo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior;
V- Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua
liberdade.
VI – Se a subtraçã o for de substâ ncias explosivas ou de acessó rios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricaçã o, montagem ou emprego.
VII - Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços);
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
II – Se há destruiçã o ou rompimento de obstá culo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato aná logo que cause perigo comum.
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo
de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste
artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – Lesã o corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e
multa;
II – Morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econô mica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsã o praticada mediante violência o disposto no § 3º do
artigo anterior.
3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa
condiçã o é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o,
respectivamente.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de
dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos
Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir (ordenar, reclamar) ou receber (aceitar, acolher), como garantia
de dívida, abusando (exagerar, usar de modo inconveniente) da situaçã o de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal (ex.: cheque sem
fundos, duplicata fria, confissã o da prá tica de um delito) contra a vítima ou contra
terceiro:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Ex.: Vítima necessitando muito de um empréstimo e pretendendo convencer a
pessoa que lhe emprestará a quantia de que irá pagar, entrega, voluntariamente,
nas mã os do credor um cheque sem suficiente provisã o de fundos – o devedor
poderá ser enquadrado na figura do estelionato. -Sujeito ativo é o credor de uma
dívida, enquanto o sujeito passivo é o devedor, que entrega o documento ao agente
ou terceira pessoa.
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito pró prio
ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-
fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Receptação qualificada
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó sito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
proveito pró prio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pará grafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporçã o entre
o valor e o preço, ou pela condiçã o de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
§ 4º -A receptaçã o é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.
§ 5º - Na hipó tese do § 3º, se o criminoso é primá rio, pode o juiz, tendo em
consideraçã o as circunstâ ncias, deixar de aplicar a pena (perdão judicial dirigido
apenas à receptação na forma culposa).
Na receptaçã o dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
§ 6º - Tratando-se de bens do patrimô nio da Uniã o, de Estado, do Distrito Federal,
de Município ou de autarquia, fundaçã o pú blica, empresa pú blica, sociedade de
economia mista ou empresa concessioná ria de serviços pú blicos, aplica-se em
dobro a pena prevista no caput deste artigo.
Receptação de animal Art. 180-A.
Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó sito ou vender, com a
finalidade de produçã o ou de comercializaçã o, semovente domesticá vel de
produçã o, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Assédio sexual
Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,
prevalecendo-se o agente da sua condiçã o de superior hierá rquico ou ascendência
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou funçã o.
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito)
anos.
No crime de Assédio Sexual o verbo “constranger” possui significado diferente dos
demais até entã o entendidos – grave ameaça e violência: CONSTRANGER, aqui,
deverá ser entendido no sentido de perseguir com propostas,insistir, importunar a
vítima, para que com ela obtenha vantagem ou favorecimento sexual, devendo
existir sempre uma Ameaça expressa ou implícita de prejuízo na relaçã o de
trabalho, caso o agente nã o tenha o sucesso sexual pretendido. Crime pró prio: o
crime exige que o sujeito ativo esteja na condiçã o de superior hierá rquico da
vítima (ou ascendência inerente ao cargo, emprego ou funçã o). Pode ser homem ou
mulher.
O sujeito passivo será a pessoa que estiver ocupando o outro polo da relaçã o
hierá rquica, nã o importando seu sexo.
Tendo em vista a natureza de ser crime formal, o crime se consuma no momento
em que ocorrem os atos que importem no constrangimento para a vítima, nã o
havendo necessidade que esta venha efetivamente a praticar os atos que
impliquem vantagem ou favorecimento sexual exigidos pelo agente (se vierem a
ocorrer, o crime estará meramente exaurido).
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se
mediante açã o penal pú blica incondicionada.
Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada:
I – De quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais
pessoas;
II - De metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmã o, cô njuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer
outro título tiver autoridade sobre ela;
IV - De 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
Estupro coletivo
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
Estupro corretivo
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execuçã o de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcioná rio competente para executá -lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razã o da resistência, nã o se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo sã o aplicá veis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
Para que o delito seja levado a efeito, tal resistência deve ser “ativa”, e nã o
“passiva”. Ou seja, na resistência ativa, o agente efetivamente utiliza de violência ou
ameaça contra o funcioná rio competente. Para o Có digo Penal Brasileiro, existe o
direito de resistência desde que o ato praticado seja manifestamente ilegal.
Consuma-se o delito com a simples oposiçã o à execuçã o de ato legal, valendo-se o
agente de violência ou ameaça a funcioná rio competente para executá -lo ou a
quem lhe esteja prestando auxílio. Nã o há necessidade de que o funcioná rio deixe
de praticar o ato que sofre oposiçã o. Caso o ato do funcioná rio nã o se concretize
em virtude da resistência do agente, o delito será qualificado na forma do § 1º do
Art 329.
Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcioná rio pú blico:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
O nú cleo do tipo é o verbo desobedecer, que significa deixar de atender, nã o
cumprir ordem legal de funcioná rio pú blico, seja fazendo ou deixando de fazer
alguma coisa que a lei imponha.
Para que possa existir tal delito, a ordem emanada pelo funcioná rio pú blico deve
ser legal.
De igual modo por crime de resistência, a ordem deve ser emanada por funcioná rio
pú blico que tenha atribuiçõ es legais para tal, pois caso contrá rio nã o se
configurará este delito.
O delito se consuma quando o agente faz ou deixa de fazer alguma coisa
contrariamente à ordem legal de funcioná rio pú blico.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcioná rio pú blico no exercício da funçã o ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
O nú cleo desacatar deve ser entendido no sentido de faltar com o devido respeito,
afrontar, menosprezar, desprezar, etc.
Faz-se necessá rio que o delito ocorra na presença do funcioná rio pú blico, nã o se
exigindo, contudo, que a ofensa seja “face a face”, bastando presenciá -la, ouvi-la
Nã o haverá o desacato por via telefô nica, imprensa ou outro meio em que o
funcioná rio pú blico nã o esteja presente (nesses casos poderã o ser configurados
crimes de injú ria, difamaçã o ou calú nia).
É fundamental que as ofensas sejam contra funcioná rio pú blico no exercício da
funçã o ou em razã o dela (questõ es relativas a problemas pessoais do funcioná rio,
por exemplo, poderã o configurar outro crime). É preciso fazer um “nexo-
funcional” em relaçã o a ofensa. Desse, mesmo se estiver de folga, um funcioná rio
pú blico pode ser vítima, nas condiçõ es acima.
O crime se consuma no momento em que o agente pratica o comportamento que
importe em desprezo, desprestigioso para com a Administraçã o Pú blica,
representada pelo funcioná rio, independentemente deste ú ltimo ter se sentido
desacatado.
Tráfico de Influência
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcioná rio
pú blico no exercício da funçã o:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Pará grafo ú nico - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua
que a vantagem é também destinada ao funcioná rio.
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcioná rio pú blico, para
determiná -lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Pará grafo ú nico - A pena é aumentada de um terço, se, em razã o da vantagem ou
promessa, o funcioná rio retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
dever funcional.
O nú cleo oferecer deve ser entendido no sentido de “propor”, “apresentar uma
proposta para entrega imediata”.
O verbo oferecer, também presente no tipo, leva transmite entendimento no
sentido que esse oferecimento seja para o futuro.
A finalidade do agente é fazer, com o oferecimento ou promessa da vantagem
indevida, com que o funcioná rio pú blico pratique, omita ou retarde ato de ofício.
Assim, nã o há necessidade que o funcioná rio venha a praticar, omitir, ou retardar
ato de ofício.
O delito ainda estará consumado quando o funcioná rio recusar a ofertar ou
promessa. Caso venha a aceitá -la, cometerá o crime de corrupçã o passiva (art. 317
CP).
Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
O Art. 334 foi alterado em 2014 pela lei 13.008/2014, a qual retirou os crimes de
descaminho e contrabando do mesmo artigo: aquele permaneceu no art 334 e este
no art. 334-A.
Descaminho seria uma como espécie de “crime de sonegaçã o fiscal”. Isso porque
há , no descaminho, fraude no pagamento dos tributos aduaneiros. Ilícito de
natureza tributá ria. Ou seja, atenta contra o erá rio pú blico.
O descaminho consuma-se quando o agente atravessa a fronteira de posse da coisa
sem pagar os tributos ou direitos respectivos, uma vez que iludiu as autoridades
alfendegá rias.
Ocorre tanto na importaçã o quanto na exportaçã o; ocorre tanto quando o agente
atravessa a fronteira clandestinamente, como quando passa pela barreira
alfandegá ria e ilude o pagamento dos encargos respectivos.
Nã o é necessá rio realizar apuraçã o sobre “quantum” que deixou de ser recolhido
para a configuraçã o do delito: este já estará configurado independentemente do
montante.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I - Pratica navegaçã o de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
II - Pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - Vende, expõ e à venda, mantém em depó sito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito pró prio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País
ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introduçã o clandestina
no territó rio nacional ou de importaçã o fraudulenta por parte de outrem;
IV - Adquire, recebe ou oculta, em proveito pró prio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentaçã o legal ou acompanhada de documentos que
sabe serem falsos.
§ 2º Equipara-se à s atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências.
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.
Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem:
I.- Pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II.- Importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro,
aná lise ou autorizaçã o de ó rgã o pú blico competente;
III.- Reinsere no territó rio nacional mercadoria brasileira destinada à exportaçã o;
IV.- Vende, expõ e à venda, mantém em depó sito ou, de qualquer forma, utiliza em
proveito pró prio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira;
V.- Adquire, recebe ou oculta, em proveito pró prio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
§ 2º - Equipara-se à s atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive
o exercido em residências.
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.