14 11 Prescrição Intercorrente No Direito Civil
14 11 Prescrição Intercorrente No Direito Civil
14 11 Prescrição Intercorrente No Direito Civil
Disponível em:
https://arielasznirer.jusbrasil.com.br/artigos/334800863/prescricao-
intercorrente-no-direito-civil
Conceito
A prescrição intercorrente consiste no arquivamento da uma execução, seja
de título judicial ou extrajudicial, nos casos em que o credor não der
andamento à ela. É a perda do direito do credor de agir em face da
paralização do processo criada por sua própria inércia. José Manoel Arruda
Alvim conceitua o instituto da seguinte forma:
Finalidade
O instituto da prescrição intercorrente tem mais de uma finalidade. A primeira
é a segurança jurídica nos processos de execução no direito civil relacionada
ao Princípio da duração razoável do processo, dado que a partir do momento
em que uma execução é paralisada (seja pela inércia do credor ou por outro
motivo alheio a vontade do devedor), chegará um momento em que tal
processo paralisado não poderá mais existir por ferir tal princípio. A outra
finalidade de tal instituto, ainda ligada à preservação da duração razoável do
processo, é evitar que ocorra a inércia por parte do titular da execução.
Divergências quanto a sua existência
A jurisprudência supriu a omissão do Código de Processo Civil vigente
(“CPC/73”) no que concerne à prescrição intercorrente, concluindo por sua
existência como uma decorrência dos princípios e regras vigentes atualmente.
Questão esta não mais alvo de divergência no Novo Código de Processo
Civil (“NCPC”), o qual possui previsão expressa quanto ao tema.
Tendo em vista que a prescrição é matéria de ordem pública, esta pode ser
constatada pelo juiz de ofício, ou arguida através de objeção de não
executividade ou exceção de pré-executividade, tanto em cumprimento de
sentença quanto em execução, vide art. 219, § 5º[3] e art. 269, IV[4], ambos
do CPC/73, e Súmula 393 do STJ[5], a qual deve ser interpretada de modo a
englobar seu cabimento às execuções em geral e ao cumprimento de
sentença. Além disso, tal matéria também pode ser objeto de impugnação,
conforme previsão do art. 475-L, VI, CPC/73[6].
Devendo-se atentar aos casos dos arts. 791, III[11] e 793[12], referente aos
quais a jurisprudência firmou o entendimento de que não há contagem de
prazo prescricional, uma vez que um dos requisitos da prescrição é a inércia
de modo negligente por parte do credor, sendo que neste caso a inércia do
autor decorre de imposição legal, de modo que a prescrição intercorrente
apenas deve ser aplicada quando o credor não cumprir com as diligências
necessárias para o devido andamento processual.
Termo inicial
O prazo para a prescrição intercorrente na execução é previsto no NCPC, o
qual começa a ser contado após um ano de suspensão, em casos que o
executado não possuía bens penhoráveis e o credor não se manifestou ao
final deste prazo, conforme previsão do art. 921. E por mais que as regras
acerca da prescrição intercorrente tenham ficado restritas ao Livro II, o qual
versa sobre processo de execução, estas regras também são aplicáveis ao
cumprimento de sentença, como consequência da previsão de
subsidiariedade prevista no art. 513[15].
Já no CPC/73 não há qualquer previsão expressa quanto à prescrição
intercorrente, de modo que é possível tomar como base o parágrafo único do
art. 202 do Código Civil, cujo fundamento para a sua aplicação é: “A
prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper”. De modo que esta irá se
verificar sempre que o autor propuser a demanda e permanecer inerte pelo
mesmo prazo previsto para prescrição da ação.
Prazo da Prescrição
A ausência de legislação processual sobre o tema criou a necessidade de
debate jurisprudencial, por via dos quais se tem que o prazo prescricional
para o cumprimento de sentença será o mesmo que prazo para o ajuizamento
das ações ordinárias, de acordo com a Sumula 150 do STF “Prescreve a
execução no mesmo prazo de prescrição da ação”, assim, por exemplo, se a
ação monitória pautada em cheque prescreve em cinco anos, nesse mesmo
prazo prescreverá o cumprimento de sentença.
Bibliografia
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO DIREITO CIVIL: EXTINÇÃO DA
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-prescrição-intercorrente-no-
processo-civil,53292.html
http://jus.com.br/artigos/23725/da-necessidade-de-revisitacao-da-prescrição-
intercorrente-no-processo-civil
http://www.conjur.com.br/2015-jun-19/cpc-estipula-incicio-contagem-
prescrição-intercorrente
http://jus.com.br/artigos/26041/o-fenomeno-da-prescrição-intercorrente-sob-
as-diversas-perspectivas-do-processo-de-execução/2#ixzz3qL2ahnJF
[15] “Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste
Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o
disposto no Livro II da Parte Especial deste C digo. (...)”