Aula2 Opoderdodiscipulado
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DISSCIPULADO
Quando falamos de discipulado, precisamos entender o que ele significa.
Entendemos que discipulado é a ferramenta que Deus criou para que possamos
amadurecer e crescer na fé.
Existem muitos movimentos estudantis que não funcionam justamente porque eles
não têm como foco o discipulado, tratando-se apenas de cruzadas evangelísticas
onde muitas pessoas são alcançadas para Jesus, porém depois não são cuidadas.
Essas pessoas aceitam a Cristo mas continuam vivendo da mesma forma, com frieza
espiritual e sem nenhuma mudança em suas vidas.
Se as pessoas alcançadas por Jesus não forem discipuladas, elas irão morrer espiritual-
mente. O mesmo acontece com as nossas vidas, por isso é importante que tenhamos
certeza, a todo tempo, de que existe alguém nos discipulando.
Aqueles que ganhamos para Jesus são como bebês na fé, e todo bebê precisa de um
cuidado especial. Quando só explicamos para a pessoa o que ela tem que fazer, mas
não a ensinamos e ajudamos de perto, é como se estivéssemos explicando para um
bebê o que ele tem que fazer, mas não cuidássemos e ajudássemos ele a aprender.
Por exemplo, se falamos para um bebê que ele tem que se alimentar, mas não faze-
mos a comida e não colocamos em sua boca para ver se ele consegue comer, ele vai
morrer de fome. Ou seja, temos que cuidar e ensinar esses bebês espirituais até que
eles consigam comer sozinhos.
A transformação na sua escola não vai acontecer só com você pregando o Evangelho. Você
precisa ensinar a eles como viver uma vida de santidade e de relacionamento com Deus.
A igreja brasileira tem focado muito no “ide e pregai o evangelho”, e nós também te-
mos feito isso dentro das escolas, reunindo pessoas e pregando o evangelho. Porém, o
discipulado é o que mantém a chama acesa.
Em Mateus 28:19-20, nós vemos o outro lado do ide de Jesus, que são as últimas e mais
importantes palavras que Ele disse antes de subir aos céus, após sua ressurreição:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu ordenei a
vocês. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".
Jesus pregava o evangelho para multidões, porém discipulava 12 pessoas, que eram os
discípulos que estavam sempre com ele e de quem ele cuidava mais de perto.
Por isso temos que cuidar, ensinar e estar com nossos discípulos todos os dias.
1. Vida na vida
Temos que ser próximos das pessoas que estamos ganhando para Jesus. Devemos aju-
dá-las nos processos em que ela estão passando, auxiliando-as, inclusive, a vencer os pe-
cados com os quais estão lutando. Por exemplo, se ela tem vício em pornografia, entre
em contato com frequência, perguntando se naqueles dias ela conseguiu vencer esse
vício e, caso não tenho conseguido, ore com ela, ou se alegre, caso ela esteja vencendo
Quando uma mãe tem um bebê, ela cuida dele praticamente o dia todo. Nós tam-
bém temos que cuidar dos nossos bebês espirituais com muita dedicação, para que
eles cresçam sadios na fé.
Não podemos ser formais, temos que ser diferentes de um culto. Jesus não era formal,
ele mostrou um relacionamento com Deus que não tinha a ver com formalidade, não
tinha a ver com templo e com cultos. Isso porque, as pessoas que acabaram de aceitar
a Jesus nem sempre vão conseguir entrar direto em um culto.
É importante também falar em uma linguagem mais simples, para que elas entendam,
pois o evangelho é simples! Jesus pregava de uma forma que todas as pessoas entendiam.
Então, seja diferente. O seu discipulado não pode ser um culto nem uma célula.
A célula e o culto não são um discipulado, porque são formais. O que não é formal é
andar com a pessoa, estar sempre com ela.
Você criar uma célula na sua escola é muito legal, mas isso não é discipulado. Discipu-
lado é você assentar com a pessoa na hora do intervalo, perguntar sobre a vida dela e
compartilhar o que Deus tem falado com você na Bíblia, convidar a pessoa para ir ao
shopping e compartilhar sobre o Reino de Deus com ela.
O discipulado também não é uma reunião. A reunião faz parte, mas discipular é ter
vida na vida, é depositar o que Deus tem derramado sobre você na vida da outra pes-
soa e ensiná-la a discipular outras pessoas.
Existe um dado que diz que 77% dos adolescentes se desviam quando saem da es-
cola e entram na universidade, o que representa 6 de cada 10 adolescentes. Por que
isso acontece?
As pesquisas dizem que a maioria deles diz que se afastaram por conta da hipocrisia.
Nós vencemos a hipocrisia através do exemplo. Ninguém seguiria a Jesus se Ele não
estivesse fazendo aquilo que Ele falava. Jesus só fazia aquilo que Ele via o Pai fazer, e
nós só devemos fazer aquilo que vemos Jesus fazer. Por consequência, os nossos discí-
pulos só irão fazer aquilo que nós estamos fazendo.
Por isso é interessante que, em tudo o que fizermos, nos perguntemos o que Jesus
faria na situação, para que, assim, sejamos cada dia mais parecidos com Cristo, pois
Ele é o nosso exemplo a ser seguido.
E em 1 Coríntios 11:1:
“Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.”
Se estamos discipulando alguém e queremos falar para a pessoa ser generosa, nós
temos que ser generosos, porque ela vai ver o exemplo em nós e vai fazer igual. Jesus
também fazia primeiro para depois querer ensinar. Antes de mandar os discípulos
orarem por cura, Ele orava, antes de mandar eles pregarem o Evangelho, Ele pregava,
e até antes de falar para Pedro andar sobre as águas, Ele andou. Jesus sempre foi o
exemplo, e é assim que vamos transformar os adolescentes da nossa escola.
A pessoa que você está discipulando precisa achar valor em caminhar com você.
Temos que criar um relacionamento onde as pessoas precisam de nós, porque não
somos nós que precisamos dos discípulos e sim eles que precisam de nós.
Isso não deve ser feito em um lugar de arrogância, de nos considerarmos demais, mas
sim de um lugar em que eu tenho algo a derramar sobre a vida do outro, criando um
valor na conexão de que sempre que meu discípulo estiver comigo ele vai se sentir
abençoado e muito importante.
Seu discípulo precisa receber algo de Deus quando vocês estiverem juntos. Por isso,
você não deve ficar conversando bobeira e fazendo zueira com seus liderados. Você não
tem que ser legalzão e brincalhão. Você pode até começar a conversa puxando um as-
sunto mais engraçado, mas você tem que ser alguém onde a pessoa saia de perto com
a cabeça borbulhando com o quanto você depositou do Reino sobre a vida dele.
A amizade faz parte do discipulado, mas vocês não têm que ser melhores amigos, pois
Ele tem que te enxergar como um líder espiritual. Você tem que ser intencional em
ouvir de Deus algo a respeito do seu discípulo e derramar sobre a vida dele, não po-
dendo sair sem que aconteça isso.
Seus discípulos tem que sentir cura e refrigério quando passam tempo com você. Eles
tem que enxergar em você alguém sábio que os levaram para mais perto de Jesus.
Vamos saber se isso está acontecendo quando a pessoa der um feedback e começar
a te procurar quando estiver passando momentos difíceis, porque ela confia em você
e se sente abençoado através da sua vida.
Esse lugar não é só sobre a pessoa ser seu amigo, ela conhecer a sua vida e você co-
nhecer a vida dela, mas é sobre o que você consegue acessar na vida daquela pessoa.
Precisamos conseguir acessar lugares dentro do outro. No primeiro encontro ela não
vai te contar sobre traumas e feridas do coração dela, como, por exemplo, que já foi
abusada. Essa intimidade leva mais tempo, mas em cada encontro vocês têm que sair
mais íntimos um do outro e mais íntimos de Deus.
Quanto mais tempo você passar com seu discípulo, criando intimidade, mais você vai
conseguir acessar lugares profundos dentro dele, mais ele vai compartilhar sobre a
vida e as tentações dele com você, como problemas com os pais ou vicio em porno-
grafia ou algum abuso. Nesse momento você tem que declarar cura e ajudá-lo a pas-
sar pelo processo. Isso acontece quando em cada encontro vocês saem mais íntimos.
Como já falamos, você tem que enxergar essa pessoa como um neném espiritual.
Gaste tempo com ela, não se restrinja ao encontro semanal com um livrinho para en-
sinar sobre temas definidos.
Você precisa gastar tempo com seu discípulo. Jesus ficou três anos com os discípu-
lo, você consegue ficar 3 anos discipulando as mesmas pessoas? Nesse tempo você
vai conseguir um discipulado verdadeiro de vida na vida. O discipulado só tem poder
quando gastamos tempo com as pessoas.
O Senhor não nos chamou só para termos frutos, mas para termos frutos que perma-
neçam. E gastar tempo no fruto é ter fruto que permanece, porque você vai regando
e cuidando dele enquanto ele cresce. Temos que gastar tempo até que seu discípulo
também comece a dar frutos e cuidar de outras pessoas.
Muitas vezes não querermos assumir o nosso bebê espiritual, não queremos assumir
os problemas da pessoa. Porém, um discipulado de verdade ocorre quando o proble-
ma da pessoa também se torna o seu problema, e o seu problema se torna o dela, e
assim um ajuda o outro. Ou seja, quando estou com dificuldades a pessoa me ajuda
em oração e quando ela está eu a ajudo.
Por isso a palavra de Deus diz para dividirmos o fardo. Temos que nos colocar disponí-
veis a servir e ajudar nosso discípulo naquilo que ele precisa.
É muito poderoso quando nos colocamos no lugar daquela pessoa e os problemas dela
também se tornam os meus problemas, sendo que eu não precisava fazer isso, pois
não ganho nada com isso, porém faço porque amo e quero servir aquela pessoa como
Jesus fazia com os seus discípulos. E isso faz criar uma lealdade no relacionamento.
Exercício: Escolha pelo menos uma pessoa e comece a discipular, seguindo todos
esses passos. Seja intencional e discipule com amor, serviço e intimidade! Discipulado
é vida na vida!