Manual GP
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MANUAL DE GERENCIAMENTO DE
PROJETOS
Versão 1 – Agosto/2017
Este manual pode ser apresentado em duas partes. A primeira parte, composta pelas
seções 1, 2 e 3, apresenta os principais conceitos do Gerenciamento de projetos, incluindo-se
aqui a descrição dos papeis presentes no Gerenciamento de projetos. A segunda parte,
composta a partir da seção 4, apresenta o ciclo de vida dos projetos, descrevendo cada um dos
processos que servem de diretrizes ao Gerenciamento de projetos no âmbito da justiça
estadual gaúcha.
A aplicação deste manual contribui para que as ideias inovadoras de uma unidade
tenham impacto local, regional e/ou institucional, e sejam mais bem traduzidas e factíveis de
implementação. Por essa razão, o gerenciamento de projetos deve ser visto como algo que irá
apoiar o gestor, à medida que sua proposta será apresentada, aprovada, planejada, executada
e controlada visando ao êxito da solução. Dessa forma, atribuir foco meramente burocrático
ao gerenciamento de projetos é desvirtuar a sua finalidade.
Apresentação ................................................................................................................................ 2
1. Definições básicas ................................................................................................................. 6
1.1. Projeto ........................................................................................................................... 6
1.2. Projeto estratégico ........................................................................................................ 6
1.2.1. Relacionamento entre gerenciamento de projetos e estratégia organizacional.. 7
1.3. Projeto setorial .............................................................................................................. 7
1.4. Gerenciamento de projetos .......................................................................................... 7
1.5. Gerenciamento da rotina .............................................................................................. 7
1.6. Escritório de Gerenciamento de Projetos ..................................................................... 8
2. O papeis no gerenciamento de projetos ............................................................................... 8
2.1. Gestor do projeto .......................................................................................................... 8
2.2. Gestor do programa ...................................................................................................... 9
2.3. Patrocinador .................................................................................................................. 9
2.4. Equipe do projeto .......................................................................................................... 9
2.5. Partes interessadas ..................................................................................................... 10
3. O ciclo de vida dos projetos ................................................................................................ 10
4. Os processos de gerenciamento de projetos ...................................................................... 10
4.1. Grupo de processos de iniciação................................................................................. 11
4.1.1. Desenvolver o termo de abertura do projeto ..................................................... 12
4.1.2. Identificar partes interessadas ............................................................................ 12
4.2. Grupo de processos de planejamento ........................................................................ 13
4.2.1. Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto ........................................... 13
4.2.2. Planejar o gerenciamento do escopo.................................................................. 13
4.2.3. Definir o escopo .................................................................................................. 14
4.2.4. Criar a estrutura analítica do projeto (EAP) ........................................................ 14
4.2.5. Planejar o gerenciamento do cronograma ......................................................... 15
4.2.6. Definir as atividades ............................................................................................ 15
4.2.7. Estimar as durações das atividades..................................................................... 16
4.2.8. Desenvolver o cronograma ................................................................................. 17
4.2.9. Planejar o gerenciamento dos custos ................................................................. 17
1.1. Projeto
O Guia PMBOK, referência mundial no assunto, define projeto como:
A natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um término definidos.
O projeto chega ao fim quando seu objetivo é atingido, quando se verifica a impossibilidade de
se alcançar o objetivo proposto, quando a necessidade do projeto deixar de existir, ou ainda,
quando há decisão por ordem superior pelo seu encerramento. Temporário não significa,
necessariamente, curta duração. Também não se deve confundir e aplicar o termo ao produto
do projeto. O projeto é um esforço temporário, já o resultado desse projeto poderá ser
duradouro.
As atividades do projeto podem ser novas para os membros de uma equipe de projeto, o
que poderá exigir um planejamento mais dedicado do que outro trabalho de rotina. Além
disso, os projetos são empreendidos em todos os níveis institucionais. Um projeto pode
envolver uma única pessoa ou muitas pessoas, uma única instituição ou múltiplas unidades
organizacionais de múltiplas instituições.
A rotina compreende as atividades exercidas por uma unidade organizacional para garantir
o cumprimento de sua função. O gerenciamento da rotina é responsável pela supervisão,
orientação e controle das operações do dia a dia. Porém, como o próprio nome evidencia, esse
esforço é rotineiro e não temporário. Logo, por definição, essas atividades não compõem um
projeto e justamente por isso o assunto está fora do escopo de gerenciamento de projetos e
fora do escopo deste manual.
2.3. Patrocinador
Patrocinador é uma pessoa ou grupo que fornece recursos e suporte para o projeto. Ele
promove o projeto desde a sua concepção inicial até o seu encerramento. No caso das
questões que estão além do controle do gestor do projeto, o patrocinador pode encaminhá-las
para níveis hierárquicos superiores. Tendo em vista que o projeto envolve muito esforço de
gestão, planejamento e engajamento de áreas, recursos e pessoal, a figura do patrocinador é
fundamental.
Início do projeto,
Planejamento do projeto,
Execução do projeto e
Encerramento do projeto.
Tais fases podem ser sequenciais ou sobrepostas. Elas geralmente têm limitação temporal
e seu término é marcado por uma entrega ou um ponto de controle. O final de cada fase
representa um ponto natural de reavaliação das atividades em andamento e de modificação
ou término do projeto, se necessário.
Este guia descreve somente os processos de gerenciamento de projeto, que são agrupados
em cinco categorias. São elas:
Resultante desse processo deverá haver uma declaração de escopo, bem como a
declaração de não escopo. Na primeira, constarão as principais entregas do projeto. Já a
segunda declaração é composta pelos itens que não farão parte das entregas do projeto. Por
exemplo, na declaração de escopo de uma obra é importante dizer que será construído um
prédio (escopo), porém sem estacionamento (não escopo). Declarar explicitamente o que está
fora do escopo do projeto ajuda no gerenciamento das expectativas das partes interessadas.
A EAP é uma decomposição hierárquica do escopo total a ser executado pela equipe do
projeto a fim de alcançar os objetivos propostos e criar as entregas requeridas. A principal
técnica utilizada na criação da EAP é a decomposição, que é usada para dividir e subdividir o
escopo do projeto e suas entregas em partes menores. Cada nível descendente descreve mais
detalhadamente a entrega. O nível de decomposição é frequentemente guiado pelo grau de
A EAP é finalizada pela designação de uma conta de controle para cada pacote de trabalho.
Pacote de trabalho é o trabalho definido no nível mais baixo da EAP para o qual o custo e a
duração podem ser estimados e gerenciados. No contexto da EAP, o trabalho se refere a
produtos ou entregas que são o resultado da atividade e não a atividade propriamente dita.
Como saída (entrega) desse processo temos a lista abrangente que inclui todas as
atividades do cronograma necessárias no projeto. As atividades, diferentemente dos marcos,
têm durações, durante as quais o trabalho daquela atividade é executado, e podem ter
recursos e custos associados àquele trabalho. Os componentes de cada atividade evoluem ao
longo do tempo. Durante os estágios iniciais do projeto, eles incluem o identificador (ID) da
atividade, o ID da EAP e o nome da atividade e, quando completos, podem incluir as atividades
predecessoras, as atividades sucessoras, relações lógicas, antecipações e esperas, datas
impostas e restrições.
A estimativa deve ser conduzida pela pessoa ou grupo da equipe do projeto que está mais
familiarizado com a natureza da atividade específica. A estimativa da duração é elaborada
progressivamente, e o processo considera a qualidade e a disponibilidade dos dados de
entrada. Para a execução desse processo é imprescindível a lista de atividades elaborada no
processo Definirem as atividades.
Para a estimativa de custos, deve-se considerar o material desenvolvido até então: linha
de base do escopo (incluindo EAP) e cronograma do projeto.
Assim como para as estimativas, é imprescindível a consulta a materiais tais como: linha de
base do escopo, cronograma do projeto e a própria estimativa de custos. Como resultado,
tem-se a linha de base dos custos.
Para esse processo, ter o registro das partes interessadas é essencial, pois é para elas que
o projeto deverá ser comunicado. A análise de requisitos das comunicações determina as
necessidades de informações das partes interessadas do projeto. Esses requisitos são definidos
pela combinação do tipo e do formato das informações necessárias com uma análise do valor
dessas informações. Os recursos do projeto devem ser utilizados apenas na comunicação de
informações que contribuam para o êxito do projeto, ou quando a falta de comunicação pode
ocasionar falhas. O gestor de projetos também deve considerar o número de canais ou
caminhos de comunicação em potencial como um indicador da complexidade de
comunicações do projeto. O número total de canais de comunicação em potencial é n(n – 1)/2,
onde n representa o número de partes interessadas. Por exemplo, um projeto com 10 partes
interessadas tem 10(10 - 1)/2 = 45 canais de comunicação em potencial. Como resultado, um
componente fundamental do planejamento das comunicações reais do projeto é determinar e
limitar quem se comunicará com quem e quem receberá quais informações.
Comunicação interativa - Entre duas ou mais partes que estão realizando uma
troca de informações multidirecional. É a forma mais eficiente de garantir um
entendimento comum por todos os participantes sobre tópicos específicos, e inclui
reuniões, telefonemas, mensagens instantâneas, videoconferências, etc.
Comunicação ativa - Encaminhada para destinatários específicos que precisam
receber as informações. Garante que as informações sejam distribuídas, mas não
que tenham realmente chegado ou tenham sido compreendidas pelo público-alvo.
A comunicação ativa inclui cartas, memorandos, relatórios, emails, correio de voz,
blogs, comunicados de imprensa, etc.
Comunicação passiva - Usada para volumes muito grandes de informações ou para
públicos muito grandes, ela requer que os destinatários acessem o conteúdo da
comunicação a seu próprio critério. Esses métodos incluem sites de intranet, e-
Como resultado das reflexões exigidas por esse processo, há o plano de gerenciamento das
comunicações. O plano contém as seguintes informações:
Esse processo gera o plano de gerenciamento das partes interessadas, que contém planos
detalhados de realização eficaz do gerenciamento das partes interessadas. À medida que o
projeto avança, a comunidade das partes interessadas e o nível exigido de envolvimento
podem mudar e, assim sendo, o planejamento do gerenciamento das partes interessadas é um
processo iterativo que é revisto regularmente pelo gerente de projetos.
Outras saídas desse processo são as entregas do projeto, bem como os dados de
desempenho do trabalho.
Esse processo vai além da distribuição de informações relevantes e procura assegurar que
as informações sendo comunicadas para as partes interessadas do projeto sejam geradas de
forma apropriada, assim como recebidas e compreendidas. Ele também fornece
oportunidades às partes interessadas de solicitar informações, esclarecimentos e discussões
adicionais.
Este monitoramento contínuo fornece à equipe do projeto uma visão melhor sobre a
saúde do projeto e identifica quaisquer áreas que exijam atenção adicional. O grupo de
processos de monitoramento e controle não apenas monitora e controla o trabalho sendo
feito dentro do grupo de processos, mas também monitora e controla todo o esforço do
projeto. Esta revisão pode resultar em atualizações recomendadas e aprovadas para o plano
de gerenciamento do projeto.
O aumento sem controle do produto ou escopo do projeto sem ajustes de tempo, custo, e
recursos é chamado de scope creep. A mudança é inevitável; assim sendo, algum tipo de
processo de controle de mudança é obrigatório para todos os projetos. O controle é feito pela
análise de variação entre a linha de base e o desempenho real.
Além das informações sobre o desempenho do trabalho, são resultantes desse processo:
as previsões de cronograma, solicitações de mudança e atualizações no plano de
gerenciamento do cronograma e outros documentos do projeto.
A atualização no orçamento requer o conhecimento dos custos reais gastos até a presente
data. Qualquer aumento do orçamento autorizado somente pode ser aprovado através do
processo Realizar o controle integrado de mudanças.
O processo Controlar as comunicações pode acionar uma iteração dos processos Planejar
o gerenciamento das comunicações e/ou Gerenciar as comunicações. Essa iteração ilustra a
natureza contínua dos processos de Gerenciamento das comunicações do projeto.