Aula 01. Planejamento Estratãgico Hospitar - Languagetool

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 20

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

HOSPITALAR
AULA - 1
SEGURANÇA E
HIGIENE HOSPITAR:
PRÁTICAS
ESSENCIAIS

Prezado(a) aluno(a),

Esta aula analisa os principais procedimentos e protocolos necessários


para manter um ambiente hospitalar limpo, seguro e livre de infecções.
Compreender os desafios específicos associados à alta prevalência de agentes
multirresistentes nesses ambientes é essencial para implementar práticas
eficazes de limpeza e desinfecção.
Destaca-se os três grupos principais de procedimentos utilizados na
limpeza hospitalar: limpeza, desinfecção e esterilização. Serão apresentados os
diferentes tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e suas
finalidades, juntamente com as precauções necessárias para garantir seu uso
seguro e eficaz.
Ao abordar princípios básicos de limpeza, desinfecção e esterilização, bem
como aspectos relacionados à higienização das mãos e gerenciamento de
resíduos hospitalares, esta aula capacita os participantes a desempenhar um
papel ativo na prevenção de infecções e na promoção de um ambiente hospitalar
seguro e saudável.

Bons estudos!
1 SEGURANÇA E HIGIENE HOSPITALAR: PRÁTICAS ESSENCIAIS

No ambiente hospitalar, é amplamente reconhecido haver uma alta prevalência


de agentes multirresistentes, os quais, quando em contato com matéria orgânica,
podem se proliferar e contaminar animais vetores, como insetos e roedores. Estes
animais, por sua vez, amplificam a disseminação desses agentes para outros locais.
Assim sendo, as atividades de limpeza e desinfecção de superfícies no
ambiente hospitalar não apenas promovem uma sensação de bem-estar e conforto
para profissionais de saúde, pacientes e seus familiares, mas são importantes no
controle das infecções relacionadas à assistência à saúde. Essas práticas
contribuem significativamente para a redução da carga de microrganismos
responsáveis pelas contaminações, conforme ressaltado por autoridades de saúde
(Brasil, 2010).
Essas atividades consistem em técnicas apropriadas que são parte integrante
dos protocolos adotados pelas instituições de saúde visando evitar a propagação de
infecções presentes em ambientes hospitalares, as quais podem representar riscos
à saúde tanto dos profissionais quanto dos pacientes e usuários dos serviços de
saúde (Assad; Costa, 2010). Trata-se, portanto, de procedimentos de extrema
importância nas medidas de controle, visando interromper a cadeia epidemiológica
das infecções. Essas práticas englobam uma série de fatores de combate,
considerando até mesmo os pequenos resíduos que podem servir como portas de
entrada para agentes causadores de contaminação.
Ao longo desta aula, abordaremos os três grupos principais de procedimentos
empregados na limpeza hospitalar. O primeiro deles é a limpeza, que visa a
remoção de sujidades e detritos, sendo essencial que os métodos utilizados sejam
adequados aos tipos de superfícies e matéria orgânica a serem tratados. Em
seguida, discutiremos a desinfecção, realizada por meio do uso de produtos
químicos apropriados. Por fim, abordamos a esterilização, efetuada por meio de
métodos específicos. Adicionalmente, será relacionado os diferentes tipos de
equipamentos de proteção individual (EPIs), suas respectivas finalidades e as
precauções necessárias para seu uso seguro e eficaz.
1.1 Princípios básicos de limpeza e de desinfecção

A limpeza e desinfecção de superfícies são atividades de extrema importância


no contexto hospitalar, devido à propensão desse ambiente à proliferação de
germes, que podem permanecer nas superfícies por períodos prolongados. Essas
práticas são importantes no controle das contaminações e, consequentemente, na
prevenção da transmissão de infecções, justificando a existência de critérios
rigorosos que devem ser seguidos pela equipe multidisciplinar de uma instituição
hospitalar, como evidencia Torres; Lisboa (2014).
O Quadro 1, apresentado a seguir, ilustra o período de sobrevivência de alguns
germes no ambiente.

Quadro 1- Tempo de sobrevivência de alguns germes no ambiente.

Fonte:
Adaptado de Weinstein; Hota, 2004.

A limpeza hospitalar envolve a remoção de sujidades das superfícies no


ambiente de saúde. Essa ação é essencialmente física e pode ser realizada através
da aplicação de produtos químicos específicos, controle de temperatura adequada
ou pela combinação desses métodos. De acordo com Salles (2009), ao realizar a
limpeza das superfícies em instalações de saúde, o objetivo é criar um ambiente
com a menor carga de contaminação possível, contribuindo para reduzir a
probabilidade de transmissão de patógenos originados de fontes inanimadas, por
meio da implementação de boas práticas em higiene e limpeza hospitalar.

1.1.1 Desinfecção

A desinfecção é um aspecto de extrema importância no contexto hospitalar e


não deve ser subestimada. São necessárias diversas precauções para evitar o risco
de transmissão de infecções, e diversos métodos devem ser rigorosamente
seguidos para garantir sua eficácia. Nesse sentido, é fundamental promover a
conscientização e o entendimento dos conceitos relacionados à limpeza hospitalar,
como esterilização, desinfecção, assepsia e antissepsia, para serem
adequadamente compreendidos e aplicados (Portal Educação, 2013).
A desinfecção visa a remoção de sujidades, detritos e excrementos naturais,
visando manter as áreas comuns e os equipamentos hospitalares em condições de
higiene satisfatórias. Neste contexto, abordamos especificamente os métodos de
destruição de agentes infecciosos que se manifestam de forma vegetativa. Esses
métodos incluem técnicas físicas, como calor seco e vapor, bem como a aplicação
de substâncias químicas, conhecidas como germicidas gasosos ou líquidos.

1.1.2 Antissépticos e desinfetantes

Antissépticos e desinfetantes desempenham papéis distintos na assistência à


saúde em instituições hospitalares, clínicas e ambulatórios, contribuindo
significativamente na prevenção e controle de microrganismos responsáveis por
infecções. Enquanto os antissépticos são aplicados em tecidos vivos, na pele e nas
mucosas, com o intuito de realizar antissepsia, desinfecção e preservação, os
desinfetantes são mais empregados em equipamentos e superfícies, podendo
apresentar ação esporostática dependendo das condições de uso e do tipo de
química utilizada (WHO, 2009).
Podemos categorizar os antissépticos e desinfetantes em diferentes grupos,
cada um com suas características e aplicações distintas. O álcool etílico, por
exemplo, pode ser empregado tanto como antisséptico quanto como desinfetante,
sendo mais eficaz em uma concentração de 70%, com ação contra bactérias, vírus e
fungos, embora não seja recomendado para esterilização.
Marchetti et al,. (2003) demonstraram a superioridade do álcool e da
clorexidina na descontaminação das mãos, em comparação com outros
antissépticos. Por outro lado, substâncias como o glutaral e o hipoclorito de sódio
são desinfetantes com amplo espectro de ação, embora sejam considerados tóxicos
e corrosivos, limitando sua aplicação.
Compostos fenólicos e formaldeído também são mencionados como opções,
mas sua toxicidade e corrosividade requerem precauções especiais no manuseio. Já
a iodopovidona, um antisséptico comum, é amplamente utilizado para a desinfecção
de superfícies, equipamentos e vidrarias, bem como em soluções alcoólicas para
lavagem das mãos, embora também apresente riscos à saúde se não for utilizada
corretamente (Wannmacher, 2010).
Os princípios fundamentais para a limpeza e desinfecção de superfícies em
instituições de saúde, conforme Félix e Silva (2013), incluem medidas como a
frequente higienização das mãos e a proibição de adornos durante o trabalho. Além
disso, é essencial o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e
a responsabilidade compartilhada entre setores como compras, hotelaria hospitalar e
controle de infecção. Outras recomendações envolvem a manutenção de corredores
sinalizados, a limpeza regular de equipamentos, a utilização de produtos registrados
na Anvisa e a exclusividade de kits de limpeza para pacientes em isolamento. O
sucesso dessas atividades depende da disponibilidade de materiais adequados e do
sistema compatível entre equipamentos e produtos de limpeza.

1.1.3 Esterilização de materiais

A esterilização de materiais clínicos é uma etapa fundamental, realizada por


meio de métodos químicos ou físicos, assegurando a eliminação de microrganismos
patogênicos. É imperativo que os profissionais de saúde ajam com cuidado e
adotem medidas de proteção adequadas, como luvas, botas, jalecos e máscaras,
durante o processo de manipulação dos produtos de higiene.
Os esterilizantes líquidos, utilizados tanto para desinfecção quanto para
esterilização, demandam um tempo de exposição prolongado no segundo caso.
Contudo, é essencial estar atento à possibilidade de recontaminação pós-
esterilização, especialmente quando não há monitoramento adequado no
armazenamento e controle de qualidade, aspectos que devem ser rigorosamente
seguidos conforme especificado nos manuais de controle (MARCHIORATO, 2017).
Os métodos físicos de esterilização incluem o calor seco (estufa) e o vapor
saturado (autoclaves):
Estufa: empregada na esterilização de instrumentos metálicos não cortantes,
mantendo-se a temperatura entre 160 °C por 120 minutos ou 170 °C por 60 minutos,
com a porta fechada durante todo o processo.
Autoclave a vapor: método mais eficiente e seguro, exigindo menor tempo de
aplicação. As temperaturas variam entre 121 °C durante 30 minutos, 134 °C durante
15 minutos e 3 a 4 minutos para 134 °C. Materiais plásticos não são adequados para
nenhum desses métodos, pois podem derreter e até causar explosões.

1.1.4 Áreas dos serviços de saúde

Conforme delineado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em


(2010), as instituições de saúde segmentam suas áreas de serviços com base no
risco de transmissão de infecções, considerando as atividades realizadas em cada
espaço.
Essa classificação tem como propósito principal orientar a implementação de
medidas preventivas contra a disseminação de infecções. Além disso, facilita o
desenvolvimento de protocolos específicos para limpeza e desinfecção de
superfícies, adaptando esses processos consoante a complexidade e
especificidades dos serviços prestados.
Dessa maneira, é possível classificar as áreas dos serviços de saúde em três
categorias distintas: críticas, semicríticas e não críticas. Essa abordagem visa
garantir um ambiente seguro e higienizado para pacientes, profissionais de saúde e
visitantes, conforme apontado por Yamaushi, Lacerda e Gabrielloni (2000), bem
como pelas diretrizes da Anvisa (Brasil, 2010) e da Associação Paulista de
Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar (Apecih, 2004).
Conforme o documento “Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares
e antissepsia”, elaborado pela Associação Paulista de Estudos e Controle de
Infecção Hospitalar (Apecih, 2004), as áreas hospitalares são classificadas da
seguinte maneira:
Áreas críticas: Estes ambientes apresentam um risco aumentado de
transmissão de infecções, devido à realização de procedimentos de alto risco.
Exemplos incluem o Centro Cirúrgico (CC), Centro Obstétrico (CO), Unidade de
Terapia Intensiva (UTI), Unidade de Diálise, Laboratório de Análises Clínicas, Banco
de Sangue, Setor de Hemodinâmica, Unidade de Transplante, Unidade de
Queimados, Unidades de Isolamento, Berçário de Alto Risco, Central de Material e
Esterilização (CME), Lactário, Serviço de Nutrição e Dietética (SND), Farmácia e a
Área suja da Lavanderia.
Áreas semicríticas: Estes são ambientes ocupados por pacientes com doenças
infecciosas de baixa transmissibilidade e doenças não infecciosas, como
enfermarias e apartamentos, ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem,
elevadores e corredores.
Áreas não críticas: Ambientes não ocupados por pacientes e onde não são
realizados procedimentos de alto risco, como vestiários, copas, áreas
administrativas, almoxarifados, secretaria e sala de costura (Apecih, 2004).

1.1.5 Processos de limpeza hospitalar

A limpeza hospitalar engloba os serviços de higienização e desinfecção das


superfícies fixas de um hospital, visando manter o ambiente limpo e pronto para o
atendimento aos pacientes, além de preservar os equipamentos permanentes. Seu
objetivo principal é remover as sujidades acumuladas nas superfícies,
proporcionando um ambiente desfavorável à proliferação de microrganismos. Para
garantir a eficácia desse processo, é essencial que a limpeza hospitalar seja
realizada por profissionais devidamente treinados e equipados com os recursos
adequados, como ressaltado por MARCHIORATO, (2017).
A limpeza hospitalar engloba a higienização das superfícies fixas e dos
equipamentos permanentes presentes em diversas áreas hospitalares, incluindo
paredes, janelas, pisos, mobiliários e instalações sanitárias. Alguns microrganismos
podem permanecer viáveis por longos períodos em ambientes empoeirados. Além
disso, a presença de sujeira, especialmente matéria orgânica de origem humana,
pode proporcionar condições favoráveis para a proliferação de agentes infecciosos,
ameaçando a saúde de todos os envolvidos no ambiente hospitalar (São Paulo,
2012).

1.1.1.1 Limpeza concorrente

Todos os objetos mencionados devem ser higienizados por um funcionário


responsável pela limpeza, seguindo os critérios estabelecidos pela equipe
responsável de cada instituição. Esse responsável pela limpeza deve ter à
disposição panos ou cabeleiras alvejados, soluções de limpeza nos baldes e outros
equipamentos necessários para garantir a eficácia da tarefa. Além de cuidar da
limpeza das superfícies, o funcionário encarregado da higiene também é
responsável pelo fornecimento e reposição de materiais de uso diário, como
sabonete líquido, papel higiênico e papel toalha. A limpeza concorrente, conforme
descrito por Marchiorato (2017), engloba a higienização de todas as superfícies
horizontais, portas, maçanetas, mobiliário, equipamentos, parapeitos das janelas,
vidros em geral, piso e instalações sanitárias.
O Quadro 2, a seguir, indica a classificação das áreas e a frequência mínima
de ocorrência da limpeza concorrente.
Quadro 2 - Frequêncianecessária da limpeza concorrente:
Fonte: Adaptado de Brasil, 2010d.

O quadro mencionado segue as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional


de Vigilância Sanitária (Anvisa) conforme Brasil (2010), e serve como exemplo dos
quadros comumente exibidos em locais visíveis aos funcionários da área de higiene
hospitalar. Esses quadros têm o propósito de manter a periodicidade da limpeza
consoante as responsabilidades atribuídas, uma obrigação que deve ser
estritamente seguida. Todas as instituições hospitalares estão segundoesses
preceitos.
O recolhimento de lixo, resíduos, bem como de produtos e equipamentos sem
uso ou defeituosos, é uma tarefa de grande importância. Por essa razão, neste
capítulo, dedicamos uma seção exclusiva para abordar esse tema, uma vez que o
descarte desses materiais segue normas específicas e está sujeito a um controle
rigoroso.

1.1.1.2 Limpeza Imediata

A limpeza imediata é um procedimento realizado sempre que houver sujeira


residual após a limpeza concorrente, podendo ocorrer em qualquer momento do dia.
Esta sujeira pode ser de natureza orgânica, química ou radioativa, apresentando
potenciais riscos de disseminação de contaminação, como destacado por São Paulo
(2012). As etapas da limpeza imediata envolvem:
- Remoção imediata da sujeira do local afetado e sua disposição adequada;
- Observação rigorosa da técnica apropriada para a remoção da sujeira, visando
minimizar o risco de contaminação durante o processo;
- Limpeza de eventuais respingos ou depósitos de matéria orgânica para prevenir
sua disseminação ou secagem, o que poderia levar à liberação de microrganismos
no ambiente circundante;
- Avaliação criteriosa da necessidade de realizar descontaminação adicional para
garantir a segurança e a assepsia do ambiente.

1.1.1.3 Limpeza Terminal


A limpeza terminal é um procedimento abrangente que se destina à
higienização ou desinfecção de todas as áreas de uma instituição de saúde, visando
a redução da sujeira e, consequentemente, da população microbiana, contribuindo
significativamente para a diminuição do risco de contaminação ambiental. Esse
procedimento deve ser realizado periodicamente, considerando as necessidades
específicas de cada área (crítica, semicrítica e não crítica), bem como a data, dia da
semana e horário previamente estabelecidos em um cronograma mensal.
A limpeza terminal abrange todas as superfícies e mobiliários, sendo
executada em todas as superfícies horizontais e verticais presentes nas áreas
críticas, semicríticas e não críticas, conforme descrito por Cunha et al,. (2010). Este
processo é essencial para garantir um ambiente hospitalar seguro e livre de
contaminação, promovendo a saúde e o bem-estar de pacientes e profissionais de
saúde.
O procedimento abrange a limpeza minuciosa dos seguintes itens: paredes,
pisos, tetos, painel de gases, equipamentos, mobiliários (incluindo camas, colchões,
macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição, armários, bancadas), janelas,
vidros, portas, peitoris, luminárias, filtros e grades de ar-condicionado (Yamaushi;
Lacerda; Gabrielloni, 2000). O Quadro a seguir identifica a frequência recomendada
para a realização da limpeza terminal programada, seguindo os mesmos parâmetros
de frequência estabelecidos para a limpeza concorrente, conforme ilustrado no
Quadro 3.
Quadro 3 – Frequência de limpeza terminal programada.

Fonte: Adaptado de Brasil, 2010d, p. 69.

1.2 Higienização das mãos


A higienização das mãos é uma medida simples e econômica para prevenir a
propagação de infecções, abrangendo diferentes técnicas como a higienização
simples, a higienização antisséptica, a fricção antisséptica e a antissepsia cirúrgica
das mãos (Brasil, 2012).
Os profissionais responsáveis pela limpeza e desinfecção de superfícies
devem seguir rigorosamente essa prática de higiene, utilizando materiais como água
e sabão (com ou sem antisséptico) e preparações alcoólicas para as mãos. Além
disso, todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde e têm contato
direto ou indireto com pacientes, manipulam medicamentos, alimentos, material
estéril ou contaminado devem realizar A higienização adequada das mãos
desempenha um papel fundamental na prevenção de infecções e na manutenção da
saúde pública. Esse processo envolve a remoção de sujidade, suor, oleosidade,
pelos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo assim a
transmissão de infecções por contato e reduzindo as infecções causadas por
transmissões cruzadas (Brasil, 2007).
A higienização das mãos com água e sabonete líquido é altamente
recomendada em várias situações cotidianas. Isso inclui momentos em que as mãos
estão visivelmente sujas ou contaminadas com sangue, ou outros fluidos corporais,
antes e após iniciar o turno de trabalho, antes e após a remoção de luvas, após o
uso do banheiro, antes e depois das refeições, após o término do turno de trabalho e
após várias aplicações consecutivas de produtos alcoólicos para as mãos (Brasil,
2012).
A higienização correta das mãos não só é uma prática simples, mas também é
uma das medidas mais eficazes para prevenir a disseminação de infecções,
protegendo não apenas os profissionais de saúde, mas também pacientes, visitantes
e toda a comunidade. Portanto, é essencial que todos compreendam a importância e
sigam rigorosamente os protocolos de higiene das mãos em todas as situações
apropriadas.
A higienização das mãos com preparações alcoólicas é essencial na
prevenção da propagação de microrganismos em ambientes de cuidados de saúde.
Essa prática é altamente recomendada antes do contato com os pacientes, visando
protegê-los contra a transmissão de infecções provenientes das mãos dos
profissionais de saúde. Além disso, é importante realizar a higienização após o
contato com os pacientes, a fim de evitar a transferência de microrganismos do
paciente para outras superfícies ou profissionais (MARCHIORATO, 2017).
Outra situação em que a higienização das mãos com preparações alcoólicas é
fundamental é antes da realização de procedimentos assistenciais e manipulação de
dispositivos invasivos. Essa prática ajuda a prevenir a contaminação do paciente,
reduzindo o risco de infecções relacionadas aos cuidados de saúde. É importante
ressaltar a necessidade de higienizar as mãos após o contato com objetos
inanimados e superfícies próximas aos pacientes, contribuindo para a manutenção
de um ambiente seguro e livre de patógenos.
Por fim, a higienização das mãos antes e após a remoção de luvas é essencial
para evitar a contaminação das mãos dos profissionais de saúde. Mesmo após o
uso de luvas, as mãos podem estar sujeitas à contaminação, sendo necessário
realizar a higienização para garantir a segurança do paciente e a eficácia dos
cuidados prestados. Essa prática, quando realizada de forma consistente e
adequada, desempenha um papel fundamental na prevenção de infecções nos
ambientes de cuidados de saúde.

1.2 Equipamento de proteção individual

No ambiente hospitalar, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são


necessários para evitar a exposição a materiais biológicos e produtos químicos
tóxicos, protegendo tanto os funcionários quanto os pacientes de contaminações.
Todos os EPIs devem ser registrados no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
para garantir sua qualidade. É importante ajustar os EPIs às diferentes atividades
realizadas nas áreas clínicas e de apoio diagnóstico, visando à proteção total dos
trabalhadores. Identificar e gerenciar os riscos de exposição é fundamental para
garantir a eficácia das medidas de proteção. Uma abordagem proativa na seleção e
uso dos EPIs contribui para criar um ambiente hospitalar mais seguro e saudável,
reduzindo os riscos de acidentes e contaminações (MARCHIORATO, 2017).
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) são específicos na segurança
dos profissionais de saúde. As luvas de borracha de cano longo protegem a pele
contra produtos químicos e materiais biológicos. Óculos de acrílico evitam lesões na
mucosa ocular por objetos cortantes e contaminantes, sem comprometer a visão. O
protetor facial, feito de acrílico ou plástico rígido, é usado em procedimentos com
respingos ou impacto de objetos. Máscaras com filtro químico são indicadas para
manipulação de substâncias tóxicas, enquanto as descartáveis protegem contra
doenças transmitidas pelo ar. Botas impermeáveis são recomendadas em áreas
úmidas ou com materiais infecciosos. Toucas descartáveis protegem cabelo e couro
cabeludo de contaminação.
A NR 32, regulamentada pela Portaria n. 485 de 11 de novembro de 2005,
prescreve a utilização de uniformes para profissionais de limpeza, garantindo que
todos os trabalhadores com risco de exposição a agentes biológicos utilizem
vestimenta adequada e confortável.
Para garantir uma colocação adequada dos Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs), é fundamental seguir um procedimento padronizado. Inicialmente, reúne-se
todo o equipamento necessário e realiza-se a higienização das mãos. Em seguida,
os EPIs são colocados na seguinte ordem: avental ou capote, respirador particulado,
óculos de proteção e luvas de procedimentos. Após a correta colocação dos EPIs,
inicia-se a atividade designada com segurança e proteção adequada.
Para evitar autocontaminação ou autoinoculação ao remover Equipamentos de
Proteção Individual (EPIs), é essencial seguir procedimentos adequados. Após
realizar a atividade designada, inicia-se com a remoção das luvas, seguida pela
higienização das mãos. Em seguida, os óculos de proteção são retirados e o
respirador particulado é removido pelas fitas elásticas, evitando tocar a parte interna
da máscara. Cada EPI deve ser descartado conforme as boas práticas de
gerenciamento de resíduos sólidos, e o respirador particulado deve ser armazenado
(MARCHIORATO, 2017).

1.3 Resíduos hospitalares

Os resíduos hospitalares são classificados em cinco grupos segundo a RDC n.


306 de 7 de dezembro de 2004 e a RDC n. 358 de 29 de abril de 2005. O Grupo A
inclui resíduos infectantes, como seringas, sangue e excreções, acondicionados em
sacos plásticos impermeáveis e destinados à incineração. O Grupo B abrange
resíduos químicos, como medicamentos e reagentes, que devem ser
acondicionados em embalagens originais ou transferidos para recipientes
inquebráveis e devolvidos aos fabricantes para descarte. O Grupo C refere-se a
resíduos radioativos, como materiais contaminados com radionuclídeos, que devem
ser armazenados em recipientes blindados e destinados à Comissão Nacional de
Energia Nuclear (CNEN). O Grupo D engloba resíduos comuns, como sobras de
alimentos e papéis, que devem ser separados por tipo de material e encaminhados
para reciclagem ou reutilização, sendo importante ressaltar que nenhum desses
resíduos pode ser descartado no meio ambiente.
A Figura 1 apresenta a classificação do lixo hospitalar em quatro grupos,
conforme discutido anteriormente, com exemplos representativos de cada grupo.

Figura 1 - Classificação do lixo hospitalar

Fonte: Adaptado de Lixo hospitalar, 2012.

Os resíduos hospitalares não se limitam ao atendimento direto aos pacientes,


mas também surgem de todas as áreas das instituições de saúde, incluindo locais
que realizam atividades médicas tanto em humanos quanto em animais. Além disso,
esses resíduos são gerados a partir de pesquisas conduzidas em laboratórios de
farmacologia (MARCHIORATO, 2017).
Para concluir, há uma categoria adicional de resíduos hospitalares, específica
das instituições de saúde: o Grupo E, composto por resíduos perfurocortantes.
Incluem objetos como agulhas, bisturis, lâminas de barbear e ampolas de vidro, que
podem causar ferimentos por perfuração ou corte. Recomenda-se que esses
materiais sejam devidamente embalados e acomodados em caixas adequadas,
sendo seu destino a incineração.
Os cuidados essenciais para lidar com esses materiais, conforme as Diretrizes
da Anvisa (Brasil, 2006), abrangem diversas etapas:
Coleta e transporte interno: devem ser realizados separadamente, seguindo
roteiros específicos conforme a periodicidade, frequência e horários determinados,
em recipientes adequados para cada grupo de resíduos.
Armazenamento: refere-se ao acondicionamento dos resíduos em coletores
apropriados, em áreas exclusivas e de fácil acesso.
Coleta de transportes externos: envolve a remoção dos resíduos desde sua
origem até a unidade de tratamento ou disposição final, utilizando técnicas que
garantam a preservação das condições de acondicionamento e a segurança dos
trabalhadores, da população e do meio ambiente.
Tratamento: consiste na modificação das características dos resíduos para
reduzir ou eliminar os riscos de contaminação, acidentes ocupacionais ou danos
ambientais, utilizando processos manuais, mecânicos, físicos, químicos ou
biológicos.
Desinfecção: realizada por meio de desinfecção química ou térmica, como
autoclavagem, micro-ondas ou incineração.
Disposição final: é a colocação dos resíduos no solo, previamente preparado
para recebê-los, seguindo critérios técnicos de construção e operação e obtendo
licenciamento ambiental consoante a Resolução n. 358/2005.
A armazenagem dos resíduos químicos deve ser realizada adequadamente,
em embalagens apropriadas, para evitar a liberação desses produtos no meio
ambiente. Quanto ao descarte, mesmo envolvendo materiais perigosos, os
fabricantes não divulgam detalhes sobre o processo.
O descarte de resíduos hospitalares demanda condições específicas e
monitoramento constante para garantir que não causem danos às pessoas ou ao
meio ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APECIH - Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar.


Limpeza, desinfecção de artigos e áreas hospitalares e antissepsia. São Paulo:
Apecih, 2004.

ASSAD, C.; COSTA, G. Manual técnico: limpeza e desinfecção de superfícies


hospitalares e manejo de resíduos. Rio de Janeiro: Ibam; Comlurb, 2010.
Disponível em: https://l1nk.dev/w5XDu Acesso em: 09. abr. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


Gerenciamento dos resíduos de serviços. Brasília, 2006.
https://encurtador.com.br/iHYZ9. Acesso em 09. abr. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa — Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


Resolução de Diretoria Colegiada (RDC). n. 40, de 5 de junho de 2008. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 6 jun. 2008. Disponível em: https://l1nk.dev/aMtWS
Acesso em 09. abr. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução - RDC nº 15, de 15 de março de 2012.


Brasília: Anvisa, 2012. Disponível em https://l1nk.dev/UVBhR Acesso em 09. abr.
2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n. 3.276, de 28 de


dezembro de 2007, Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 31 dez.
2007b. Disponível em; <htup;//bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/
Dr13276 28 12.2007.html>, Disponível em: https://acesse.one/K827O Acesso em 09.
abr. 2024.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de tecnovigilância: abordagens de vigilância


sanitária de produtos para a saúde comercializados no Brasil. Brasília: Ministério da
Saúde, 2010b, (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em:
https://l1nk.dev/fNwNN Acesso em 09. abr. 2024.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Gabinete no Ministro. Portaria n. 485, de


11 de novembro de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 nov, 2005c.
Disponível em: https://encurtador.com.br/dkPS9 Acesso em 09. abr. 2024.

CUNHA, F. M. de B. et al. Manual de boas práticas para o serviço de


limpeza: abordagem técnica e prática. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de
Extensão em Higiene Ocupacional) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, São José dos Campos, 2010. Disponível em:
https://l1nq.com/Xk9SS Acesso em 09. abr. 2024.

FELIX, A. M. da S.; SILVA, A. M. da C, e (Coord.). Higiene, desinfecção ambiental


e resíduos sólidos em serviços de saúde. 3, ed. São Paulo: Apecih, 2013.

LIXO HOSPITALAR, Lixo de A a Z. 5 nov. 2012. Disponível em:


https://encurtador.com.br/em057 Acesso em 09. abr. 2024.

MARCHETTI, M. G. et al, Evaluation of the Bactericidal Effect of Five Products for


Surgical Hand Disinfection According to prEN 12054 and prEN 12791, Journal of
Hospital Infection, New York, v. 54, n. 1, p. 63-67, May 2003. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12767849/ Acesso em 09. abr. 2024.

MARCHIORATO, Alexa. Gestão hospitalar: serviços de higiene, limpeza e


manutenção. 1. ed. Curitiba: Intersaberes, 2017.

PORTAL EDUCAÇÃO. Ambiente hospitalar: procedimentos de limpeza, desinfecção


e esterilização. 28 fev, 2013. Disponível em: https://acesse.one/LHn4k Acesso em:
09. abr. 2024.

SALLES, C. L. S. de. Limpeza hospitalar. Conselho Regional de Enfermagem de


São Paulo, mar, 2009. Disponível em: https://l1nk.dev/5NbaB Acesso em 09. abr.
2024.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde, Coordenadoria de Serviços


de Saúde, Hospital Regional de Assis. Equipe técnica Serviços de Controle de
Infecção Hospitalar. Manual do serviço de higiene hospitalar. Assis: Hospital
Regional de Assis, 2012. Disponível em: https://acesse.one/qGsgI Acesso em 09.
abr. 2024.

WEINSTEIN, R. A.; HOTA, B. Contamination, Disinfection, and Cross-


Colonization: are Hospital Surfaces Reservoirs for Nosocomial Infection? Clinical
Infectious Diseases, v. 39, n. 8, P. 1182-1189, 2004. Disponível em:
https://acesse.dev/eimkO. Acesso em: 09. abr. 2024.

WHO - World Health Organization. Hand Hygiene: Why, How and When, Geneva,
2009 a.

YAMAUSHI, N. 1.; LACERDA, R. A.; GABRIELLONI, M. C. Limpeza hospitalar, In:


FERNANDES, A. T.; FERNANDES, M. O, V.; RIBEIRO FILHO, N. (Ed). Infecção
hospitalar e suas interfaces na área da saúde, São Paulo: Atheneu, 2000. p.
1141-1155.

Você também pode gostar