Atribuição de Causalidade

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Atribuição de Causalidade

Somos viciados em tentar entender as causas do mundo à nossa volta.


Estudos em psicologia social têm demonstrado que, ao lado dos motivos básicos de preservação do eu e da
espécie, um outro fator importante na determinação do comportamento humano é a forma de compreensão dos
eventos que ocorrem ao redor dos indivíduos, de explicação das causas geradoras dos fenômenos que os afetam.
O conjunto de teorias e pesquisas referente ao processo de explicação da ocorrência dos fatos na vida de um
indivíduo ou grupo constitui-se em um campo de pesquisas na psicologia social contemporânea denominado:
ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE.
OBS: Não significa que todo indivíduo aplicará a causalidade da mesma forma., para não sermos engolidos
pela sociedade, criamos causalidades.

Exemplos:
 “Será que aquela pessoa me cumprimentou por amizade sincera ou bajulação?”
 “Aquele esbarrão foi intencional ou involuntário?”
 “Uma pessoa que pede esmola faz por necessidade ou por não querer trabalhar?”
 “Um rapaz que tem seu convite de encontro rejeitado por uma garota é porque ela o considera sem atrativos ou
porque naquele dia tinha um compromisso inadiável?”

Ao interagirmos com os outros estamos constantemente fazendo atribuições de causalidade para seus
comportamentos. Segundo as características das causas a que atribuímos o comportamento, experimentamos emoções
e emitimos reações distintas.

A psicologia das relações interpessoais


Heider em seu livro clássico “A psicologia das relações interpessoais” (1958), afirma que temos necessidade
de atribuir causas aos fenômenos que ocorrem conosco ou que observamos porque desejamos conhecer as fontes de
nossas experiências, saber de onde vêm e como surgem. Ao fazê-lo satisfazemos nossa necessidade de vivermos num
mundo relativamente estável e previsível.
Sabe -se que as pessoas não são sempre lógicas e racionais ao efetuarem a atribuição de causalidade aos
eventos, mas refletem seus desejos, suas motivações e suas necessidades pessoais, o que torna o processo muito mais
complexo e as leis gerais que o norteiam, de aplicação mais difícil.
Na verdade, em boa parte das vezes, o processo de atribuição de causalidade a um dado efeito não
necessariamente se submete a princípios lógicos, mas, na maior parte das vezes, é psico-lógico, ou seja, garante uma
lógica pessoal, de significado para o indivíduo, muitas vezes sem compromisso com evidências da realidade.

Toda causa é oriunda de dois fatores básicos

Causas atribuídas ao ambiente: as características da situação, as dificuldades enfrentadas pelo sujeito, as


facilidades que o ambiente lhe proporcionou como as ocorrências devidas ao acaso, a eventos meramente fortuitos.
Causas relativas ao sujeito seriam oriundas de duas fontes distintas: as características estáveis do sujeito, suas
habilidades, capacidades, potencialidades (ser capaz), ou suas necessidades do momento, suas motivações, seu
esforço, seu empenho, sua intenção em conseguir aquele efeito (tentar).

Atores e Observadores
Estudos posteriores observaram que além das diferenças ambientais e pessoais, as atribuições podem ser
diferenciadas pelos atores e observadores, de modo que o ator do comportamento que provocou determinado efeito
apresenta a tendência a efetuar atribuições de maneira a enfatizar o papel do meio ambiente na provocação dessa
ocorrência, enquanto os observadores tenderiam a indicar as disposições e as características do ator como
responsáveis pela ocorrência dos fatos.
Egotismo
Temos certas tendências para atribuir causalidades aos eventos que nos
rodeiam. O Egotismo consiste na tendência que temos de atribuir nossos
fracassos e causas externas (“Fui mal nesta prova porque minhas obrigações
me impediram de estudar”) e nossos sucessos a causas internas (“Joguei bem
porque sou bom em esportes”).

Teoria Atribuicional de Weiner


A importante diferenciação efetuada por Heider entre o ser capaz (can)
e o tentar (try), a causalidade pessoal e impessoal, influenciou diretamente,
entre outros, os trabalhos de Weiner nos estudos de atribuição de causalidade
ao sucesso e ao fracasso, e na proposta de explicação do processo
motivacional com base na teoria de atribuição. Para Weiner, sempre que um
evento positivo ou negativo ocorre, determinadas emoções o acompanham.

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