1430239

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Poder Judiciário da União

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS


TERRITÓRIOS

Órgão 2ª Turma Cível

Processo N. APELAÇÃO CÍVEL 0735650-97.2020.8.07.0001

ANGELA MARIA SOARES,WALTER EVANGELISTA DOS


APELANTE(S) SANTOS,ROSANGELA MARIA DE ALMEIDA SANTOS e JOSE ANTONIO
HERMINIO AFONSO

APELADO(S) BANCO DO BRASIL S/A


Relator Desembargador SANDOVAL OLIVEIRA

Acórdão Nº 1430239

EMENTA

PROCESSO CIVIL. LIQUIDAÇÃO INDIVIDUAL DE SENTENÇA COLETIVA. ÔNUS


SUCUMBENCIAL. PERÍCIA CONTÁBIL. HOMOLOGAÇÃO. EXTINÇÃO COM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO. AUSÊNCIA DE VALORES A PAGAR. LITIGIOSIDADE. PRINCÍPIO DA
CAUSALIDADE. ART. 85, §8º, CPC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ADEQUAÇÃO.

1. Trata-se de apelação contra sentença que declarou liquidado o julgado, com base no laudo pericial
que constatou a ausência de valores a receber, e extinguiu o processo com resolução de mérito.

2.Inexiste previsão legal para arbitramento de honorários de sucumbência no procedimento de


liquidação de sentença. Apesar disso, firmou-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no
sentido que, excepcionalmente, demonstrado o caráter de litigiosidade, com atuação prolongada dos
patronos, é cabível a condenação em honorários advocatícios na liquidação de sentença.

3. Para a incidência do princípio da causalidade na condenação das verbas sucumbenciais, impõe-se ao


julgador perquirir sobre quem motivou a propositura da demanda.

4. Nos termos do art. 85, § 3º, do Código de Processo Civil, os honorários advocatícios devem ter
como parâmetro os critérios estabelecidos no § 2º – quais sejam, o grau de zelo profissional, o lugar da
prestação do serviço, a natureza e a importância da causa e o trabalho realizado pelo advogado, bem
como o tempo exigido para o seu serviço.

5. Recurso conhecido e desprovido.


ACÓRDÃO

Acordam os Senhores Desembargadores do(a) 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e dos Territórios, SANDOVAL OLIVEIRA - Relator, HECTOR VALVERDE SANTANNA -
1º Vogal e SANDRA REVES - 2º Vogal, sob a Presidência do Senhor Desembargador JOAO
EGMONT, em proferir a seguinte decisão: CONHECIDO. DESPROVIDO. UNÂNIME., de acordo
com a ata do julgamento e notas taquigráficas.

Brasília (DF), 17 de Junho de 2022

Desembargador SANDOVAL OLIVEIRA


Relator

RELATÓRIO

Trata-se de apelação interposta por ANGELA MARIA SOARES E OUTROS contra sentença (ID
34196009) da 10ª Vara Cível de Brasília que, na liquidação provisória de sentença coletiva, ajuizada
em desfavor do BANCO DO BRASIL S.A., declarou liquidado o julgado, com base no laudo pericial
que constatou a ausência de valores a receber, e extinguiu o processo com resolução de mérito. Em
face da sucumbência, condenou a parte autora ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios,
estes fixados em R$ 2.000,00 (dois mil reais).

Em suas razões (ID 34196011), buscam, inicialmente, a concessão da gratuidade de justiça, por não
possuírem condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de sua
subsistência.

Sustentam que as partes não se opuseram às conclusões da perícia judicial e concordaram com os
cálculos apresentados, devendo ser afastada a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios
de sucumbência. Argumentam que o Banco réu deu causa ao ajuizamento da ação ao descumprir a
ordem judicial oriunda da Ação Civil Pública n. 0008465-28.1994.4.01.3400, pois não informou os
interessados sobre os valores cobrados a maior.

Com tais argumentos, buscam a reforma da sentença para excluir a condenação ao pagamento de custas
processuais e de honorários de sucumbência, em virtude da ausência de litigiosidade. Subsidiariamente,
pleiteiam a redução dos honorários para R$ 200,00.

Intimados a comprovar sua hipossuficiência ou recolher o preparo recursal, os apelantes colacionaram


o comprovante de pagamento das custas em ID 34956232.

Sem contrarrazões.

É o relatório.
VOTOS

O Senhor Desembargador SANDOVAL OLIVEIRA - Relator

Inicialmente, impende consignar que a sentença foi publicada no DJe em 10/02/2022 e o apelo
interposto no dia08 /03/2022, sendo, portanto, tempestivo. Preparo regular, conforme ID 34956232.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Síntese dos fatos.

Cuida-se de liquidação provisória de sentença coletiva proferida nos autos da ação civil pública n.
0008465-28.1994.4.01.3400, que tramitou junto à 3ª Vara da Justiça Federal do DF, em face do
BANCO DO BRASIL S.A.

A referida demanda foi proposta pelo Ministério Público Federal em desfavor da União, do Banco
Central e do Banco do Brasil, com o objetivo de afastar das operações de crédito rural a incidência do
IPC de 84,32%.

O Superior Tribunal de Justiça, confirmando a procedência dos pleitos autorais – já consignada pelo
juízo de primeiro grau – estabeleceu que “o índice de correção monetária aplicável às cédulas de
crédito rural, no mês de março de 1990, nos quais prevista a indexação aos índices da caderneta de
poupança, foi o BTN no percentual de 41,28%”.

Em complemento, condenou os réus, “solidariamente, ao pagamento das diferenças apuradas entre o


IPC de março de 1990 (84, 32%) e o BTN fixado em idêntico período (41,28%), corrigidos
monetariamente os valores a contar do pagamento a maior pelos índices aplicáveis aos débitos
judiciais, acrescidos de juros de mora de 0,5% ao mês até a entrada em vigor do Código Civil de 2002
(11.01.2003), quando passarão para 1% ao mês, nos termos do artigo 406 do Código Civil de 2002”.

Iniciada a liquidação individual na origem, foi determinada a realização de prova pericial, com
apresentação do laudo em ID 34195991. Em suas conclusões, o expertentendeu pela inexistência de
diferença a ser apurada para os contratos celebrados entre as partes.

Intimadas, as partes não se manifestaram.

Por conseguinte, foi proferida a r. sentença, por meio da qual a douta julgadora de origem declarou
liquidado o julgado, com base no laudo pericial que constatou a ausência de valores devidos, e
extinguiu o processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inciso I, do Código de Processo
Civil. Em face do princípio da causalidade, condenou a parte autora ao pagamento das custas
processuais e dos honorários de sucumbência, estes fixados no valor de R$ 2.000,00 (ID 34196008).

Inconformados com a distribuição do ônus sucumbencial, apelaram os autores.

Do mérito.

Consoante relatado, os apelantes buscam a reforma da sentença em relação ao pagamento dos


honorários advocatícios.
Argumentam, para tanto, que não se opuseram às conclusões da perícia judicial, devendo ser afastada
a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência. Acrescentam que o Banco
réu deu causa ao ajuizamento da ação ao descumprir a ordem judicial oriunda da Ação Civil Pública
n. 0008465-28.1994.4.01.3400, pois não informou os interessados sobre os valores cobrados a maior.

De início, cumpre ressaltar que “a liquidação de sentença é fase, é procedimento, que se destina à
definição do quantum debeatur diante do an debeatur estabelecido na fase de conhecimento e da
necessidade de se fixar quantia certa para a deflagração do cumprimento de sentença” (APC
07272827020188070001, Des. Angelo Passareli, 5ª Turma Cível, TJDFT, DJe 21/8/2019).

Diante desse quadro, a divergência entre as partes quanto ao valor correto que irá embasar, ou não, a
deflagração do cumprimento de sentença é própria desta fase/procedimento.

Conforme se depreende do art. 85, § 1º, do CPC, inexiste previsão legal para arbitramento de
honorários de sucumbência no procedimento de liquidação de sentença. Vejamos:

Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.

§1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou


definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

Apesar disso, firmou-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido que,


excepcionalmente, demonstrado o caráter de litigiosidade, com atuação prolongada dos patronos, é
cabível a condenação em honorários advocatícios na liquidação de sentença. Confira-se:

(...)

2. Na hipótese, verifica-se que o entendimento adotado pelo acórdão recorrido encontra-se de acordo
com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que define que a fixação de honorários
sucumbenciais na fase de liquidação de sentença não é a regra, mas sim uma exceção, a ser verificada
quando, nessa fase, estiver configurada uma litigiosidade entre as partes capaz de prolongar a atuação
contenciosa dos patronos das partes. Precedentes: AgInt nos EDcl no AREsp 1.420.633/GO, Rel.
Ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, DJe 12/02/2021; AgInt no AREsp 1.575.882/SP,
Rel. Ministro Ricardo Villas Boas Cueva, Terceira Turma, DJe 27/04/2020; AgInt no AREsp
1419045/PR, Rel. Ministro Ricardo Villas Boas Cueva, Terceira Turma, DJe 12/09/2019.

3. Agravo interno não provido.

(AgInt no REsp 1919550/RJ, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,


julgado em 11/10/2021, DJe 14/10/2021)

(...)

1. A jurisprudência desta Corte Superior, mesmo após o advento do CPC/2015, manteve o


entendimento já consagrado desde a vigência do CPC/1973 de, em regra, não serem devidos
honorários advocatícios sucumbenciais em sede de liquidação de sentença, sendo cabíveis quando a
liquidação ostentar nítido caráter litigioso. Precedentes.
2. Não há, na compreensão exposta, incompatibilidade com a regra do art. 85, § 1º, do novo CPC, pois
está a liquidação compreendida no cumprimento de sentença, expressamente referido no dispositivo
legal, cabendo, assim, a condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais, quando constatada
litigiosidade.

3. Na espécie, o caráter litigioso da liquidação foi reconhecido pelo eg. Tribunal de Justiça,
justificando-se a condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais,
os quais são majorados no julgamento deste recurso, nos termos do art. 85, § 11, do Código
Processual.

4. Agravo interno a que se nega provimento.

(AgInt no REsp 1900842/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/10/2021, DJe 11/10/2021)

Não é outro o entendimento desta Corte:

(...)

1. O Código de Processo Civil, em seu artigo 85 §1º, dispõe sobre a condenação em honorários
advocatícios estabelecendo as hipóteses em que será devida a sua fixação excluindo desse rol a
Liquidação de Sentença. 1.1. Contudo, em situações excepcionais, a jurisprudência admite a sua
incidência nas hipóteses em que for constatada a litigiosidade da demanda, o que não ocorreu na
situação em tela. Precedentes.

2. No caso em tela, em que pese os argumentos aviados pelo Agravado, na resposta ao pedido de
liquidação de sentença, assim como a existência de perícia contábil, tais circunstâncias, por si só, não
caracterizam a litigiosidade apta a fundamentar a fixação de honorários advocatícios.

3. Recurso conhecido e desprovido.

(Acórdão 1410710, 07007399120228070000, Relator: GISLENE PINHEIRO, 7 ª Turma Cível, data


de julgamento: 23/3/2022, publicado no PJe: 1/4/2022. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

(...)

4. São devidos honorários de sucumbência na liquidação de sentença quando esta assume caráter
nitidamente litigioso.

5. Rejeitou-se a preliminar de intempestividade, conheceu-se parcialmente do apelo como agravo de


instrumento e, na parte conhecida, negou-se-lhe provimento.

(Acórdão 1405472, 07057897120178070001, Relator: SÉRGIO ROCHA, 4 ª Turma Cível, data de


julgamento: 3/3/2022, publicado no DJE: 17/3/2022. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

(...)

1. O § 1º do artigo 85 do CPC/15 dispõe que "São devidos honorários advocatícios na reconvenção,


no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos
interpostos, cumulativamente".

2. Em que pese a norma não tenha inserido a liquidação de sentença dentro das hipóteses em que a
verba honorária é devida, a jurisprudência do c. Superior Tribunal de Justiça, corroborada pela deste
eg. TJDFT, possui entendimento consolidado no sentido de que é cabível a condenação em honorários
na liquidação de sentença, de forma excepcional, apenas quando ela assume nítido caráter de
litigiosidade. Precedentes do c. STJ e do eg. TJDFT.

3. Uma vez que não constatado tenha havido nítido caráter contencioso no feito, com atuação
prolongada dos patronos das partes, inexiste motivo para a fixação excepcional de honorários
sucumbenciais em sede de liquidação de sentença.

4. Apelação conhecida e parcialmente provida.

(Acórdão 1384018, 07204051220218070001, Relator: Robson Teixeira de Freitas, 8 ª Turma Cível,


data de julgamento: 4/11/2021, publicado no DJE: 17/11/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. LIQUIDAÇÃO PROVISÓRIA INDIVIDUAL DE SENTENÇA


COLETIVA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. CÉDULA RURAL. LITIGIOSIDADE.
SUCESSIVOS RECURSOS E PETIÇÕES. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE
SUCUMBÊNCIA. POSSIBILIDADE. Conforme entendimento jurisprudencial, é admitida a fixação
de honorários advocatícios na fase de liquidação de sentença por arbitramento, de maneira
excepcional, quando evidenciada a litigiosidade no procedimento. Optando a instituição financeira
condenada, no ambiente de liquidação de sentença, pela formulação de manifestação com a veiculação
de defesas indiretas visando, inclusive, a extinção da pretensão, e em restando sucumbente em suas
alegações, a verba honorária que lhe deve ser imposta deve ter como base de cálculo o montante
apurado, consoante recomenda o artigo 85, § 2º, do Código de Processo Civil, pois condizente com a
marcha processual e com a postura assumida, inclusive porque, na fase executiva, poderá safar-se de
nova incidência de verba honorária. Precedentes.

(Acórdão 1388797, 07269518620218070000, Relator: ESDRAS NEVES, 6 ª Turma Cível, data de


julgamento: 24/11/2021, publicado no DJE: 7/12/2021. Pág.: Sem Página Cadastrada.)

Na hipótese dos autos, trata-se de liquidação provisória de sentença coletiva, ajuizada em 29/10/2020,
em que os autores alegavam fazer jus à devolução do percentual cobrado a maior nas operações de
crédito rural, nos termos da ACP n. 0008465-28.1994.4.01.3400. Citado, o Banco réu apresentou
contestação em ID 34195925, alegando preliminares de ausência de interesse de agir e incompetência
do juízo, bem como defendeu a existência de litisconsórcio passivo necessário com a União e o
BACEN e requereu a realização de perícia contábil, entre outros argumentos (ID 34195925).

Em réplica, os autores impugnaram as alegações da instituição financeira, insistindo na realização da


perícia contábil (ID 34195933).

Afastadas as preliminares, foi determinada a realização da perícia técnica (ID 34195934).

Como visto, o expertdo juízo entendeu pela ausência de diferenças a pagar, sem que houvesse
impugnação das partes, levando à extinção do feito com resolução do mérito, em 08/02/2022.
Denota-se, portanto, a litigiosidade capaz de prolongar a atuação contenciosa dos patronos. Além do
trâmite processual de aproximadamente dois anos, observa-se que, em réplica, os autores insistiram no
prosseguimento da demanda, levando à nomeação de perito contábil e à elaboração do respectivo
laudo, concluindo pela inexistência de valores a pagar.

No tocante às alegações dos apelantes no sentido de que a instituição financeira deu causa ao
ajuizamento da demanda, por não ter apresentado os “relatórios XER 712”, observa-se a resposta do
perito judicial (ID 34195991):

02) Poderia o Ilmo. Perito informar se o Banco Réu juntou as microfilmagens da época,
correspondentes aos slips/relatórios XER 712 requeridos na inicial, bem como, cópia da Cédula de
Crédito Rural objeto da presente demanda?

Resposta: Não foram encontrados tais documentos nos autos juntados pelo réu. Foram anexados os
Demonstrativos de Conta Vinculada que dão substrato material para os achados periciais.

Ademais, consoante destacado na r. sentença, os contratos dos autores JOSÉ ANTÔNIO e WALTER
EVANGELISTA foram liquidados anteriormente a março de 1990 e o contrato de ÂNGELA MARIA
não havia sido adimplido. In verbis (ID 34195991):

3.4.1. Constata-se que as operações de crédito 87/40320-X contratadas por José Antônio Ermínio
Afonso e 87/60007-2, 87/60009-9 adquiridas pelo autor Walter Evangelista dos Santos foram
liquidadas em 11/08/1987, ou seja, anterior a março/1990.

(...)

3.6. Assim, a respectiva tabela citada acima reproduz o contrato na íntegra (dados extraídos dos
autos). Todavia, não há correção para o março/1990 e abril/1990, logo, sem apuração de diferença de
índices, conforme demonstrado na tabela anexa “1 - Apuração de Valores - Contrato 87/40096-0”, em
virtude do mesmo encontrar-se em inadimplemento, com transferência do valor devido para a
operação 90/00023-4, bem como o não atendimento ao ERESP 1319232 / DF, ou seja, inexistem
valores pagos (amortizado) por parte do autor. 3.6.1. Sendo assim, extrai-se da tabela anexa “1 -
Apuração de Valores - Contrato 87/40096-0 que o referido contrato não contou com a indexação aos
índices da caderneta de poupança. Posto isto, não há saldo pago a maior para o contrato entabulado
entre as partes.

Nesse contexto, também pelo princípio da causalidade, é correta a responsabilização dos autores pelo
ônus sucumbencial.

Por fim, nos termos do art. 85, § 3º, do Código de Processo Civil, os honorários advocatícios devem
ter como parâmetro os critérios estabelecidos no § 2º – quais sejam, o grau de zelo profissional, o
lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da causa e o trabalho realizado pelo
advogado, bem como o tempo exigido para o seu serviço.

Na hipótese, o arbitramento dos honorários mediante juízo de equidade no importe de R$ 2.000,00 se


mostra razoável e adequado, nos termos do §8º do art. 85 do diploma processual.
Diante do exposto, conheço e NEGO PROVIMENTOao recurso.

Em virtude da sucumbência recursal, majoro os honorários recursais devidos pelos apelantes para R$
2.300,00.

É como voto.

O Senhor Desembargador HECTOR VALVERDE SANTANNA - 1º Vogal


Com o relator
A Senhora Desembargadora SANDRA REVES - 2º Vogal
Com o relator

DECISÃO

CONHECIDO. DESPROVIDO. UNÂNIME.

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