Lean - 2020 Impo
Lean - 2020 Impo
Lean - 2020 Impo
São Cristóvão/SE
2020
MAYANA CHAGAS CARVALHO
São Cristóvão-SE
2020
Engenharia civil é sobre utilizar a criatividade
para resolver, não para sonhar.
(Charles Chaplin).
À minha família,
aos meus amigos e
aos meus professores.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
In view of the changes in the Brazilian market resulting mainly from the uncertainties caused
by the political-economic scenario, the great environmental problems and the instabilities
inherent to the globalization process, the interest in process improvements as a competitive
strategy among several sectors of the economy grows. In this sense, to assist the measurement
and control of organizational processes, many maturity models (MM) have been developed
and applied as a management tool, including in the Architecture, Engineering and
Construction Industry (AEC). In the literature, some of the models for the construction
industry already analyze Green, Lean Construction (LC) and the Building Information Model
(BIM) separately or two by two, but there are few studies that relate the three concepts. The
objective of this research was to propose a model for measuring organizational maturity for
AEC companies that includes principles of these concepts in the design phase. In terms of
method, a bibliographic and systematic review of the literature was first carried out on the
concepts of Green, Lean and BIM and maturity matrix, seeking to investigate the application
of these concepts to the design phase, which models exist, their characteristics and
applications. Then, based on the Construction Industry Macro Maturity Model (CIM3),
developed by Willis and Rankin in 2012, the main structure of the proposed matrix was
elaborated, composed of two questionnaires, which after validation, were applied with
specialists in the areas and professionals representing companies accredited to the Brazilian
Habitat Quality and Productivity Program (PBQP-H) who work in Sergipe. The results found
showed that, in general, the proposed matrix proved to be effective and easy to apply, but with
the need for adjustments to better portray the maturity of the design phase. As a result of the
application of the matrix, it was concluded that most of the companies studied are in the
transition stage with a variation of 50% to 75% of the maturity level, and that the planning
and retrofit and deconstruction steps were the ones that presented lower indexes.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15
1.1 Justificativa ...................................................................................................................... 17
1.2 Problema de pesquisa ...................................................................................................... 17
1.3 Pressuposto....................................................................................................................... 17
1.4 Objetivos........................................................................................................................... 18
1.4.1 Objetivo geral.................................................................................................................. 18
1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 18
1.5 Limitações ........................................................................................................................ 18
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................... 19
2.1 O estudo do ciclo de vida de um empreendimento ....................................................... 19
2.2 A gestão do processo de projeto ..................................................................................... 22
2.3 Descrição dos conceitos ................................................................................................... 27
2.3.1 Princípios Green (Sustentabilidade) ............................................................................... 27
2.3.2 Princípios Lean Construction ......................................................................................... 30
2.3.3 Diretrizes/Conceito BIM ................................................................................................. 32
2.4 Matriz de Maturidade ..................................................................................................... 34
2.4.1 Matriz de Maturidade aplicada ao Green ...................................................................... 39
2.4.2 Matriz de Maturidade aplicada ao Lean ........................................................................ 40
2.4.3 Matriz de Maturidade aplicada ao BIM ......................................................................... 43
2.4.4 Matriz de Maturidade envolvendo a combinação dos conceitos .................................... 47
2.5 O estudo da sinergia entre os três conceitos .................................................................. 48
3 MÉTODO DE PESQUISA .................................................................................................. 53
3.1 Enquadramento metodológico ....................................................................................... 53
3.2 Delineamento da pesquisa............................................................................................... 54
3.3 Descrição das fases da pesquisa ..................................................................................... 56
3.3.1 Pesquisa bibliográfica .................................................................................................... 56
a) MSL sobre matriz de maturidade Green, Lean e BIM .................................................... 57
b) MSL sobre aplicação de conceitos Green, Lean e BIM à fase de projeto ...................... 62
3.3.2 Proposição da matriz de maturidade .............................................................................. 65
a) Construção da matriz de maturidade (Framework) ............................................................ 65
b) Elaboração dos questionários.............................................................................................. 69
c) Aplicação da matriz em múltiplos estudos de casos ............................................................ 72
d) Análise e discussão dos resultados ...................................................................................... 73
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 74
4.1 Caracterização Geral ...................................................................................................... 74
4.1.1 Caracterização dos especialistas .................................................................................... 74
a) Identificação ......................................................................................................................... 74
b) Conhecimento prévio............................................................................................................ 74
4.1.2 Caracterização dos estudos de casos .............................................................................. 77
a) Identificação e dados gerais ................................................................................................ 77
b) Conhecimento prévio............................................................................................................ 79
c) Informações sobre o setor de projetos ................................................................................. 82
4.2 Análise do grau de maturidade ...................................................................................... 85
4.2.1 Análise por empresa ........................................................................................................ 85
4.2.2 Análise comparativa entre as empresas ........................................................................ 102
5 CONCLUSÕES .................................................................................................................. 121
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 124
APÊNDICE A – RELAÇÃO FINAL DOS ARTIGOS SELECIONADOS NO
PRIMEIRO MAPEAMENTO............................................................................................. 133
APÊNDICE B – RELAÇÃO FINAL DE TESES E DISSERTAÇÕES SELECIONADAS
NO SEGUNDO MAPEAMENTO....................................................................................... 138
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO A: ESPECIALISTAS .............................................. 145
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO B: ORGANIZAÇÕES ............................................. 149
APÊNDICE E – RESULTADOS DAS PRÁTICAS-CHAVES POR EMPRESA .......... 161
LISTA DE FIGURAS
conversão e de fluxo, visando maximizar as atividades que agregam valor para seus clientes
internos e/ou externos (KOSKELA, 1992).
Para Nesensohn (2017), a incorporação desses princípios em uma organização é um
desafio e que, diante das transformações, cada vez mais aceleradas, é importante avaliar o
estado atual do processo de aquisição de maturidade para orientar e dar suporte à
implementação de estratégia de mudanças. Koskela (1992) orienta que a melhoria básica seja
a partir do estudo de aspectos relevantes para a gestão da produção, de modo a definir os
processos, medi-los, localizá-los e priorizar o potencial dessa melhoria para que a mesma seja
implantada e tenha seu progresso monitorado.
Por sua vez, a utilização do Building Information Model (BIM) tanto permite a
realização quanto facilita a visualização desse monitoramento do processo. Além disso, é um
facilitador para a integração entre as premissas Green e os princípios do LC (AHUJA;
SAWHNEY; ARIF, 2010). Dentre as definições difundidas, o BIM pode ser entendido como
um conjunto de políticas, processos e tecnologias que geram um procedimento metodológico
para gerenciar de forma integrada e digital o projeto de construção e seus dados em todo o
ciclo de vida do edifício (PENTTILÄ, 2006;SUCCAR; SHER; WILLIAMS, 2012).
Conforme Eastman et al. (2014), o BIM é uma tecnologia de modelagem e envolve
um conjunto de processos associados com a finalidade de produzir, comunicar e analisar
modelos voltados para a construção. Quando esse entendimento está associado à matriz de
maturidade, consiste em uma ferramenta de conhecimento abrangente que permite auxiliar
indivíduos, organizações e outros arranjos no planejamento, realização e avaliação de etapas
de desempenho do BIM (SUCCAR, 2016).
Separadamente, estas são filosofias ou tecnologias para auxiliar a gestão de processos
e/ou de produtos, constituindo-se em áreas acadêmicas investigadas por diversos
pesquisadores. Saieg et al. (2018) defendem que o BIM e a LC, quando utilizados de forma
sistêmica e integrada, contribuem para minimizar possíveis impactos ambientais que o
produto a ser elaborado pode causar à sustentabilidade do ambiente e melhorar a
produtividade das equipes de produção. Desta forma, a presente pesquisa propôs uma matriz
de maturidade que contempla o Green, o LC e o BIM, a partir da revisão da literatura e de um
mapeamento sistemático dos principais aspectos relacionados aos temas pesquisados e da
relação entre os conceitos abordados.
17
1.1 Justificativa
1.3 Pressuposto
1.4 Objetivos
1.5 Limitações
Com base nas fases do ciclo de vida do empreendimento, esta pesquisa limitou-se: ao
detalhamento da fase de projeto na etapa de pré-obra e sua aplicação e do nível 3 da matriz
proposta; e a empresas credenciadas ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no
Habitat (PBQP-H) que atuam em Sergipe. O tamanho da amostra pesquisada também se
tornou uma limitação para a validação estatística.
Além disso, dentro de um cenário com constantes mudanças tecnológicas e
organizacionais e por se tratar de uma ferramenta de gestão, a estrutura da matriz pode e deve
passar por readequações e/ou atualizações periodicamente.
É importante destacar que a revisão bibliográfica foi proposta na forma de uma revisão
sistemática da literatura (RSL), conforme a prática desse tipo de revisão na área de gestão e
economia da construção, incorporando as referências identificadas na pesquisa bibliométrica
realizada e que compuseram o portfólio com o mapeamento sistemático da literatura (MSL)
para os temas pesquisados.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
1
Período de tempo efetivo em que um edifício e/ou seus sistemas atendem aos requisitos de desempenho para os
quais foram projetados e construídos, considerando a realização do processo de manutenção periódica (ABNT,
2013).
20
Hammarlud e Josephson (1992 apud Melhado, 1994, p.70) corroboram com essas
antecipações das decisões, pois contribuem para a redução de falhas na edificação (Figura 3).
Assim, apesar de possuir um custo acumulado de produção baixo, as etapas iniciais possuem
um menor custo associados às alterações quando comparada com as fases de obra e pós-obra.
21
produto, mas impacta sobre o tempo total despendido no projeto e na sua qualidade, que se
estiver de acordo, gera valor ao satisfazer as necessidades do cliente (Quadro 1).
2
A terceirização consiste na contratação de pessoas físicas ou jurídicas para a execução de partes, etapas ou
sistemas perfeitamente definidos (SERRA; FRANCO, 2001).
24
É nesse sentido que a utilização das ferramentas BIM, desde o início da concepção do
projeto, vem auxiliar a gestão desse processo, pois possibilita o trabalho colaborativo, a
associação de informações ao modelo, a realização de simulações e análises prévias à
execução da construção, potencializando a minimização de retrabalhos, desperdícios e custo,
além de facilitar o planejamento, controle e acompanhamento, tanto na fase de projeto quanto
na fase de execução (EASTMAN et al., 2014).
Na literatura, não existe um consenso em relação às etapas que compõe a fase de
projeto. Para Silva e Souza (2003), esta fase é composta por oito etapas: planejamento do
empreendimento a ser desenvolvido; concepção do produto; desenvolvimento do produto;
entrega final de projeto; acompanhamento técnico da obra; coleta de dados e elaboração do
projeto de as built3; elaboração de documentos do manual de uso e manutenção; e avaliação
da satisfação do cliente final e de pós-ocupação.
Já a Norma Brasileira Registrada (NBR) 16636-2, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) (2017), divide em duas fases: preparação, que contempla as etapas de
levantamento das informações preliminares (LV-PRE), programa geral de necessidades
(PGN), estudo de viabilidade do empreendimento (EVE) e levantamento de informações
técnicas específicas (LVIT-ARQ); e a etapa de elaboração, compreendendo o estudo de
viabilidade de arquitetura (EV-ARQ), o estudo preliminar arquitetônico (AP-ARQ),
3
Termo utilizado para se referir a um projeto como construído.
25
Figura 6. Estrutura conceitual da gestão do processo de projeto colaborativo com o uso do BIM
A construção sustentável pode ser definida como uma edificação projetada, construída
e usufruída com base em uma gestão responsável de todo o ciclo de vida e que leva em
consideração, principalmente, o uso eficiente dos recursos, a degradação ambiental e a criação
de ambientes saudáveis (KIBERT, 1994; PINHEIRO, 2006). Kibert (1994) defende que estes
critérios sustentáveis sejam adicionados aos critérios tradicionais de construção, como
desempenho, qualidade e custo. Desta forma, segundo o autor, seis princípios devem nortear a
construção sustentável, sendo:
observar que a maioria dos aspectos relacionados, está associada às decisões tomadas nas
fases iniciais do ciclo de vida de uma edificação, o que engloba a fase de projeto.
Além disso, percebe-se que alguns desses aspectos considerados também possuem
relação com outros temas, como: arquitetura bioclimática, que considera premissas e soluções
projetuais respeitando, por exemplo, as condições climáticas locais, a relação com o entorno,
os recursos disponíveis na natureza, a eficiência energética da edificação e o atendimento aos
níveis de conforto para os usuários utilizando técnicas passivas; NBR 15575 (ABNT, 2013),
quando aborda a questão do atendimento mínimo aos requisitos de durabilidade,
manutenibilidade, adequações ambientais, conforto térmico, acústico, lumínico, dentre outros;
e do Lean Construction, que busca o aumento da geração de valor através do atendimento às
necessidades dos clientes, a redução de perdas e desperdícios através da otimização do
processo e uso eficiente dos recursos, entre outras relações. Este último tema será mais
aprofundado a seguir.
• Superprodução.
• Transporte.
• Processamento em si.
• Movimentação.
• Estoque.
• Defeitos.
• Espera.
• Making-do.5
4
Automação com um toque humano (SHINGO, 1984).
5
São perdas relacionadas ao improviso, na qual a atividade é iniciada ou continuada, mesmo sem ter todos os
recursos necessários para sua execução (KOSKELA, 2004).
31
Dentre as ideias principais que envolve o LC, destacam-se: o Just in time (JIT),
baseado no método de controle da produção puxada, busca a redução e/ou eliminação de
estoques e perdas através da melhoria contínua das operações, equipamentos e processos; e o
Total Quality Control (TQC), que surge da necessidade de controlar a qualidade dos
processos e operações em todos os setores da empresa, visando agregar valor aos clientes
internos e externos (KOSKELA, 1992). Bugdol et al. (2020), em seus estudos, confirmaram a
premissa de que o sistema de gestão da qualidade pode auxiliar o processo de implementação
do Lean.
Idealizada por Koskela (1992), a filosofia do LC é formada por onze princípios, sendo:
6
Para Santos, Powell e Hinks (2001), é um processo de transmissão de conhecimento baseado em práticas
produtivas do mercado.
32
caminhos de interação com as teorias, ou seja, antes de ser meio (ferramenta) é também uma
teoria.
Para Hamdi e Leite (2012), a integração do Lean com BIM apresenta oportunidades de
melhoria, porém traz muitos desafios para a implementação. Além disso, os autores defendem
que mesmo o BIM sendo uma ferramenta de suporte e o Lean processos gerenciais, as
interações são bidirecionais. Mollasalehi et al. (2018) acreditam que aplicação de novas
abordagens inovadoras e tecnológicas, como a interação desses dois conceitos, tem
contribuído para melhorar a produtividade do projeto e o desempenho da indústria da
construção.
Muitas dessas dimensões estão associadas a usos específicos. Dentre os principais usos
do BIM para a fase de projeto pode-se destacar: análise do terreno, através da realização de
estudos de massa; projetos de autoria; revisão de projeto; análise estrutural, de iluminação,
energética, dentre outras; avaliação de sustentabilidade; verificação de normas e legislação; e
coordenação 3D (PEN STATE, 2019). A aplicação desses usos varia conforme a necessidade
da empresa e requer processos e fluxos de trabalhos bem definidos, trazendo muitos
benefícios.
De modo geral, a adoção do BIM se apresenta como ganho na realização não só de
projetos idealizados da fase inicial, mas para todo o ciclo da edificação, onde a análise de
todos os dados existentes e fatores de determinada importância devem ser considerados. Para
Pereira e Amorim (2016), o BIM facilita a compreensão da edificação e fornecem dados, de
modo a evitar equívocos e retrabalhos.
Além disso, seus benefícios e usos podem ser potencializados com a associação de
novas ferramentas e tecnologias, como realidade aumentada (RA), realidade virtual (RV),
laser scannig, Internet of Things (IoT), blockchains, big data, inteligência artificial, dentre
outras. Worawan e Motamedi (2019), por exemplo, propuseram um método para integrar a
visualização automatizada de dados ambientais (temperatura do ar interno, umidade e nível de
luz) referentes às condições do ambiente interno através da utilização de sensores com um
sistema de RV.
É notório que o BIM acelera os processos de decisões que precisam ser tomadas, não
apenas relacionadas aos detalhes construtivos e especificações de um determinado projeto,
mas também sobre os métodos construtivos que serão utilizados (CBIC, 2016; PEREIRA;
AMORIM, 2016). Sendo assim, apesar de não ser uma prática comumente adotada entre
34
7
A implantação remete ao processo inicial de adoção do BIM.
8
A implementação se refere a continuidade do processo de adoção do BIM.
35
Quando comparada com outros setores industriais, observa-se que a CC não evoluiu
com a mesma velocidade e que ainda existem muitos erros de qualidade levando à retrabalhos
(KNOTTEN et al., 2015). Além disso, a CC é dotada de características peculiares, em que
muitos de seus problemas podem estar associados à má gestão da fase de projetos, falta de
planejamento e investimento em seus processos construtivos, de profissionais qualificados,
conservadorismo do setor (BALLARD; KOSKELA, 1998).
Nesse contexto, pesquisadores e profissionais da indústria há muito tempo se esforçam
para encontrar maneiras de medir e melhorar o desempenho na construção, onde a maioria das
iniciativas levou ao desenvolvimento e uso de estruturas e modelos de medição com foco nos
níveis organizacional e de projeto (WILLIS; RANKIN, 2012). Verifica-se que essas maneiras
de medir ou melhorar o desempenho recebem diversas denominações, como framework,
matriz, modelo, ferramenta, instrumentos, dentre outros (CARVALHO; SANTOS, 2019).
Willis e Rankin (2012) desenvolveram o Construction Industry Macro Maturity Model
(CIM3), um modelo de maturidade voltado para a CC. Para esses autores, os principais
objetivos desse modelo consistiram na modelagem da maturidade do setor em um nível macro
para fornecer indicadores de desempenho, no fornecimento de um contexto no qual interpretar
o desempenho do projeto, na possibilidade de realizar comparações entre diferentes
localidades e no direcionamento em relação às iniciativas de melhoria no setor (WILLIS;
RANKIN, 2012).
Para conseguir alcançar esses objetivos, o CIM3 determina a capacidade da indústria
com relação a um conjunto de práticas-chave (KC). O modelo agrupa as principais KC
encontradas de acordo com as principais áreas de atuação (KPA) que estão relacionadas com
as metas de desempenho do setor, determina a importância relativa percebida das principais
37
práticas em relação ao desempenho de seus KPAs e, por fim, determina a importância relativa
percebida dos KPAs em relação ao desempenho geral do setor (WILLIS; RANKIN, 2012). A
visão geral do modelo é apresentada na Figura 8.
Segundo Willis e Rankin (2012), a lógica básica utilizada para entender a maturidade
parte do princípio de que a prática-chave é uma forma ou abordagem utilizada para alcançar
um objetivo específico, que por vez, é avaliada para determinar a capacidade em relação a ela
mesma e, em seguida, é transformada em um nível de maturidade (Figura 9).
Essas práticas-chaves estão associadas a três níveis de capacidades que refletem uma
progressão em relação ao seu nível de uso (Figura 10). A presença de uma capacidade é
determinada com base na existência de indicadores e cada capacidade pode ser vista como um
“limite de uso”.
38
A seguir, encontra-se uma revisão das matrizes aplicadas aos conceitos utilizados
neste trabalho.
39
processo. De acordo com os autores, isso acontece quando a inovação é descontínua, caso da
LC, pois exige uma mudança no comportamento e nem sempre essa mudança é simples.
Porém, embora existam dificuldades durante esse processo de adoção, deve-se buscar
compreendê-las, a fim de desenvolver estratégias para removê-las.
9
Como nos certificamos de que estamos no caminho certo.
10
Busca do apoio prévio e do consentimento informal das pessoas envolvidas antes que uma decisão formal seja
tomada.
42
que combina a avaliação de maturidade de capacidade Lean com Lean nemawashi11 entre
líderes corporativos para determinar os objetivos estratégicos para a implantação do Lean na
organização. Assim, na visão dos autores, para que as organizações consigam adotar o Lean
de forma eficiente, é necessário ter um processo de priorização e planejamento objetivos para
direcionar a atuação dos líderes. Conforme citado anteriormente, a matriz de maturidade pode
ser apresentada na forma de níveis. Deste modo, as fases componentes de um processo podem
ser priorizadas segundo níveis hierárquicos.
Nessa temática, Nesensohn et al. (2013) realizaram um levantamento de dados com 11
(onze) especialistas distribuídos em seis países, buscando explorar os benefícios de associar o
Lean com Modelos de Maturidade (MM). Dentre os resultados, os autores identificaram que
alguns entrevistados já utilizavam MM e introduziram uma estrutura de atributos para a
maturidade LC. Com esses resultados, Nesensohn et al. (2014, 2015a e 2016) construíram
uma metodologia para o desenvolvimento teórico de um modelo de maturidade para a
construção enxuta (LCMM).
Em outra pesquisa, Nesensohn et al. (2015b) realizaram dois mapeamentos
sistemáticos utilizando maturidade como palavra-chave e, em ambos, os resultados
apresentaram um crescimento em relação ao número de publicações. Porém, ao realizarem um
terceiro mapeamento utilizando como palavras-chave construção e gerenciamento,
constataram que o crescimento de publicações em construção não acompanhou o de
gerenciamento.
Ainda nesse contexto de hierarquização, Sainath, Varghese e Raghavan (2018)
propuseram em seu artigo uma estrutura para avaliar a maturidade das organizações em
relação ao LC, através da aplicação de uma matriz multidimensional. Sendo assim, baseado
nos modelos de maturidade desenvolvidos por Nesensohn et al. (2014, 2015 e 2017),
Donovan (2015), e o Departamento de Transporte do Reino Unido, os autores delimitaram
que o conceito de gestão do LC deve abranger a manifestação física (baseada na atividade),
comportamental (baseada na cultura) e estratégica (a longo prazo).
Torna-se importante também relatar exemplos de aplicações de matriz de maturidade
com o BIM.
11
Construção do consenso.
43
1 Baixo padrão
2 Certificado BIM
BIM proficiency Usado para avaliar a habilidade de
3 Prata IU (2019b)
matrix profissional com o BIM
4 Ouro
5 Ideal
Legenda: Não identificado pela pesquisadora (-)
Fonte: Autora (2019).
Succar (2009) é um dos principais autores que são referenciados em relação ao tema.
O autor desenvolveu o BIM framework, um dos primeiros quadros conceituais que contempla
maturidade BIM. Para entender seus estágios, é importante ter uma visão geral da estrutura,
composta por um modelo tri-axial que abrange: campos de identificação de atividades
dominantes, estágios de maturidade e lentes.
No primeiro eixo, campos de identificação de atividades dominantes, seus campos de
atividades envolvem: tecnologia, que agrupa um grupo de profissionais responsáveis pela
44
Conforme Succar (2009), a maturidade BIM dentro das organizações envolve uma
série de estágios, formados por passos, que devem ser implementados de forma gradual e
consecutiva pelos stakeholders. O que difere os estágios dos passos são os tipos de mudanças;
no primeiro estas são consideradas transformacionais ou radicais e no segundo, incrementais.
Assim, diante dessas interações, o autor dividiu o ciclo de vida do projeto em três fases:
projeto, construção e operação.
No terceiro eixo, são abordadas as lentes que correspondem às camadas de análises ou
visualizações do conhecimento, podendo ser classificadas em: disciplinares, que são utilizadas
para identificar as competências individuais, mesurar o desempenho e classificar os sistemas;
de escopo, para definir escalas organizacionais e os níveis de avaliação; e conceituais, para
definir as relações entre conceitos. Desta forma, Succar (2009) construiu um mapa conceitual
dos conjuntos de competências interligando esses três eixos (Figura 14).
46
Succar (2010) recomenda ainda que a aplicação da matriz seja: liderada por alguém
dentro da empresa com maior experiência nas ferramentas BIM, conhecimento dos fluxos e
procedimentos de trabalho e com visão dos sistemas e da cultura da organização; uma
atividade em grupo; e com o tempo aproximado de 60 a 90 minutos.
Nos artigos analisados no MSL não foram encontrados modelos de maturidade Lean-
Green. Quanto ao que relacionam o Green e o BIM observou-se que as matrizes pesquisadas,
em sua maioria, inserem a visão da sustentabilidade nos modelos de maturidade BIM.
Em se tratando dos modelos de maturidade Lean-BIM, estes buscam incorporar os
princípios Lean com a utilização do BIM (Quadro 7).
stakeholders para definir os usos do BIM e as ferramentas lean. Como resultados, perceberam
que há uma necessidade de mudança interna na organização; a condução do processo precisa
ser maximizada; e os contratos existentes precisam ser adaptados para oferecer suporte ao
BIM e Lean.
Já Hamdi e Leite (2012) buscaram identificar os aspectos que relacione os dois
conceitos na fase de construção e sob a visão do contratante através da aplicação da matriz
proposta por Sacks et al. (2010), que aborda as interações Lean e BIM, e do National
Building Information Modeling Standard (NBIMS) (2007), voltada para o BIM, em um
estudo de caso. Inicialmente, os autores identificaram as áreas de melhorias, com base na
primeira matriz de interação, e em seguida, mediram o nível de maturidade BIM, com a
segunda matriz. Como conclusões, observou-se que o nível de maturidade do BIM influencia
o resultado da implantação dos processos Lean e as habilidades e o nível de especialização
dos envolvidos são essenciais para otimizar o uso das funcionalidades BIM que atendem aos
princípios Lean.
Figura 16. Estrutura conceitual baseada em BIM para a integração do Lean e do Green
Assim, para sintetizar seus resultados, os autores destacaram as três ferramentas BIM
que permitem estabelecer uma sinergia com o Lean e o Green, sendo estas: simulação 4D,
análise estrutural e opções de projeto (Figura 17).
50
Para Fernandez-Solís e Mutis (2010), a associação BIM, Lean e Green permite uma
prototipagem rápida do projeto e da construção, integrando desenhos, especificações e
fabricação em um ambiente que emprega o benchmarking entre as melhores práticas
sustentáveis e princípios enxutos.
Dantas Filho, Cândido e Barros Neto (2016) afirmam ter realizado uma revisão
sistemática da literatura (RLS) envolvendo os três conceitos. Como resultado, os autores
apresentaram uma versão contraída de um framework (Figura 18) relacionando os campos
BIM propostos por Succar (2012).
51
Além disso, Dantas Filho, Cândido e Barros Neto (2016) construíram uma rede de
integração conceitual com as associações predominantes, em que quatro categorias estão
associadas ao LC e BIM e duas, ao BIM (Figura 19).
Saieg et al. (2018), após análise de pesquisas que buscam essa sinergia dos conceitos,
concluíram que a aplicação sistemática e integrada do BIM e LC, além de melhorar a
produtividade, potencializam o alívio de pressões por práticas sustentáveis. Entretanto, os
52
autores acreditam que, para a indústria da construção conseguir alcançar patamares elevados,
é necessário investir na gestão do conhecimento através de uma educação holística,
envolvendo treinamento, pesquisa e inovação, de modo a construir ou aperfeiçoar as
habilidades técnicas, tecnológicas e soft.
Desta forma, dentre outras recomendações de trabalhos futuros, Saieg et al. (2018)
percebem a necessidade de analisar as interações desses conceitos, visando a implementação
de um sistema expansível baseado em indicadores para apoiar a tomada de decisões de projeto
e a entrada de ponderações pelo usuário, considerando o que agrega valor ao cliente. É nesse
sentido que a matriz de maturidade se encaixa como uma ferramenta de autoavaliação e
gestão das etapas que compõem o ciclo de vida do empreendimento.
53
3 MÉTODO DE PESQUISA
Presta especial atenção para refletir os resultados empíricos para a teoria. Baseado
nessas características, tem-se, na Figura 20, um esquema dos elementos centrais da pesquisa.
Figura 20. Esquema dos elementos centrais da pesquisa contemplando o paradigma construtivista
.
56
Da aplicação dos critérios de pesquisa apoiado nos grupos de palavras-chave por base
de dados, a busca inicial resultou em um total de 948 artigos (Figura 24). Assim, identificadas
as publicações, todos os dados foram exportados do software EndNote® para o Excel®, onde
foram codificadas, para extração e análise de informações, como: ano de publicação, meio de
publicação, autor(es), país da instituição que representa(m) e categorias da pesquisa.
Para a seleção dos artigos, foram realizadas três triagens: a primeira, com o auxílio do
software EndNote®, em que se verificou quais os artigos estavam duplicados por grupo; a
segunda, consistiu na verificação da duplicidade entre grupos; e a terceira, uma leitura
dinâmica dos títulos, resumos, palavras-chave e, em alguns casos, publicações completas,
para categorizar e excluir os artigos sem relação direta com o tema (Figura 24).
59
A seleção final resultou em 123 trabalhos relevantes relacionados aos dois primeiros
níveis de combinações, não sendo encontrados trabalhos que abordassem modelos de
maturidade relacionando os três temas. Desse total, N1 (GP1, GP2 e GP3) e N2 (GP4, GP5 e
GP6) apresentaram, respectivamente, 101 e 12 trabalhos. Assim, um dos primeiros pontos a
serem analisados consistiu na evolução temporal das publicações. Conforme exposto na
Figura 25, é possível notar que durante o período de 2008 a 2020, houve um crescimento do
número de publicações na área, considerando o ano de 2020 ainda não concluído e com
buscas até novembro de 2020.
Outros - 82 75,9
Quanto aos autores com maior número de publicação (Quadro 12), destacaram-se:
Chen, Cox, Nesenshon, Bryde e Succar. Sob o ponto de vista das linhas de pesquisa
desenvolvidas por estes autores, Chen, Cox e Succar publicam muitas pesquisas relacionadas
ao BIM, e Nesenshon e Bryde, ao Lean, entretanto, todos fazem alguma associação em
diferentes estágios, com o Green.
61
• (1) “projeto”;
• (2) “lean” OR “lean construction” OR “pensamento enxuto” OR “mentalidade
enxuta” OR “construção enxuta”;
• (3) “building information model” OR “building information modelling” OR
“modelagem da informação da construção” e
• (4) “green” OR “sustentabilidade” OR “sustentável”.
Em cada string foi utilizado o termo (1) com o conectivo “AND” e um dos outros três
conjuntos de termos. Diferente do primeiro mapeamento, não houve combinação em pares
entre os termos e foram acrescentadas palavras-chave que remetem ao tema de pesquisa,
resultado do efeito aprendizado e visando ampliar os resultados. Além disso, também não se
utilizou o termo BIM, pois como a base de dados não permite estabelecer critérios, observou-
se que a busca remetia a um repositório institucional.
Ressalta-se que foram aplicados critérios de restrições associados à área de
conhecimento de Arquitetura e Urbanismo, Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo,
Engenharia Civil e Construção Civil e ao período de 2015 a 2020. Entretanto, observou-se
63
que não havia teses e dissertações cadastradas referentes a 2020. Da aplicação dos critérios de
pesquisa, a busca inicial resultou em um total de 851 teses e dissertações.
Para o armazenamento dos dados utilizou-se o Excel®, pois a plataforma ainda não
permite a exportação dos dados e nem todas as teses e dissertações possuíam os arquivos
digitais disponíveis dentro da plataforma, motivo pelo qual se consultou os repertórios da
universidade ou faculdade a que se remetia. A seleção das teses e dissertações foi realizada a
partir uma leitura dinâmica dos títulos, resumos, palavras-chave e em caso de dúvida, da
introdução e conclusão do documento, para categorizar e excluir os trabalhos sem relação
direta com o tema.
O principal parâmetro utilizado para estabelecer a aderência foi a aplicação de
qualquer um dos termos ao projeto de edificações, independentemente do tipo, ou ao processo
de projeto. Por fim, buscou-se extrair das publicações identificadas informações relacionadas
ao ano de publicação, instituições de ensino, programas de pós-graduação (mestrado e
doutorado) e categorias da pesquisa.
Do total de 851 teses e dissertações, foram selecionados 117 trabalhos. Com base na
Figura 5, 2016 foi o ano com maior número de publicações (36) e 2019 o menor (12). Além
disso, 64% foram desenvolvidas em programas de mestrado, 22% de mestrado profissional e
14% de doutorados. Em relação às áreas dos programas, 26% são de arquitetura e urbanismo,
23% de engenharia civil, 7% de dinâmica do espaço habitado, 6% habitação: planejamento e
tecnologia, 5% de arquitetura, 4% de ambiente construído e 29% de outras áreas.
Concluída a etapa de construção dos MSLs, partiu-se para a proposição de uma matriz
de maturidade. Assim, para melhor detalhamento da formulação e a construção da matriz de
maturidade, esta etapa da pesquisa foi subdividida em duas fases: a primeira referente à
construção da matriz de maturidade (framework) e elaboração dos questionários; e a segunda,
à aplicação dos questionários, análise e discussão dos resultados.
A estrutura principal da proposta tem como base a metodologia adotada pelo CIM3,
desenvolvido por Willis e Rankin (2012), porém, contempla a inserção de novos parâmetros
voltados para as fases que envolvem o ciclo de vida do empreendimento. Para o Guia CBIC
(2016), esse ciclo de vida é composto pelas etapas de pré-obra, obra e pós-obra, que juntas são
subdivididas em aproximadamente 14 atividades.
Neste trabalho, essas etapas e atividades foram denominadas, respectivamente, de
macro fases-chave (MFCs) e fases-chave (FCs), conforme Figura 19. Para cada uma dessas
FCs, estabeleceu-se um conjunto de etapas-chaves (ECs) que contém práticas-chave (PCs)
específicas. As PCs é um conjunto de boas práticas e atividades podem ser utilizadas pelas
empresas de AEC para atingir vários objetivos específicos, pois refletem a forma como essas
empresas buscam atingir o desempenho relacionado às ECs.
Sendo assim, optou-se por detalhar a fase de projeto, uma vez que representa uma fase
com maiores chances de redução de custo (MELHADO et al., 2005). Desta forma, com base
nas etapas definidas por Silva e Souza (2003) e Manzione (2013), estabeleceu-se nove etapas-
chave (ECs), sendo estas: planejamento estratégico; planejamento (preparação); concepção
(estudo preliminar); definição e documentação legal (anteprojeto e projeto legal);
desenvolvimento e documentação executiva (projeto executivo e de produção); entrega final
do projeto; acompanhamento técnico da obra e elaboração do as built; acompanhamento
técnico no uso, operação e manutenção e avaliação pós-ocupação (APO); e retrofit ou
desconstrução (Figura 30).
Assim, com base na aplicação dos questionários, foram atribuídos os pesos (P) e as
notas (N) que serviram de parâmetro para determinar o grau de maturidade (Figura 20). Como
esta pesquisa limitou-se apenas ao Nível 3 da matriz, não foram desenvolvidos os
questionários que estabelecem os pesos da FC em relação à MF e da MF (Nível 2) em relação
à Maturidade Final (Nível 1).
O cálculo dos pesos de cada EC e das notas da PC, foram convertidos conforme a base
equivalência da escala Likert identificadas no Quadro 14. É através da determinação dos
pesos que é possível estabelecer o grau de importância da EC dentro da FC, ou seja, quanto
maior o peso mais importante é a EC na perspectiva dos especialistas (Questionário A)
(Apêndice C). Além disso, embora as escalas tenham sido diferentes, utilizou-se a mesma
base de equivalência, pois, da avaliação dos especialistas, buscou-se saber a importância das
ECs e da equipe técnica, bem como a frequência de utilização das PCs.
Assim, com a determinação dos pesos e as notas, a análise da maturidade foi realizada
seguindo as seguintes equações (1, 2 e 3):
∑𝑛
𝑥=𝑖 𝑁𝑥
𝑃𝐶 = (1)
4.𝑛
𝐸𝐶 = 𝑃𝐶𝑖 × 𝑃𝑖 (2)
MFC = ∑𝑛𝑖=1 𝐸𝐶𝑖 (3)
∑𝑛
𝑖=1 𝐹𝐶𝑖 ×𝑃𝑖
MMF = ∑𝑛
(4)
𝑖=1 𝑃𝑖
∑𝑛
𝑖=1 𝑀𝑀𝐹𝑖 ×𝑃𝑖
MM = ∑𝑛
(5)
𝑖=1 𝑃𝑖
• Imaturo (0% ≤ M< 25%), quando não existe aplicações de PCs ou são muito pouco
utilizadas;
• Imaturo (25% ≤ M < 50%), quando as PCs são muito pouco utilizadas, mas já
existe um despertar de consciência para sua aplicação, embora pouco frequente;
• Transição para maduro (75% ≤ M < 100%), as PCs já são utilizadas com sabedoria
e de forma muito frequente; e
Elaborou-se dois tipos de questionários, o primeiro para ser aplicado aos especialistas
na área (Apêndice C – Questionário A) e o segundo, à equipe técnica de gestão de projetos de
empresas de AEC (Apêndice D – Questionário B). Ambos foram estruturados com questões
abertas, para que os entrevistados pudessem responder livremente às perguntas, e questões
fechadas, que envolveram opções de resposta “sim” ou “não” ou em escada de Likert de 1 a 5,
distribuídas em diferentes seções (Figura 33).
Para elaboração das PCs utilizou-se como base os trabalhos que foram identificados
por meio da revisão bibliográfica e sistemática da literatura e separados em categorias,
buscou-se destacar os principais autores utilizados no Quadro 16,. Destaca-se que, para não
repetir no quadro as referências utilizadas, citou-se o autor na maior categoria, assim, se este
estiver na categoria 7, por exemplo, significa que atendem também as categorias de 0 a 6.
71
Após a aprovação pelo CEP, o questionário A foi aplicado a um novo grupo composto
por especialistas que possuem conhecimento do Green, Lean e BIM. Já em relação ao
questionário B, foi aplicado em empresas de AEC e para a definição de uma amostra
representativa, buscou-se delimitar o universo de estudo a empresas que fossem credenciadas
e validadas pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H),
uma “certificação” exigida pelas instituições financeiras para que as empresas possam ter
acesso à financiamentos construtivos e participar dos programas do governo federal. Tal
delimitação partiu da premissa de que as certificações contribuem para a estruturação e
organização dos processos das empresas.
Para ter acesso à relação das empresas avaliadas, utilizou-se o Portal do Ministério do
Desenvolvimento Regional (MDR) referente ao PBQP-H (BRASIL, 2020). Este portal é um
site que permite o acesso livre às informações gerais a respeito do programa e algumas seções
com mecanismos de pesquisas, como por exemplo as das empresas avaliadas que podem ser
filtradas pelo nome, região, estado, nível de avaliação, regimento, situação e organismos de
certificação.
direcionados e aplicados aos profissionais que possuíam alguma relação com o setor de
projetos. Além disso, foram disponibilizados através da Plataforma Google Forms, de modo
online, no período de 28/09/2020 a 28/11/2020.
Por fim, foram analisados e discutidos os resultados obtidos a partir das análises
qualitativas e quantitativas, buscando caracterizar e descrever a percepção dos especialistas e
dos respondentes das empresas pesquisadas, além de identificar o grau de maturidade destas
empresas, utilizando a metodologia proposta.
Deste modo, esta seção foi organizada em: caracterização dos especialistas, onde
foram abordadas as primeiras seções do questionário A, que se refere à identificação e ao
conhecimento prévio; caracterização dos estudos de casos, em que buscou-se abordar as
informações coletadas da seção de 1 (um) a 4 (quatro) do questionário B, que contemplou a
identificação dos respondentes e dados gerais das empresas que representam, seu
conhecimento prévio e as informações referentes ao setor de projeto das empresas; e a análise
do grau de maturidade, dividida em uma análise por empresa e comparativa entre as mesmas.
74
a) Identificação
Além disso, 100% dos especialistas possuem experiência com ensino e pesquisa, 80%
com consultorias e 60% com projetos e construção. Quanto ao estado de atuação, dois atuam
em Sergipe, um no Maranhão, um no Distrito Federal e um em Goiás.
b) Conhecimento prévio
(...) pode ser trabalhado pensando na construtibilidade do projeto, ou seja, no que vai
ser elaborado no projeto que impacta as demais etapas da construção e manutenção
do empreendimento. Ele passa a ser a base para a coordenação dos diversos projetos
envolvidos, de modo a evitar interferências, como também para facilitar a coleta de
informações que sirvam de base para alterações, construção, desmontagem,
operação e manutenção, bem como minimizar erros nessas etapas citadas
(Especialista 1).
Para o Especialista 2, seu uso ajuda “na tomada de decisões mais cedo com mais
informações antecipadas e possibilidade de executar análises mais rápidas e assertivas”. Já o
Especialista 3 citou que “trabalhando mais colaborativamente, tendo como visão o ciclo de
vida completo” e o Especialista 5 comentou que além do trabalho colaborativo, deve ser de
forma “integrada e com gestão da informação”.
Solicitou-se também aos especialistas que citassem três palavras-chaves que
representassem a visão deles sobre os conceitos. A partir dessas respostas formou-se uma
nuvem de palavras-chave (Figura 35) com todos os termos que remetem a essa visão, sendo
“ambiente” e “social” as mais representativas para o Green, “aumento” e “otimização” para o
Lean e “informação” para o BIM.
b) Conhecimento prévio
Já a Empresa E citou que esse conceito pode ser aplicado ao “planejamento de fluxo
operacional, concepção construtiva e especificação de materiais e soluções” e a Empresa G
exemplificou que pode ser utilizado na:
No que diz respeito ao BIM, Empresa B relatou que já estuda e aos poucos vem
implantando o BIM no seu sistema de projetos relacionados ao orçamento, pois aumenta a
eficiência do projetado com o real executado, evitando retrabalhos e a perda de insumos. Para
Empresa D, a utilização do BIM “... antecipa a construção e todos os seus possíveis
imprevistos na fase projetual”. As outras empresas explanaram uma mesma ideia conceitual
que foi resumida pela Empresa F quando retratou que “o BIM abrange todo o
desenvolvimento de um projeto, integrando todas as disciplinas, proporcionando uma elevada
redução nos erros de compatibilidade e aumento da produtividade”.
Também foi solicitado aos respondentes que citassem três palavras-chave que
representaria a visão deles sobre os conceitos. Na Figura 38, observa-se uma nuvem de
palavras-chaves formada a partir dessa visão, sendo “ambiente” a mais representativa para o
Green, “otimização” e “planejamento” para o Lean e “informação” para o BIM. Analisando
comparativamente com a Figura 35, percebeu-se que as palavras-chaves mais citadas, pelos
especialistas, como “ambiente”, “otimização” e “informação”, foram as mesmas para os
respondentes, o que demonstra um alinhamento do que representa os conceitos.
82
Pelos dados coletados do Quadro 22, as Empresas A e C afirmaram que seus projetos e
manuais são terceirizados. Em contrapartida, a Empresa B foi a que mais desenvolve projetos
dentro da própria organização.
Conforme pode ser percebido, uma das maiores dificuldades encontrada em relação à
pandemia está em estabelecer o equilíbrio entre o trabalho home office e a vida social dentro
85
Seguindo a metodologia descrita na seção 3.3.2, a partir dos dados coletados pelo
questionário A, referente às respostas dos cinco especialistas, foram calculadas as médias
aritméticas por etapa-chave, respeitando os valores de equivalência estabelecidos no Quadro
14, e encontrados os resultados referentes ao peso (Quadro 23). Pelos dados encontrados,
pode-se perceber que as etapas mais importantes na visão dos especialistas foram as de
planejamento estratégico, planejamento (preparação), desenvolvimento e documentação
executiva (projeto executivo e de produção) e acompanhamento técnico da obra e elaboração
do as built. Em contrapartida, a de Reforma, Retrofit ou Desconstrução foi a que apresentou o
menor peso.
86
Com base nos dados coletados do questionário B, que foi aplicado a sete empresas,
calculou-se a média relativa (equação 1) e a média ponderada (equação 2), cujo resultado em
percentual se refere ao grau de maturidade para cada empresa. Caso o questionário tivesse
sido aplicado a mais de uma pessoa da mesma empresa, seria necessário calcular primeiro a
média aritmética das notas para cada PC e, em seguida, realizar o mesmo procedimento de
cálculo detalhado para a Empresa A (Quadro 24).
PC4.1.13 2,00
PC4.1.14 4,00
PC4.1.15 0,00
PC4.1.16 1,00
PC4.1.17 3,00
PC4.1.18 2,00
PC4.2.1 2,00
PC4.2.2 2,00
PC4.2.3 2,00
PC4.2.4 2,00
PC4.2.5 1,00
PC4.2.6 3,00
PC4.2.7 2,00
EC4.2 0,46 0,054
PC4.2.8 2,00
PC4.2.9 2,00
PC4.2.10 2,00
PC4.2.11 2,00
PC4.2.12 2,00
PC4.2.13 1,00
PC4.2.14 1,00
PC4.3.1 2,00
PC4.3.2 3,00
PC4.3.3 2,00
EC4.3 0,50 0,056
PC4.3.4 1,00
PC4.3.5 2,00
PC4.3.6 2,00
PC4.4.1 2,00
PC4.4.2 2,00
PC4.4.3 2,00
PC4.4.4 2,00
PC4.4.5 2,00
PC4.4.6 2,00
PC4.4.7 2,00
PC4.4.8 1,00
EC4.4 PC4.4.9 1,00 0,46 0,049
PC4.4.10 2,00
PC4.4.11 2,00
PC4.4.12 2,00
PC4.4.13 2,00
PC4.4.14 2,00
PC4.4.15 2,00
PC4.4.16 2,00
PC4.4.17 2,00
88
PC4.4.18 2,00
PC4.4.19 2,00
PC4.4.20 1,00
PC4.4.21 2,00
PC4.4.22 2,00
PC4.4.23 1,00
PC4.4.24 2,00
PC4.5.1 3,00
PC4.5.2 2,00
PC4.5.3 0,00
EC4.5 PC4.5.4 3,00 0,46 0,054
PC4.5.5 2,00
PC4.5.6 1,00
PC4.5.7 2,00
PC4.6.1 3,00
PC4.6.2 2,00
PC4.6.3 2,00
EC4.6 PC4.6.4 2,00 0,50 0,056
PC4.6.5 2,00
PC4.6.6 2,00
PC4.6.7 1,00
PC4.7.1 2,00
PC4.7.2 3,00
EC4.7 PC4.7.3 2,00 0,50 0,059
PC4.7.4 1,00
PC4.7.5 2,00
PC4.8.1 2,00
PC4.8.2 2,00
EC4.8 0,50 0,053
PC4.8.3 2,00
PC4.8.4 2,00
EC4.9 PC4.9.1 2,00 0,50 0,047
Somatório 0,486
Fonte: Autora (2020).
Realizando essa mesma metodologia para as ECs restantes, foi possível construir um
gráfico que facilita a visualização das médias relativas das notas atribuídas pelo representante
da Empresa A (Figura 40).
𝑀𝐹𝐶 = 0,059 + 0,054 + 0,056 + 0,049 + 0,054 + 0,056 + 0,059 + 0,053 + 0,047 =
0,486
Assim, como só está sendo avaliada apenas uma FC, o resultado obtido em termos
percentuais é o nível de maturidade, que para a Empresa A foi de 49%, ou seja, a FC de
projeto dessa empresa encontra-se no nível de Imaturo (25% ≤ M < 50%), quando as PCs são
muito pouco utilizadas, mas já existe um despertar de consciência para sua aplicação, embora
pouco frequente, conforme Figura 32.
A Figura 41, demonstra os valores referentes à capacidade máxima que poderiam ser
obtidos após a aplicação dos pesos de cada EC e os valores obtidos na Empresa A. Desta
90
forma, com base na análise da amplitude, foi possível verificar que há a possibilidade de
evolução da Empresa A em relação, principalmente, à EC 4.2 - Planejamento (preparação) e à
EC 4.5 - Desenvolvimento e documentação executiva (projeto executivo e de produção). Os
resultados referentes às PCs de cada EC foram organizados no Apêndice E.
Figura 41. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa A
Esse mesmo procedimento de cálculo foi realizado para o restante das empresas
analisadas. Assim, no Apêndice E podem ser observados gráficos da análise dos resultados
por empresa, eu embasada as discussões aqui colocadas. Desta forma, a partir do Quadro 25 é
possível observar o resumo de cálculo para a Empresa B.
Quadro 25. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa B
Média Relativa x
∑ Notas
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 48 0,67 0.078
EC4.2 30 0,54 0.063
EC4.3 14 0,58 0.065
EC4.4 69 0,72 0.076
EC4.5 24 0,86 0.101
EC4.6 23 0,82 0.092
EC4.7 16 0,80 0.094
EC4.8 10 0,63 0.066
EC4.9 3 0,75 0.071
Total 0,706
Fonte: Autora (2020).
91
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa B (Figura 42).
Figura 43. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa B
Quadro 26. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa C
∑ Notas Média Relativa x
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 14 0,19 0,023
EC4.2 19 0,34 0,040
EC4.3 12 0,50 0,056
EC4.4 52 0,54 0,057
EC4.5 21 0,75 0,088
EC4.6 21 0,75 0,084
EC4.7 14 0,70 0,082
EC4.8 12 0,75 0,079
EC4.9 3 0,75 0,071
Total 0,580
Fonte: Autora (2020).
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa C (Figura 44).
93
Figura 45. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa C
Quadro 27. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa D
∑ Notas Média Relativa x
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 14 0,19 0,023
EC4.2 19 0,30 0,036
EC4.3 12 0,67 0,075
EC4.4 52 0,33 0,035
EC4.5 21 0,32 0,038
EC4.6 21 0,75 0,084
EC4.7 14 0,75 0,088
EC4.8 12 0,94 0,099
EC4.9 3 0,00 0,000
Total 0,478
Fonte: Autora (2020).
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa D (Figura 46).
95
Figura 47. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa D
Quadro 28. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa E
Média Relativa x
∑ Notas
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 14 0,33 0,039
EC4.2 19 0,23 0,027
EC4.3 12 0,50 0,056
EC4.4 52 0,28 0,030
EC4.5 21 0,43 0,050
EC4.6 21 0,71 0,080
EC4.7 14 0,50 0,059
EC4.8 12 0,63 0,066
EC4.9 3 0,00 0,000
Total 0,407
Fonte: Autora (2020).
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa E (Figura 48).
97
Figura 49. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa E
Quadro 29. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa F
∑ Notas Média Relativa x
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 14 0,46 0,054
EC4.2 19 0,71 0,084
EC4.3 12 0,58 0,065
EC4.4 52 0,67 0,071
EC4.5 21 0,54 0,063
EC4.6 21 0,96 0,108
EC4.7 14 1,00 0,118
EC4.8 12 0,94 0,099
EC4.9 3 0,50 0,047
Total 0,709
Fonte: Autora (2020).
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa F (Figura 50).
99
Figura 51. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa F
Quadro 30. Resumo de cálculo com base nas notas das PC – Empresa G
∑ Notas Média Relativa x
Etapas-chave Média Relativa Média Ponderada do
Equivalentes da PC
Peso da EC
EC4.1 14 0,63 0,074
EC4.2 19 0.,79 0,092
EC4.3 12 0,63 0,070
EC4.4 52 0,61 0,065
EC4.5 21 0,79 0,092
EC4.6 21 0,71 0,080
EC4.7 14 0,90 0,106
EC4.8 12 0,88 0,093
EC4.9 3 0,50 0,047
Total 0,719
Fonte: Autora (2020).
Com esses resultados, foi elaborado o gráfico das médias relativas das notas atribuídas
pelo representante da Empresa G (Figura 52).
101
Figura 53. Gráfico dos valores de capacidade máxima versus valores da Empresa G
Com base na Figura 57 é possível verificar as notas relativas referente à cada prática-
chave entre todas as empresas participantes. Pode-se perceber que a PC4.1.16 e a PC4.1.18,
foram as que apresentaram menores resultados entre as empresas. A primeira prática está
relacionada com a definição das diretrizes de modelagem, protocolos de colaboração e
intercâmbio de dados, incluindo controle de acesso, e a segunda, com a definição de um
conjunto de templates e famílias paramétricas a serem utilizados pelos projetistas. Ambas
estão relacionadas com a adoção e utilização da metodologia BIM.
Segundo Saieg et al. (2018), a utilização dessa metodologia auxilia na transformação
dos processos de projeto e construção do setor, melhorando a qualidade do projeto e
reduzindo retrabalhos. Entretanto, observou-se que apenas 28,57% (2) das empresas
afirmaram ter iniciado o processo de implantação do BIM e dos 71,43% (5) que não
iniciaram, 40% (3) pretendem iniciar em menos de um ano, o que faz sentido, pois as práticas-
chaves relacionadas ao BIM obtiveram, no geral, as menores notas.
Em contrapartida, a PC4.1.8 que aborda se em cada fase do projeto são utilizados
mecanismos de controle para monitoramento do projeto, foi a que teve o resultado mais
equilibrado entre as empresas. A utilização de mecanismos de controle auxilia na verificação
de todo o processo de projeto e contribuem para a redução de perdas e maximizam a
qualidade da execução dos serviços. Isso está intrinsicamente relacionado aos princípios
Green e Lean, que buscam minimizar o consumo de recursos e reduzir as atividades que não
agregam valor, por exemplo.
106
Analisando as práticas-chaves dessa etapa (Figura 59), percebe-se que a PC4.2.14, que
aborda se as empresas avaliam a interoperabilidade (toca de dados em IFC) entre os softwares
utilizados pelos projetistas, foi a que apresentou menores resultado em termos gerais. Isso
implica que a maioria das empresas ainda não iniciou ou estão no início do processo de
implantação do BIM, o que se pode observar pelos resultados obtidos na primeira parte do
Questionário B (Seção c) em que 28,57% (2) das empresas afirmaram ter iniciado o processo
de implantação do BIM e dos 71,43% (5) que não iniciaram, 40% (3) pretendem iniciar em
menos de um ano.
Já a PC4.2.8, que aborda a realização do estudo de viabilidade técnica, construtiva,
econômica e comercial, foi a que apresentou maior resultado entre as empresas. Essa é uma
das principais atividades para verificar se vale a pena o investimento, pois uma decisão
importante que pode evitar interrupção dos trabalhos em estágios mais avançados dos
processos, seja por falta de recursos financeiros, seja por falta de material, mão de obra
qualificada, dentre outros.
108
Com relação às práticas-chave dessa etapa (Figura 61), a PC4.3.2, que aborda se a
empresa define, desenha e coordena o fluxo de informações e de trabalho entre os agentes
envolvidos (padrões e procedimentos para a geração e troca de informações, elabora manuais
com diretrizes e soluções padronizadas de projeto), foi a que apresentou menores resultados.
Porém, ressalta-se que é importante o gerenciamento desses fluxos de informações, pois além
de auxiliar em tomadas de decisão, evitam atividades desnecessárias e desperdícios. Nessa
perspectiva, pode-se perceber uma relação dessa PC com os conceitos do Green, Lean e BIM.
Em contrapartida, a PC4.3.6 foi a que apresentou maior resultado entre as empresas.
Essa prática aborda se a empresa elabora o estudo preliminar dos projetos de arquitetura,
estrutura e complementares. O estudo preliminar é uma das atividades iniciais do processo de
projeto, em que são realizados vários estudos para definir uma opção que consiga atender à
finalidade do projeto que consistem em atender às necessidades do cliente. Uma forma de
atender às necessidades do cliente é inserir premissas do Green, Lean e do BIM já na fase de
projeto.
110
Com relação às práticas-chave dessa etapa (Figura 63), a PC4.4.2 que trata da
realização de uma avaliação formal da energia operacional da edificação e suas implicações
na emissão de CO², foi a que apresentou menor resultado entre as empresas. Essa prática está
relacionada com a necessidade de analisar o ciclo de vida do empreendimento, ou seja, de
111
A prática que teve menor resultado foi a PC4.5.4, que aborda a realização da
verificação de todos os documentos gerados pelos projetistas e especialistas. O que diferencia
essa prática, da PC4.5.5, é a forma como é executada e o que é analisado, porém ambas
possuem objetivos em comuns. É importante destacar que, a depender do tipo de projeto,
existem documentos que não são representações gráficas, como memoriais descritivos,
memória de cálculo, memorial de especificações, dentre outros, entretanto todos devem ser
analisados e verificados para que sejam atendidas as necessidades dos clientes, sejam eles
internos (dentro da própria empresa) ou externos (futuros compradores ou usuários).
Com base na Figura 69, pode-se observar que a prática com menores resultados entre
as empresas foi a PC4.7.4 que está relacionada com a retroalimentação do processo e toda a
equipe para que sejam revisados os métodos projetuais e/ou premissas/diretrizes de projeto.
Trata-se de uma prática essencial, pois permite que haja uma melhoria contínua dos processos
e nos projetos e promove a otimização de recursos.
Em contrapartida, a prática que teve maior resultado foi a PC4.7.5. Essa prática refere-
se ao acompanhamento técnico da elaboração do manual do proprietário para o uso,
conservação e manutenção da edificação. É importante acompanhar a elaboração do manual,
pois nele estão contidas todas as informações para os usuários.
Um manual bem elaborado, melhora a transparência no processo, caso haja a
necessidade de consertar uma tubulação ou até mesmo executar alguma reforma, por
exemplo. Nele será possível identificar os locais para intervenção de forma mais precisa,
evitando que ocorra perdas e retrabalhos. Embora, fique evidente as aplicações dos conceitos
do Green e do Lean decorrentes dos resultados obtidos dessa prática, a utilização do BIM
facilita a visualização desse processo, o planejamento e a gestão da edificação.
Com base na Figura 71, pode-se perceber que a PC4.8.5 foi a que apresentou menores
resultados entre as empresas. Essa prática está associada com o acompanhamento técnico da
realização de manutenções (tipos) e do controle seus custos através de indicadores. Mesmo
após a etapa de entrega e de acompanhamento técnico da obra, é importante acompanhar as
manutenções e controlar os custos, pois o conhecimento técnico obtido nesses
acompanhamentos pode ser utilizado para melhorar a qualidade dos projetos e atender melhor
às necessidades dos clientes.
Em contrapartida, as práticas PC4.8.1 e PC4.8.2 foram as que obtiveram melhores
resultados. A primeira refere-se ao acompanhamento técnico da realização da entrega formal
dos manuais e projetos atualizados, explicando todo o seu conteúdo; e a terceira, ao da
realização de uma avaliação de pós-ocupação (analisa o grau de satisfação do cliente final e o
desempenho do produto quanto a projeto). Conforme mencionado anteriormente, todas as
informações obtidas através dessas práticas permitem que haja a retroalimentação do
processo, melhorando a qualidade do projeto.
118
Por fim, seguem os quadros resumos com os maiores (pontos fortes) e menores
(pontos fracos) resultados referentes às etapas-chaves (Quadro 31 e Quadro 32).
Grau de Etapa-chave
Empresa
Maturidade Menor Nota Menor Peso
EMPRESA A 49% EC4.2 / EC4.4 / EC 4.5 EC4.2
EMPRESA B 71% EC4.2 EC4.2
EMPRESA C 58% EC4.1 EC.4.1
EMPRESA D 48% EC4.9 EC4.9
EMPRESA E 41% EC4.9 EC4.9
EMPRESA F 71% EC4.1 EC4.9
EMPRESA G 72% EC4.9 EC4.9
Fonte: Autora (2020)
121
5 CONCLUSÕES
Green e BIM e identifique, através das práticas-chaves quais são seus pontos fortes, para
manter e potencializar, e os fracos, para melhoras.
Como limitações da pesquisa, cita-se: a delimitação apenas de uma fase do ciclo de
vida do empreendimento, embora a fase de projeto seja uma fase com um potencial
representativo de redução de custos; e um número reduzido de participantes de uma mesma
empresa, o ideal é que os questionários fossem aplicados a toda equipe de projetos. Além
disso, apesar da matriz proposta ter sido construída com base em referenciais teóricos e
validada por especialistas, constatou-se a necessidade de ampliar em uma pesquisa futura o
tamanho da amostra em uma mesma empresa e em outras empresas a fim de representar de
forma fidedigna o grau de maturidade referente à realidade das empresas.
Como sugestões para trabalhos futuros, recomenda-se:
REFERÊNCIAS
AHUJA, R.; SAWHNEY, A.; ARIF, M. BIM based conceptual framework for lean and green
integration. In: ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL GROUP FOR
LEAN CONSTRUCTION, 22th, 2010, Oslo, Norway. Proceedings [...] Oslo, Norway: 2010,
p.123-132.
ARNAL, I. P. Why don't we start at the beginning? The Basics of a Project: Lean Planning
and Pre-Construction, BIM News Last trends of the AECO sector. BIM Community, 2018.
BALLARD, G.; KOSKELA, L. On the Agenda of Design Management Research. In: 6TH
ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL GROUP FOR LEAN
CONSTRUCTION, 13 ago. 1998, Guarujá, Brazil. Proceedings [...] Guarujá, Brazil: [s.n.],
13 ago. 1998.
125
CAMPOS, I et al. Relation between the sustainable maturity of construction companies and
the philosophy of lean construction. ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL
GROUP FOR LEAN CONSTRUCTION, 20th, 2012, San Diego, USA. Proceedings [...] San
Diego, USA: 2012.
DANTAS FILHO, J. B.; CÂNDIDO, L. F.; BARROS NETO, J. P. Sinergia entre construção
verde, construção enxuta e BIM para internacionalização da construção: uma revisão
sistemática da literatura. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA NO AMBIENTE
CONSTRUÍDO, 16, 2016, São Paulo. Anais[...] São Paulo: ANTAC, 2016. p. 12.
EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. Manual de BIM: um guia de
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores
e incorporadores. Tradução Ayres Filho et al. Porto Alegre: Bookman Editora Ltda., 2014.
GALEAZZO, A.; FURLAN, A.; VINELLI, A. Lean and green in action: interdependencies
and performance of pollution prevention projects. Journal of Cleaner Production, [s.l.], v.
85, p.191-200, dez.2014. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2013.10.015.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas. 2010.
HAMDI, O.; LEITE, F. BIM AND LEAN INTERACTIONS FROM THE BIM
CAPABILITY MATURITY MODEL PERSPECTIVE: A CASE STUDY. Design
Management, p. 10, 2012.
JOHANSEN, J. B.; JENSEN, P. A.; THUESEN, C. Maturity model for strategic collaboration
in sustainable building renovation. In: ANNUAL ASSOCIATION OF RESEARCHERS IN
CONSTRUCTION MANAGEMENT CONFERENCE, 33rd, 2017, Cambridge. Proceedings
[...] Cambridge: 2017.
MELHADO, S. M.; SOUZA, A. L. R.; FONTENELLE, E.; AQUINO, J.; GRILO, L.;
FRANCO, L. S.; MESQUISA, M. J.; PEÑA, M. D.; FABRÍCIO, M.; OLIVEIRA, O. J.
Coordenação de projetos de edificações. São Paulo: O Nome da Rosa. 2005.
MOLLASALEHI, S. et al. Development of an Integrated BIM and Lean Maturity Model. In:
INTERNATIONAL GROUP FOR LEAN CONSTRUCTION, 26th, 2018, Chennai, India.
Proceedings […] Chennai, India: 2018. p. 1217-1228.
NANEY, D.; GOSER, C.; AZAMBUJA, M. Accelerating the Adoption of Lean Thinking in
the Construction Industry. In: ANNUAL CONFERENCE OF THE INTERNATIONAL
GROUP FOR LEAN CONSTRUCTION, 20th, 2012, San Diego, USA. Proceedings [...] San
Diego, USA: 2012.
NØKLEBYE, A.; SVALESTUEN, F.; FOSSE, R.; LÆDRE, O. Enabling lean design with
management of model maturity. In: INTERNATIONAL GROUP FOR LEAN
CONSTRUCTION, 26 th, 2018, Chennai, India. Proceedings [...] India: 2018, pp 79-89.
NESENSOHN, C.; BRYDE, D. J.; PASQUIRE, C. Maturity and Maturity Models in Lean
Construction. SSRN Electronic Journal, 2015b. Disponível em:
http://www.ssrn.com/abstract=2622152. Acesso em: 4 ago. 2019.
129
OHNO, T. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre:
Bookman, 1997.
PAIM, R. et al. Gestão de processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009.
PEREIRA, A. P.; AMORIM, A. Implantação BIM: gestão dos processos de projeto. In:
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
NA CONSTRUÇÃO / SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
GESTÃO E ECONOMIA DA CONSTRUÇÃO, 1, 10, 2017, Fortaleza, Ceará. Anais [...].
Ceará: ANTAC, 2017.
SACKS, R.; KOSKELA, L. J.; DAVE, B.; OWEN, R. Interaction of Lean and Building
Information Modeling in Construction. Journal of Construction Engineering and
Management, v. 136, n. 9, p. 968-980, set. 2010.
130
SANTOS, G. T.; SCHUSTER, M. M.; PRADELLA, S. Gestão da qualidade versus gestão por
processo: metodologias unidas para dar maior competitividade a indústria. Revista do
Secretariado Executivo, Passo Fundo, 2013, p. 51–54.
SHINGO, S. Zero Quality Control: Source inspection and the poka-yoke system.
Productivity Press, Cambridge, Massachusetts and Norwalk, Connecticut, 1986.
STENQVIST, C.; NIELSEN, S.; BENGTSSON, P. A Tool for Sourcing Sustainable Building
Renovation: The Energy Efficiency Maturity Matrix. Sustainability, v. 10, n. 5, p. 1674, 22
maio 2018.
SUCCAR, B. BIM Maturity Matrix. BIM Excellence Initiative, v. 1.22, 2016. Disponível
em: https://bimexcellence.org/wp-content/uploads/301in.PT-Matriz-de-Maturidade-BIM.pdf.
Acesso em: 06 jun. 2018.
SUCCAR, B.; SHER, W.; WILLIAMS, A. Measuring BIM Performance: Five Metrics.
Architectural Engineering and Design Management, v. 8, n. 2, p. 120–142, maio 2012.
VERRIER, B.; ROSE, B.; CAILLAUD, EL. (2015). Lean and Green strategy: The Lean and
Green House and Maturity deployment model. Journal of Cleaner Production, [s.l.], v.
116, p. 150-156, mar.2016. http://dx.doi.org/10.1016/j.jclepro.2015.12.022.
WILLIS, C. J.; RANKIN, J. H. The Construction Industry Macro Maturity Model (CIM3):
Theoretical Underpinnings. International Journal of Productivity and Performance
Management, v. 61, n. 4, p. 382-402, 20 abr. 2012.
WORAWAN, N.; MOTAMADI, A. BIM-based Live Sensor Data Visualization using Virtual
Reality for Monitoring Indoor Conditions. In: ASSOCIATION FOR COMPUTER-AIDED
ARCHITECTURAL DESIGN RESEARCH IN ASIA, 24th, New Zealand, 2019.
Proceedings [...] New Zealand: 2019, pp. 191-200.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
da construção.
Este questionário faz parte de uma pesquisa para Dissertação de Mestrado do Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Sergipe. O objetivo
dessa pesquisa consiste em propor uma matriz de maturidade que contemple os
princípios Green, Lean e BIM para empresas de Arquitetura, Engenharia e Construção
(AEC) na fase de projeto.
Identificação do respondente
1- E-mail:___________________________________________________________________
2- Maior grau de Escolaridade (Marque um X na resposta que escolher):
Nível Técnico Superior Completo Mestrado
Superior Incompleto Especialização/MBA Doutorado
Outro: _________
Conhecimento Prévio
10- Utilizando a escala de 0 a 5, como avaliaria seu grau de conhecimento em relação as
temáticas abaixo:
Legenda: (0) Nenhum; (1) Muito Baixo; (2) Baixo; (3) Mediano; (4) Alto; (5) Muito Alto
Obs: Não precisam ser atribuídos necessariamente pesos diferentes para cada atividade, e sim
deve ser levado em consideração a sua opinião/conhecimento a respeito do assunto (Marque
um X na resposta que escolher).
0 1 2 3 4 5
Green (Sustentabilidade)
Lean Construction
Building Information Model (BIM)
11- Na sua opinião, como os princípios do Green (sustentabilidade) podem ser trabalhados na
fase de projeto? ______________________________________________________________
12- Cite 3 palavras-chave definem o Green? _______________________________________
13- Na sua opinião, como os princípios do Lean Construction podem ser trabalhados na fase
de projeto? _________________________________________________________________
14- Cite 3 palavras-chave definem o Lean Construction? _____________________________
15- Na sua opinião, como o BIM pode ser trabalhado na fase de projeto?
_________________
16- Cite 3 palavras-chave definem o BIM? ________________________________________
147
Maturidade Organizacional
Em relação às ETAPAS-CHAVE DA FASE DE PROJETO, assinale um x na escala de 1 a
5, quanto a sua importância para a GARANTIA DE QUALIDADE DA EDIFICAÇÃO de
acordo com a escala de 1 a 5 abaixo:
Legenda: (1) Sem importância; (2) Pouco importante; (3) Importante; (4) Muito importante;
(5) Extremamente importante
Obs: Não precisam ser atribuídos necessariamente pesos diferentes para cada atividade, e sim
deve ser levado em consideração a sua opinião/conhecimento a respeito do assunto.
ESCALA
ITEM ETAPAS-CHAVE
1 2 3 1 5
Estabelecer um planejamento estratégico; definir os papéis e
responsabilidades; contratar consultorias técnicas e/ou
jurídicas; definir e controlar os processos de colaboração,
coordenação e retroalimentação; realizar treinamentos;
4.1
envolver os stakeholders e registrar formalmente as tomadas
de decisões; definir requisitos de infraestrutura, as metas, os
entregáveis (produtos e padronização das informações) e
uma estrutura para validação (requisitos e métricas).
Levantar as informações preliminares e técnicas específicas;
elaborar o programa geral de necessidades; definir o
conjunto de diretrizes básicas do projeto; analisar terrenos
4.2
com base em critérios de busca; realizar o estudo de
viabilidade técnica, econômica e comercial; e analisar
criticamente o processo.
Desenvolver o estudo preliminar de arquitetura envolvendo
o detalhamento do programa de necessidades, seleção
4.3 tecnológica, diretrizes de concepção da estrutura e de
disciplinas complementares; validar o estudo preliminar e de
viabilidade; e analisar criticamente o processo.
Desenvolver e definir o anteprojeto de arquitetura, estrutura
e complementares buscando aliando aos requisitos
4.4
construtivos; validar o anteprojeto e elaborar o projeto legal
para aprovação nos órgãos competentes.
Detalhar aos projetos executivos e de produção envolvendo
4.5 a participação dos envolvidos; analisar criticamente o
projeto e retroalimentar o processo.
Entregar e apresentar os projetos executivos e de produção
4.6 disponibilizando o caderno de especificações; analisar
criticamente o projeto e retroalimentar o processo.
Realizar o acompanhamento técnico durante a execução da
obra através de visitas técnicas, reuniões e indicadores de
4.7 projetos; elaborar o as built e os manuais dos
proprietários/síndicos; analisar criticamente o projeto e
retroalimentar o processo.
Acompanhar, através de indicadores da assistência técnica, o
4.8
uso, operação e manutenção da edificação; realizar a
148
Agradecemos a participação.
A identidade dos respondentes, assim como da empresa, será preservada.
Os dados e respostas obtidos serão utilizados para a análise dos resultados da pesquisa.
149
Este questionário faz parte de uma pesquisa para Dissertação de Mestrado do Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Sergipe. O objetivo
dessa pesquisa consiste em propor uma matriz de maturidade que contemple os
princípios Green, Lean e BIM para empresas de Arquitetura, Engenharia e Construção
(AEC) na fase de projeto.
Identificação do respondente
1- E-mail:___________________________________________________________________
2- Maior grau de Escolaridade: (Marque um X na resposta que escolher):
Nível Técnico Superior Completo Mestrado
Superior Incompleto Especialização/MBA Doutorado
Outro: _________
3- Formação profissional:
Arquitetura e/ou Urbanismo Outra:
Engenharia Civil
Conhecimento Prévio
152
20- Na sua opinião, como os princípios do Green (sustentabilidade) podem ser trabalhados na
fase de projeto? ______________________________________________________________
21- Cite 3 palavras-chave definem o Green? _______________________________________
22- Na sua opinião, como os princípios do Lean Construction podem ser trabalhados na fase
de projeto? _________________________________________________________________
23- Cite 3 palavras-chave definem o Lean Construction? _____________________________
24- Na sua opinião, como o BIM pode ser trabalhado na fase de projeto?
_________________
25- Cite 3 palavras-chave definem o BIM? ________________________________________
26- A organização aplica os princípios/metodologia abaixo relacionadas durante a fase de
projeto? (Marque um X na resposta que escolher).
Sim Não
Green (Sustentabilidade)
Lean Construction
Building Information Model (BIM)
27- Em caso afirmativo na questão anterior, por favor cite exemplos de suas aplicações:
___________________________________________________________________________
28- Possui experiência com o BIM? ( ) Sim ( ) Não. Em caso afirmativo: Quantos anos
de experiência com o BIM você tem? (Marque um X na resposta que escolher)
Até menos de 2 anos de 5 até menos de 8 anos
de 2 até menos de 5 anos 8 anos ou mais
33- Qual a duração média dos projetos, considerando da fase de planejamento à fase de
entrega dos projetos executivos e de produção à equipe da obra (Adaptado Silva 2020)?
154
___________________________________________________________________________
34- A organização adota ou possui procedimentos para o desenvolvimento de projetos?
(Marque um X na resposta que escolher)
Sim e são formalizados Sim, mas não são formalizados Não
39- Caso negativo: A organização em que trabalha planeja iniciar a implementação do BIM?
(Marque um X na resposta que escolher)
Sim, em menos de 1 Sim, acima de 3 anos
Sim, de 1 a 3 anos Não planeja
40- O processo de adoção do BIM no desenvolvimento dos projetos foi ou está sendo
introduzido pela: (Marque um X na resposta que escolher)
Alta Gestão Média Gestão Nível Operacional
41- Em qual (is) fase (s) do ciclo de vida do projeto, o BIM está sendo utilizado: (Marque
um X na resposta que escolher)
Planejamento Estratégico Licitação e Contratação
Concepção Construção
(Gerenciamento/Fiscalização/Supervisão)
Conceituação Construção
(Gerenciamento/Fiscalização/Supervisão)
Viabilidade Comissionamento
Incorporação e Marketing Uso e operação
Projeto Manutenção e Monitoramento
155
43- Qual das fases abaixo relacionadas é despendido um maior tempo de dedicação ao
projeto? (Marque um X na resposta que escolher)
Planejamento Estratégico
Planejamento do Empreendimento (Preparação)
Concepção (Estudo Preliminar)
Definição e documentação legal (Anteprojeto /Projeto Legal)
Desenvolvimento
Documentação dos projetos executivos e de produção
Acompanhamento técnico e elaboração do as built e manuais
Uso, Operação e Manutenção/ Avaliação Pós-ocupação
Retrofit/Desconstrução
44- Em qual estágio está a sua organização no processo de adoção do BIM (Brito, 2019)?
(Marque um X na resposta que escolher)
Pré-BIM (preparação interna da adoção com a realização de treinamentos, consultorias,
testes e parcerias)
Modelagem baseada em objetos (uso do BIM em pelo menos uma disciplina em uma fase
do ciclo de vida do empreendimento)
Colaboração baseada em modelos (uso multidisciplinar do BIM com o intercâmbio
acelerado de modelos entre os envolvidos no empreendimento)
Integração baseada em redes (intercâmbio interdisciplinar simultâneo de modelos nD ao
longo das fases do ciclo de vida do empreendimento)
Pós-BIM (ponto variável que representa a meta em constante evolução, para entregar
ferramentas e conceitos virtualmente integrados de projeto, construção e operação,
ultrapassando os estágios anteriores)
Maturidade Organizacional
Em relação às PRÁTICAS-CHAVES DA FASE DE PROJETO, que envolvem um
empreendimento, assinale um x na escala de 1 a 5, sua frequência de aplicação para a
GARANTIA DE QUALIDADE DA EDIFICAÇÃO:
Legenda: (1) Nunca; (2) Pouca frequência; (3) Frequentemente; (4) Muita Frequência; (5)
Sempre
ESCALA
ITEM PRÁTICAS-CHAVE
1 2 3 4 5
4.1.1 É estabelecido um planejamento estratégico na organização;
Antes de iniciar um projeto são definidos os papéis e
4.1.2
responsabilidades dos stakeholders;
A organização busca a contratação de consultorias técnicas
4.1.3
e/ou jurídicas;
Antes de iniciar um projeto são definidos os processos de
4.1.4
colaboração, coordenação e retroalimentação;
Antes de iniciar o projeto são definidos um fluxograma e/ou
4.1.5 cronograma de atividades contemplando as metas de cada fase
do projeto;
Antes de iniciar os projetos são definidos os requisitos de
4.1.6
infraestrutura (física, software, hardware, rede);
Em cada fase do projeto há o envolvimento dos stakeholders e
4.1.7
registro formal das tomadas de decisões;
Em cada fase do projeto são utilizados mecanismos de
4.1.8
controle para monitoramento do projeto;
4.1.9 Realiza treinamentos;
Definir requisitos de infraestrutura, as metas, os entregáveis
4.1.10 (produtos e padronização das informações) e uma estrutura
para validação (requisitos e métricas);
Analisa a sua capacidade instalada para atender as suas
4.1.11
próprias necessidades;
Realiza a caracterização dos meios para atuar segundo cada
4.1.12 estratégia e capacidade de financiamento da produção
(tecnologia, projeto, marketing);
Define as características dos produtos a serem trabalhados em
4.1.13
cada estratégia;
Define um profissional responsável pela gestão do processo
4.1.14
de projeto;
Define as necessidades e padrões ligados à gestão das
4.1.15 atividades de projeto, bem com a definição do uso de sistema
de classificação da informação da construção – BIM.
Define as diretrizes de modelagem, protocolos de colaboração
4.1.16
e intercâmbio de dados, incluindo controle de acesso.
Define os procedimentos executivos de soluções padrões para
4.1.17
cada tipologia do empreendimento.
Há a definição de um conjunto de templates e famílias
4.1.18
paramétricas a serem utilizados pelos projetistas.
157
Agradecemos a participação.
A identidade dos respondentes, assim como da organização, será preservada.
Os dados e respostas obtidos serão utilizados para a análise dos resultados da pesquisa.
161
EMPRESA A
EMPRESA B
162
EMPRESA D
164
EMPRESA E
165
EMPRESA F
166
EMPRESA G
167