Direito Penal

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Aula 06

Direito Penal p/ DEPEN (Agente de


Execução Federal) Com Videoaulas -
Pós-Edital

Autor:
Renan Araujo
Aula 06

24 de Maio de 2020
Renan Araujo
Aula 06

Sumário

CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 3

1 Peculato 4

2 Inserção de dados falsos em sistema de informações e modificação ou alteração não autorizada de


sistema de informações 9

3 Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 10

4 Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 11

5 Concussão 11
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6 Excesso de exação 13

7 Corrupção passiva 13

8 Facilitação de contrabando ou descaminho 15

9 Prevaricação, prevaricação imprópria e condescendência criminosa 16

10 Advocacia administrativa 18

11 Violência arbitrária 19

12 Abandono de função 19

13 Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado 20

14 Violação de sigilo profissional 21

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 23

SÚMULAS PERTINENTES 28

1 Súmulas do STJ 28

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 28

EXERCÍCIOS COMENTADOS 29

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 68

GABARITO 82

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Olá, meus amigos!

Na aula de hoje vamos iniciar o estudo dos crimes contra a administração pública, analisando o primeiro grupo
destes crimes, que são os crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.

Muita atenção aos crimes de peculato, concussão, corrupção passiva e prevaricação. São os mais
importantes!

Bons estudos!

Prof. Renan Araujo

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CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA


A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Os crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral são espécies do gênero
“Crimes contra a administração pública”, e encontram-se regulamentados no Capítulo I do Título XI (Crimes
contra a administração pública) do CP.

Trata-se de crimes funcionais, ou seja, devem ser praticados por funcionário público1. Os crimes
funcionais dividem-se em crimes funcionais próprios (puros) ou impróprios (impuros) (GRAVEM ISSO POIS
SERÁ IMPORTANTE MAIS À FRENTE!).

Nos crimes funcionais próprios (puros), ausente a condição de “funcionário público” ao agente, a
conduta passa a ser considerada a um indiferente penal2 (atipicidade absoluta). Exemplo: No crime de
prevaricação (art. 319 do CP), se o agente não for funcionário público, não há prática de qualquer infração
penal.

No entanto, nos crimes funcionais impróprios (impuros), faltando a condição de “funcionário público”
ao agente, a conduta não será um indiferente penal, deixará apenas de ser considerada crime funcional,
sendo desclassificada para outro delito (atipicidade relativa). Imaginem o crime de peculato-furto (art. 312,
§ 1° do CP). Nesse crime, o agente deve ser funcionário público. No entanto, se lhe faltar esta condição, sua
conduta não será atípica, deixará apenas de ser considerada peculato-furto, passando a ser classificada como
furto (art. 155 do CP).

O conceito de funcionário público para fins penais está no art. 327 do CP:

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

Assim, podemos perceber que o conceito de funcionário público utilizado pelo CP é bem diferente do
conceito que se tem no Direito Administrativo. Lá, funcionários públicos são apenas aqueles detentores de cargo
público efetivo. Aqui, o conceito abrange, ainda, os empregados públicos, estagiários, mesários da Justiça
Eleitoral, Jurados, etc.

Entretanto, não confundam “função pública” com múnus público. A Doutrina entende que aqueles que
exercem um múnus público não são considerados funcionários públicos. Assim, os tutores, os curadores dativos,

1 DOTTI, René Ariel. Curso de Direito Penal, Parte Geral. 4. ed. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2012, p. 470
2 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7º edição. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 708

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os inventariantes judiciais NÃO SÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS pela maioria esmagadora
da Doutrina.3

O STJ, mais recentemente, vem entendo que os defensores dativos (ou advogados dativos), que são
aqueles advogados nomeados pelo Juiz da causa para a defesa do acusado quando não há possibilidade
de atuação da Defensoria Pública, são considerados funcionários públicos para fins penais4.

O § 1° estabelece que se considera funcionário público por equiparação que exerce cargo, emprego
ou função em entidade paraestatal5 ou empresa contratada para execução de atividade típica da
administração pública.6

Tal equiparação não abrange os funcionários de empresas contratadas para exercer atividades atípicas
da administração pública (empresa contratada eventualmente para realização de um coquetel para recepção
de uma autoridade estrangeira, por exemplo7).

O § 2° prevê uma majorante (causa de aumento de pena), caso o funcionário público seja ocupante de
cargo em comissão ou Função de Direção e Assessoramento na administração púbica. Contudo, o legislador
não incluiu as autarquias no §2º do art. 327, de forma que tal majorante não se aplica aos funcionários
destas entidades.8

A maioria da Doutrina, bem como o STF9, entende que esta majorante também se aplica aos agentes
políticos, detentores de cargo eletivo (prefeitos, governadores, etc.), por entender que se trata de uma
interpretação lógica do artigo. Uma minoria, no entanto, defende não ser extensível a majorante aos
detentores de cargos políticos.10

1 Peculato

O peculato pode ser praticado de diversas maneiras: a) peculato-apropriação e peculato-desvio (art.


312 do CP); b) peculato-furto (art. 312, § 1° do CP); c) peculato culposo (art. 312, § 2° do CP); d) peculato
mediante erro de outrem (art. 313 do CP);

3 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte especial. Volume 5. Ed. Saraiva, 9º edição. São Paulo, 2015, p.
189
4 2. Embora não sejam servidores públicos propriamente ditos, pois não são membros da Defensoria Pública, os advogados dativos,

nomeados para exercer a defesa de acusado necessitado nos locais onde o referido órgão não se encontra instituído, são
considerados funcionários públicos para fins penais, nos termos do artigo 327 do Código Penal Doutrina.
(...)
(RHC 33.133/SC, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 21/05/2013, DJe 05/06/2013)
5 O conceito de "paraestatal" para fins penais é tortuoso. Alguns doutrinadores se limitam a utilizar a expressão como sinônimo de

administração indireta, como Rogério Greco e José Paulo Baltazar Júnior, por exemplo. Outros, como Cézar Roberto Bitencourt, são
mais específicos (e corretos), entendendo que esta expressão corresponde às entidades que não fazem parte da administração
pública (daí porque são PARAestatais), mas que desempenham serviços de utilidade pública, como o “sistema S” (SESI, SESC, SENAI,
etc.).
O STJ, ao que parece, vem se filiando à segunda corrente. Há decisões entendendo que até mesmo as OSCIPs são entidades
paraestatais para fins penais (Ver, por todos, REsp 1519662/DF).
6 EXEMPLO: Os médicos de Hospital particular conveniado ao SUS, quando estão atendendo pacientes pelo SUS. BITENCOURT,

Cezar Roberto. Op. Cit., p. 189/190


7 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 711
8 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 191
9 Inq. 1769-PA
10 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 711

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O peculato-apropriação e o peculato-desvio são faces do crime de peculato comum, estabelecido no


art. 312 do CP:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Como vimos, é necessário que o agente seja funcionário público, mas nada impede que haja concurso
de pessoas com um particular, desde que este saiba da condição de funcionário público do agente. Trata-
se, portanto, de crime próprio.

Não é necessário que o dinheiro ou outro bem móvel apropriado ou desviado seja público, podendo
ser particular11, desde que lhe tenha sido entregue em razão da função. É o caso, por exemplo, do funcionário
que tem a guarda de um veículo que se encontra em um depósito público.

O sujeito passivo será sempre o Estado, embora possa ser também o particular, caso se trate de bem
particular o objeto material do crime.

ATENÇÃO! O conceito de “desvio” é polêmico na Doutrina. Há quem entenda que é necessário que o bem,
valor ou coisa seja desviado para o PATRIMÔNIO de alguém (do agente ou de terceiros). Seria o chamado
animus rem sibi habendi. Outra parcela doutrinária entende que o termo “desviar” está sendo utilizado no
sentido de “dar destinação diversa da que deveria” e, neste caso, o mero USO INDEVIDO do bem, valor ou
coisa, já caracterizaria o delito.

Ex.: José utiliza um veículo pertencente ao órgão público em que trabalha para levar sua esposa ao
cinema.

Esta mesma situação pode gerar consequências distintas no campo penal, a depender da corrente doutrinária
adotada.

1º corrente – Não há peculato, pois o bem não foi desviado para o patrimônio de José (Para esta corrente,
José deveria pretender tomar para si o bem, ou seja, ficar com ele).

2º corrente – Há peculato, pois José DESVIOU o bem público de sua finalidade (a finalidade seria a utilização
em prol do serviço, e não para levar sua esposa ao cinema, finalidade meramente particular).

JURISPRUDÊNCIA – O STJ, até o momento, adota a primeira corrente.12

11 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 44


12 HC 94.168/MG

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O STF já decidiu adotando a primeira corrente (que é majoritária13), ao argumento de que esta conduta
configuraria mero “peculato de uso” (HC 108.433). Entretanto, mais recentemente, o STF adotou entendimento
contrário, ou seja, aderiu à segunda corrente. Vejamos:

(...) O peculato desvio caracteriza-se na hipótese em que terceiro recebe armas emprestadas
pelo juiz, depositário fiel dos instrumentos do crime, acautelados ao magistrado para fins
penais, enquadrando-se no conceito de funcionário público. 2. In casu, Juiz Federal detinha
em seu poder duas pistolas apreendidas no curso de processo-crime em tramitação perante
a Vara da qual era titular. Ao entregar os armamentos a policial federal desviou bem de
que tinha posse em razão da função em proveito deste, emprestando-lhe finalidade diversa
da pretendida ao assumir a função de depositário fiel. 3. O artigo 312 do Código Penal
dispõe: “Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa”. 4. É cediço que
“o verbo núcleo desviar tem o significado, nesse dispositivo legal, de alterar o destino
natural do objeto material ou dar-lhe outro encaminhamento, ou, em outros termos no
peculato-desvio o funcionário público dá ao objeto material aplicação diversa da que lhe
foi determinada, em benefício próprio ou de outrem. Nessa figura não há o propósito de
apropriar-se, que é identificado como animus rem sibi habendi, podendo ser
caracterizado o desvio proibido pelo tipo, com simples uso irregular da coisa pública,
objeto material do peculato.” (BITTENCOURT, Cezar. Tratado de direito penal. v. 5.
Saraiva, São Paulo: 2013, 7ª Ed. p. 47). 3. É possível a atribuição do conceito de funcionário
público contida no artigo 327 do Código Penal a Juiz Federal. É que a função jurisdicional
é função pública, pois consiste atividade privativa do Estado-Juiz, sistematizada pela
Constituição e normas processuais respectivas. Consequentemente, aquele que atua na
prestação jurisdicional ou a pretexto de exercê-la é funcionário público para fins penais.
Precedente: (RHC 110.432, Relator Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18/12/2012).
4. A via estreita do Habeas Corpus não se preza à discussão acerca da valoração da prova
produzida em ação penal. É que, nos termos da Constituição esta ação se destina a afastar
restrição à liberdade de locomoção por ilegalidade ou por abuso de poder. 5. Recurso
desprovido.

(RHC 103559, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-190 DIVULG 29-09-2014 PUBLIC 30-09-2014)

O que fazer? É difícil dar um “norte” infalível, pois o Direito não é uma ciência exata, mas acredito que apesar
do precedente recente, a jurisprudência e a doutrina majoritárias ainda adotam o primeiro entendimento.
Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos...

Importante lembrar que para que possamos falar em peculato de uso é necessário que estejamos diante de
bem INFUNGÍVEL (que não pode ser substituído por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade) e
NÃO CONSUMÍVEL (cujo uso importa em destruição IMEDIATA da sua própria substância).

Assim, não existe “peculato de uso” de dinheiro, por exemplo, por ser bem fungível.

CUIDADO! Se o agente público em questão for um PREFEITO (ou quem esteja atuando em substituição a ele),
não haverá qualquer dúvida, a conduta será crime! Isto porque há previsão específica no DL 201/67 (art. 1º,
II e §1º).

13 Ver, por todos, BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 49

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O peculato-furto (também chamado de peculato impróprio) caracteriza-se não pela apropriação ou


desvio de um bem que fora confiado ao agente em razão do cargo, mas da subtração de um bem que estava
sob guarda da administração. Nos termos do art. 312, § 1° do CP:

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Nesse crime o agente não possui a guarda do bem, praticando verdadeiro furto, que, em razão das
circunstâncias (ser o agente funcionário público e valer-se desta condição para subtrair o bem), caracteriza-se
como o crime de peculato-furto.

O patrimônio da administração pública ou do particular lesado pela


BEM JURÍDICO TUTELADO
subtração do bem.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário
público. No entanto, é plenamente possível o concurso de pessoas,
SUJEITO ATIVO
respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular
tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente.
A administração púbica, e eventual particular proprietário do bem
SUJEITO PASSIVO
subtraído, se for bem particular.
A conduta prevista é a de subtrair o bem ou valor, ou concorrer para sua
TIPO OBJETIVO subtração. Exige-se que o funcionário público se valha de alguma facilidade
proporcionada pela sua condição de funcionário público.
TIPO SUBJETIVO Dolo. A forma culposa está prevista no § 2° do art. 312.
Consuma-se no momento em que o agente adquire a posse do bem
mediante a subtração. Admite-se tentativa, pois não se trata de crime que
CONSUMAÇÃO E se perfaz num único ato (pode-se desdobrar seu iter criminis – caminho
TENTATIVA percorrido na execução). É plenamente possível, portanto, que o agente
inicie a execução, adentrando à repartição pública, por exemplo, e seja
surpreendido pelos seguranças. Nesse caso, o crime será tentado.

O peculato culposo, por sua vez, está previsto no art. 312, § 2° do CP:

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Essa modalidade culposa se verifica quando o agente, sem ter a intenção de participar do crime
funcional praticado por outro funcionário, acaba, em razão do seu descuido, colaborando para isso. 14

EXEMPLO: José, funcionário público, ao final do expediente, deixa o notebook pertencente


ao órgão sobre a mesa, e não tranca a porta. Paulo, outro funcionário, que trabalha no
mesmo órgão, aproveita-se da facilidade encontrada (porta aberta) e subtrai o notebook.
Neste caso, Paulo praticou o crime de peculato-furto, e José responderá pelo crime de
peculato culposo.

 Mas, e se o funcionário público contribui culposamente para a prática de um crime praticado por
um estranho, alguém que não é funcionário público? Neste caso, há divergência doutrinária. Parte

14 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 49/50

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da Doutrina entende que o funcionário público não responde por peculato culposo (que só se
configuraria quando o agente contribuísse culposamente para o peculato praticado por outro
funcionário). Outra parcela da Doutrina sustenta que mesmo neste caso haverá peculato culposo.

EXEMPLO: José, funcionário público, durante seu horário de almoço, deixa o celular funcional
(pertencente ao órgão público) sobre o balcão de atendimento, e sai para comer. Pedro, um
particular que estava no local esperando atendimento, se aproveita da situação e furta o
celular. Neste caso, parte da Doutrina entende que há peculato culposo por parte de José,
e outra parte entende que não, pois o crime praticado por Pedro (o particular) não foi um
peculato (e sim um simples furto).

O que decidir na prova objetiva? Apesar de a doutrina levemente majoritária entender que não há
peculato culposo neste caso, as Bancas parecem ignorar tal fato, havendo histórico de cobrança de questões
nas quais se entendeu que, mesmo neste caso, haveria peculato culposo.

O CP estabelece, ainda, que no caso do crime culposo (somente neste!), se o agente reparar o dano
antes de proferida a sentença irrecorrível (ou seja, antes do trânsito em julgado), estará extinta a
punibilidade. Caso o agente repare o dano após o trânsito em julgado, a pena será reduzida pela metade
(é metade, e não “até” a metade!). Nos termos do art. 312, § 3°:

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

MUITO CUIDADO! A reparação do dano só gera estes efeitos no peculato culposo, não nas
suas demais modalidades!

O peculato por erro de outrem é uma modalidade muito assemelhada ao peculato-apropriação. No


entanto, nessa modalidade, o agente recebe o bem ou valor em razão de erro de outra pessoa. É o que dispõe
o art. 313 do CP:

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,


recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

ATENÇÃO! Este delito também é conhecido como “peculato-estelionato”, pois o agente mantém em erro o
particular. Porém, se tivéssemos que traçar um paralelo com os crimes comuns, este delito se parece mais com
o do art. 169, caput, do CP (apropriação de coisa havida por erro).

O patrimônio e a moralidade da administração pública. Se houver particular


BEM JURÍDICO TUTELADO
lesado pela conduta, será sujeito passivo secundário.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário
público. No entanto, é plenamente possível o concurso de pessoas,
SUJEITO ATIVO
respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular
tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente.
A administração púbica, e eventual particular proprietário do bem
SUJEITO PASSIVO
apropriado, se for bem particular.
A conduta prevista é a de se apropriar de bem recebido por erro de
TIPO OBJETIVO
outrem. Exige-se que o funcionário público se valha de alguma facilidade

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proporcionada pela sua condição de funcionário público. Essa facilidade


pode ser o simples exercício de sua atividade funcional.
CUIDADO! A Doutrina entende que se o erro foi provocado dolosamente
pelo funcionário público, com o intuito de enganar o particular, ele deverá
responder pelo delito de estelionato.15
Dolo. O dolo não precisa existir no momento em que o agente recebe a
coisa, mas deve existir quando, depois de recebida a coisa, o agente resolve
TIPO SUBJETIVO
se apropriar desta, sabendo que ela foi parar em suas mãos em razão do
erro daquele que a entregou.
Consuma-se no momento em que o agente altera seu “animus”, passando
CONSUMAÇÃO E a comportar-se como dono da coisa apropriada, sem intenção de
TENTATIVA devolução. A Doutrina admite a tentativa, embora seja de difícil
caracterização.

2 Inserção de dados falsos em sistema de informações e modificação ou


alteração não autorizada de sistema de informações

Parte da Doutrina chama o delito do art. 313-A de “peculato eletrônico”16, embora esta nomenclatura
não seja unânime.

Foram acrescentados ao CP pela Lei 9.983/00, que acrescentou os arts. 313-A e 313-B ao CP:

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº


9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou


alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

15 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 63


16 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 721

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BEM JURÍDICO O patrimônio da administração pública. Se houver particular lesado pela


TUTELADO conduta, será sujeito passivo secundário.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público.
No primeiro caso, a lei exige, ainda, que seja o funcionário público autorizado a
promover alterações no sistema. No segundo caso, a lei prevê que qualquer
SUJEITO ATIVO funcionário possa praticar o crime, desde que não seja quem está autorizado a
promover alterações no sistema. No entanto, é plenamente possível o concurso de
pessoas, respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular
tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica, e eventual particular lesado.
No primeiro caso a conduta é a de inserir ou facilitar a inserção de informações
falsas, alterar ou excluir, indevidamente, dados corretos, com o fim de obter
vantagem ou causar dano. Percebam que no caso de o funcionário promover,
ele próprio, a alteração indevida, o crime é monossubjetivo, ou seja, não
depende de duas ou mais pessoas para sua caracterização. No entanto, se a
conduta for a de facilitar a alteração por outra pessoa (particular ou não), o
crime será necessariamente plurissubjetivo, pois necessariamente haverá de ter
TIPO OBJETIVO
mais de um sujeito ativo. Há, ainda, elemento normativo do tipo no caso de se
tratar de exclusão de dados corretos, pois esta exclusão deve ser INDEVIDA.
Assim, se o funcionário autorizado exclui dados corretos porque era esta sua
obrigação (estes dados não eram considerados mais necessários), não há fato
típico. No segundo crime, a conduta é a de modificar ou alterar o sistema de
informações, sem autorização. Há, portanto, elemento normativo do tipo, pois
se o agente estiver autorizado a isto, o fato é atípico.
Dolo. No caso do art. 313-A, exige-se a finalidade especial de agir, consistente
na intenção de obter vantagem ou causar dano a outrem. No caso do art. 313-
TIPO SUBJETIVO
B, não ser exige nenhum dolo específico, bastando que o funcionário não
autorizado promova as alterações ou modificações no sistema.
Consuma-se no momento em que o agente efetivamente promove as
CONSUMAÇÃO E
alterações ou modificações narradas pelo tipo penal. A Doutrina admite a
TENTATIVA
tentativa, pois é plenamente possível o fracionamento da conduta do agente.17

3 Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Este crime está previsto no art. 314 do CP:

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

BEM JURÍDICO O patrimônio da administração pública. Se houver particular lesado pela


TUTELADO conduta, será sujeito passivo secundário.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público.
No entanto, é plenamente possível o concurso de pessoas, respondendo também
SUJEITO ATIVO
o particular pelo crime, desde que este particular tenha conhecimento da
condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica, e eventual particular lesado.

17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 72

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A conduta é a de extraviar, sonegar ou inutilizar livro ou documento oficial, de


TIPO OBJETIVO
que tenha a guarda em razão do cargo.
Dolo. Não se exige qualquer dolo específico, nem se admite o crime na forma
TIPO SUBJETIVO
culposa.
Consuma-se no momento em que o agente efetivamente pratica as condutas
CONSUMAÇÃO E
descritas no tipo penal. A Doutrina admite a tentativa, pois é plenamente
TENTATIVA
possível o fracionamento da conduta do agente.

4 Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Trata-se de crime previsto no art. 315 do CP:

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

BEM JURÍDICO TUTELADO O patrimônio da administração pública.


Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário
público que possua a função de decidir a destinação das verbas ou rendas
públicas. Entretanto, em se tratando de prefeito municipal não se aplica
SUJEITO ATIVO este artigo, aplicando-se o Decreto-Lei 201/6718, por ser norma de caráter
especial. No entanto, é plenamente possível o concurso de pessoas,
respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular
tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica
A conduta é a de dar às rendas ou verbas públicas uma destinação que não
TIPO OBJETIVO
é a correta.
Dolo. Não se exige qualquer dolo específico (finalidade específica da
conduta), podendo ser até uma finalidade nobre (destinação a outra área
importante), desde que seja destinação não prevista para aquela verba.
TIPO SUBJETIVO
Não se admite o crime na forma culposa. Aqui o agente não desvia a verba
em proveito próprio ou alheio, mas apenas dá à verba destinação diversa
da prevista em lei, mas sempre no interesse da administração.19
OBJETO MATERIAL A verba ou renda irregularmente empregada.
Consuma-se no momento em que o agente efetivamente pratica a conduta
de aplicar irregularmente a renda ou verba. A Doutrina admite a tentativa,
CONSUMAÇÃO E
pois é plenamente possível o fracionamento da conduta do agente. Assim, se
TENTATIVA
o agente altera a destinação da renda ou verba pública, mas não chega a
aplicá-la irregularmente, o crime será tentado.

5 Concussão

O crime de concussão está previsto no art. 316 do CP, que assim dispõe:

18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 90


19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 91

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Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

BEM JURÍDICO
A moralidade na administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público,
ainda que apenas nomeado (mas não empossado). Entretanto, em se tratando
de Fiscal de Rendas, aplica-se o art. 3°, II da Lei 8.137/90, por ser norma penal
SUJEITO ATIVO
especial em relação ao CP. No entanto, é plenamente possível o concurso de
pessoas, respondendo também o particular pelo crime, desde que este particular
tenha conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica
A conduta é a de exigir vantagem indevida. Vejam que o agente não pode,
simplesmente, pedir ou solicitar vantagem indevida. A Lei determina que deve
haver uma “exigência” de vantagem indevida.20 Assim, deve o agente possuir
o poder de fazer cumprir o mal que ameaça realizar em caso de não
recebimento da vantagem exigida.
CUIDADO! Entende-se que a “grave ameaça” não é elemento deste delito.
Assim, se o agente exige R$ 10.000,00 da vítima, sob a ameaça de matar seu
TIPO OBJETIVO filho, estará praticando, na verdade, o delito de extorsão. A concussão só resta
caracterizada quando o agente intimada a vítima amparado nos poderes
inerentes ao seu cargo21. Ex.: Policial Rodoviário exige R$ 1.000,00 da vítima,
alegando que se não receber o dinheiro irá lavrar uma multa contra ela.
Assim:
CONCUSSÃO – Ameaça de mal amparado nos poderes do cargo.
EXTORSÃO – Ameaça de mal (violência ou grave ameaça) estranho aos poderes
do cargo.
Dolo. Não se exige qualquer dolo específico (finalidade específica da conduta).
TIPO SUBJETIVO
Não se admite o crime na forma culposa.
Consuma-se no momento em que o agente efetivamente pratica a conduta de
exigir a vantagem indevida, pouco importando se chega a recebê-la.22 Assim,
trata-se de crime formal, não se exigindo o resultado naturalístico, que é
CONSUMAÇÃO E
considerado mero exaurimento. A Doutrina admite a tentativa, pois é
TENTATIVA
plenamente possível o fracionamento da conduta do agente. Assim, por exemplo,
se o agente envia um e-mail ou carta exigindo vantagem indevida, mas essa
carta ou e-mail não chega ao conhecimento do destinatário, há tentativa.

20 A exigência pode ser direta, quando o agente atua diretamente em relação à vítima, de forma expressa, ou indireta, quando se
vale de interposta pessoa ou, ainda, realiza a exigência de forma velada, implícita. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 98
21 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 97/98
22 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 105. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 732

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Este crime é muito confundido com o de corrupção passiva, mas ISSO NÃO PODE ACONTECER COM
VOCÊS! Se o agente EXIGE, teremos concussão! Se o agente apenas solicita, recebe ou apenas aceita
promessa de vantagem, teremos corrupção passiva.

6 Excesso de exação

O crime de excesso de exação, previsto no art. 316, § 1° do CP, prevê uma espécie de concussão, só
que específica em relação à exigência de tributo ou contribuição social indevida:

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

O CP exige que o agente saiba que está cobrando tributo ou contribuição social indevida, ou, ainda,
que este ao menos deva saber que é indevida.

O dispositivo estabelece como conduta punível, também, a conduta de exigir tributo ou contribuição
social devida, mas mediante utilização de meio de cobrança vexatório ou gravoso, não autorizado por lei.
Portanto, são dois núcleos diferentes previstos neste tipo penal.

Parte da Doutrina entende que esta expressão “deveria saber” indica que, nessa conduta, admite-se a
forma culposa. No entanto, a maioria da Doutrina entende que esta expressão também indica forma dolosa,
só que na modalidade de dolo eventual23 (art. 18, I, segunda parte, do CP).

Admite-se a tentativa sempre que puder ser fracionada a conduta do agente em mais de um ato, como
na exigência indevida por escrito, por exemplo.

O § 2°, por fim, estabelece uma qualificadora, no caso do agente que, além de exigir indevidamente
o tributo ou contribuição social, desviá-lo dos cofres da administração pública, em proveito próprio ou de
terceiros:

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

7 Corrupção passiva

A corrupção passiva está tipificada no art. 317 do CP:

Corrupção passiva

23 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 734

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Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o


funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.

BEM JURÍDICO
A moralidade na administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público,
ainda que apenas nomeado (mas não empossado). No entanto, é plenamente
SUJEITO ATIVO possível o concurso de pessoas, respondendo também o particular pelo crime,
desde que este particular tenha conhecimento da condição de funcionário
público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica
A conduta é a de solicitar, receber vantagem ou aceitar promessa do
recebimento de vantagem futura. Parte da Doutrina entende o mero recebimento
de vantagens ou dádivas por questões de gratidão ou amizade não configuram
corrupção, por não lesarem a moralidade administrativa. Assim, por exemplo, o
atendente do INSS que no final do ano recebe uma cesta de natal de um dos
aposentados, como gratidão pelo excelente atendimento, não estaria cometendo
crime para esta corrente24. Outra parte da Doutrina entende que a Lei não
TIPO OBJETIVO distinguiu as condutas, sendo ambas (com finalidade espúria ou sem ela)
consideradas corrupção passiva. A corrupção passiva pode ser imprópria, quando
o ato a ser praticado pelo funcionário público em troca da vantagem for legítimo
(o funcionário recebe a vantagem, por exemplo, para agilizar o andamento de
uma certidão). Por outro lado, considera-se como corrupção própria aquela na
qual o agente recebe a vantagem ou aceita a promessa de vantagem para
praticar ato ilícito (o agente, por exemplo, recebe vantagem para deixar de
aplicar uma multa, por exemplo).
Dolo. Não se exige qualquer dolo específico (finalidade específica da conduta).
TIPO SUBJETIVO
Não se admite o crime na forma culposa.
Na modalidade de aceitar e solicitar promessa de vantagem, trata-se de crime
formal, não se exigindo o efetivo recebimento da vantagem. Na modalidade de
receber vantagem ilícita, o crime é material, exigindo-se o efetivo recebimento
CONSUMAÇÃO E
da vantagem.25 Em todos esses casos não se exige que o funcionário público
TENTATIVA
efetivamente pratique ou deixe de praticar o ato em razão da vantagem ou
promessa de vantagem recebida. Porém, se tal ocorrer, incidirá a causa de
aumento de pena prevista no § 1° do art. 317, aumentando-se a pena em 1/3.

O § 2°, por fim, estabelece uma forma “privilegiada” do crime. É a hipótese do “favor”, aquela conduta
do funcionário que cede a pedidos de amigos, conhecidos ou mesmo de estranhos, para que faça ou deixe de

24 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 116


25 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 317. BITENCOURT sustenta que o crime é formal apenas na modalidade de solicitar, sendo
crime material nas modalidades de “aceitar” e “receber”. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 125

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fazer algo ao qual estava obrigado, sem que vise ao recebimento de qualquer vantagem ou à satisfação de
interesse próprio:

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Percebam que a pena prevista para esta modalidade do delito é bem menor que a prevista para as
outras hipóteses de corrupção. Aqui temos um crime material.26

8 Facilitação de contrabando ou descaminho

Está previsto no art. 318 do CP:

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Aqui se pune a conduta do agente que deveria evitar a prática do contrabando ou descaminho, mas
não o faz, facilitando-a.

BEM JURÍDICO
A moralidade e o patrimônio da administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público,
exigindo-se, ainda, que seja o funcionário público que tinha o dever
funcional de evitar a prática do contrabando ou descaminho. Aqui há uma
exceção à teoria monista do concurso de pessoas, prevista no art. 29 do CP, pois
o funcionário público responde por este crime, enquanto o particular responde
pelo crime de contrabando ou pelo descaminho (a depender da conduta). Se,
SUJEITO ATIVO porém, o funcionário público que facilitar a prática do contrabando ou
descaminho não tiver a obrigação de evitá-la, responderá como partícipe do
crime praticado pelo particular, e não pelo crime do art. 318 do CP27. MUITO
CUIDADO COM ISSO! É plenamente possível o concurso de pessoas,
respondendo também o particular (ou funcionário público que não tenha o dever
de evitar o crime) pelo crime do art. 318, desde que este particular tenha
conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica.
A conduta é a de facilitar a prática de qualquer dos dois crimes (contrabando
TIPO OBJETIVO
ou descaminho), seja por ação ou omissão.
Dolo. Não se exige qualquer dolo específico (finalidade específica da conduta).
TIPO SUBJETIVO
Não se admite o crime na forma culposa.

26 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 739


27 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 129

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Consuma-se com a efetiva facilitação para o crime, ainda que este último
CONSUMAÇÃO E (contrabando ou descaminho) não venha a se consumar.28 Admite-se a
TENTATIVA tentativa quando a conduta do agente na facilitação for ativa (ação), pois se
pode fracionar a execução do crime em vários atos.

CUIDADO! A redação do tipo penal fala em “art. 334” porque anteriormente os delitos de
contrabando e descaminho faziam parte do mesmo tipo penal (art. 334). Atualmente o
contrabando foi deslocado para o art. 334-A. Contudo, não me parece que o funcionário
que facilite a prática do contrabando vá ficar impune, ele irá continuar respondendo pelo
crime do art. 318, eis que o tipo penal fala claramente em “contrabando ou descaminho”.
Apenas a referência ao art. 334 é que passou a estar incompleta.

9 Prevaricação, prevaricação imprópria e condescendência criminosa

O crime de prevaricação é tipificado no art. 319 do CP, que diz:

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

BEM JURÍDICO TUTELADO A moralidade na administração pública.


Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público.
SUJEITO ATIVO É plenamente possível o concurso de pessoas, desde que este particular tenha
conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica
A conduta é retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou, ainda, praticá-
TIPO OBJETIVO
lo contra disposição expressa da lei.
Dolo. Exige-se que o agente pratique o crime para satisfazer interesse ou
TIPO SUBJETIVO sentimento pessoal (dolo específico). Não se admite o crime na forma
culposa.
Consuma-se com a efetiva realização da conduta. Admite-se a tentativa
quando a conduta do agente puder ser fracionada, como na hipótese de
CONSUMAÇÃO E
praticá-lo contra disposição expressa da lei. Na hipótese, por exemplo, de
TENTATIVA
deixar de praticar, por não poder se fracionar a conduta, não cabe a
tentativa.29

Este crime não deve ser confundido com a corrupção passiva privilegiada, na qual o agente deixa de
praticar ato de ofício ou pratica ato indevido atendendo a pedido de terceiros. Aqui, o agente faz por conta
próprio, para satisfazer interesse próprio.

LEMBREM-SE:

FAVORZINHO GRATUITO = CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA

28 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 131


29 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 743. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 140

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SATISFAÇÃO DE INTERESSE PRÓPRIO = PREVARICAÇÃO

Existe, ainda, uma modalidade específica de prevaricação, que é a prevista no art. 319-A, inserido
recentemente pela Lei 11.466/07:

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de
2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Assim, nessa hipótese, o crime não é o de prevaricação comum, mas sim a espécie própria de
prevaricação prevista no art. 319-A do CP, chamada pela Doutrina de prevaricação imprópria.

Nessa hipótese, diferentemente da prevaricação comum (ou própria), não se exige dolo específico
(finalidade especial de agir).30 Cuidado com isso! A Doutrina não admite, ainda, a tentativa nesta hipótese,
pois a lei prevê apenas uma conduta omissiva própria, não havendo possibilidade de fracionamento da
conduta.

Também não se deve confundir o crime de prevaricação com o crime de condescendência criminosa.
Nesse crime, o agente também deixa de fazer algo a que estava obrigado em razão da função, mas o faz
por indulgência (sentimento de pena, de comiseração). Nos termos do art. 320 do CP:

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Se o chefe deixa de responsabilizar o subordinado por outro motivo que não seja a indulgência (medo,
frouxidão, negligência, pouco caso, etc.), o crime pode ser o de prevaricação ou o de corrupção passiva
privilegiada, a depender do caso. Cuidado com isso, povo!

CUIDADO! O tipo penal exige que o agente seja hierarquicamente superior ao outro
funcionário31, aquele que cometeu a falta funcional. Existe certa divergência doutrinária
quanto a isso, mas a posição predominante é de que, de fato, o agente deve ser

30 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 146


31 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 148. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 746

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hierarquicamente superior. Assim, se um funcionário público toma conhecimento de que seu


colega praticou uma infração funcional e nada faz a respeito, NÃO PRATICA ESTE CRIME.

É impossível a tentativa no crime de condescendência criminosa, pois se trata de crime omissivo puro.

10 Advocacia administrativa

Está previsto no art. 321 do CP:

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

BEM JURÍDICO
A moralidade na administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público. É
SUJEITO ATIVO plenamente possível o concurso de pessoas, desde que este particular tenha
conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica
A conduta é patrocinar interesse privado perante a administração pública. O
agente deve se valer das facilidades que a sua condição de funcionário público
TIPO OBJETIVO
lhe proporciona32. Entende-se, ainda, que o agente deve praticar a conduta em
prol de um terceiro.
Dolo. Não se exige especial fim de agir. Não se admite o crime na forma
TIPO SUBJETIVO
culposa.
Consuma-se com a efetiva realização da conduta. Admite-se a tentativa
quando a conduta do agente puder ser fracionada, como na hipótese prática
CONSUMAÇÃO E
da conduta mediante correspondência ou outro ato escrito que não tenha
TENTATIVA
chegado ao conhecimento do destinatário. No entanto, alguns entendem que
nesse caso o crime foi consumado.

A lei prevê, ainda, uma espécie de qualificadora, ao estabelecer que, se o interesse patrocinado não
é legítimo, a pena será mais grave. Nos termos do § único do CP:

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Assim:

Interesse legítimo – Crime de advocacia administrativa na forma simples

Interesse ilegítimo – Crime de advocacia administrativa na forma qualificada.

32 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 155

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11 Violência arbitrária

É o delito tipificado no art. 322 do CP:

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Parte da Doutrina e da Jurisprudência entendem ter sido este artigo revogado pela Lei de abuso de
autoridade.33 No entanto, existem decisões no âmbito do STJ e do STF reconhecendo a plena vigência deste
artigo.34

BEM JURÍDICO O regular desenvolvimento das atividades da administração pública e a


TUTELADO integridade física de eventual particular lesado pela conduta.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público. É
SUJEITO ATIVO plenamente possível o concurso de pessoas, desde que este particular tenha
conhecimento da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica, e, secundariamente, o particular.
A conduta é praticar violência no exercício da função, ou em razão dela. Logo, não
TIPO OBJETIVO se exige que o agente esteja em horário de trabalho, ou dentro da repartição,
desde que a violência ocorra em razão da função do agente.
Dolo. Não se exige especial fim de agir. Parte da Doutrina, no entanto, entende
TIPO SUBJETIVO que deve haver a finalidade especial de pretender abusar de sua autoridade
(entendimento minoritário). Não se admite o crime na forma culposa.
CONSUMAÇÃO E
Consuma-se com a efetiva realização da conduta. A tentativa é plenamente possível.
TENTATIVA

Atente-se para o fato de que, além da pena aplicada em razão deste crime, o agente responde também
pelas penas decorrentes das lesões corporais que causar, ou até mesmo pela morte da vítima.

12 Abandono de função

Assim dispõe o art. 323 do CP:

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

33 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 160


34 (...) 1. O crime de violência arbitrária não foi revogado pelo disposto no artigo 3º, alínea "i", da Lei de Abuso de Autoridade.
Precedentes da Suprema Corte.
2. Ordem denegada.
(HC 48.083/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2007, DJe 07/04/2008)

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§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

BEM JURÍDICO
O regular desenvolvimento das atividades da administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público.
Aqui a Doutrina entende que o conceito de funcionário público é restrito35, só
SUJEITO ATIVO podendo ser praticado este crime pelo ocupante de cargo público. É plenamente
possível o concurso de pessoas, desde que este particular tenha conhecimento
da condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica.
A conduta é abandonar o cargo. A definição do que seria abandono do cargo
(por quantos dias, em que situações, etc.), deverá ser extraída do estatuto ao
qual o servidor esteja vinculado. No entanto, a Doutrina entende que o exercício
TIPO OBJETIVO
do direito de Greve não pode ensejar este crime. Parte da Doutrina entende,
ainda, que pode ocorrer o abandono se o servidor, ainda que compareça à
repartição, se recuse a trabalhar.36
TIPO SUBJETIVO Dolo. Não se exige especial fim de agir. Não se admite o crime na forma culposa.
CONSUMAÇÃO E Consuma-se com a efetiva realização da conduta. A Doutrina não admite a
TENTATIVA tentativa.

O CP estabeleceu, ainda, duas qualificadoras, previstas nos §§ 1° e 2°, quando do fato resultar algum
prejuízo à administração pública e quando o fato ocorrer em faixa de fronteira:

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Entende-se por faixa de fronteira a extensão de 150 km de largura ao longo das fronteiras terrestres,
nos termos do art. 20, § 2° da Constituição).

13 Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Aqui, trata-se de hipótese na qual o agente está para se tornar servidor público, ou já deixou de sê-
lo, e mesmo assim exerce as funções às quais está impedido de exercer, seja porque ainda não tomou posse,
seja porque já foi desligado do serviço público. Nos termos do art. 324 do CP:

35BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 168/169. CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 754
36BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 169. Bitencourt sustenta a tese de que o cargo deverá ficar acéfalo, ou seja, desocupado.
Se há algum substituto para ocupar o cargo, o delito não estaria caracterizado (posição do prof. BITENCOURT). A doutrina
majoritária não defende esta tese.

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Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

BEM JURÍDICO
O regular desenvolvimento das atividades da administração pública.
TUTELADO
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público.
Contudo, é bom frisar que na modalidade de exercício ilegalmente antecipado
antes da posse (mas depois da nomeação) e na modalidade de exercício
prolongado após exoneração (ou demissão), o sujeito não é mais funcionário
SUJEITO ATIVO público, embora esteja direta ou indiretamente ligado à administração.37 Se o
agente não possui qualquer vínculo, comete o crime de usurpação de função
pública, previsto no art. 328 do CP38. É plenamente possível o concurso de
pessoas, desde que este particular tenha conhecimento da condição de
funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica.
A conduta é exercer a função pública, sem autorização (elemento normativo do
tipo), antes de satisfeitas as exigências ou após ter sido desligado da função (por
TIPO OBJETIVO
remoção, substituição, exoneração, etc.). Exige-se, ainda, que o agente saiba que
está agindo nesta condição.
TIPO SUBJETIVO Dolo. Não se exige especial fim de agir. Não se admite o crime na forma culposa.
CONSUMAÇÃO E Consuma-se com a efetiva realização da conduta de exercer a atividade
TENTATIVA indevidamente. A tentativa é admissível.39

14 Violação de sigilo profissional

Está previsto no art. 325 do CP:

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

BEM JURÍDICO TUTELADO O sigilo das informações relativas à administração pública.


Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo funcionário público
que possua o dever de manter a informação em sigilo. É plenamente possível
SUJEITO ATIVO
o concurso de pessoas, desde que este particular tenha conhecimento da
condição de funcionário público do agente.
SUJEITO PASSIVO A administração púbica.
A conduta é revelar ou facilitar a revelação de fato sigiloso que o agente tenha
tomado conhecimento em razão do cargo. É indiferente se o fato é revelado
TIPO OBJETIVO
a um particular ou a outro servidor público. É imprescindível, porém, que o
fato tenha sido levado ao conhecimento do agente em razão da sua função

37 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 175


38 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 756
39 Como exemplo, imagine-se o caso do agente que se apresente para trabalhar, mas seja impedido pelo chefe da repartição.

CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 757

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pública. Se a revelação do segredo se der em relação à operação ou serviço


prestado por instituição financeira, estaremos diante de crime contra o sistema
financeiro nacional, previsto no art. 18 da Lei 7.492/8640.
Dolo. Não se exige especial fim de agir. Não se admite o crime na forma
TIPO SUBJETIVO
culposa, pois se exige que o agente tenha ciência de que o fato é sigiloso.
Consuma-se com a efetiva realização da conduta de revelar o segredo ou
facilitar sua revelação. A Doutrina admite a tentativa, nas hipóteses em que
CONSUMAÇÃO E
se puder fracionar a conduta do agente, como na hipótese de o agente enviar
TENTATIVA
carta a um terceiro revelando-lhe o segredo41, e ser a carta interceptada por
outra pessoa, não chegando ao conhecimento do destinatário.

O CP prevê, ainda, uma forma equiparada do delito e outra forma, qualificada. Nos termos dos §§ 1°
e 2° do art. 325 do CP:

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer


outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela


Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

O art. 326 estabelece um crime autônomo, uma modalidade especial de violação de segredo funcional.
É a violação de sigilo de proposta licitatória. Nos termos do art. 326:

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro


o ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Entretanto, este artigo foi revogado tacitamente pelo art. 94 da Lei 8.666/93, que tipifica a mesma
conduta, entretanto, estabelece pena mais grave (dois a três anos de detenção, e multa).42

40 CUNHA, Rogério Sanches. Op. Cit., p. 759


41 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 185
42 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit., p. 187

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DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO PENAL

 Arts. 312 a 327 do CP – Tipificam os crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral, bem como trazem o conceito de funcionário público para fins penais (art. 327 do CP):

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,


recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº


9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou


alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

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Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o


funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de
2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

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Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer


outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela


Lei nº 9.983, de 2000)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro


o ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

 Art. 92, I “a” e seu § único, do CP – Tal dispositivo estabelece a perda do cargo, emprego ou função
quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano em relação aos
crimes funcionais:

Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela Lei nº 9.268,
de 1º.4.1996)

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

(...)

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser
motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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SÚMULAS PERTINENTES

1 Súmulas do STJ

 Súmula 599 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que o princípio da insignificância é
inaplicável aos crimes contra a administração pública 43, solidificando o entendimento que já era adotado na
Corte há muitos anos:

Súmula 599 do STJ

O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
 STF - RHC 117488 AGR – O STF considerou que a condição de “funcionário público” seria elementar do
tipo de concussão e, portanto, considerar tal condição para fixar a pena base acima do mínimo legal seria
inviável (bis in idem). Contudo, a condição de policial seria uma condição especial de agente que tem a
obrigação de velar pela segurança do cidadão, o que imporia maior dever de obediência à norma, de
maneira que sua conduta seria ainda mais reprovável que a de um “atendente de protocolo”, por exemplo,
de forma que seria possível aumentar a pena com base nesta circunstância. Vejamos:

“(...) 4.a. A inserção do servidor público no quadro estrutural do Estado deve e pode ser
considerada no juízo de culpabilidade. Na aferição da culpabilidade deve-se também
considerar o maior ou menor grau de dever de obediência à norma. Não ocorrência de bis
in idem. 4.b. Vício de fundamentação na valoração da circunstância judicial do motivo do
crime. 5. Recurso provido parcialmente e concessão parcial da ordem para determinar ao
Juízo sentenciante, mantidas a condenação e seus efeitos, a correção do vício na
individualização da pena, mormente para afastar a elementar do tipo por ocasião da
valoração dos motivos do crime.

(RHC 117488 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
01/10/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-205 DIVULG 15-10-2013 PUBLIC 16-10-
2013)

 STJ - RESP 1.251.621-AM - CORRUPÇÃO PASSIVA – CRIME PRATICADO POR PROMOTOR DE JUSTIÇA
– CIRCUNSTÂNCIA PASSÍVEL DE SER CONSIDERADA EM PREJUÍZO DO RÉU – O STJ decidiu que o Juiz
pode considerar como circunstância judicial desfavorável, na pena-base, o fato de o agente ser Promotor de
Justiça, pois o cargo que o agente ocupa é distinto dos servidores públicos em geral, posto que se trata de

43 O próprio STJ chegou a proferir uma decisão (RHC 85.272) na qual teria “afastado” a aplicação da súmula. Todavia, o caso no
qual foi proferida a decisão não tratava de um crime contra a administração pública (arts. 312 a 359-H do CP, por exemplo), mas
de um crime PATRIMONIAL (crime de dano, art. 163 do CP), no qual, especificamente naquele caso, tinha a administração como
vítima (destruição dolosa de um cone de trânsito por um particular). Ou seja, não houve aplicação do princípio da insignificância
a qualquer dos crimes contra a administração pública. Logo, a súmula permanece inteiramente em vigor. Frise-se, por oportuno,
que o descaminho (art. 334 do CP), a despeito de ser um crime contra a administração pública, tem natureza de crime tributário,
motivo pelo qual se admite a aplicação do princípio da insignificância.

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cargo destinado a reprimir este tipo de conduta, o que evidencia uma maior reprovabilidade quando este
agente pratica o crime. Vejamos:

(...) O fato de o crime de corrupção passiva ter sido praticado por Promotor de Justiça no
exercício de suas atribuições institucionais pode configurar circunstância judicial
desfavorável na dosimetria da pena. Isso porque esse fato revela maior grau de
reprovabilidade da conduta, a justificar o reconhecimento da acentuada culpabilidade,
dada as específicas atribuições do promotor de justiça, as quais são distintas e incomuns se
equiparadas aos demais servidores públicos latu sensu. Assim, a referida circunstância não é
inerente ao próprio tipo penal. (REsp 1.251.621-AM, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
16/10/2014)

 STJ - REsp 1519662/DF – O STJ decidiu que as OSCIPs são consideradas entidades paraestatais e,
portanto, seus funcionários são equiparados a funcionário público para fins penais:

(...) Considerando que o ICS foi qualificado como Organização Social pelo artigo 19 da Lei
Distrital nº 2.415/99, tem-se que seus dirigentes são equiparados a funcionários públicos
para os efeitos penais, submetendo-se às sanções direcionadas aos crimes praticados por
funcionários públicos contra a administração pública em geral, em razão da norma
extensiva prevista no § 1º do artigo 327 do Código Penal, que equipara a funcionário
público, todo o agente que exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal.

(...) (REsp 1519662/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA,
julgado em 18/08/2015, DJe 01/09/2015)

 STJ - HC 94.168/MG –O STJ formou entendimento no sentido de que o peculato de uso é impunível, ante
a ausência de animus rem sibi habendi (intenção de se apropriar da coisa):

(...)2. Analogamente ao furto de uso, o peculato de uso também não configura ilícito
penal, tão-somente administrativo. Todavia, o peculato desvio é modalidade típica,
submetendo o autor do fato à pena do artigo 312 do Código Penal. Cabe à instrução
probatória delimitar qual conduta praticou o paciente.

(...) (HC 94.168/MG, Rel. Ministra JANE SILVA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO


TJ/MG), SEXTA TURMA, julgado em 01/04/2008, DJe 22/04/2008)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


O sujeito ativo do crime de prevaricação pode ser um particular, desde que aja em concurso com servidor
público, mesmo que aquele desconheça a condição funcional do coautor.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o crime de prevaricação é crime próprio, exigindo do sujeito ativo a qualidade de servidor
público. Todavia, um particular pode responder pelo referido delito, desde que atue em concurso de agentes
com um servidor público, e desde que CONHEÇA a condição funcional de seu comparsa.

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GABARITO: ERRADA

2. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


O ato de servidor público exigir para si vantagem indevida em razão de sua função pública configura o crime
de corrupção passiva.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal delito configura o crime de concussão, previsto no art. 316 do CP, já que o agente EXIGIU
a vantagem indevida.

GABARITO: ERRADA

3. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


A reparação do dano no caso de peculato culposo, mesmo que ocorra em momento posterior à prolação da
sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a reparação do dano no crime de peculato culposo só gera extinção da punibilidade se é
anterior à sentença irrecorrível; se for posterior, apenas reduzirá a pena imposta pela metade, na forma do
art. 312, §3º do CP.

GABARITO: ERRADA

4. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR)


Milton, valendo-se de sua condição de servidor público e cedendo a pedido de amigo íntimo, deixou de
cumprir seu dever funcional ao não ter promovido ação para apurar infração de determinada empresa
vinculada à administração pública.
Nessa situação hipotética, apurada a conduta de Milton, ele deverá responder pelo crime de
A) advocacia administrativa qualificada.
B) corrupção passiva privilegiada.
C) corrupção ativa.
D) concussão.
E) condescendência criminosa.

COMENTÁRIOS

Neste caso, Milton praticou o crime de corrupção passiva privilegiada, eis que infringiu seu dever funcional
cedendo a pedido de outrem:

Art. 317 (...)

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

GABARITO: LETRA B

5. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR)


Mário, servidor público, subtraiu da administração um bem que estava sob sua posse e passou a tratá-lo como
sua propriedade por um mês em sua residência. Convencido por sua esposa, Mário restituiu o bem, intacto, à
administração pública.
Considerando-se que, nessa situação hipotética, a conduta do servidor consista em peculato-apropriação e
que, até a restituição da coisa subtraída, não tenha havido indiciamento nem denúncia, é correto afirmar que
Mário
A) não deverá responder pelo crime, uma vez que ocorreu a desistência voluntária.
B) deverá responder pelo crime, pois a desistência não foi voluntária, mas determinada por terceiro.
C) não deverá responder pelo crime, visto que agiu com arrependimento eficaz.
D) deverá responder pelo crime, estando, porém, sujeito a redução de pena em razão do arrependimento
posterior.
E) deverá responder pelo crime na modalidade tentada, uma vez que o crime não se consumou por
circunstâncias alheias à sua vontade.

COMENTÁRIOS

Neste caso, Mário deverá responder pelo crime de peculato, vez que este restou consumado. Por ser peculato
doloso, a reparação do dano não gera extinção da punibilidade, mas Mário terá sua pena reduzida de um
a dois terços, em razão do arrependimento posterior, na forma do art. 16 do CP.

GABARITO: LETRA D

6. (CESPE – 2019 – TJAL – JUIZ)


Joaquim, fiscal de vigilância sanitária de determinado município brasileiro, estava licenciado do seu cargo
público quando exigiu de Paulo determinada vantagem econômica indevida para si, em função do seu cargo
público, a fim de evitar a ação da fiscalização no estabelecimento comercial de Paulo.
Nessa situação hipotética, Joaquim praticou o delito de
A) constrangimento ilegal.
B) extorsão.
C) corrupção passiva.
D) concussão.
E) excesso de exação.

COMENTÁRIOS

Joaquim praticou o crime de concussão, previsto no art. 316 do CP, já que EXIGIU a vantagem indevida em
razão da função pública, ainda que estivesse licenciado ao tempo em que foi praticada a conduta.

GABARITO: LETRA D

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7. (CESPE – 2019 – PGE-PE - ANALISTA)


João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente,
apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam
sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos
produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela
prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a
doze anos de reclusão, e multa.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra
a administração pública.
A devolução dos bens apropriados indevidamente por João antes do recebimento da denúncia é hipótese de
eficiente reparação do dano, o que deverá ser considerado como causa de extinção da punibilidade do crime
de peculato-apropriação.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a reparação do dano, neste crime, não gera extinção da punibilidade, embora possa ser
aplicável o instituto do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP, que é causa de diminuição de
pena.

GABARITO: ERRADA

8. (CESPE – 2019 – PGE-PE - ANALISTA)


João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente,
apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam
sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos
produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela
prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a
doze anos de reclusão, e multa.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra
a administração pública.
De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário causado por ele tiver
sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da insignificância.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois não se aplica o princípio da insignificância aos crimes contra a administração pública,
conforme súmula 599 do STJ.

GABARITO: ERRADA

9. (CESPE – 2019 – PRF - POLICIAL)


Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um caminhão foi parado e vistoriado
por policiais rodoviários federais. Além do motorista e de um passageiro, o veículo transportava, ilegalmente,
grande quantidade de mercadoria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos
impostos de importação. O motorista, penalmente imputável e proprietário do caminhão, admitiu a
propriedade dos produtos. O passageiro, que se identificou como servidor público alfandegário lotado no
posto de fiscalização fronteiriço pelo qual o veículo havia passado para adentrar no território nacional, alegou
desconhecer a existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou carona com o motorista.

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Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.


Caso fique comprovada a participação do servidor público na conduta delituosa, ele responderá pelo delito
de descaminho em sua forma qualificada: ela tinha o dever funcional de prevenir e de reprimir o crime.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o servidor público, neste caso, responderá pelo crime de facilitação de contrabando ou
descaminho, crime previsto no art. 318 do CP:

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

GABARITO: ERRADA

10. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – AUDITOR)


Determinado auditor fiscal da SEFAZ exigiu do contribuinte o pagamento de tributo que sabia ser indevido,
afirmando que iria recolher o valor aos cofres públicos.
Nessa situação hipotética, o auditor fiscal deverá responder pelo cometimento do crime de
A) peculato.
B) excesso de exação.
C) corrupção passiva.
D) peculato mediante erro de outrem.
E) crime funcional contra a ordem tributária.

COMENTÁRIOS

O agente, neste caso, praticou o crime de excesso de exação, previsto no art. 316, § único do CP, pois exigiu
TRIBUTO QUE SABIA SER INDEVIDO.

GABARITO: LETRA B

11. (CESPE – 2018 – EMAP – analista portuário – área jurídica) Julgue o item seguinte, a respeito dos
crimes contra a administração pública.
Funcionário público que utilizar o cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e alheio perante a
administração pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá o crime de advocacia
administrativa.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso estará configurado o crime de advocacia administrativa, do art. 321 do CP:

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Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

GABARITO: Correta

12. (CESPE – 2018 – EMAP – ANALISTA PORTUÁRIO – ÁREA JURÍDICA) Julgue o item seguinte, a
respeito dos crimes contra a administração pública.
Constitui crime de peculato na modalidade de desvio a aplicação de recurso para o alcance de finalidade
diversa da prevista em lei, ainda que tal aplicação atenda ao interesse público.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois neste caso não há peculato, mas o crime do art. 315 do CP, que é o crime de emprego
irregular de verbas ou rendas públicas:

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

GABARITO: Errada

13. (CESPE – 2018 – STJ – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item que se segue, acerca de extinção da
punibilidade no direito penal brasileiro.
É causa de extinção da punibilidade a reparação de dano decorrente de peculato culposo por funcionário
público, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 312, §3º do CP, que trata dos efeitos da reparação do
dano no peculato culposo:

Peculato culposo

Art. 312 (...) § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

GABARITO: Correta

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14. (CESPE – 2018 – STJ – OFICIAL DE JUSTIÇA) Considerando a doutrina e a jurisprudência dos
tribunais superiores acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde praticou conduta
delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. Assertiva:
Nessa situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá pelo crime de furto
em sua forma qualificada.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o médico, neste caso, é equiparado a funcionário público para fins penais, por força do art.
327, §1º do CP, de forma que responderá pelo crime de peculato.

GABARITO: Errada

15. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Tendo como referência a jurisprudência sumulada
dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação
da lei penal e institutos.
É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, desde que o
prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois não é cabível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a administração
pública, conforme súmula 599 do STJ. O próprio STJ chegou a proferir uma decisão (RHC 85.272) na qual
teria “afastado” a aplicação da súmula. Todavia, não se trata de um crime contra a administração pública
(arts. 312 a 359-H do CP, por exemplo), mas de um crime PATRIMONIAL (crime de dano, art. 163 do CP), no
qual, especificamente naquele caso, tinha a administração como vítima (destruição dolosa de um cone de
trânsito por um particular). Ou seja, não houve aplicação do princípio da insignificância a qualquer dos crimes
contra a administração pública. Logo, a súmula permanece inteiramente em vigor. Frise-se, por oportuno, que
o descaminho (art. 334 do CP), a despeito de ser um crime contra a administração pública, tem natureza de
crime tributário, motivo pelo qual se admite a aplicação do princípio da insignificância.

GABARITO: Errada

16. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a administração
pública, julgue o item a seguir.
O crime de peculato pode ser praticado por quem exerce emprego público, ainda que sua atividade seja
transitória ou sem remuneração.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois aquele que exerce emprego público, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, é
considerado funcionário público para fins penais, na forma do art. 327 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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17. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a administração
pública, julgue o item a seguir.
Para a configuração do crime de prevaricação faz-se necessário um ajuste de vontade entre o agente do
Estado e o beneficiário do seu ato.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois para a configuração do crime de prevaricação basta a conduta do funcionário público,
consistente em “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”, nos exatos termos do art. 319 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

18. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 01) No que se refere aos tipos penais,
julgue o próximo item.
O crime de violação de sigilo funcional é subsidiário, apenas se caracterizando se a revelação de fato sigiloso
conhecido em razão do cargo não constituir crime mais grave.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o crime de violação de sigilo funcional é um crime subsidiário, havendo subsidiariedade
expressa, pois o próprio art. 325 estabelece que tal delito só irá se caracterizar se a conduta não configurar
crime mais grave:

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

19. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) Valdemar, empresário
do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de produtos químicos, para disfarçar o
estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo de validade. Ele garante uma mesada a Odair,
empregado de agência reguladora do setor e encarregado de elaborar os registros de fiscalização, em
troca de ser avisado de qualquer ação não programada do órgão. De posse desse tipo de informação,
Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem a carne de má qualidade. Durante a
investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em razão do consumo de
carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Odair cometeu os crimes de corrupção passiva e de violação de sigilo funcional qualificado pelo dano a
outrem.

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COMENTÁRIOS

Item correto, pois Odair, o fiscal, praticou os crimes de corrupção passiva, previsto no art. 317 (pois recebia
vantagem indevida em razão do cargo), e violação de sigilo funcional, previsto no art. 325 do CP (pois
divulgava indevidamente informação sigilosa da qual tomava conhecimento em razão do cargo).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

20. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O princípio da insignificância


poderá ser aplicado aos crimes contra a administração pública quando o agente for primário e o prejuízo
causado ao erário for inexpressivo.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois conforme entendimento mais recente do STJ, inclusive sumulado (súmula 599 do STJ), não é
cabível a aplicação do princípio da insignificância aos crimes contra a administração pública.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

21. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) A circunstância elementar do


crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois se trata de circunstância de caráter pessoal que é elementar do delito, comunicando-se com
os demais agentes da empreitada criminosa, na forma do art. 30 do CP. Exige-se, é bom lembrar, que os
demais agentes saibam que seu comparsa possui a condição de funcionário público.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

22. (CESPE – 2018 – PC-MA – INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Uma investigadora de polícia exigiu de um
traficante de drogas o pagamento de determinada importância em dinheiro a fim de que evitasse o
indiciamento dele em inquérito policial. O traficante pediu um prazo para o pagamento do valor acordado
e, dois dias depois, entregou o dinheiro à investigadora, a qual, então, ocultou as provas contra o
traficante.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A conduta da investigadora configura crime de concussão, consumado quando ela exigiu do traficante o
pagamento do valor pecuniário.
b) A investigadora e o traficante, pela aplicação da teoria monista, deverão responder pelo mesmo tipo
penal.
c) A investigadora cometeu crime de corrupção passiva, consumado a partir do momento em que o traficante
efetuou o pagamento.
d) O cumprimento, pela investigadora, do acordado com o traficante configura circunstância qualificadora do
crime.
e) O traficante deverá responder pelo crime de corrupção ativa, consumado a partir do momento em que as
provas contra ele foram ocultadas.

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COMENTÁRIOS

Neste caso, a conduta da investigadora configura crime de concussão, previsto no art. 316 do CP, que, por
ser crime formal, consumou-se no momento em que ela exigiu do traficante o pagamento da vantagem
indevida.

O traficante não responde pelo crime de corrupção ativa, previsto no art. 333 do CP, pois tal delito pressupõe
que parta do particular a iniciativa de tentar corromper o funcionário público.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

23. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) O servidor público que deixar de
praticar ato de ofício, infringindo dever funcional em atenção a pedido de outrem, praticará
a) condescendência criminosa.
b) concussão.
c) prevaricação.
d) corrupção passiva privilegiada.
e) peculato.

COMENTÁRIOS

O servidor, neste caso, estará praticando o delito de corrupção passiva privilegiada, previsto no art. 317, §2º
do CP:

Art. 317 (...) § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

24. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) Para fins penais, considera-se
funcionário(a) público(a)
a) o tutor.
b) o inventariante.
c) o dirigente sindical.
d) a esposa pensionista de servidor público falecido.
e) o estagiário de defensoria pública.

COMENTÁRIOS

O art. 327 do CP estabelece o conceito de funcionário público para fins penais:

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

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§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

Como se vê, o estagiário exerce função pública, ainda que transitoriamente, motivo pelo qual é considerado
funcionário público para fins penais. A pensionista de servidor falecido não é funcionário público para fins
penais. O tutor e o inventariante também não são funcionários públicos para fins penais, pois exercem mero
“múnus público”. Por fim, o dirigente sindical não é funcionário público pois não exerce cargo, emprego ou
função pública. É até possível que tal dirigente seja funcionário público, mas isso não é necessário, pois existem
sindicatos das mais diversas categorias, motivo pelo qual não podemos afirmar que dirigente sindical é
funcionário público para fins penais.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

25. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) Um funcionário público que cobrar de
particular multa de forma acintosa praticará
a) excesso de exação
b) advocacia administrativa.
c) prevaricação.
d) conduta atípica.
e) peculato.

COMENTÁRIOS

A princípio se imagina tratar-se de excesso de exação, crime previsto no art. 316, §1º do CP:

Art. 316 (...)

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Todavia, como se vê, o excesso de exação se dá quando o agente cobra TRIBUTO ou CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.
A multa não se encaixa em nenhum destes conceitos.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

26. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) O funcionário público que,
aproveitando-se de seu cargo, utilizar-se ilegalmente de passagens e diárias pagas pelos cofres públicos
cometerá o delito denominado
a) prevaricação.

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b) conduta atípica.
c) corrupção passiva.
d) peculato culposo.
e) peculato.

COMENTÁRIOS

O funcionário, neste cargo, estará se apropriando de valores que recebeu em razão do cargo, praticando,
portanto, o crime de peculato, previsto no art. 312 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

27. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item seguinte,
acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no âmbito dos crimes contra a administração
pública.
Servidor público que tenha revelado fato do qual teve conhecimento em razão do cargo que exerce e que
deveria permanecer em segredo terá cometido crime de divulgação de segredo.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o funcionário, neste caso, terá praticado o crime de violação de sigilo funcional, previsto no
art. 325 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

28. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item seguinte,
acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no âmbito dos crimes contra a administração
pública.
O empréstimo de senha entre servidores de uma mesma repartição para acesso a banco de dados ou a sistema
de informações da administração pública comum aos usuários caracteriza crime contra a administração pública.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o funcionário, neste caso, terá permitido o acesso de pessoa AUTORIZADA ao sistema de
informações, não havendo, aqui, a prática do crime do art. 325, §1º, I do CP, que pressupõe o acesso de
pessoa NÃO AUTORIZADA a acessar o referido sistema.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

29. (CESPE – 2017 – TRE-BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No exercício de suas
atribuições, um funcionário público prestava atendimento a um cidadão quando necessitou buscar, no
interior da repartição, um documento para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um
laptop da instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas do cidadão que
recebia o atendimento. Quando o funcionário retornou, não encontrou o cidadão e observou que o laptop

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havia sumido. Posteriormente, as investigações policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o
laptop, que não foi recuperado.
Nesse caso, o funcionário público
a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas cominadas para esse crime,
na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano ao órgão até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo ser reconhecida a
atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.

COMENTÁRIOS

Trata-se de questão polêmica. Neste caso, há divergência doutrinária. Parte da Doutrina entende que o
funcionário público não responde por peculato culposo (que só se configuraria quando o agente contribuísse
culposamente para o peculato praticado por outro funcionário). Outra parcela da Doutrina sustenta que mesmo
neste caso haverá peculato culposo.

Apesar de a doutrina levemente majoritária entender que não há peculato culposo neste caso, a Banca
entendeu que haveria peculato culposo, fundamentando-se em outra parcela Doutrina (também muito
respeitável).

Assim, e considerando ter havido peculato culposo, de fato, a punibilidade será extinta se houver a reparação
do dano ao órgão até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, na forma do art. 312, §3º do
CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

30. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com relação aos crimes contra a
administração pública, julgue o item subsequente.
Será reduzida pela metade a pena de indivíduo condenado por crime de peculato culposo que reparar o
dano após o trânsito em julgado do acórdão.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois neste caso não haverá extinção da punibilidade, apenas a redução da pena (pela metade),
nos termos do art. 312, §3º do CP:

Art. 312 – (...)

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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31. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com relação aos crimes contra a
administração pública, julgue o item subsequente.
Será aumentada da terça parte a pena de crimes praticados contra a administração pública por ocupantes
de cargo em comissão e assessoramento de autarquias, apesar da ausência de expressa previsão legal.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois as autarquias não foram incluídas no rol do art. 327, §2º do CP, de forma que incluir tais
entidades seriam fazer analogia em prejuízo do réu, já que se trata de aplicação de causa de aumento de
pena, o que é vedado em nosso ordenamento jurídico.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

32. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com base no Código Penal e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos crimes contra a
administração pública.
O agente público que ordena despesa para utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e diárias pagas
pelos cofres públicos comete o crime de prevaricação.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o agente público, neste caso, não pratica o crime de prevaricação, previsto no art. 319 do
CP, mas o crime de peculato-desvio, previsto no art. 312 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

33. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Cada item a seguir apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com o Código Penal, com a
legislação penal extravagante e com a jurisprudência do STJ.
João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em flagrante. A vítima não
realizou o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de
concussão é formal, o crime consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por ele
responder.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o crime de concussão, previsto no art. 316 do CP, é crime formal, consumando-se no momento
em que o agente exige a vantagem indevida, sendo irrelevante, para fins de consumação, o efetivo
recebimento da vantagem.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

34. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Configura-se o peculato na modalidade de


desvio quando o servidor público, consciente e voluntariamente, desvia, em proveito próprio ou de
terceiro, verba que detém em razão do cargo que ocupa na sua repartição.

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Item correto, pois tal conduta caracteriza perfeitamente o crime de peculato-desvio, previsto no art. 312 do
CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

35. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Oficial de justiça que solicita determinada quantia
em dinheiro a advogado, para deixar de cumprir diligência de que estava incumbido, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) concussão.
c) prevaricação.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.

COMENTÁRIOS

Tal agente estará cometendo, neste caso, o crime de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP, pois
solicitou vantagem indevida para deixar de praticar um ato de ofício.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

36. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) A respeito das fases do iter criminis, assinale a
opção correta.
O crime de concussão é classificado pela doutrina como material, não bastando, portanto, para sua
consumação, a mera exigência de vantagem indevida para si ou para outrem, direta ou indiretamente.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o crime de concussão é doutrinariamente classificado como crime formal, ou seja, para sua
consumação basta a mera exigência de vantagem indevida para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que o agente não receba a vantagem.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

37. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Policial que exigir propina para liberar
a passagem de pessoas por uma estrada cometerá corrupção passiva.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois pois o policial, neste caso, estará praticando o crime de concussão, pois EXIGIU a vantagem
indevida, nos termos do art. 316 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

38. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) O agente penitenciário que não
recolher aparelhos celulares de pessoas em privação de liberdade cometerá crime de condescendência
criminosa.

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Item errado, pois o agente penitenciário, neste caso, estará praticando o crime de prevaricação imprópria,
previsto no art. 319-A do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

39. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Um governador que ordenar a
aquisição de viaturas policiais e o pagamento destas com recurso legalmente destinado à educação
infantil cometerá o crime de peculato.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o governador estará praticando, neste caso, o crime de emprego irregular de verbas ou
rendas públicas, previsto no art. 315 do CP, já que aplicou as verbas em benefício da população, mas em
área diversa daquela que deveria ter sido aplicada.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

40. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Se forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, os autores de crimes contra
a administração pública terão direito a redução de suas penas.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tais agentes não terão redução de pena, ao contrário, terão suas penas aumentadas em um
terço, nos termos do art. 327, §2º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

41. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) A circunstância de funcionário público
é comunicável a particular que cometa o crime sabendo dessa condição especial do funcionário.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois apesar de os crimes funcionais exigirem do agente a condição de funcionário público, os
particulares que participarem da infração penal responderão pelo crime funcional, já que a condição de
funcionário público se comunicará entre os agentes, por se tratar de uma elementar do delito, nos termos do
art. 30 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

42. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) Embora o crime de peculato admita
a forma dolosa, ele não pune a conduta culposa, que consiste na ação do agente público em concorrer,
por imperícia, imprudência ou negligência, para que outrem se aproprie, desvie ou subtraia dinheiro, bem
ou valores pertencentes à administração pública.

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COMENTÁRIOS

Item errado, pois o CP prevê expressamente a punição do peculato culposo, em seu art. 312, §2º.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

43. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) A inserção, alteração ou exclusão
de dados nos sistemas informatizados ou nos bancos de dados da administração pública é crime material,
de modo que a consumação só ocorre quando há prejuízo para a administração pública e(ou) ao
administrado, em benefício próprio ou de outrem.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal delito, previsto no art. 313-A do CP, é considerado crime formal, que se consuma com a
mera prática da conduta, ainda que o agente não consiga obter o seu intento.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

44. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) É material o crime de peculato-
desvio, uma vez que se consuma no exato momento do efetivo desvio do bem que o agente público detém
ou possui em razão de seu cargo, com a necessidade da ocorrência de dano para a administração pública.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois apesar de se tratar de um crime material, não é necessário que ocorra dano à administração
pública, bastando que o agente desvie o bem que está sob sua posse.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

45. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O crime de peculato-furto ocorre
quando o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, do valor ou do bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 312, §1º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

46. (CESPE – 2015 – TCE-RN – ASSESSOR TÉCNICO) Acerca dos delitos previstos na parte especial do
Código Penal e na legislação extravagante, julgue o item que se segue.
No peculato culposo, a reparação do dano antes do recebimento da denúncia incorre em extinção da
punibilidade, ao passo que a reparação realizada entre o recebimento da denúncia e o trânsito em julgado
da sentença condenatória possibilita a aplicação de causa de diminuição de pena.

COMENTÁRIOS

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Item errado, pois a reparação do dano no peculato CULPOSO é causa de extinção da punibilidade caso
ocorra até a SENTENÇA IRRECORRÍVEL. Após este momento a reparação do dano é mera causa de redução
de pena (redução pela metade), nos termos do art. 312, §3º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

47. (CESPE – 2015 – TCE-RN – INSPETOR) Julgue o item subsequente acerca dos delitos previstos na
parte especial do Código Penal.
Para fins penais, pode ser considerado como funcionário público o voluntário que, transitoriamente, auxilia
como enfermeiro em hospital público da administração direta municipal, em razão de excepcional estado de
calamidade pública e da insuficiência de cargos públicos preenchidos pelo hospital na especialidade.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o conceito de funcionário público para fins penais é bastante amplo, nos termos do art. 327
do CP, abrangendo aqueles que, embora TRANSITORIAMENTE OU SEM REMUNERAÇÃO, exerçam cargo,
emprego ou função pública.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

48. (CESPE – 2015 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) João, empregado de uma empresa terceirizada
que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública direta, subtraiu aparelho celular de
propriedade de José, servidor público que trabalha nesse órgão.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O ato praticado por João configura crime de peculato-furto, em que o sujeito passivo imediato é José e o
sujeito passivo mediato é a administração pública.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois João não é considerado funcionário público para fins penais, eis que trabalha em empresa
contratada para execução de atividade-meio, e não atividade-fim da administração pública.

Assim, João não se enquadra no conceito de funcionário público por equiparação, previsto no art. 327, §1º do
CP.

Desta forma, João responderá por FURTO, nos termos do art. 155 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

49. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Incorre em crime de peculato o servidor público que, embora não tendo posse de determinado bem, concorra
para sua subtração, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade proporcionada pelo cargo que
ocupe.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o agente, neste caso, pratica o delito de peculato-furto, previsto no art. 312, §1º do CP:

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Art. 312 (...) § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

50. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Cometerá crime de prevaricação o servidor público que deixar de responsabilizar, por clemência, o seu
subordinado que tenha cometido infração no exercício do cargo.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o funcionário público, neste caso, estará praticando o delito de condescendência criminosa,
previsto no art. 320 do CP:

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

51. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Cometerá crime punível com detenção o servidor público que ordenar seu subordinado no serviço público a
realizar obra de reforma em sua residência particular mediante o uso de recursos estatais.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois tal conduta não configura crime de peculato (art. 312 do CP), já que o desvio de mão-de-
obra pública configura apenas ato de improbidade administrativa (ou, no caso dos prefeitos, crime, nos termos
do Decreto-Lei 201-67). Tal conduta configura o chamado “peculato de uso”, que é considerado impunível
pela Doutrina, por não se adequar à ideia de desvio, prevista no art. 312 do cp.

Além disso, ainda que se tratasse de peculato, o item estaria errado, pois a pena para tal delito é a de
reclusão, não a de detenção.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

52. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Situação hipotética: João, chefe de determinada
repartição pública, deixou de instaurar o devido procedimento administrativo disciplinar para apurar a
responsabilidade por falta funcional de Pedro, que, além de ser seu subordinado, era seu amigo de longa

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data, fato que o fez atuar com um grau de tolerância maior. Assertiva: Nessa situação, João cometeu o
crime capitulado no CP como condescendência criminosa.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois o agente, neste caso, praticou o delito de condescendência criminosa, previsto no art. 320
do CP, já que, por indulgência, deixou de responsabilizar um subordinado que cometeu infração no exercício
do cargo.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

53. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Para efeitos penais, o CP excepciona do conceito
de funcionário público os servidores temporários contratados por prazo determinado para atender
necessidade transitória de excepcional interesse público.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois, para efeitos penais, o art. 327 do CP considera como funcionários públicos inclusive aqueles
que exercem, embora transitoriamente ou sem remuneração, cargo, emprego ou função pública.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

54. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) O CP prevê a figura do peculato culposo. Se a
reparação do dano ocorrer até o recebimento da denúncia haverá extinção da punibilidade. Caso se dê
após o recebimento da denúncia, a reparação ensejará causa de diminuição da pena.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a reparação do dano no peculato culposo, para gerar a extinção da punibilidade, pode
ocorrer até a sentença irrecorrível, nos termos do art. 312, §3º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

55. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Prefeito municipal que der aplicação diversa da
estabelecida em lei a verba ou renda pública cometerá crime de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas, previsto no CP.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois há tipo penal específico para os Prefeitos quando da prática de tal conduta. Trata-se do
tipo penal previsto no art. 1°, III do DL 201/67.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

56. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Cometerá o crime de corrupção passiva o agente
público que, na condição de fiscal de tributos, exigir de uma empresa de pequeno porte tributo de
competência estadual que saiba ser indevido.

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COMENTÁRIOS

Item errado, pois o agente praticará, neste caso, o delito de excesso de exação, previsto no art. 316, §1º do
CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

57. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) Cometerá o crime de corrupção passiva privilegiada,
punido com detenção, o DP que, após receber telefonema de procurador da República que se identifique
como tal, deixar de propor ação em que esse procurador seja diretamente interessado.

COMENTÁRIOS

Item errado. A questão não fornece os elementos necessários para que possamos afirmar, categoricamente,
que aqui tivemos a prática do delito de corrupção passiva privilegiada.

Isto porque o Defensor Público pode ter deixado de patrocinar a demanda pelo simples fato de entender que
esta não era cabível, e nesse caso não teríamos crime algum.

Poderia o Defensor Público, ainda, ter deixado de ajuizar a demanda para satisfazer sentimento pessoal, e
neste caso teríamos prevaricação, nos termos do art. 319 do CP.

Assim, para que a questão estivesse certa, deveria ter afirmado, de forma CATEGÓRICA, que o DP deixou de
ajuizar a ação para atender ao pedido ou à influência do Procurador da República, conforme exige o art.
317, §2º do CP:

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

(...)

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

A questão até dá a entender que houve a prática do delito de corrupção passiva privilegiada, mas em
momento algum isso fica claro, comprovado pela redação do enunciado, motivo pelo qual o item está errado.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

Como o CESPE deu a afirmativa como CORRETA, entendo que CABERIA RECURSO!

58. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere aos crimes
contra o patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a fé e a administração públicas, julgue os itens
que se seguem.

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Cometerá o crime de extorsão o servidor público que, em razão do cargo e mediante grave ameaça, exigir
para si vantagem econômica.

COMENTÁRIOS

Questão interessante! A primeira hipótese que nos vem à mente é a de ocorrência do crime de concussão,
previsto no art. 316 do CP:

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Contudo, a “grave ameaça” não é elemento do crime de concussão. Uma vez caracterizada a grave ameaça,
o funcionário deverá responder pelo delito de EXTORSÃO, caso se trate de vantagem econômica, nos termos
do art. 158 do CP:

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

59. (CESPE – 2015 – TCU – PROCURADOR – ADAPTADA) Conforme previsão do CP, a agravante de
violação de dever inerente ao cargo aplica-se ao crime de peculato.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o fato de ser praticado com violação de dever inerente ao cargo é uma ELEMENTAR do
crime de peculato, ou seja, todo peculato é praticado nestas condições, de forma que a aplicação da
agravante configuraria evidente bis in idem (dupla punição pelo mesmo fato).

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

60. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Acerca dos crimes contra
a administração pública, julgue o item a seguir.
A pessoa que exerça temporariamente cargo público, mesmo sem remuneração, poderá ser enquadrada em
crime de advocacia administrativa.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois tal pessoa é considerada como funcionária pública para fins penais, nos termos do que
dispõe o art. 327 do CP.

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Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

61. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Marcos, servidor público do estado da Paraíba, dirigiu-
se a um órgão da administração pública do referido estado e, sem se identificar, requereu preferência no
andamento de processo administrativo em que Rogério, seu amigo, é parte. Nessa situação, a conduta de
Marcos não corresponde ao crime de advocacia administrativa.

COMENTÁRIOS

A questão é capciosa. O candidato é compelido a acreditar que a pessoa praticou, aqui, o delito de advocacia
administrativa. Contudo, tal delito não se verificou na hipótese narrada, pois o agente atuou como um simples
particular, não tendo se valido de sua condição de funcionário público para obter qualquer vantagem para
seu amigo Rogério. Assim, não há que se falar em crime de advocacia administrativa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

62. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Luís, guarda municipal em serviço, solicitou R$ 500
a Marcelo por este dirigir veículo sem habilitação. Em troca, Luís não apreenderia o bem nem multaria
Marcelo pela infração de trânsito. Nessa situação, Luís praticou o crime de concussão.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a concussão é um crime que ocorre quando o agente EXIGE de outra pessoa a vantagem
indevida. No caso, o guarda apenas SOLICITOU a vantagem indevida, de forma que resta configurado o
delito de corrupção passiva, previsto no art. 317 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

63. (CESPE – 2015 – TJDFT – JUIZ) Luiz, policial civil lotado em uma delegacia de polícia, deixou de
dar andamento a inquérito no qual Francisco estava sendo investigado. Tal interrupção no andamento do
inquérito deveu-se ao fato de Mauro, irmão de Francisco, ter pagado ao policial, voluntariamente, a
quantia de dois mil reais.
Nessa situação hipotética, Luiz cometeu, em tese, o crime de
a) advocacia administrativa.
b) prevaricação.
c) corrupção passiva.
d) peculato.
e) concussão.

COMENTÁRIOS

No caso em tela Luiz cometeu o crime de corrupção passiva, pois recebeu vantagem indevida em razão da
função, nos termos do art. 317 do CP.

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Vale ressaltar que incidirá a causa de aumento de pena do §1º do referido art. 317, pois o agente
efetivamente deixou de praticar o ato funcional a que estava obrigado.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

64. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) O agente
que, de qualquer forma, facilitar o acesso de pessoas não autorizadas a banco de dados da administração
pública incorrerá nas penas previstas para o crime de violação de sigilo funcional.

COMENTÁRIOS

O item está correto, pois esta conduta caracteriza o crime de violação de sigilo funcional, na forma
equiparada, trazida pelo art. 325, em seu §1º, I, do CP:

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer


outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

65. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Para que se
caracterize o crime de violação de sigilo funcional, não é necessário que a conduta do agente resulte em
dano à administração pública ou a outrem.

COMENTÁRIOS

O item está correto. A efetiva ocorrência de dano à administração ou a terceiros não é elementar do delito,
embora sua ocorrência gere uma qualificadora para o delito. Vejamos:

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer


outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela


Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

66. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Classifica-
se o crime de facilitação de contrabando ou descaminho como crime comum, uma vez que ele pode ser
cometido por qualquer pessoa.

COMENTÁRIOS

O item está errado. Tal crime é considerado crime próprio, pois exige do sujeito ativo uma qualidade
específica. Somente aquele funcionário público que tenha a incumbência funcional de evitar tal prática é que
poderá responder pelo delito. Vejamos:

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

67. (CESPE – 2014 – TCDF – ACE) Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração
pública e contra a fé pública.
Considere que um delegado de polícia tenha exigido vantagem indevida, correspondente a determinado
montante em dinheiro, para a liberação de dois indivíduos presos em flagrante. Nesse caso, o referido
delegado praticou o delito de concussão.

COMENTÁRIOS

Como o delegado EXIGIU a vantagem indevida em troca da violação do dever funcional, temos a perfeita
caracterização do delito de concussão, previsto no art. 316 do CP:

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

68. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Em relação aos crimes
previstos na parte especial do Código Penal, ao crime de abuso de autoridade e ao que dispõem o Estatuto
do Idoso e a Lei contra o Preconceito, julgue os próximos itens.

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O agente que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer a interesse ou
sentimento pessoal cometerá o crime de abuso de autoridade.

COMENTÁRIOS

O item está errado. Neste caso o agente estará praticando o delito de prevaricação, previsto no art. 319 do
CP:

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

69. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.
Praticará o crime de corrupção ativa o funcionário de concessionária de serviço de energia elétrica que, para
não interromper o fornecimento de energia para consumidor inadimplente, aceitar promessa de vantagem
indevida.

COMENTÁRIOS

O funcionário, aqui, é considerado funcionário público para fins penais, por equiparação, conforme art. 327,
§1º do CP.

Contudo, a conduta praticada se amolda ao tipo penal do delito de corrupção PASSIVA, previsto no art. 317
do CP, e não ao crime de corrupção ativa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

70. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.
Cometerá o crime de concussão o funcionário público que, utilizando-se de grave ameaça e em razão da
função pública que ocupar, exigir de alguém vantagem indevida.

COMENTÁRIOS

O item está errado, pois o elemento “grave ameaça” não pertence ao delito de concussão, previsto no art.
316 do CP. Neste caso, o agente poderia responder por outro delito, como o de extorsão.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

71. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.

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Servidor público que utilizar papel, tinta e impressora pertencentes à repartição pública onde trabalha para
imprimir arquivos particulares praticará o crime de peculato.

COMENTÁRIOS

De fato, a conduta, a princípio, caracteriza o crime de peculato, previsto no art. 312 do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

72. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO) Caso o denunciado por peculato culposo
opte, antes do pronunciamento da sentença, por reparar o dano a que deu causa, sua punibilidade será
extinta.

COMENTÁRIOS

Aquele que pratica o delito de peculato culposo tem até o trânsito em julgado (sentença irrecorrível) para
reparar o dano e, com isso, obter a extinção da punibilidade, nos termos do art. 312, §3º do CP.

Assim, se o denunciado resolve reparar o dano antes da sentença (seja ela qual for), estará realizando a
reparação do dano antes do trânsito em julgado e, portanto, terá sua punibilidade extinta.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

73. (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ) Servidor público que se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade
que tiver recebido, no exercício do cargo, por erro de outrem responderá pela prática do crime de
a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato-estelionato.
d) peculato-apropriação.
e) peculato-próprio.

COMENTÁRIOS

O servidor, aqui, estará praticando o delito do art. 313 do CP (peculato mediante erro de outrem), que
também é conhecido como PECULATO-ESTELIONATO:

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,


recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

74. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Quanto aos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral, julgue o item que se segue.

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A única diferença existente entre os crimes de concussão e de corrupção passiva é que, no primeiro, o agente
exige, enquanto, no segundo, o agente solicita ou recebe vantagem indevida, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.

COMENTÁRIOS

A afirmativa é perniciosa, mas está errada, eis que o crime de corrupção passiva pode ser praticado, ainda,
na modalidade de "aceitar promessa de tal vantagem". Vejamos:

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

(...)
Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

75. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Quanto aos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral, julgue o item que se segue.
O servidor que recebe dinheiro de particular e emprega-o na própria repartição para fins de melhoria do
serviço público pratica conduta atípica.

COMENTÁRIOS

O fato de o servidor ter empregado o dinheiro em uma causa nobre não descaracteriza o delito de
CORRUPÇÃO PASSIVA, previsto no art. 317 do CP. Vejamos:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

76. (CESPE – 2012 – TC/DF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Acerca dos crimes contra a
administração pública definidos no Código Penal, julgue o item.

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O crime de concussão se consuma com o recebimento, por parte do agente, da vantagem indevida que foi por
ele exigida, para si ou para outrem, diretamente ou por interposta pessoa, mesmo que fora da função, ou
antes de assumi-la, mas em razão dela.

COMENTÁRIOS

O crime de concussão é considerado formal e se consuma com a mera realização da conduta incriminada, que
está prevista no art. 316 do CP. Vejamos:

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Assim, o recebimento efetivo da vantagem exigida é dispensável para a consumação do delito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

77. (CESPE – 2012 – TC/DF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Acerca dos crimes contra a
administração pública definidos no Código Penal, julgue o item.
O crime de prevaricação pode ser praticado por ação ou por omissão; o delito de condescendência criminosa,
apenas na modalidade omissiva. O primeiro exige o elemento subjetivo especial para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal; o segundo exige o elemento subjetivo especial por indulgência, ou seja, por tolerância ou
condescendência.

COMENTÁRIOS

O delito de prevaricação está previsto no art. 319 do CP, e pode ser praticado por ação ou omissão, sendo
necessário o elemento subjetivo especial (ou especial fim de agir, ou dolo específico), consistente na intenção
de satisfazer interesse pessoal. Vejamos:

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Por sua vez, o crime de condescendência criminosa só pode ser praticado na forma omissiva, sendo crime
omissivo puro, e também exige especial fim de agir, só que consistente na intenção de deixar de punir o
subordinado por indulgência, ou seja, por ser conivente com a conduta. Vejamos o art. 320 do CP:

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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78. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) A consumação do peculato-apropriação


não ocorre no momento em que o funcionário público, em virtude do cargo, começa a dispor do bem
móvel apropriado, como se seu proprietário fosse, exigindo-se que o agente ou terceiro obtenha vantagem
com a prática do delito.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o crime de peculato é FORMAL, consumando-se no momento em que o agente passa a dispor
da coisa como se sua fosse (animus rem sibi habendi), independentemente da ocorrência de algum dano para
a administração ou benefício efetivo para alguém;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

79. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) A incidência da agravante genérica relativa
à prática de delito com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão é incompatível com o peculato, pois este pressupõe abuso de poder ou violação de dever
inerente ao cargo.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois aplicação desta agravante é impossível no crime de peculato, eis que essa circunstância já
é uma elementar do tipo penal de peculato, não podendo incidir a agravante, sob pena de BIS IN IDEM.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

80. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Segundo a jurisprudência do STJ, é
aplicável o princípio da insignificância ao peculato, desde que o prejuízo causado ao erário não ultrapasse
um salário mínimo e o agente seja primário.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois o posicionamento dominante no STJ (hoje sumulado, por meio do enunciado de súmula número
599 do STJ) é no sentido de que NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AOS CRIMES CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

81. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Nas hipóteses de peculato-desvio e
peculato-apropriação, a reparação do dano pelo agente público, se precedente a sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; sendo-lhe posterior, reduz de metade a pena.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois a extinção da punibilidade em razão da reparação do dano só é possível no PECULATO
CULPOSO, nos termos do art. 312, §3º do CP.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

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82. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Não comete peculato, mas o delito de
emprego irregular de verbas públicas, em continuidade delitiva, o servidor público que se utiliza
ilegalmente de passagens e diárias pagas pelos cofres públicos.

COMENTÁRIOS

Item errado, pois nesse caso está caracterizado o delito de peculato, eis que o agente desviou as verbas
públicas EM BENEFÍCIO PARTICULAR. Diferentemente seria se o servidor utilizasse as verbas das diárias para
aplicá-las em outra finalidade PÚBLICA, mas diversa daquela prevista na lei.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

83. (CESPE – 2012 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Julgue o item subsecutivo, a respeito dos efeitos
da condenação criminal e de crimes contra a administração pública.
O tipo penal denominado peculato desvio constitui delito plurissubsistente, podendo a conduta a ele associada
ser fracionada em vários atos, coincidindo o momento consumativo desse delito com a efetiva destinação
diversa do dinheiro ou valor sob a posse do agente, desde que haja obtenção material do proveito próprio
ou alheio.

COMENTÁRIOS

O art. 312 do CP prevê o crime de peculato, dentre eles a modalidade de peculato-desvio, previsto na última
conduta. Vejamos:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

O crime é, de fato, PLURISSUBSISTENTE, pois é perfeitamente possível o fracionamento da conduta, mas o


delito NÃO É CRIME MATERIAL, ou seja, não é necessário que o agente obtenha efetivamente algum proveito
com a conduta criminosa, consumando-se o delito com a mera realização da conduta incriminada.

Trata-se, portanto, de CRIME FORMAL.

Portanto, a afirmativa está ERRADA.

84. (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) No próximo item, é apresentada uma situação
hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada no que se refere aos institutos de direito penal.
Um ordenador de despesas de determinado órgão público federal utilizou verba legalmente destinada à
compra de computadores para a reforma dos banheiros da instituição, que estavam em situação precária.
Nesse caso, o ordenador não cometeu crime, uma vez que a verba foi empregada em prol da própria
administração pública.

COMENTÁRIOS

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Embora a conduta do ordenador de despesas tenha culminado no emprego das verbas públicas em outra
finalidade pública, e não em benefício particular, caracteriza-se o crime de EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS
PÚBLICAS. Vejamos:

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Para a caracterização do delito basta que seja dada destinação diversa da prevista em Lei às verbas públicas.
Caso essa destinação seja um interesse privado, poderá se caracterizar o delito de peculato.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ INCORRETA.

85. (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) Julgue o item que se segue, à luz dos
dispositivos do Código Penal (CP).
Aplica-se ao peculato culposo a figura do arrependimento posterior previsto na parte geral do CP, que implica
redução da pena de um a dois terços se reparado o dano até o recebimento da denúncia ou da queixa, desde
que por ato voluntário do agente.

COMENTÁRIOS

A figura do arrependimento posterior, previsto no art. 16 do CP, não se aplica aos delitos para os quais a lei
prevê uma circunstância especial de arrependimento posterior, como é o caso do crime de peculato culposo,
para o qual há previsão de extinção da punibilidade em caso de reparação do dano até a sentença
irrecorrível ou de redução da pena pela metade, caso após a sentença irrecorrível. Vejamos:

Art. 312 -(...)

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

86. (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Julgue o próximo item com base no
que estabelece o Código Penal sobre falsidade documental e crimes praticados por funcionário público.
O funcionário que inserir ou facilitar, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si
ou para outrem, ou para causar dano está sujeito a pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, devendo,
ainda, as penas ser aumentadas de um terço até a metade se a modificação ou alteração resultar em dano
para a administração pública ou para o administrado.

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COMENTÁRIOS

A questão foi considerada como CORRETA pela Banca, mas, na verdade, está errada. Vejamos:

O enunciado da questão se refere ao tipo penal do art. 313-A do CP:

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar
ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou
para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

No entanto, a questão menciona apenas dados “corretos”, quando o texto da lei é claro ao diferenciar duas
condutas: Nas condutas de inserir ou facilitar a inserção, os dados devem ser FALSOS. Na conduta de excluir
ou alterar, os dados devem ser CORRETOS.

Esta diferença é fundamental, e não consta no enunciado da questão.


Além disso, a pena não é aumentada de 1/3 até a metade em caso de dano à Administração Pública, pois
isto só ocorre quando o crime praticado é o do art. 313-B do CP:

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou


alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

Não se pode, ainda, afirmar que a questão se referia a este artigo, primeiramente porque a pena é distinta
da citada (o que tornaria a questão errada), e nesse tipo penal não se exige especial fim de agir (“com o fim
de...”).

Portanto, a alternativa foi dada como CORRETA, mas está ERRADA.

87. (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Com base nos delitos em espécie,
julgue o próximo item.
Considere que determinado servidor público federal seja credor da União e que esta lhe deva R$ 100.000,00.
Considere, ainda, que o precatório judicial para quitar a dívida com o servidor não seja pago ante o
argumento da autoridade responsável de que, caso dívidas dessa natureza sejam honradas, faltarão recursos
para outras áreas prioritárias, como saúde e educação. Nessa situação, se o servidor-credor apropriar-se de
dinheiro público de que tenha a posse em razão do cargo, responderá pelo delito de peculato, ainda que se
aproprie de quantia inferior à que lhe seja devida.

COMENTÁRIOS

O fato de a União ser devedora do funcionário não o autoriza a se apropriar do bem ou valor que este possui
em razão do cargo, configurando, assim, crime de peculato. Nos termos do art. 312 do CP:

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Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Poderíamos até questionar um possível crime de exercício arbitrário das próprias razões, que consiste em fazer
Justiça pelas próprias mãos, o que não seria de todo equivocado.

Portanto, a afirmativa está CORRETA.

88. (CESPE – 2009 – PF – AGENTE/ESCRIVÃO) A respeito dos crimes contra o patrimônio e contra a
administração pública, julgue o seguinte item.
Considere a seguinte situação hipotética.
Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função pública de agente
da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de agrado.
Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem
como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público.

COMENTÁRIOS

A afirmativa está errada, eis que para a caracterização do crime de corrupção passiva não é necessário que
o funcionário público receba a vantagem para praticar ato ilegal ou deixar de praticar ato legal, basta
apenas que o servidor aceite a vantagem ou promessa de vantagem indevida em razão do cargo.
Portanto, fica, neste caso, caracterizado o crime de corrupção passiva:

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

Portanto, a afirmativa está ERRADA.

89. (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos de
improbidade e crimes contra a administração pública.
Segundo entendimento do STJ em relação ao crime de peculato, configura bis in idem a aplicação da
circunstância agravante de ter o crime sido praticado com violação de dever inerente a cargo.

COMENTÁRIOS

De fato, o STJ entende que a aplicação da circunstância agravante da "violação de dever inerente ao cargo"
ao crime de peculato configura bis in idem, pois o a violação de dever inerente ao cargo é da própria essência
do tipo penal de peculato. Vejamos:

PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS. PECULATO. ART. 514 DO CPP.

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NULIDADE RELATIVA. DOSIMETRIA DA PENA. PENA-BASE FIXADA ACIMA DO MÍNIMO


LEGAL. OBSERVÂNCIA RIGOROSA DO ART. 59 DO CÓDIGO PENAL.

AGRAVANTE. CIRCUNSTÂNCIA ELEMENTAR DO TIPO PENAL. BIS IN IDEM.


CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO ATENUANTE DA CONFISSÃO
ESPONTÂNEA NÃO RECONHECIDA. PERDA DE CARGO PÚBLICO. MATÉRIA CUJA ANÁLISE
NÃO COMPORTA A VIA ELEITA. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO,
CONCEDIDA EM PARTE.

(...)3. Há bis in idem na hipótese em comento, uma vez que o juiz sentenciante considerou
como circunstância agravante o fato de o crime ter sido praticado com "violação de dever
inerente a cargo" (art. 61, inciso II, alínea g, segunda parte, do Código Penal), o que
configura elementar do tipo previsto no art. 312 do Código Penal.

(...)(HC 57.473/PI, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em
13/02/2007, DJ 12/03/2007, p. 273)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

90. (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO) Julgue o item que se segue com relação aos crimes
contra a vida, contra o patrimônio e contra a administração pública.
Na hipótese de peculato culposo, a reparação do dano, se precedente à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade.

COMENTÁRIOS

De fato, no crime de peculato culposo, ocorrendo a reparação do dano até a sentença irrecorrível, estará
extinta a punibilidade do agente. Esta é a previsão do art. 312, §3º do CP:

Art. 312 (...)

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

91. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Considere a seguinte situação hipotética.
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, servidor
público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha.
Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur funcionário público.
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto.

COMENTÁRIOS

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O item está correto. O crime de peculato-furto está previsto no art. 312, §1º do CP:

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio
ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

Maria, entretanto, somente poderia ser responsabilizada pelo crime de peculato se soubesse que seu comparsa
possuía a condição de funcionário público, eis que essa é uma circunstância de caráter pessoal, que somente
se comunica aos comparsas se for elementar do tipo (nesse caso é) e se o comparsa a conhecer (não conhece),
na forma do art. 30 do CP.

Assim, Maria responde apenas por furto.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

92. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O crime de concussão configura-se com
a exigência, por funcionário público, de vantagem indevida, ao passo que, para a configuração do crime
de corrupção passiva, basta que ele solicite ou receba a vantagem, ou, ainda, aceite promessa de recebê-
la.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Na concussão o agente EXIGE a vantagem indevida. Na corrupção passiva ele solicita,
aceita promessa ou apenas recebe a vantagem indevida. Vejamos:

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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93. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) A advocacia


administrativa, crime praticado por funcionário público contra a administração pública, abrange interesses
privados legítimos ou ilegítimos.

COMENTÁRIOS

O item está correto. Neste caso, para a configuração do delito, não importa se o interesse é legítimo ou não.
Contudo, em sendo ILEGÍTIMO, a pena será mais grave (forma qualificada):

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

94. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Pratica o crime de peculato
o funcionário público que, atuando na fiscalização do comércio em geral, se apropria de bem móvel de
particular apreendido no exercício da fiscalização.

COMENTÁRIOS

O item está correto, pois o funcionário se apropriou de bem particular que estava em sua posse em razão do
cargo, na forma do art. 312 do CP:

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

95. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Funcionário público que,
estando fora de sua função, mas em razão do cargo que ocupa, exige para si, por meio de interposta
pessoa, vantagem pecuniária indevida pratica o crime de corrupção passiva.

COMENTÁRIOS

O item está errado, pois a conduta, neste caso, caracteriza o delito de CONCUSSÃO, previsto no art. 316 do
CP:

Concussão

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Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

96. (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a administração
pública, julgue os itens que se seguem.
Incorrem na prática de condescendência criminosa tanto o servidor público hierarquicamente superior que
deixe, por indulgência, de responsabilizar subordinado que tenha cometido infração no exercício do cargo
quanto os funcionários públicos de mesma hierarquia que não levem o fato ao conhecimento da autoridade
competente para sancionar o agente faltoso.

COMENTÁRIOS

O item foi dado como CORRETO pela Banca, mas entendo estar errado.

Na primeira hipótese, é fácil. O superior hierárquico deve responder pelo crime. Vejamos:

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato
ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Contudo, os funcionários de mesma hierarquia, que não tenham competência para punir o infrator, devem
responder pelo crime por não terem levado o fato ao conhecimento de quem tenham tais poderes?

Entendo que não. A segunda parte do artigo se dirige ao superior hierárquico que, mesmo não tendo poderes
para aplicar determinada punição, deixa de levar o fato ao conhecimento de quem os tenha. Não se dirige,
portanto, a qualquer colega de trabalho de mesma hierarquia.

São duas hipóteses:

Superior hierárquico com poderes para punir – Responde se não punir (por indulgência);

Superior hierárquico sem poderes para punir – Responde apenas se não levar o fato ao conhecimento de
quem possa punir;

Funcionários de igual hierarquia – Não respondem por este crime.

Contudo, o CESPE adotou o entendimento segundo o qual os funcionários de mesma hierarquia também
respondem por este delito.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

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97. (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a administração
pública, julgue os itens que se seguem.
O crime de concussão é delito próprio e consiste na exigência do agente, direta ou indireta, em obter da
vítima vantagem indevida, para si ou para outrem, e consuma-se com a mera exigência, sendo o recebimento
da vantagem considerado como exaurimento do crime.

COMENTÁRIOS

De fato, o delito de concussão é crime próprio, pois exige do infrator uma qualidade específica, no caso, a de
funcionário público. De fato, ainda, o crime se consuma com a mera realização da exigência, de forma que a
efetiva obtenção da vantagem é irrelevante para a consumação do delito. Vejamos:

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei 13.964/19)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

98. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Constitui pressuposto material dos crimes de
peculato-apropriação e peculato-desvio, em suas formas dolosas, a anterior posse do dinheiro, do valor
ou de qualquer outro bem móvel, público ou particular, em razão do cargo ou função.

COMENTÁRIOS

O crime de peculato (nas modalidades de peculato-desvio e peculato-apropriação) está previsto no art. 312
do CP:

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,
público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Assim, podemos perceber que o tipo penal exige, como pressuposto material, que o bem, valor ou dinheiro
esteja na posse do infrator, em razão do cargo.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

99. (CESPE - 2013 - PC-BA - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a
administração pública, julgue os itens que se seguem.
A consumação do crime de corrupção passiva ocorre quando o agente deixa efetivamente de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, em troca
de vantagem indevida anteriormente percebida.

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COMENTÁRIOS

O item está errado, pois a consumação do delito, neste caso, ocorre com a mera prática da conduta (solicitar,
receber ou aceitar promessa de vantagem indevida), sendo irrelevante, para a consumação do delito, se o
agente efetivamente deixa de praticar o ato ou o pratica em desacordo com a lei. Trata-se, portanto, de
crime formal. Vejamos:

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

Contudo, se o funcionário efetivamente deixa de praticar o ato ou o pratica em desacordo com a lei, a pena
é mais grave (forma qualificada):

Art. 317 (...)

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de


dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


O sujeito ativo do crime de prevaricação pode ser um particular, desde que aja em concurso com servidor
público, mesmo que aquele desconheça a condição funcional do coautor.

2. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


O ato de servidor público exigir para si vantagem indevida em razão de sua função pública configura o crime
de corrupção passiva.

3. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR/ADAPTADA)


A reparação do dano no caso de peculato culposo, mesmo que ocorra em momento posterior à prolação da
sentença penal irrecorrível, extingue a punibilidade.

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4. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR)


Milton, valendo-se de sua condição de servidor público e cedendo a pedido de amigo íntimo, deixou de
cumprir seu dever funcional ao não ter promovido ação para apurar infração de determinada empresa
vinculada à administração pública.
Nessa situação hipotética, apurada a conduta de Milton, ele deverá responder pelo crime de
A) advocacia administrativa qualificada.
B) corrupção passiva privilegiada.
C) corrupção ativa.
D) concussão.
E) condescendência criminosa.

5. (CESPE – 2019 – CGE-CE – AUDITOR)


Mário, servidor público, subtraiu da administração um bem que estava sob sua posse e passou a tratá-lo como
==1647b4==

sua propriedade por um mês em sua residência. Convencido por sua esposa, Mário restituiu o bem, intacto, à
administração pública.
Considerando-se que, nessa situação hipotética, a conduta do servidor consista em peculato-apropriação e
que, até a restituição da coisa subtraída, não tenha havido indiciamento nem denúncia, é correto afirmar que
Mário
A) não deverá responder pelo crime, uma vez que ocorreu a desistência voluntária.
B) deverá responder pelo crime, pois a desistência não foi voluntária, mas determinada por terceiro.
C) não deverá responder pelo crime, visto que agiu com arrependimento eficaz.
D) deverá responder pelo crime, estando, porém, sujeito a redução de pena em razão do arrependimento
posterior.
E) deverá responder pelo crime na modalidade tentada, uma vez que o crime não se consumou por
circunstâncias alheias à sua vontade.

6. (CESPE – 2019 – TJAL – JUIZ)


Joaquim, fiscal de vigilância sanitária de determinado município brasileiro, estava licenciado do seu cargo
público quando exigiu de Paulo determinada vantagem econômica indevida para si, em função do seu cargo
público, a fim de evitar a ação da fiscalização no estabelecimento comercial de Paulo.
Nessa situação hipotética, Joaquim praticou o delito de
A) constrangimento ilegal.
B) extorsão.
C) corrupção passiva.
D) concussão.
E) excesso de exação.

7. (CESPE – 2019 – PGE-PE - ANALISTA)


João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente,
apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam
sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos
produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela

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prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a
doze anos de reclusão, e multa.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra
a administração pública.
A devolução dos bens apropriados indevidamente por João antes do recebimento da denúncia é hipótese de
eficiente reparação do dano, o que deverá ser considerado como causa de extinção da punibilidade do crime
de peculato-apropriação.

8. (CESPE – 2019 – PGE-PE - ANALISTA)


João, valendo-se da sua condição de servidor público de determinado estado, livre e conscientemente,
apropriou-se de bens que tinham sido apreendidos pela entidade pública onde ele trabalha e que estavam
sob sua posse em razão de seu cargo. João chegou a presentear diversos parentes com alguns dos referidos
produtos. Após a apuração dos fatos, João devolveu os referidos bens, mas, ainda assim, foi denunciado pela
prática de peculato-apropriação, crime para o qual é prevista pena privativa de liberdade, de dois anos a
doze anos de reclusão, e multa.
A partir dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo, considerando a disciplina acerca dos crimes contra
a administração pública.
De acordo com o entendimento do STJ, se João for réu primário e o prejuízo ao erário causado por ele tiver
sido de pequena monta, será possível a aplicação do princípio da insignificância.

9. (CESPE – 2019 – PRF - POLICIAL)


Em uma rodovia federal, próxima à fronteira do Brasil com o Paraguai, um caminhão foi parado e vistoriado
por policiais rodoviários federais. Além do motorista e de um passageiro, o veículo transportava, ilegalmente,
grande quantidade de mercadoria lícita de procedência estrangeira, mas sem o pagamento dos devidos
impostos de importação. O motorista, penalmente imputável e proprietário do caminhão, admitiu a
propriedade dos produtos. O passageiro, que se identificou como servidor público alfandegário lotado no
posto de fiscalização fronteiriço pelo qual o veículo havia passado para adentrar no território nacional, alegou
desconhecer a existência dos produtos no caminhão e que apenas pegou carona com o motorista.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Caso fique comprovada a participação do servidor público na conduta delituosa, ele responderá pelo delito
de descaminho em sua forma qualificada: ela tinha o dever funcional de prevenir e de reprimir o crime.

10. (CESPE – 2019 – SEFAZ-RS – AUDITOR)


Determinado auditor fiscal da SEFAZ exigiu do contribuinte o pagamento de tributo que sabia ser indevido,
afirmando que iria recolher o valor aos cofres públicos.
Nessa situação hipotética, o auditor fiscal deverá responder pelo cometimento do crime de
A) peculato.
B) excesso de exação.
C) corrupção passiva.
D) peculato mediante erro de outrem.
E) crime funcional contra a ordem tributária.

11. (CESPE – 2018 – EMAP – analista portuário – área jurídica) Julgue o item seguinte, a respeito dos
crimes contra a administração pública.

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Funcionário público que utilizar o cargo para exercer defesa de interesse privado lícito e alheio perante a
administração pública, ainda que se valendo de pessoa interposta, cometerá o crime de advocacia
administrativa.

12. (CESPE – 2018 – EMAP – ANALISTA PORTUÁRIO – ÁREA JURÍDICA) Julgue o item seguinte, a
respeito dos crimes contra a administração pública.
Constitui crime de peculato na modalidade de desvio a aplicação de recurso para o alcance de finalidade
diversa da prevista em lei, ainda que tal aplicação atenda ao interesse público.

13. (CESPE – 2018 – STJ – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item que se segue, acerca de extinção da
punibilidade no direito penal brasileiro.
É causa de extinção da punibilidade a reparação de dano decorrente de peculato culposo por funcionário
público, antes do trânsito em julgado de sentença condenatória.

14. (CESPE – 2018 – STJ – OFICIAL DE JUSTIÇA) Considerando a doutrina e a jurisprudência dos
tribunais superiores acerca dos crimes em espécie, julgue o seguinte item.
Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao Sistema Único de Saúde praticou conduta
delituosa em razão da sua função, configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. Assertiva:
Nessa situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá pelo crime de furto
em sua forma qualificada.
15. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Tendo como referência a jurisprudência sumulada
dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, acerca de crimes, penas, imputabilidade penal, aplicação
da lei penal e institutos.
É possível a aplicação do princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, desde que o
prejuízo seja em valor inferior a um salário mínimo.
16. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a administração
pública, julgue o item a seguir.
O crime de peculato pode ser praticado por quem exerce emprego público, ainda que sua atividade seja
transitória ou sem remuneração.
17. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Acerca dos crimes contra a administração
pública, julgue o item a seguir.
Para a configuração do crime de prevaricação faz-se necessário um ajuste de vontade entre o agente do
Estado e o beneficiário do seu ato.
18. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 01) No que se refere aos tipos penais,
julgue o próximo item.
O crime de violação de sigilo funcional é subsidiário, apenas se caracterizando se a revelação de fato sigiloso
conhecido em razão do cargo não constituir crime mais grave.

19. (CESPE – 2018 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – ÁREA 02) Valdemar, empresário
do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de produtos químicos, para disfarçar o
estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo de validade. Ele garante uma mesada a Odair,
empregado de agência reguladora do setor e encarregado de elaborar os registros de fiscalização, em
troca de ser avisado de qualquer ação não programada do órgão. De posse desse tipo de informação,

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Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem a carne de má qualidade. Durante a
investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em razão do consumo de
carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do esquema.
A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.
Odair cometeu os crimes de corrupção passiva e de violação de sigilo funcional qualificado pelo dano a
outrem.

20. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O princípio da insignificância


poderá ser aplicado aos crimes contra a administração pública quando o agente for primário e o prejuízo
causado ao erário for inexpressivo.
21. (CESPE – 2018 – PC-MA – DELEGADO DE POLÍCIA – ADAPTADA) A circunstância elementar do
crime de peculato se comunica ao coautor ou partícipe, mesmo que estes não integrem o serviço público.
22. (CESPE – 2018 – PC-MA – INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Uma investigadora de polícia exigiu de um
traficante de drogas o pagamento de determinada importância em dinheiro a fim de que evitasse o
indiciamento dele em inquérito policial. O traficante pediu um prazo para o pagamento do valor acordado
e, dois dias depois, entregou o dinheiro à investigadora, a qual, então, ocultou as provas contra o
traficante.
Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A conduta da investigadora configura crime de concussão, consumado quando ela exigiu do traficante o
pagamento do valor pecuniário.
b) A investigadora e o traficante, pela aplicação da teoria monista, deverão responder pelo mesmo tipo
penal.
c) A investigadora cometeu crime de corrupção passiva, consumado a partir do momento em que o traficante
efetuou o pagamento.
d) O cumprimento, pela investigadora, do acordado com o traficante configura circunstância qualificadora do
crime.
e) O traficante deverá responder pelo crime de corrupção ativa, consumado a partir do momento em que as
provas contra ele foram ocultadas.

23. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) O servidor público que deixar de
praticar ato de ofício, infringindo dever funcional em atenção a pedido de outrem, praticará
a) condescendência criminosa.
b) concussão.
c) prevaricação.
d) corrupção passiva privilegiada.
e) peculato.

24. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) Para fins penais, considera-se
funcionário(a) público(a)
a) o tutor.

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b) o inventariante.
c) o dirigente sindical.
d) a esposa pensionista de servidor público falecido.
e) o estagiário de defensoria pública.
25. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) Um funcionário público que cobrar de
particular multa de forma acintosa praticará
a) excesso de exação
b) advocacia administrativa.
c) prevaricação.
d) conduta atípica.
e) peculato.
26. (CESPE – 2018 – TCE-PB – AUDITOR DE CONTAS PÚBLICAS) O funcionário público que,
aproveitando-se de seu cargo, utilizar-se ilegalmente de passagens e diárias pagas pelos cofres públicos
cometerá o delito denominado
a) prevaricação.
b) conduta atípica.
c) corrupção passiva.
d) peculato culposo.
e) peculato.

27. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item seguinte,
acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no âmbito dos crimes contra a administração
pública.
Servidor público que tenha revelado fato do qual teve conhecimento em razão do cargo que exerce e que
deveria permanecer em segredo terá cometido crime de divulgação de segredo.

28. (CESPE – 2017 – TRF1 – ANALISTA JUDICIÁRIO – OFICIAL DE JUSTIÇA) Julgue o item seguinte,
acerca do tratamento do sigilo e do segredo no direito penal no âmbito dos crimes contra a administração
pública.
O empréstimo de senha entre servidores de uma mesma repartição para acesso a banco de dados ou a sistema
de informações da administração pública comum aos usuários caracteriza crime contra a administração pública.
29. (CESPE – 2017 – TRE-BA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) No exercício de suas
atribuições, um funcionário público prestava atendimento a um cidadão quando necessitou buscar, no
interior da repartição, um documento para concluir um procedimento. Por descuido do funcionário, um
laptop da instituição, que estava sendo utilizado por ele, ficou desvigiado, às vistas do cidadão que
recebia o atendimento. Quando o funcionário retornou, não encontrou o cidadão e observou que o laptop
havia sumido. Posteriormente, as investigações policiais concluíram que aquele cidadão havia furtado o
laptop, que não foi recuperado.
Nesse caso, o funcionário público

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a) não praticou crime, uma vez que não anuiu à conduta delituosa.
b) foi partícipe do crime de furto praticado e, por isso, será condenado às penas cominadas para esse crime,
na medida de sua culpabilidade.
c) praticou peculato culposo, podendo a punibilidade ser extinta caso ele repare o dano ao órgão até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
d) cometeu crime de peculato-furto, pois concorreu para a realização do furto, podendo ser reconhecida a
atipicidade do fato pelo princípio da insignificância.
e) responderá por peculato impróprio desde que o cidadão seja condenado por furto.
30. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com relação aos crimes contra a
administração pública, julgue o item subsequente.
Será reduzida pela metade a pena de indivíduo condenado por crime de peculato culposo que reparar o
dano após o trânsito em julgado do acórdão.

31. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com relação aos crimes contra a
administração pública, julgue o item subsequente.
Será aumentada da terça parte a pena de crimes praticados contra a administração pública por ocupantes
de cargo em comissão e assessoramento de autarquias, apesar da ausência de expressa previsão legal.

32. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Com base no Código Penal e na
jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos crimes contra a
administração pública.
O agente público que ordena despesa para utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e diárias pagas
pelos cofres públicos comete o crime de prevaricação.

33. (CESPE – 2016 – TCE-PA – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Cada item a seguir apresenta uma
situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com o Código Penal, com a
legislação penal extravagante e com a jurisprudência do STJ.
João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-lo em flagrante. A vítima não
realizou o pagamento e prontamente comunicou o fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de
concussão é formal, o crime consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por ele
responder.
34. (CESPE – 2016 – PC-GO – ESCRIVÃO – ADAPTADA) Configura-se o peculato na modalidade de
desvio quando o servidor público, consciente e voluntariamente, desvia, em proveito próprio ou de
terceiro, verba que detém em razão do cargo que ocupa na sua repartição.
35. (CESPE – 2016 – TRT 8 – OFICIAL DE JUSTIÇA) Oficial de justiça que solicita determinada quantia
em dinheiro a advogado, para deixar de cumprir diligência de que estava incumbido, comete o crime de
a) tráfico de influência.
b) concussão.
c) prevaricação.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.

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36. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) A respeito das fases do iter criminis, assinale a
opção correta.
O crime de concussão é classificado pela doutrina como material, não bastando, portanto, para sua
consumação, a mera exigência de vantagem indevida para si ou para outrem, direta ou indiretamente.
37. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Policial que exigir propina para liberar
a passagem de pessoas por uma estrada cometerá corrupção passiva.
38. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) O agente penitenciário que não
recolher aparelhos celulares de pessoas em privação de liberdade cometerá crime de condescendência
criminosa.
39. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Um governador que ordenar a
aquisição de viaturas policiais e o pagamento destas com recurso legalmente destinado à educação
infantil cometerá o crime de peculato.
40. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) Se forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, os autores de crimes contra
a administração pública terão direito a redução de suas penas.
41. (CESPE – 2016 - PC/PE – AGENTE DE POLÍCIA – ADAPTADA) A circunstância de funcionário público
é comunicável a particular que cometa o crime sabendo dessa condição especial do funcionário.
42. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) Embora o crime de peculato admita
a forma dolosa, ele não pune a conduta culposa, que consiste na ação do agente público em concorrer,
por imperícia, imprudência ou negligência, para que outrem se aproprie, desvie ou subtraia dinheiro, bem
ou valores pertencentes à administração pública.
43. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) A inserção, alteração ou exclusão
de dados nos sistemas informatizados ou nos bancos de dados da administração pública é crime material,
de modo que a consumação só ocorre quando há prejuízo para a administração pública e(ou) ao
administrado, em benefício próprio ou de outrem.
44. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) É material o crime de peculato-
desvio, uma vez que se consuma no exato momento do efetivo desvio do bem que o agente público detém
ou possui em razão de seu cargo, com a necessidade da ocorrência de dano para a administração pública.
45. (CESPE – 2016 - PC/PE – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – ADAPTADA) O crime de peculato-furto ocorre
quando o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, do valor ou do bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se da facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
46. (CESPE – 2015 – TCE-RN – ASSESSOR TÉCNICO) Acerca dos delitos previstos na parte especial do
Código Penal e na legislação extravagante, julgue o item que se segue.

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No peculato culposo, a reparação do dano antes do recebimento da denúncia incorre em extinção da


punibilidade, ao passo que a reparação realizada entre o recebimento da denúncia e o trânsito em julgado
da sentença condenatória possibilita a aplicação de causa de diminuição de pena.

47. (CESPE – 2015 – TCE-RN – INSPETOR) Julgue o item subsequente acerca dos delitos previstos na
parte especial do Código Penal.
Para fins penais, pode ser considerado como funcionário público o voluntário que, transitoriamente, auxilia
como enfermeiro em hospital público da administração direta municipal, em razão de excepcional estado de
calamidade pública e da insuficiência de cargos públicos preenchidos pelo hospital na especialidade.
48. (CESPE – 2015 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) João, empregado de uma empresa terceirizada
que presta serviço de vigilância a órgão da administração pública direta, subtraiu aparelho celular de
propriedade de José, servidor público que trabalha nesse órgão.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item que se segue.
O ato praticado por João configura crime de peculato-furto, em que o sujeito passivo imediato é José e o
sujeito passivo mediato é a administração pública.
49. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Incorre em crime de peculato o servidor público que, embora não tendo posse de determinado bem, concorra
para sua subtração, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade proporcionada pelo cargo que
ocupe.

50. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Cometerá crime de prevaricação o servidor público que deixar de responsabilizar, por clemência, o seu
subordinado que tenha cometido infração no exercício do cargo.

51. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes contra a administração pública,
julgue o item a seguir.
Cometerá crime punível com detenção o servidor público que ordenar seu subordinado no serviço público a
realizar obra de reforma em sua residência particular mediante o uso de recursos estatais.

52. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Situação hipotética: João, chefe de determinada
repartição pública, deixou de instaurar o devido procedimento administrativo disciplinar para apurar a
responsabilidade por falta funcional de Pedro, que, além de ser seu subordinado, era seu amigo de longa
data, fato que o fez atuar com um grau de tolerância maior. Assertiva: Nessa situação, João cometeu o
crime capitulado no CP como condescendência criminosa.
53. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Para efeitos penais, o CP excepciona do conceito
de funcionário público os servidores temporários contratados por prazo determinado para atender
necessidade transitória de excepcional interesse público.
54. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) O CP prevê a figura do peculato culposo. Se a
reparação do dano ocorrer até o recebimento da denúncia haverá extinção da punibilidade. Caso se dê
após o recebimento da denúncia, a reparação ensejará causa de diminuição da pena.

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55. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Prefeito municipal que der aplicação diversa da
estabelecida em lei a verba ou renda pública cometerá crime de emprego irregular de verbas ou rendas
públicas, previsto no CP.
56. (CESPE - 2016 - TCE-PR – AUDITOR – ADAPTADA) Cometerá o crime de corrupção passiva o agente
público que, na condição de fiscal de tributos, exigir de uma empresa de pequeno porte tributo de
competência estadual que saiba ser indevido.
57. (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) Cometerá o crime de corrupção passiva privilegiada,
punido com detenção, o DP que, após receber telefonema de procurador da República que se identifique
como tal, deixar de propor ação em que esse procurador seja diretamente interessado.
58. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No que se refere aos crimes
contra o patrimônio, contra a dignidade sexual e contra a fé e a administração públicas, julgue os itens
que se seguem.
Cometerá o crime de extorsão o servidor público que, em razão do cargo e mediante grave ameaça, exigir
para si vantagem econômica.
59. (CESPE – 2015 – TCU – PROCURADOR – ADAPTADA) Conforme previsão do CP, a agravante de
violação de dever inerente ao cargo aplica-se ao crime de peculato.
60. (CESPE – 2015 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) Acerca dos crimes contra
a administração pública, julgue o item a seguir.
A pessoa que exerça temporariamente cargo público, mesmo sem remuneração, poderá ser enquadrada em
crime de advocacia administrativa.
61. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Marcos, servidor público do estado da Paraíba, dirigiu-
se a um órgão da administração pública do referido estado e, sem se identificar, requereu preferência no
andamento de processo administrativo em que Rogério, seu amigo, é parte. Nessa situação, a conduta de
Marcos não corresponde ao crime de advocacia administrativa.
62. (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ – ADAPTADA) Luís, guarda municipal em serviço, solicitou R$ 500
a Marcelo por este dirigir veículo sem habilitação. Em troca, Luís não apreenderia o bem nem multaria
Marcelo pela infração de trânsito. Nessa situação, Luís praticou o crime de concussão.
63. (CESPE – 2015 – TJDFT – JUIZ) Luiz, policial civil lotado em uma delegacia de polícia, deixou de
dar andamento a inquérito no qual Francisco estava sendo investigado. Tal interrupção no andamento do
inquérito deveu-se ao fato de Mauro, irmão de Francisco, ter pagado ao policial, voluntariamente, a
quantia de dois mil reais.
Nessa situação hipotética, Luiz cometeu, em tese, o crime de
a) advocacia administrativa.
b) prevaricação.
c) corrupção passiva.
d) peculato.

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e) concussão.

64. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) O agente
que, de qualquer forma, facilitar o acesso de pessoas não autorizadas a banco de dados da administração
pública incorrerá nas penas previstas para o crime de violação de sigilo funcional.
65. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Para que se
caracterize o crime de violação de sigilo funcional, não é necessário que a conduta do agente resulte em
dano à administração pública ou a outrem.
66. (CESPE – 2014 – CÂMARA DOS DEPUTADOS – CONSULTOR LEGISLATIVO – ÁREA III) Classifica-
se o crime de facilitação de contrabando ou descaminho como crime comum, uma vez que ele pode ser
cometido por qualquer pessoa.
67. (CESPE – 2014 – TCDF – ACE) Julgue os itens a seguir, acerca de crimes contra a administração
pública e contra a fé pública.
Considere que um delegado de polícia tenha exigido vantagem indevida, correspondente a determinado
montante em dinheiro, para a liberação de dois indivíduos presos em flagrante. Nesse caso, o referido
delegado praticou o delito de concussão.
68. (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL LEGISLATIVO) Em relação aos crimes
previstos na parte especial do Código Penal, ao crime de abuso de autoridade e ao que dispõem o Estatuto
do Idoso e a Lei contra o Preconceito, julgue os próximos itens.
O agente que retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício para satisfazer a interesse ou
sentimento pessoal cometerá o crime de abuso de autoridade.
69. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.
Praticará o crime de corrupção ativa o funcionário de concessionária de serviço de energia elétrica que, para
não interromper o fornecimento de energia para consumidor inadimplente, aceitar promessa de vantagem
indevida.
70. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.
Cometerá o crime de concussão o funcionário público que, utilizando-se de grave ameaça e em razão da
função pública que ocupar, exigir de alguém vantagem indevida.
71. (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) Em relação às causas extintivas da punibilidade e aos crimes
contra a administração pública, julgue os itens que se seguem.
Servidor público que utilizar papel, tinta e impressora pertencentes à repartição pública onde trabalha para
imprimir arquivos particulares praticará o crime de peculato.
72. (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR DO ESTADO) Caso o denunciado por peculato culposo
opte, antes do pronunciamento da sentença, por reparar o dano a que deu causa, sua punibilidade será
extinta.

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73. (CESPE – 2014 – TJ-DF – JUIZ) Servidor público que se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade
que tiver recebido, no exercício do cargo, por erro de outrem responderá pela prática do crime de
a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato-estelionato.
d) peculato-apropriação.
e) peculato-próprio.

74. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Quanto aos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral, julgue o item que se segue.
A única diferença existente entre os crimes de concussão e de corrupção passiva é que, no primeiro, o agente
exige, enquanto, no segundo, o agente solicita ou recebe vantagem indevida, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
75. (CESPE – 2007 – AGU – PROCURADOR FEDERAL) Quanto aos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral, julgue o item que se segue.
O servidor que recebe dinheiro de particular e emprega-o na própria repartição para fins de melhoria do
serviço público pratica conduta atípica.

76. (CESPE – 2012 – TC/DF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Acerca dos crimes contra a
administração pública definidos no Código Penal, julgue o item.
O crime de concussão se consuma com o recebimento, por parte do agente, da vantagem indevida que foi por
ele exigida, para si ou para outrem, diretamente ou por interposta pessoa, mesmo que fora da função, ou
antes de assumi-la, mas em razão dela.
77. (CESPE – 2012 – TC/DF – AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) Acerca dos crimes contra a
administração pública definidos no Código Penal, julgue o item.
O crime de prevaricação pode ser praticado por ação ou por omissão; o delito de condescendência criminosa,
apenas na modalidade omissiva. O primeiro exige o elemento subjetivo especial para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal; o segundo exige o elemento subjetivo especial por indulgência, ou seja, por tolerância ou
condescendência.
78. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) A consumação do peculato-apropriação
não ocorre no momento em que o funcionário público, em virtude do cargo, começa a dispor do bem
móvel apropriado, como se seu proprietário fosse, exigindo-se que o agente ou terceiro obtenha vantagem
com a prática do delito.
79. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) A incidência da agravante genérica relativa
à prática de delito com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão é incompatível com o peculato, pois este pressupõe abuso de poder ou violação de dever
inerente ao cargo.
80. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Segundo a jurisprudência do STJ, é
aplicável o princípio da insignificância ao peculato, desde que o prejuízo causado ao erário não ultrapasse
um salário mínimo e o agente seja primário.

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81. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Nas hipóteses de peculato-desvio e
peculato-apropriação, a reparação do dano pelo agente público, se precedente a sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; sendo-lhe posterior, reduz de metade a pena.
82. (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ ESTADUAL – ADAPTADA) Não comete peculato, mas o delito de
emprego irregular de verbas públicas, em continuidade delitiva, o servidor público que se utiliza
ilegalmente de passagens e diárias pagas pelos cofres públicos.
83. (CESPE – 2012 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Julgue o item subsecutivo, a respeito dos efeitos
da condenação criminal e de crimes contra a administração pública.
O tipo penal denominado peculato desvio constitui delito plurissubsistente, podendo a conduta a ele associada
ser fracionada em vários atos, coincidindo o momento consumativo desse delito com a efetiva destinação
diversa do dinheiro ou valor sob a posse do agente, desde que haja obtenção material do proveito próprio
ou alheio.
84. (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) No próximo item, é apresentada uma situação
hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada no que se refere aos institutos de direito penal.
Um ordenador de despesas de determinado órgão público federal utilizou verba legalmente destinada à
compra de computadores para a reforma dos banheiros da instituição, que estavam em situação precária.
Nesse caso, o ordenador não cometeu crime, uma vez que a verba foi empregada em prol da própria
administração pública.
85. (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) Julgue o item que se segue, à luz dos
dispositivos do Código Penal (CP).
Aplica-se ao peculato culposo a figura do arrependimento posterior previsto na parte geral do CP, que implica
redução da pena de um a dois terços se reparado o dano até o recebimento da denúncia ou da queixa, desde
que por ato voluntário do agente.
86. (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Julgue o próximo item com base no
que estabelece o Código Penal sobre falsidade documental e crimes praticados por funcionário público.
O funcionário que inserir ou facilitar, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da administração pública com o fim de obter vantagem indevida para si
ou para outrem, ou para causar dano está sujeito a pena de reclusão de dois a doze anos, e multa, devendo,
ainda, as penas ser aumentadas de um terço até a metade se a modificação ou alteração resultar em dano
para a administração pública ou para o administrado.

87. (CESPE – 2010 – ABIN – OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA) Com base nos delitos em espécie,
julgue o próximo item.
Considere que determinado servidor público federal seja credor da União e que esta lhe deva R$ 100.000,00.
Considere, ainda, que o precatório judicial para quitar a dívida com o servidor não seja pago ante o
argumento da autoridade responsável de que, caso dívidas dessa natureza sejam honradas, faltarão recursos
para outras áreas prioritárias, como saúde e educação. Nessa situação, se o servidor-credor apropriar-se de
dinheiro público de que tenha a posse em razão do cargo, responderá pelo delito de peculato, ainda que se
aproprie de quantia inferior à que lhe seja devida.
88. (CESPE – 2009 – PF – AGENTE/ESCRIVÃO) A respeito dos crimes contra o patrimônio e contra a
administração pública, julgue o seguinte item.

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Considere a seguinte situação hipotética.


Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00 entregues por Fernando, em razão da sua função pública de agente
da Polícia Federal, para praticar ato legal, que lhe competia, como forma de agrado.
Nessa situação, Tancredo não responderá pelo crime de corrupção passiva, o qual, para se consumar, tem
como elementar do tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário público.

89. (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO) Julgue o item subsequente, acerca dos atos de
improbidade e crimes contra a administração pública.
Segundo entendimento do STJ em relação ao crime de peculato, configura bis in idem a aplicação da
circunstância agravante de ter o crime sido praticado com violação de dever inerente a cargo.

90. (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO) Julgue o item que se segue com relação aos crimes
contra a vida, contra o patrimônio e contra a administração pública.
Na hipótese de peculato culposo, a reparação do dano, se precedente à sentença irrecorrível, extingue a
punibilidade.

91. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) Considere a seguinte situação hipotética.
Aproveitando-se da facilidade do cargo por ele exercido em determinado órgão público, Artur, servidor
público, em conluio com Maria, penalmente responsável, subtraiu dinheiro da repartição pública onde trabalha.
Maria, que recebeu parte do dinheiro subtraído, desconhecia ser Artur funcionário público.
Nessa situação hipotética, Artur cometeu o crime de peculato e Maria, o delito de furto.
92. (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL) O crime de concussão configura-se com
a exigência, por funcionário público, de vantagem indevida, ao passo que, para a configuração do crime
de corrupção passiva, basta que ele solicite ou receba a vantagem, ou, ainda, aceite promessa de recebê-
la.
93. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) A advocacia
administrativa, crime praticado por funcionário público contra a administração pública, abrange interesses
privados legítimos ou ilegítimos.
94. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Pratica o crime de peculato
o funcionário público que, atuando na fiscalização do comércio em geral, se apropria de bem móvel de
particular apreendido no exercício da fiscalização.
95. (CESPE - 2013 - TCE-RO - AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - DIREITO) Funcionário público que,
estando fora de sua função, mas em razão do cargo que ocupa, exige para si, por meio de interposta
pessoa, vantagem pecuniária indevida pratica o crime de corrupção passiva.
96. (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a administração
pública, julgue os itens que se seguem.
Incorrem na prática de condescendência criminosa tanto o servidor público hierarquicamente superior que
deixe, por indulgência, de responsabilizar subordinado que tenha cometido infração no exercício do cargo
quanto os funcionários públicos de mesma hierarquia que não levem o fato ao conhecimento da autoridade
competente para sancionar o agente faltoso.

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97. (CESPE - 2013 - PC-BA - ESCRIVÃO DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a administração
pública, julgue os itens que se seguem.
O crime de concussão é delito próprio e consiste na exigência do agente, direta ou indireta, em obter da
vítima vantagem indevida, para si ou para outrem, e consuma-se com a mera exigência, sendo o recebimento
da vantagem considerado como exaurimento do crime.

98. (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLÍCIA) Constitui pressuposto material dos crimes de
peculato-apropriação e peculato-desvio, em suas formas dolosas, a anterior posse do dinheiro, do valor
ou de qualquer outro bem móvel, público ou particular, em razão do cargo ou função.
99. (CESPE - 2013 - PC-BA - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) No que concerne aos crimes contra a
administração pública, julgue os itens que se seguem.
A consumação do crime de corrupção passiva ocorre quando o agente deixa efetivamente de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem, em troca
de vantagem indevida anteriormente percebida.

GABARITO

1. ERRADA 24. ALTERNATIVA E 47. CORRETA


2. ERRADA 25. ALTERNATIVA D 48. ERRADA
3. ERRADA 26. ALTERNATIVA E 49. CORRETA
4. ALTERNATIVA B 27. ERRADA 50. ERRADA
5. ALTERNATIVA D 28. ERRADA 51. ERRADA
6. ALTERNATIVA D 29. ALTERNATIVA C 52. CORRETA
7. ERRADA 30. CORRETA 53. ERRADA
8. ERRADA 31. ERRADA 54. ERRADA
9. ERRADA 32. ERRADA 55. ERADA
10. ALTERNATIVA B 33. CORRETA 56. ERRADA
11. CORRETA 34. CORRETA 57. ERRADA
12. ERRADA 35. ALTERNATIVA E 58. CORRETA
13. CORRETA 36. ERRADA 59. ERRADA
14. ERRADA 37. ERRADA 60. CORRETA
15. ERRADA 38. ERRADA 61. CORRETA
16. CORRETA 39. ERRADA 62. ERRADA
17. ERRADA 40. ERRADA 63. ALTERNATIVA C
18. CORRETA 41. CORRETA 64. CORRETA
19. CORRETA 42. ERRADA 65. CORRETA
20. ERRADA 43. ERRADA 66. ERRADA
21. CORRETA 44. ERRADA 67. CORRETA
22. ALTERNATIVA A 45. CORRETA 68. ERRADA
23. ALTERNATIVA D 46. ERRADA 69. ERRADA

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70. ERRADA
71. CORRETA
72. CORRETA
73. ALTERNATIVA C
74. ERRADA
75. ERRADA
76. ERRADA
77. CORRETA
78. ERRADA
79. CORRETA
80. ERRADA
81. ERRADA
82. ERRADA
83. ERRADA
84. ERRADA
85. ERRADA
86. ERRADA
87. CORRETA
88. ERRADA
89. CORRETA
90. CORRETA
91. CORRETA
92. CORRETA
93. CORRETA
94. CORRETA
95. ERRADA
96. CORRETA
97. CORRETA
98. CORRETA
99. ERRADA

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