Cee-Sp Par 137 20 2014
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CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
A Srª Paula Priscila Ohara Sakae solicita que seu filho Henrique Heiji Ohara Sakae, nascido
em 10-03-07 e contando hoje com 7 anos de idade, seja reclassificado do 2º ano para o 3º ano do
Ensino Fundamental, ainda no primeiro semestre de 2014. O aluno frequenta a Escola Santi,
jurisdicionada à DER Centro Sul.
“Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação.”
- Laudo expedido, em 10-02-14, pela Associação Paulista para Altas Habilidades / Superdotação –
APAHSD, com recomendação de aceleração escolar com enriquecimento curricular, pois o aluno
Henrique, em sua avaliação, apresentou um desenvolvimento acima do esperado para sua faixa etária
em várias áreas cognitivas (fls. 10 e Relatório Pedagógico de fls. 10 a 36);
- atestado de que o aluno frequenta curso particular de matemática em escola Kumon e de suas
habilidades nestas aulas (fls. 37);
A Assistência Técnica deste Conselho verificou que pedido igual foi protocolado na DER
Centro Sul, Diretoria de Ensino à qual está jurisdicionada a Escola Santi, onde o aluno cursou o 1º ano
do Ensino Fundamental, no ano letivo de 2013 (email às fls. 57).
aluno para o 3º ano do ensino fundamental, no ano letivo de 2014, “tendo-se em vista a idade, as
atividades do aluno e, também, que o processo de Reclassificação é prerrogativa da escola devendo
para a sua aplicação ser previsto em seu Regimento Escolar, o que não prevê o Regimento Escolar da
Escola Santi” (informação da Supervisão de Ensino, datada de 02-12-13, às fls. 58 e 59).
A Supervisão de Ensino transcreve parte do relatório da Escola Santi: “... Não observamos
atuação ou desempenho que nos chame a atenção no sentido de reclassificar Henrique como um
aluno acima da média geral do grupo, ou das expectativas da série ...”.
A Deliberação e a Indicação CEE Nºs 10/97 e 9/97, respectivamente, fixam normas para
elaboração de Regimento Escolar e o seu item 2.3 explica os mecanismos de classificação e
reclassificação previstos nos artigos 23 e 24 LDB, como transcrevemos abaixo:
“(...) fica claro que à escola cabe o direito de reclassificar seus próprios alunos. Há
que se tomar a cautela de incluir no Regimento Escolar as regras para isso. Idade e
competência são fatores relevantes para a reclassificação, mas é possível
estabelecer outros critérios.
Para a rede particular de ensino, dentro da autonomia oferecida pela LDB em seu artigo 12,
que atribui ao estabelecimento de ensino, as incumbências de “elaborar e executar a sua proposta
pedagógica; velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; prover meios para a
recuperação dos alunos de menor rendimento e informar os pais e responsáveis sobre a frequência e
o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica.”, a
classificação/reclassificação é tratada pela proposta pedagógica de cada escola, normatizada pelo seu
Regimento Escolar.
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O Parecer CEE Nº 311/13, de fls. 61 a 64, respondeu à consulta sobre reclassificação assim
se manifestando:
“1. A aplicação do instituto da reclassificação, ao constar no Regimento Escolar
sua operacionalização e por ser uma prerrogativa da escola, independe de
homologação, de aprovação ou de acolhimento da supervisão de ensino o resultado
decidido pela escola?”
Resposta: A reclassificação é feita com autonomia pela escola na forma prevista no
seu regimento escolar, podendo ser questionada em caso de manifesta
irregularidade, (...).
“2. Caso exija o indeferimento da Diretoria de Ensino, nos casos em que a escola
entenda ser prejudicial ao aluno, caberá apelação ao Conselho Estadual de
Educação? “
Resposta: Não cabe à Diretoria Regional de Ensino indeferir a reclassificação
realizada pela escola. A reclassificação é uma competência da escola após reflexão
e decisão compartilhada com o aluno e sua família. Em casos excepcionais, caso
não haja consenso, é possível buscar orientação junto a este Conselho. (g.n.)
“3. O prazo para a Reclassificação é o que consta no Regimento Escolar ou a
Diretoria de Ensino pode estabelecer um único prazo para todas as escolas?”
Resposta: Os procedimentos para a reclassificação, inclusive o período do ano
letivo em que ela pode ser feita, são definidos no Regimento Escolar, com base na
proposta pedagógica da escola.
No presente caso, em que pese o laudo expedido pela APAHSD e o amparo oferecido pela
legislação que trata de educação especial, a escola tem autonomia para decidir sobre classificação e
reclassificação de seus alunos, dentro de sua proposta pedagógica, que é normatizada pelo seu
Regimento Escolar. Ressalte-se que o parecer da Supervisão de Ensino acompanha a posição da
Escola.
A análise detalhada de todas as informações constantes deste processo, assim como a leitura
atenta do laudo expedido, em 10-02-14, pela Associação Paulista para Altas Habilidades /
Superdotação – APAHSD, mostram um aluno que atinge quase todos os objetivos propostos para a
fase escolar em que se encontra na Escola Santi. O teste WISC (Wechsler, 1949), que vem sendo
atualizado constantemente, é uma escala feita para medir as habilidades cognitivas gerais do indíviduo
e não as competências objetivadas pelos currículos escolares, as quais abrangem conteúdos,
procedimentos e atitudes. Observa-se, por exemplo, em todos os relatórios da Escola, que o aluno
Henrique tem dificuldade para trabalhar em grupo, assim como para aceitar algumas orientações
dadas pela professora. Em momento algum é apontado qualquer desinteresse pelas aulas e, por outro
lado, percebe-se que a Escola sempre lhe propõe desafios.
2. CONCLUSÃO
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2.1 Indefere-se o pedido feito pela Srª Paula Priscila Ohara Sakae, em favor de seu filho
Henrique Heiji Ohara Sakae.
2.2 Mantem-se a decisão da Escola Santi, de que o aluno deve frequentar, em 2014, o 2º ano
do Ensino Fundamental.
2.4 Envie-se cópia deste Parecer aos Interessados, à Escola Santi, à Diretoria de Ensino
Região Centro Sul, à Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB e à Coordenadoria de
Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional – CIMA
3. DECISÃO DA CÂMARA
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a decisão da Câmara
de Educação Básica, nos termos do Voto da Relatora.
Sala “Carlos Pasquale”, em 23 de abril de 2014.