Mundos Superiores - Aula N6

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

TERCEIRA PARTE

A Força de Biná

Com a saída dos cinco Partzufim – Galgalta, AB, SaG, MA e


BoN – Malchut de Ein-Sóf percebe a si mesma e se faz uma pergunta,
de o nde Malchut de Ein Sóf conseguirá forças adicionais para seu
desenvolvimento? Neste ponto se expressa a ação do Partzuf de SaG
– é justamente este, em Malchut, que é requerido neste momento
para a ação. Por essa razão o Partzuf de SaG é o Partzuf de Biná.
Depois da sensação do Doador nas quatro fases de Luz direta
se desperta em Biná o desejo de ser como Ele, e seu desejo de doar
constrói o resto da expansão. Assim como nas quatro fases da Luz
direta, também no mundo de Adam Kadmon, o Partzuf de Biná é
o responsável da continuação do desenvolvimento.

Antes que esclareçamos a continuação do desenvolvimento,


ampliaremos um pouco a explicação sobre a ação da fase 2, que se
chama “Biná”.Na fase 1 Criador criou no criado o desejo de receber, e
através de sua própria presença lhe concedeu o desejo de doar.
Estes dos desejos, receber e doar, têm sua fonte no Criador. O desejo
de doar começou a realizar suas ações no criado. Se não fosse pela
fase 2, a primeira fase teria permanecido em seu estado – cheia de
Luz e sem nenhuma mudança. Mas a segunda fase levou à terceira
fase. O desejo da terceira fase de receber com a finalidade de doar é
consequência da segunda fase. De fato, também o desejo de ter prazer
da quarta fase é uma consequência direta da segunda fase: todo o
prazer que se revela na segunda fase, ou seja, tudo o que recebeu
da primeira fase e da fase Shóresh (raiz), na segunda fase se converte
em doação, e na quarta fase em recebimento.

A partir disto se entende a razão pela qual a segunda fase se


denomina “Gvurá superior”, da ação de Hitgabrut (superação)
superior, e a quarta fase se conhece como “Gvurá inferior”,
Hitgabrut inferior. Um sinal adicional da conexão entre estas duas
fases se encontra no nome HaVaYaH onde duas fases estão
indicadas com a letra Hey (quinta letra do alfabeto hebraico). Tanto
Malchut como Biná são consequência da sensação do Doador. Em
síntese: a segunda fase, Biná, é a que atua em toda a realidade
seguindo o exemplo que tem nas quatro fases de Luz direta.
No Mundo de “Adam Kadmon”, o Kli (vaso) percebe a si
mesmo em cada uma de sus quatro fases e em sus raízes. Após a
saída das fases Shóresh e primeira (Partzufim Galgalta e AB), sai
a segunda fase, que se chama “Partzuf SaG”. Mas quando o
Partzuf SaG começa sua ação, não continua diretamente dando
a luz aos Partzufim MA e BON. Ao ser Partzuf Biná, sua
preocupação principal é por Malchut, a que dá a luz. Este Partzuf
quer proporcionar-lhe a Malchut todas as correções e leva-la ao
fim da correção, a receber com a intenção de doar. Devido a isto,
e desde seu impulso de doar, efetua SaG uma ação especial.

A queda abaixo do Tabúr


Tanto em cada uma das partes do Partzuf – Rosh, Toch e Sóf-
assim como no Partzuf completo, há dez Sefirot. O Partzuf
Galgalta, por exemplo, se divide em Kéter-Chochmá-Biná
(KaChaB) no Rosh; Chessed-Gvurá-Tiféret (ChaGaT) no Toch; e
Netzach-Hód-Yessód-Malchut (NeHYM) no Sóf (ver Diagrama No 1).

Diagrama No 1
Da expansão do Partzuf Galgalta e do Partzuf AB, se estende o
Partzuf SaG. Cada Partzuf inferior se estende desde o Pê até o Tabúr
do superior, e o pê do Partzuf inferior se coloca no lugar do Chazê
do Partzuf superior. O Partzuf SaG que sai das Reshimô 3/2 é o
Partzuf Biná, que tem desejo de doar. Tal como na segunda fase
das quatro fases de Luz direta, a qualidade de SaG é a qualidade de
doar. Devido a isto, SaG é empurrado para a ação em relação à parte
de Malchut que está entre o Tabúr e o Siúm, a mesma parte que ficou
vazia.
Após do Zivug de Hakaá (acoplamento por golpe) sobre as
Reshimô 3 de Hitlabshut e 2 de Aviut, Luz interior se estende em
SaG dentro do Partzuf. A Reshimô 3 de Hitlabshut manifesta que na
Luz que se estende em SaG há um pouco de Luz de Chochmá.
Portanto, em virtude do Tzimtzum Alef (primeira restrição) que
proíbe a entrada da Luz de Chochmá desde o Tabúr de Galgalta e
abaixo deste, não está nas possibilidades de SaG preencher a parte
de Malchut do Tabúr até o Siúm. Nesta parte do Partzuf não há
Massach para receber Luz de Chochmá com a finalidade de doar.
No entanto, como todos os Partzufim, como consequência do
“Bitush Pnim u Makif”, o Partzuf SaG se purifica, e em sua
purificação chega ao grau 2 de Hitlabshut/2 de Aviut. As Reshimô
2/2 são Biná pura e devido a que o Partzuf que sai deles é
completamente Chassadim, está em suas possibilidades estender-
se por encima e abaixo do Tabúr de Galgalta.

O Partzuf que sai das Reshimô 2/2 se estende portanto abaixo do


Tabúr de Galgalta e preenche os Kelim de NeHY de Galgalta com
sua Luz de Chassadim, com prazer de doar (ver Diagrama No2). Os
Kelim de NeHY de Galgalta são desejo de receber, e as Reshimô que
ficaram nestes Kelim depois da purificação de Galgalta são Reshimô
4/3.

O preenchimento de NeHY de Galgalta com a Luz de


Chassadim causa sua união com a parte de SaG que descendeu
abaixo do Tabúr. Esta é a razão porque a Luz de Chassadim que
chega desde Biná e se estende nos dois Partzufim os aproxima e os
une. Existe uma lei na espiritualidade: a Luz que se estende no Kli,
inibe o Kli – quando a Luz se estende, o criado não distingue ao
Kli mas sim a ação da Luz no Kli.
O preenchimento da Luz de Chassadim aproxima NeHY de
Galgalta e a parte de SaG que desceu abaixo do Tabúr. NeHY de
Galgalta com as Reshimô 4/3 doam sua Aviut, seu desejo, a Biná, a
mesma parte de SaG com as Reshimô 2/2 que desceu abaixo do
Tabúr.
Abaixo do Tabúr de Galgalta está o Massach de Aviut quatro.
Com a purificação dos Partzufim Galgalta e AB se debilita o
Massach, e na parte de SaG que está abaixo do Tabúr, o Massach já
é Aviut dois. Biná, que desceu abaixo do Tabúr geral, sente a grande
Aviut de Galgalta, a Aviut da quarta fase, e devido a que não está em
suas capacidades proporcionar o Massach e o preenchimento
desejados pela quarta fase, se restringe.

Diagrama No 2

Tzimtzum Bet (segunda restrição)


Para entender a restrição de Biná voltemos novamente às quatro
fases de Luz direta. Da fase Shóresh saiu a primeira fase o Kli de
recepção. Do Kli de recepção saiu a segunda fase – Biná, com seu
desejo de doar. A segunda fase inclui dentro dela duas fases: em
sua parte superior é desejo de doar, e em sua parte inferior é a
decisão sobre como doar, ou seja - receber na terceira fase, de
maneira que o recebimento seja como doação (ver Diagrama No 3).
Diagrama No 3

Fase Shóresh, Raiz (0)

Fase 1

GaR

Fase 3

Recepção com a finalidade de doar

A parte superior na segunda fase é desejo de doar, e a parte


inferior da segunda fase é intenção de receber com a finalidade de
doar. A terceira fase já recebe de fato com a finalidade de doar. Ou
seja, a parte superior da segunda fase unicamente começa a querer
doar, enquanto que a parte inferior já planeja realmente a ação de
doar:

x A parte superior de Biná se chama “GaR de Biná” – as três


primeiras Sefirot de Biná.
x A parte inferior de Biná se chama “ZaT de Biná” – as sete Sefirot
Inferiores de Biná.
O sentido de esta divisão se pode explicar com a ajuda da
estrutura de Zeir Anpin (ZA). Tal como dissemos anteriormente,
ZA inclui seis partes: Chessed, Gvurá, Tiféret, Netzá, Hód e Yessód.
As seis partes de ZA se chamam, na linguagem da Cabalá, VaK (6
extremos). Depois de ZA está Malchut, a receptora. Diante dele se
localiza Biná, a doadora. Biná deu luz a ZA e a Malchut que se coloca
detrás dele (ver Diagrama No 4). ZaT de Biná é a parte de Biná que se
preocupa pelos inferiores a ela, pelos 6 Ktzavot (6 extremos) e
Malchut. Por isto se denomina ZaT (7 inferiores).

ZaT de Biná é a parte inferior na qual Biná terá que doar. Nela
planeja como receberá de cima e transmitirá em direção para baixo, a
as sete Sefirot inferiores (seis de ZA, e Malchut).
Diagrama No. 4

GaR (primeiras 3) de Biná são Kéter, Chochmá e Biná. Para


entender o que é doar, Biná necessita estar integrada pela fase
Shóresh – a Sefirá de Kéter, pela primeira fase – Chochmá, e pelo
resultado delas – Biná mesma (ver Diagrama No 5). Segue-se que sua
parte superior se chama “GaR de Biná”.
O Partzuf de Biná está integrado, portanto por duas partes, GaR e
ZaT. GaR de Biná é a parte de Biná que está em cima do Tabúr, e ZaT
de Biná é a parte de Biná que desceu abaixo do Tabúr para ajudar
Malchut. Cada parte do Partzuf que está destinada a se ocupar de outro
Partzuf se organiza com uma estrutura de dez Sefirot. Esta pode ser
uma parte pequena de um Partzuf grande, mas tem uma função
especial, se organiza como uma ação completa com uma estrutura de
dez Sefirot. Por isto também, nas ZaT de Biná, que desceram abaixo
do Tabúr para ocupar-se de Malchut, há dez Sefirot: Kéter, Chochmá,
Biná, Chessed, Gvurá, Tiféret, Netzá, Hod, Yessód e Malchut.
Agora descreveremos a estrutura das ZaT de Biná, que
desceram abaixo do Tabúr e se misturaram com NeHY de
Galgalta. Kéter, Chochmá e Biná que está em ZaT de Biná não
pertencem às próprias ZaT de Biná. Estes são Kelim (vasos) que se
formaram em ZaT de Biná como as primeiras três somente para
que comecem a trabalhar sobre as carências dos inferiores. Também
Chessed, Gvurá e Tiféret de ZaT de Biná pertencem a as três
primeiras.
Como dissemos anteriormente, a Sefirá de Chessed é parecida com
a de Kéter, Gvurá a Chochmá, e Tiféret a Biná (ver lição No 2, “Seis
Sefirot de ZA”). A Sefirá de Tiféret inclui também dez Sefirot, e além
disso, como Biná, se divide em duas: sua parte de GaR pertence a Biná,
e sua parte de ZaT pertence a ZA que está abaixo de Biná (ver o
Diagrama no. 6).
Os Kelim Kéter, Chochmá, Biná, Chessed, Gvurá e GaR de
Tiféret pertencem somente à doação. Estes Kelim se chamam
“Galgalta ve Eynaim” (GE) (ver Diagrama No 6). Kéter, Chochmá
e Biná se chamam “Galgalta”, Chessed, Gvurá e GaR de Tiféret se
chamam “Eynaim”. Os Kelim GE são GaR de ZaT de Biná (vejam
Diagrama No 6) – GaR mesma (KaChaB) e GaR de ZA (ChaGaT).
As partes que estão por baixo de GaR se chamam “Ozen”
(ouvido), “Chótem” (nariz) e “Pê” (boca), juntos formam o AChaP;
ZaT de Tiféret são “Ozen”; Netzach, Hod e Yessód são “Chótem”;
e Malchut é “Pê” (ver Diagrama No 6). Em contraposição a GE
que são Kelim de doação, AChaP são Kelim de recepção. Assim se
divide a Biná que descendo abaixo do Tabúr e se permeia com NeHY
de Galgalta.

Diagrama No. 6
Como dissemos no início, a Aviut de NeHY de Galgalta influi Biná
que desceu abaixo do Tabúr. Neste momento se pode precisar e dizer,
que o grande desejo da quarta fase influi somente sobre o AChaP de
Biná e não sobre sua parte de doação, não sobre GE. A quarta fase
adiciona, portanto, ao AChaP de Biná, que está abaixo do Tabúr, o
desejo de receber da quarta Aviut, e de este modo ela o separa do resto
do Partzuf (ver o Diagrama no. 7).
Sendo assim, depois da descida de Biná abaixo do Tabúr de Galgalta,
governa sobre o AChaP de Biná, sobre seu NeHY, um desejo de receber
muito grande de Aviut quatro. Mas Biná tem somente Massach para o
grau de Aviut 2. Por isto, quando o grande desejo do grau de Aviut 4 se
revela, fica claro para Biná que não está capacitada de prover a Malchut
Luzes. Biná pode unicamente dominar a seu GE, e como consequência
disto restringe sua ação para com Malchut e não ativa sua parte inferior,
o AChaP (ver o Diagrama no.7).

O Partzuf que descende abaixo do Tabúr se chama “Nekudot


(pontos) de SaG”. Se chama assim, porque se estende na saída das
Luzes do Partzuf SaG. As Luzes que se retiram do Partzuf durante a
purificação do Massach se chamam “Nekudot”, porque percebem a
Malchut como um ponto negro incapaz de receber algo. O Massach que
se purifica do Tabúr ao Pê não o faz de uma só vez. Em seu caminho
em direção acima, em direção ao Pê de Rosh, se acopla em cada nível
que se revela em seu caminho de purificação, e os Partzufim que saem
destes Zivuguim se chamam Partzufim de “Nekudot”.
Diagrama No 8

Neste caso, o Massach que se coloca no Tabúr de SaG se purifica dos


graus 3/2 e ascende ao Pê de Rosh ao estado dos graus de 2/1. E durante
a purificação do Massach, no Zivug sobre as Reshimô de nível 2/2, sai o
Partzuf Nekudot de SaG (ver Diagrama No 8). O Partzuf Nekudot de SaG
se estende abaixo do Tabúr e preenche a NeHY de Galgalta, e a partir da
união entre eles se faz, em Nekudot de SaG, o Tzimtzum Bet (segunda
restrição).
Não é Biná a que se restringe, mas a parte nela que está
destinada a se ocupar de Malchut. A parte de Biná destinada a s e
ocupar dos inferiores compreende que não é capaz de prover
Massachim (telas), correções ou Luzes aos inferiores, e portanto se
restringe. Malchut, que está situada no Siúm do Partzuf ascende
mediante sua restrição ao lugar onde os Kelim de doação
terminam, e sua ascensão se chama “Tzimtzum Bet” (segunda
restrição) (ver Diagrama No 8).
A segunda restrição também se pode descrever em relação a
Malchut de Ein Sóf. Como recordamos, a fase Shóresh doa para a
primeira fase, e a primeira fase se converte na segunda; a segunda fase
tira de seu interior a terceira fase, e a terceira a quarta (Malchut).
Agora, em Tzimtzum Bet, a quarta fase pede a Biná que não lhe dê
sua Luz, porque não é capaz de recebê-la com a finalidade de doar (ver
Diagrama No 9).

No Tzimtzum Bet, Malchut reage à ação de Biná, e assim, de fato,


se cria pela primeira vez, uma conexão entre o inferior e o superior.
Malchut doa a Biná. O criado, que é Malchut, faz uma restrição ao
Criador. Ele não quer ser um receptor com a finalidade de receber,
e não é capaz de receber com a finalidade de doar. Portanto
restringe a ação do Criador sobre si, como se dissesse ao Criador:
“Eu não quero, e tu – não faças”.
Esta ação, chamada “segunda restrição”, é uma ação incrivelmente
importante, já que graças à ela se estabelece novamente um nexo
do criado em relação ao Criador. A segunda restrição determina o
estado do criado como doador, devido à negação do criado em
receber, o converte em doador. Ao negar-se a receber expressa seu
desejo de assemelhar-se ao Superior. A ação do criado na segunda
restrição é o ponto fundamental de todo o desenvolvimento “de
Cima em direção a baixo”. Esta é a primeira vez òå õùåð ó çöíåèó
öé÷ôóòèé ÿ÷ åĆĕé÷ èó ªöíåèóö† «åõùí éñ èíåòøé ôóèéöéñó÷ êåðåö
÷óæöé å÷ åĆĕé÷ õùé ðéúåöåñƒ êíòåðñéòøéƒ ÿ çöíåĆĂó èó úéöèåèéíöó
çöíåèó†

Não obstante, com o descenso de Nekudot de SaG abaixo do Tabúr,


Biná todavia não influi sobre Malchut para que Malchut se corrija,
mas o descenso de Nekudot de SaG provocou uma união especial
entre Malchut e Biná e agora podem trabalhar reciprocamente. Neste
momento, a doação de Malchut a Biná se expressa na segunda
restrição. Mas com a continuação do processo, quando Malchut
receba correções sobre si, obrigará novamente a Biná a lhe dar as
Luzes que atualmente recusa receber. Nesta etapa somente Malchut
atua frente a Biná e lhe responde, mas esta reação causará no futuro
muitas ações comuns entre Biná e Malchut.

Você também pode gostar