Caderno de Questoes Gabarite 321612
Caderno de Questoes Gabarite 321612
Caderno de Questoes Gabarite 321612
Ingredientes:
• 4 xícaras de carinho
• 2 xícaras de atenção
• 2 colheres de suspiros
• 8 pedaços de saudades
• 3 colheres de respeito
• Amor, sorrisos bobos, pimenta e ciúmes a gosto
Modo de preparo:
– Misture 8 pedaços de saudade com 2 xícaras de atenção em uma panela até virar uma mistura onde
qualquer momento seja especial. Acrescente sorrisos bobos até ficar homogêneo;
– Junte todo o carinho na forma e caramelize com suspiros de paixão, ao sentir o cheiro de sonhos se
espalhando no ambiente retire do fogo e acrescente uma pitada de pimenta para sentirmos a
intensidade dentro de nós sempre que provarmos;
– Misture bem todos os ingredientes anteriores;
– Para não virar rotina, acrescente muito amor e uma colher de ciúmes. Para dar um pequeno sabor de
dedicação, adicione 3 colheres de respeito. (Caso erre na medida de ciúmes coloque respeito a gosto).
(...)
Rendimento: Duas porções
Dica de acompanhamento: Aprecie com abraços e músicas. Diêgo
Cabó
a) o suporte.
b) o contexto.
c) a forma.
d) a função.
a) Cada gênero textual tem um propósito bastante claro que o determina e lhe dá uma esfera de
circulação.
b) Todos os gêneros têm uma forma e função, bem como um estilo e um conteúdo.
c) Os gêneros são modelos estanques com estruturas rígidas e com formas culturais.
d) A determinação da língua se dá basicamente pela função e não pela forma.
(...) Nasceu (...), na velha Belo Horizonte dos anos 20, um cronista que ainda hoje, com a graça de Deus e
com ou sem assunto, comete as suas croniquices.
Comete é tempo errado de verbo. Melhor dizer: cometia. Pois chegou o momento deste contumaz rabiscador
de letras pendurar as chuteiras (que na prática jamais calçou) e dizer aos leitores um ciao-adeus sem
melancolia, mas oportuno.
(...) Procurou extrair de cada coisa não uma lição, mas um traço que comovesse ou distraísse o leitor,
fazendo-o sorrir, se não do acontecimento, pelo menos do próprio cronista, que às vezes se torna cronista do
seu umbigo, ironizando-se a si mesmo antes que outros o façam.
Crônica tem essa vantagem: não obriga ao paletó--e-gravata do editorialista, forçado a definir uma posição
correta diante dos grandes problemas; não exige de quem a faz o nervosismo saltitante do repórter,
responsável pela apuração do fato na hora mesma em que ele acontece; dispensa a especialização suada em
economia, finanças, política nacional e internacional, esporte, religião e o mais que imaginar se possa. (...)
O que lhe pedimos é uma espécie de loucura mansa, que desenvolva determinado ponto de vista não
ortodoxo e não trivial e desperte em nós a inclinação para o jogo da fantasia, o absurdo e a vadiação de
espírito. Claro que ele deve ser um cara confiável, ainda na divagação. Não se compreende, ou não
compreendo, cronista faccioso, que sirva a interesse pessoal ou de grupo, porque a crônica é território livre
da imaginação, empenhada em circular entre os acontecimentos do dia, sem procurar influir neles.
Fazer mais do que isso seria pretensão descabida de sua parte. Ele sabe que seu prazo de atuação é
limitado: minutos no café da manhã ou à espera do coletivo.
(...) Foi o que esse outrora-rapaz fez ou tentou fazer em mais de seis décadas. (...) Em certo período,
consagrou mais tempo a tarefas burocráticas do que ao jornalismo, porém jamais deixou de ser homem de
jornal, leitor implacável de jornais, interessado em seguir não apenas o desdobrar das notícias como as
diferentes maneiras de apresentá-las ao público. Uma página bem diagramada causava-lhe prazer estético; a
charge, a foto, a reportagem, a legenda bem feitas, o estilo particular de cada diário ou revista eram para ele
(e são) motivos de alegria profissional. (...) A duas grandes casas do jornalismo brasileiro ele se orgulha de
ter pertencido ? o extinto Correio da Manhã (...) e o Jornal do Brasil (...). Quinze anos de atividade no
primeiro e mais 15, atuais, no segundo, alimentarão as melhores lembranças do velho jornalista. E é por
admitir esta noção de velho, consciente e alegremente, que ele hoje se despede da crônica (...) Aos leitores,
gratidão, essa palavra-tudo.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Ciao. Jornal do Brasil, São Paulo, 29 set. 1984. A
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O gesto não precisa ser grandioso nem público, não é necessário pertencer a uma ONG ou fazer uma
campanha. Sobretudo, convém não aparecer.
O gesto primeiro devia ser natural, e não decorrer de nenhum lema ou imposição, nem convite nem
sugestão vinda de fora.
Assim devíamos ser habitualmente, e não somos, ou geralmente não somos: cuidar do que está do nosso
lado. Cuidar não só na doença ou na pobreza, mas no cotidiano, em que tantas vezes falta a delicadeza, a
gentileza, a compreensão; esquecidos os pequenos rituais de respeito, de preservação do mistério, e
igualmente da superação das barreiras estéreis entre pessoas da mesma casa, da família, das amizades mais
próximas.
Dentro de casa, onde tudo deveria começar, onde se deveria fazer todo dia o aprendizado do belo, do
generoso, do delicado, do respeitoso, do agradável e do acolhedor, mal passamos, correndo, tangidos pelas
obrigações. Tão fácil atualmente desculpar-se com a pressa: o trânsito, o patrão, o banco, a conta, a hora
extra... Tudo isso é real, tudo isso acontece e nos enreda e nos paralisa.
Mas, por outro lado, se a gente parasse (mas parar pra pensar pode ser tão ameaçador...) e fizesse um
pequeno cálculo, talvez metade ou boa parte desses deveres aparecesse como supérfluo, frívolo,
dispensável.
Uma hora a mais em casa não para se trancar no quarto, mas para conviver. Não com obrigação, sermos
felizes com hora marcada e prazo pra terminar, mas promover desde sempre a casa como o lugar do
encontro, não da passagem; a mesa como lugar do diálogo, não do engolir quieto e apressado; o quarto
como o lugar do afeto, não do cansaço.
Pois se ainda não começamos a ser solidários dentro de nós mesmos e dentro de nossa casa ou
do nosso círculo de amigos, como querer fazer campanhas, como pretender desfraldar bandeiras, como
desejar salvar o mundo ? se estamos perdidos no nosso cotidiano?
Como dizer a palavra certa se estamos mudos, como escutar se estamos surdos, como abraçar se estamos
congelados?
Para mim, a solidariedade precisa ser antes de tudo o aprendizado da humanidade pessoal. Depois de
sermos gente, podemos ? e devemos ? sair dos muros e tentar melhorar o mundo. Que anda tão, tão
precisado.
LUFT Lya
Pelas características predominantes do texto, assinale a alternativa que indique a tipologia textual a que ele
pertence:
a) Narração.
b) Descrição.
c) Dissertação.
d) Injunção.
a) os tipos textuais.
b) os gêneros textuais.
c) os discursos.
d) as funções da linguagem.
a) sonoro e escrito.
b) sonoro e oral.
c) gráfico e oral.
d) gráfico e escrito.
Respostas:
1-d 2-c 3-b 4-b 5-c 6-b 7-d 8-a 9-a 10-d
*As questões são retiradas de provas anteriores, nós apenas as trascrevemos e publicamos.
*Alguns gabaritos podem ter sofrido mudanças por conta de recursos.
*Estamos atentos, e sempre corrigindo para novas atualizações.