Artes Visuais, História E Sociedade: Aula 4
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SOCIEDADE
AULA 4
1. Art Nouveau;
2. O impressionismo;
3. Pós-impressionismo;
4. Expressionismo;
5. Cubismo.
CONTEXTUALIZANDO
O Art Nouveau foi uma tendência estética que se difundiu pela Europa e
Estados Unidos na década de 1880 e esteve em voga até o início da Primeira
Grande Guerra Mundial, em 1914. A intenção era criar uma arte realmente
moderna e que estivesse presente não apenas nos quadros, mas também na
arquitetura, objetos, rótulos de produtos e mais. Essa intenção, de praticamente
democratizar a nova arte, não foi totalmente satisfatória, considerando que a
maior parte das pessoas que consumia os produtos e tinha condições de investir
nos objetos de mescla entre o artesanal e o industrial era de boa situação
financeira.
Assim, encontramos objetos diversos do uso cotidiano e decorativos com
as características do Art Nouveau decorando o interior das casas e
estabelecimentos da época. O reconhecimento de tais objetos como sendo
desse período não é uma tarefa complexa, pois os efeitos florais e inspiração
nas formas orgânicas e sinuosas da natureza são bastante claros e facilmente
identificáveis.
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Figura 1 – Luminária no estilo Art Nouveau, do século XIX
Créditos: KarlK/Shutterstock.
Uma das intenções mais fortes e presentes no Art Nouveau era estreitar
os laços entre as belas artes e as artes aplicadas ou artes e ofícios.
As origens do Art Nouveau podem ser encontradas no movimento inglês
Arts and Crafts, que abarcava todas as artes e principalmente nas ideias de
William Morris (Dempsey, 2003). Embora o movimento aspirasse por uma nova
arte, as inspirações eram diversas e nem sempre tão novas assim, tal como as
iluminuras, a arquitetura gótica, as gravuras japoneses e mais. Assim, o fator
decorativo dessa arte tomou grande proporção e influência sobre a sua
produção. De acordo com Gombrich, sobre a nova arte,
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naturais já não era mais visto como algo romântico e escapista, mas moderno e
progressista” (Dempsey, 2003, p. 35).
Dentre as principais características do Art Nouveau, podemos destacar
primeiramente a inspiração nas ideias de Willian Morris e John Ruskin, as formas
e linhas orgânicas, consideradas graciosas e exuberantes, a representação da
natureza com enfoque na sinuosidade das formas com valorização do estilo
floral, o uso de arabescos e curvas assimétricas. Contudo, observamos o retorno
à artesania frente às mudanças originadas na sociedade industrial.
Um artista de notável destaque desse período foi o checo Alfons Mucha
(1860-1939), que despontou na pintura, gravura, ilustração e design de
interiores. “A obra de Alfons Mucha é arte de sedução. Com as suas graciosas
figuras femininas, cores encantadoras e os cenários perfeitos, o artista corteja o
observador” (Ulmer, 2006, p. 5).
Créditos: HstrongART/Shutterstock.
Créditos: Julia-Bogdanova/Shutterstock.
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Figura 4 – Fachada de Edifício em Paris no estilo Art Nouveau
TEMA 2 – O IMPRESSIONISMO
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o Impressionismo nasce com a ligação de Monet e Renoir, que, entre
1869 e 1874, frequentemente trabalham juntos às margens do Sena,
en plein-air, decididos a acabar com as regras de ateliê (perspectiva,
composição, chiaroscuro, tema histórico) e a descobrir uma pintura que
representasse a “impressão” visual na sua imediaticidade e flagrante.
(Argan, 1992, p. 102)
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pois exclui as velaturas de sua pintura passando a resolver o seu quadro de
imediato frente ao tema ou cena escolhidos.
A técnica da velatura consiste na diluição da tinta para que possa ser feita
uma fina camada de tinta diluída, como um véu, sobre a camada anterior já seca.
Para isso, o artista precisa de tempo em seu atelier, podendo obter áreas de luz
e sombra a partir da aplicação de velaturas. Não obstante, a pintura alla prima
descarta essa técnica, permitindo ao artista a finalização de uma obra em poucas
horas e, por isso, resultando no efeito da pintura impressionista, a qual recebeu
críticas por se parecer com um esboço ou pintura inacabada.
Em oposição a isso, dentre os artistas impressionistas, vale destacar
Edgar Degas, que muito bem se expressou a partir da pintura de bailarinas no
interior de estúdios de balé. Ele se manteve parcialmente distante dos demais
impressionistas, embora compartilhasse de seus mesmos ideais (Gombrich,
1999). “Não lhe interessa o que está além, e sim o que está dentro da sensação,
sua estrutura interna. Seu grande achado é ter justamente descoberto que a
sensação visual não é um fenômeno de superfície, mas uma verdadeira estrutura
do pensamento” (Argan, 1992, p. 106).
Figura 5 – Ensaio de balé no palco, Edgar Degas (1874); pastel seco sobre papel
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Assim, verificamos entre as características do Impressionismo a captação
e representação da luminosidade do momento através das cores. Os artistas
impressionistas também pouco faziam uso de cores como o sépia para resolver
as áreas de sombra, preferindo a aplicação de cores complementares e
propondo sombras coloridas e luminosas. Para o filósofo Merleau-Ponty:
Figura 6 – Duas jovens meninas no piano, Auguste Renoir (1892); pintura a óleo
sobre tela
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Figura 7 – Ponte sobre uma lagoa de lírios de água, Claude Monet (1899); pintura
a óleo sobre tela. No verão de 1899, Monet completou 12 telas da passarela de
madeira sobre a lagoa de lírios em Giverny, na Normandia, região histórica da
França
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TEMA 3 – O PÓS-IMPRESSIONISMO
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Sua pintura seria um paradoxo: buscar a realidade sem abandonar a
sensação, sem tomar outro guia senão a natureza na impressão
imediata, sem delimitar os contornos, sem enquadrar a cor pelo
desenho, sem compor a perspectiva nem o quadro. (Merleau-Ponty,
2004, p. 127)
Figura 9 – Chateau Noir, Paul Cézanne (1800-04); pintura a óleo sobre tela
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Figura 10 – Os girassóis, Vincent Van Gogh (1888); óleo sobre tela
Créditos: Vovalis/Shutterstock.
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Desses, Georges Seurat e Paul Signac desenvolveram um estilo de
pintura que veio a ser chamado de pontilhismo, ou divisionismo, cuja intenção
era resolver a pintura por meio de pontos que, a certa distância, formariam a
figura desejada. No entanto, mesmo a certa distância, o que podemos muitas
vezes perceber é uma imagem talvez representada como se fosse feita a partir
de um mosaico (Janson; Janson, 1996). Assim, o pontilhismo apresenta ainda
menos espontaneidade que os impressionismo pois precisa, através de pontos
de tinta sobre a tela, reproduzir uma imagem.
Figura 12 – Domingo na grande Jatte, Georges Seurat (1884); óleo sobre tela
TEMA 4 – O EXPRESSIONISMO
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nazistas, pois estes compactuavam de uma outra estética completamente
totalitária, usada sobretudo para manipular a população. Assim, a arte
expressionista, bem como de outros movimentos de vanguarda modernista, for
considerada pelos nazistas como arte degenerada de comunistas e doentes
mentais.
Em meio à livre expressão desses artistas modernistas, eram
apresentadas as suas angústias, medos, entre outros aspectos irracionais e
instintivos que mostravam muitas vezes as debilidades humanas. Toda essa
realidade bastante dramática, em conjunto com os desafios e novos caminhos
propostos pelo início de um século em que muitas coisas começavam a se agitar,
as expressões artísticas buscavam transcender de alguma forma aspectos
relacionados à pintura convencional passando a apresentar deformações
variadas. De acordo com Giulio Carlo Argan (1992, p. 227),
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Figura 13 – O grito, Edvard Munch (1895); litografia
Figura 14 – Casas em Dresden, Ernst Ludwig Kirchner (1909-10); óleo sobre tela
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os artistas fauvistas faziam uso ousadas distorções e foram considerados como
o primeiro grupo de vanguarda do século XX a exercer influência na arte.
Dentre as características do fauvismo, destacamos o uso de cores puras
e sem regras para a sua aplicação, as formas simples para a representação sem
preocupação com a realidade, a influência da arte primitiva e busca por maior
liberdade na expressão através das cores e formas. Dos artistas fauvistas
destacamos André Derain (1880-1954), Georges Braque (1882-1963), Maurice
de Vlaminck (1876-1958), Amedeo Modigliani (1884-1920) e, sobretudo, o mais
velho e mais conhecido dos fauvistas, sendo considerado o “rei das feras” -
Henry Matisse (1869-1954).
Créditos: spatuletail/Shutterstock.
TEMA 5 – O CUBISMO
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africanas e também na obra de Paul Cézanne, permitindo unir elementos que se
tornariam a base para a investigação no campo das ideias voltado às
experimentações cubistas. No entanto, vale destacar que ele também
apresentou outras fases em sua pintura, considerando a fase azul e a fase rosa,
mas foi no cubismo que sua arte se tornou forte expressão vanguardista.
Créditos: Oscity/Shutterstock.
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Figura 17 – Selo com representação da obra Garrafa e jornal, de George Braque,
da fase analítica do cubismo
Créditos: svic/Shutterstock.
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Figura 18 – Visitantes observando a obra Os três músicos, exposta no Museum
of Modern Art em Nova York
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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