Agravo de Instrumento N. 0810669-48.2023.8.02.0000

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Tribunal de Justiça

Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

Agravo de Instrumento n. 0810669-48.2023.8.02.0000


Empréstimo consignado
2ª Câmara Cível
Relatora : Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento
Agravante : Maria Siqueira Soares.
Defensor P : Luciana Martins de Faro (OAB: 6804/AL).
Agravado : Banco Pan Sa.
Advogado : Antônio de Moraes Dourado Neto (OAB: 10715A/AL).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE


DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO DE TUTELA FORMULADO PARA SUSPENDER
OS DESCONTOS EFETIVADOS REFERENTES AOS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS
EM CARTÃO DE CRÉDITO. IRRESIGNAÇÃO. ALEGAÇÃO RECURSAL DE QUE NÃO
CONTRATOU A MODALIDADE DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM RMC.
ILEGALIDADE NA CONTRATAÇÃO. LESÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E
CONSUMERISTAS. ACOLHIDA. APLICAÇÃO DO CDC. TEORIA OBJETIVA.
MODALIDADE DE VENDA CASADA. INCONGRUÊNCIA CONTRATUAL.
DESCONTOS DEBITADOS SEM QUE A AGRAVANTE TENHA CONHECIMENTO
REAL DO QUE SE TRATA. COMPROMETIMENTO DE RENDIMENTOS DESTINADOS
À VERBA ALIMENTAR. FIXAÇÃO, EX OFFICIO, DE MULTA EM CASO DE
DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO JUDICIAL DE SUSPENDER OS DESCONTOS
NO VALOR DE R$ 2.000,00 (DOIS MIL REAIS), ATÉ O LIMITE DE R$ 30.000,00
(TRINTA MIL REAIS) MENSAIS, E DE R$ 300,00 (TREZENTOS REAIS), LIMITADA
ATÉ R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS) DIÁRIO, EM CASO DO AGRAVADO NÃO SE
ABSTER DE NEGATIVAR O NOME DA AGRAVANTE. CONCESSÃO DE PRAZO DE 10
(DEZ) DIAS PARA O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. À UNANIMIDADE.

Nos autos de n. 0810669-48.2023.8.02.0000 em que figuram como parte


recorrente Maria Siqueira Soares e como parte recorrida Banco Pan Sa, ACORDAM os
membros da 2ª Câmara Cível, à unanimidade, em conhecer do recurso para, no
mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, reformando a decisão de origem, para que a
instituição financeira suspenda os descontos ilegais realizados mensalmente
mediante desconto da folha de pagamento da agravante, fixando, ex officio, multa
de periodicidade mensal em caso de descumprimento da obrigação judicial de
suspender os descontos, no valor de R$ R$ 2.000,00 (dois mil reais) até o limite de
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e diária de R$ 300,00 (trezentos reais) limitada até
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) em caso do agravado não se abster de negativar o
nome da agravante, bem como estabeleço o prazo de 10 (dez) dias para o
cumprimento da obrigação, a contar da data da intimação desta decisão, com

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 1


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

fulcro no art. 537, caput, do CPC.

Participaram deste julgamento os Excelentíssimos Senhores


Desembargadores mencionados na certidão retro.

Maceió, data da assinatura eletrônica.

Desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento


Relatora

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 2


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

Agravo de Instrumento n. 0810669-48.2023.8.02.0000


Empréstimo consignado
2ª Câmara Cível
Relatora : Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento
Agravante : Maria Siqueira Soares.
Defensor P : Luciana Martins de Faro (OAB: 6804/AL).
Agravado : Banco Pan Sa.
Advogado : Antônio de Moraes Dourado Neto (OAB: 10715A/AL).

RELATÓRIO
Trata-se de Agravo de Instrumento interposto por Maria Siqueira Soares em
face da decisão exarada pelo Juízo de Direito da 30ª Vara Cível da Capital, às fls.
106/111, que nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de
Indébito e Indenização por Danos Morais proposta em desfavor do Banco Pan S.A,
indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, nos seguintes termos:

[...]
Ante o exposto, ad cautelam, RESERVO-ME O DIREITO DE
APRECIAR O PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA APENAS
APÓS A TRIANGULARIZAÇÃO PROCESSUAL, permitindo o
contraditório e a ampla defesa,
[...]

Em suas razões recursais, a agravante sustenta, em apertada síntese, que buscou


junto à instituição financeira apenas a contratação de empréstimo consignado, sendo
aderido, sem a sua anuência, na modalidade de empréstimo consignado em cartão de
crédito, sem prazo definido e vinculada a descontos em folha, mais pagamento de
faturas à parte, sob pena de incidência de encargos e juros mensais de refinanciamento.
Em suas palavras, faz-se necessária a suspensão dos descontos na RMC, pois, além de
ferir os princípios constitucionais e consumeristas, também compromete a sua
subsistência, por ser pessoa economicamente carente.

Por fim, pugna pela suspensão das cobranças do contrato de empréstimo

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 3


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

consignado via cartão de crédito (RMC), bem como que seja determinado ao banco
agravado de abster-se de incluir o nome da agravante nos cadastros restritivos de
crédito.

Devidamente intimado, transcorreu o prazo legal sem que o banco agravado


apresentasse contrarrazões, consoante certidão de fl. 134.

É o relatório.

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 4


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

VOTO
Presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos do recurso, dele tomo
conhecimento e passo à análise das questões que lhe são atinentes.

Inicialmente, ressalta-se que deve ser aplicado ao caso as normas do CDC, uma
vez que se trata de relação de consumo, sendo o autor consumidor final do serviço
oferecido pelo réu, que figura na relação como fornecedor, nos termos dos artigos 2º e
3º 1do referido diploma legal, sendo aplicável ao caso o verbete nº 297 da Súmula do E.
STJ: "O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras".

O contexto do caderno processual revela que a parte autora, agravante, aderiu a


uma espécie contratual que vem sendo objeto de diversas demandas junto ao Judiciário,
em decorrência da qual a instituição bancária fornece um cartão de crédito, cujos
valores são, apenas em parte, adimplidos mediante consignação em folha de pagamento.

Em diversos autos - à semelhança do que ocorre nestes -, os autores alegam


não terem sido informados, de forma clara e precisa, acerca da real dinâmica aplicada
pela instituição financeira, que acabou por conduzi-los à adesão de uma avença da qual
decorre um cartão de crédito que também serve para a realização de saques, em
verdadeira operação de empréstimo de valores, os quais, como dito, deverão ser
adimplidos, em parte, através dos descontos ocorridos em folha de pagamento e, no que
superar esse valor diretamente descontado, mediante a quitação de boletos mensais.

Na prática, a dinâmica aplicada pelo banco acarreta verdadeiro "efeito cascata",

1
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 5


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

pois os valores apontados nos boletos que, muitas vezes, sequer chegam às residências
dos consumidores, acabam refletindo nas faturas posteriores, acrescidos de encargos
moratórios, prolongando-se ao longo dos anos, vez que a avença não tem termo certo de
duração.

A par disso, não resta dúvida de que essa espécie contratual revela uma
modalidade costumeiramente denominada "venda casada", prática reprimida pelo art.
39, inciso I do Código de Defesa do Consumidor, de acordo com o qual "É vedado ao
fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o
fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
bem como, sem justa causa, a limites quantitativos".

Verifica-se, outrossim, uma forma de contrato de empréstimo mais onerosa aos


consumidores e, por conseguinte, mais rentável à instituição financeira, que os
denominados empréstimos pessoais, realizados de forma direta pelo banco, nos quais o
indivíduo obtém, de uma só vez, quantia certa, comprometendo-se a ressarci-la
mediante o adimplemento de prestações mensais que têm termo inicial e final para
pagamento.

Portanto, ao menos neste juízo de cognição sumária, entendo que a suspensão


dos descontos se reveste de caráter de urgência, tendo por escopo salvaguardar direito
do consumidor, visto que há descontos sendo debitados, sem que o agravante tenha
conhecimento real do que se trata, comprometendo seus rendimentos destinados à verba
alimentar, razão pela qual, por cautela, entendo que a decisão proferida pelo Magistrado
a quo deve ser mantida.

Ressalte-se, ademais, que o caso em análise não possui perigo de


irreversibilidade da medida, uma vez que, caso constatado em momento futuro, a

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 6


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

necessidade de reversão, poderá o banco cobrar as parcelas atualmente suspensas em


momento posterior.

Digo isso porque, em alguns casos, a instituição financeira consegue


comprovar que o consumidor tinha ciência da dinâmica contratual, uma vez que
este faz uso do cartão de crédito em diversos estabelecimentos comerciais, além de
realizar o pagamento em um valor superior ao mínimo da fatura, fato que não
restou comprovado nos autos.

Por fim, acerca da multa cominatória, sabe-se que é posição já incontroversa na


jurisprudência dos tribunais superiores de que as astreintes possuem natureza híbrida,
pois sustentam, além da função material (compensação pela realização/omissão de ato
diverso da decisão judicial), a função processual instrumento voltado a garantir a
eficácia das decisões judiciais. É essa a função que deve preponderar no caso em tela.

Mas como medida de peso, importante observar que a multa por


descumprimento de decisão judicial não pode ensejar o enriquecimento sem justa causa
da parte a quem favorece, e não deve ser ela irrisória a ponto de afastar seu caráter
pedagógico para que o obrigado não repita/insista no descumprimento.

Segundo Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero, em Código de Processo


Civil, Comentado artigo por artigo, 2ª edição, RT, 2009, p. 428:

A finalidade da multa é coagir o demandado ao cumprimento do fazer


ou do não fazer, não tendo caráter punitivo. Constitui forma de
pressão sobre a vontade do réu, destinada a convencê-lo a cumprir a
ordem jurisdicional (...)

No mesmo sentido Fredie Didier Jr., em Curso de Direito Processual Civil

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 7


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

Execução, Volume 5, 2ª ed., 2010, p. 445:

A multa tem caráter coercitivo. Nem é indenizatória, nem é punitiva.


Isso significa que o seu valor reverterá à parte adversária, mas não a
título de perdas e danos. O seu valor pode, por isso mesmo,
cumularse às perdas e danos (at. 461, §2º, CPC). A multa tem caráter
acessório: ela existe para coagir, para convencer o devedor a cumprir
a prestação.(...) Embora não exista, a princípio, um limite máximo
para a multa, é possível que, no caso concreto, quando a medida se
mostrar desproporcional em relação ao bem da vida que com ela se
pretende resguardar, o seu montante seja adequado a parâmetros
razoáveis. Cabe, pois, ao Magistrado esse controle.

Insistindo na predominância do caráter processual da multa, para que a decisão


tenha força persuasiva suficiente para coagir alguém a fazer ou não fazer, realizando
assim a tutela prometida pelo direito material, é permitido ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, a imposição de multa coercitiva, as astreintes, como explicitado
pelos arts. 536, § 1º e 537, § 1º do CPC:

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade


de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a
requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de
tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas
necessárias à satisfação do exequente.
§ 1 o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar,
entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário,
requisitar o auxílio de força policial.

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser


aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na
sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e
compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para
cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor
ou a periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique
que:

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 8


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

I - se tornou insuficiente ou excessiva;


II - o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da
obrigação ou justa causa para o descumprimento. (Grifo nosso)

No caso em tela, revela-se razoável impor à parte agravada a pena de multa de


que trata o art. 537, do Código de Processo Civil, por se tratar de medida recomendável
para o cumprimento da antecipação de tutela deferida em favor da parte autora, ora
agravante, cujos requisitos legais encontram-se preenchidos, diante dos elementos
fáticos e documentais constantes dos autos da ação originária, os quais demonstram, a
priori, indícios suficientes de que os descontos vêm sendo indevidamente realizados, e
que a não suspensão desses ocasionará à parte agravante danos maiores.

Assim, fixo, ex officio, multa de periodicidade mensal em caso de


descumprimento da obrigação da suspender os descontos, no valor de R$ 2.000,00 (dois
mil reais) até o limite de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e diária de R$ 300,00 (trezentos
reais) limitada até R$ 30.000,00 (trinta mil reais) em caso do agravado não se abster de
negativar o nome da agravante, encontrando-se, tais valores, em conformidade com os
parâmetros estabelecidos por esta 2ª Câmara Cível em diversos julgamentos, além de
serem aptos a incentivar o imediato cumprimento da obrigação, sem, porém, configurar
enriquecimento sem causa da parte beneficiária.

No entanto, por entender necessário que seja fixado um prazo razoável para o
cumprimento da obrigação, e em atenção ao posicionamento deste Tribunal em casos
semelhantes, a exemplo, dentre outros inúmeros casos, dos agravos de instrumento nº
0801329-22.2019.8.02.0000 e nº 0800905-77.2019.8.02.0000, estabeleço o prazo de
10 (dez) dias úteis, contados da ciência desta decisão, para que a instituição
financeira adote os atos necessários ao cumprimento da ordem.

Diante do exposto, conheço do recurso para, no mérito, DAR-LHE

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 9


Tribunal de Justiça
Gabinete Desa. Elisabeth Carvalho Nascimento

PROVIMENTO, reformando a decisão de origem, para que a instituição


financeira suspenda os descontos ilegais realizados mensalmente mediante
desconto da folha de pagamento da agravante, fixando, ex officio, multa de
periodicidade mensal em caso de descumprimento da obrigação judicial de
suspender os descontos, no valor de R$ R$ 2.000,00 (dois mil reais) até o limite de
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) e diária de R$ 300,00 (trezentos reais) limitada até
R$ 30.000,00 (trinta mil reais) em caso do agravado não se abster de negativar o
nome da agravante, bem como estabeleço o prazo de 10 (dez) dias para o
cumprimento da obrigação, a contar da data da intimação desta decisão, com
fulcro no art. 537, caput, do CPC.

É como voto.

Desembargadora Elisabeth Carvalho Nascimento


Relatora

Proc. Nº 0810669-48.2023.8.02.0000 - Acórdão, Rel. e Voto TJ/AL - 2ª Câmara Cível E5/A2 10

Você também pode gostar