Pensamento Social Da Igreja Catolica
Pensamento Social Da Igreja Catolica
Pensamento Social Da Igreja Catolica
Verdade
Liberdade
Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser reconhecida
como ser livre e responsável. Todos devem a uma esta obrigação de respeito. O direito ao
exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana,
sobretudo em matéria moral e religiosa. Este direito deve ser reconhecido civilmente e
protegido nos limites do bem comum e da ordem pública. O exercício da liberdade não
implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso pretender que o homem, sujeito da liberdade,
se baste a si mesmo tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens
terrenos.
A Justiça
Justiça: "Segundo São Tomás de Aquino consiste na "vontade perpétua e constante de dar
a cada um o que lhe é devido". A justiça, contudo, não é uma simples convenção humana,
porque "o que é justo não é originalmente determinado pela lei, mas pela identidade
profunda do ser humano". Aqui reafirma o “direito natural” como sinônimo de respeito à
dignidade da pessoa humana, sob uma ótica cristã de valores, como fundamento do direito
positivo, a justiça manifesta-se na atitude determinada de reconhecer o outro como
pessoa, com direitos e deveres.
A justiça social apresenta-se como reguladora nas nossas relações sociais, com base no
critério da observância da lei. A justiça social diz respeito aos aspectos sociais, políticos,
econômicos e, sobretudo a dimensão estrutural dos problemas e das respectivas soluções.
A plena verdade sobre o homem permite superar a visão contratualista da justiça, que é
visão limitada, é abrir também para a justiça horizonte da solidariedade e do amor: A
justiça sozinha não basta; e pode chegar a negar-se a si própria, se não se abrir àquela
força mais profunda que é o amor. Ao valor da justiça a doutrina social da Igreja acosta
o da solidariedade, enquanto via privilegiada da paz.
A Caridade
A Caridade não raro confinada ao âmbito das relações de proximidade, ou limitada aos
aspectos somente subjetivos do agir para o outro, deve ser considerada no seu autêntico
valor de critério supremo e universal de toda ética social. Dentre todos os caminhos,
mesmo os procurados e percorridos para enfrentar as formas sempre novas da actual
questão social, o mais excelente de todos (1Cor 12,31) é a via traçada pela caridade.
A Caridade pressupõe e transcende a justiça: esta última deve ser completada pela
caridade. Se a justiça é em si mesma, apta para servir de árbitro entre os homens na
recíproca repartição justa dos bens materiais, o amor, pelo contrário é somente o amor
(portanto também o amor benevolente que chamamos misericórdia), é capaz de restituir
o homem a si próprio. Não se podem regular as relações humanas unicamente com a
medida da justiça: A experiência do passado e do nosso tempo demonstra que a justiça,
por si só, não basta e que pode até levar a negação é ao aniquilamento de si própria, se
não se permitir àquela força mais profunda, que é o amor plasmar a vida humana nas suas
várias dimensões.
Bem Comum
O bem comum é a dimensão social e comunitária do bem moral. Ele não consiste a
simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de
cada um, é e permanece comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível
alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro. Assim como agir moral
do indivíduo se realiza fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando
o bem comum.
Uma sociedade que, em todos níveis quer intencionalmente estar ao serviço do ser
humano é a que se propõe como meta prioritária o bem comum, enquanto bem de todos
os homens e do homem todo.
As exigências do bem comum derivam das condições sociais de cara época e estão
estreitamente conexas com o respeito e com a promoção integral da pessoa e dos seus
direitos fundamentais.
Essas existências referem-se, antes de mais, ao empenho pela paz, a organização dos
poderes do Estado, a uma solida ordem jurídica, a salvaguarda do ambiente, a prestação
dos serviços essenciais às pessoas, alguns dos quais são, ao mesmo tempo diretos do
homem: alimentação, morada, trabalho, educação é acesso à cultura, a saúde, transportes,
livre circulação das informações e tutela da liberdade religiosa.
Deus é o fim ultimo de suas criaturas é por motivo algum se pode privar o bem comum
da sua dimensão transcendente, que excede, mas também do cumprimento à dimensão
histórica.
Subsidiariedade
A solidariedade deve ser tomada antes de mais nada, ao seu valor de princípio social
ordenador das instituições, em base ao qual devem ser superadas as estruturas de pecado,
que dominam as relações entre as pessoas e os povos, devem ser superadas e
transformadas em estruturas de solidariedade, mediante a criação ou a oportuna modifica
de leis, regras do mercado e ordenamentos.
Boa Governação
O Estado deve fornecer quadro jurídico adequado ao livre exercício dos sujeitos sociais
e estar pronto a intervir, sempre que for necessário, e respeitando o princípio de
subsidiariedade, para orientar o bem comum a dialética entre as livres associações activas
na vida democrática. A sociedade civil é heterogênea e articulada, não desprovida de
ambiguidades e de contradições: e também lugar de embate entre interesses diversos, com
risco de que o mais forte prevaleça sobre o mais indefeso.