Enem Intertextualidade 01-10
Enem Intertextualidade 01-10
Enem Intertextualidade 01-10
Resolva esta lista de exercícios sobre intertextualidade e fique por dentro desse assunto
importantíssimo para quem vai prestar o Enem.
Questão 1
(Enem 2020 - 2ª aplicação)
TEXTO I
A dupla Claudinho e Buchecha foi formada por dois amigos de infância que eram vizinhos
na comunidade do Salgueiro. Os cantores iniciaram sua carreira artística no início dos anos 1990,
cantando em bailes funk de São Gonçalo (RJ), e fizeram muito sucesso com a música Fico assim
sem você, em 2002. Buchecha trabalhou por um bom tempo como office boy e Claudinho atuou
como peão de obras e vendedor ambulante.
Disponível em: http://dicionariompb.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).
TEXTO II
Ouvi a canção Fico assim sem você no rádio e me apaixonei instantaneamente. Quando
isso acontece comigo, não posso fazer nada a não ser trazer a música pra perto de mim e então
começar a cantar e tocar sem parar, até que ela se torne minha. A canção caiu como uma luva no
repertório do disco e eu contava as horas pra poder gravá-la.
CALCANHOTTO, A. Fico assim sem você. Disponível em: www.adrianapartimpim.com.br. Acesso em: 19 abr. 2018 (adaptado).
A letra da canção Fico assim sem você, que circulava em meios populares, veiculada pela
grande mídia, começou a integrar o repertório de crianças cujas famílias tinham o hábito
de ouvir o que é conhecido como MPB. O novo público que passou a conhecer e apreciar
essa música revela a
a) legitimação de certas músicas quando interpretadas por artistas de uma parcela específica da
sociedade.
b) admiração pelas composições musicais realizadas por sujeitos com pouca formação
acadêmica.
c) necessidade que músicos consagrados têm de buscar novos repertórios nas periferias.
d) importância dos meios de comunicação de massa na formação da música brasileira.
e) função que a indústria fonográfica ocupa em resgatar músicas da periferia.
Questão 2
Questão 3
(Enem 2020 -1ª aplicação)
TEXTO I
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba-do-campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o matita-pereira
TOM JOBIM. Águas de março. O Tom de Jobim e o tal de João Bosco (disco de bolso). Salvador: Zen Produtora, 1972 (fragmento).
TEXTO II
A inspiração súbita e certeira do compositor serve ainda de exemplo do lema antigo: nada
vem do nada. Para ninguém, nem mesmo para Tom Jobim. Duas fontes são razoavelmente
conhecidas. A primeira é o poema O caçador de esmeraldas, do mestre parnasiano Olavo Bilac:
“Foi em março, ao findar da chuva, quase à entrada/ do outono, quando a terra em sede
requeimada/ bebera longamente as águas da estação [...]”. E a outra é um ponto de macumba,
gravado com sucesso por J. B. Carvalho, do Conjunto Tupi: “É pau, é pedra, é seixo miúdo, roda
a baiana por cima de tudo”. Combinar Olavo Bilac e macumba já seria bom; mas o que se vê
em Águas de março vai muito além: tudo se transforma numa outra coisa e numa outra música,
que recompõem o mundo para nós.
NESTROVSKI, A. O samba mais bonito do mundo. In: Três canções de Tom Jobim. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
Ao situar a composição no panorama cultural brasileiro, o Texto II destaca o(a)
a) diálogo que a letra da canção estabelece com diferentes tradições da cultura nacional.
b) singularidade com que o compositor converte referências eruditas em populares.
c) caráter inovador com que o compositor concebe o processo de criação artística.
d) relativização que a letra da canção promove na concepção tradicional de originalidade.
e) resgate que a letra da canção promove de obras pouco conhecidas pelo público no país.
Questão 4
TEXTO I Ainda um grito de vida e
Nova canção do exílio voltar
Um sabiá para onde é tudo belo
na palmeira, longe. e fantástico:
Estas aves cantam a palmeira, o sabiá,
um outro canto. o longe.
O céu cintila ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo.
sobre flores úmidas.
Vozes na mata, TEXTO II
e o maior amor. Canção do exílio facilitada
Só, na noite, lá?
seria feliz: ah!
um sabiá, sabiá...
na palmeira, longe. papá...
Onde é tudo belo maná...
e fantástico, sofá...
só, na noite, sinhá...
seria feliz. cá?
(Um sabiá, bah!
na palmeira, longe.) PAES, José Paulo. Poesias reunidas. São Paulo: Brasiliense, 1986.
Os textos I e II, dos poetas Carlos Drummond de Andrade e José Paulo Paes, reportam à
“Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. Sobre a relação intertextual com a obra original,
pode-se afirmar que
a) no poema original, o exílio a que Gonçalves Dias se refere no título tem dimensão geográfica, o
que é reproduzido essencialmente nos textos I e II.
b) Carlos Drummond de Andrade optou pela paráfrase, isto é, por um tipo de intertextualidade
que retoma a ideia inicial e reproduz partes do texto original com outras palavras, enquanto José
Paulo Paes atribui um tom humorístico à poesia em uma paródia.
c) não se pode afirmar que o poema de José Paulo Paes é uma paródia a Canção do Exílio, visto
que não explora um tom crítico e irônico característico desse mecanismo de intertextualidade.
d) a exaltação da natureza é a principal característica do texto II, que retoma elementos
mencionados no texto com uma estratégia de rimas.
e) o poema de José Paulo Paes, em oposição ao texto de Gonçalves Dias, revela distanciamento
geográfico do poeta em relação à pátria.
Questão 5
(Enem 2014 - 1ª aplicação)
Questão 7
(Enem 2020 - 2ª aplicação)
TEXTO I
Participação feminina em projetos submetidos à Fapesp*
Questão 8
O mito de Narciso é uma interpretação da mitologia grega que narra a história de um jovem
caçador fascinado pela sua própria beleza. Das citações abaixo, aquela que não se
aproxima tematicamente do mito grego é
a) “Eu me amo, eu me amo o mau gosto
Eu não posso mais viver sem mim” É que Narciso acha feio o que não é espelho”
Ultraje a Rigor, “Eu me amo” Caetano Veloso, “Sampa”
c) “Quando eu te encarei frente a frente não e) “Ninguém a outro ama, senão que ama
vi o meu rosto O que de si há nele, ou é suposto”
Chamei de mau gosto o que vi de mau gosto Fernando Pessoa, “Ninguém a outro ama”
Questão 9
(Enem 2019 - 1ª aplicação)
TEXTO I
A promessa da felicidade
TEXTO II: Quadrinista surda faz sucesso na CCXP com narrativas silenciosas
A área de artistas independentes da Comic Con Experience (CCXP) deste ano é a maior
da história do evento geek. São mais de 450 quadrinistas e ilustradores no Artistsꞌ Alley.
E a diversidade vai além do estilo das HQ. Em uma das mesas na fila F, senta a
quadrinista com deficiência auditiva Ju Loyola, com suas histórias que classifica como “narrativas
silenciosas”. São histórias que podem ser compreendidas por crianças e adultos, e pessoas de
qualquer nacionalidade, pelo simples motivo de não terem uma única palavra.
A artista não escreve roteiros convencionais para suas obras. Sua experiência de ter que
entender a comunicação pelo que vê faz com que ela se identifique muito mais com o que
observa do que com o que as pessoas dizem.
E basta folhear suas obras que fica claro que elas não são histórias em quadrinhos que
perderam as palavras, mas sim que ganharam uma nova perspectiva.
Disponível em: https://catracalivre.com.br. Acesso em: 8 dez. 2018 (adaptado).
O Texto I exemplifica a obra de uma artista surda, que promove uma experiência de leitura
inovadora, divulgada no Texto II. Independentemente de seus objetivos, ambos os textos
a) incentivam a produção de roteiros compostos por imagens.
b) colaboram para a valorização de enredos românticos.
c) revelam o sucesso de um evento de cartunistas.
d) contribuem com o processo de acessibilidade.
e) questionam o padrão tradicional das HQ.
Questão 10
TEXTO I (Mar português)
Ó mar salgado, quanto do teu sal Valeu a pena? Tudo vale a pena
São lágrimas de Portugal! Se a alma não é pequena.
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quem quer passar além do Bojador
Quantos filhos em vão rezaram! Tem que passar além da dor.
Quantas noivas ficaram por casar Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Para que fosses nosso, ó mar! Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia Poética. Organização Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014. p. 15.
TEXTO II
Disponível em: <https://tirasdidaticas.files.wordpress.com/2014/12/rato79.jpg?w=640&h=215> Acesso em: 13 nov. 2018.
O sentido da tirinha é construído a partir da relação que ela estabelece com os famosos
versos de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”. A forma como
o texto II remete ao texto I
a) parafraseia as palavras de Fernando Pessoa a partir de citações indiretas que são empregadas
em uma nova situação comunicativa.
b) traduz objetivamente a intenção do poeta português, que se mostra confuso em relação ao
fazer poético.
c) revela uma situação parodística, pois desconstrói o sentido original do poema de Pessoa e cria
humor na narrativa.
d) constrói um hipertexto, pois permite ao leitor a liberdade de uma leitura intertextual dinâmica.
e) faz alusão aos desafios enfrentados pelos portugueses durante o período de Expansão
Marítima.