Mandioca

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a EMBRAPA 00254

1975
EMPRESA BRASILEIRA D FL-PP-00254

MANDIOCA - INFORME ANUAL-lq::rY.

MILTON DE ALBUQUERQUE
Pesquisador do IPEAN-EMBRAPA

ELOISA MARIA CABRAL RAMOS


Pesquisador do IPEAN-EMBRAPA

BE L tt~
1975

V;NClIlADA ft.() MI~~iSjfRIO DA AGr;lr;Ul' URA


EMBRAPA

·MANDIOCA - INFORME ANUAL

S U M Jt. R I O

1 - INTRODUÇAO

2 - CONSIDERAÇOES LIGEIRAS SOBRE ORIGENS •••••••••••••••••• 1

3 - ASPECTOS DA CULTURA NA AMAZÔNIA ORIENTAL.............. 4

3.1 - ASPECTOS SANIT1\RIOS ••••••••••••••••••••••••••••••••• 5

3.1.1 - Aspectos Ligados ao Cultivo .•.•......•...•.•...•.. 6

3.1.1.1 - Pragas 6

·3.1 .1 .2 - Doença s 7

3.1.2 - Aspectos Ligados ao Consumo de Mandioca 8

3.1.2.1 - Efeito dos produtos sobre a saúde 9

4 - PESQUISAS .............................••..•...............•......................... 12

4. 1 - TRANSAMAZÔN I CA •••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 14

4.2 - OUTROS L..OCAIS ....••...•....•...•••.•.•..•.••..•..•.. 14

.:.

VINCULADA AO MI~wmRIO DA AGRICULTURA


EMBRAPA

••
p.

5 - CONSIDERAÇOES FINAIS................................. 15

5.1 - NOTAS DIVERSAS ...................................... 15

VINCULADA AO MI. ISTfRIO DA AGRICULTURA


EMBRAPA

MANDIOCA - INFORME ANUAL

1 - INTRODUÇAO

Muito embora a importância da Mandioca no Mundo


aumente a cada dia que passa, continua ela, paradoxalmente, a
ser a planta mais conhecida e corriqueira do brasileiro, mas
também das menos conhec~das do ponto de vista agrícola.

É, portanto, confortador para os que estudam e


lidam com ela verificar o acentuado e sempre crescente interês
se pela sua tecnologia em bases modernas que nos últimos tem
pos vem se observando no Brasil, cujo exemplo mais recente re
flete-se na criação pela EMBRAPA do Centro Nacional de Mandio
ca.

A exemplo do que tem sido feito nos anos anterio


res, o presente trabalho encerra informações diversas sobre o
estado atual da Mandioca ao terminar o ano de 1974, na área
sob jurisdição do IPEAN-EMBRAPA.

Além de algumas considerações e notas diversas,


são abordadas resumidamente as pesquisas em perspectiva e as
em andamento, bem cornoaspectos ligados ao consumo e seus efei
tos.

2 - CONSIDERAÇOES LIGEIRAS SOBRE ORIGENS

No estado atual de nossos conhecimentos, nada


acerca das origens da Mandioca, sob qualquer dos aspectos enca
rados, pode ser considerado cornodefinitivo.

Com relação ~ origem genética ou botânica, admi


te-se cornoseu provável ancestral mais antigo a Manihot pusil~
Pohl~ encontrada atualmente em estado nativo na parte central
do territ6rio brasileiro (Estados de Goiãs e Bahia). Contudo,

ViNCULADA AO MINISHRIO DA AGf:ICULTURA


EMBRAPA 2.

mesmo que isso venha à ser tido como absolutamente cert.o, não
significará necessariamente que essa área de ocorrência da M.
pusila Pohl seja também a da sua origem geológica ou geográfi
ca, desde que poderá perfeitamente ter havido outras áreas de
ocorrência em épocas anteriores.

Quanto á origem cultural, é inteiramente admissí


vel atribuir-lhe mais de um local, sendo muitas as evidências
já encontradas que atestam, sem contestação, a utilização da
Mandioca já completamente domésticada em antiquíssimas cultu -
ras ou civil'izações das Américas Central e do Sul.

Talvez se possa apenas admitir a impossibilidade


de conciliar a sua origem genética à origem de sua aculturaçãQ

Alguns pesquisadores, incluindo-se entre eles


NORDENSKIOLD, que cartografou a distribuição da Mandioca na
América, motivados talvez pela grande diversidade de formas de
aproveitamento da cultura na Amazônia, inclinam-se a conside
rar esta Região cornoo seu malS provável berço de aculturação.
ar- a lenda da Mandioca, locali zou
COUTO DE MAGALHÃES, ao divuI'g
o aparecimento de Mani em tribo que habitava território atual
mente pertencente ao Município de Santarém - Baixo Amazonas.
EDUARDO GALVÃO, refere-se a ela cornocultura utilizada em anti
ga civilização que imperou na atual Ilha de Marajó, na foz do
Amazonas.

Muitas são, sem duvida, as evidências encontra


das que militam a favor do ponto de vista referido, mas, em
que pese nossa qualidade de Amazônicos, somos levados a dele
discordar em parte, escudados em razões simples porém acredita
mos bem fundamentadas, desde que relacionadas com aspectos ét
nlCOS.

Até agora as evidências mais antigas na área am~


zônica sobre a utilização da Mandioca já perfeitamente domesti

VINCULADA AO MINiSHRIO DA AGf:ICUL JURA


EMBRAPA 3•

cada são as já citadas encontradas por GALVÃO em suas investi


gações sobre a cultura dos Marajoaras, possivelmente contemp~
r~nea da cultura Inca.

Pensamos como V~RTIUS que os aborígenes atualme~


te existentes na America do Sul, formando grupos diversos, não
são elementos que se desenvolvem num sentido evolutivo e Slm
elementos de civilizações andinas, degenerados.

Confrontando-se os metodos de cultivo e indus


trializaçãd da Mandioca, Milho, Amendoim, Batata Doce, etc,por
eles, hoje, utilizados, com os descritos por exploradores bot~
nicos do século XVI, verifica-se não ter havido nenhum aperfei
çoamento ou melhoria nesse interregno de 4 séculos, continuan
do as práticas adotadas sendo as mesmas, Certamente adquiridas
daquelas civilizações.

Tais fatos praticamente invalidam o ponto de vi~


ta dos que advogam a Amazônia como suposto berço de doméstica
ção da Mandioca, porquanto tudo que hoje existe relacionado com
a tecnologia da planta em toda a Região foi herdada de ances
trais cuja antiguidade é difícil precisar, excetuando-se natu
ralmente aquilo que recebeu o toque da civilização europeia.

Julgamos mais viável o ponto de vista dos que


atribuem a antiquíssimas civilizações ou culturas da América
Central a aculturação da Mandioca em seus primórdios, tendo
sua tecnologia, pouco a pouco, se expandido no sentido Sul, so
frendo naturalmente alterações diversas em seu caminho.

Acreditamos, assim, tenha sido a Amazônia, de f~


to, a primeira região do Brasil a se beneficiar com os proce~
sos de aculturação da planta, face à sua proximidade dos Çen
tros Culturais Andinos, fonte do seu subsídio instrutivo. Da
área amazônica as px.,ãticasdifundiram-se em todo o resto do
continente de Clima Tropical e Semi-tropical.

VINCULADA .40 MINISHRIO DA AGRICUUURA


,4.
~ EMBRAPA

3 - ASPECTOS DA CULTURA NA AMAZÔNIA ORIENTAL

Conforme foi dito no capítulo anterior, a utili


zação da Mandioca na Amazônia é muito antiga, remontando certa
mente a épocas pre-incaicas. Desde então, ao que tudo indica,
tornou-se a principal cultura alimentar da Região. Tal suposi
ção ~ 16gica e baseia-se, para citar um s6 asp~cto, nas consta
tações feitas pelos conquistadores portugueses ao fundarem Be
l~m, dando início à colónização portuguesa na Amazônia. Daí
at~ agora, decorridos mais de 3,5 s~culos, sua hegemonia sobre
as outras plantas alimentícias foi sempre absoluta.

Dentre outras coisas, isto pode significar que


as condições ambientais, sem serem 6timas, são razoavelmente
boas para a cultura.

Na colonização da Região, que podemos dividir em


3 fases malS ou menos distintas, tem a Mandioca exercido gra~
de influência s6cio-econômica, acompanhando o pioneiro desbra
vador e dando-lhe um contigente marcante de ajuda em sua econo
mia alimentar. .Acorrt eceu isto na primeira fase colonialista ,que
val da fundação de Belém até a Cabanagem; na segunda, que com
preende a fase áurea da Borracha e, finalmente, na fase atual,
caracterizada pela abertura das grandes Estradas de Integraçã~
fase esta que vivemos no momento em toda a sua plenitude.

A exploração da cultura, na sua quase totalida


de, ainda se processa na sub-região em moldes tradicionais e
atrasados, pouco se beneficiando do que a tecnologia moderna
recomenda.

A produção de mandioca na Amazônia Oriental, em


1974, estimou-se superIor a 800.000 toneladas, das quais 90%
foi transformada em Farinha de Mesa. Calcula-se em cerca de
60.000ha a área ocupada pelos mandioc~is. A Transamazônica, em
bora em escala muito pequena, já começa a dar sua'contribuição
ã produção.

VINCULADA AO MINISTtRIO DA AGRICULlURA


5•
•. EMBRAPA

As 3 grandes zonas rurais conhecidas como Braga~


tina, Guajarina e Salgado, localizadas às proximidades da Cida
de de Belém, com os seus inúmeros campos agrícolas, ainda,
constituem, a área de maior produção de mandioca no Estado do
Pará, embora sua extensão não atinja a um vigésimo da área to
tal do Estado e utilize processos de cultivo antiquados, empre
gando instrumental rudimentar.

Essa maior produção decorre unicamente do maior


~ ~
numero de braços aplicados ao cultivo, visto ser a area malS
densamente povoada em toda a Região Norte.

Com poucas exceções, toda a exploração da cultu


ra se processa em Latosol Amarelo (OxisoZs), com pH entre 4 e
5, do que se depreende serem utilizadas pelos agricultores so
mente cultivares acidófilas, perfeitamente adaptadas ã alta a
cidez. As exceções (cerca de 2%) referem-se ao cultivo em Glei
Pouco Húmico (EntisoZs) e em manchas de Terra Roxa (AZfisoZs).

3.1 - ASPECTOS SANIT~RIOS

Muitos são os aspectos que distinguem a explora


ção da Mandioca na Amazônia daqueles observados no resto do
Brasil, tendo por causa, naturalmente, as características típi
cas da Região com a sua diferenciação ecológica.

Desses aspectos são neste capítulo estudados li


geiramente os relacionados com a sanidade, de um modo geral.

Inicialmente é abordada a parte referente às mo


léstias e pragas que ocorrem nas plantações, afetando a sanida
de do material em cultivo; a 2a. parte trata do efei-to exer-ca
do pelos produtos da cul-turasobre o organismo dos consumido
r-e s .

EMBRAPA
VINCULADA AO MINISHRIO DA AGRIClILiURA
6.
EMBRAPA

3.1.1 - Aspectos Ligados ao Cultivo

- .
Amazonla ..
De um modo geral,
brasllelra, .
constltulda . a Mandioca
pelo Estado
na parte
do
oriental
Para-. e Terrlto
da
-
rio do Amapá, é atacada por quase todos aqueles inimigos que a
atacam nas diversas regiões onde é cultivada em todo o mundo ln
tertropical. Observa-se, todavia, que o ataque de tais inimigos
processa-se de forma relativamente branda, somente apresen-tando
interesse econômico em" casos de exceção.

3.1.1.1 - Pragas

É extensa a relação de pequenos organismos, prln


cipalmente insetos, assinalados nos mandiocais da subregião,v~
riando bastante a intensidade de sua ocorrência e o grau de no
cividade.

Temos como os que ocorrem malS comumente:

A - Grupo dos Insetos:


a) Silba pendula~ Bezzi, atacando os brotos ter
mlnalS das plantas jovens.

b) Atherigona excelsa~ Thomson, ataque semelhan


te ao da precedente.

c) Jatrophorbia brasiliensis (Cecidias).

d ) Anae t rep ha pickeli C.,.Lima, atacando os __


fru
tos recém-formados.

e) Himenopteros diversos sobre as flores, prom~


vendo a polinização (elementos benéficos).

f) Sa~vas) Atta sexdens Lin, Atta Laevigata F.


Smith, A. cephalotes Lin, Acromyrmex subterranea Forel,
Acromyrmex coronatus e Acromyrmex octospi~osa Reich, cortando
/
as plantas recem brotadas.

g) Acridium latreillei Perty, Grillotalpa


hexadactyla~atacando as folhas e plantinhas rec~m-formadas.

VINCULADA AO MINISHRIO DA AGRICULTURA


EMBRAPA

h) Erinnyis eZZo Lin,E.aZope Drury, atacando as


folhas.

B - Outros Grupos:
a) Tetranichus bimacuZatus Hany~ atacando as fo
lhas de plantas atrofiadas.

b) MeZoidogyne Sp (Heterodera.maroniJ nas


zes.

Desses, os malS prejudiciais são as Sauvas.

3.1.1.2 - Doenças

A mandioca na Amazônia Oriental, como em qual


quer outra Região intertropical do Mundo é atacada por fungos,
bactérias e virus, sem, no entanto, apresentar a gravidade ob
servada em outros locais, salvo raras excepções.

A temível Bacteriose (Xanthomonas manihotis)


(Arthaud Berthet) Starr ocorre sob 2 formas, a comum determi
nando a murcha das plantas e a chamada Bactéria Angular, com o
ataque limitado às folhas; o mosaico ocorre com alguma frequên
cla, provocando os seus sintomas confusão com o ataque de Áca
ros; em alguns locais a Phytophthora drechsZeri Tucker~ em de
terminados anos, costuma aparecer, atacando as plantas com uma
certa seriedade, mas desaparecendo completamente nos anos se
guintes, devendo seu ataque estar ligado a variações climáti
cas; a Cercospora~ nas suas formas C.Caribaea Chupp e C.
Henningsii AZlesch (mancha branca e mancha parda respectivamen
te) está sempre presente nos mandiocais, ocorrendo seu ataque
quando as plantas atingem os 3 meses de idade, mesmo sendo
elas vigorosas e sadias.

Nenhuma dessas moléstias, mesmo a Cercosporiose


com a perda de folhas que provoca, pode ser considerada de in
teresse econômico.

VINCULADA AO MINiSTéRIO DA AGRICULTURA


8.
EMBRAPA

Uma série de outros organismos parasitam espora


dicamente a Mandioca, sem contudo afetarem seriamente a sua in
tegridade.

3.1.2 - Aspectos Ligados ao Consumo de Mandioca

A mandioca na Amazônia contin~a sendo a cultura


que mais contribui para. a alimentação da população) através de
vários produtos dentre os quais sobressai a Farinha de Mesa.

Acima de 4/5 da população amazônica ingere dia


riamente a Farinha ,.alcançando o consumo) níveis bastante ele
vados nas camadas pobres dos subúrbios das cidades, onde mUl
tas vezes participa do seu cardápio com uma cota de quase 50%.
O seu consumo, não somente nas grandes cidades - Belém,manáus-
como em toda a Região, ê 2 vezes maior que o de arroz, trigo,
batata, feijão e outras massas alimentícias em conjunto,manten
do neste particular uma posição bem estável.

O tucupí é, após a Farinha, o produto de malor


interesse, através principalmente do subproduto Tacacá que é
consumido diariamente por milhares de pessoas, notadamente na
área suburbana da cidade de Belêm, seu maior centro produtor e
consumidor.

Outros produtos tais como, Farinha de Tapioca,


Farinha de Raspa, Fécula (amido), Folhagem, Macaxeira (in natu
ra) são obtidos em proporções insignificantes, se comparados
aos 2 anteriormente citados.

Toda a Farinha de Mesa, nos 3 tipos em que é fa


bricada, Farinha d'água - Farinha seca - Farinha mista, provêm
de cultivares bravas ou venenosas, utilizando cerca de 90% do
material plantado em toda a subregião. A farinha partindo de
cultivares mansas Cmacaxeira) não ê fabricada.

V:tKULADA AO MINISHRIO DA AGRICULTURA


9.
EMBRAPA

3.1.2.1 - Efeito dos produtos sobre a s aiide

Inúmeras são as análises em laboratório e os tes


tes biológicos já efetuados com os variados produtos da Man
dioca em todas as regiões onde ela é utilizada no Mundo.

Em todas essas análises observa-se que é a Fari


nha de Mesa precisamente o produto de menor valor nutritivo.

Como pode ser relembrado observando os quadros


de análises, ê produto pobre em tudo, do ponto de vista ali
.. .
mentlclo,
-
com exceçao apenas de carbohidratos cujo teor e
..,.

apreciável.

Tal aspecto, unido ao fato de ser a Farinha na


Amazônia obtida quase que somente de cultivares venenosas,
cria, dentro de um raciocInio lógico e face ao que já foi di
to quanto ao consumo preponderante, condições especiais para
a Região que pedem investigações.

•. Admite-se, é sabido, que da ingestão da Farinha


sempre fiquem resfduos de HCN no organismo consumidor, os
quals, aumentando gradativamente a deposição, deverão afetar
o ffgado e, consequentemente, a saúde. Este assunto, ao qual
está ligado a Nemoplasia, ou seja a doença causada.pela combi
nação do HCN com a Vitamina Bl' somente agora está começando
a ser investigada devidamente nos meios especializados regl~
nalS.

Embora seja matêria que vem sendo estudada há


algum tempo, com levantamentos e estatfsticas diversas, a
carência alimentar da população amazônica ainda preclsa de
muita investigação, englobando os seus variados aspectos.

Hoje, sabemos, não pode mais o pesquisador atri


bu i.r- sLrnp l.J sticamente, como a-têhá pouco fazia, a responsabi
lidade da carência nutritiva de grupos populacionais ã inge~
tão exagerada de produtos da Mandioca, quaseque exclusivarrente
.

. ,
VINCULADA AO MINISHRIQ DA AGRiCULTURA
QUADRO I - Resultado da Análise Química de 9 amostras de Farinhas de Mandioca Produzidas no
m
Amaz orias (Tipos tlsêcotle "D'águalt) :s:
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Água Calorias Proteína Gordura Glucídios Fibra Cinzas Cálcio Fósforo Ferro I.A.
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g% g% g% Totais crua g% rng % mg% mg%
g% g%
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Sêca,tipo
10,6 354 0,9 ° ,2 87,1 1,6 1,2 41 53 2,4 3,2

suruiC )
2 11,6 349 1,0 0,2 85,9 1,9 1,3 56 41 6,5 4,0
d'água _.-----~-----_._-

3 11,5 351 1,0 0,3 86,2 1,6 1,0 26 57 1,8 1,6


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Fonte: Bromatologia das Farinhas de Mandioca Produzidas no Amazonas - INPA.


11

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QUADRO 11 - Análise de Farinha com Coloração Diferente ;o
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Água Amido Proteína Gordura Cinzas F i b r a


C ô r Variedades
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Branca Pretinha 15,06 81,15 1,280 0,150 0,660 1,70

Creme Mameluca 14,38 82,23 1,200 0,117 0,460 2,460

< Creme Jaboti 15,73 81,54 0,640 0,084 0,650 0,86


z
'")
c
;
;;Branca Pecui 15,11 79,55 0,740 0,130 0,500 1,29
".
o I

~ Amar. Inambú 14,80 80,19 1,150 0,274 0,360 1,86


z
~
g Amar. Cachimbo 15,33 81,38 1,317 1,580 0,442 1,85
o
".
~ Amar. Miriti 15,34 82,80 1,156 0,476 0,642 2,59
'"n
§
c
'"l>
Fonte: Laboratório Química - IPEAN

IjE:B~A:]
• EMBRAPA 10.

Isto porque não é ela uma causa e sim o efeito do ambiente só


cio-cultural. Eleve-se o padrão sócio-cultural de uma comuni
dade e logo as suas deficiências declinam. É esta uma lei ou
regra social que não sofre contestação.

Sendo muito baixo o nível cultural, sócial e


econômico da grande maioria das zonas rurais na subregião,bem
como em certos subúrbios das suas grandes cidades) determina,!2
do como consequência lóiica o pauperismo, as carências nutri
tivas são uma constante, desde que a alimentação em tal cir
cunst~ncia passa i ser feita, na sua quase totalidade, utili
zando os produtos malS baratos e de obtenção mais fácil, os
da Mandioca.

Em todos os países da América que cultivam a


Mandioca é muito comum a asserção de que ela torna o agricul
tor frouxo, preguiçoso, ponto de vista esse que durante muito
tempo coincidia com o nosso, tendo inclusive sido citado como
uma das inconveniências do cultivo da planta.

Hoje, nosso modo de pensar a respeito é diferen


te, julgando precipitada a acusação à cultura, pois pode ocor
rer precisamente o contrário: o colono cultiva unicamente a
Mandioca porque é preguiçoso, doente, sem ~nimo, seln recursos
materiais e sem lastro educativo.

Onde, todavia, mais se faz sentir o efeito da


ingestão exagerada dos produtos da Mandioca (farinha) é nos
subúrbios pobres das cidades populosas,mais talvez que nas zo
nas agrícolas paupérrimas de baixíssimo nível cultural e que
têm na formação e exploração dos mandiocais, muitas vezes) a
sua única atividade.

11as) sel"á correto atrlbuir somente à Mandioca


a responsabilidade pela carência proteica, mineral e vitamíni
ca desses grupos populacionais? Certamente que não. A ausên
cia de leite, ovos, carne e verduras em seu cardápio é, na

VINCUlADA AO MINiSHRIO DA AG~ICUlTURA


11.
EMBRAPA

verdade, a causa principal. Bem pouco tem sido estudado na A


mazBnia o aspecto ligado ao HCN e seus efeitos no organismo
humano, matéria essa da maior importância, desde que toda a
farinha consumida na Região é fabricada utilizando exclusiva
mente cultivares bravas.

Afigura-se-nos bastante interessante o fato de,


numa r-eg i.ao onde a .í ng est âo da farinha de mesa provinda excl~
sivamente de cultivares venenosas é marcantemente elevada,
não se observar no melO rural a incid~ncia de neuropatias e
afecções cardiácas que estejam ligadas ao consumo de tal pr~
duto.

Além de sua ocorr~ncia ser rara no meio rural,


al-tamente insignificante se confrontada com a incid~ncia nas
zonas urbanas~ nada há que autorize até o momento estabelecer
conotações desses casos raros de ocorr~ncia, com a Mandioca.

Em quase toda a AmazBnia é cultivada, em escala


pequena, um tipo de Mandioca denominado Mandiocaba, caracteri
zOado pela extrema pobreza em fécula (2 a 4%) e consequente ri.
queza em água o qual é utilizado para o preparo de um mingau,
a Maniquera, ao qual at~ibuem propriedades tonificantes,sendo
comumente usado na alimentação de convalescentes.

Este mlngau, além da mandiocaba, utiliza, aI


gumas vezes somente o arroz como elemento espessador, não a
~ .
presentando em consequencla quase nenhum valor nutritivo.

~ curioso observar que seu uso geralmente surte


o ,efeito desejado, o que pode' ser atribuido a uma influ~ncia
psicológica .


VINCULADA AO MINISTéRIO DA AGRICU"TURA
12.
EMBRAPA

4 - PESQUISAS

o melhoramento da Mandioca na Amazônia Oriental"


obedece, às clássicas normas fitotécnicas, aplicadas ao rendi
mento, precocidade, resist~ncia e utilizaç~o do m~terial dis
ponível com vantagens econômicas.

Das 4 área~ citadas, destaca-se, a utilizaç~o


ou forma de aproveitamento da cultura. Tal destaque nâo corre
por conta de uma inportância maior sobre as demais áreas e
Slm porque nela é que se encontram os fundamentos dos proj~
tos de pesquisas.

Qualquer subprojeto ou plano de tabalho, sabe


-se, tem logicamente de visar um determinado objetivo, o qual
nâo pode fugir à contigência de estar ligado a uma forma de
utilização.

Presentemente no IPEAN as investigaç5es com Man


dioca processam-se sob diversos ângulos, objetivando.

a) Determinar as melhores cultivares com rela


çao ao rendimento em fécula e farinha de mesa;

b) Determinar a natureza ou qualidade dos ami


dos de diversas cultivares em relaçâo às especificaç5es do ti
po padrão para exportação e com vistas à instalação de empr~
sas aplicadas à sua industrialização;

c) Determinar as melhores cultivares e os mals


•..
indicados processos de cultivo a serem utilizados em areas
agrIcolas novas {estradas de integr~çâo);

d) Obtenção de formas novas por processos


..
gen~
ticos, reunindo caracterIsticas desejáveis;

Vli~CUlADA AO M!NiSHRIO DA AGRICULTURA


13.
E VlBRAPA

e) Determinar fórmulas e estabelecer processos


de arraçoamento de animais;

f) Pesquisar o valor nutritivo de produtos di


versos e estabelecer o melhor m~todo de sua obtenç~o e aplic~
~
çao.

o Projeto -Mandioca do IPEAN-EMBRAPA para 1975-


1976, abrangendo o Território do Estado do Pará, ~ constitui
do por 9 subprojetos, nos quais a cultura será pesquisada sob
diversos ângulos a saber:

Subprojeto 1 - Utilizaç~o do Tucupi na Coagul~


çao do Látex da Seringueira;

Subprojeto 2 - Competiç~o de Cultivar~s;

Subprojeto 3 - Seleç~o e Banco de Germoplasma-


Polinizaç~o controlada-Classificaç~o;

Subprojeto 4 - Sistemas policulturais para Cul


tura de Mandioca;

Subprojeto 5 - Bioclimatologia da Mandioca;

Subprojeto 6 - Herbicidas em Pre-emerg~ncia no


Cultivo da Mandioca;

Subprojeto 7 - Espaçamentos em Mandioca;

Subprojeto 8 - Controle do Acamamento da Mandio


ca em Solos da Transamaz3nica;

Subprojeto 9 - Adubaç~o e Correçâo de Solos o


correntes no Estado do Pará para a cultura da Mandioca~

• VIt--'CUlADA AO MINiSTtRIO DA AGP.ICUl TURA


EMBRAPA 14.

4.1 - TRANSAMAZONICA

As investigações na Transamazônica estão se pr~


cessando em trechos dos MunicIpios de Altamira e Itaituba
nos 3 tipos de Solo que lá ocorrem, Latosol Amare~oCOxisols),
Terra Roxa Estruturada CAlfisols) e Gley Pouco HUmico
(Entisols) e sob clima "Tropical" Úmido Ami(Koppen).

Os experimentos correspondentes ao período 1973


74 não apresentaram um bom transcurso, face a uma série de
ocorrências de dificil controle as quais afetaram seriamente
os dados colhidos. Dentre elas, destacam-se: acamamento das
plantas, motivado por algumas ventanias esparsas, mas fortes;
podridão das raizes, causada pela estagnação de água no solo
(Terra Roxa), face a drenagem insuficiente; ataques de anl
mais silvestres, tais como veados, pacas, co·tias, ratos, etc.

4.2 - OUTROS LOCAIS

Os trabalhos desenvolvidos em Belém e Tracua


teua decorrem normalmente, tendo sido procedida a colheita de
experimentos repetidos no tempo.

Foram feitas algumas polinizações entre mate


rial domesticado e silvestre, utilizando as espécies M.
quinquepartita~ M. pentaphylla e M. glaziovii e obtendo al
guns híbridos ora sob observação.

Foi iniciada a revisão de todo o material do


Campo de Germoplasma e reorganizado o fichário de clones e
cultivares.

Encerrado em meados do ano o conv~nio com o Ins


tituto Nacional de Amido, para o estudo minucioso da fécula
de cultivares amazônicas, foi nos enviado os resultados com

VI~KUlADA AO MINI5TtRIO DA. AGRICULTURA


15.
EMBRAPA

as pesquisas de parte do material trabalhado. Por eles, com


prova-se a boa qualidade do amido de diversas cultivares, o
qual preenche as exigências do mercado internacional, podendo
ser aproveitado para exportação por estar dentro das especifi
cações padronizadas.

5 - CONSIDERAÇDES FINAIS

AOencerrar estas informações, são apresentadas


algumas notas sobre observações diversas relacionadas com a
cultura na Amazônia.

5.1 - NOTAS DIVERSAS

a) Como é natural nos meios atrazados como o da


malorla das zonas rurais da Amazônia, a Mandioca é alvo de
muitas crendices que se opõem formalmente de um local para ou
tro. Em alguns locais ela é tida como alimento remoso que de
ve ser evitado pelos portadores de qualquer doenças da pele,
enquanto em outros a crença é precisamente ao contrário, acr~
ditando-se ser ela altamente benéfica naqueles casos, sendo
comum utilizar sua massa como emplastro sobre feridas.

Mesmo nos melOS adiantados muitos acusam-na co


mo responsável direta pelo ventre volumoso Itbarriga inchada"
das crianças das classes pobres, subnutridas (edema causado,
na verdade, pela deficiência em proteínas da alimentação). O~
tros apontam o seu produto mais utilizado, a Farinha de Mesa,
como causador de empachamentos, quando a sua ação é precis~
mente o oposto disso, porquanto contribui francamente para
facilitar a digestão dos alimentos proteicos ingeridos em ex
cesso.

Porém a crença que prepondera, e isto é bem ln


teressante, é a que ela "tempropriedades er6ticas e revigora~
tes do aparelho sexual.

VINCUl,\DA AO MINISHRIO DA ~,GRICULTURI\


EMBRAPA 16.

É possível que seja idéia trazida pelo elemento


nordestino imigrado para Amazônia, cuja capacidade procriati
va ê bem conhecida.

É este, naturalmente, aspecto de dificil compr~


vação, mas que nao nos parece destituido de fundamento. Basea
do na alta taxa de natalidade observada nas classes pobres
subnutridas, JOSUÉ DE C~STRO av~~tou a hipótese (muito contes
tada ali~s) de se encon~rar na defici~ncia em proteinas dos
individuos um fator respons~vel pela exaltação do seu ardor
-
.
geneslco.

Julgamos bastante procedentes as contestações a


essa hipótese, porquanto muitos outros fatores podem, isolada
mente ou em conjunto, ser admitidos como respons~veis pelo fa
to.

Não nos compete neste pequeno trabalho entrar


em detalhes quanto ao assunto, mas, uma coisa sabemos por ob
servação própria: ê acentuadamente maior a proliferação nos
meios rurais pobres que a verificada nas classes de boa condi
ção econômica em qualquer comunidade humana.

Trazendo o assunto para o quadro - .


amazonlCO, se
tor de nossas pesquisas e onde se verifica uma grande diferen
ça cultural, social e econômica entre os citadinos e os ru
rais, o aspecto ê evidente.

Não nos cabe discutir aqui as muitas possíveis


causas do fato, todavia uma coisa ê certa, o homem e a mulher
do campo apresentam um apetite sexual acentuadamente malorque
o verificado nas cidades.

As antigas zonas rurais chamadas Guajarina,


Bragantina e do Salgado são as de maior concentração demográ
fica em toda a Região e as respons~veis por quase metade do

VINCUlAD/\ AO MIN;SHRIO Df AG?ICULiURA


1.7•
EMBRAPA

total de Mandioca nela produzido, cultura esta cujos produtos


se constituem a base do seu regime alimentar.

Nelas observa-se, além de um elevado indice de


natalidade, também uma alta frequência de individuos procria
dores com idade superior a 70 anos e plenos de apetite sexual.

Naturalmen:te, muitas razoes podem ser apresenta


das para explicar o fato, mas nenhuma abala a crença do homem
da gleba nos efeitos da Mandioca, a quem ele atribui quase t~
da a responsabilidade pela sua "performance" no terreno amoro
so em plena idade provecta.

Certamente, este aspecto não é a principal cau


sa da grande predileção do rural, amazônico pelos produtos da
Mandioca, mas, sem d~vida, contribui com boa parcela de res
ponsabilidade para tal.

Pondo de parte todo o exagero, esta cre~ça te~


algum fundamento, o que não é dificil de comprovar se atentaE
~os para o preparado culin~rio Tacac~, tido como alimento sen
sual e que, de fato, desperta um certo ardor genésico nos que
o lngerem.

b) Em meados de 1974 foi assinalada na Coleção


de Cultivares do IPEAN a presença de um organismo sobre as fo
lhas novas de plantas ainda jovens. O ataque desta possIvel
praga de mandiocais não observada anteriormente, assemelha-se
muito ao da Catacauma~ de ocorrência mais ou menos frequentes
em Seringueira.

Material doente foi coletado e enviado ~ Seção


de Fitopatologia para a determinação do agente causal.

O fungo CatacQuma~ encontrado, como j~ foi di


~ ..•
to, cornumerrt e nas folhas de Seringueira, nao causa danos se
rios ~s plantas, é sabido, mas afeta sempre um pouco a -
açao
clorofiliana.
VINCUlAD,\ AO M!NI5T~RiO l)A AGRICULTURA
18.
EMBRAPA

c) O teor em glicosideo cianogético (Linam~na)


nao exerce nenhum efeito sobre a produção das cultivares de
Mandioca.

f muito comum se atribuir ~s cultivares mansas,


(macaxeiras) na Amazônia, uma produção de raizes inferior em
relação às bravas, sendo isso constatado em todas as estatis
ticas já feitas quanto ao aspecto.

~ ~
Isso, no entanto, nao corresponde a verdade.

Acontece apenas que todas macaxeiras na Região,


quase sem exceção, são durante o seu ciclo vegetativo vitimas
de furtos ou saques, os quals se processam com urna certa sub
tileza, retirando o saqu~ador parte das raizes sem proceder
ao arrancamento total das plantas.

Tal prática criminosa, obviamente, determina o


falseamento dos dados informativos no cômputo da produção.

Temos em nossa Coleção no IPEAN cultivares man


sas de alta produtividade, superando a de uma infinidade de
cultivares bravas.

Esse aspecto, contudo, não é o maior responsá


vel, corno julgamos durante muito tempo, pela acentuada prepon
derância do cultivo da Mandioca brava na Amazônia, pois hoje
sabemos que o produto da cultura de preferência esmagadora so
.bre os demais, a Farinha de Mesa, ê o principal fator determi
nante de tal preponderância de cultivo, desde que é produto
não apreciado quando obtido a partir de cultivares mansas.

d) O número das hastes de uma planta de Mandio


ca contribui, logicamente, para o aumento de peso e volume da
A • ~ •.•• . •

sua parte aerea~ mas, alnda nao fOl posslvel comprovar devld~
mente, em nossa Coleção de Cultivares do IPEAN, a mesma coisa

••
VINCUlf,DA AO MINISHRIO DA. AGRICULTURA
19.
EMBRAPA

no que se refere às tuberas. É comum encontrar-se plantas do


mesmo clone com 2 ou 3 hastes que apresentam volume de prod~
ção inferior ao de suas vizinhas com uma unica haste.

e) Em nossos trabalhos temos observado que as


saúvas (Gen.Atta) atacam indistintamente todas as cultivares,
seJam bravas ou mansas, porém observa-se também haver de sua
parte uma certa prefer~ncia por determinadas cultivares man
sas, nas quais o ataque se sobressai em intensidade. É inte
ressante observar que até agora, j~ decorridos 3 anos de lns
talação dos primeiros núcleos agrícolas na Transamazonica, a
saúva l~ ainda não chegou.

f) H~ muito tempo albergamos a idéia de que ta!!.


ta pesquisa, tanto esforço e tanta despesa na busca de enri
quecedores positivos para a Farinha de Mandioca não ser~ com
pensada, em última inst~ncia, por malS amplo seja o sucesso
que porventura vier a ser obtido.

Esta nossa dúvida fundamenta-se em motivos bem


simples mas bastante lógicos:

1 - A malor parte da farinha fabricada no Nor


..
deste e Norte e utilizada como complemento de outros alimen
tos, tais como carne, peixe, caça, feijão, etc, complemento
ali~s de grande utilidade, não somente pela influ~ncia positi
va que exerce sobre a digestão das proteirtas, como ainda pelo
aumento do volume que proporciona às refeiç6es.

2 - Somente em casos excepcionais de completa


penúria, motivada por causas diversas, os indivíduos atraves
sam fases em que o repasto di~rio ê constituído quase que ex
clusivamente pela Farinha de Mesa.

Tais motivos acreditamos razoavelmente fortes


para provocar nossa incerteza .

..
VINCULADA AO MINISHRIO DA />.GRICULTURA
20.
EMBRAPA

Uma coisa é certa, qualquer seja o aditivo con


seguido,sua aplicação nas zonas malS dele necessitados só p~
derá se processar caso seja levada a efeito uma reforma geral
no melO rural, com a implantação de empresas farinheiras que
substituam as fabriquetas familiares dispersas aos milhares
nas zonas agrícolas do Norte e Nordeste.

g) Observa-se haver por parte de muitos pesqui


sadores uma prevenção mais ou menos acentuada contra produtos
alimentícios. da Mandioca, obtidos de cultivares bravas.

A Farinha de Mesa, alimento básico de cerca da


metade da população das zonas Norte e Nordeste do Brasil, é
um dos alvos preferidos daqueles investigadores para acusa
ções de perniciosidade à saude dos que a consomem.

Quaquer afecção de incidência mais ou menos co


mum ou mesmo endêmica nas zonas onde os produtos da cultura
têm larga utilização, é, geralmente, logo a ela relacionada.

Quase sempre as acusações, além de unilaterais,


baseiam-se em suposições, tornando-se levianas pela insufici
ência de elementos capacitados para comprová-las.

Além da responsabilidade que lhe imputam por


doenças carenciais, nemoplasia, néuropatias, intoxicações p~
la aflatoxina, etc, de uns tempos para
..
ca ·começaram a relacio
ná-la com a Febre Negra (Black Fever).

Ninguém, poís, se· admire de descobrirem, dentre


em pouco, que a Malária, a Esquistosomose, a Leshmaniose, o
Boo Lo , a Filária e as Ar-bov i r-o ses são "coisas" da t-1andioca.

5.2 - ENCERRAMENTO

Em linhas gerals, foi feito um esboço da situa


ção da Mandioca na Amazônia Oriental em 1974.
VINCULADA AO MINISHRIO DA AGRICULTURA
21.
EMBRAPA

º panorama que se descortina para 1975, cuja


programaçao já foi estabelecida, é dos mais animadores para a
cultura, não apenas na Região Norte como em todo o país.

É, p01S, entvsiasmados com as boas perspectivas


que ora se abrem para o desenvolvimento da pesquisa com a cul
tura em todo o Brasil, que encerramos esta informação.

VINCULADA AO MINISltRIO DA AGRICULTURA

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