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Introdução

No mundo empresarial dinâmico e competitivo de hoje, compreender o ambiente externo em


que uma empresa opera é essencial para o seu sucesso. Uma ferramenta valiosa para essa
análise é a análise PEST, que examina os principais fatores políticos, econômicos, sociais e
tecnológicos que podem impactar uma organização. A análise PEST oferece uma visão
abrangente do ambiente externo, permitindo que as empresas identifiquem oportunidades e
ameaças, antecipem tendências e desenvolvam estratégias para se adaptarem às mudanças do
mercado.
Neste trabalho, exploraremos em detalhes os componentes da análise PEST e sua importância
na tomada de decisões estratégicas. Começaremos examinando cada aspecto individualmente
- político, econômico, social e tecnológico - destacando os principais fatores que as empresas
devem considerar em cada área.

Objetivo geral:
Investigar e compreender profundamente os principais fatores políticos, econômicos, sociais
e tecnológicos que afetam o ambiente externo de uma organização, utilizando a análise PEST
como ferramenta estratégica.

Objetivos específicos:
1. Identificar e analisar os fatores políticos que afetam o ambiente de negócios de uma
empresa em um contexto específico.
2. Investigar os fatores econômicos que podem influenciar a oferta e a demanda de produtos
ou serviços, incluindo taxas de juros, taxas de câmbio e condições econômicas gerais.

Conceito
Análise PEST
Segundo Norival JR (2011), consiste em uma ferramenta auxiliar para a análise das variantes
externas, visando determinar a curva de maturidade de um produto ou serviço. Para o autor,
esta análise reúne oportunidades ou ameaças relativas ao macro ambiente: político,
econômico, social e tecnológico.
A análise PEST é uma ferramenta de análise estratégica que se implementa maioritariamente
para
estudar o ambiente externo de uma organização, pretendendo dar resposta a perguntas sobre
os fatores
ambientais que afetam a empresa. Tipicamente, os fatores de análise são agrupados em quatro
categorias as quais podem ser estendidas
com mais perspetivas ou dimensões: Política-legal, Económica, Sociocultural e Tecnológica
(PEST), as
quais devem ser analisadas de acordo com sua influência positiva ou negativa sobre o sistema
(Teixeira,
2011).
Esta análise pressupõe que o sucesso do negócio de uma determinada organização dependa
de fatores
externos económicos e sociais relevantes que se encontram fora da organização mas que são
fundamentais para as tomadas de decisão da mesma (Chao, Peng, & Nunes, 2007).
Koumparoulis (2013) é da mesma opinião, afirmando que a sua utilização é fundamental para
examinar
e compreender os fatores macro ambientais que irão influenciar a atividade da empresa, no
presente e
no futuro, e para perceber se a atividade está em crescimento ou em declínio. De acordo com
essa
análise entender-se-á qual a melhor forma de atuar perante o mercado competitivo
(Koumparoulis,
2013).
Figura - Fatores da Análise PEST (Fonte: Adaptado de artigo (Koumparoulis, 2013))

O fator Político-legal evidencia a importância do conhecimento dos aspetos políticos e legais


do ambiente
onde a empresa atuará. Estes abrangem várias formas de intervenções do governo e
atividades de
lobb ies políticos numa economia (Ho, 2014).
Desta forma, devem ser analisados fatores como políticas de cobrança de impostos e taxas,
leis do
trabalho, regulamentações ambientais, incentivos fiscais, restrições comerciais do exterior,
estabilidade
governamental, entre outros (Koumparoulis, 2013).
Segundo Koumparoulis (2013), a variável económica é influenciada pela política
governamental. A
questão de saber se os países europeus aderem ou permanecem fora da moeda única europeia
é um
bom exemplo. A qualquer momento, as mercadorias exportadas ou importadas podem parecer
caras ou
baratas, dependendo das taxas de câmbio. Há muitas outras questões nas quais as decisões do
governo
afetarão a variável económica que por sua vez afetará as organizações tanto direta quanto
indiretamente,
já que elas se traduzem em oportunidades e ameaças.
Embora as condições económicas e as políticas governamentais estejam intimamente
relacionadas,
ambas influenciam uma série de outras forças ambientais que podem afetar as organizações.
Por
exemplo, os mercados de capitais determinam as condições para tipos alternativos de
financiamento
para as organizações, taxas de juros, taxas de câmbio, taxa de inflação, PIB, etc. (Ho, 2014).
Assim, percebe-se que para se conseguir planear, desenvolver e executar estratégias
exequíveis, é
necessário efetuar uma análise adequada dos fatores mencionados. A sua importância deve-se
ao facto
dos padrões de consumo de um país serem influenciados pelas tendências económicas
(Teixeira, 2011).
No que diz respeito aos fatores socioculturais, estes referem-se a variáveis culturais, sociais e
demográficas da envolvente onde a empresa desenvolve a sua atividade. A título
exemplificativo, a língua,
tendências demográficas, gostos do consumidor, padrões de educação, a distribuição da
idade, aspetos
religiosos e o género são alguns dos fatores a examinar (Ho, 2014).
Ao longo do tempo, a maioria dos produtos muda de novidade para uma situação de
saturação de
mercado e, como isso acontece, as estratégias de preço e promoção precisam mudar. As
organizações
devem estar cientes que a sociedade e cultura estão em constante mudança, que diferentes
sociedades
têm diferentes modos de desenvolver negócios, isto devido a mudanças demográficas,
podendo ter um
impacto importante na procura como um todo e na procura por produtos e serviços
específicos
(Koumparoulis, 2013).
Os fatores tecnológicos incluem atividades relacionadas com tecnologia, infraestruturas
tecnológicas,
incentivos e mudanças tecnológicas e legislação da tecnologia (Ho, 2014).
Este fator é muito relevante, pois hoje, cada vez mais, com o rápido e crescente
desenvolvimento
tecnológico as implicações ao nível das operações de uma organização fazem-se notar ainda
mais. Um
desenvolvimento mais acelerado da tecnologia cria a necessidade das empresas reagirem
rapidamente
às mudanças, a fim de manterem um ambiente competitivo e conseguirem fornecer os
mesmos serviços
que os seus concorrentes.
Para além disso, a distribuição dos produtos utilizando tecnologias, sistemas de informação,
estratégias
de marketing, gestão de relacionamento com clientes, etc., são também práticas comuns que
quando
devidamente empregadas fazem a diferença, ao permitir às empresas servir mais eficazmente
os seus
clientes (Koumparoulis, 2013)

Objetivo da análise PEST


O seu objetivo é detectar o potencial de oportunidades e ameaças do macro ambiente de uma
organização (Aldea, Iacob, Quartel, & Franken, 2013). Ou seja, ajudar a mesma
a reagir a mudanças que ocorram no seu exterior.
O objetivo principal da análise PEST é avaliar os fatores macroambientais que podem
impactar uma organização. Isso inclui identificar e analisar as influências políticas,
econômicas, sociais e tecnológicas que podem afetar o ambiente no qual a organização opera.
A análise PEST busca entender o contexto externo em que a organização está inserida,
antecipar possíveis mudanças e tendências nesses fatores e adaptar as estratégias empresariais
de acordo com essas condições. Ao identificar e compreender esses fatores, as empresas
podem tomar decisões mais informadas e estratégicas para se manterem competitivas e
alcançarem seus objetivos a longo prazo.

Vantagens e desvantagens da análise pest em relação a análise swot


A análise PEST (Política, Econômica, Social e Tecnológica) e a análise SWOT (Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) são ambas ferramentas estratégicas importantes para
avaliar o ambiente externo e interno de uma organização. Aqui estão algumas vantagens e
desvantagens de cada uma:

Análise PEST:

Vantagens:

Amplo escopo: A análise PEST aborda fatores macroambientais que podem afetar uma
organização, como mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas em grande escala.
Visão holística: Fornece uma compreensão abrangente do ambiente externo, permitindo à
organização antecipar e se adaptar a mudanças significativas.
Identificação de tendências: Ajuda a identificar tendências emergentes que podem impactar o
setor ou mercado da organização.
Desvantagens:

Pouco foco nos detalhes internos: Não considera especificamente os aspectos internos da
organização, como suas capacidades e recursos.
Generalização: Pode fornecer uma visão muito ampla e generalizada, sem detalhes
específicos sobre como as mudanças externas podem afetar a organização em nível
operacional.
Dificuldade na interpretação: Interpretar corretamente as implicações dos fatores PEST pode
ser desafiador e subjetivo.
Análise SWOT:

Vantagens:

Foco interno e externo: Avalia tanto os fatores internos (forças e fraquezas) quanto os
externos (oportunidades e ameaças), fornecendo uma visão abrangente da posição atual da
organização.
Identificação de pontos fortes e fracos: Ajuda a identificar áreas em que a organização se
destaca e onde precisa melhorar.
Facilidade de compreensão: É uma ferramenta simples e fácil de entender, o que a torna
acessível para organizações de todos os tamanhos.
Desvantagens:

Falta de priorização: Pode não ajudar a priorizar os fatores identificados, deixando a


organização sem orientação clara sobre quais aspectos focar.
Limitada ao momento atual: A análise SWOT fornece uma imagem estática da situação atual
e pode não capturar mudanças dinâmicas no ambiente.
Tendenciosa: A interpretação dos fatores pode ser influenciada pela percepção subjetiva dos
envolvidos na análise, levando a resultados enviesados.

Diferença entre análise pest e swot


A principal diferença entre a análise PEST e a análise SWOT está no foco e nos elementos
que cada uma aborda:

Análise PEST:
Foco: Ambiente externo.
Elementos analisados: Político, Econômico, Social e Tecnológico.
Objetivo: Avaliar fatores macroambientais que podem impactar uma organização, como
mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas em grande escala.
Resultados: Fornece uma compreensão abrangente do contexto externo no qual a organização
opera, identificando tendências e implicações para o seu funcionamento.
Análise SWOT:
Foco: Ambiente interno e externo.
Elementos analisados: Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
Objetivo: Avaliar tanto os fatores internos (forças e fraquezas) quanto externos
(oportunidades e ameaças) que podem influenciar a posição atual e futura da organização.
Resultados: Fornece uma visão abrangente das capacidades internas da organização, bem
como das condições externas do mercado e da concorrência, ajudando a identificar áreas de
melhoria e oportunidades estratégicas.

Breve histórico da empresa Maragra


A Maragra é uma empresa que foi fundada em 1957. Esta empresa se encontra localizada no
distrito da Manhiça concretamente no posto administrativo de Maciana.
No âmbito da sua fundação ou constituição, a empresa destinava-se apenas a actividade
agrícola, em que a base da sua produção era a banana e algumas hortículas. Estes produtos, a
banana e hortículas, destinavam-se ao consumo doméstico e também para exportação, sendo
a África do Sul o país destinatário das exportações. Devido a esta actividade agrícola, a
empresa, no âmbito da sua constituição designava-se por Maragra
Marracuene Agricola.
Em 1969 a empresa amplia seu ramo de actividade em que em vez de produzir só banana e
hortículas (actividade que abandonou com o andar do tempo), começa a produzir também o
açúcar. A primeira campanha de produção do açúcar foi no mesmo ano (de 1969). Nos anos
subsequentes a produção do açúcar passa a ser a principal actividade da empresa, e nessa
altura a empresa muda de nome e passa a chamar-se
Maragra Marracuene Agricola Açucareira.
Em 1975 Moçambique fica independente, e no pós-independência verifica-se o início do
processo das nacionalizações. Os donos da empresa (que era a família Petiz) abandonam o
país, consequentemente a empresa, e vão para o estrangeiro (Portugal, seu país de origem).
Nesta altura, devido ao abandono dos donos, a empresa começa a ter problemas de gestão o
que afectou o seu funcionamento. Associado a este factor de má gestão esteve a guerra civil,
que piorou a situação do funcionamento da empresa vindo esta a paralisar as suas actividades
em 1984.0 período de 1984 até 1991 foi caracterizado pela paralisação da empresa sob ponto
de vista de produção e desenvolvimento da sua actividade comercial.
No ano de 1992 os verdadeiros donos da empresa (Família Petiz) que tinham abandonado a
empresa regressam a Moçambique e procuram reviver a empresa, mas tinham poucos
recursos. Em face dessa situação, os donos da empresa (Família Petiz) vendem parte de suas
acções ao grupo Illovo (que é uma corporação constituída por várias empresas cuja sede está
na África do Sul e que se destinam à produção do açúcar). O grupo Illovo (em 1996) toma
parte das acções da Maragra Marracuene
Agrícola Açucareira que passa a chamar-se Maragra Açúcar.
A Maragra Açúcar tem uma dupla estrutura accionária, sendo 76% das acções correspondente
a parte comercial liderada pelo grupo Illovo (a fábrica) e 24% das acções correspondente à
família Petiz (campo de produção/matéria prima). Observa-se que o ramo de actividade da
empresa Maragra Açúcar é a agricultura e indústria.
Depois da paralisação a empresa veio a ter sua primeira campanha em 1999. A empresa
produz açúcar que destina ao consumo no mercado doméstico e também para o consumo
externo através da exportação para o mercado regional e exportação para o mercado
preferencial da União Européia (UE).

Conclusão
Em conclusão, a análise PEST (Política, Econômica, Social e Tecnológica) é uma ferramenta
valiosa para entender o ambiente externo no qual uma organização opera. Ao considerar os
fatores políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, as empresas podem antecipar desafios e
identificar oportunidades para melhorar sua posição competitiva. Ao adotar uma abordagem
sistemática para avaliar esses aspectos, as empresas podem tomar decisões mais informadas e
estratégicas, adaptando-se de forma eficaz às mudanças em seu ambiente operacional.
Referências bibliográficas
NETO, Odilon José de Oliveira et al. A Análise PEST e o Modelo das Cinco Forças
Aplicadas à prospecção de cenários para bovinocultura de corte. XLV CONGRESSO DA
SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro", 2007.

PEREIRA, M. F. Planejamento estratégico: o curso. CAD/UFSC, 2007.


Chao, G., Peng, A., & Nunes, M. B. (2007). Using PEST Analysis as a Tool for Refining and
Focusing
Contexts for Information Systems Research. 6th European Conference on Research
Methodology
for Busines s and Management Studies , 229–237.
Koumparoulis, D. N. (2013). PEST Analysis : The case of E-shop. International Journal of
Economy,
82 Management and Social Sciences , 2 (February), 31–36.
Teixeira, S. (2011). Gestão das Organizações . Escolar Editora.
Ho, J. K. (2014). Formulation of a Systemic PEST Analysis for Strategic Analysis.
EUROPEAN ACADEMIC
RESEARCH , II (5), 6478–6492.
Aldea, A., Iacob, M. E., Quartel, D., & Franken, H. (2013). Strategic planning and enterprise
achitecture.
Proceedings of the 1st International Conference on Enterprise Systems, ES 2013 , 1–8.
https://doi.org/10.1109/ES.2013.6690089

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