0.MA - Elemento Textual - Modelagem e Simulação de Sistemas
0.MA - Elemento Textual - Modelagem e Simulação de Sistemas
0.MA - Elemento Textual - Modelagem e Simulação de Sistemas
SISTEMAS
Marcos Costa Hunold
,
SUMÁRIO
2
,
1 INTRODUÇÃO À MODELAGEM I
É fundamental que você, caro aluno, pratique os exercícios indicados nas referências
ao longo do texto apresentado e quaisquer dúvidas que você tiver, consulte o tutor ou
o professor responsável pela disciplina.
3
,
são utilizados no projeto de controladores, dentro da teoria de controle clássico e
moderno.
Por serem dinâmicos, estes modelos matemáticos são representados, em sua maioria,
por equações diferenciais não lineares (conceito que será abordado futuramente). Se
estas equações puderem ser linearizadas, conseguimos a partir de ferramentas
matemáticas como a transformada de Laplace, obter uma solução que descreve a
operação do sistema.
A abordagem adotada para avaliar a dinâmica de sistemas é dada partindo dos seguintes
passos:
4
,
Como sistemas, em sua maioria, não são lineares ou possuem efeitos não-lineares como
atrito, zona morta e histerese, torna-se importante avaliar a qualidade do modelo frente
à complexidade proposta para o mesmo. Esse compromisso acontecer de forma que os
resultados obtidos tenham um pequeno erro em relação à realidade.
A figura 1.1 ilustra como se obter uma relação entre a entrada e saída de um sistema,
dentro da visão clássica do estudo de controle, onde os modelos matemáticos são
utilizados.
5
,
Fonte: Autor.
Esse processo gera uma equação diferencial que quando linear e a derivadas ordinárias
permitem obter uma relação algébrica entre a entrada e saída do sistema, conhecida
como Função de Transferência. Para obtê-la, devemos aplicar a transformada de
Laplace.
6
,
Modelos teóricos (analíticos) obtidos a partir das leis físicas e das relações
constitutivas
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=NOnkTwtVg74&t=163s>.
Podemos isolar a locomotiva e um vagão, por exemplo. A locomotiva com a sua força
motriz, movimenta o vagão devido ao engate existente entre os dois componentes da
7
,
composição. Este engate não pode ser rígido,
Figura 1.3 – Engate de trens com elementos internos e foto com o engate fixo.
Existem então, os seguintes efeitos que devem ser considerados: atrito nos mancais,
atrito do ar, inércia (massa) da locomotiva e do vagão, acoplamento dos vagões e força
motriz da locomotiva. Podemos considerar no engate um efeito de mola e um efeito de
amortecimento, garantindo assim a possibilidade de deslocamentos e velocidades
diferenciados entre a locomotiva e o vagão.
8
,
v2 v1
m2 m1
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 1.5 – DCL com os dois corpos unidos pela massa e amortecedor
As figuras 1.6 e 1.7 apresentam os corpos isolados no DCL para aplicação da segunda lei
de Newton.
9
,
Fonte: Autor
∑ 𝑭(𝒕) = 𝒎𝟏 . 𝒂𝟏 (𝒕)
𝒅𝟐 𝒙𝟏 (𝒕)
𝒂(𝒕) =
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝟐 𝒙𝟏 (𝒕)
𝑭(𝒕) − 𝑭𝒂𝒓 (𝒕) − 𝑭𝒂𝒕𝟏 (𝒕) − 𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂 (𝒕) − 𝑭𝒂𝒎𝒐𝒓𝒕 (𝒕) = 𝒎𝟏
𝒅𝒕𝟐
Utilizando as relações das forças com a variável de interesse, neste caso, deslocamento
do corpo 1, x1(t), vem que:
Observações:
𝒅𝒙𝟏 (𝒕)
𝒗(𝒕) =
𝒅𝒕
𝒅𝟐 𝒙𝟏 (𝒕)
𝑭(𝒕) − 𝒃𝒂𝒓 𝒗𝟏 (𝒕)𝟐 − 𝒃𝟏 𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒌[𝒙𝟏 (𝒕) − 𝒙𝟐 (𝒕)] − 𝒃[𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] = 𝒎𝟏
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝒙𝟏 (𝒕)
Substituindo 𝒗𝟏 (𝒕) por , vemos que:
𝒅𝒕
Fonte: Autor
Aplicando as leis de Newton e lembrando que o corpo m2 não está sujeito a força motriz
F(t) e a força de resistência do ar, vemos que:
𝒅𝟐 𝒙𝟐 (𝒕)
−𝑭𝒂𝒕𝟐 (𝒕) + 𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂 (𝒕) + 𝑭𝒂𝒎𝒐𝒓𝒕 (𝒕) = 𝒎𝟐
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝟐 𝒙𝟐 (𝒕)
−𝒃𝟐 𝒗𝟐 (𝒕) + 𝒌[𝒙𝟏 (𝒕) − 𝒙𝟐 (𝒕)] + 𝒃[𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] = 𝒎𝟐
𝒅𝒕𝟐
Esta equação, juntamente com a equação do corpo um, fornece o comportamento dos
deslocamentos dos corpos em função das forças. Se quisermos analisar o
comportamento dinâmico, deveremos em primeiro lugar fornecer os valores das
12
,
constantes da mola, do amortecedor, das massas e a partir daí, proceder pela solução
do sistema de equações.
13
,
a temperatura varia em função da posição linear (no eixo x), ou seja, na largura L da
placa e também em função do tempo t.
Fonte: Autor
𝜹𝑻 𝜹𝟐 𝑻
𝒄𝒑 𝝆 +𝒌 𝟐 =𝟎
𝜹𝒕 𝜹𝒙
𝒒(𝒙 = 𝟎) = 𝒒𝒊𝒏
Com condições de contorno: {
𝒒(𝒙 = 𝑳) = 𝒒𝒐𝒖𝒕
14
,
̅
𝒅𝑻
𝑴𝒄𝒑 = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)𝑨 − 𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)𝑨
𝒅𝒕
̅(𝒕 = 𝟎) = 𝑻𝟎
𝑻
15
,
deslocamento vertical de uma suspensão, quando o carro passa por uma lombada na
pista.
Os modelos são ditos lineares quando apresentam relações lineares entre as variáveis
consideradas no problema e quando satisfazem as propriedades de linearidade, caso
contrário, são classificados como não lineares. Estes modelos podem ainda ser
considerados explícitos ou implícitos, conforme a possibilidade de resolução direta
ou a necessidade de aplicação de métodos numéricos.
16
,
Fonte: Autor
∑ 𝛕(𝒕) = 𝑰. 𝜶(𝒕)
𝑰 = 𝒎𝒍𝟐
Lembrando que:
𝒅𝟐 𝜽(𝒕)
𝜶(𝒕) =
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝟐 𝜽(𝒕)
𝝉𝒆 (𝒕) − 𝒎𝒈𝒔𝒆𝒏𝜽(𝒕). 𝑳 = 𝒎𝑳𝟐
𝒅𝒕𝟐
Esta equação não é linear, pois a variável de saída, θ, está associa a um seno. Trata-
se de uma equação diferencial de segunda ordem com o termo em θ associado a uma
função trigonométrica.
Podemos até trabalhar com a equação não-linear, mas para a análise analítica do
movimento angular do pêndulo com a aplicação da transformada de Laplace e
determinação da função de transferência é necessário linearizar tal equação e obter
um modelo matemático linearizado.
17
,
Exemplo de modelo linear: movimento de um pêndulo linearizado.
𝒅𝟐 𝜽(𝒕)
𝒎𝑳𝟐 + 𝒎𝒈𝑳𝜽(𝒕) = 𝝉𝒆 (𝒕)
𝒅𝒕𝟐
Modelos com variáveis discretas (ou modelo discreto) e modelos com variáveis
contínuas (ou modelo contínuo)
Os modelos com variáveis discretas são aqueles em que as variáveis têm um número
contável entre quaisquer dois valores. Já os modelos com variáveis contínuas são
aqueles em que as variáveis numéricas têm um número infinito de valores entre dois
valores quaisquer.
18
,
Como exemplo de modelo discreto é o modelo para representar o fluxo de carros em
uma via. Já o exemplo de modelo contínuo é o modelo do fluxo de água em uma
tubulação.
No nosso dia a dia, as variações destes parâmetros são muito pequenas, a não ser
quando o amortecedor ou a mola apresentam algum problema, defeito ou estão no
fim da sua vida útil.
19
,
Os sistemas dinâmicos, em geral, dentro de uma faixa ampla de valores das variáveis
analisadas são não-lineares. Por exemplo, o sistema de suspensão de uma roda de um
veículo, representado por uma massa, mola e amortecedor ilustrado na figura 1.10.
Fonte: Autor
Figura 1.10 – Representação da suspensão de uma roda de um veículo.
Outro fator a ser considerado é que a mola segue a lei de Hooke dentro de uma variação
no deslocamento onde ocorre apenas a deformação elástica. Caso a força seja elevada,
pode ocorrer uma deformação plástica permanente.
Um sistema para ser considerado como linear em termos de entrada e saída deve
satisfazer o princípio da superposição de efeitos e a propriedade da homogeneidade.
20
,
A propriedade da homogeneidade diz: Dado um sistema qualquer em repouso que
quando é sujeito a uma entrada u1 produz uma saída y1, o sistema segue a propriedade
se quando for aplicada uma entrada βu1 produzir uma saída βy1.
𝑭𝒂𝒓𝟏 (𝒗𝟏 ) = 𝒃𝒂𝒓 𝒗𝟏 𝟐 𝒆 𝑭𝒂𝒓𝟐 (𝒗𝟐 ) = 𝒃𝒂𝒓 𝒗𝟐 𝟐 , 𝒍𝒐𝒈𝒐 𝑭𝒂𝒓𝟏 (𝒗𝟏 ) + 𝑭𝒂𝒓𝟐 (𝒗𝟐 )
= 𝒃𝒂𝒓 (𝒗𝟏 𝟐 + 𝒗𝟐 𝟐 )
Como podemos ver, o resultado da soma das forças é diferente da força de resistência
devido à soma de velocidades v1 e v2:
Para ilustrar, esta relação ao longo da variação da velocidade de 0 a 5m/s foi criado um
gráfico apresentado na figura 1.11.
Foi proposto também um ponto de operação (onde será feita a linearização) e traçada
a reta tangente à curva neste ponto de operação.
21
,
Reta tangente ao
ponto de operação
(3,9)
Fonte: Autor
Em torno desse valor, podemos aproximar a relação não-linear pela relação dada pelo
truncamento da série de Taylor na primeira ordem, isto é:
𝒅𝑭𝒂𝒓 (𝒗)
𝑭𝒂𝒓 (𝒗) = 𝒃𝒂𝒓 𝒗𝟐 ≈ 𝑭𝒂𝒓 (𝒗𝟎 ) + | . (𝒗 − 𝒗𝟎 )
𝒅𝒗 𝒗=𝒗
𝟎
Logo:
22
,
A função obtida é linear em torno do ponto de operação e está representada pela reta
da equação acima.
Note que a aproximação obtida está relacionada com o ponto de operação e o resultado
do modelo linear é válido somente em torno deste ponto. Para verificar a qualidade da
aproximação analisemos os valores da força para velocidades em torno de 3 m/s,
apresentados na tabela a seguir:
Observações:
23
,
linearizar, devemos obter o resultado da série truncando no termo de primeira
ordem, ou da derivada de f(x).
𝒅𝒇 (𝒙 − 𝒙𝟎 )
𝒇(𝒙) ≈ 𝒇(𝒙𝟎 ) + |
𝒅𝒙 𝒙=𝒙𝟎 𝟏!
ou
∆𝒇 = 𝒎∆𝒙
3) No exemplo do movimento do pêndulo, o termo não linear era dado pelo torque
devido à massa m, isto é:
𝝉𝒎 (𝒕) = 𝒎𝒈𝑳𝒔𝒆𝒏𝜽(𝒕)
𝒅𝒔𝒆𝒏𝜽 (𝜽 − 𝜽𝟎 )
𝒔𝒆𝒏𝜽 ≈ 𝒇(𝜽𝟎 ) + |
𝒅𝜽 𝜽=𝜽𝟎 𝟏!
𝒅𝒔𝒆𝒏𝜽
𝒎= | = 𝒄𝒐𝒔𝜽|𝜽=𝟎 = 𝐜𝐨𝐬(𝟎) = 𝟏
𝒅𝜽 𝜽=𝜽𝟎
Portanto, em radianos:
24
,
(𝜽 − 𝟎)
𝒔𝒆𝒏𝜽 ≈ 𝟎 + 𝟏 = 𝜽 ⇒ 𝒔𝒆𝒏𝜽 ≈ 𝜽
𝟏!
𝒔𝒆𝒏(𝝅⁄𝟒) = 𝟎, 𝟕𝟎𝟕
𝝅
𝜽𝟎 = ⇒ { 𝒅𝒔𝒆𝒏𝜽
𝟒 𝒎= | = 𝒄𝒐𝒔𝜽|𝜽=𝝅⁄𝟒 = 𝐜𝐨𝐬(𝝅⁄𝟒) = 𝟎, 𝟕𝟎𝟕
𝒅𝜽 𝜽=𝜽𝟎
(𝜽 − 𝝅⁄𝟒)
𝒔𝒆𝒏𝜽 ≈ 𝟎, 𝟕𝟎𝟕 + 𝟎, 𝟕𝟎𝟕 ⇒ 𝒔𝒆𝒏𝜽 ≈ 𝟎, 𝟏𝟓𝟐 + 𝟎, 𝟕𝟎𝟕𝜽
𝟏!
25
,
A parte imaginária é representada por um valor real multiplicado pelas letras i ou j, onde
i=j=√−𝟏 (a letra j é utilizada principalmente quando se trabalha na área de elétrica, a
fim de distinguir da grandeza corrente que é representada com a letra i). Sendo z um
número complexo, ele será representado pelo par ordenado (a,b) utilizando as
representações cartesiana ou retangular, a representação polar e a representação na
forma de Euler ou Exponencial.
Fonte: Autor.
Nesta representação o par ordenado é a soma da parte real com a imaginária, isto é:
z=a+bj
26
,
Onde: a é a parte real e b é o valor numérico associado a parte imaginária.
𝒛𝟏 = 𝟐 + 𝟑𝐣; 𝒛𝟐 = 𝟐 𝐞 𝒛𝟑 = −𝟑𝐣
PLANO COMPLEXO:
Figura 1.13 – Plano complexo com a representação dos números z1, z2 e z3.
Representação Polar
A fase representa o ângulo que o segmento de reta forma com o eixo real. A figura 1.14
ilustra este fato.
27
,
𝒛 = |𝒛|∡𝜽 ou 𝒛 = |𝒛||𝜽 ou 𝒛 = 𝒓|𝜽
|𝒛| = √𝒂𝟐 + 𝒃²
→{ 𝒃 𝒃
𝜽 = 𝒕𝒂𝒏−𝟏 = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒂𝒏
𝒂 𝒂
Uma vez calculado o par (a, b), a representação cartesiana é dada por:
𝑷𝒐𝒍𝒂𝒓
𝒂) 𝒛𝟏 = 𝟏 + 𝒋 → Sendo a=b=1, então |𝒛𝟐 | = √𝟏𝟐 + 𝟏²= √𝟐 = 𝟏, 𝟒𝟏 e 𝜽 =
𝟏
𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝟒𝟓°
𝟏
Assim: 𝒛𝟏 = 𝟏, 𝟒𝟏|𝟒𝟓𝒐
28
,
A fase pode ser dada em radianos também:
𝒛 = 𝟏, 𝟒𝟏|𝝅/𝟒
𝑷𝒐𝒍𝒂𝒓
b) 𝒛𝟐 = −𝟐 → Sendo a=-2 e b=0, então |𝒛𝟐 | = √(−𝟐)𝟐 + 𝟎𝟐 = 𝟐 e 𝜽 =
𝟎
𝒂𝒕𝒂𝒏 = 𝟏𝟖𝟎°
𝟐
Assim:
𝑷𝒐𝒍𝒂𝒓
c) 𝒛𝟑 = −𝟑𝒋 → Sendo a=0 e b=-3, então |𝒛𝟑 | = √𝟎𝟐 + (−𝟑)²= 𝟑 e 𝜽 =
−𝟑
𝒂𝒕𝒂𝒏 = −𝟗𝟎°
𝟎
𝟏 𝟑
𝒛𝟒 = 𝟒. ( + 𝒋√ )
𝟐 𝟐
𝒛𝟒 = 𝟐 + 𝟑, 𝟒𝟒𝒋
Esta representação utiliza a função exponencial para definir o número complexo. Utiliza
o módulo e a fase descritos da seguinte forma:
Exemplos:
𝒛 = 𝟐. 𝒆𝒋𝝅
29
,
Corresponde ao módulo 2 com fase de “π” ou 1800. Note que esta representação utiliza
o módulo e a fase da representação polar, mas com a função exponencial.
𝒛𝟑 = 𝟏𝟎 + 𝟓𝐣 + 𝟑 − 𝟑𝐣
Exemplos:
𝒐
a) Execute 𝒛𝟑 = 𝒛𝟏 . 𝒛𝟐 para 𝒛𝟏 = 𝟑𝟎 |𝟑𝟎𝒐 e 𝒛𝟐 = 𝟏𝟎 |−𝟓𝟎
𝒛𝟑 = 𝟑𝟎𝟎 |−𝟐𝟎𝒐
𝒛𝟏
b) Execute 𝒛𝟒 = para os mesmos valores de z1 e z2
𝒛𝟐
𝒛𝟏 𝟑𝟎 |𝟑𝟎° 𝟑𝟎
𝒛𝟒 = = = |𝟑𝟎° − (−𝟓𝟎°) = 𝟑 | 𝟖𝟎°
𝒛𝟐 𝟏𝟎 |−𝟓𝟎° 𝟏𝟎
𝒛𝟒 = 𝟑 |𝟖𝟎°
30
,
Observações:
𝒛𝟒 = 𝟑 ∡ 𝟖𝟎°
𝝅 𝝅
Dado 𝒛𝟏 = 𝟐. 𝒆𝒋𝟐 e 𝒛𝟐 = 𝟑. 𝒆𝒋𝟒
𝝅 𝝅 𝝅 𝝅 𝟑𝝅
𝒛 = 𝒛𝟏 . 𝒛𝟐 = 𝟐. 𝒆𝒋𝟐 . 𝟑. 𝒆𝒋𝟒 = 𝟐. 𝟑. 𝒆𝒋( 𝟐 +𝟒 ) ⇒ 𝒛 = 𝟔𝒆𝒋 𝟒
Neste caso, devemos converter para a forma cartesiana ou retangular, lembrando que:
𝝅 𝝅 𝝅 𝝅
𝒛 = 𝟐. (𝒄𝒐𝒔 + 𝒋. 𝒔𝒆𝒏 ) + 𝟑. (𝒄𝒐𝒔 + 𝒋. 𝒔𝒆𝒏 )
𝟐 𝟐 𝟒 𝟒
√𝟐 √𝟐 √𝟐 √𝟐
𝒛 = 𝟐. (𝟎 + 𝒋. 𝟏) + 𝟑. ( + 𝒋. ) ⇒ 𝒛 = 𝒋. 𝟐 + 𝟑. + 𝟑. .𝒋 ⇒ 𝒛
𝟐 𝟐 𝟐 𝟐
= 𝒋. 𝟐 + 𝟐, 𝟏𝟐 + 𝒋. 𝟐, 𝟏𝟐
Finalmente:
𝒛 = 𝟐, 𝟏𝟐 + 𝒋. 𝟒, 𝟏𝟐
Por exemplo, dado um número complexo z, com parte real e imaginária. Uma função de
F(z), isto é, uma função de variáveis complexas poderia ser uma função polinomial,
exponencial, trigonométrica, etc.
32
,
1) Função polinomial:
𝑭(𝒛) = 𝟏 + 𝒛𝟐
𝒔 = 𝝈 + 𝒋𝝎
Onde σ representa a parte real e ω a parte imaginária. Podemos ter funções nesta
variável independente:
1) Função racional:
𝟏𝟎
𝑭(𝒔) =
𝒔+𝟏
2) Função racional com exponencial:
𝒆−𝟐𝒔
𝑭(𝒔) =
(𝒔 + 𝟓)(𝒔 + 𝟑)
Conclusão
33
,
Vimos neste bloco os conceitos, as características de modelos matemáticos de sistemas
físicos e uma ferramenta matemática muito utilizada na análise de sistemas dinâmicos
que é a transformada de Laplace.
É importante que você, aluno, faça todos os exercícios recomendados e que ao perceber
dificuldades na solução, busque ajuda do tutor, do professor ou mesmo dos livros
recomendados em cada bloco.
DORF, R. C. Sistemas de controle modernos. 13ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
34
,
2 INTRODUÇÃO À MODELAGEM II
Caros alunos, nesta etapa, daremos continuidade ao bloco anterior.
Quaisquer dúvidas que você tiver, consulte o tutor ou o professor responsável pela
disciplina.
Esta transformação permite representar funções variadas como função impulso, degrau,
rampa, parábola, exponenciais, senóide e suas compostas em funções algébricas na
variável “s”.
35
,
funções na variável da Transformada de Laplace, obtidas a partir da definição da
Transformada, que é apresentada a seguir.
Definição:
∞
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = ∫ 𝒇(𝒕)𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕
𝟎
Observações:
1) 𝓛[𝒇(𝒕)] é uma representação que utiliza o operador de Laplace e deve ser lido
como a “Laplace de f(t)” e a representação F(s) deve ser lida como a
“transformada de Laplace” ou simplesmente F(s).
É importante observar que 𝓛[𝒇(𝒕)] e 𝑭(𝒔) são representações para uma função
em “s”, que é a variável independente da transformada de Laplace.
2) Calcular a transformada de Laplace é calcular a integral de Laplace da função f(t).
Se a função for complicada, trata-se de um cálculo difícil de ser feito. Assim,
existem tabelas com o valor de F(s) para as principais funções f(t) que são
utilizadas na área de controle.
Função degrau unitário: esta função é muito utilizada na área de controle, pois
representa uma variação de um valor inicial para um valor final de forma abrupta
36
,
e em um instante específico. Temos, em especial, a função degrau unitário,
porque varia de zero para um. Ela é denotada por f(t) = 1(t) e é definida pela
seguinte expressão:
𝟎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 < 𝟎
𝟏(𝒕) = {
𝟏 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 ≥ 𝟎
f(t) = 1(t)
Fonte: autor.
Observações:
𝟏
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = 𝑨.
𝒔
37
,
2) É comum representar as funções com o atraso. Para o degrau, utiliza-se a
seguinte representação: 1(t - t0) para representar o degrau com um atraso t0. O
gráfico da figura 2.2 ilustra o atraso para t0=2segundos.
f(t)=1(t-
2)
1
2 t(s)
Fonte: autor.
𝟎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 < 𝟐
𝟏(𝒕 − 𝟐) = {
𝟏 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 ≥ 𝟐
∞ ∞
−𝒔𝒕
𝒆−𝒔𝒕 𝒆−𝒔∞ 𝒆−𝒔𝟐 𝒆−𝟐𝒔
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = ∫ 𝟏(𝒕 − 𝟐)𝒆 𝒅𝒕 = − | = −( − )=
𝟐 𝒔 𝟐 𝒔 𝒔 𝒔
Função pulso: a função pulso é definida pela diferença entre dois degraus de
amplitude A/t0, um degrau de início em t1 e um segundo degrau em t2.
Se t1=0s e t2=t0 for qualquer valor, teremos a seguinte expressão para
representar a função:
𝑨 𝑨 𝟎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 < 𝟎 𝒆 𝒕 ≥ 𝒕𝟎
𝒇(𝒕) = . 𝟏(𝒕) − . 𝟏(𝒕 − 𝒕𝟎 ) = {
𝒕𝟎 𝒕𝟎 𝑨 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝟎 ≤ 𝒕 ≤ 𝒕𝟎
38
,
Fonte: autor.
O pulso foi desenhado com pontilhado e foi definido pela diferença de dois degraus. A
transformada de Laplace pode ser calculada através da transformada de Laplace do
degrau.
∞ ∞ ∞
𝑨 −𝒔𝒕 𝑨 𝑨 𝟏 𝒆−𝒔𝒕
𝑭(𝒔) = ∫ 𝒆 𝒅𝒕 − ∫ 𝟏(𝒕 − 𝒕𝟎 )𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕 = . [ − ( | )]
𝟎 𝒕𝟎 𝒕 𝟎 𝒕𝟎 𝒕𝟎 𝒔 −𝒔 𝒕
𝟎
−𝒔𝒕𝟎
𝑨 𝟏 𝒆
= .( − )
𝒕𝟎 𝒔 𝒔
Função impulso unitário: esta função é conhecida como função Delta de Dirac,
δ(t), e é dada pela seguinte expressão:
∞
𝟎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 ≠ 𝟎
𝜹(𝒕) = { , 𝒄𝒐𝒎 ∫ 𝜹(𝒕)𝒅𝒕 = 𝟏
∞ 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 = 𝟎 −∞
Fonte: autor.
39
,
Figura 2.4 – Gráfico da função impulso obtida a partir de um pulso com t0 tendendo a
zero.
A função pode ser obtida da função pulso, supondo A=1, percebe-se que a área
sob a função pulso é igual a 1, fazendo t0 tender a zero e mantendo a área igual
a 1. A amplitude no limite será igual a infinito, o que está caracterizado na
expressão do impulso unitário.
𝟏 𝟏 𝒆−𝒔𝒕𝟎 𝟏 − 𝒆−𝒔𝒕𝟎
𝓛[𝜹(𝒕)] = 𝓛 [𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒕)] = 𝐥𝐢𝐦 𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝐥𝐢𝐦 . ( − ) = 𝐥𝐢𝐦 ( )
𝒕𝟎 →𝟎 𝒕𝟎 →𝟎 𝒕𝟎 →𝟎 𝒕𝟎 𝒔 𝒔 𝒕𝟎 →𝟎 𝒕𝟎 𝒔
𝒔𝒆−𝒔𝒕𝟎
𝓛[𝜹(𝒕)] = 𝐥𝐢𝐦 ( )=𝟏
𝒕𝟎 →𝟎 𝒔
Função Rampa Unitária: esta função é dada pela reta que se inicia na origem e
tem coeficiente angular igual a 1. Assim, possui a seguinte expressão:
𝟎 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 < 𝟎
𝒇(𝒕) = { 𝒐𝒖 𝒔𝒊𝒎𝒑𝒍𝒆𝒔𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒇(𝒕) = 𝒕
𝒕 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕 ≥ 𝟎
f(t)
40
,
Fonte: Autor
∞
𝟏
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = ∫ 𝒕𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕 =
𝟎 𝒔𝟐
∞
𝒌
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = ∫ 𝒌𝒕𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕 =
𝟎 𝒔𝟐
∞ ∞ ∞
−𝒂𝒕 −𝒔𝒕 −(𝒔+𝒂)𝒕
𝒆−(𝒔+𝒂)𝒕 𝟏
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝑭(𝒔) = ∫ 𝒆 𝒆 𝒅𝒕 = ∫ 𝒆 𝒅𝒕 = − | =
𝟎 𝟎 𝒔+𝒂 𝟎 𝒔+𝒂
Observação:
42
,
𝒕𝒏−𝟏 𝒆−𝒂𝒕
(𝒏 𝟏 𝟏 𝟏
8 (𝒏 − 𝟏)! 19 (𝒆−𝒂𝒕 − 𝒆−𝒃𝒕 )
(𝒔 + 𝒂)𝒏 𝒃−𝒂 (𝒔 + 𝒂)(𝒔 + 𝒃)
= 𝟏, 𝟐, … )
𝒏! 𝟏 𝒔
9 𝒕𝒏 𝒆−𝒂𝒕 20 (𝒃𝒆−𝒃𝒕 − 𝒂𝒆−𝒂𝒕 )
(𝒔 + 𝒂)𝒏+𝟏 𝒃−𝒂 (𝒔 + 𝒂)(𝒔 + 𝒃)
𝝎 𝒔𝟐 − 𝝎𝟐
10 𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕 21 𝒕 𝒄𝒐𝒔 𝝎𝒕
𝒔 + 𝝎𝟐
𝟐
(𝒔𝟐 + 𝝎𝟐 )𝟐
𝒔 𝟏 𝒔
11 𝒄𝒐𝒔 𝝎𝒕 22 𝒕 𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕
𝒔 + 𝝎𝟐
𝟐
𝟐𝝎 (𝒔𝟐 + 𝝎𝟐 )𝟐
Função f(t) Função F(s)
𝟏 𝝎𝒏 𝟐
23 𝝎𝒏 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 (𝟎 < 𝝃 < 𝟏)
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝟏
− 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 − ∅]
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔
24
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
∅ = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 (𝟎 < 𝝃 < 𝟏; 𝟎 < ∅ < 𝝅⁄𝟐)
𝝃
𝟏
𝟏(𝒕) − 𝒆−𝝃𝝎𝒏𝒕 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 + ∅]
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝝎𝒏 𝟐
25
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔(𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 )
∅ = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 (𝟎 < 𝝃 < 𝟏; 𝟎 < ∅ < 𝝅⁄𝟐)
𝝃
Fonte: autor, extraída de OGATA (2010).
43
,
Para encontrar o valor inicial e final de f(t) qualquer, pode-se utilizar os teoremas do
valor inicial e final, respectivamente, aplicando-se para valor inicial f(0) e final, f(∞).
Contudo, em elétrica, isto denotaria valores segundo o que segue:
44
,
∞
𝒅𝒇 𝒅𝒇 −𝒔𝒕
𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎) = 𝓛 [ ] = ∫ 𝒆 𝒅𝒕
𝒅𝒕 𝟎 𝒅𝒕
∞ ∞
𝒅𝒇 −𝒔𝒕 𝒅𝒇
𝐥𝐢𝐦[𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)] = 𝐥𝐢𝐦 ∫ 𝒆 𝒅𝒕 = ∫ 𝐥𝐢𝐦𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕 = 𝟎
𝒔→∞ 𝒔→∞ 𝟎 𝒅𝒕 𝟎 𝒅𝒕 𝒔→∞
Por outro lado, se t tender ao infinito, calcularemos o valor final, e por analogia do
exemplo anterior, concluímos facilmente que:
Valor inicial:
𝟏 𝟏 𝒔
𝒙(𝟎) = 𝐥𝐢𝐦 𝒔𝑿(𝒔) = 𝐥𝐢𝐦 𝒔 [ − 𝟐
] = 𝐥𝐢𝐦 [𝟏 − ]=𝟏−𝟎=𝟏
𝒔→∞ 𝒔→∞ 𝒔 (𝒔 + 𝟓) 𝒔→∞ (𝒔 + 𝟓)𝟐
Valor final:
𝟏 𝟏 𝒔
𝒙(∞) = 𝐥𝐢𝐦 𝒔𝑿(𝒔) = = 𝐥𝐢𝐦 𝒔 [ − ] = 𝐥𝐢𝐦 [𝟏 − ]⇒
𝒔→𝟎 𝒔→𝟎 𝒔 (𝒔 + 𝟓)𝟐 𝒔→𝟎 (𝒔 + 𝟓)𝟐
(𝒔 + 𝟓)𝟐 − 𝒔 𝒔𝟐 + 𝟏𝟎𝒔 + 𝟐𝟓 − 𝒔 𝒔𝟐 + 𝟗𝒔 + 𝟐𝟓
𝒙(∞) = 𝐥𝐢𝐦 [ ] = 𝐥𝐢𝐦 [ 𝟐 ] = 𝐥𝐢𝐦 [ 𝟐 ]⇒
𝒔→𝟎 (𝒔 + 𝟓)𝟐 𝒔→𝟎 𝒔 + 𝟏𝟎𝒔 + 𝟐𝟓 𝒔→𝟎 𝒔 + 𝟏𝟎𝒔 + 𝟐𝟓
45
,
𝒔𝟐
𝒙(∞) = 𝐥𝐢𝐦 [ 𝟐 ] = 𝐥𝐢𝐦[𝟏] = 𝟏
𝒔→𝟎 𝒔 𝒔→𝟎
𝒄+𝒋∞
𝓛−𝟏 [𝑭(𝒔)] = 𝒇(𝒕) = ∫ 𝑭(𝒔)𝒆𝒔𝒕 𝒅𝒔
𝒄−𝒋∞
Como verificado, é uma integral com os extremos dados por números complexos, o que
torna o seu cálculo bastante complicado.
Utiliza-se novamente a tabela, mas no sentido contrário, ou seja, a partir de F(s) chega-
se em f(t).
𝟏𝟎
𝑭(𝒔) =
𝒔𝟐+𝟒
𝝎
𝒔𝒆𝒏𝝎𝒕 ↔
𝒔𝟐 + 𝝎𝟐
46
,
𝝎𝟐 = 𝟒 → 𝝎 = 𝟐𝒓𝒂𝒅/𝒔
𝟏𝟎 𝟐
𝑭(𝒔) = = 𝟓. 𝟐
𝒔𝟐+𝟒 𝒔 +𝟒
𝓛[𝑨𝒇(𝒕)] = 𝑨𝑭(𝒔)
Finalmente:
𝒇(𝒕) = 𝟓. 𝒔𝒆𝒏𝟐𝒕
𝟏𝟎
𝑭(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒
Solução: para calcular f(t), sempre que aparecer um trinômio no denominador, será
necessário calcular as suas raízes. De acordo com o valor das raízes, você deve avaliar
qual será o par a ser utilizado:
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒 = 𝟎
47
,
−𝟓 ± 𝟑 𝒔 = −𝟒
𝒔𝟏,𝟐 = →{ 𝟏
𝟐 𝒔𝟐 = −𝟏
𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝑭(𝒔) = =
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒 (𝒔 + 𝟒)(𝒔 + 𝟏)
𝟏 𝟏
(𝒆−𝒂𝒕 − 𝒆−𝒃𝒕 ) ↔
𝒃−𝒂 (𝒔 + 𝒂)(𝒔 + 𝒃)
𝟏 𝓛−𝟏 𝟏
𝑭(𝒔) = 𝟏𝟎 → 𝒇(𝒕) = 𝟏𝟎. (𝒆−𝟒𝒕 − 𝒆−𝟏𝒕 ) → 𝒇(𝒕)
(𝒔 + 𝟒)(𝒔 + 𝟏) 𝟏−𝟒
𝟏𝟎 −𝟒𝒕
=− (𝒆 − 𝒆−𝟏𝒕 )
𝟑
𝟓
𝑭(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒 = 𝟎
48
,
−𝟒 ± 𝟎 𝒔 = −𝟐
𝒔𝟏,𝟐 = →{ 𝟏
𝟐 𝒔𝟐 = −𝟐
𝟓 𝟓 𝟓
𝑭(𝒔) = = =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒 (𝒔 + 𝟐)(𝒔 + 𝟐) (𝒔 + 𝟐)𝟐
𝟏
𝒕𝒆−𝒂𝒕 ↔
(𝒔 + 𝒂)𝟐
𝟏 𝓛−𝟏
𝑭(𝒔) = 𝟓 → 𝒇(𝒕) = 𝒕𝒆−𝟐𝒕
(𝒔 + 𝟐)𝟐
𝟒
𝑭(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓 = 𝟎
49
,
−𝟒 ± 𝒋√𝟒 𝒔 = −𝟐 + 𝒋
𝒔𝟏,𝟐 = →{ 𝟏
𝟐 𝒔𝟐 = −𝟐 − 𝒋
𝟏 𝝎𝒏 𝟐
𝝎𝒏 𝒆−𝝃𝝎𝒏𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 ↔
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
Essa comparação deve ser sempre feita entre os termos dos denominadores:
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓 𝒆 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
Note que o termo em s ao quadrado dos dois trinômios deve ser igual a 1 para podermos
compará-los. Assim, teremos as seguintes relações:
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟓 → 𝝎𝒏 = √𝟓 → 𝝎𝒏 = 𝟐, 𝟐𝟑𝟔
{ 𝟒 𝟒
𝟐𝝃𝝎𝒏 = 𝟒 → 𝝃 = →𝝃= = 𝟎, 𝟖𝟗𝟒
𝟐𝝎𝒏 𝟐. 𝟐, 𝟐𝟑𝟔
𝟒 𝟓 𝟒 𝟒 𝟓
𝑭(𝒔) = = =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓 𝟓 𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓 𝟓 𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟓
𝟒 𝟏
𝒇(𝒕) = 𝝎 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕
𝟓 √𝟏 − 𝝃𝟐 𝒏
𝟏
= 𝟎, 𝟖 𝟐, 𝟐𝟑𝟔𝒆−𝟐𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝟐, 𝟐𝟑𝟔√𝟏 − 𝟎, 𝟖𝟗𝟒𝟐 ) 𝒕
√𝟏 − 𝟎, 𝟖𝟗𝟒𝟐
Finalmente:
50
,
tabela os pares de transformada da soma. Esse processo é conhecido como expansão
em frações parciais.
𝒔𝟑 + 𝟐𝒔𝟐 + 𝟔𝒔 + 𝟕
𝑭(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟓
Executando a divisão:
Logo:
𝟐
𝑭(𝒔) = 𝒔 + 𝟏 +
𝒔𝟐 +𝒔+𝟓
𝟐
Calculando a transformada inversa, isto é, 𝓛−𝟏 [𝒔 + 𝟏 + ] .Resulta em:
𝒔𝟐 +𝒔+𝟓
𝒅𝜹(𝒕)
𝒇(𝒕) = + 𝜹(𝒕) + 𝟒, 𝟔𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏𝟐, 𝟏𝟖𝒕
𝒅𝒕
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝓛[𝜹(𝒕)] = 𝟏 𝒆
𝒅𝒇(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)
𝒅𝒕
51
,
Para o impulso unitário a condição inicial da derivada é nula. Logo:
𝒅𝜹(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝓛[𝜹(𝒕)] = 𝒔. 𝟏 = 𝒔
𝒅𝒕
Portanto:
𝒅𝜹(𝒕)
𝓛−𝟏 [𝒔] =
𝒅𝒕
Para o trinômio devemos calcular as raízes, que serão complexas. Daí, calcular ωn e 𝝃 e
só então, utilizar o par 23. Faça os cálculos e verifique a sua resposta.
𝟐𝒔 + 𝟏𝟎
𝑭(𝒔) =
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓)
𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑
𝑭(𝒔) = + 𝟐
𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓
O segundo termo da soma pode ser desmembrado em dois termos que estão
representados na tabela (par 24 e par 23, respectivamente):
𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒔 𝒓𝟑
𝑭(𝒔) = + 𝟐 + 𝟐
𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓 𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓
Devemos então calcular os valores de r1, r2 e r3. Esse processo pode ser feito de duas
formas: pelo teorema dos resíduos de Cauchy ou através de regras práticas.
52
,
Expansão em frações parciais
Pode ser reescrita como uma soma de termos associadas as raízes do denominador:
𝑩(𝒔) 𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒓𝒏
𝑭(𝒔) = = + + ⋯+
𝑨(𝒔) (𝒔 + 𝒑𝟏 ) (𝒔 + 𝒑𝟐 ) (𝒔 + 𝒑𝒏 )
Onde r1, r2 ... rn são chamados de resíduos e p1, p2 ... pn e são as raízes (com sinal
trocado) do denominador. Estas raízes podem ser reais e distintas, reais e diferentes e
complexas. Para cada situação teremos um tipo de cálculo para determinação dos
resíduos.
𝑩(𝒔)
𝒓𝒌 = [(𝒔 + 𝒑𝒌 ) ]
𝑨(𝒔) 𝒔=−𝒑
𝒌
Este caso pode ser aplicado no exemplo 6, para determinar o valor de r1:
𝑩(𝒔) 𝟐𝒔 + 𝟏𝟎
𝒓𝟏 = [(𝒔 + 𝒑𝟏 ) ] = [(𝒔 + 𝟏𝟎) ]
𝑨(𝒔) 𝒔=−𝒑
𝟏
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓) 𝒔=−𝟏𝟎
𝟐. (−𝟏𝟎) + 𝟏𝟎
=
(−𝟏𝟎)𝟐 + 𝟖(−𝟏𝟎) + 𝟐𝟓
−𝟐𝟎 + 𝟏𝟎 −𝟏𝟎 𝟐
𝒓𝟏 = = =−
𝟏𝟎𝟎 − 𝟖 𝟎 + 𝟐𝟓 𝟒𝟓 𝟗
53
,
Os resíduos podem ser calculados como no caso 1, considerando que as raízes são
complexas, o que torna o cálculo mais trabalhoso. Assim, prefere-se manter o trinômio e no
numerador devemos utilizar dois termos (em “s” e o termo independente) e daí determinar
dois resíduos. No exemplo 6, teremos:
𝟐𝒔 + 𝟏𝟎 𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑
𝟐
= + 𝟐
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓) 𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓
𝟐
Para 𝒓𝟏 = − , vemos que:
𝟗
−𝟐 + 𝟗𝒓𝟐 = 𝟎 (𝟏)
{𝟗𝟎𝒓 𝟐 + 𝟗𝒓𝟑 − 𝟏𝟔 = 𝟏𝟖 (𝟐)
−𝟓𝟎 + 𝟗𝟎𝒓𝟑 = 𝟗𝟎 (𝟑)
A equação (2), pode ser utilizada para verificar os valores dos resíduos:
𝟐 𝟏𝟒
𝟗𝟎 + 𝟗 − 𝟏𝟔 = 𝟐𝟎 + 𝟏𝟒 − 𝟏𝟔 = 𝟏𝟖
𝟗 𝟗
Assim:
54
,
𝟐 𝟏𝟒
𝟐𝒔 + 𝟏𝟎 𝟐 𝟏 𝒔 +
𝑭(𝒔) = =− + 𝟗 𝟗
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓) 𝟗 𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔𝟐 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓
𝟐 −𝟏 𝒔+𝟕
= ( + 𝟐 )
𝟗 𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓
O primeiro termo tem transformada inversa dada pelo par 6, sendo igual a:
𝟐 𝟏 𝟐
𝓛−𝟏 [− ] = − 𝒆−𝟏𝟎𝒕
𝟗 𝒔 + 𝟏𝟎 𝟗
O segundo termo da expressão pode ser calculado de duas formas:
𝒔+𝒂
𝓛−𝟏 [ ] = 𝒆−𝒂𝒕 𝒄𝒐𝒔𝝎𝒕
(𝒔 + 𝒂)𝟐 + 𝝎𝟐
𝒔+𝟕
Tomando o denominador de , vem que:
𝒔𝟐 +𝟖𝒔+𝟐𝟓
𝒔𝟐 + 𝟖𝒔 + 𝟐𝟓 = (𝒔 + 𝟒)𝟐 + 𝟗
𝒔+𝟒
𝓛−𝟏 [ ] = 𝒆−𝟒𝒕 𝒄𝒐𝒔𝟑𝒕
(𝒔 + 𝟒)𝟐 + 𝟗
𝟑
𝓛−𝟏 [ ] = 𝒆−𝟒𝒕 𝒔𝒆𝒏𝟑𝒕
(𝒔 + 𝟒)𝟐 + 𝟗
𝟐 𝟐 𝟐
𝒇(𝒕) = − 𝒆−𝟏𝟎𝒕 + 𝒆−𝟒𝒕 𝒄𝒐𝒔𝟑𝒕 + 𝒆−𝟒𝒕 𝒔𝒆𝒏𝟑𝒕
𝟗 𝟗 𝟗
55
,
𝑩(𝒔) 𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒓𝒌
𝑭(𝒔) = = 𝒌
+ 𝒌−𝟏
+⋯+
𝑨(𝒔) (𝒔 + 𝒑) (𝒔 + 𝒑) (𝒔 + 𝒑)
𝟏 𝒅𝒊 𝑩(𝒔)
𝒓𝒌−𝒊 = [ 𝒊 (𝒔 + 𝒑)𝒌 ]
𝒊! 𝒅𝒔 𝑨(𝒔) 𝒔=−𝒑
𝟏
𝑭(𝒔) =
𝒔(𝒔 + 𝟏)𝟑
𝟏 𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒓𝟑 𝒓𝟒
𝑭(𝒔) = 𝟑
= + 𝟐
+ 𝟑
+
𝒔(𝒔 + 𝟏) 𝒔 + 𝟏 (𝒔 + 𝟏) (𝒔 + 𝟏) 𝒔
𝟏 𝟏 𝟏
𝒓𝟑 = [(𝒔 + 𝟏)𝟑 ] =( ) = −𝟏
𝟎! 𝒔(𝒔 + 𝟏)𝟑 𝒔=−𝟏
𝒔 𝒔=−𝟏
56
,
𝟏
𝒅(𝒔 + 𝟏)𝟑 𝟏
𝟏 𝒔(𝒔 + 𝟏)𝟑 𝒅 𝒅𝒔−𝟏 𝟏
𝒓𝟐 = = ( 𝒔) =( ) = (− 𝟐 ) = −𝟏
𝟏! 𝒅𝒔 𝒅𝒔 𝒅𝒔 𝒔=−𝟏 𝒔 𝒔=−𝟏
[ ]𝒔=−𝟏 𝒔=−𝟏
𝟏
𝒅𝟐 (𝒔 + 𝟏)𝟑 𝟐𝟏
𝟏 𝒔(𝒔 + 𝟏)𝟑 𝟏 𝒅 𝒔 𝟏 𝒅𝟐 𝒔−𝟏 𝟏 𝟐
𝒓𝟏 = = ( 𝟐) = ( ) = ( 𝟑)
𝟐! 𝒅𝒔𝟐 𝟐 𝒅𝒔 𝟐 𝒅𝒔 𝟐
𝒔=−𝟏
𝟐 𝒔 𝒔=−𝟏
[ ]𝒔=−𝟏 𝒔=−𝟏
𝟏
= . −𝟐 = −𝟏
𝟐
Cálculo de r4:
𝑩(𝒔) 𝟏 𝟏
𝒓𝟒 = [(𝒔 + 𝟎) ] = [𝒔 ] = =𝟏
𝑨(𝒔) 𝒔=𝟎 𝒔(𝒔 + 𝟏)𝟑 𝒔=𝟎
(𝟎 + 𝟏)𝟑
Assim:
𝟏 −𝟏 −𝟏 −𝟏 𝟏
𝑭(𝒔) = 𝟑
= + 𝟐
+ 𝟑
+
𝒔(𝒔 + 𝟏) 𝒔 + 𝟏 (𝒔 + 𝟏) (𝒔 + 𝟏) 𝒔
−𝟏 −𝟏 −𝟏 𝟏
𝒇(𝒕) = 𝓛−𝟏 [ + + + ]
𝒔 + 𝟏 (𝒔 + 𝟏)𝟐 (𝒔 + 𝟏)𝟑 𝒔
𝟏
= −𝒆−𝒕 − 𝒕𝒆−𝒕 − 𝒕𝟑−𝟏 𝒆−𝒕 + 𝟏(𝒕)
(𝟑 − 𝟏)!
𝟏
𝒇(𝒕) = −𝒆−𝒕 − 𝒕𝒆−𝒕 − 𝒕𝟐 𝒆−𝒕 + 𝟏(𝒕)
𝟐
57
,
equações diferenciais e funções trigonométricas, exponenciais e suas combinações são
transformadas em funções algébricas racionais na variável “s”.
Procura-se aqui estabelecer um vínculo com sistemas físicos. Por exemplo: queremos
observar o comportamento de um nível de um tanque de água (saída do sistema) com
a vazão de água de entrada (entrada do sistema) ou a carga de um capacitor em um
circuito RC quando se varia a tensão de alimentação do circuito.
Procedimento - etapas:
Exemplos
58
,
Os modelos matemáticos apresentados a seguir serão deduzidos nos blocos
subsequentes. Neste momento, apresentamos a equação diferencial obtida para que se
possa demonstrar o procedimento de solução das equações diferenciais.
Fonte: autor.
Este sistema pode ser modelado com a entrada dada pela vazão qin(t) que altera
o comportamento do nível h(t), segundo a equação diferencial dada a seguir.
𝒅𝒉(𝒕)
+ 𝟑𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
2) Aplicar as propriedades:
59
,
𝓛[𝒇𝟏 (𝒕) + 𝒇𝟐 (𝒕)] = 𝓛[𝒇𝟏 (𝒕)] + 𝓛[𝒇𝟐 (𝒕)] = 𝑭𝟏 (𝒔) + 𝑭𝟐 (𝒔)
𝒅𝒇(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝓛[𝒇(𝒕)] − 𝒇(𝟎) = 𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)
𝒅𝒕
𝒅𝒉(𝒕)
𝓛[ ] + 𝟑𝓛[𝒉(𝒕)] = 𝓛[𝒒𝒊𝒏 (𝒕)]
𝒅𝒕
Mudando a notação:
3) Isolando H(s):
𝒔𝑯(𝒔) + 𝟑𝑯(𝒔) = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔) + 𝒉(𝟎) ⇒ 𝑯(𝒔). [𝒔 + 𝟑] = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔) + 𝒉(𝟎) ⇒ 𝑯(𝒔)
𝑸𝒊𝒏 (𝒔) 𝒉(𝟎)
= +
𝒔+𝟑 𝒔+𝟑
Obtemos:
𝟐/𝒔 𝟏 𝟐 𝟏
𝑯(𝒔) = + ⇒ 𝑯(𝒔) = +
𝒔+𝟑 𝒔+𝟑 𝒔(𝒔 + 𝟑) 𝒔 + 𝟑
60
,
Cálculo dos resíduos:
𝟐 𝟐 𝟐 𝟐
𝒓𝟏 = [𝒔 ] =[ ] = =
𝒔(𝒔 + 𝟑) 𝒔=𝟎 (𝒔 + 𝟑) 𝒔=𝟎 (𝟎 + 𝟑) 𝟑
𝟐 𝟐 𝟐 𝟐
𝒓𝟐 = [(𝒔 + 𝟑) ] =[ ] = =−
𝒔(𝒔 + 𝟑) 𝒔=−𝟑 𝒔 𝒔=−𝟑 −𝟑 𝟑
Logo:
𝟐𝟏 𝟐 𝟏 𝟏 𝟐𝟏 𝟏 𝟏
𝑯(𝒔) = − + = +
𝟑𝒔 𝟑𝒔 + 𝟑 𝒔 + 𝟑 𝟑𝒔 𝟑𝒔 + 𝟑
𝟐𝟏 𝟏 𝟏 𝟐 𝟏
𝒉(𝒕) = 𝓛−𝟏 [ + ] ⇒ 𝒉(𝒕) = 𝟏(𝒕) + 𝒆−𝟑𝒕
𝟑𝒔 𝟑𝒔 + 𝟑 𝟑 𝟑
Observações:
𝒅𝟐 𝒙(𝒕)
𝓛[ + 𝟒𝒙(𝒕)] = 𝓛[𝑭(𝒕)]
𝒅𝒕
Aplicando as propriedades:
61
,
𝓛[𝒇𝟏 (𝒕) + 𝒇𝟐 (𝒕)] = 𝓛[𝒇𝟏 (𝒕)] + 𝓛[𝒇𝟐 (𝒕)] = 𝑭𝟏 (𝒔) + 𝑭𝟐 (𝒔)
𝒅𝟐 𝒇(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝟐 𝓛[𝒇(𝒕)] − 𝒔𝒇(𝟎) − 𝒇̇(𝟎)
𝒅𝒕𝟐
Logo:
𝒅𝟐 𝒙(𝒕)
𝓛[ ] + 𝟒𝓛[𝒙(𝒕)] = 𝓛[𝑭(𝒕)] ⇒ 𝒔𝟐 𝓛[𝒙(𝒕)] − 𝒔𝒙(𝟎) − 𝒙̇ (𝟎) + 𝟒𝓛[𝒙(𝒕)]
𝒅𝒕
= 𝓛[𝑭(𝒕)]
Substituindo as condições inicias 𝒙(𝟎) 𝒆 𝒙̇ (𝟎) por zero, alterando a notação da variável
em “s” 𝓛[𝒙(𝒕)] = 𝑿(𝒔) 𝒆 𝓛[𝑭(𝒕)] = 𝑭(𝒔):
Vemos que:
𝒔𝟐 𝑿(𝒔) + 𝟒𝑿(𝒔) = 𝟏
𝟏
𝑿(𝒔)[𝒔𝟐 + 𝟒] = 𝟏 ⇒ 𝑿(𝒔) =
𝒔𝟐 +𝟒
𝟏
𝒙(𝒕) = 𝓛−𝟏 [ ]
𝒔𝟐 + 𝟒
𝝎
𝒔𝒆𝒏 𝝎𝒕 ↔
𝒔𝟐 + 𝝎𝟐
62
,
Avaliando ω através do denominador:
𝝎𝟐 = 𝟒 ⇒ 𝝎 = 𝟐 𝒓𝒂𝒅/𝒔
Este valor de 𝝎 deve aparecer no numerador de X(s), assim devemos elaborar a seguinte
manipulação numérica:
𝟏 𝟐 𝟏 𝟐
𝒙(𝒕) = 𝓛−𝟏 [ ] = 𝓛−𝟏 [ 𝟐 ] ⇒ 𝒙(𝒕) = 𝟎, 𝟓𝒔𝒆𝒏𝟐𝒕
𝒔𝟐 + 𝟒𝟐 𝟐 𝒔 +𝟒
Uma forma de simular um sistema dado por uma equação diferencial de difícil solução
analítica é utilizando métodos numéricos.
Exercício de fixação
Um sistema físico de nível é modelado segundo uma equação diferencial que representa
o comportamento do nível, h(t), em função da vazão de água de alimentação, qin(t),
dada a seguir.
63
,
𝒅𝒉(𝒕)
𝟐 + 𝟑√𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Como se verifica, o modelo não é linear pois tem um termo de nível quadrático.
Determine:
Solução:
𝒅𝒉(𝒕) 𝒅𝒉(𝒕) 𝟏 𝟑
𝟐 + 𝟑√𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) ⇒ = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) − √𝒉(𝒕)
𝒅𝒕 𝒅𝒕 𝟐 𝟐
Fonte: autor.
64
,
Não será apresentado neste instante como se monta e configura o simulink para
realizar a simulação do modelo.
𝒉(𝒌 + 𝟏) − 𝒉(𝒌) 𝟏 𝟑
= 𝒒𝒊𝒏 (𝒌) − √𝒉(𝒌)
∆𝒕 𝟐 𝟐
𝟏 𝟑
𝒉(𝒌 + 𝟏) = [ 𝒒𝒊𝒏 (𝒌) − √𝒉(𝒌)] ∆𝒕 + 𝒉(𝒌)
𝟐 𝟐
Programa no Matlab:
65
,
k=1;
h(1)=0;
qin=1;
% Cálculo dos valores de h(k):
for s=0.001:dt:4
k=k+1;
h(k)=(0.5*qin-1.5*sqrt(h(k-1)))*dt+h(k-1);
end
%Selecionando pontos de 0,02s em 0,02s para plotar
t=0:0.02:4;
i=1;
for j=1:20:4001
n(i)=h(j);
i=i+1;
end
% Elaborando o gráfico da solução
plot(t,n)
t (s) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,4 1,8 2,0 2,4 2,8 3,0
h(m) 0,0 5,08 7,5 8,8 9,7 10,2 10,7 10,9 11,02 11,07 11,1 11,1
.10-2
66
,
Fonte: autor.
Assim, partindo do estado inicial onde o tanque estava vazio, com vazões de
entrada e saída nulas, determinamos um regime novo (ponto de operação) onde
h=0,11m, e as vazões são iguais a 1m3/s.
b) Para a entrada fornecida percebe-se que houve uma pequena variação de nível.
Para linearizar e avaliar a resposta do modelo linear através da transformada de
Laplace, adotaremos o ponto de operação onde o nível estabilizou no item
anterior, isto é, na cota:
h0 = 0,111m.
67
,
𝟏 𝟏
√𝒉 ≈ √𝟎, 𝟏𝟏𝟏 + (𝒉 − 𝟎, 𝟏𝟏𝟏) = 𝟎, 𝟑𝟑 + 𝟏, 𝟓(𝒉 − 𝟎, 𝟏𝟏𝟏)
𝟐 √𝟎, 𝟏𝟏𝟏
Logo:
√𝒉 ≈ 𝟏, 𝟓𝒉 + 𝟎, 𝟏𝟔𝟔
𝒅𝒉(𝒕)
𝟐 + 𝟑[𝟏, 𝟓𝒉(𝒕) + 𝟎, 𝟏𝟔𝟔] = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Estes valores de h(t) e qin(t) são absolutos e portanto, no modelo, surge o termo
independente de h(t). Para podermos resolver este impasse, devemos avaliar
uma variação de nível em torno do ponto de operação, isto é:
Assim:
̂ (𝒕) + 𝒉𝟎 ]
𝒅[𝒉
𝟐 ̂ (𝒕) + 𝒉𝟎 ] + 𝟎, 𝟏𝟔𝟔} = 𝒒
+ 𝟑{𝟏, 𝟓[𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) + 𝒒𝟎
𝒅𝒕
Como 𝒉𝟎 é constante, a derivada será nula, dessa forma teremos a equação igual
a:
̂ (𝒕)
𝒅𝒉
𝟐 ̂ (𝒕) + 𝟒, 𝟓𝒉𝟎 + 𝟎, 𝟒𝟗𝟗𝟖 = 𝒒
+ 𝟒, 𝟓𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) + 𝒒𝟎
𝒅𝒕
68
,
̂ (𝒕)
𝒅𝒉
𝟐 ̂ (𝒕) = 𝒒
+ 𝟒, 𝟓𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
a) Para avaliar a resposta analítica do sistema linear para uma pequena variação
em degrau de vazão, é necessário aplicar a transformada de Laplace na equação
diferencial acima:
̂ (𝒕)
𝒅𝒉
𝓛 [𝟐 ̂ (𝒕)] = 𝓛[𝒒
+ 𝟒, 𝟓𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)]
𝒅𝒕
̂ (𝟎)] + 𝟒, 𝟓𝑯
̂ (𝒔) − 𝒉
𝟐. [𝒔. 𝑯 ̂ 𝒊𝒏 (𝒔)
̂ (𝒔) = 𝑸
A condição inicial da variação do nível é nula, pois se deseja avaliar com o modelo
linearizado o comportamento do sistema em torno do ponto de operação. Assim,
lembrando que a vazão de entrada deve variar segundo um degrau de amplitude 0,1,
teremos:
𝟎, 𝟏
̂ 𝒊𝒏 (𝒔) = 𝓛[𝒒
𝑸 ̂𝒊𝒏 (𝒕)] = 𝓛[𝟎, 𝟏. 𝟏(𝒕)] =
𝒔
𝟎, 𝟏 𝟎, 𝟏 𝟎, 𝟏
̂ (𝒔) + 𝟒, 𝟓𝑯
𝟐𝒔𝑯 ̂ (𝒔) = ̂ (𝒔). [𝟐𝒔 + 𝟒, 𝟓] =
⇒𝑯 ̂ (𝒔) =
⇒𝑯
𝒔 𝒔 𝒔(𝟐𝒔 + 𝟒, 𝟓)
̂ (𝒕):
Devemos calcular a transformada inversa para obter 𝒉
𝟎, 𝟏 𝟎, 𝟏
̂ (𝒕) = 𝓛−𝟏 [𝑯
𝒉 ̂ (𝒔)] = 𝓛−𝟏 [ ] = 𝓛−𝟏 [ ]
𝒔(𝟐𝒔 + 𝟒, 𝟓) 𝒔. 𝟐. (𝒔 + 𝟒, 𝟓/𝟐)
𝟎, 𝟎𝟓
= 𝓛−𝟏 [ ]
𝒔. (𝒔 + 𝟐, 𝟐𝟓)
𝟏
̂ (𝒕) = 𝟎, 𝟎𝟓𝓛−𝟏 [
𝒉 ]
𝒔. (𝒔 + 𝟐, 𝟐𝟓)
𝟏
̂ (𝒕) = 𝟎, 𝟎𝟓
𝒉 ̂ (𝒕) = 𝟎, 𝟎𝟐𝟐[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟐,𝟐𝟓𝒕 ]
[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟐,𝟐𝟓𝒕 ] ⇒ 𝒉
𝟐, 𝟐𝟓
A função do nível nos informa como ele vai variar em torno do ponto de operação dado,
ou seja, o nível inicia em 0,111m e finaliza em 0,133m.
Conclusão
70
,
DORF, R. C. Sistemas de controle modernos. 13ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
Além deste enfoque de controle, existe o enfoque moderno, que trabalha com as
equações de espaço de estados e que, além de avaliar o sistema observando suas
entradas e saídas, utiliza as variáveis de estado que estão relacionadas com os fluxos de
energia do sistema.
Ressaltamos novamente para que você, caro aluno, pratique os exercícios indicados nas
referências ao longo do texto apresentado.
Quaisquer dúvidas que tiver, consulte o tutor ou o professor responsável pela disciplina.
Fonte: autor.
Figura 3.1 – Bloco da função de transferência G(s) com a entrada U(s) e a saída Y(s).
𝒀(𝒔)
𝑮(𝒔) =
𝑼(𝒔)
72
,
Utilizando a função de transferência, teremos uma relação algébrica direta entre a
entrada e saída do sistema, que antes era dada por uma equação diferencial, isto é:
qin(t
)
h(t
qout(t
)
Fonte: Autor
Figura 3.2 – Esquema com tanque onde há variação do nível em função da entrada e
saída de água.
73
,
função da vazão de entrada de água (entrada). Esta relação, após a linearização do
modelo, pode ser representada pela seguinte equação diferencial:
𝒅𝒉(𝒕) 𝟏
𝑪. + 𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹
𝒅𝒇(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝓛[𝒇(𝒕)] − 𝒇(𝟎) = 𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)
𝒅𝒕
𝒅𝒉(𝒕) 𝟏
𝑪. 𝓛 [ ] + . 𝓛[𝒉(𝒕)] = 𝓛[𝒒𝒊𝒏 (𝒕)] ⇒
𝒅𝒕 𝑹
𝟏
⇒ 𝑪. [𝒔𝑯(𝒔) − 𝒉(𝟎) ] + . 𝑯(𝒔) = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔)
𝑹
74
,
𝒉(𝟎) = 𝟎
𝟏
𝑪. 𝒔𝑯(𝒔) + . 𝑯(𝒔) = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔)
𝑹
Fonte: autor
Figura 3.3 – Esquema com a entrada e saída e o sistema representado por uma
equação diferencial.
Equação:
𝒅𝒇(𝒕)
𝓛[ ] = 𝒔𝓛[𝒇(𝒕)] − 𝒇(𝟎) = 𝒔𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)
𝒅𝒕
𝒅𝟐 𝒇(𝒕) ̇
𝓛[ ] = 𝒔𝟐 𝑭(𝒔) − 𝒔𝒇(𝟎) − 𝒇(𝟎)
𝒅𝒕𝟐
Teremos:
̇ = 𝒖(𝟎) = 𝟎
𝒚(𝟎) = 𝒚(𝟎)
Teremos:
Isolando Y(s):
𝒀(𝒔) 𝟑𝒔
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝟑𝒔 + 𝟓𝒔 + 𝟐
Observação:
76
,
1) Com a função de transferência é possível avaliar a resposta temporal do sistema
(saída no tempo) em função de determinada entrada, inclusive se o sistema tiver
alguma condição inicial.
Veja os exemplos dados a seguir:
Solução: vamos determinar y(t) a partir da transformada de Y(s), dada pela relação
acima e lembrando que:
𝟑𝒔 𝟏
𝒀(𝒔) = 𝑮(𝒔). 𝑼(𝒔) com 𝑮(𝒔) = e 𝑼(𝒔) =
𝟑𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟐 𝒔
Logo:
𝟑𝒔 𝟏
𝒀(𝒔) = .
𝟑𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟐 𝒔
𝟑
𝒀(𝒔) =
𝟑𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟐
𝟑𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟐 = 𝟎
−𝟓 ± √𝟓𝟐 − 𝟒. 𝟑. 𝟐 −𝟓 ± √𝟐𝟓 − 𝟐𝟒 −𝟓 ± √𝟏
𝒔𝟏,𝟐 == = =
𝟐. 𝟑 𝟔 𝟔
−𝟓 − 𝟏 𝟔
𝒔𝟏 = = − = −𝟏
={ 𝟔 𝟔
−𝟓 + 𝟏 𝟒 𝟐
𝒔𝟐 = =− =−
𝟔 𝟔 𝟑
77
,
As raízes são reais, assim, o par da tabela de transformada a ser utilizado é:
𝟏 𝟏 𝟏
(𝒆−𝒂𝒕 − 𝒆−𝒃𝒕 ) ⟷ (𝒔+𝒂)(𝒔+𝒃) =
𝒃−𝒂 𝒔𝟐 +(𝒂+𝒃)𝒔+𝒂.𝒃
𝟑 𝟏 𝟏
𝒀(𝒔) = = =
𝟓 𝟐 𝟓 𝟐 𝟐
𝟑(𝒔𝟐 + 𝒔 + ) 𝒔𝟐 + 𝒔 + (𝒔 + ) (𝒔 + 𝟏)
𝟑
𝟑 𝟑 𝟑 𝟑
𝟐
Fazendo 𝒂 = e 𝒃 = 𝟏, teremos:
𝟑
𝟏 𝟏 𝟐
𝒚(𝒕) = (𝒆−𝒂𝒕 − 𝒆−𝒃𝒕 ) = (𝒆−𝟑𝒕 − 𝒆−𝟏𝒕 )
𝒃−𝒂 𝟐
𝟏−
𝟑
𝟏 𝟐
𝒚(𝒕) = (𝒆−𝟑𝒕 − 𝒆−𝒕 )
𝟑−𝟐
𝟑
Finalmente:
𝟐
𝒚(𝒕) = 𝟑 (𝒆−𝟑𝒕 − 𝒆−𝒕 )
b) Determine a resposta do sistema sabendo que ele foi excitado por uma entrada tipo
impulso unitário quando sua condição inicial era em y igual a 2 e está representado
pela seguinte função de transferência:
𝒀(𝒔) 𝟓
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐
78
,
𝒀(𝒔) 𝟓
= ⇒ 𝒀(𝒔)[𝒔 + 𝟐] = 𝟓𝑼(𝒔) ⇒ 𝒔𝒀(𝒔) + 𝟐𝒀(𝒔)
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐
𝓛−𝟏 𝒅𝒚(𝒕)
= 𝟓𝑼(𝒔) ⇒ + 𝟐𝒚(𝒕) = 𝟓𝒖(𝒕)
𝒅𝒕
𝒅𝒚(𝒕)
𝓛[ + 𝟐𝒚(𝒕)] = 𝓛[𝟓𝒖(𝒕)] ⇒ 𝒔𝒀(𝒔) − 𝒚(𝟎) + 𝟐𝒀(𝒔) = 𝟓𝑼(𝒔)
𝒅𝒕
Mas:
Então:
𝟕
𝒔𝒀(𝒔) − 𝟐 + 𝟐𝒀(𝒔) = 𝟓. 𝟏 ⇒ 𝒀(𝒔)[𝒔 + 𝟐] = 𝟓 + 𝟐 ⇒ 𝒀(𝒔) =
𝒔+𝟐
𝟏
𝒆−𝒂𝒕 ⟷
𝒔+𝒂
Teremos:
𝒚(𝒕) = 𝟕𝒆−𝟐𝒕
𝟐
𝒚(𝒕) = 𝟑 (𝒆−𝟑𝒕 − 𝒆−𝒕 )
Por exemplo:
𝟐
𝒚(𝟎) = 𝟑 (𝒆−𝟑𝟎 − 𝒆−𝟎 ) = 𝟑. (𝟏 − 𝟏) = 𝟎;
79
,
𝟐
𝒚(𝟏) = 𝟑 (𝒆−𝟑.𝟏 − 𝒆−𝟏 ) = 𝟑(𝟎, 𝟓𝟏𝟑 − 𝟎, 𝟑𝟔𝟕) ≈ 𝟎, 𝟒𝟒; etc
Estes valores podem ser obtidos por simulação nos programas computacionais, como o
Matlab, Scilab e Octave.
𝒀(𝒔) 𝟑𝒔
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝟑𝒔 + 𝟓𝒔 + 𝟐
num=[3 0];
den=[3 5 2];
g=tf(num,den)
step(g)
O último comando gera um gráfico da resposta ao degrau para y(t), do exemplo (a) que
está representado na figura 3.4.
80
,
Os valores calculados anteriormente, y(0) e y(1), estão indicados no gráfico.
Fonte: autor
Figura 3.4 – Resposta ao degrau do sistema dado por G(s) utilizando o programa
gratuito Octave.
Polos (p): são os valores de s que anulam o denominador de G(s). Assim, são os valores
de s que fazem G(s) tender ao infinito
Zeros(z): são os valores de s que anulam o numerador de G(s). Desta forma, são os
valores de s que fazem G(s) tender a zero.
81
,
𝑵𝒐 𝒛→∞ = 𝒏 − 𝒎
Exemplos:
𝟐𝒔+𝟓
a) 𝑮(𝒔) =
𝒔+𝟑
O valor do zero é determinado pelas raízes do numerador:
𝟓
𝟐𝒔 + 𝟓 = 𝟎 ⇒ 𝟐𝒔 = −𝟓 ⇒ 𝒔 = − = −𝟐, 𝟓
𝟐
O zero vale -2,5 ou z=-2,5.
𝑵𝒐 𝒛→∞ = 𝟏 − 𝟏 = 𝟎
𝟏
a) 𝑮(𝒔) =
𝒔𝟐 +𝟒
Não há zeros finitos, pois não há termos em s no numerador de G(s). Logo m=0.
Pólos de G(s):
São raízes complexas só com parte imaginária. Neste caso, o número de polos é:
n=2.
𝑵𝒐 𝒛→∞ = 𝟐 − 𝟎 = 𝟐
82
,
Observação: a igualdade z1=z2=∞ é uma representação que ilustra que os zeros
têm valores tendendo ao infinito.
Dizemos que o número está no infinito quando seu módulo tende ao infinito.
Para confirmar que temos zeros no infinito, basta lembrar da definição de zero,
que é o valor de s que anula G(s) e adotar que isto deva ocorrer com valores de
s, ou seja:
𝐥𝐢𝐦 𝑮(𝒔) = 𝟎
𝒔→∞
Para o exemplo:
𝟏 𝟏
𝐥𝐢𝐦 = 𝐥𝐢𝐦 𝟐 = 𝟎
𝒔→∞ 𝒔𝟐 + 𝟒 𝒔→∞ 𝒔
83
,
3.2. Espaço de Estados: definição, cálculo e exemplos de aplicação.
Note que é uma representação de um sistema físico qualquer com várias entradas e
saídas e as variáveis de estado e, diferente da função de transferência que é realizada
no domínio da frequência complexa, esta representação de espaço de estados é feita
no domínio do tempo.
Para podermos utilizar esta representação, o sistema dinâmico deve ser linear e
invariante no tempo. Caso não seja, é necessário linearizar o modelo físico.
84
,
e da entrada no instante t=t0. Assim, são as variáveis capazes de determinar
totalmente o estado do sistema dinâmico.
Essas variáveis não precisam ser necessariamente mensuráveis ou observadas,
no entanto, por questão de facilidade de análise é conveniente que elas possam
ser escolhidas com esta característica.
Estado de um sistema dinâmico: é o estado que o sistema assume através das
variáveis de estado.
Vetor de estado: é aquele que determina de forma única o estado do sistema
dado por um vetor x(t) para qualquer instante t ≥ t0, uma vez dado o estado e
especificada a entrada u(t) para t=t0.
Este vetor x(t) é composto por n variáveis de estado, x1(t), x2(t), ..., xn(t).
Espaço de Estados: corresponde ao espaço n-dimensional, cujos eixos
coordenados são formados pelos eixos x1, x2, ...., xn que são as variáveis de
estado.
Equação de estado: como a representação de estados envolvem as entradas e
as variáveis de estado e o valor atual dos estados é dado pelos valores anteriores.
Definem-se equações onde estes últimos estão associados às entradas e a
integração ou soma particionada dos estados anteriores.
Equação de saída: é uma equação algébrica que representa os valores das
variáveis de saída do sistema, que são combinações lineares dos estados e das
entradas.
Onde x(t) é o vetor de estados, x=[x1(t), x2(t), ... xn(t)] com n variáveis, u(t) é o das
entradas, com r variáveis de entrada, isto é u(t)=[u1(t), u2(t), ..., ur(t)], y(t) é o vetor das
saída, y(t)=[y1(t), y2(t), ..., ym(t)] e t é o tempo.
85
,
Se o sistema for linear (ou linearizados), as equações de estado e da saída serão dados
por:
Fonte: autor
86
,
Na maioria dos casos dos sistemas físicos, as variáveis de estado estão associadas aos
elementos que armazenam energia. Por exemplo, em um circuito RLC os elementos que
armazenam energia são o capacitor (energia potencial) e o indutor (energia cinética).
Algumas vezes é necessário acrescentar algumas variáveis de estado. Isto é feito com a
introdução de integradores, por exemplo, a fim de obter uma representação que
forneça mais informações do comportamento do sistema.
O sistema físico de um pêndulo composto por uma barra rígida está apresentado na
figura 3.6.
87
,
Sabemos que a massa da barra, M, é uniformemente distribuída ao longo da barra, e
dessa forma, o peso é aplicado sobre o centro de massa localizada na metade do
comprimento da barra.
T(t)
𝜽
𝜽
𝑴𝒈𝒔𝒆𝒏(𝜽)
M.g
Fonte: autor.
Figura 3.6 – Sistema físico do pêndulo simples constituído por uma barra rígida de
massa M.
Solução: avaliando o diagrama de corpo livre (DCL) e aplicando a segunda lei de newton
para movimentos de rotação, teremos as relações dadas a seguir:
T(t)
τP(t)
Fonte: autor
Figura 3.7 – DCL do sistema físico do pêndulo simples constituído por uma barra
rígida de massa M.
Na representação dada, temos o torque externo aplicado T(t) e o torque devido ao peso
na direção do movimento do corpo, τP(t), mas no sentido contrário.
88
,
A força peso é decomposta nas duas direções, conforme ilustrado na figura 3.6. O torque
é devido à força peso e será igual a:
𝑳 𝑴𝒈𝑳
𝝉𝑷 (𝒕) = 𝑴𝒈𝒔𝒆𝒏(𝜽(𝒕)). 𝒐𝒖 𝒔𝒆𝒏𝜽(𝒕)
𝟐 𝟐
𝒅𝟐 𝜽(𝒕)
∑ 𝛕(𝒕) = 𝑰. 𝜶(𝒕) ⇒ 𝑻(𝒕) − 𝝉𝑷 (𝒕) = 𝑰.
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝟐 𝜽(𝒕) 𝑴𝒈𝑳
𝑰. + 𝒔𝒆𝒏𝜽(𝒕) = 𝑻(𝒕)
𝒅𝒕𝟐 𝟐
Como podemos verificar, trata-se de uma equação de segunda ordem com o termo em
𝜽(𝒕) associado à função seno, o que torna um modelo não-linear.
𝒙𝟏 (𝒕) = 𝜽(𝒕)
𝒙𝟐 (𝒕) = 𝝎(𝒕)
𝟏 𝑴𝒈𝑳
𝒙̇ 𝟐 (𝒕) = 𝑻(𝒕) − 𝒔𝒆𝒏𝒙𝟏 (𝒕)
𝑰 𝟐𝑰
89
,
Como verificado pela segunda equação, o modelo é não-linear.
𝒅𝒇 (𝒙 − 𝒙𝟎 ) 𝒅𝒇 (𝒙 − 𝒙𝟎 )
𝒇(𝒙) ≈ 𝒇(𝒙𝟎 ) + | 𝒐𝒖 𝒇(𝒙) − 𝒇(𝒙𝟎 ) = |
𝒅𝒙 𝒙=𝒙𝟎 𝟏! 𝒅𝒙 𝒙=𝒙𝟎 𝟏!
𝒅𝒔𝒆𝒏𝒙𝟏 (𝒕)
𝒔𝒆𝒏𝒙𝟏 (𝒕) − 𝒔𝒆𝒏𝟎 = | (𝜹𝒙𝟏 (𝒕) − 𝟎) ⇒ 𝒔𝒆𝒏𝒙𝟏 (𝒕)
𝒅𝒙 𝒙 𝟏 =𝟎
𝟏 𝑴𝒈𝑳
𝜹𝒙̇𝟐 (𝒕) = 𝑻(𝒕) − 𝜹𝒙𝟏 (𝒕)
𝑰 𝟐𝑰
Na forma matricial:
90
,
𝟎 𝟏 𝟎
𝒙̇ (𝒕) = [ 𝑴𝒈𝑳 ] . 𝒙(𝒕) + [𝟏] . 𝒖(𝒕)
− 𝟎
𝟐𝑰 𝑰
Onde:
Para a equação de saída, como desejamos saber o valor da posição angular, teremos:
Ou simplesmente:
𝒀(𝒔) 𝟓
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐
Solução: Aplicando o processo inverso, ou seja, voltando para a equação diferencial que
originou a função de transferência, poderemos incluir a condição inicial dada.
91
,
𝒀(𝒔) 𝟓
= ⇒ 𝒀(𝒔)[𝒔 + 𝟐] = 𝟓𝑼(𝒔) ⇒ 𝒔𝒀(𝒔) + 𝟐𝒀(𝒔)
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐
𝓛−𝟏 𝒅𝒚(𝒕)
= 𝟓𝑼(𝒔) ⇒ + 𝟐𝒚(𝒕) = 𝟓𝒖(𝒕)
𝒅𝒕
Como temos uma derivada de primeira ordem na equação, teremos apenas um único
estado x(t)=y(t):
𝒚(𝒕) = 𝒙(𝒕)
Teremos:
Como se deseja uma relação entre a saída Y(s) e a entrada U(s), devemos isolar X(s) na
primeira equação e substituir na segunda equação. Lembrando que se tratam de
matrizes e vetores, temos:
92
,
𝒔𝑿(𝒔) − 𝑨. 𝑿(𝒔) = 𝑩. 𝑼(𝒔) ⇒ (𝒔𝑰 − 𝑨). 𝑿(𝒔) = 𝑩. 𝑼(𝒔)
𝒀(𝒔) = 𝑪. (𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 . 𝑩. 𝑼(𝒔) + 𝑫. 𝑼(𝒔) = [𝑪. (𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 . 𝑩 + 𝑫]. 𝑼(𝒔)
𝒀(𝒔)
𝑮(𝒔) = = 𝑪. (𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 . 𝑩 + 𝑫
𝑼(𝒔)
𝟎 𝟏 𝟎
𝒙̇ (𝒕) = [ ] . 𝒙(𝒕) + [ ] . 𝒖(𝒕)
−𝟓 𝟎 𝟎, 𝟓
𝟏 −𝟏
(𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 = [ 𝒔 ]
𝟓 𝒔
Cálculo da inversa de matriz: quando a matriz é 2x2, o cálculo da inversa pode ser feito
pela seguinte regra: “inverte-se a posição dos elementos da diagonal principal da matriz,
trocam-se os sinais dos elementos da diagonal secundária e todos os elementos são
divididos pelo determinante da matriz”.
𝒔 𝟏
𝑴=[ ]
𝟓 𝒔
93
,
𝒔 𝟏
𝒅𝒆𝒕𝑴 = | | = 𝒔. 𝒔 − 𝟏. 𝟓 = 𝒔𝟐 − 𝟓
𝟓 𝒔
𝒔 −𝟏
𝒔 −𝟏 𝟏 𝟐 𝒔𝟐
𝑴−𝟏 = [ ]. = [𝒔 − 𝟓 − 𝟓]
−𝟓 𝒔 𝒅𝒆𝒕𝑴 −𝟓 𝒔
𝟐
𝒔 −𝟓 𝒔𝟐 − 𝟓
𝒔 −𝟏
𝑪. (𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 = [𝟏 𝒔𝟐−𝟓 𝒔𝟐 − 𝟓] = [ 𝒔 −𝟏
𝟎] [ ]
−𝟓 𝒔 𝒔𝟐 − 𝟓 𝒔𝟐−𝟓
𝒔𝟐 − 𝟓 𝒔𝟐 − 𝟓
Multiplicando por B:
𝒔 −𝟏 𝟎 −𝟏 −𝟎, 𝟓
𝑪. (𝒔𝑰 − 𝑨)−𝟏 . 𝑩 = [ ].[ ] = 𝟎, 𝟓. 𝟐 = 𝟐
𝒔𝟐 −𝟓 𝒔𝟐 −𝟓 𝟎, 𝟓 𝒔 −𝟓 𝒔 −𝟓
94
,
histerese e outros), além de permitirem a implementação de métodos numéricos de
simulação conforme já demonstrado anteriormente.
Para todos os blocos, existem setas que indicam a entrada do bloco (as que apontam
para o bloco) e setas que se referem à saída do bloco (as que apontam para fora do
bloco). Essas setas representam, então, sinais de entrada e sinais de saída,
respectivamente.
Blocos básicos:
𝑼(𝒔) 𝒀(𝒔)
𝑮(𝒔)
Fonte: autor.
2) Bloco Somador
Neste bloco, os sinais de entrada podem ser somados ou subtraídos, depende do sinal
indicado, conforme exemplificado a seguir.
Pode ser aplicado para elementos variando no tempo ou na frequência complexa dada
pela variável “s”.
95
,
Exemplos: a) bloco somador de três sinais de entrada que variam no tempo, x1(t), x2(t)
e x3(t) e uma saída y(t). A saída será igual à soma das entradas e dada por:
𝒙𝟏 (𝒕)
𝒙𝟐 (𝒕) + 𝒚(𝒕)
+
+
𝒙𝟑 (𝒕)
Fonte: autor.
b) Bloco detector de erro: fornece a diferença de dois sinais de entrada. Pode ser no
tempo ou em “s”.
𝒙𝟏 (𝒕) 𝒚(𝒕)
+_
𝒙𝟐 (𝒕)
Fonte: autor.
𝑹(𝒔) 𝑬(𝒔)
+_
𝑩(𝒔)
96
,
Fonte: autor.
Figura 3.11 – Bloco da diferença de dois sinais na variável “s”, para um sistema
realimentado.
Neste caso, podemos utilizar a notação da área de controle e a notação de sistema
realimentado:
3) Bloco de Ganho
Pode ser definido no tempo ou em “s”.
Quando definido em “s” pode ser interpretado como uma função de transferência, e a
relação é dada por:
𝒀(𝒔) = 𝑲. 𝑼(𝒔)
𝑼(𝒔) 𝒀(𝒔)
𝑲
Fonte: autor.
4) Bloco Integrador
Pode ser definido no tempo ou na variável “s” e utiliza o símbolo de um triângulo ou
quadrado.
97
,
A figura 3.13 apresenta o bloco integrador no tempo e a figura 3.14 apresenta o bloco
na variável “s”.
Fonte: autor.
𝟏
𝒀(𝒔) = . 𝑼(𝒔)
𝒔
Fonte: autor.
5) Bloco Diferenciador
Este bloco é somente definido no tempo e é dado pela seguinte relação:
𝒅𝒖(𝒕)
𝒚(𝒕) =
𝒅𝒕
98
,
Fonte: autor.
6) Bloco multiplicador
Este bloco faz multiplicação de sinais no tempo, isto é:
𝒙𝟏 (𝒕) 𝒚(𝒕)
𝒙𝟐 (𝒕)
Fonte: autor
Estas operações ocorrem quando os blocos são associados em série (cascata), paralelo
ou em outra situação de combinação de blocos ou sinais de entrada ou saída de blocos.
Fonte: autor;
Figura 3.17 – Ponto de distribuição de um mesmo sinal.
99
,
Os blocos estão descritos por funções de transferência ou, em alguns casos, também no
tempo.
Por exemplo, blocos em cascata ou série podem ser simplificados por uma única função
de transferência dada pelo produto das funções, conforme ilustrado na figura 3.18.
Os blocos em cascata ou série podem ser simplificados por uma única função de
transferência, pois:
Como verificado, a saída Y(s) é o produto das duas funções de transferência pela entrada
U(s), ou seja, simplificamos dois blocos por um único bloco. Desta forma:
Equivalem a:
Fonte: autor.
A análise sempre é feita utilizando a relação dada entre a entrada e saída dos blocos e
as relações entre os sinais.
A figura 3.19, dada a seguir, ilustra algumas operações com diagramas de blocos.
100
,
A seguir são propostos alguns exemplos destas operações com valores numéricos de
funções de transferência ou sinais.
𝑼(𝒔) 𝒀(𝒔)
Blocos em cascata 𝑼(𝒔) 𝑨(𝒔) 𝒀(𝒔) 𝑮𝟏 (𝒔). 𝑮𝟐 (𝒔)
𝑮𝟏 (𝒔) 𝑮𝟐 (𝒔)
𝑮𝟏 (𝒔)
𝑼(𝒔) 𝑼(𝒔) 𝒀(𝒔)
Blocos em paralelo + 𝒀(𝒔) 𝑮𝟏 (𝒔)
+
+ 𝑮𝟐 (𝒔)
𝑮𝟐 (𝒔)
101
,
Fonte: autor.
Exemplos:
a)
Fonte: autor.
Solução:
Os blocos devem ser somados conforme cálculo dado a seguir.
A saída de cada bloco será o produto da entrada pela função de transferência, conforme
indicado na figura.
𝒀(𝒔) = 𝑼(𝒔). 𝑮𝟏 (𝒔) + 𝑼(𝒔). 𝑮𝟐 (𝒔) ⇒ 𝒀(𝒔) = 𝑼(𝒔). [𝑮𝟏 (𝒔) + 𝑮𝟐 (𝒔)] ⇒
102
,
𝒀(𝒔)
⇒ 𝑮(𝒔) = = 𝑮𝟏 (𝒔) + 𝑮𝟐 (𝒔)
𝑼(𝒔)
Portanto:
Finalmente:
𝟎, 𝟗𝒔 + 𝟐
𝑮(𝒔) =
𝟎, 𝟐𝒔𝟐 + 𝟎, 𝟗𝒔 + 𝟏
Obs.: podemos dar a resposta sem números decimais. Às vezes, alguns exercícios com
várias alternativas utilizam desse recurso.
𝟎, 𝟗𝒔 + 𝟐 𝟏𝟎 𝟗𝒔 + 𝟐𝟎
𝑮(𝒔) = 𝟐
. = 𝟐
𝟎, 𝟐𝒔 + 𝟎, 𝟗𝒔 + 𝟏 𝟏𝟎 𝟐𝒔 + 𝟗𝒔 + 𝟏𝟎
b)
Fonte: autor.
103
,
𝟏𝟎 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
𝑮𝟏 (𝒔) = 𝟓 + =
𝒔 𝒔
Fonte: autor.
Como foi demonstrado, quando estes blocos estão em série, resulta em um único bloco,
que é o produto, ou seja:
𝟓𝒔 + 𝟏𝟎 𝟏 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
𝑮𝟐 (𝒔) = . =
𝒔 𝒔 𝒔𝟐
Fonte: autor.
104
,
𝟓𝒔 + 𝟏𝟎 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
𝒀(𝒔) 𝑮𝟐 (𝒔) 𝒔𝟐 𝟐
𝑮(𝒔) = = = = 𝟐 𝒔
𝑼(𝒔) 𝟏 + 𝑮𝟐 (𝒔)𝑯(𝒔) 𝟏 + 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎 . 𝟏 𝒔 + 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
𝒔𝟐
𝒔𝟐
𝒀(𝒔) 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎
Sistema simplificado fica com uma única função de transferência dada por:
Fonte: autor.
𝑼(𝒔) 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎 𝒀(𝒔)
𝟐
𝒔 + 𝟓𝒔 + 𝟏𝟎 105
,
Solução: como foi citado anteriormente, devemos criar duas variáveis de estado, já que
a equação diferencial é de segunda ordem.
Assim, se 𝒙𝟏 (𝒕) = 𝒚(𝒕) 𝒆 𝒙𝟐 (𝒕) = 𝒚̇ (𝒕) e utilizando a equação diferencial dada para
determinar a derivada da variável de estado x2(t), vemos que:
𝒙 ̇ (𝒕) = 𝒙𝟐 (𝒕)
{ 𝟏
𝒙𝟐̇ (𝒕) = 𝟏𝟎𝒖(𝒕) − 𝟐𝒙𝟐 (𝒕) − 𝟓𝒙𝟏 (𝒕)
𝟎 𝟏 𝟎
𝒙(𝒕) = [ ] 𝒙(𝒕) + [ ] 𝒖(𝒕)
−𝟓 −𝟐 𝟏𝟎
Fazendo uma representação não matricial com a utilização dos integradores, determina-
se o diagrama de blocos da figura 3.24.
Fonte: autor.
Observação:
1) Note que estamos trabalhando com uma notação diferente para a derivada. Esta
representação é encontrada nas referências bibliográficas.
4) Note que o sistema poderia ser dado em função da função de transferência (veja
a seguir), e como visto, voltaríamos para a equação diferencial e geraríamos as
equações de estado:
𝒀(𝒔) 𝟏𝟎
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝒔 + 𝟓
Solução: neste caso, devemos fazer um artifício para chegarmos em uma representação
pelo espaço de estados, pois a entrada está sendo derivada.
Para resolver esta situação utiliza-se uma variável intermediaria v(t).
Afim de entender melhor a ideia desta variável, vamos obter a função de transferência
(calcule!):
𝒀(𝒔) 𝟑𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟕
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝒔 + 𝟓
𝑽(𝒔) 𝟏 𝒀(𝒔)
= 𝟐 𝒆 = 𝟑𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟕
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝒔 + 𝟓 𝑽(𝒔)
𝒗̈ (𝒕) + 𝟐𝒗̇ (𝒕) + 𝟓𝒗(𝒕) = 𝒖(𝒕) 𝒆 𝒚(𝒕) = 𝟑𝒗̈ (𝒕) + 𝟒𝒗̇ (𝒕) + 𝟕𝒗(𝒕)
107
,
Adotando os estados a partir da primeira equação, com 𝒙𝟏 (𝒕) = 𝒗(𝒕) 𝒆 𝒙𝟐 (𝒕) = 𝒗̇ (𝒕),
ficaremos com o seguinte sistema:
𝒙 ̇ (𝒕) = 𝒙𝟐 (𝒕)
{ 𝟏
𝒙𝟐̇ (𝒕) = 𝒖(𝒕) − 𝟐𝒙𝟐 (𝒕) − 𝟓𝒙𝟏 (𝒕)
Fonte: autor.
Conclusão
108
,
Vimos todas as representações de sistemas dinâmicos utilizados na área de controle,
mais especificamente na área de desenvolvimento de modelos matemáticos e sua
simulação.
109
,
110
,
parafusos com rosca sem fim, cremalheira-pinhão, biela-manivela e outros dispositivos
mecânicos quaisquer).
Como já foi mencionado, estes efeitos são não-lineares, mas é possível a linearização do
modelo dentro de uma faixa razoável destes sistemas, obtendo um modelo matemático
que representa adequadamente as variáveis de interesse do sistema, em geral, posição,
velocidade, aceleração e forças, com a seguinte notação:
111
,
Modelagem de Sistemas de Translação
Como já foi apresentado, temos vários tipos de força que podem ser modeladas.
Aqui trabalharemos além de uma força externa aplicada a um corpo (como a força
motriz de um carro), com a força de atrito viscoso, quando o corpo está em movimento
e que será proporcional à velocidade.
Além do atrito, temos a força de resistência do ar, que faz oposição ao movimento, como
a força de atrito viscoso, mas não é proporcional à velocidade.
A força de atrito é gerada pelo contato de dois corpos, e como sabemos, está
relacionada com a força normal (oposta à força peso).
Obs.: Existe alguns autores que consideram a força de inércia, 𝑭𝒊 = 𝒎. 𝒂(𝒕), e aplicam,
ao invés da segunda lei de Newton, a Lei de D’Lambert, ou seja, a somatória das forças
é igual a zero.
112
,
Componentes básicos:
Massa: normalmente este elemento está ligado ao “armazenamento” de energia
cinética, afinal ele “armazena” energia devido à velocidade imprimida ao corpo quando
sujeito a uma força externa.
Massa
m
Fonte: autor.
𝑭(𝒕)𝒎𝒐𝒍𝒂 = 𝒌. 𝒙(𝒕)
Fonte: autor.
113
b
,
Fonte: autor.
Método de modelagem
Exemplo 1:
114
,
Fonte: autor.
Figura 4.4 – Sistema massa, mola e amortecedor.
Solução:
Fonte: autor.
= 𝒎. 𝒙̈ (𝒕)
115
,
Substituindo as relações constitutivas:
Finalmente:
Observações:
116
,
𝟏 𝟓
𝟐𝒙̇ 𝟐 (𝒕) + 𝟓 𝒙𝟐 (𝒕) + 𝟐𝒙𝟏 (𝒕) = 𝑭(𝒕) ⇒ 𝒙̇ 𝟐 (𝒕) = 𝑭(𝒕) − 𝒙𝟏 (𝒕) − 𝒙𝟐 (𝒕)
𝟐 𝟐
Na forma matricial:
𝒙̇ 𝟏 (𝒕) 𝟎 𝟏 𝒙 (𝒕) 𝟎
[ ]=[ ][ 𝟏 ] + [ ] 𝑭(𝒕)
𝒙̇ 𝟐 (𝒕) −𝟏 −𝟐, 𝟓 𝒙𝟐 (𝒕) 𝟎, 𝟓
𝒙𝟏 (𝒕)
𝒚(𝒕) = [𝟏 𝟎] [ ] + [𝟎]𝑭(𝒕)
𝒙𝟐 (𝒕)
Ou
𝟎 𝟏 𝟎
𝒙̇ (𝒕) = [ ] 𝒙(𝒕) + [ ] 𝑭(𝒕)
−𝟏 −𝟐, 𝟓 𝟎, 𝟓
Fonte: autor.
Simulação no Matlab
O diagrama de blocos pode ser colocado no Matlab, além de simulada uma resposta de
uma entrada degrau, por exemplo, a partir da introdução dos blocos: “step” e “scope”.
117
,
Entenda que simular, neste caso, significa obter valores numéricos da saída, quando se
aplica uma determinada entrada.
Aqui foi escolhida uma entrada do tipo degrau unitário, assim, teremos o seguinte
diagrama de blocos:
Fonte: autor.
Para elaborar o diagrama de blocos do simulink apresentado na figura 4.7, você deve
acionar o ícone do Matlab.
Entrará na tela principal e com o mouse você deve clicar no ícone do simulink indicado
na figura 4.8.
Clique no
ícone𝒀(𝒔)
Fonte: autor.
Figura 4.8 – Tela do Matlab principal com o ícone do simulink.
118
,
Fonte: autor.
Figura 4.9 – Tela do simulink com o ícone que cria um modelo em diagrama de
blocos.
Ao clicar no Blank Model, abrirá a tela de trabalho untitled, demonstrado na figura 4.10,
onde você deve criar o seu modelo. Em seguida, clicar no ícone Library Browser.
Clique no ícone
Fonte: autor.
119
,
Abrirá a tela da Simulink Library Browser (biblioteca de blocos). Coloque em paralelo
para transferir blocos da biblioteca para a sua área de trabalho untitled, conforme
indicado abaixo:
Fonte: autor.
120
,
Fonte: autor.
Além do bloco integrador, você deverá pegar os seguintes blocos nas respectivas
bibliotecas e arrastá-los para a sua área de trabalho:
121
,
Fonte: autor.
Figura 4.13 – Tela da área de trabalho com os elementos básicos dos blocos.
Se observarmos a figura 4.6, serão necessários dois blocos integradores e três blocos de
ganho. Não é necessário arrastar todos estes blocos, basta apenas um, como
apresentado na figura 4.13.
Na própria área de trabalho você irá duplicá-los clicando, por exemplo, no integrador
com o botão direito do mouse no bloco e arrastando o mouse para fora da figura do
bloco. Assim, você terá todos os blocos na tela de trabalho e uma vez posicionados
corretamente, você deverá conectá-los, mas antes, devemos alterar o bloco Add para
três entradas e no formato circular. Para tanto, clique com o botão da esquerda do
mouse duas vezes, abrirá a janela do bloco, conforme indicado na figura acima.
Clique no botão do Icon shape e altere o formato do bloco para round, depois disso, vá
em List of signs e altere os símbolos “+ +” para “||+ - -“. Dê ok e observe o resultado.
122
,
Fonte: autor.
Ainda é necessário inverter dois blocos de ganho. Para isso, devemos clicar uma vez no
bloco de ganho com o botão da direita, assim a janela de operações abrirá com o bloco.
Fonte: autor.
Figura 4.15 – Tela da área de trabalho com comando para inverter bloco de ganho.
123
,
Pronto, agora podemos posicionar os blocos e ligá-los com setas, selecionando as pontas
dos blocos de saída para os blocos de chegada.
Fonte: autor.
Uma vez executadas as ligações dos blocos, devemos ajustar o valor dos ganhos clicando
com o botão da esquerda duas vezes nos blocos de ganho, para abrir a tela de Block
Parameters. Como demonstrado na figura abaixo, selecionamos o bloco de ganho da
entrada que deve valer 0,5.
No Matlab os decimais devem ser escritos com ponto (o programa Matlab é americano),
conforme indicado na figura, utilize o valor 0.5, depois é só dar ok.
Fonte: autor.
124
,
Figura 4.17 – Janela para ajuste do valor de ganho aberta sobre a tela de trabalho.
O bloco de Step também deve ser configurado clicando duas vezes com o botão
esquerdo do mouse e a janela de Block Parameters: Step abrirá.
Fonte: autor.
Figura 4.18 – Área de trabalho com a janela de Block Parameters: Step aberta para
ajuste do tempo inicial de simulação.
Para ver o gráfico da resposta ao degrau, você deve clicar duas vezes com o botão
esquerdo do mouse no ícone do Scope.
125
,
Não esqueça de
salvar o seu modelo. Tempo de parada
da simulação.
Fonte: autor.
Figura 4.19 – Área de trabalho com os blocos conectados e pronto para iniciar a
simulação.
126
,
Fonte: autor.
Esta simulação poderia ter sido feita na tela de comandos do Matlab ou no Octave,
através da simulação da função de transferência. Os comandos são obtidos a partir da
função de transferência do sistema:
𝓛[𝟐𝒙̈ (𝒕) + 𝟓𝒙̇ (𝒕) + 𝟐𝒙(𝒕)] = 𝓛[𝑭(𝒕)] ⇒ 𝟐𝒔𝟐 𝑿(𝒔) + 𝟓𝑿(𝒔) + 𝟐𝑿(𝒔) = 𝑭(𝒔)
𝑿(𝒔) 𝟏
[𝟐𝒔𝟐 + 𝟓 + 𝟐]𝑿(𝒔) = 𝑭(𝒔) ⇒ 𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑭(𝒔) 𝟐𝒔 + 𝟓 + 𝟐
127
,
Comandos no Octave (ou Matlab). Para entrar no Octave o site é: <octave-online.net>
e os comandos são:
Fonte: autor.
Figura 4.21 – Tela do programa Octave com a função de transferência a ser simulada.
step(g)
128
,
Fonte: autor.
O programa Matlab pode ser utilizado na versão teste (por 30 dias habilitada) através
do cadastro no site: <https://www.mathworks.com/products/matlab-online.html>.
Além deste programa e do Octave, podemos trabalhar com o Scilab (versão gratuita que
pode ser instalada no computador).
129
,
Fonte: autor.
Solução: Não se trata de uma entrada de força aplicada sobre a massa, mas de um
deslocamento devido á variações verticais que ocorrem no solo. Assim, podemos em
uma primeira aproximação, desenvolver o seguinte modelo, desprezando efeitos de
amortecimento e oscilação devido ao pneu que a variação vertical seja uma entrada
aplicada no ponto P, indicado na figura 4.24:
Massa de ¼ do
veículo
x0(t)
k b
P
x1(t)
Fonte: autor.
130
,
Elaborando o DCL do corpo de massa m:
Massa de ¼ do
veículo
x0(t)
Fonte: autor.
𝒎𝒙̈ 𝟎 (𝒕) + 𝒃𝒙̇ 𝟎 (𝒕) + 𝒌𝒙𝟎 (𝒕) = 𝒃𝒙̇ 𝟏 (𝒕) + 𝒌𝒙𝟏 (𝒕)
131
,
Substituindo os valores numéricos:
𝟑𝟎𝟎𝒙̈ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟕𝟎𝟎𝒙̇ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝟎𝟎𝒙𝟎 (𝒕) = 𝟐𝟕𝟎𝟎𝒙̇ 𝟏 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝟎𝟎𝒙𝟏 (𝒕)
𝟑𝒙̈ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟕𝒙̇ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝒙𝟎 (𝒕) = 𝟐𝟕𝒙̇ 𝟏 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝒙𝟏 (𝒕)
Solução analítica:
𝓛[𝟑𝒙̈ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟕𝒙̇ 𝟎 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝒙𝟎 (𝒕)] = 𝓛[𝟐𝟕𝒙̇ 𝟏 (𝒕) + 𝟐𝟑𝟎𝒙𝟏 (𝒕)]
𝟑𝒔𝟐 𝑿𝟎 (𝒔) + 𝟐𝟕𝒔𝑿𝟎 (𝒔) + 𝟐𝟑𝟎𝑿𝟎 (𝒔) = 𝟐𝟕𝒔𝑿𝟏 (𝒔) + 𝟐𝟑𝟎𝑿𝟏 (𝒔)
Dado que X1(s) é um degrau unitário implica que: 𝒙𝟏 (𝒕) = 𝟏(𝒕) ⇒ 𝓛[𝒙𝟏 (𝒕)] = 𝑿𝟏 (𝒔) =
𝟏/𝒔
Logo:
132
,
𝟏
𝑿𝟎 (𝒔)[𝟑𝒔𝟐 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎] = [𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎] ⇒ 𝑿𝟎 (𝒔)[𝟑𝒔𝟐 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎]
𝒔
𝟐𝟑𝟎 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
= 𝟐𝟕 + =
𝒔 𝒔
𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
𝑿𝟎 (𝒔) =
𝒔(𝟑𝒔𝟐+ 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎)
𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑
𝑿𝟎 (𝒔) = + 𝟐
𝒔 𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
+ 𝟐 = 𝟐
𝒔 𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎 𝒔(𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎)
133
,
𝟑𝒔𝟐 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎 + 𝒔(𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑 ) 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
𝟐
= 𝟐
𝒔(𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎) 𝒔(𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎)
Para que a igualdade se verifique o numerador do primeiro membro deve ser igual ao
do segundo membro da igualdade. Assim, por comparação, temos que:
𝟐𝟕 + 𝒓𝟑 = 𝟐𝟕 ⇒ 𝒓𝟑 = 𝟎
{
𝟑 + 𝒓𝟐 = 𝟎 ⇒ 𝒓𝟐 = −𝟑
𝟏 −𝟑𝒔 𝟏 𝟑𝒔
𝑿𝟎 (𝒔) = + 𝟐 = − 𝟐
𝒔 𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎 𝒔 𝟑𝒔 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎
𝟏 𝓛 𝒔
− 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 − ∅] ⇔
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
√𝟏 − 𝝃𝟐
∅ = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 (𝟎 < 𝝃 < 𝟏; 𝟎 < ∅ < 𝝅⁄𝟐)
𝝃
Note que o termo em s2 do par da tabela, deve ser multiplicado por 1, portanto,
devemos colocar em evidência o número 3 que multiplica este termo:
𝟑𝒔 𝟑𝒔 𝒔
= = 𝟐
𝟑𝒔𝟐 + 𝟐𝟕𝒔 + 𝟐𝟑𝟎 𝟑(𝒔𝟐 + 𝟐𝟕 𝟐𝟑𝟎
𝒔+ ) 𝒔 + 𝟗𝒔 + 𝟕𝟔, 𝟔𝟕
𝟑 𝟑
Cálculo de 𝝎𝒏 e 𝝃:
Logo, por comparação dos termos do denominador do valor numérico dado acima com:
134
,
𝝎𝒏 𝟐
𝒔(𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 )
Vemos que:
Ainda:
𝟗 𝟗
𝟐𝛏𝛚𝐧 = 𝟗 ⇒ 𝛏 = = = 𝟎, 𝟓𝟏𝟒
𝟐𝛚𝐧 𝟐. 𝟖, 𝟕𝟓𝟔
𝟏
− 𝐞−𝛏𝛚𝐧 𝐭 𝐬𝐞𝐧 [(𝛚𝐧 √𝟏 − 𝛏𝟐 ) 𝐭 − ∅] ⇒
√𝟏 − 𝛏𝟐
𝟏 √𝟏 − 𝟎, 𝟓𝟏𝟒𝟐
⇒− 𝐞−𝟎,𝟓𝟏𝟒.𝟖,𝟕𝟓𝟔𝐭 𝐬𝐞𝐧 [(𝟖, 𝟕𝟓𝟔√𝟏 − 𝟎, 𝟓𝟏𝟒𝟐 ) 𝐭 − 𝐚𝐫𝐜 𝐭𝐠 ]⇒
√𝟏 − 𝟎, 𝟓𝟏𝟒𝟐 𝟎, 𝟓𝟏𝟒
O gráfico desta resposta pode ser determinado no Octave através dos comandos:
t=0:0.001:2;
x0=ones(size(t))+1.166.*exp(-4.5*t).*sin(7.5*t-1.03);
plot(t,x0)
grid
title('Gráfico da resposta ao degrau unitário no deslocamento da via')
ylabel('deslocamento do corpo (m)')
xlabel('tempo(s)')
135
,
Com esses comandos obtemos o gráfico dado a seguir na figura 4.26.
Fonte: autor.
Figura 4.26 – Gráfico da resposta à entrada degrau unitário para o modelo
simplificado de suspensão.
Fonte: autor.
137
,
Suponha que não existe atritos entre os corpos e o piso. Dados das massas
e coeficientes: m1=m2=1kg; k1=1N/m e k2=2N/m, b=3sN/m.
Fonte: autor.
Massa m1:
Massa m2:
Fonte: autor.
138
,
Figura 4.28 – DCL dos dois corpos do sistema massa-mola-amortecedor.
𝒅𝟐 𝒙𝟏 (𝒕)
𝑭(𝒕) − 𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂 (𝒕) − 𝑭𝒂𝒎𝒐𝒓𝒕 (𝒕) = 𝒎𝟏
𝒅𝒕𝟐
𝒅𝟐 𝒙𝟐 (𝒕)
−𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂𝟐 (𝒕) + 𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂𝟏 (𝒕) + 𝑭𝒂𝒎𝒐𝒓𝒕 (𝒕) = 𝒎𝟐
𝒅𝒕𝟐
139
,
Como se verifica, temos duas equações a duas incógnitas. Para determinar as funções
de transferência devemos aplicar a transformada de Laplace nas duas equações e isolar
um dos deslocamentos e depois substituir na outra equação.
Simplificando a equação:
Logo:
𝒔𝟐 + 𝟑𝒔 + 𝟑
𝑿𝟏 (𝒔) = 𝑿𝟐 (𝒔)
𝟑𝒔 + 𝟏
𝒔𝟐 + 𝟑𝒔 + 𝟑 [𝟑𝒔 + 𝟏]𝟐
[𝒔𝟐 + 𝟑𝒔 + 𝟏] 𝑿𝟐 (𝒔) − 𝑿 (𝒔) = 𝑭(𝒔)
𝟑𝒔 + 𝟏 𝟑𝒔 + 𝟏 𝟐
𝑿𝟐 (𝒔) 𝟑𝒔 + 𝟏
𝑮𝟐 (𝒔) = = 𝟒
𝑭(𝒔) 𝒔 + 𝟔𝒔𝟑 + 𝟒𝒔𝟐 + 𝟔𝒔 + 𝟐
Para a relação entre o deslocamento do corpo 1 e a força, basta substituir 𝑿𝟐 (𝒔) por:
𝒔𝟐 + 𝟑𝒔 + 𝟑 𝟑𝒔 + 𝟏
𝑿𝟏 (𝒔) = 𝑿𝟐 (𝒔) ⇒ 𝑿𝟐 (𝒔) = 𝟐 𝑿 (𝒔)
𝟑𝒔 + 𝟏 𝒔 + 𝟑𝒔 + 𝟑 𝟏
Indo em (5):
𝑿𝟏 (𝒔) 𝒔𝟐 + 𝟑𝒔 + 𝟑
𝑮𝟏 (𝒔) = = 𝟒
𝑭(𝒔) 𝒔 + 𝟔𝒔𝟑 + 𝟒𝒔𝟐 + 𝟔𝒔 + 𝟐
A Inércia é uma propriedade da massa que fornece a informação de como a massa está
distribuída no espaço. É também chamada de Momento de Inércia de um corpo em
relação a um eixo e é dado por:
𝒂
𝑱 = ∫ 𝒓𝟐 . 𝒅𝒎
𝑽
141
,
Exemplos
Fonte: autor.
Figura 4.30 – Cilindro de massa m girando em torno de um eixo x.
𝑹 𝑹
𝟑
𝑹𝟒
𝟑
𝑱 = ∫ 𝟐𝝅𝒓 𝑳𝝆𝒅𝒓 ⇒ 𝑱 = 𝟐𝝅𝑳𝝆 ∫ 𝒓 𝒅𝒓 = 𝝅𝑳𝝆
𝟎 𝟎 𝟐
Como:
𝑽 = 𝝅𝑹𝟐 𝑳
{
𝑴 = 𝝅𝑹𝟐 𝑳𝝆
Daí:
𝑹𝟐
𝑱=𝑴
𝟐
O Torque (τ), cuja unidade é [N.m], faz o papel da força dos sistemas translacionais. Note
na figura 4.30 que o torque é gerado por uma força F e está aplicado ao eixo, gerando o
movimento de rotação, e, portanto, variando a posição, a velocidade e a aceleração
angular. Ele pode ser calculado por:
142
,
𝝉(𝒕) = 𝑭(𝒕). 𝑳
Fonte: autor.
A partir daí, podemos definir um componente genérico de rotação sob a ação deste
torque, que sofrerá variações angulares conforme apresentado na figura 4.31, dada a
seguir. Teremos as seguintes relações para as variáveis deste componente genérico:
𝜽𝟐𝟏 = 𝜽𝟐 − 𝜽𝟏
143
,
Fonte: autor.
Nos sistemas de rotação teremos os seguintes componentes: inércia que foi descrita
acima, a mola torcional e o amortecedor rotacional. A seguir, são apresentadas as
formulações sobre cada um destes componentes dos sistemas mecânicos rotacionais.
Mola Torcional
𝒕
𝝉 = 𝒌𝜽𝟐𝟏 (𝒕) = 𝒌 ∫ 𝝎𝟐𝟏 (𝒕)𝒅𝒕
𝟎
𝒕
𝑬𝑷 = 𝒌 ∫ 𝝎𝟐𝟏 𝒅𝒕
𝟎
Fonte: autor.
144
,
Figura 4.33 – Mola torcional com a relação de deslocamentos angulares de entrada
e saída.
Amortecedor Rotacional
Fonte: autor.
Figura 4.34 – Amortecedor torcional com a relação de velocidades angulares de
entrada e saída.
Vale:
𝝉 = 𝑩𝝎𝟐𝟏 = 𝑩𝜽̇𝟐𝟏
Uma vez definidos os elementos, podemos aplicar a segunda lei de Newton para o
movimento de rotação:
145
,
Existe o torque acionador devido ao motor, 𝝉𝒂 (𝒕), sendo exercido em J1 e um torque
de carga exercido em J2. Determine:
a) o comportamento das posições angulares 𝜽𝟏 (𝒕) e 𝜽𝟐 (𝒕) em função do torque
acionador.
𝜽𝟐 (𝒔)
b) A função de transferência dada por: 𝑮(𝒔) = supondo que 𝝉𝑪 (𝒕) = 𝟎
𝚻𝑩 (𝒔)
Fonte: autor.
Solução:
a) Como desenvolvido nos sistemas de translação, vamos realizar o Diagrama de Corpo
Livre dos corpos (rotor e propulsor) e do eixo com efeito de mola torcional, conforme
apresentado na figura 3.35.
Fonte: autor.
Figura 4.37 – DCL dos corpos motor e propulsor, incluindo o eixo com efeito torcional
de mola.
Relações Constitutivas:
146
,
No amortecedor: 𝝉𝑩 (𝒕) = 𝑩[𝝎𝟏 (𝒕) − 𝝎𝑩 (𝒕)] = 𝑩[𝜽̇𝟏 (𝒕) − 𝜽̇𝑩 (𝒕)]
O primeiro valor da diferença dos ângulos (ou velocidade) nas relações é feita em função
do sentido onde o torque atuador foi aplicado.
Corpo 2: 𝝉𝒌 (𝒕) − 𝝉𝑪 (𝒕) = 𝑱𝟐 𝜶𝟐 (𝒕) = 𝑱𝟐 𝜽̈𝟐 (𝒕) ⇒ 𝑱𝟐 𝜽̈𝟐 − 𝒌[𝜽𝑩 (𝒕) − 𝜽𝟐 (𝒕)] = 𝝉𝑪 (𝒕)
Eixo: 𝝉𝑩 (𝒕) − 𝝉𝒌 (𝒕) = 𝟎 ⇒ 𝑩[𝜽̇𝟏 (𝒕) − 𝜽̇𝑩 (𝒕)] − 𝒌[𝜽𝑩 (𝒕) − 𝜽𝟐 (𝒕)] = 𝟎
Note que neste equacionamento existem duas entradas: o torque do motor e o torque
de carga do propulsor. Com estes valores definidos, as constantes definidas e
verificando que temos três incógnitas para três equações, é possível determinar o
comportamento dos deslocamentos angulares solicitados em função das entradas.
Corpo 2: 𝓛[𝑱𝟐 𝜽̈𝟐 − 𝒌𝜽𝑩 (𝒕) + 𝒌𝜽𝟐 (𝒕)] = 𝟎 ⇒ 𝑱𝟐 𝒔𝟐 𝜽𝟐 (𝒔) + 𝒌𝜽𝟐 (𝒔) − 𝒌𝜽𝑩 (𝒔) = 𝟎
147
,
Eixo: 𝓛[𝑩𝜽̇𝟏 (𝒕) − 𝑩𝜽̇𝑩 (𝒕) − 𝒌𝜽𝑩 (𝒕) + 𝒌𝜽𝟐 (𝒕)] = 𝟎 ⇒ 𝑩𝒔𝜽𝟏 (𝒔) − 𝑩𝒔𝜽𝑩 (𝒔) +
𝒌𝜽𝟐 (𝒔) − 𝒌𝜽𝑩 (𝒔) = 𝟎
𝑱𝟐 𝟐
𝜽𝑩 (𝒔) = [ 𝒔 + 𝟏] 𝜽𝟐 (𝒔)
𝒌
𝑱𝟐 𝟐
𝑱𝟏 𝒔𝟐 𝜽𝟏 (𝒔) + 𝑩𝒔𝜽𝟏 (𝒔) − 𝑩𝒔 [ 𝒔 + 𝟏] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝚻𝑩 (𝒔) ⇒
𝒌
𝑱𝟐 𝟑
⇒ [𝑱𝟏 𝒔𝟐 + 𝑩𝒔]𝜽𝟏 (𝒔) − [𝑩 𝒔 + 𝑩𝒔] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝚻𝑩 (𝒔) (1)
𝒌
𝑱𝟐 𝟐
𝑩𝒔𝜽𝟏 (𝒔) + 𝒌𝜽𝟐 (𝒔) − [𝑩𝒔 + 𝒌] [ 𝒔 + 𝟏] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝟎 ⇒
𝒌
𝑱𝟐 𝟑
⇒ 𝑩𝒔𝜽𝟏 (𝒔) − [𝑩 𝒔 + 𝑱𝟐 𝒔𝟐 + 𝑩𝒔] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝟎 ⇒ (2)
𝒌
𝑱𝟐 𝟑
𝑩 𝒔 + 𝑱𝟐 𝒔𝟐 + 𝑩𝒔 𝑱𝟐 𝑱𝟐
𝜽𝟏 (𝒔) = 𝒌 𝜽𝟐 (𝒔) ⇒ 𝜽𝟏 (𝒔) = [ 𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏] 𝜽𝟐 (𝒔)
𝑩𝒔 𝒌 𝑩
𝑱𝟐 𝟐 𝑱𝟐 𝑱𝟐
[𝑱𝟏 𝒔𝟐 + 𝑩𝒔] [ 𝒔 + 𝒔 + 𝟏] 𝜽𝟐 (𝒔) − [𝑩 𝒔𝟑 + 𝑩𝒔] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝚻𝑩 (𝒔)
𝒌 𝑩 𝒌
Trabalhando cada termo da equação, para isolar 𝜽𝟐 (𝒔) no primeiro membro, vemos
que:
148
,
𝑱𝟐 𝟒 𝑱𝟐 𝑱𝟐 𝑱𝟐
[𝑱𝟏 𝒔 + 𝑱𝟏 𝒔𝟑 + 𝑱𝟏 𝒔𝟐 + 𝑩 𝒔𝟑 + 𝑱𝟐 𝒔𝟐 + 𝑩𝒔 − 𝑩 𝒔𝟑 − 𝑩𝒔] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝚻𝑩 (𝒔)
𝒌 𝑩 𝒌 𝒌
Logo:
𝑱𝟐 𝟒 𝑱𝟐
[𝑱𝟏 𝒔 + 𝑱𝟏 𝒔𝟑 + (𝑱𝟏 + 𝑱𝟐 )𝒔𝟐 ] 𝜽𝟐 (𝒔) = 𝚻𝑩 (𝒔)
𝒌 𝑩
𝜽𝟐 (𝒔) 𝟏
𝑮(𝒔) = =
𝑱 𝑱
𝚻𝑩 (𝒔) [𝑱 𝟐 𝒔𝟒 + 𝑱 𝟐 𝒔𝟑 + (𝑱 + 𝑱 )𝒔𝟐 ]
𝟏 𝒌 𝟏 𝑩 𝟏 𝟐
Observação final: podemos ainda determinar mais duas funções de transferência, a que
relaciona o deslocamento angular do corpo 1 com o torque acionador e a que relaciona
o deslocamento angular 𝜽𝑩 (𝒔) com o torque acionador, chegando em:
𝑱𝟐 𝟐 𝑱𝟐
𝜽𝟏 (𝒔) 𝒔 + 𝒔+𝟏
𝑮𝟏 (𝒔) = = 𝒌 𝑩
𝚻𝑩 (𝒔) 𝑱 𝑱
𝑱𝟏 𝟐 𝒔𝟒 + 𝑱𝟏 𝟐 𝒔𝟑 + (𝑱𝟏 + 𝑱𝟐 )𝒔𝟐
𝒌 𝑩
𝑱𝟐 𝟐
𝜽𝑩 (𝒔) 𝒔 +𝟏
𝑮𝟐 (𝒔) = = 𝒌
𝚻𝑩 (𝒔) 𝑱 𝑱𝟐 𝒔𝟒 + 𝑱 𝑱𝟐 𝒔𝟑 + (𝑱 + 𝑱 )𝒔𝟐
𝟏 𝒌 𝟏 𝑩 𝟏 𝟐
Nos sistemas de nível podemos trabalhar com as leis físicas de balanço de massa e
depois definir alguns elementos básicos, como os que fazem oposição à passagem do
fluxo de água, resistência fluídica e a capacitância fluídica.
149
,
Exemplo 1: Um tanque recebe água de uma tubulação e começa a aumentar o seu nível,
conforme representado na figura 4.36. Determine o comportamento do nível h(t) em
função da vazão de entrada qin(t).
Fonte: autor.
Figura 4.38 – Esquema com um tanque que recebe uma vazão de entrada qin(t).
Solução: fazendo um balanço de massa, observamos que a variação de massa que está
no tanque é a que entra em função da vazão qin(t), ou seja:
𝒅𝑴(𝒕)
= 𝝆𝒊𝒏 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Lembrando que:
𝑴(𝒕) = 𝝆𝑽(𝒕) = 𝝆𝑨. 𝒉(𝒕)
Onde A é a área da seção do tanque que é constante ao longo da altura do tanque, e 𝝆
é a densidade do fluido no tanque (constante). Substituindo o valor da massa na
primeira equação:
𝒅𝝆𝑨. 𝒉(𝒕)
= 𝝆𝒊𝒏 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Podemos cancelar o valor de 𝝆 𝒄𝒐𝒎 𝝆𝒊𝒏 pois são iguais, a área não varia com o tempo
e chegaremos a seguintes equação:
𝒅𝒉(𝒕)
𝑨 = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
150
,
Note que chagamos em uma equação diferencial incompleta de primeira ordem, de fácil
integração, para determinarmos como o nível h(t) se comporta em função da vazão de
entrada, qin(t).
𝒅𝒉(𝒕) 𝟏 𝟏
= 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) ⇒ 𝒅𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)𝒅𝒕
𝒅𝒕 𝑨 𝑨
Integrando:
𝟏 𝟏
∫ 𝒅𝒉(𝒕) = ∫ 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)𝒅𝒕 ⇒ 𝒉(𝒕) = ∫ 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)𝒅𝒕
𝑨 𝑨
𝟏 𝟏
𝒉(𝒕) = ∫ 𝟏𝒅𝒕 = 𝒕 + 𝒄𝒕𝒆
𝟐 𝟐
𝒅𝒉(𝒕) 𝑯(𝒔) 𝟏
𝓛 [𝟐 ] = 𝓛[𝒒𝒊𝒏 (𝒕)] ⇒ 𝟐𝒔𝑯(𝒔) = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔) ⇒ 𝑮(𝒔) = =
𝒅𝒕 𝑸𝒊𝒏 (𝒔) 𝟐𝒔
Esta função de transferência possui apenas um polo em s=0 ou p=0. Assim, quando
temos um polo na origem do plano s, o sistema tem um caráter integrativo.
151
,
Fonte: Autor.
Note que:
𝟏 𝟎, 𝟓 𝟎, 𝟓 𝟏 𝟎, 𝟓
𝑸𝒊𝒏 (𝒔) = ⇒ 𝑯(𝒔) = 𝑸𝒊𝒏 (𝒔) = = 𝟐
𝒔 𝒔 𝒔 𝒔 𝒔
𝒉(𝒕) = 𝟎, 𝟓𝒕
Assim, sistemas que possuem polos na origem com os demais polos com parte real
negativa acabam gerando uma saída que é a integral da entrada.
Fonte: autor.
Solução: fazendo um balanço de massa, observamos que a variação de massa que está
no tanque ocorre devido à diferença entre a vazão de entrada, qin(t) e a vazão de saída,
qout(t), ou seja:
𝒅𝑴(𝒕)
= 𝝆𝒊𝒏 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) − 𝝆𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)
𝒅𝒕
152
,
Onde M(t)[kg] é a massa de fluido no tanque no instante, t, 𝝆𝒊𝒏 [𝒌𝒈/𝒎𝟑 ] é a densidade
do fluido que entra no tanque e que será constante e igual a densidade do fluido no
tanque, 𝝆 [𝒌𝒈/𝒎𝟑 ], 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) [𝒎𝟑 /𝒔] é a vazão volumétrica que entra no tanque e
𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) [𝒎𝟑 /𝒔] é a vazão volumétrica que sai do tanque.
Novamente, a massa que fica no tanque pode ser expressa em função do nível:
Então:
𝒅𝒉(𝒕)
= 𝒒𝒊𝒏 (𝒕) − 𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)
𝒅𝒕
A vazão de saída, como já apresentado, pode ser descrita em função do nível através de
uma relação não-linear, quando o regime de escoamento é turbulento.
Assim:
Esta relação depende das perdas que existem nas tubulações e também de eventuais
perdas concentradas (válvulas, cotovelos etc.).
𝒅𝒉(𝒕)
+ 𝒌√𝒉(𝒕) = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
153
,
Como já foi demonstrado, podemos linearizar esta relação em torno de um ponto de
operação e avaliar o funcionamento do sistema linear para pequenas variações em
torno deste ponto.
Ao final, teremos uma equação diferencial de primeira ordem que é válida para
variações em torno do ponto de operação.
𝒅√𝒉 (𝒉 − 𝒉𝟎 ) 𝟏 𝟏
𝒇(𝒉) = √𝒉 ≈ √𝒉𝟎 + | . = √𝒉𝟎 + (𝒉 − 𝒉𝟎 )
𝒅𝒉 𝒉=𝒉 𝟏! 𝟐 √𝒉𝟎
𝟎
𝟏 𝟏 𝟏 𝒉𝟎
√𝒉(𝒕) ≈ 𝒉(𝒕) + √𝒉𝟎 − = 𝒂𝒉(𝒕) + 𝒃
𝟐 √𝒉𝟎 𝟐 √𝒉𝟎
Onde:
𝟏 𝟏 𝟏 𝒉𝟎
𝒂= 𝒆 𝒃 = √𝒉𝟎 −
𝟐 √𝒉𝟎 𝟐 √𝒉𝟎
𝒅𝒉(𝒕)
+ 𝒌[𝒂𝒉(𝒕) + 𝒃] = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
̂ (𝒕), 𝒒
Quando se estuda uma pequena variação(𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)) em torno do ponto de operação
(𝒉𝟎 , 𝒒𝒊𝒏𝟎 ), os valores de h(t) e qin(t) podem ser calculados fazendo:
̂(𝒕) + 𝒉𝟎 ]
𝒅[𝒉
̂ (𝒕) + 𝒉𝟎 ] + 𝒃} = 𝒒
+ 𝒌{𝒂[𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) + 𝒒𝒊𝒏𝟎 ⇒
𝒅𝒕
̂(𝒕) + 𝒉𝟎 ]
𝒅[𝒉
⇒ ̂ (𝒕) + 𝒌𝒂𝒉𝟎 + 𝒌𝒃 = 𝒒
+ 𝒌𝒂𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) + 𝒒𝒊𝒏𝟎
𝒅𝒕
154
,
Na condição de regime, o termo da derivada da equação será nulo, e como não existem
̂ (𝒕) =
variações, pois temos uma situação de regime, as variações serão nulas, isto é: 𝒉
̂𝒊𝒏 (𝒕) = 𝟎.
𝟎 𝒆 𝒒
̂ (𝒕)
𝒅𝒉
̂ (𝒕) = 𝒒
+ 𝒌𝒂𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Alguns autores da área de simulação fazem uma analogia com o sistema elétrico para
os diversos sistemas físicos e definem um elemento de resistência e um elemento
capacitivo. Isto facilita os cálculos quando agregamos dois sistemas de nível acoplados.
Vejamos as definições que são utilizadas na situação descrita.
Resistência: entende-se aqui como elemento que faz oposição à passagem do fluido,
cuja grandeza física é a vazão.
Como foi citado, uma válvula e a própria tubulação fazem essa oposição. Em OGATA
(2010) é utilizada uma definição para resistência: “consideremos o fluxo ao longo de
uma tubulação curta, que conecta dois reservatórios.
𝒅𝑯
𝑹=
𝒅𝑸
155
,
Capacitância Fluídica: a capacitância de um reservatório é definida como a variação na
quantidade de líquido armazenado (volume) necessária para causar uma alteração
unitária na altura (potencial), isto é:
𝒅𝑽
𝑪=
𝒅𝑯
Observação: através da fórmula dada, supondo que o reservatório tenha uma área
constante ao longo da sua altura, podemos dizer que a capacitância é igual a área de sua
seção transversal, pois V=A.H e se aplicarmos a definição da capacitância:
𝒅𝑨𝑯
𝑪= = 𝑨. 𝟏 = 𝑨
𝒅𝑯
Exemplo de aplicação:
No controlador, este sinal é comparado com um valor de referência (set point) e gera-
se um erro. No controle digital, este erro é utilizado em uma equação de diferenças de
uma estratégia de controle específica para gerar a saída do controlador.
A figura 4.40 apresenta o tanque com fluido onde se deseja propor um modelo
matemático que forneça o comportamento do nível em função da vazão de entrada.
Note que existe uma válvula na saída do tanque que pode alterar a vazão de saída.
156
,
Fonte: autor.
Solução: neste caso, vamos utilizar os efeitos de resistência ao fluxo, imposto pela perda
concentrada da válvula manual na saída com o objetivo de estabelecer a relação entre
a vazão de entrada, qin(t) e o nível h(t), que é a saída do sistema.
Vamos verificar dois comportamentos para o modelo matemático: para o fluxo de saída
através da válvula ser laminar ou por ser turbulento.
a) Se o fluxo de saída (através da válvula manual) for laminar, a relação entre vazão de
saída e o nível é de proporcionalidade:
𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) = 𝒌𝒉(𝒕)
𝒅𝒉(𝒕) 𝒉(𝒕)
𝑹𝒍 = =
𝒅𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) 𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)
Pelo balanço de massa, teremos que a diferença entre a vazão de entrada e saída em
um intervalo de tempo dt é igual à quantidade adicional armazenada no tanque, isto é:
𝒅𝑽 = 𝑪. 𝒅𝒉(𝒕)
Assim, temos:
Substituindo 𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) pela relação com a resistência devido ao fluxo laminar:
𝒉(𝒕) 𝒉(𝒕)
𝑹𝒍 = ⇒ 𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) =
𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕) 𝑹𝒍
𝒅𝒉(𝒕) 𝒉(𝒕)
𝑪 + = 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹𝒍
Ou simplesmente:
𝒅𝒉(𝒕)
𝑹𝒍 𝑪 + 𝒉(𝒕) = 𝑹𝒍 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
b) Se o fluxo de saída (através da válvula manual) for turbulento, a relação entre vazão
de saída e o nível é quadrática, isto é:
𝒉(𝒕), 𝒎
̂ (𝒕)
𝒉
𝒒𝒐𝒖𝒕𝟎
𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕), 𝒎𝟑 /𝒔
,
Fonte: autor.
Figura 4.41 – Curva entre h(t) e qout(t) com indicação do ponto de operação para
processo de linearização.
̂ (𝒕), 𝒒
O modelo linearizado é válido para as variações (𝒉 ̂𝒐𝒖𝒕 (𝒕)) em torno do ponto de
operação (𝒉𝟎 , 𝒒𝒐𝒖𝒕𝟎 ).
𝒅𝒉(𝒕)
𝑹𝒕 = |
𝒅𝒒𝒐𝒖𝒕 𝒉
𝟎 ,𝒒𝒐𝒖𝒕𝟎
Note que:
𝒌𝟏 = 𝒉(𝒕)/𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)𝟐
Assim, teremos:
𝒉(𝒕) 𝒉𝟎
𝑹𝒕 = 𝟐 𝒒 (𝒕)| ⇒ 𝑹𝒕 = 𝟐
𝒒𝒐𝒖𝒕 (𝒕)𝟐 𝒐𝒖𝒕 𝒉
𝒒𝒐𝒖𝒕𝟎
𝟎 ,𝒒𝒐𝒖𝒕𝟎
159
,
𝒅𝒉(𝒕)
𝑹𝒕 𝑪 + 𝒉(𝒕) = 𝑹𝒕 𝒒𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
Modelo Linearizado:
̂ (𝒕)
𝒅𝒉
𝑹𝒕 𝑪 ̂ (𝒕) = 𝑹𝒕 𝒒
+𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕
c) Modelo com dois tanques: a figura 4.42 apresenta um sistema com dois tanques,
onde a vazão de saída do primeiro corresponde a vazão de entrada do segundo
tanque, havendo válvulas manuais que restringem o fluxo nas saídas dos tanques e
uma válvula de controle no primeiro tanque.
Admitindo o regime turbulento e que temos pequenas variações em torno de um
ponto de operação, determine a função de transferência que relaciona o nível do
segundo tanque com a vazão de entrada do tanque 1.
Utilize os elementos de capacitância C1 e C2 e de resistência Rt1 e Rt2 para os tanques
1 e 2, respectivamente.
Fonte: autor.
160
,
̂ 𝟏 (𝒕)
𝒉𝟏 (𝒕) = 𝒉𝟎𝟏 + 𝒉
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒉𝟐 (𝒕) = 𝒉𝟎𝟐 + 𝒉
Solução: devemos determinar as equações dos modelos de cada tanque e lembrar que
a vazão de saída do tanque 1 é igual a vazão de entrada do tanque 2, mas é calculada
em função da diferença de pressão entre os pontos 1 e 2 da figura 4.42.
Valem as relações:
Para o tanque 1:
̂ 𝟏 (𝒕) = [𝒒
𝑪𝟏 𝒅𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) − 𝒒
̂𝟏𝒐𝒖𝒕 (𝒕)]𝒅𝒕
̂ 𝟏 (𝒕) − 𝒉
𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕)
̂𝟏𝒐𝒖𝒕 (𝒕) =
𝒒
𝑹𝒕𝟏
Para o tanque 2:
̂ 𝟐 (𝒕) = [𝒒
𝑪𝟐 𝒅𝒉 ̂𝟏𝒐𝒖𝒕 (𝒕) − 𝒒
̂𝟐𝒐𝒖𝒕 (𝒕)]𝒅𝒕
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒉
̂𝟐𝒐𝒖𝒕 (𝒕) =
𝒒
𝑹𝒕𝟐
161
,
̂ 𝟏 (𝒕) − 𝒉
𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕) ̂ 𝟏 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝟏
̂ 𝟏 (𝒕) = [𝒒
𝑪𝟏 𝒅𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕) − ]𝒅𝒕 ⇒ 𝑪𝟏 + ̂ 𝟏 (𝒕) −
𝒉 ̂ (𝒕)
𝒉
𝑹𝒕𝟏 𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂𝒊𝒏 (𝒕)
=𝒒
̂ 𝟏 (𝒕) − 𝒉
𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕) 𝒉̂ 𝟐 (𝒕) ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝟏 ̂ (𝒕)
𝒉
̂ 𝟐 (𝒕) = [
𝑪𝟐 𝒅𝒉 − ] 𝒅𝒕 ⇒ 𝑪𝟐 +[ + ̂ 𝟐 (𝒕) = 𝟏
]𝒉
𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟐 𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐 𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟏
̂ 𝟏 (𝒕) e 𝒉
Temos duas equações a duas incógnitas: 𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕).
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝟏
̂ 𝟏 (𝒕) = 𝑹𝒕𝟏 {𝑪𝟐
𝒉 +[ + ̂ (𝒕)}
]𝒉
𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐 𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝟏
= 𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟐 + 𝑹𝒕𝟏 [ + ̂ (𝒕) ⇒
]𝒉
𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐 𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝑹𝒕𝟏
̂ 𝟏 (𝒕) = 𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟐
⇒𝒉 +[ ̂ 𝟐 (𝒕)
+ 𝟏] 𝒉
𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝑹
𝒅 {𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟐 ̂ 𝟐 (𝒕)}
+ [ 𝒕𝟏 + 𝟏] 𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐 𝟏 𝒅𝒉 𝑹𝒕𝟏
𝑪𝟏 + {𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟐 +[ ̂ 𝟐 (𝒕)}
+ 𝟏] 𝒉
𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟏 𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐
𝟏
− ̂ (𝒕) = 𝒒
𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)
𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝟐 𝒉 𝑹𝒕𝟏 ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝑹𝒕𝟏 𝟏
𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟏 𝑪𝟐 + 𝑪 𝟏 [ + 𝟏] + 𝑪 𝟐 + [ ̂ 𝟐 (𝒕) −
+ 𝟏] 𝒉 ̂ (𝒕)
𝒉
𝒅𝒕 𝟐 𝑹𝒕𝟐 𝒅𝒕 𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟐 𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂𝒊𝒏 (𝒕) ⇒
=𝒒
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝟐 𝒉 𝑹𝒕𝟏 + 𝑹𝒕𝟐 ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉 𝟏 𝟏 𝟏
⇒ 𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟏 𝑪𝟐 + [𝑪𝟏 + 𝑪𝟐 ] + ̂ 𝟐 (𝒕) +
𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕) −
𝒉 ̂ (𝒕)
𝒉
𝒅𝒕 𝟐 𝑹𝒕𝟐 𝒅𝒕 𝑹𝒕𝟐 𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟏 𝟐
̂𝒊𝒏 (𝒕) ⇒
=𝒒
Finalmente:
162
,
̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝟐 𝒉 ̂ 𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉
𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟏 𝑪𝟐 + [𝑹 𝒕𝟏 𝑪 𝟏 + 𝑹 𝒕𝟐 𝑪 𝟏 + 𝑹 𝒕𝟐 𝑪 𝟐 ] ̂ 𝟐 (𝒕) = 𝑹𝒕𝟐 𝒒
+𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)
𝒅𝒕𝟐 𝒅𝒕
̂𝟐 (𝒕)
𝒅𝟐 𝒉 ̂𝟐 (𝒕)
𝒅𝒉
𝓛 {𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟏 𝑪𝟐 + [𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟏 + 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟏 + 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟐 ] ̂𝟐 (𝒕)} = 𝓛[𝑹𝒕𝟐 𝒒
+𝒉 ̂𝒊𝒏 (𝒕)]
𝒅𝒕𝟐 𝒅𝒕
̂ 𝒊𝒏 (𝒔), temos:
̂ 𝟐 (𝒔)/𝑸
Isolando no primeiro termo da equação a relação 𝑯
̂ 𝟐 (𝒔)
𝑯 𝑹𝒕𝟐
𝑮(𝒔) = =
̂ 𝒊𝒏 (𝒔) 𝑹𝒕𝟏 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟏 𝑪𝟐 𝒔 + [𝑹𝒕𝟏 𝑪𝟏 + 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟏 + 𝑹𝒕𝟐 𝑪𝟐 ]𝒔 + 𝟏
𝑸 𝟐
Obs.: Podemos determinar outras funções de transferência, sempre com relação a vazão
de entrada do tanque 1. Por exemplo: com a saída sendo o nível do tanque 1, ou a vazão
de saída do tanque 2.
aproximação por parâmetros concentrados nos modelos, uma vez que eles têm
características distribuídas.
Resistência Térmica:
Para a transferência de calor entre duas substâncias pode ser definida como a razão
entre a variação na diferença de temperatura, 𝒅𝚫𝜽 [oC]e a variação na taxa de fluxo de
calor, 𝐝𝐪[kcal/s], ou seja:
𝒅𝚫𝜽
𝑹=
𝒅𝒒
163
,
Capacitância Térmica:
𝑪 = 𝒎𝒄
𝒒 = 𝑲𝚫𝜽
Condução:
𝒌𝑨
𝑲=
𝚫𝐗
Convecção:
𝑲 = 𝑯𝑨
164
,
Onde A é a área normal e H é o coeficiente de convecção.
𝟏
𝒅
𝒒 𝟏
𝑹= 𝑲 =
𝒅𝒒 𝑲
Uma vez definido, estes elementos do sistema térmico e utilizando o balanço de energia,
teremos os exemplos abaixo:
Fonte: autor.
165
,
A temperatura do líquido frio é constante, isto é, não varia com o tempo;
̅𝒐 𝒆 𝜽
As temperaturas de entrada e saída também estão em regime iguais a 𝜽 ̅𝒊 . Neste
instante há uma pequena variação da taxa de entrada de calor do aquecedor dada por
̂ (𝒕) e 𝒉(𝒕) = 𝒉
𝒉 ̅+𝒉
̂ (𝒕), que causa uma pequena variação na temperatura de saída de
̂ 𝒐 (𝒕) e 𝜽𝒐 (𝒕) = 𝜽
𝜽 ̅𝒐 + 𝜽
̂ 𝒐 (𝒕) e uma pequena taxa de variação da taxa de saída de calor
̂ 𝒐 (𝒕) e 𝒉𝒐 (𝒕) = 𝒉
de saída, 𝒉 ̅𝒐 + 𝒉
̂ 𝒐 (𝒕).
̂ (𝒕) − 𝒉
̂ 𝒐 (𝒕) = [𝒉
𝑪𝒅𝜽 ̂ 𝒐 (𝒕)]𝒅𝒕
Note que:
̂ 𝒐 (𝒕) = 𝑮𝒄𝜽
𝒉 ̂ 𝒐 (𝒕)
𝑪 = 𝑴𝒄
̅𝒐 𝜽
𝜽 ̂ 𝒐 (𝒕) 𝟏
𝑹= = =
̅
𝒉𝒐 𝒉̂ 𝒐 (𝒕) 𝑮𝒄
166
,
̅ 𝒐 ) a resistência térmica é constante, inclusive
̅𝒐 , 𝒉
Em torno do ponto de operação (𝜽
para a pequena variação em torno deste ponto de operação.
Substituindo a taxa de saída de calor pela relação com a temperatura de saída no tanque
(que é igual a temperatura do tanque), vemos que:
̂ 𝒐 (𝒕) 𝟏
𝒅𝜽 ̂ (𝒕)
𝒅𝜽
𝑪 + 𝜽 ̂ (𝒕) ou 𝑹𝑪 𝒐
̂ 𝒐 (𝒕) = 𝒉 ̂ (𝒕)
̂ 𝒐 (𝒕) = 𝑹𝒉
+𝜽
𝒅𝒕 𝑹 𝒅𝒕
̂ 𝒐 (𝒕)
𝒅𝜽
𝓛 [𝑹𝑪 +𝜽 ̂ (𝒕)]
̂ 𝒐 (𝒕)] = 𝓛[𝑹𝒉
𝒅𝒕
Assim:
̂ 𝒐 (𝒔) + 𝚯
𝑹𝑪𝒔𝚯 ̂ 𝒐 (𝒔) = 𝑹𝑯 ̂ 𝒐 (𝒔) = 𝑹𝑯
̂ (𝒔) ⇒ (𝑹𝑪𝒔 + 𝟏)𝚯 ̂ (𝒔)
̂ 𝒐 (𝒔)
𝚯 𝑹
𝑮𝟏 (𝒔) = =
̂ (𝒔) 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏
𝑯
Neste caso, teremos um determinado instante em que há uma variação na taxa de calor
̅𝒊 para 𝜽
do líquido de entrada de 𝜽 ̅𝒊 + 𝜽
̂ 𝒊 (𝒕). Isto irá causar uma variação na temperatura
167
,
̅𝒐 para 𝜽
de saída de 𝜽 ̅𝒐 + 𝜽
̂ 𝒐 (𝒕). Assim, a equação de balanço de calor é devido a
variação da taxa de calor de entrada que causa uma variação na taxa de calor de saída,
isto é:
̂ 𝒊 (𝒕) − 𝒉
̂ 𝒐 (𝒕) = [𝒉
𝑪𝒅𝜽 ̂ 𝒐 (𝒕)]𝒅𝒕
Onde:
̂ 𝒊 (𝒕) = 𝑮𝒄𝜽
𝒉 ̂ 𝒐 (𝒕) = 𝜽
̂ 𝒊 (𝒕) e 𝒉 ̂ 𝒐 (𝒕)/𝑹
Portanto:
̂ 𝒐 (𝒕) 𝟏
𝒅𝜽 𝟏
𝑪 = 𝜽̂ 𝒊 (𝒕) − 𝜽̂ (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹 𝑹 𝒐
Finalmente:
̂ 𝒐 (𝒕)
𝒅𝜽
𝑹𝑪 ̂ 𝒐 (𝒕) = 𝜽
+𝜽 ̂ 𝒊 (𝒕)
𝒅𝒕
̂ 𝒐 (𝒔)
𝚯 𝟏
𝑮𝟐 (𝒔) = =
̂ 𝒊 (𝒔) 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏
𝚯
̂ 𝒐 (𝒕)
𝒅𝜽
𝑹𝑪 ̂ 𝒐 (𝒕) = 𝜽
+𝜽 ̂ (𝒕)
̂ 𝒊 (𝒕) + 𝑹𝒉
𝒅𝒕
A função de transferência dos dois efeitos é a soma das duas funções calculadas:
𝑹 𝟏 𝑹+𝟏
𝑮(𝒔) = 𝑮𝟏 (𝒔) + 𝑮𝟐 (𝒔) = + =
𝑹𝑪𝒔 + 𝟏 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏
168
,
̅+𝜽
Posteriormente, foi colocado em uma cuba cuja temperatura é dada por 𝜽 ̂ 𝒄 (𝒕),
̂ 𝒄 (𝒕) representa o acréscimo de temperatura (constante ou não) em relação à
onde 𝜽
temperatura ambiente.
̅ para 𝜽
Isso provocará um aumento da temperatura do termômetro de 𝜽 ̅+𝜽
̂ (𝒕).
̂ (𝒕), em função da
Determine o comportamento da temperatura do termômetro, 𝜽
̂ 𝒄 (𝒕).
temperatura do fluido da cuba, 𝜽
Fonte: Autor.
Figura 4.44 – Representação de um termômetro de parede fina de mercúrio que
̅.
estava no ambiente externo à uma cuba em temperatura de regime 𝜽
Solução: o balanço de calor neste caso, será dado em função da absorção do calor pela
capacitância térmica, ou seja:
̂ (𝒕) = 𝒒(𝒕)𝒅𝒕
𝑪𝒅𝜽
𝒅𝚫𝜽 𝚫𝜽
𝑹= =
𝒅𝒒 𝒒
̅+𝜽
[𝜽 ̂ 𝒄 (𝒕)] − [𝜽
̅+𝜽
̂ (𝒕)] 𝜽̂ 𝒄 (𝒕) − 𝜽
̂ (𝒕)
𝒒(𝒕) = =
𝑹 𝑹
169
,
̂ (𝒕) 𝜽
𝒅𝜽 ̂ 𝒄 (𝒕) − 𝜽
̂ (𝒕) ̂ (𝒕)
𝒅𝜽
𝑪 = ⇒ 𝑹𝑪 ̂ (𝒕) = 𝜽
+𝜽 ̂ 𝒄 (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹 𝒅𝒕
Conclusão
170
,
VARGAS, F. J. T. Ferramentas de álgebra computacional: aplicações em modelagem,
simulação e controle para engenharia. 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
As variáveis de interesse aqui são a tensão, carga elétrica, corrente, potência e energia,
com a seguinte notação:
A análise do circuito se faz através das relações constitutivas dos bipolos: resistor,
capacitor e indutor, utilizando as leis dos nós e das malhas de Kirchhoff, que serão
apresentadas a seguir.
Resistor
Os resistores são bipolos que seguem as leis de ohm, o que define a sua relação entre
tensão e corrente. Os bipolos não-ôhmicos, podem ser modelados desde que seu
comportamento seja linearizado em torno de um ponto de operação. Assim, é possível
trabalhar com o modelo de lâmpadas que não seguem a lei de ohm.
172
,
ou R
Fonte: autor.
𝟏
𝒗𝑹 (𝒕) = 𝑹𝒊(𝒕) 𝒐𝒖 𝒊(𝒕) = 𝒗 (𝒕)
𝑹 𝑹
Capacitor:
𝒒(𝒕) = 𝑪. 𝒗𝑪 (𝒕) e
𝒅𝒒(𝒕)
𝒊(𝒕) =
𝒅𝒕
𝒅𝒗𝑪 (𝒕)
𝒊(𝒕) = 𝑪
𝒅𝒕
173
,
Fonte: autor.
Indutor:
O indutor, quando ocorre uma variação de corrente em seus terminais, produz uma
força eletromotriz ou tensão para que a corrente permanece a mesma. Esta tensão é
diretamente proporcional à taxa de variação de corrente, definindo a sua relação
constitutiva, dada por:
𝒅𝒊𝑳 (𝒕)
𝒗𝑳 (𝒕) = 𝑳
𝒅𝒕
Fonte: autor.
Lei das Malhas: “a somatória das tensões dos componentes de uma malha é igual a
zero”.
174
,
Lei das malhas:
∑ 𝑽𝒊 = 𝟎
𝒎𝒂𝒍𝒉𝒂 𝑰𝜶
Lei dos Nós: “A somatória das correntes em um nó é igual a zero” ou “a somatória das
correntes que entram no Nó é igual a somatória das correntes que saem do Nó”.
∑ 𝑰𝒊 = 𝟎
𝑵ó 𝑨
Assim como nos demais sistemas físicos, é possível determinar uma variável de saída de
um circuito elétrico em função de uma entrada, o que pode ser uma fonte de tensão,
fonte de corrente ou qualquer outro sinal de entrada como circuitos abertos ou em
curto-circuito.
Por exemplo, quando se fala que no instante zero segundos (t=0s) foi aplicado, em um
circuito RC com um sinal de tensão constante de 1 volt, podemos entender do ponto de
vista matemático que foi aplicado um degrau unitário na entrada do sistema.
175
,
Vejamos alguns exemplos.
R
+
+ C V C
u(t)
_ _
Iα
Fonte: autor.
Devemos substituir a tensão no resistor por uma relação coma tensão do capacitor.
Desta forma, aplicamos as relações constitutivas:
𝒅𝒗𝒄 (𝒕)
𝒗𝑹 (𝒕) = 𝑹. 𝒊(𝒕) 𝒆 𝒊(𝒕) = 𝑪
𝒅𝒕
176
,
𝒅𝒗𝒄 (𝒕)
𝒗𝑹 (𝒕) = 𝑹𝑪
𝒅𝒕
𝒅𝒗𝒄 (𝒕)
𝑹𝑪 + 𝒗𝒄 (𝐭) = 𝐮(𝐭)
𝒅𝒕
Numericamente: RC=1k.1000𝝁=10³.10³.𝟏𝟎−𝟔
RC=1s
𝒅𝒗𝒄 (𝒕)
𝟏 + 𝒗𝒄 (𝒕) = 𝒖(𝒕)
𝒅𝒕
Note que foram aplicadas as leis das malhas e a relação constitutiva do capacitor e do
resistor para determinar uma equação diferencial linear de primeira ordem, que
representa o comportamento do capacitor (só podemos ter termos referentes a saída
no primeiro membro da equação).
𝒅𝒗𝒄 (𝒕)
𝓛[ + 𝒗𝒄 (𝒕)] = 𝓛[𝒖(𝒕)]
𝒅𝒕
𝟏
𝒖(𝒕) = 𝟐. 𝟏(𝒕) ⇢ 𝑼(𝒔) = 𝟐
𝒔
Então:
𝟏
(𝒔 + 𝟏)𝑽𝒄 (𝒔) = 𝟐
𝒔
𝟏
𝑽𝒄 (𝒔) = 𝟐
𝒔(𝒔 + 𝟏)
𝟏 𝟏
[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝒂𝒕 ] ↔
𝒂 𝒔(𝒔 + 𝒂)
𝟏
𝒗𝒄 (𝒕) = 𝟐 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟏𝒕 ] ⇒
𝟏
178
,
Isolando no primeiro membro a relação de entrada e saída, temos:
𝑽𝒄 (𝒔) 𝟏
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟏
Observação final: Podemos chegar no mesmo valor através das impedâncias dos
componentes na variável s.
Resistor:
𝒁𝑹 = 𝑹
Capacitor:
𝟏
𝒁𝑪 =
𝒔𝑪
Indutor:
𝒁𝑳 = 𝒔𝑳
𝒁𝑪 𝒁𝑪 𝑽𝒄 (𝒔) 𝒁𝑪
𝑽𝒄 (𝒔) = 𝑼(𝒔) = 𝑼(𝒔). ⇒ 𝑮(𝒔) = =
𝒁𝑻𝑶𝑻𝑨𝑳 𝒁𝑪 + 𝒁𝑹 𝑼(𝒔) 𝒁𝑪 + 𝒁𝑹
𝟏 𝟏
𝒔𝑪 𝒔𝑪 𝟏 𝟏
𝑮(𝒔) = = ⇒ 𝑮(𝒔) = ⇒ 𝑮(𝒔) =
𝟏 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏 𝑹𝑪𝒔 + 𝟏 𝒔+𝟏
+𝑹
𝒔𝑪 𝒔𝑪
Exemplo 2: Para o circuito da figura 5.5, determine a equação diferencial que define o
comportamento da tensão do capacitor, v2(t) em função da tensão de alimentação
v1(t) e a função de transferência correspondente, sabendo que C=100mF, L=300mH e
R=1kΩ.
179
,
Nó A vR(t)
i+ _
iR R
iL L
+ _ +
+
v1(t) vL(t) C v2(t)
_
_
Fonte: autor.
Figura 5.5 – Circuito com resistor, indutor e capacitor onde será modelada a relação
entre atenção no capacitor e a tensão da fonte.
𝟏
𝒊𝑹 (𝒕) = 𝒗 (𝒕)
𝑹 𝑹
𝟏
𝒊𝑳 (𝒕) = ∫ 𝒗𝑳 (𝒕)𝒅𝒕
𝑳
180
,
As tensões no indutor e no resistor são iguais e dadas pela diferença das tensões v1(t) e
v2(t). Assim podemos modificar a equação dos nós, obtendo:
𝒅𝒗𝟐 (𝒕) 𝟏 𝟏
𝑪 − [𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] − ∫[𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] 𝒅𝒕 = 𝟎
𝒅𝒕 𝑹 𝑳
Para obtermos uma equação diferencial, devemos derivar todos os termos da equação
a fim de eliminar o termo integral:
𝒅𝒗𝟐 (𝒕) 𝟏 𝟏
𝒅 {𝑪 − 𝑹 [𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] − 𝑳 ∫[𝒗𝟏 (𝒕) − 𝒗𝟐 (𝒕)] 𝒅𝒕}
𝒅𝒕
=𝟎
𝒅𝒕
Assim, teremos:
Podemos multiplicar por 1000, todos os termos dos dois membros, chegando a:
Esta equação final representa o modelo matemático que relaciona a tensão no capacitor
com a tensão da fonte.
181
,
A função de transferência é obtida a partir da aplicação da transformada de Laplace:
𝟏𝟎𝟎𝒔𝟐 𝑽𝟐 (𝒔) + 𝒔𝑽𝟐 (𝒔) + 𝟑𝟑𝟎𝟎𝑽𝟐 (𝒔) = 𝒔𝑽𝟏 (𝒔) + 𝟑𝟑𝟎𝟎𝑽𝟏 (𝒔)
𝑽𝟐 (𝒔) 𝒔 + 𝟑𝟑𝟎𝟎
𝑮(𝒔) = =
𝑽𝟏 (𝒔) 𝟏𝟎𝟎𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟑𝟑𝟎𝟎
A proposta aqui é de apresentar como são obtidas as equações dos circuitos que utilizam
além do operacional, resistores, capacitores e indutores. Para tanto, trabalha-se com as
relações constitutivas, as leis de Kirchhoff e as definições de tensão e corrente.
182
,
O amplificador operacional e seu funcionamento
Fonte: autor.
Possui duas entradas: a inversora (V-) e a não-inversores (V+) e uma saída vo(t);
Possui duas entradas de alimentação para +Vcc (V+ da figura) e -VEE (V- da figura);
183
,
𝒗𝟎 = 𝑨(𝑽+ − 𝑽− )
Com estes fatos podemos fornecer qualquer equação de circuitos com amplificadores
operacionais e também determinar as funções de transferência.
Exemplo 1: Determine a equação diferencial que relaciona vo(t) com ve(t) e calcule a
função de transferência entre a entrada e saída do circuito da figura 5.8.
Fonte: autor.
Solução:
Correntes no nó A:
Mas devido à alta impedância de entrada, 𝒊𝟑 (𝒕) = 𝟎 e com isso, temos que:
Por outro lado, através das relações constitutivas, podemos calcular as correntes por:
𝟏 𝒅𝒗𝑪 (𝒕)
𝒊𝟏 (𝒕) = 𝒗𝑹 (𝒕) e 𝒊𝟐 (𝒕) = 𝑪
𝑹 𝒅𝒕
184
,
Devemos agora substituir as tensões no resistor e no capacitor pela tensão de entrada
e pela tensão de saída.
𝟏 𝒅𝒗𝒐 (𝒕)
𝒗𝒆 (𝒕) = −𝑪
𝑹 𝒅𝒕
Como queremos uma relação da saída em função da entrada, devemos isolar 𝒗𝒐 (𝒕) no
primeiro membro da equação, obtendo:
𝟏
𝒗𝒐 (𝒕) = − ∫ 𝒗𝒆 (𝒕)𝒅𝒕
𝑹𝑪
Teremos, então:
𝟏
𝓛[𝒗𝒐 (𝒕)] = 𝓛 [− ∫ 𝒗𝒆 (𝒕)𝒅𝒕]
𝑹𝑪
Daí, o resultado:
𝟏 𝑽𝒆 (𝒔)
𝑽𝒐 (𝒔) = −
𝑹𝑪 𝒔
185
,
𝑽𝒐 (𝒔) 𝟏 𝟏
𝑮(𝒔) = =−
𝑽𝒆 (𝒔) 𝑹𝑪 𝒔
Fonte: autor.
𝑽𝒐 (𝒔) 𝒁𝟐 (𝒔)
𝑮(𝒔) = =−
𝑽𝒆 (𝒔) 𝒁𝟏 (𝒔)
186
,
𝒁𝟏 (𝒔) = 𝑹𝟏
𝟏 𝟏
𝒁𝑪 (𝒔)𝒁𝑹𝟐 (𝒔) 𝑹𝟐 𝑹𝟐 𝑹𝟐
𝒁𝟐 (𝒔) = ⇒ 𝒁𝟐 (𝒔) = 𝒔𝑪 = 𝒔𝑪 ⇒ 𝒁𝟐 (𝒔) =
𝒁𝑪 (𝒔) + 𝒁𝑹𝟐 (𝒔) 𝟏 𝟏 + 𝑹𝟐 𝒔𝑪 𝟏 + 𝑹𝟐 𝑪𝒔
+ 𝑹𝟐
𝒔𝑪 𝒔𝑪
Assim:
𝑹𝟐
𝑽𝒐 (𝒔) 𝒁𝟐 (𝒔) 𝟏 + 𝑹𝟐 𝑪𝒔 𝑹𝟐 𝟏
𝑮(𝒔) = =− =− ⇒ 𝑮(𝒔) = −
𝑽𝒆 (𝒔) 𝒁𝟏 (𝒔) 𝑹𝟏 𝑹𝟏 𝑹𝟐 𝑪𝒔 + 𝟏
Observações finais:
𝒅𝒗𝒐 (𝒕) 𝑹𝟐
𝑹𝟐 𝑪 + 𝒗𝒐 (𝒕) = − 𝒗𝒆 (𝒕)
𝒅𝒕 𝑹𝟏
Fonte: autor.
Figura 5.10 – Circuito com amplificador operacional na configuração inversora
(a) e não inversora (b) com impedâncias quaisquer Z1(s) e Z2(s).
A seguir, apresentamos o modelo de um motor CC. Além destes motores, pode ser
modelado qualquer dispositivo onde exista a interação do movimento (de translação ou
188
,
O motor CC converte energia elétrica (corrente contínua) em energia mecânica rotativa
sendo constituído de duas partes fundamentais: uma parte fixa, o estator, e uma parte
móvel, o rotor, conforme ilustrado na figura 5.11 (a), (b) e (c).
189
,
alimentados adequadamente por um circuito em uma sequência específica e o rotor
possui imãs permanentes.
Uma parte da energia mecânica gerada na conversão é utilizada para movimentar uma
carga externa. Para possuir um elevado torque é comum utilizar redutores, elemento
transformador mecânico, que na sua saída eleva o torque, mas reduzindo a rotação,
para manter a potência de entrada e de saída em um mesmo valor (a menos de perdas
mecânicas como atrito, etc.).
Vamos elaborar o modelo para um motor com escova. A tensão de entrada pode ser
aplicada no enrolamento de campo (do estator) ou no enrolamento da armadura (rotor).
O fluxo magnético no entreferro do motor (região entre o rotor e o estator) é
proporcional à corrente de campo, e é dado por:
∅(𝒕) = 𝒌𝒇 𝒊𝒇 (𝒕)
Podemos definir dois tipos de acionamento do motor, já que a energia transmitida está
associada tanto à corrente de campo quanto à corrente de armadura:
190
,
Motor CC controlado pela corrente de campo com a corrente de armadura
constante;
A figura 5.12, dada a seguir, ilustra como o motor será ligado, as perdas resistivas na
fiação dos enrolamentos (Rf) e a indutância de campo que gera o fluxo concatenado.
A equação do torque motor é modificada, uma vez que essa grandeza só irá variar em
função de 𝒊𝒇 (𝒕).
Esta relação nos diz que o torque produzido pelo motor varia em função da corrente de
campo.
Rf
if
+ ia cte J ,b
u(t)
Lf
_ θ, ω
Fonte: autor.
A tensão aplicada nos terminais do enrolamento de campo pode ser calculada por:
191
,
𝒅𝒊𝒇 (𝒕)
𝒗𝒇 (𝒕) = 𝑹𝒇 𝒊𝒇 (𝒕) + 𝑳𝒇 (1)
𝒅𝒕
𝒅𝟐 𝜽(𝒕)
𝝉𝒄 (𝒕) − 𝝉𝒂𝒕𝒓𝒊𝒕𝒐 (𝒕) = 𝑱
𝒅𝒕𝟐
Onde: 𝝉𝒂𝒕𝒓𝒊𝒕𝒐 (𝒕) é o torque devido ao atrito viscoso que será proporcional a velocidade,
b é a constante de proporcionalidade, 𝑱 é o momento de inércia do rotor e da carga e
𝜽(𝒕) é a posição angular.
𝒅𝟐 𝜽(𝒕) 𝒅𝜽(𝒕)
𝑱 +𝒃 = 𝒌𝒎 𝒊𝒇 (𝒕) (2)
𝒅𝒕𝟐 𝒅𝒕
𝑽𝒇 (𝒔)
𝑽𝒇 (𝒔) = 𝑹𝒇 𝑰𝒇 (𝒔) + 𝑳𝒇 𝒔𝑰𝒇 (𝒔) ⇒ 𝑰𝒇 (𝒔)[𝑹𝒇 + 𝑳𝒇 𝒔] = 𝑽𝒇 (𝒔) ⇒ 𝑰𝒇 (𝒔) =
𝑹𝒇 + 𝑳𝒇 𝒔
192
,
𝑱𝒔𝟐 𝚯(𝒔) + 𝒃𝒔𝚯(𝒔) = 𝒌𝒎 𝑰𝒇 (𝒔) ⇒ 𝚯(𝒔)𝒔[𝑱𝒔 + 𝒃] = 𝒌𝒎 𝑰𝒇 (𝒔)
𝑽𝒇 (𝒔) 𝚯(𝒔) 𝒌𝒎
𝚯(𝒔)𝒔[𝑱𝒔 + 𝒃] = 𝒌𝒎 ⇒ 𝑮(𝒔) = =
𝑹𝒇 + 𝑳𝒇 𝒔 𝑽𝒇 (𝒔) 𝒔(𝑱𝒔 + 𝒃)(𝑹𝒇 + 𝑳𝒇 𝒔)
Como podemos ver, temos uma parcela associada aos efeitos mecânicos da inércia e
atrito e outra parcela devido à parte elétrica, indutância e resistência de campo.
𝑳𝒇
Podemos definir duas constantes de tempo então: a do campo (elétrica), 𝝉𝒇 = ,ea
𝑹𝒇
𝑱
mecânica, 𝝉𝒎𝒆𝒄 = , associadas a estes elementos:
𝒃
𝒌𝒎 𝒌𝒎
𝚯(𝒔) ⁄𝒃𝑹 ⁄𝒃𝑹
𝒇 𝒇
𝑮(𝒔) = = =
𝑽𝒇 (𝒔) 𝑱 𝑳𝒇 𝒔(𝝉𝒎𝒆𝒄 𝒔 + 𝟏)(𝝉𝒇 𝒔 + 𝟏)
𝒔( 𝒔 + 𝟏)( 𝒔 + 𝟏)
𝒃 𝑹𝒇
Como a constante de tempo mecânica é muito maior que a constante do campo, é usual
desprezar esta constante e reduzir a ordem do modelo, de terceira ordem para segunda
ordem.
193
,
Fonte: autor.
A tensão aplicada nos terminais do enrolamento da armadura 𝒖(𝒕) podem ser calculada
por:
𝒅𝒊𝒂 (𝒕)
𝒖(𝒕) = 𝑹𝒂 𝒊𝒂 (𝒕) + 𝑳𝒂 + 𝒆(𝒕) (3)
𝒅𝒕
𝒆(𝒕) = 𝒌𝒃 𝝎(𝒕)
Então:
𝑼(𝒔) − 𝒌𝒃 𝒔𝚯(𝒔)
𝑰𝒂 (𝒔) =
𝑹𝒂 + 𝑳𝒂 𝒔
194
,
Para a parte mecânica teremos a mesma relação do motor CC controlado pela corrente
de campo, só que para a corrente de armadura:
𝒅𝟐 𝜽(𝒕) 𝒅𝜽(𝒕)
𝑱 + 𝒃 = 𝒌𝒎 𝒊𝒂 (𝒕)
𝒅𝒕𝟐 𝒅𝒕
𝑼(𝒔) − 𝒌𝒃 𝒔𝚯(𝒔)
𝑱𝒔𝟐 𝚯(𝒔) + 𝒃𝒔𝚯(𝒔) = 𝒌𝒎 ⇒
𝑹𝒂 + 𝑳𝒂 𝒔
𝒌𝒎 𝒌𝒃 𝒔𝚯(𝒔) 𝑼(𝒔)
⇒ [𝑱𝒔𝟐 + 𝒃𝒔]𝚯(𝒔) + = 𝒌𝒎 ⇒
𝑹𝒂 + 𝑳𝒂 𝒔 𝑹𝒂 + 𝑳𝒂 𝒔
𝚯(𝒔) 𝒌𝒎
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔[(𝑱𝒔 + 𝒃)(𝑹𝒂 + 𝑳𝒂 𝒔) + 𝒌𝒎 𝒌𝒃 ]
𝚯(𝒔) 𝒌𝒎 𝒌𝒎
𝑮(𝒔) = = = ⇒
𝑼(𝒔) 𝒔 [(𝑱𝒔 + 𝒃)𝑹 ( 𝑳𝒂 𝒔 + 𝟏) + 𝒌 𝒌 ] 𝒔[𝑹𝒂 (𝑱𝒔 + 𝒃) + 𝒌𝒎 𝒌𝒃 ]
𝒂 𝑹 𝒎 𝒃
𝒂
𝚯(𝒔) 𝒌𝒎 𝒌𝒎
𝑮(𝒔) = = = ⇒
𝑼(𝒔) 𝒔[𝑹𝒂 𝑱𝒔 + 𝑹𝒂 𝒃 + 𝒌𝒎 𝒌𝒃 ] 𝒔(𝑹 𝒃 + 𝒌 𝒌 ) [ 𝑹𝒂 𝑱
𝒂 𝒎 𝒃 𝑹 𝒃+𝒌 𝒌 𝒔 + 𝟏]
𝒂 𝒎 𝒃
𝚯(𝒔) 𝒌𝒎 /(𝑹𝒂 𝒃 + 𝒌𝒎 𝒌𝒃 )
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔[𝝉𝟏 𝒔 + 𝟏]
195
,
𝑹𝒂 𝑱
𝝉𝟏 =
𝑹𝒂 𝒃 + 𝒌𝒎 𝒌𝒃
Fonte: autor.
Figura 5.14 – Diagrama de blocos dos modelos do motor CC (a) controlado pela
corrente de campo (b) controlado pela corrente de armadura.
Conclusão
196
,
Bibliografia Consultada e Recomendada
DORF, R. C. Sistemas de controle modernos. 13ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018
197
,
A resposta temporal aqui analisada, será relacionada com os polos do sistema. Neste
estudo, os sistemas são estáveis, exceto para sistemas de 2ª ordem, cujas respostas são
oscilatórias puras, portanto, não entram em regime permanente.
Como foi apresentado, existem diversos sistemas físicos cujo modelo matemático é
representado por uma equação diferencial de primeira ordem, tais como:
𝒅𝒚(𝒕)
𝒂 + 𝒃𝒚(𝒕) = 𝒄𝒖(𝒕)
𝒅𝒕
Trata-se de uma equação diferencial de primeira ordem, por ter uma derivada de
primeira ordem. Ela contém os literais a, b e c o que a torna genérica.
𝒅𝒚(𝒕)
𝓛 [𝒂 + 𝒃𝒚(𝒕)] = 𝓛[𝒄𝒖(𝒕)]
𝒅𝒕
𝒀(𝒔) 𝒄
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒂𝒔 + 𝒃
Fonte: autor.
Dessa forma, trabalha-se a função de transferência com dois parâmetros que trazem
mais informações sobre a resposta do sistema, que são: o ganho do sistema, K e a
199
,
constante de tempo do sistema, T. Para obtê-los devemos fazer algumas manipulações
algébricas sobre a função de transferência:
𝒄 𝒄/𝒃
𝑮(𝒔) = 𝒂 =𝒂
𝒃 ( 𝒔 + 𝟏) 𝒃 𝒔 + 𝟏
𝒃
Fazendo-se:
𝒄
𝑲= 𝑲
{ 𝒃 ⟹ 𝑮(𝒔) =
𝒂 𝒔𝑻 + 𝟏
𝑻=
𝒃
𝒀(𝒔) 𝟓
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝟒𝒔 + 𝟑
𝟓 𝟓/𝟑
𝑮(𝒔) = =
𝟒 𝟒
𝟑 ( 𝒔 + 𝟏) 𝒔+𝟏
𝟑 𝟑
Dessa forma:
𝟓 𝟒
𝑲= 𝒆 𝑻=
𝟑 𝟑
𝒀(𝒔) 𝑲
𝑮(𝒔) = =
𝑼(𝒔) 𝒔𝑻 + 𝟏
Logo:
200
,
Para o degrau unitário:
𝟏
𝒖(𝒕) = 𝟏(𝒕) ⇒ 𝑼(𝒔) =
𝒔
𝑲 𝟏 𝑲
𝒀(𝒔) = =
𝒔𝑻 + 𝟏 𝒔 𝒔(𝒔𝑻 + 𝟏)
𝟏 𝟏
[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝒂𝒕 ] ⟷
𝒂 𝒔(𝒔 + 𝒂)
Para podermos utilizar este par, devemos fazer a seguinte manipulação algébrica:
𝑲 𝑲 𝟏
𝒀(𝒔) = =
𝟏 𝑻 𝒔(𝒔 + 𝟏)
𝒔𝑻(𝒔 + )
𝑻 𝑻
Fazendo:
𝟏
𝒂=
𝑻
Vemos:
𝑲𝟏 𝟏 𝟏
𝒚(𝒕) = [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝒕 ] ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝒌 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝒕 ]
𝑻𝟏
𝑻
Este valor de y(t) corresponde a resposta ao degrau para qualquer sistema de primeira
ordem, representado pela função de transferência com os parâmetros K e T. Se o degrau
tiver amplitude A, a resposta fica multiplicada por esta amplitude:
𝟏
𝒚(𝒕) = 𝑲𝑨[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝒕 ]
201
,
Parâmetros da resposta ao degrau
Alguns parâmetros, como o valor final, tempo de subida e tempo de acomodação são
utilizados para caracterizar a resposta de um sistema de primeira ordem, além do ganho
K, da constante de tempo, T e do polo do sistema p.
Valor Final
O valor final de uma função qualquer, no tempo ou na variável s, pode ser calculado
através do teorema do valor final, e é dado por:
𝟏
𝒗𝒇 = 𝐥𝐢𝐦 𝒔𝑮(𝒔)𝑼(𝒔) ⇒ 𝒗𝒇 = 𝐥𝐢𝐦𝒔. 𝑮(𝒔)
𝒔→𝟎 𝒔→𝟎 𝒔
𝒗𝒇 = 𝐥𝐢𝐦𝐆(𝐬) ⇒ 𝒗𝒇 = 𝐆(𝟎)
𝒔→𝟎
Conclusão: G(0) é o ganho em estado estacionário para entrada degrau unitário, A=1 e
constante. Este resultado vale para qualquer sistema, seja de primeira ordem, segunda
ou de ordem superior.
𝑲 𝑲
𝒗𝒇 = 𝐆(𝟎) = | = =𝑲
𝒔𝑻 + 𝟏 𝒔=𝟎 𝟎𝑻 + 𝟏
Como se verifica, o valor final é o próprio ganho K. Este mesmo resultado pode ser
obtido calculando o valor final sobre a resposta do sistema:
202
,
Logo:
𝟏
𝒗𝒇 = 𝒚(∞) = 𝐥𝐢𝐦 𝑲 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝒕 ] ⇒ 𝒗𝒇 = 𝑲
𝒕→∞
𝒗𝒇 = 𝑲𝑨
Para entender o seu significado, devemos avaliar a resposta y(t) em função da constante
de tempo T. Se calcularmos o valor de y(t) quando t=T:
𝟏
𝒚(𝑻) = 𝑲𝑨 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝑻 ] ⇒ 𝒚(𝑻) = 𝒗𝒇 (𝟏 − 𝒆−𝟏 ) ⇒ 𝒚(𝑻) = 𝟎, 𝟔𝟑𝟐𝒗𝒇
Com este valor é possível compararmos a resposta de dois sistemas, para ver quem
atinge primeiro o regime permanente. Veja o exemplo a seguir:
Dados os sistemas de primeira ordem, G1(s) e G2(s), quem atingirá primeiro o regime
permanente?
𝟓 𝟐
𝑮𝟏 (𝒔) = 𝒆 𝑮𝟐 (𝒔) =
𝟒𝒔 + 𝟑 𝟑𝒔 + 𝟏𝟎
203
,
𝟓 𝟓 𝟓/𝟑 𝟒
𝑮𝟏 (𝒔) = = = ⇒ 𝑻𝟏 = 𝒔 ⇒ 𝑻𝟏 = 𝟏, 𝟑𝟑𝒔
𝟒
𝟒𝒔 + 𝟑 𝟑( 𝒔 + 𝟏) 𝟒 𝟑
𝒔+𝟏
𝟑 𝟑
𝟐 𝟐 𝟎, 𝟐
𝑮𝟐 (𝒔) = = = ⇒ 𝑻𝟐 = 𝟎, 𝟑𝒔
𝟑𝒔 + 𝟏𝟎 𝟏𝟎( 𝟑 𝒔 + 𝟏) 𝟎, 𝟑𝒔 + 𝟏
𝟏𝟎
O sistema mais rápido, isto é, que vai para o regime primeiro é G2(s), pois tem a menor
constante de tempo, logo atinge 63% da resposta ao degrau antes de G1(s).
𝟏
Se 𝒕 = 𝑻 ⇒ 𝒚(𝑻) = 𝑲𝑨 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝑻 ] ⇒ 𝒚(𝑻) = 𝒗𝒇 (𝟏 − 𝒆−𝟏 ) ⇒
𝒚(𝑻) = 𝟎, 𝟔𝟑𝟐𝒗𝒇
𝟏
Se 𝒕 = 𝟐𝑻 ⇒ 𝒚(𝟐𝑻) = 𝑲𝑨 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝟐𝑻 ] ⇒ 𝒚(𝟐𝑻) = 𝟎, 𝟖𝟔𝟒𝒗𝒇
𝟏
Se 𝒕 = 𝟑𝑻 ⇒ 𝒚(𝟑𝑻) = 𝑲𝑨 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝟑𝑻 ] ⇒ 𝒚(𝟑𝑻) = 𝟎, 𝟗𝟓𝒗𝒇
𝟏
Se 𝒕 = 𝟒𝑻 ⇒ 𝒚(𝟒𝑻) = 𝑲𝑨 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝟒𝑻 ] ⇒ 𝒚(𝟒𝑻) = 𝟎, 𝟗𝟖𝟏𝒗𝒇
A figura 6.2 apresenta o gráfico da resposta ao degrau em função destes valores. Assim,
com a constante de tempo e o ganho é possível montar rapidamente o gráfico da
reposta de um sistema de primeira ordem, para um degrau de amplitude A qualquer.
204
,
Fonte: autor.
Para um sistema de primeira ordem, o polo será a raiz da equação característica dada
por:
𝟏 𝟏
𝒔𝑻 + 𝟏 = 𝟎 ⇒ 𝒔𝑻 = −𝟏 ⇒ 𝒔 = − ou 𝒑 = −
𝑻 𝑻
205
,
𝟏
𝒚(𝒕) = 𝒌 [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝑻𝒕 ] ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝒗𝒇 [𝟏(𝒕) − 𝒆𝒑𝒕 ]
Como o polo é negativo, com o passar do tempo, a exponencial vai para zero e o sistema
estabiliza no valor final.
Por definição, é o tempo necessário para que a resposta ao degrau passe de 10% até
90% de seu valor final.
Tomemos o tempo t1 onde a amplitude é 10% de vf e o tempo t2 onde ela é 90% de vf.
Vale então que: 𝑻𝒓 = 𝒕𝟐 − 𝒕𝟏 .
Por definição, é o tempo necessário para o sistema variar dentro de uma faixa de 2% do
valor final.
O seu cálculo pode ser dado, de forma aproximada, em função da constante de tempo:
𝑻𝒔 = 𝟒𝑻
206
,
Fonte: autor.
207
,
Fonte: autor.
Solução:
Para a constante de tempo: no gráfico está indicado onde a amplitude vale 63% de vf
(=6,3). Portanto, T=1s, o polo será igual a p=-1 (inverso negativo de T) e a função de
transferência será dada por:
𝟏𝟎
𝑮(𝒔) =
𝒔+𝟏
𝑻𝒓 = 𝒕𝟐 − 𝒕𝟏 = 𝟐, 𝟑 − 𝟎, 𝟏 ≈ 𝟐, 𝟐𝒔
Observação: graficamente, os valores tomados na curva não são precisos, mas podemos
calcular através da resposta temporal tomando 10 e 90% de vf, ou seja, utilizando a
resposta ao degrau:
208
,
𝟏
Se 𝒕 = 𝒕𝟏 ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝟎, 𝟏𝒗𝒇 = 𝟏 ⇒ 𝟏 = 𝟏𝟎(𝟏 − 𝒆−𝟏𝒕𝟏 ) ⇒ 𝟏 − 𝒆−𝟏𝒕𝟏 =
𝟏𝟎
𝟗
Se 𝒕 = 𝒕𝟐 ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝟎, 𝟗𝒗𝒇 = 𝟗 ⇒ 𝟗 = 𝟏𝟎(𝟏 − 𝒆−𝟏𝒕𝟐 ) ⇒ 𝟏 − 𝒆−𝟏𝒕𝟐 =
𝟏𝟎
𝒅𝟐 𝒚(𝒕) 𝒅𝒚(𝒕)
𝒂 𝟐
+𝒃 + 𝒄𝒚(𝒕) = 𝒅𝒖(𝒕)
𝒅𝒕 𝒅𝒕
209
,
Onde a, b, c e d são valores quaisquer, y(t) é a saída do sistema e u(t) é a entrada do
sistema.
𝒅𝟐 𝒚(𝒕) 𝒅𝒚(𝒕)
𝓛 [𝒂 𝟐
+𝒃 + 𝒄𝒚(𝒕)] = 𝓛[𝒅. 𝒖(𝒕)]
𝒅𝒕 𝒅𝒕
𝒀(𝒔) 𝒅
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒂𝒔 + 𝒃𝒔 + 𝒄
𝒀(𝒔) 𝝎𝒏 𝟐
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝒀(𝒔) 𝟖
𝑮(𝒔) = = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝟐𝒔 + 𝟔𝒔 + 𝟏𝟔
210
,
associado ao quadrado de s deve ser igual a “1”. Devemos, então, colocar em evidência
o termo que multiplica “𝒔𝟐 ”, isto é:
𝒀(𝒔) 𝟖 𝟒
𝑮(𝒔) = = ⇒ 𝑮(𝒔) = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝟐(𝒔𝟐 + 𝟔 𝒔 + 𝟏𝟔) 𝒔 + 𝟑𝒔 + 𝟖
𝟐 𝟐
Agora a comparação dos demais coeficientes pode ser feita a fim de determinar os dois
parâmetros:
𝟒 𝝎𝒏 𝟐
𝑮(𝒔) = 𝟐
𝐞 𝑮(𝒔) =
𝒔 + 𝟑𝒔 + 𝟖 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
Por comparação dos denominadores das duas funções de transferência, vemos que:
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟖 ⇒ 𝝎𝒏 = √𝟖 ⇒ 𝝎𝒏 = 𝟐, 𝟖𝟑
{ 𝟑 𝟑
𝟐𝝃𝝎𝒏 = 𝟑 ⇒ 𝝃 = ⇒𝝃= ⇒ 𝝃 = 𝟎, 𝟓𝟑
𝟐𝝎𝒏 𝟐. 𝟐, 𝟖𝟑
𝝎𝒏 𝟐
𝑮(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝟏
Vamos calcular a resposta ao degrau, isto é, 𝐮(𝒕) = 𝟏(𝒕). Logo, 𝐔(𝐬) = e assim:
𝒔
𝒀(𝒔) 𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝑮(𝒔) = ⇒ 𝒀(𝒔) = 𝑮(𝒔). 𝑼(𝒔) ⇒ 𝒀(𝒔) = 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 𝒔
• Resposta Superamortecida;
• Resposta Subamortecida;
𝝎𝒏 𝟐
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 = 𝟎
Por baskhara:
Com este valor, pode ser estabelecida uma relação entre o valor de 𝝃 e dos pólos:
212
,
Neste caso, é possível decompor o trinômio no produto de dois binômios, onde estão
representados os valores dos polos:
𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝒀(𝒔) =
(𝒔 − 𝒑𝟏 )(𝒔 − 𝒑𝟐 ) 𝒔
O gráfico da figura 6.5, representa estes dois polos, que são os valores calculados acima.
Fonte: autor.
𝟏 𝟏 𝟏
[𝟏(𝒕) + (𝒃𝒆−𝒂𝒕 − 𝒂𝒆−𝒃𝒕 )] ⟷
𝒂𝒃 𝒂−𝒃 𝒔(𝒔 + 𝒂)(𝒔 + 𝒃)
Como pode ser observado, os valores de a e b são os valores dos polos com sinal trocado,
isto é:
𝒂 = −𝒑𝟏 𝐞 𝒃 = −𝒑𝟐
Exemplo: dado G(s) a seguir, calcule y(t) para a entrada degrau unitário:
𝟒
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒
Solução:
213
,
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒 = 𝟎
Por baskhara:
−𝟓 ± √(𝟓)𝟐 − 𝟒. 𝟏. 𝟒 −𝟓 ± √𝟐𝟓 − 𝟏𝟔 −𝟓 ± √𝟗 −𝟓 ± 𝟑 𝒑 = −𝟒
𝒑𝟏,𝟐 = = = = ⇒{ 𝟏
𝟐. 𝟏 𝟐 𝟐 𝟐 𝒑𝟐 = −𝟏
𝟒 𝟒 𝟏
𝑮(𝒔) = ⇒ 𝒀(𝒔) =
(𝒔 + 𝟏)(𝒔 + 𝟒) (𝒔 + 𝟏)(𝒔 + 𝟒) 𝒔
𝟒 𝟏 𝟒 𝟏
𝒚(𝒕) = [𝟏(𝒕) + (𝟒𝒆−𝟏𝒕 − 𝟏𝒆−𝟒𝒕 )] ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟏𝒕 + 𝒆−𝟒𝒕
𝟒 𝟏−𝟒 𝟑 𝟑
Como verificamos na resposta, não existem termos que provoquem uma oscilação do
sinal, ou seja, o sistema é muito amortecido a ponto de não oscilar.
Os polos estão associados às duas exponenciais da resposta e como são negativos, estes
dois termos serão nulos depois de um determinado tempo, o que faz com que o sistema
entre em regime com valor final igual a um.
214
,
Fonte: autor.
𝝎𝒏 𝟐 𝝎𝒏 𝟐 𝝎𝒏 𝟐
𝐆(𝐬) = 𝟐 = =
𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐. 𝟏𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 (𝒔 + 𝝎𝒏 )𝟐
(𝒔 + 𝝎𝒏 )𝟐 = 𝟎 ⇒ 𝒑𝟏,𝟐 = −𝝎𝒏
Obs.: através da fórmula dos polos, podemos chegar nos mesmos valores de polos:
215
,
Fonte: autor.
𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝒀(𝒔) =
(𝒔 + 𝝎𝒏 )𝟐 𝒔
𝟏 𝟏
𝟐
[𝟏(𝒕) − 𝒆−𝒂𝒕 − 𝒂𝒕𝒆−𝒂𝒕 ] ⟷
𝒂 𝒔(𝒔 + 𝒂)𝟐
Onde 𝒂 = 𝝎𝒏 .
Exemplo: dado G(s) a seguir, calcule y(t) para a entrada degrau unitário:
𝟒
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒
Solução:
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒 = 𝟎
Por baskhara:
216
,
−𝟒 ± √(𝟒)𝟐 − 𝟒. 𝟏. 𝟒 −𝟒 ± √𝟏𝟔 − 𝟏𝟔 −𝟒 ± √𝟎 −𝟒 𝒑 = −𝟐
𝒑𝟏,𝟐 = = = = ⇒{ 𝟏
𝟐. 𝟏 𝟐 𝟐 𝟐 𝒑𝟐 = −𝟐
𝟒 𝟒
𝐆(𝐬) = =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟒 (𝒔 + 𝟐)𝟐
E assim, o valor dos polos pode ser obtido diretamente da equação (𝒔 + 𝟐)𝟐 = 𝟎
Desta forma:
𝟒 𝟏
𝒀(𝒔) =
(𝒔 + 𝟏)(𝒔 + 𝟒) 𝒔
𝟒
𝒚(𝒕) = [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟐𝒕 − 𝟐𝒕𝒆−𝟐𝒕 ] ⇒ 𝒚(𝒕) = 𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟐𝒕 − 𝟐𝒕𝒆−𝟐𝒕
𝟐𝟐
Como pode ser verificado esta reposta não é igual a resposta superamortecida, mas o
seu gráfico é parecido, conforme ilustrado na figura 6.8.
Fonte: autor.
217
,
3) Resposta subamortecida (𝟎 < 𝝃 < 𝟏)
Note que se 𝟎 < 𝝃 < 𝟏, o valor da raiz será negativa e portanto, os polos serão
complexos. Podemos inverter a ordem do termo da raiz:
Estes polos têm parte real e imaginária, que estão associadas a resposta do sistema. A
parte real corresponde a constante de decaimento da resposta e está associado a uma
exponencial da resposta. Já a parte imaginária é chamada de frequência amortecida,
que está associada à oscilação do sinal.
Fonte: autor.
218
,
Já o valor de Y(s) será dado por:
𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝒀(𝒔) = 𝟐 𝟐
𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝒔
𝟏 −𝝃𝝎𝒏 𝒕
𝝎𝒏 𝟐
𝟏(𝒕) − 𝒆 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 + ∅] ⟷
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔(𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 )
√𝟏−𝝃𝟐
Onde ∅ = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈 e os valores de 𝝃 e 𝝎𝒏 podem ser determinados conforme
𝝃
exemplificado anteriormente.
Exemplo: dado G(s) a seguir, calcule y(t) para a entrada degrau unitário:
𝟗
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟗
Solução:
𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟗 = 𝟎
Por Baskhara:
−𝟏 ± √(𝟏)𝟐 − 𝟒. 𝟏. 𝟗 −𝟏 ± √𝟏 − 𝟑𝟔 −𝟏 ± √−𝟑𝟓
𝒑𝟏,𝟐 = = = ⇒ 𝒑𝟏,𝟐
𝟐. 𝟏 𝟐 𝟐
= −𝟎, 𝟓 ± 𝒋𝟐, 𝟗𝟔
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟗 ⇒ 𝝎𝒏 = √𝟗 ⇒ 𝝎𝒏 = 𝟑
{ 𝟑 𝟏
𝟐𝝃𝝎𝒏 = 𝟏 ⇒ 𝝃 = ⇒𝝃= ⇒ 𝝃 = 𝟎, 𝟏𝟔𝟕
𝟐𝝎𝒏 𝟐. 𝟑
219
,
Já o valor de Y(s) será dado por:
𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝒀(𝒔) = 𝟐 𝟐
𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝒔
𝟏 −𝝃𝝎𝒏 𝒕
𝝎𝒏 𝟐
𝟏(𝒕) − 𝒆 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 + ∅] ⟷
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔(𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 )
√𝟏−𝝃𝟐
Com ∅ = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈
𝝃
𝟏
𝐲(𝒕) = 𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏 [(𝟑√𝟏 − 𝟎, 𝟏𝟔𝟕𝟐 ) 𝒕 + ∅]
√𝟏 − 𝟎, 𝟏𝟔𝟕𝟐
√𝟏 − 𝟎, 𝟏𝟔𝟕𝟐 𝟎, 𝟗𝟖𝟔
∅ = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈 = 𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈 = 𝟏, 𝟒
𝟎, 𝟏𝟔𝟕 𝟎, 𝟏𝟔𝟕
220
,
Fonte: autor.
𝟐𝝅
𝝈 = 𝝃𝝎𝒏 e 𝝎𝒅 = 𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 e 𝝎𝒅 =
𝑻𝒅
𝝎𝒏 𝟐 𝝎𝒏 𝟐 𝝎𝒏 𝟐
𝐆(𝐬) = = =
𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐. 𝟎𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 𝒔𝟐 + 𝝎𝒏 𝟐
Fonte: autor.
𝝎𝒏 𝟐 𝟏
𝒀(𝒔) = 𝟐
𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐 𝒔
𝝎𝟐
𝟏(𝒕) − 𝒄𝒐𝒔𝝎𝒕 ⟷
𝒔(𝒔𝟐 + 𝝎𝟐 )
Exemplo: Dado G(s) a seguir, calcule y(t) para a entrada degrau unitário.
𝟗
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 +𝟗
Solução:
Como observamos, temos dois polos imaginários puros: 𝒑𝟏,𝟐 = ±𝒋𝝎𝒏 = ±𝒋𝟑
222
,
O valor de Y(s) será dado por:
𝟗 𝟏
𝒀(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟗 𝒔
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟗 ⇒ 𝝎𝒏 = √𝟗 ⇒ 𝝎𝒏 = 𝟑
O gráfico da figura 6.12 ilustra esta resposta no tempo. Como visto, o sistema não para
de oscilar, não tendo nenhum decaimento.
Fonte: autor.
Para descobrir qual é a resposta a ser utilizada, podemos examinar o valor dos polos ou
o valor de 𝝃.
223
,
Especificações da Resposta Transitória de Sistemas de Segunda Ordem: Parâmetros da
Resposta Temporal
São utilizadas duas definições, para sistemas que não ultrapassam o valor final
(superamortecidos e criticamente amortecidos) e para sistemas que ultrapassam o valor
final (subamortecidos e sistemas com zeros)
224
,
Fonte: autor.
𝝅 − 𝒄𝒐𝒔−𝟏 𝝃
𝑻𝒓 =
𝟐
𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃
𝟓𝐬 + 𝟒
𝐆(𝐬) =
𝒔𝟐 + 𝟓𝒔 + 𝟒
225
,
A resposta ao degrau está apresentada na figura 6.14. Como se nota, o sistema passa do
valor final em função do zero de G(s) e observamos também que o sistema não oscila, o
que caracteriza uma resposta, no caso, superamortecida.
Fonte: autor.
226
,
A figura 6.15 apresenta uma resposta subamortecida onde o tempo de assentamento é
de 7,65s é uma resposta superamortecida com um tempo de assentamento de 3,9s. No
caso da resposta subamortecida, o sistema oscila e entra e sai da faixa de ±𝟐% do valor
final, até que atinge o tempo de assentamento.
Fonte: autor.
Neste caso, existe um sobressinal, conforme pode ser identificado na figura 6.14, onde
apresentamos a resposta de um sistema subamortecido com sobressinal. Por definição,
o sobressinal é dado por:
𝑴𝑷𝒕 − 𝒗𝒇
𝑴𝑷 (%) = . 𝟏𝟎𝟎
𝒗𝒇
227
,
Onde 𝑴𝑷𝒕 é o valor de pico e 𝒗𝒇 é o valor final. Este valor está relacionado com o valor
de máximo de y(t), assim podemos calcular o instante de pico (derivando a função e
igualando a zero) e substituir este instante em y(t) para obter a valor final a partir da
fórmula.
−𝝃𝝅
𝝅 √𝟏−𝝃 𝟐
𝑻𝑷 = 𝐞 𝑴𝑷 (%) = 𝒆 . 𝟏𝟎𝟎
𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐
Fonte: Autor.
Figura 6.16 – Resposta de um sistema subamortecido com o valor do sobressinal.
A figura 6.17 demonstra diversas respostas ao degrau de sistemas de segunda ordem
em função do fator de amortecimento.
228
,
Fonte: autor.
𝒀(𝒔) 𝝎𝒏 𝟐
𝑮(𝒔) = =𝑲 𝟐
𝑼(𝒔) 𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝟏𝟖
𝑮(𝒔) =
𝒔𝟐 + 𝟒𝒔 + 𝟗
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟗 ⇒ 𝝎𝒏 = 𝟑
Assim: { 𝟏𝟖
𝑲𝝎𝒏 𝟐 = 𝟏𝟖 ⇒ 𝑲 = ⇒ 𝑲 = 𝟐
𝟗
229
,
Outro fato importante é a ideia que a estabilidade pode ser avaliada em duas situações:
a primeira, quando se deseja verificar se o sistema é estável ou não, a que chamamos
de estabilidade absoluta e a segunda é a ideia de estabilidade relativa, quando se
comparam sistemas estáveis e queremos verificar qual sistema é mais rápido. Este
último conceito está associado ao projeto de controladores.
ESTABILIDADE ABSOLUTA
A figura 6.18 ilustra a resposta de um sistema estável que foi alimentado por uma
entrada impulso e varia a sua saída mas volta à condição inicial.
230
,
Fonte: autor.
Figura 6.18 – A entrada impulso aplicada no sistema produz uma saída que varia,
mas retorna a sua condição inicial.
BIBO estável é que o sistema que recebe uma entrada limitada em amplitude, por
exemplo, um degrau, que será estável se produzir uma saída que varia mas depois
estabiliza.
231
,
Fonte: autor.
Figura 6.19 – Entrada degrau do sistema BIBO estável e sua saída correspondente,
limitada e que estabiliza em um valor final.
Entende-se como semi-plano esquerdo estrito, o plano onde a parte real dos polos
complexos é negativa, isto é: 𝓡𝒆{𝒑}<0. Assim, não se inclui os polos que estão no eixo
imaginário
232
,
Especial atenção se deve dar ao polo na origem: o sistema será instável, pois
trata-se de um polo integrador.
Exemplo: o sistema dado pela função de transferência abaixo será estável? Justifique.
𝟏𝟎
𝑮(𝒔) =
(𝒔 + 𝟒)(𝒔𝟐 + 𝟐𝒔 + 𝟓)
Solução: para verificar se será estável, devemos determinar os polos. Lembrando que
o polo é o valor de s que anula o denominador de G(s), e portanto, faz G(s0 tender ao
infinito, teremos o primeiro polo como raiz da equação:
𝒔 + 𝟒 = 𝟎 ⇒ 𝒔 = −𝟒 ou 𝒑𝟏 = −𝟒
𝟏𝒔𝟐 + 𝟐𝒔 + 𝟓 = 𝟎
−𝒃 + √𝒃𝟐 − 𝟒𝒂𝒄
𝒔𝟐,𝟑 =
𝟐𝒂
Então:
Finalmente:
𝒔𝟐,𝟑 = −𝟏 ± 𝟐𝒋 𝒐𝒖 𝒑𝟐,𝟑 = −𝟏 ± 𝟐𝒋
O sistema será estável, pois todos os polos têm parte real negativa.
233
,
Fonte: autor
Observações finais:
É importante lembrar que a resposta de um sistema está associada ao valor dos polos
do mesmo. Por exemplo:
𝟏
𝑮(𝒔) =
𝒔+𝟐
𝟏
𝒚(𝒕) = [𝟏(𝒕) − 𝒆−𝟐𝒕 ]
𝟐
Como se observa, a exponencial tem o valor do polo do sistema (p=-2). Como o expoente
é negativo, conforme o tempo aumenta, a exponencial tende a zero e a resposta do
sistema estabiliza em 0,5, o que demonstra que polos negativos geram respostas
estáveis.
Caso o polo fosse 𝒑 = 𝟐 (𝒂 = −𝟐), teríamos uma reposta instável, tendendo à −∞.
ESTABILIDADE RELATIVA
234
,
O conceito de estabilidade relativa está relacionado com a velocidade de resposta do
sistema, isto é, quanto tempo o sistema demora para entrar em regime e está associado
ao tempo de assentamento. Assim, este conceito é aplicado para determinar qual
sistema é mais estável.
A ideia é simples: “Quanto mais distante do eixo imaginário (mais negativo) estiver o
polo dominante do sistema, mais rapidamente ele estabiliza”. O projeto de
controladores está relacionado com este conceito.
Fonte: autor.
𝒃
Observação: Se >10 pode-se desprezar o polo em 𝒔 = −𝒃.
𝒂
Exemplo: O sistema dado pela função de transferência a seguir, tem polos dominantes
em:
Função de transferência:
235
,
𝟏𝟎
𝑮(𝒔) =
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏)
Polos de 𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏 = 𝟎:
−𝟏 ± √𝟏𝟐 − 𝟒. 𝟏. 𝟏 −𝟏 ± √−𝟑
𝒑𝟏,𝟐 = = = −𝟎, 𝟓 ± 𝟎, 𝟖𝟔𝒋
𝟐. 𝟏 𝟐
Polo de 𝒔 + 𝟏𝟎 = 𝟎: 𝒑𝟑 = −𝟏𝟎
O polo em -10 está 20 vezes mais distante. Assim, quem domina a resposta do sistema
são os polos 𝒑𝟏,𝟐 = −𝟎, 𝟓 ± 𝟎, 𝟖𝟔𝒋.
Se compararmos a resposta do sistema dado por G(s) com o sistema dado pelos polos
dominantes, verificaremos que os sistemas são equivalentes. No passado, este fato era
utilizado para reduzir a ordem da função de transferência, uma vez que todos os cálculos
eram feitos à mão.
Simulação no octave: na figura dd, apresentamos a resposta do sistema dado por G(s)
e o sistema com os pólos dominantes para uma entrada degrau.
Para G(s) - devemos aplicar a distributiva no denominador para podermos entrar com
os coeficientes da soma:
𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝑮(𝒔) = =
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏) 𝒔𝟑 + 𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏𝟎𝒔𝟐 + 𝟏𝟎𝒔 + 𝟏𝟎
𝟏𝟎
𝑮(𝒔) =
𝒔𝟑 + 𝟏𝟏𝒔𝟐+ 𝟏𝟏𝒔 + 𝟏𝟎
O sistema com os polos dominantes Gd(s): deve ter o mesmo valor final que G(s), isto
é:
236
,
𝒌
𝑮𝒅 (𝒔) =
𝒔𝟐 +𝒔+𝟏
𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝒗𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = = =𝟏
𝟎𝟑 + 𝟏𝟏. 𝟎𝟐 + 𝟏𝟏. 𝟎 + 𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝒌 𝒌
𝒗𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 = = =𝒌
𝟎𝟐 +𝟎+𝟏 𝟏
Logo:
𝟏
𝒌 = 𝟏 𝒆 𝑮𝒅 (𝒔) =
𝒔𝟐 +𝒔+𝟏
step(g)
hold
step(g1)
O comando hold mantém o gráfico de G(s) e imprime junto o gráfico de Gd(s). Como se
nota, os gráficos são praticamente iguais, o que implica que o polo em -10 pode ser
desprezado e toda a análise de controle pode ser feita com os polos dominantes.
237
,
Fonte: autor.
Com isto, fica claro porque a resposta do sistema completo tem como efeito
predominante o dos polos complexos e de aspecto gráfico de uma resposta
subamortecida.
238
,
Sistemas de ordem três em diante, quando excitados em sua entrada, produzirão uma
resolução que é a combinação de respostas de primeira e segunda ordens.
O exemplo anterior pode ser utilizado para verificar que a resposta global será dada pela
soma da resposta de um sistema de primeira ordem com um sistema de segunda ordem.
No entanto, para este exemplo, como foi explicado, a resposta que predomina é a dos
polos complexos.
Exemplo: vamos verificar a resposta ao impulso unitário para o G(s) do exemplo anterior
𝟏𝟎
𝑮(𝒔) =
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏)
Solução: a resposta ao impulso corresponde ao valor de y(t) para u(t)=δ(t), e com isso,
U(s)=1. Teremos, então:
𝒀(𝒔) 𝟏𝟎
𝑮(𝒔) = = ⇒ 𝒀(𝒔) = 𝑮(𝒔). 𝑼(𝒔)
𝑼(𝒔) (𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏)
𝟏𝟎
= .𝟏
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏)
Afim de calcular y(t), devemos calcular a transformada inversa da função Y(s). Para
tanto, aplicamos a expansão em frações parciais:
𝟏𝟎 𝒓𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑
𝒀(𝒔) = 𝟐
= + 𝟐
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔 + 𝒔 + 𝟏) 𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔 + 𝒔 + 𝟏
Cálculo de 𝒓𝟏 :
𝑩(𝒔) 𝟏𝟎
𝒓𝟏 = [(𝒔 + 𝒑𝟏 ) ] = [(𝒔 + 𝟏𝟎) ]
𝑨(𝒔) 𝒔=−𝒑
𝟏
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏) 𝒔=−𝟏𝟎
𝟏𝟎
= 𝟐
(−𝟏𝟎) − 𝟏𝟎 + 𝟏
𝟏𝟎 𝟏𝟎
𝒓𝟏 = =
𝟏𝟎𝟎 − 𝟏𝟎 + 𝟏 𝟗𝟏
Com o valor de 𝒓𝟏 :
239
,
𝟏𝟎 𝟏𝟎 𝟏 𝒓𝟐 𝒔 + 𝒓𝟑
= + ⇒
(𝒔 + 𝟏𝟎)(𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏) 𝟗𝟏 𝒔 + 𝟏𝟎 𝒔𝟐 + 𝒔 + 𝟏
𝟏𝟎
𝟏𝟎 + 𝟗𝟏𝒓𝟐 = 𝟎 ⇒ 𝒓𝟐 = −
𝟗𝟏
𝟏𝟎 + 𝟗𝟏𝟎𝒓𝟐 + 𝟗𝟏𝒓𝟑 = 𝟎
𝟗𝟎𝟎 𝟗𝟎
𝟏𝟎 + 𝟗𝟏𝟎𝒓𝟑 = 𝟗𝟏𝟎 ⇒ 𝟗𝟏𝟎𝒓𝟑 = 𝟗𝟎𝟎 ⇒ 𝒓𝟑 = =
{ 𝟗𝟏𝟎 𝟗𝟏
𝟏𝟎 𝟗𝟎
𝟏𝟎 + 𝟗𝟏𝟎𝒓𝟐 + 𝟗𝟏𝒓𝟑 = 𝟏𝟎 + 𝟗𝟏𝟎 (− ) + 𝟗𝟏 = 𝟏𝟎 − 𝟏𝟎𝟎 + 𝟗𝟎 = 𝟎
𝟗𝟏 𝟗𝟏
𝟏𝟎 𝟏 𝟏𝟎 𝒔 𝟗𝟎 𝟏
𝒀(𝒔) = − 𝟐
+ 𝟐
𝟗𝟏 𝒔 + 𝟏𝟎 𝟗𝟏 𝒔 + 𝒔 + 𝟏 𝟗𝟏 𝒔 + 𝒔 + 𝟏
𝓛−𝟏 𝟏
𝟏) 𝒆−𝒂𝒕 ←
(𝒔 + 𝒂)
𝟏 𝓛−𝟏 𝝎𝒏 𝟐
Da tabela de pares 𝟐) 𝝎𝒏 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 ←
√𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔𝟐 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝟏 𝓛−𝟏 𝒔
𝟑) − 𝒆−𝝃𝝎𝒏 𝒕 𝒔𝒆𝒏 [(𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 ) 𝒕 − ∅] ←
{ √𝟏 − 𝝃𝟐 𝒔 + 𝟐𝝃𝝎𝒏 𝒔 + 𝝎𝒏 𝟐
𝟐
√𝟏−𝝃𝟐
Com: ∅ = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈
𝝃
Para o segundo e terceiro termos, 𝝎𝒏 e 𝝃 devem ser calculados, bem como os termos
da função no tempo associados a estes parâmetros. Por comparação dos coeficientes
do denominador:
𝝎𝒏 𝟐 = 𝟏 ⇒ 𝝎𝒏 = 𝟏
{
𝟐𝝃𝝎𝒏 = 𝟏 ⇒ 𝟐. 𝝃. 𝟏 = 𝟏 ⇒ 𝝃 = 𝟎, 𝟓
√𝟏−𝝃𝟐 √𝟏−𝟎,𝟓𝟐 𝝅
Logo: ∅ = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 = 𝒂𝒓𝒄 𝒕𝒈 ⇒∅=
𝝃 𝟎,𝟓 𝟑
𝝎𝒏 √𝟏 − 𝝃𝟐 = 𝟏√𝟏 − 𝟎, 𝟓𝟐 = 𝟎, 𝟖𝟔𝟔
Logo, teremos:
𝒔 𝝅
𝓛−𝟏 [ ] = −𝟏, 𝟏𝟓𝟒𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝟎, 𝟖𝟔𝟔𝒕 − ) e
𝒔𝟐 +𝒔+𝟏 𝟑
𝟏
𝓛−𝟏 [ ] = 𝟏, 𝟏𝟓𝟒𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏(𝟎, 𝟖𝟔𝟔𝒕)
𝒔𝟐 +𝒔+𝟏
Assim:
𝟏𝟎 −𝟏𝟎𝒕 𝟏𝟎 𝝅
𝒚(𝒕) = 𝒆 + 𝟎, 𝟏𝟏𝟓𝟒𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏 (𝟎, 𝟖𝟔𝟔𝒕 − )
𝟗𝟏 𝟗𝟏 𝟑
𝟗𝟎
+ 𝟏, 𝟏𝟓𝟒𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏(𝟎, 𝟖𝟔𝟔𝒕)
𝟗𝟏
Efetuando os produtos:
241
,
Sobre a redução de ordem do sistema, a resposta ao impulso da função de ordem
reduzida é dada por:
𝟏
𝒚𝒅 (𝒕) = 𝓛−𝟏 [ ] = 𝟏, 𝟏𝟓𝟒𝒆−𝟎,𝟓𝒕 𝒔𝒆𝒏(𝟎, 𝟖𝟔𝟔𝒕)
𝒔𝟐 +𝒔+𝟏
O gráfico da figura 6.23 representa as duas respostas no tempo. Como notamos, são
bem próximas, indicando que o sistema pode ser reduzido de terceira ordem para um
sistema de segunda ordem.
t=0:0.01:10;
y=(10/91)*exp(-10*t)+(10/(91*sqrt(0.75)))*exp(-0.5*t).*sin(0.866*t-(pi/3))+(103.86/91)*exp(-
0.5*t).*sin(0.866*t);
yd=1.154*exp(-0.5*t).*sin(0.866*t);
plot(t,y,t,yd)
Fonte: autor.
242
,
Figura 6.23 – Gráfico da resposta ao impulso unitário para G(s) e Gd(s).
243
,
Conforme apresentado no gráfico, observa-se que a resposta é subamortecida, mas com
alteração dos parâmetros sobressinal, tempo de subida e tempo de acomodação e
quanto mais próximo do polo for o zero, mais forte é o efeito sobre a resposta temporal.
Fonte: autor.
Se o zero estiver à direita do eixo imaginário, ou seja, for um número real e positiva, a
resposta será de um sistema de fase não-mínima, que pode ser observada na resposta
do sistema anterior com um zero positivo.
Verifica-se, pelo gráfico da resposta ao degrau da figura 6.25, que o sistema reduz a sua
amplitude antes de tender ao seu valor final.
Fonte: autor.
244
,
Figura 6.25 – Resposta ao degrau unitário de um sistema subamortecido com zero
positivo.
Conclusão
Vimos neste bloco a resposta ao degrau de sistemas de primeira ordem, segunda ordem
e ordem superior.
245
,
246