Eliardo Vinicius Bezerra Lemos - TCC Eng. Elétrica Ceei 2022
Eliardo Vinicius Bezerra Lemos - TCC Eng. Elétrica Ceei 2022
Eliardo Vinicius Bezerra Lemos - TCC Eng. Elétrica Ceei 2022
CAMPINA GRANDE - PB
2022
ELIARDO VINICIUS BEZERRA LEMOS
CAMPINA GRANDE
2022
ELIARDO VINICIUS BEZERRA LEMOS
Agradeço em primeiro lugar à Deus, que me deu saúde, alegria e discernimento para realizar
meus sonhos, por ter me guiado pelos caminhos bons e por nunca ter me abandonado.
Agradeço a minha esposa, Ana Priscila, companheira fiel, dedicada, corajosa e exemplar,
por me amar e me apoiar em todos os momentos e me dar todo o apoio necessário para que eu
pudesse evoluir e me tornar a pessoa que sou hoje.
Aos meus filhos, Maria Clara, Lucas e Leonardo, que vieram para proporcionar alegria e
ânimo extra para lidar com os obstáculos existentes na vida, e me tornar uma pessoa mais feliz e
madura.
Agradeço também aos meus pais, Lemos e Ila, por terem me apoiado e auxiliado em todos
os momentos que necessitei, acreditando na minha capacidade.
Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a construção de quem sou hoje.
Muito obrigado!
Resumo
Busca-se atualmente várias maneiras de produzir energia elétrica que degradem menos o meio
ambiente e que sejam mais sustentáveis. A utilização de energia fotovoltaica vem crescendo por
tratar-se de uma fonte relativamente limpa, renovável e com retorno financeiro considerável para a
maioria dos casos. A instalação de um projeto fotovoltaico tem alto custo inicial, sendo necessária
uma análise econômica para mostrar sua viabilidade para que investidores se interessem no
setor. O objetivo deste trabalho é expor a viabilidade econômica na implantação de um sistema
fotovoltaico, onde foi analisado diante dos custos de projeto o tempo de retorno para que o
investidor recupere o valor investido. No decorrer deste trabalho foram explicadas as variáveis
consideradas importantes para a análise, como irradiação solar, custo de projeto e tempo de
retorno. A viabilidade do projeto é comprovada e demonstrada ao final do estudo.
Palavras-chave: Painel Fotovoltaico, Viabilidade Econômica, Energia Fotovoltaica, Inversor.
Abstract
Several ways are currently being sought to produce energy that degrade the environment less and
are more affected. The use of photovoltaic energy has been growing because it is a relatively
renewable source with a profitable financial return in most cases. A photovoltaic project has a
high initial cost, requiring an economic analysis to show its feasibility of installation for a sector
that investors are interested in. The present is an economic feasibility for the implementation of
a photovoltaic investment, where the return of the investment costs of the project of recovery of
the invested value was objectified. In the course of this work, important analysis projects such as
solar irradiation, cost and payback time were explained. The feasibility of the project is proven
and demonstrated at the end of the study.
Keywords: Photovoltaic Panel, Economic Feasibility, Photovoltaic Energy, Inverter.
Lista de ilustrações
Figura 1 ± Junção PN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 2 ± Representação de uma célula fotovoltaica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 3 ± Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica. . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 4 ± Célula fotovoltaica de Silício Monocristalino. . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 5 ± Célula fotovoltaica de Silício Policristalino. . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 6 ± Célula fotovoltaica de filme fino de Silício. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 7 ± Gráfico da irradiação solar em função do tempo. . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 8 ± Exemplo de valores de irradiação solar diária média. . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 9 ± Sistema on grid. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 10 ± Sistema off grid. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 11 ± Simbologia do módulo fotovoltaico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Figura 12 ± Camadas de materiais que compõem um módulo fotovoltaico. . . . . . . . . 24
Figura 13 ± Mapa de declinação magnética (2012). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 14 ± Correção da declinação magnética. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Figura 15 ± Inclinação do módulo fotovoltaico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 16 ± Curva I-V para módulos conectados (a) em série e (b) em paralelo. . . . . . 28
Figura 17 ± Inversor Solar Grid-Tied Sofar 4KTLM-G2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 18 ± String box. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 19 ± Cabos com terminais elétricos padronizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 20 ± Estrutura de um sistema de geração fotovoltaica residencial. . . . . . . . . . 33
Figura 21 ± Vista superior da unidade consumidora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 22 ± Irradiação solar diária média no decorrer do ano. . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 23 ± Estrutura projetada para instalação de módulos fotovoltaicos. . . . . . . . . 38
Figura 24 ± Inversor Growatt MIN10000TL-X instalado no local. . . . . . . . . . . . . 39
Figura 25 ± Dispositivos de proteção CA implementados no sistema fotovoltaico. . . . . 40
Figura 26 ± Gráfico do retorno financeiro do sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Figura 27 ± Análise da geração de energia do sistema em comparação com o consumo. . 44
Lista de tabelas
Tabela 1 ± Eficiência das células fotovoltaicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Tabela 2 ± Especificações técnicas do módulo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Tabela 3 ± Especificações técnicas do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Tabela 4 ± Custo do Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Tabela 5 ± Retorno financeiro anual do sistema fotovoltaico. . . . . . . . . . . . . . . 42
Lista de abreviaturas e siglas
CA Corrente Alternada
CC Corrente Contínua
GD Geração Distribuída
UC Unidade Consumidora
W watt
m metro
h hora
k kilo
V volts
A ampere
C celsius
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 Objetivos EspecíĄcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
ANEXOS 49
1 Introdução
Com o aumento no consumo de energia elétrica e das tarifas energéticas ano após ano, torna-
se cada vez mais necessário a utilização de fontes de energia alternativas. Entre as possibilidades
existentes, a energia fotovoltaica está sendo cada vez mais utilizada em países com alta incidência
solar, como o Brasil, principalmente na região Nordeste.
A energia fotovoltaica é uma opção de fácil implementação, pois permite a instalação nos
mais diversos locais, como residências, comércios e indústrias, sem necessidade de grandes
equipamentos ou procedimentos complexos de instalação, podendo ser instaladas no próprio
telhado, cobertura ou no solo, além de possuir baixo custo de manutenção, pois os equipamentos
possuem longa garantia disponibilizada pelo fabricante, sendo necessário apenas realizar a
limpeza dos painéis e verificação dos cabos e conectores do sistema uma ou duas vezes ao ano.
(SOUZA, 2016)
No ambiente residencial, a energia fotovoltaica se torna um investimento com retorno finan-
ceiro observável, pois a energia produzida não teria mais que ser contratada da concessionária,
sendo gerada pelo próprio sistema. Após um determinado período de tempo, a economia nos
custos de energia elétrica podem exceder os custos de implementação. (FADIGAS, 2012)
Os sistemas fotovoltaicos podem ser implementados utilizando-se a configuração off-grid,
que utiliza baterias para armazenar a energia excedente gerada durante o dia para ser consumida
durante a noite, sem necessidade de conexão com a rede elétrica, ou utilizando-se a configuração
on-grid, onde a energia excedente produzida ao longo do dia é injetada na rede elétrica como
crédito, e esse crédito é utilizado durante a noite.
A instalação de painéis fotovoltaicos com característica on-grid torna-se um investimento
assertivo, pois a energia produzida ao longo do dia substitui a energia que seria contratada,
proporcionando economia na fatura de energia elétrica. (FADIGAS, 2012)
Para que se possa verificar a viabilidade financeira da implementação de painéis fotovoltaicos
em determinado local, deve-se verificar o consumo médio para determinar a potência ideal
para o sistema. Após determinar a potência necessária do sistema, é feito o levantamento dos
custos necessários para a implementação, projeção de receitas, opções de financiamento, caso
necessário, custos com certificação e inspeção.
1.1 Objetivos
Estudo que visa avaliar a viabilidade da instalação de sistema de geração fotovoltaica através
da análise dos custos envolvidos e efetividade do sistema implementado, além de todas as
Capítulo 1. Introdução 14
variáveis que devem ser levadas em consideração no sistema, e estudos práticos sobre o assunto.
• Escolha dos equipamentos que serão utilizados no sistema dentre as opções disponíveis no
mercado;
2.1 Semicondutores
A energia fotovoltaica é obtida pela conversão da luz do sol em eletricidade, que ocorre
através do chamado efeito fotovoltaico, que consiste na diferença de potencial estabelecida nas
extremidades do material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A célula fotovoltaica é
a unidade fundamental nesse processo.
Os semicondutores se comportam como material isolante em temperaturas próximas ao
zero absoluto. Quando a temperatura começa a subir, os átomos começam a vibrar, variando
a distância entre eles, oscilando cada vez mais à medida que a temperatura aumenta. Parte da
energia gerada por essas oscilações começa a ser transferida para os elétrons, que ao receber
energia suficiente, começam a abandonar a ligação covalente a qual pertencem, obtendo-se um
elétron livre e uma lacuna. (MELLO; BIASI, 1975)
Como o silício possui quatro elétrons de valência, necessita de quatro átomos vizinhos para
formar uma ligação covalente. Caso seja inserido um elemento que contenha cinco elétrons de
valência, esse quinto elétron ficará fracamente ligado. Na temperatura ambiente, esse elétron é
liberado, deixando o material negativamente carregado. Um semicondutor com essa característica
é denominado tipo N. Caso seja inserido um elemento com três elétrons de valência, ao submeter-
se o semicondutor à temperatura ambiente, ele ficará carregado positivamente, um semicondutor
com essa característica é denominado tipo P. (BLUESOL, 2019)
Esses dois tipos de semicondutores (tipo N e tipo P) são combinados, formando uma junção
PN, como pode-se visualizar na Figura 1.
Capítulo 2. Conceitos Básicos de Energia Fotovoltaica 16
qV
I = I ph − I0 exp −1 (2.1)
nKT
Onde:
q(V + IRS ) V + IRS
I = I ph − I0 exp −1 − (2.2)
nKT RP
Onde:
• RP - resistência shunt;
• RS - resistência série;
Quando raios solares incidem sobre a célula, verifica-se uma tensão em seus terminais. Se
a célula não está conectada a nenhum circuito, pode-se medir a tensão de circuito aberto (Voc ).
Outro parâmetro importante é a corrente de curto-circuito (Isc ), que pode ser medida conectando-
se os terminais da célula em curto-circuito e fazendo a medição da corrente utilizando um
amperímetro. (FADIGAS, 2012)
1 Disponível em: <http://encurtador.com.br/dgsIM>
Capítulo 2. Conceitos Básicos de Energia Fotovoltaica 18
Na prática, a curva mostrada na Figura 7 irá sofrer variações de um dia para o outro, devido
Capítulo 2. Conceitos Básicos de Energia Fotovoltaica 21
Os valores de irradiação solar diária média são importantes para o cálculo dos sistemas
fotovoltaicos, pois evidenciam a quantidade de radiação solar que incidirá sobre os painéis,
possibilitando o cálculo da potência média que será gerada diariamente.
Os sistemas fotovoltaicos com característica off grid não são conectados à rede e utilizam
baterias para armazenar a energia que será consumida durante a noite. Assim, ele é capaz de
suprir o consumo elétrico de uma casa ou empresa nos momentos em que a luz solar não está
disponível, tornando-se uma ótima opção para locais sem acesso à rede elétrica, além de não
precisar pagar o custo mensal de disponibilidade.
Por ser um sistema independente, o custo da sua instalação é elevado, devido a necessidade
da utilização de baterias e de um sistema de controladores de carga. Além disso, caso haja um
longo período de condições climáticas desfavoráveis para a geração, o sistema poderá não ter
energia armazenada suficiente para suportar todo o consumo do local. A Figura 10 apresenta um
exemplo de conexão off grid.
Para determinar a melhor opção a ser implementada em determinado local, deve-se analisar
as características do local e os custos envolvidos para determinar qual das opções é a ideal.
24
Para proteção das células, os módulos fotovoltaicos são encapsulados com materiais plásticos
(EVA ou PVB). A região onde incidem os raios solares é coberta com vidro temperado e a parte
posterior com plástico laminado Tedlar. O módulo é emoldurado com uma estrutura em alumínio,
que garante rigidez e proteção. Na Figura 12 pode-se visualizar as camadas e materiais presentes
no módulo. A garantia de funcionamento dos módulos varia entre 10 e 25 anos, dependendo do
fabricante, porém a vida útil desses módulos é superior. (SOLENERG, 2022)
• Corrente de Curto-Circuito (ISC ): Corrente máxima que um módulo pode fornecer. Para
realizar a medição basta conectar os terminais do módulo em curto circuito e medir a
corrente com um amperímetro.
• Tensão de Circuito Aberto (VOC ): Máxima tensão entre os terminais de um módulo. Pode
ser medida com um voltímetro ligado aos terminais sem que o mesmo esteja alimentando
qualquer carga.
• Corrente de Máxima Potência (IMP ): Valor de corrente quando o módulo está fornecendo
máxima potência.
• Tensão de Máxima Potência (VMP ): Valor de tensão quando o módulo está fornecendo
máxima potência.
• Ponto de Máxima Potência (PMP ): Máxima potência que o módulo fotovoltaico pode
entregar para um determinado nível de irradiância solar. É calculado como sendo o produto
VMP x IMP .
ilustrado na Figura 13, onde pode-se visualizar as linhas de declinação para o território brasileiro.
(FERNANDES, 2018)
Verifica-se então a linha de correção magnética mais próxima ao local onde os módulos
fotovoltaicos serão instalados, para identificar o valor de correção que será utilizado. Esse valor
é aplicado à bússola para correção do direcionamento, de acordo com a Figura 14.
Figura 16 ± Curva I-V para módulos conectados (a) em série e (b) em paralelo.
Deve-se assegurar também que os módulos tenham os mesmos valores nominais (potência,
corrente, tensão), pois, ao conectar módulos em série de correntes diferentes, suas tensões serão
somadas, mas a corrente será limitada pela menor das correntes, o que resultará em um sistema
ocioso. O mesmo ocorre se módulos de tensões diferentes forem conectados em paralelo, as
correntes serão somadas, mas a tensão será limitada pela menor das tensões, o que resultará
também em um sistema ocioso. (ENERGYSHOP, 2019)
3.2 Inversores
O inversor é o dispositivo eletrônico responsável por converter a energia elétrica na forma
de corrente contínua, gerada pelos módulos e recebida em sua entrada, para corrente alternada.
Esse dispositivo é fundamental para as instalações fotovoltaicas.
A tensão em corrente alternada na saída do inversor deve ter amplitude, frequência e harmô-
nicos adequados às cargas a serem alimentadas. Para sistemas off grid, a energia é convertida de
tensão contínua em alternada sem haver a necessidade de estar conectado a uma rede elétrica,
verificando-se apenas os parâmetros dos equipamentos que serão alimentados para que sejam
compatíveis. Para sistemas conectados a rede elétrica, a tensão na saída do inversor deve ser
sincronizada com a tensão de rede. (PINHO; GALDINO, 2014)
Os inversores modernos possuem uma funcionalidade denominada Rastreamento do Ponto de
Máxima Potência (Maximum Power Point Tracking - MPPT). O MPPT observa constantemente
as modificações na curva I-V e atua na eletrônica do inversor de modo a mantê-lo na tensão
correspondente a de máxima potência, maximizando a transferência de potência e reduzindo
as perdas. Na Figura 17 pode-se visualizar um exemplo de inversor utilizado nas instalações
fotovoltaicas.
Capítulo 3. Componentes de um Sistema Fotovoltaico 29
Em sistemas conectados à rede (on grid), o inversor também é responsável pela sincronização
do sinal gerado com o sinal da concessionária, garantindo assim que não haverá interferência
com o sinal da rede.
• DPS: Responsável por proteger o inversor contra qualquer sobretensão que possa vir da
parte CC, como, por exemplo, descargas atmosféricas.
• Cabos CC: A string box recebe os cabos vindos dos módulos e conecta-se ao inversor.
A proteção dos cabos CC é dimensionada de acordo com a norma NBR 16690. Os cabos que
fazem a conexão entre os módulos e o inversor devem possuir tensão de isolação entre 300V
e 1000V e sua capacidade de condução de corrente deve ser 25% superior à corrente de curto
circuito dos módulos fotovoltaicos.
As quedas de tensão nas conexões em corrente contínua devem estar entre 1% e 3%. O
dimensionamento dos cabos é realizado utilizando o critério da capacidade de corrente, aplicando-
se em seguida o critério da queda de tensão. Em instalações fotovoltaicas, os cabos podem ficar
sujeitos a intempéries e radiação solar excessiva, o que exige a utilização de cabos apropriadas
para evitar ressecamento e deterioração acelerada.
3 Disponível em: <https://www.jmecosolar.com.br/cabo-solar-fotovoltaico-com-conector-mc4>
Capítulo 3. Componentes de um Sistema Fotovoltaico 32
3.5 Aterramento
O aterramento é responsável pela conexão à terra de um equipamento ou de um sistema. O
principal objetivo do aterramento é proteger as pessoas contra choques elétricos e impedir que
ocorram danos aos equipamentos provocados por falhas ou descargas atmosféricas, por exemplo.
A instalação de um sistema fotovoltaico é considerada uma reforma, o que implica que a
instalação deve conter obrigatoriamente um sistema de aterramento, atendendo à norma NBR
5410.
Nos sistemas fotovoltaicos, o aterramento é utilizado para:
• Evitar danos aos equipamentos devido a falha no isolamento ou arcos elétricos provocados
por falhas;
• Fornecer caminhos de retorno efetivos para o fluxo de corrente de falha, para que relés,
fusíveis e dispositivos similares tenham um desempenho previsível;
• Fornecer caminhos adequados para pequenas correntes de fuga, para que elas sejam menos
propensas a causar corrosão do que fluindo em caminhos dispersos.
Todas as partes que possuem materiais condutores devem ser conectadas ao sistema de
aterramento, tornando o sistema equipotencializado, para evitar que, em caso de falhas, tornem-se
acidentalmente vivas, podendo provocar choques elétricos ou falhas nos equipamentos presentes
no sistema. (PERUZZO, 2021)
Na Figura 20 pode-se visualizar um exemplo de instalação de sistema fotovoltaico residencial,
onde verifica-se que todos os equipamentos estão devidamente conetados ao aterramento.
Capítulo 3. Componentes de um Sistema Fotovoltaico 33
kits já dimensionados para o valor de geração desejada, contendo módulos, inversores, cabos,
conexões e estrutura de fixação dos módulos.
Determina-se então o valor da potência real do sistema em kWp, a partir da Equação 4.1,
considerando uma eficiência do módulo de 86% (consultar datasheet do módulo no Anexo B).
consumo mensal
Psist = (4.1)
irradiação . número de dias no mês . eficiência
1200 kW h
Psist = = 8, 86 kW p
5, 25 . 30 . 0, 86
Divide-se então a potência real pelo valor da potência máxima (STC) do módulo, cujo valor
está disposto na Tabela 2, determinando assim a quantidade de módulos fotovoltaicos necessários
para suprir a demanda do local.
8, 86kW p
= 19, 7
450kW p
Ou seja, para suprir a demanda do local, são necessários 20 módulos fotovoltaicos, conside-
rando o modelo escolhido, resultando numa geração de 9 kWp. Caso fosse optado por utilizar
19 módulos, o valor total da potência seria 8,55 kWp, obtendo-se uma geração abaixo do valor
desejado.
É fundamental verificar a área disponível para instalação dos módulos, pois o local pode
possuir uma área limitada apta a receber os módulos. Os 20 módulos ocupam uma área de
aproximadamente 40 m2 , assim existe espaço suficiente no local para que os módulos sejam
instalados. Na Figura 23 pode-se visualizar a forma como os módulos fotovoltaicos foram
implementados no local.
Verificando os parâmetros desse modelo, observa-se que o inversor atende aos requisitos
necessários para ser utilizado no sistema. Além disso, como sua potência máxima é de 10 kW,
um pouco acima da potência calculada, o cliente pode adicionar mais módulos ao sistema caso
seja necessário, aumentando sua geração sem a necessidade de adquirir outro inversor. Na Figura
24 pode-se visualizar o inversor instalado no local.
Capítulo 4. Dimensionamento do Sistema Fotovoltaico 39
Após definir a quantidade de módulos que serão utilizados no sistema e o modelo de inversor
capaz de suportar essa geração, o passo seguinte é definir o arranjo em que esse módulos serão
conectados.
Determina-se a quantidade máxima de módulos que podem ser conectados em série em cada
string do inversor. Para isso, divide-se o valor de tensão máxima CC do inversor pelo valor de
tensão de circuito aberto do módulo fotovoltaico. Para os modelos utilizados no projeto, tem-se:
600
= 14, 57
41, 18
Ou seja, até 14 módulos podem ser conectados em série em cada string do inversor, visto
que caso sejam conectados 15 módulos, o valor da tensão CC seria de 617,7 V,valor superior
à tensão máxima suportada por string do inversor. Optou-se por conectar 10 módulos em cada
string, devido às dimensões do local onde os painéis serão instalados.
De acordo com a norma NBR 5410, o condutor de EPR (ou XLPE) de cobre, com seção
nominal de 6 mm2 pode conduzir até 54 A. Devido à capacidade de condução ser maior que a
corrente máxima do sistema e a distância entre o inversor e o QDG (Quadro de Distribuição
Geral) ser menor que 5 m, pode-se então utilizar esse modelo de condutor para a parte CC.
Já para a parte CA, utilizam-se cabos com seção nominal de 10 mm2 , capazes de conduzir
até 50 A, e com isolação PVC.
Seguindo a Norma NDU-001, da concessionária de energia, é definido o uso de DPS classe
II para proteção na saída do inversor. O DPS escolhido tem tensão nominal de 275 V e corrente
de descarga máxima de 20 kA.
Instala-se também um disjuntor termomagnético para proteção em caso de curto-circuito ou
necessidade de manutenção. O disjuntor implementado possui curva de disparo tipo B e corrente
nominal de 50 A. Na Figura 25 pode-se verificar o disjuntor e DPS utilizados no sistema.
Segundo a Norma NDU-001, a geração distribuída deve possuir também uma malha de
aterramento, que deve ser conectada ao sistema de aterramento existente na unidade consumidora,
tornando o sistema equipotencializado.
41
5.1.1 Payback
O Payback é um cálculo que permite estimar em quanto tempo os lucros obtidos por um
determinado investimento cobrirão o valor aplicado inicialmente. É usado por empreendedores e
investidores, auxiliando na tomada de decisão. (RESULTADOSDIGITAIS, 2022)
Considerando-se que o tempo de vida útil do sistema fotovoltaico é de aproximadamente
25 anos, estima-se o valor médio anual de consumo de energia, que é dado pela média dos
12 valores referentes a cada mês do ano. Para o sistema em questão, a média de consumo foi
estabelecida em 1200 kWh/mês. Leva-se em consideração também o valor da inflação, sendo
utilizado para cálculo o valor de 10% ao ano, o valor do kWh cobrado pela concessionária, que é
Capítulo 5. Fator Comercial e sua Viabilidade 42
de R$ 0,70, para a localidade em questão, além da perda de eficiência prevista no valor de 14%,
informada no datasheet do módulo fotovoltaico.
Para cálculo do Payback, utilizou-se a plataforma Brassuny, inserindo como parâmetros
os dados solicitados referentes ao local onde o sistema será instalado. No Anexo C pode-se
visualizar a tela da plataforma onde os valores são inseridos para cálculo do Payback. A partir
dos dados informados, a plataforma calcula automaticamente o Payback. A Tabela 5 apresenta o
Payback do sistema de forma resumida. No Anexo D pode-se visualizar o cálculo detalhado do
Payback do sistema.
Pode-se verificar que o momento no qual o investidor tem retorno do valor investido é após 3
anos de geração de energia fotovoltaica. A partir desse momento, o investimento começa a gerar
lucro. Na Figura 26 pode-se visualizar a curva do retorno financeiro.
Capítulo 5. Fator Comercial e sua Viabilidade 43
A plataforma apresenta também uma estimativa de geração média mensal, que pode ser
visualizada na Figura 27. Pode-se visualizar que a média de geração mensal é menor no período
do inverno e bem mais alta no período do verão. Como a energia injetada na rede gera créditos,
esses créditos são utilizados nos meses onde a geração é mais baixa, caso venha a ser inferior
ao consumo de energia do mês. Ou seja, o sistema é dimensionado para ter uma média anual
de geração que seja suficiente para cobrir o consumo, mas pode apresentar geração inferior ao
consumo em alguns meses, sendo compensada nos meses onde a geração é superior.
Capítulo 5. Fator Comercial e sua Viabilidade 44
O barateamento da tecnologia com o passar do tempo torna o Payback cada vez mais rápido,
além da inflação que acompanha as tarifas de energia, fazendo com que o sistema fotovoltaico se
torne mais atrativo para maiores taxas de inflação.
É importante ressaltar que todos os cálculos realizados até o momento utilizam valores
médios de acordo com o histórico passado, o que torna o Payback uma estimativa sobre o retorno
do investimento do cliente. Contudo, o fato de ser uma estimativa não torna o sistema menos
atrativo, tendo em vista que a economia é notória e que os lucros são bastante consideráveis
quando analisados mais a fundo. (FERNANDES, 2018)
5.2 Resultados
Pode-se verificar, através da análise do Payback, que o retorno do investimento realizado é
dado antes da meia vida do projeto, fato que já demonstra a viabilidade econômica desse tipo de
de projeto.
Além disso, o valor do VPL (Valor Presente Líquido), que determina o valor atual do retorno
do investimento, é de R$ 152.026,22. Para os dias atuais, utiliza-se a Taxa Mínima de Atratividade
(TMA) no valor de 13,75% a.a., valor atual da taxa Selic. É necessário que o investimento tenha
um retorno maior que o valor dessa taxa, para que o investimento seja considerado viável. A
partir desses valores, pode-se determinar a Taxa Interna de Retorno, no valor de 43%. Observa-se
que o valor da TIR é superior ao valor da TMA, o que significa que o investimento é viável.
1 Disponível em: <https://www.brassunny.com.br/>
Capítulo 5. Fator Comercial e sua Viabilidade 45
Outro fato determinante é que, para casos em que a energia injetada na rede for maior que
a consumida, o consumidor receberá da concessionaria um prazo de 36 meses para utilização
do excedente. Ou seja, mesmo que o sistema pare de funcionar, caso o cliente tenha excedente
poderá utilizar para abater as faturas seguintes.
É importante ressaltar que a preocupação com o meio ambiente condiz também na economia
de energia elétrica, desse modo, a consciência dos consumidores é de fundamental importância
para a viabilidade econômica e ambiental de tal sistema.
Outro fato importante é a relação entre a geração de energia fotovoltaica e a geração de
energia hidrelétrica. Nos momentos nos quais as usinas hidrelétricas estiverem com baixos níveis
nos reservatórios, a energia fotovoltaica poderá aliviar a demanda atendida por essas usinas. Da
mesma forma, em uma situação na qual os reservatórios estão cheios, a energia fotovoltaica pode
prejudicar a geração hidrelétrica, visto que a demanda pode não ser suficiente para a manutenção
do nível de água dos reservatórios, podendo levar a um potencial desperdício de água. (DANTAS;
POMPERMAYER, 2018)
Uma das principais desvantagens do sistema on grid é a tributação por ICMS. A energia
gerada pelo consumidor é aplicada na rede sem tributação, contudo, ao consumi-la, a concessio-
naria devolve ao consumidor aplicando essa tributação. Isso faz com que o valor seja reduzido,
no entanto não afeta o consumo direto, já que não passa pelo medidor.
46
6 Conclusão
Referências
ABNT. Norma Brasileira ABNT NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão. 2004.
BLUESOL. Célula Fotovoltaica ± O Guia Técnico Absolutamente Completo. 2019. Acesso em:
12/05/2022. Disponível em: <https://blog.bluesol.com.br/celula-fotovoltaica-guia-completo/>.
Citado 2 vezes nas páginas 15 e 16.
CUSTóDIO, D. Topografia ± I (Aula 06) Declinação Magnética. 2016. Acesso em: 04/06/2022.
Disponível em: <https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/2029993/mod_resource/content/1/6_
Declina%C3%A7%C3%A3o_Magnetica_TOPO-1_2016_1.pdf>. Citado na página 26.
ENERGISA. Norma de Distribuição Unificada 013 - Critérios para a Conexão em Baixa Tensão
de Acessantes de Geração Distribuída ao Sistema de Distribuição. 2022.
GóMEZ, J. M. R. et al. A irradiância solar: conceitos básicos. 2018. Acesso em: 13/05/2022.
Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbef/a/DfZGpdWH53yHvvj9kwjMqqt/?lang=pt>.
Citado na página 20.
MELLO, H. A. de; BIASI, R. S. de. Introdução à Física dos Semicondutores. [S.l.]: Editora
Edgard Blucher Ltda, 1975. Citado na página 15.
Referências 48
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27/08/2022. Disponível em: <https://www.dicionariofinanceiro.com/valor-presente-liquido/>.
PORTALSOLAR. Célula fotovoltaica: tudo o que você precisa saber. Acesso em: 09/06/2022.
Disponível em: <https://www.portalsolar.com.br/celula-fotovoltaica.html>.
IEC61215(2016), IEC61730(2016)
ISO45001:2018
Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional
MBB HC Technology
MBB HC Technology
Características Principais
100%
98% Valo
r adic
ional
da g
aran
tia lin
Garantia de produto de 12 anos
ear d
a Jin
ko So
lar
Garantia de energia linear de 25 anos
84.8%
H
Curvas de corrente-tensão e Dependência de temperatura de
potência-voltagem (450W) Isc, Voc, Pmax
180
Ⅰ
16 160
450
1360mm
300
860mm
10
Corrente (A)
Isc
Power (W)
8 100
225
Voc
6 80
150
4 Pmax
75 60
2
0 0 40
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
A A
20
Length: ±2mm
9.0
Width: ±2mm Características mecânicas
30
ESPECIFICAÇÕES
Tipo de Módulo JKM440M-60HL4 JKM445M-60HL4 JKM450M-60HL4 JKM455M-60HL4 JKM460M-60HL4
JKM440M-60HL4-V JKM445M-60HL4-V JKM450M-60HL4-V JKM455M-60HL4-V JKM460M-60HL4-V
STC NOCT STC NOCT STC NOCT STC NOCT STC NOCT
Potência máxima (Pmax) 440Wp 327Wp 445Wp 331Wp 450Wp 335Wp 455Wp 339Wp 460Wp 342Wp
Tensão máxima de energia (Vmp) 33.72V 31.39V 33.82V 31.56V 33.91V 31.73V 34.06V 31.91V 34.20V 32.07V
Corrente de potência máxima (Imp) 13.05A 10.43A 13.16A 10.49A 13.27A 10.55A 13.36A 10.61A 13.45A 10.67A
Tensão de circuito aberto (Voc) 41.02V 38.72V 41.10V 38.79V 41.18V 38.87V 41.33V 39.01V 41.48V 39.15V
Corrente de curto-circuito (Isc) 13.73A 11.09A 13.79A 11.14A 13.85A 11.19A 13.93A 11.25A 14.01A 11.32A
*
STC: Irradiance 1000W/m
2
Temperatura da célula 25 ° C AM=1.5