Manual Do Empreendedor Parte 2
Manual Do Empreendedor Parte 2
Manual Do Empreendedor Parte 2
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
PARTE II
O CICLO DO CRESCIMENTO DE UM NEGÓCIO
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
A maior parte das pessoas que pede a minha ajuda, profissionalmente, pede-o
no que respeita ao crescimento dos seus negócios. Normalmente respondo
perguntando o que significa para si fazer crescer o negócio e a resposta, regra
geral, prende-se com o crescimento do volume de vendas. É aí que geralmente
faço uma dupla reflexão.
Se vamos crescer o negócio então precisamos de um plano. Um plano de
crescimento, ou um plano de negócio se preferirem dessa forma. Mas é
fundamental perceber que esse plano não pode contemplar apenas o crescimento
das vendas, mas sim o crescimento equilibrado da empresa nas suas quatro
vertentes fundamentais.
De facto, crescer as vendas é o primeiro passo no crescimento de um negócio,
III
mas as vendas servem essencialmente pela forma como alimentam o crescimento
e comunicação de valor
estratégia, criação
dos outros três vetores fundamentais.
Muitos negócios crescem as suas vendas e, por vezes, muito significativamente
durante bastante tempo e nunca aprendem a transformá-las no derradeiro
propósito da atividade empresarial: o lucro! Sem lucro não há justificação para a
existência da empresa tal como a conhecemos. Ter lucro é o verdadeiro desígnio
da empresa. Se não for lucro que o empresário visa, então deve ponderar outra
forma de organização que não a empresarial. IV
No entanto, muitas vezes sucede, também, que vendemos bastante, somos
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
34
I
passando e o dinheiro teima em não se acumular na conta bancária. O que se
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
passa é que esses empresários estão a confundir lucro com cash flow e talvez por
isso não consigam converter o primeiro no segundo. O lucro é a promessa do cash
flow, mas não forçosamente a sua materialização. O lucro é contabilístico. Cash
flow é dinheiro no banco!
Mas está ainda a faltar-nos um último aspeto. Há ainda uma outra forma de o
empresário remunerar o seu investimento: vendendo a sua empresa. Total ou
parcialmente. De facto, em Portugal não temos a cultura de vender os nossos
negócios, antes pelo contrário. Quando alguém vende uma empresa a pergunta II
que surge de imediato é “Não estava a correr bem?”. Quando a pergunta devia ser
de um negócio
o ciclo de crescimento
exatamente a contrária. Os negócios devem vender-se exatamente quando estão
a correr bem. É quando mais podemos obter por eles. Na cultura anglo-saxónica
a principal razão para se montar uma empresa é exatamente para um dia poder
vendê-la.
Em 2010 fui fazer um curso aos Estados Unidos da América e depois dos
trabalhos, enquanto bebíamos uma cerveja no bar do hotel, falava sobre este
assunto ao meu amigo Bruce Wilson, Business Coach neozelandês, que me
escutava incrédulo. Bruce acabou por me dizer, no final da nossa conversa, que
eu tinha a grande responsabilidade de educar o empresário português a
compreender como pode aumentar o valor das suas empresas e também que a
sua venda é uma das formas de remunerar o seu investimento e o seu esforço.
Sem entrarmos, por enquanto, em muitos detalhes, o valor da empresa tenderá
a aumentar na medida em que conseguirmos cumprir o ciclo de crescimento do
negócio de uma forma consistente. Ou seja, aumentarmos as vendas e
garantirmos a sua transformação em lucro e este, por sua vez em cash flow.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
4 . VALOR IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
35
I
E esta é então a primeira explicação que dou aos meus clientes sobre o
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
crescimento dos seus negócios.
E é então que surge mais uma questão. Qual será o papel do empresário neste
ciclo? Executá-lo? Pessoalmente acredito que não!
de um negócio
o ciclo de crescimento
ainda contratado ninguém para as desempenhar. Já lá está uma função de operações,
uma função comercial, uma função de marketing, uma financeira, etc. Até que
contratemos alguém para as desempenhar, essas tarefas pertencem-nos a nós
empresários. E este aspeto não deve ser entendido com leveza, pois se o fizermos há
uma série de tarefas a que não vamos dar a devida atenção, ou que não vão mesmo ser
desempenhadas. Tendemos a dedicar-nos às tarefas de que mais gostamos e que
normalmente se prendem com as vendas e/ou com o trabalho técnico que está
subjacente ao nosso negócio e a esquecer, ou dar menos atenção, àquelas de que menos
gostamos.
Um indivíduo é um ótimo cozinheiro e decide montar um negócio. Que negócio vai ser?
É claro, um restaurante. Quando o restaurante está pronto o que é que ele vai fazer?
Volta a estar claro. Vai cozinhar. E se for um cabeleireiro? Claro está, vai montar um salão
de cabeleireiro. E o que vai fazer? Cortar cabelos. Mas a questão que se coloca é a de que
se eles estão a cozinhar ou a cortar cabelos, ou dito de outra forma, preocupados com as
operações, quem vai estar a preparar o negócio para crescer? Ou mesmo, quem é que vai
IV
estar a gerir o negócio? E a resposta é muitas vezes preocupante: ninguém!
empresarial
a fonte do valor
Aqui há uns anos escrevi um artigo em que expliquei a minha visão sobre este cenário
a que chamei de disfunção tripolar. Ou seja, a necessidade que um empresário tem de ter
três personalidades. Ser empreendedor, viver no futuro e preparar o seu negócio para o
crescimento. Ser técnico, viver no presente e preocupar-se com os aspetos operacionais
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
36
I
de entrega e que se prendem com a atividade subjacente à sua empresa. E, por último,
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
ser gestor, o que significa viver no passado e preocupar-se essencialmente com a geração
e análise de informação que se prende com a laboração da empresa, que lhe deverá
permitir tomar decisões informadas. Desempenhar estas três funções de forma
equilibrada é, na minha opinião, absolutamente crítico, no sentido de assegurar que
estamos a fazer tudo o que é necessário para que o nosso projeto empresarial seja
bem-sucedido.
de um negócio
o ciclo de crescimento
vista as pessoas que imaginamos irem desempenhar determinadas funções. O
organigrama, acredito, deve servir o negócio e consequentemente o mercado e não
ser pensado em função das pessoas com quem imaginamos contar.
Depois de desenhado e com a empresa a funcionar, devemos ir recrutando pessoas
a quem vamos entregando alguns ramos do organigrama, à medida que vamos, nós
empresários, subindo no esquema. E este aspeto, não me canso nunca de repetir, é
crítico por duas razões fundamentais. Por um lado, ir delegando as operações não é
sequer uma escolha nossa, porque o próprio crescimento do negócio depende disso.
E dependendo do crescimento depende também a sua sobrevivência. A maior parte
de nós trabalha demasiadas horas porque, ao não abandonarmos as operações,
fazemos o crescimento do negócio depender diretamente dessas horas de trabalho.
Damos connosco a trabalhar 10, 12, 14 e 16 horas por dia, 5, 6, 7 dias por semana
e rapidamente deixamos de ter férias. A empresa depende da nossa presença para
executar as operações. Não temos um negócio, temos um emprego! E trabalhamos
para o mais intratável dos patrões: nós próprios!
III
Quando se esgotam as horas disponíveis na agenda, o negócio deixa de crescer e
e comunicação de valor
estratégia, criação
como tudo o que na natureza deixa de crescer... começa a morrer. Pode morrer
rápida ou lentamente, mas não tem outro destino possível. E fomos nós empresários,
ao não compreender este fenómeno, que assinámos a certidão de óbito. Pior cenário
do que rebentar o negócio é o de rebentar o empresário, como sagazmente
comentou um amigo, também ele empresário, ao frequentar um dos meus cursos.
Por outro lado o verdadeiro trabalho do empreendedor é o de pensar. Preparar o
IV
negócio para o crescimento, desenvolver uma visão do que pode ser no futuro e
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
37
I
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
INVESTIDOR
DIRETOR
GERAL
DIREÇÃO
DIREÇÃO DIREÇÃO
MARKETING
FINANCEIRA OPERAÇÕES
VENDAS
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
Costumo muitas vezes mostrar um organigrama, qualquer que seja, para
ilustrar este assunto. De seguida, pergunto: numa corporação qual é a posição
mais bem remunerada neste organigrama? E normalmente a resposta é de que
deve ser a pessoa mais acima no mesmo organigrama. O gerente, diretor geral, o
presidente... E de seguida costumo perguntar porquê, se do ponto vista
operacional esta pessoa geralmente não tem intervenção. E a resposta certa é de
que esta pessoa é normalmente a mais qualificada para pensar, preparar a
empresa para o seu crescimento, refinar uma visão, planear e liderar a equipa na
sua execução consistente.
Ora se nós empresários passarmos o tempo envolvidos nas operações, as
funções mais baixas do organigrama, vamos ser remunerados pelo valor que
acrescentamos como técnicos e não pelo valor que acrescentamos como gestores
e empreendedores. E o pior é que não vai estar ninguém sequer a desempenhar
essas tarefas...
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
Partindo do princípio que estas levam 30 dias a crescer e que sendo apenas dez
eu me posso limitar a dedicar 5 minutos por dia a cuidar delas. Apenas o tempo
necessário para regar, tirar as ervas daninhas e alguma lagarta que por lá ande...
Ora 30 dias vezes 5 minutos são 150 minutos no total que devo dedicar a esta
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
38
I
tarefa. Mas isso não significa que eu posso aplicar os 150 minutos de uma só vez
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
e comer as alfaces ainda hoje. Há um ciclo que deve ser respeitado para criar
alguma coisa de valor. É esse tempo horizontal que devo dedicar à minha empresa
para poder construir um negócio de valor. Há um ciclo a ser respeitado.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Quando nós empresários estamos envolvidos essencialmente
nas operações, acabamos por parecer bombeiros.
A primeira definição deste plano deve ser o dinheiro. Quão grande é a nossa
visão. Quanto é que vamos estar a vender quando estiver pronto o nosso
negócio? Que investimento será necessário? Como vamos financiar o projeto?
III
Como vão evoluir os fluxos financeiros…
e comunicação de valor
estratégia, criação
IV
Há outros desígnios que será fundamental contemplar no nosso planeamento,
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
39
I
como vender, transformar as vendas em lucro e este em cash flow. Ou seja,
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
pensar qual deve ser a forma de atingirmos esse propósito, definir objetivos,
planear e depois liderar a nossa equipa na execução consistente desse plano.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Nas empresas, como em tudo na vida, o sucesso não é fruto do acaso ou da
conjugação aleatória de determinados factos. O sucesso é previsível e, mais do
que isso, é um efeito gerado a jusante pela organização, a montante de uma série
de causas numa determinada ordem. E este é um fator que muitas pessoas
tendem em negligenciar. Da mesma forma que se eu for cozinhar um determinado
prato não me posso limitar a reunir num tacho os ingredientes corretos, colocar
ao lume e esperar que tudo saia bem, também no crescimento de um negócio não
só há uma série de ingredientes a respeitar, como também um determinado
processo.
Para telefonar a alguém necessito dos números certos, mas também que
estejam na ordem certa. Se tiver os números certos, mas apenas dois fora do
lugar, já não consigo realizar a chamada.
No entanto, qualquer um pode cozinhar se tiver a receita e dominar os
processos. E, acredito eu, qualquer um pode fazer crescer um negócio depois de
aprender o processo através do qual isso se consegue conhecer os passos a dar e,
muito importante, dá-los na ordem certa. Neste livro pretendo, acima de tudo, III
debruçar-me sobre esse processo. e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
40
nosso negócio. Como qualquer outra coisa no universo, os negócios têm um ciclo de
I
vida. A gestão desse ciclo de vida é absolutamente crítica para que ele se prolongue
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
o mais possível. E, ainda mais importante, para que ele se prolongue em fase
ascendente e/ou no topo pelo maior período no tempo que for conseguido.
Quando terminei o meu MBA, na Universidade Católica Portuguesa, vi-me
munido de um elevado conhecimento sobre gestão de empresas e de uma série de
ferramentas absolutamente estruturantes. Somando isso à minha experiência
profissional como gestor de fortunas e por consequência como analista de
empresas sentia-me, de facto, muito bem preparado. Mas quando tive os
primeiros convites para auxiliar empresários no crescimento dos seus negócios,
percebi que ainda me faltava qualquer coisa.
Tinha aprendido sobre lucro e cash flow, recursos humanos, quatro Ps, cinco
forças, seis sigmas, estratégia, modelos de preço e muitas outras matérias, mas
faltava-me perceber como todas estas coisas se podiam ligar num modelo ou num II
sistema, com princípio meio e fim que nos conduzisse ao caminho do sucesso e
de um negócio
o ciclo de crescimento
nos mantivesse lá pelo mais longo período de tempo possível.
SISTEMAS SOBRESISTEMATIZAÇÃO
APOGEU
Adolescência Outono
Pessoas
Lucro
Processos
IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
41
I
É importante percebermos que nem todas as empresas passam por todas estas
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
fases. Algumas delas param e morrem nalgum estágio. Outras andam para trás e
para diante na curva, evoluindo e retrocedendo entre estágios.
Exceto no que respeita aos saltos diretos para a fase da morte, as empresas
não podem saltar entre estágios. E é possível ficar muito tempo, ou seja,
indefinidamente, em qualquer um dos estágios, incluindo, como é desejável, na
fase do apogeu.
Para qualquer pessoa que já tiver gerido uma empresa, ou que tenha
observado com atenção a progressão de uma, é relativamente fácil intuir sobre as
várias fases do ciclo de vida de um negócio. Nunca me canso de dizer que não há
nada de complexo no sucesso. Muitas vezes temos o conhecimento dentro de nós
e o que precisamos é apenas de algum catalisador que nos ajude a tirá-lo cá para
fora, estruturá-lo e aplicá-lo.
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
1. A luta inicial
A primeira fase será então a luta inicial. Esta fase é especialmente dura. Há que
montar o negócio e lutar diariamente para mantê-lo vivo. A mortalidade das
empresas nesta fase é muito elevada. Quarenta por cento não passam do
primeiro ano e 80% não passam dos primeiros 5 anos. E sim! Muitas vezes são 5
anos em luta inicial. Ou seja, a estatística confirma que 80% das empresas não
passam desta fase.
Temos dois desafios principais nesta fase. Por um lado, assegurar que há
sempre dinheiro suficiente para continuarmos em frente e, por outro, conquistar
de forma sustentada um espaço para a existência do nosso negócio, que deve ser
materializado sob a forma de um mercado. Ou seja, o desafio é então o de atingir
a estabilidade financeira antes de esgotar os recursos iniciais.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
DINHEIRO
DAS OPERAÇÕES
IV
empresarial
a fonte do valor
FINANCIAMENTO
Tempo
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
42
I
Encontrar um espaço num mercado viável o mais cedo possível e gerir com
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
enorme cuidado o financiamento inicial é absolutamente crítico. Encontrar este
mercado deve ser o alvo da nossa máxima atenção. Vai ser decisivo ser
bem-sucedido neste aspeto antes que se acabe o financiamento.
É nesta altura que devemos confirmar algumas características dos
empreendedores de sucesso. Focarmo-nos em resultados é essencial.
Muitas vezes na montagem de um negócio vejo as pessoas focadas em aspetos
que não são os mais relevantes. Ótimas instalações, designs fantásticos,
preocupação excessiva com a imagem, etc. E quanto mais acesso existe a
financiamento externo mais complacentes nos vamos tornando com estas coisas.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Mantenha as suas instalações o mais humilde que for possível. Compre em
segunda mão o que puder. Infelizmente, o que não falta é material de escritório
usado, mas em ótimas condições, de empresas que não tiveram o mesmo sucesso
que procura para si.
É nesta altura que devemos também escolher a flexibilidade. Ir adaptando a
nossa proposta de valor ao que o mercado quer, por oposição a estarmos
apaixonados pela solução que imaginámos que nos tornamos intransigentes.
Preparar um plano de negócios é fundamental, pois mesmo que não o
consultemos com muita frequência, o ato de o prepararmos será decisivo porque
nos obriga a testar uma série de pressupostos. Recomendo sempre que sejamos
conservadores no nosso plano, nomeadamente em questões como o volume de
vendas nos meses iniciais e o financiamento. A sobrevivência do negócio vai
depender disso.
III
Não se esqueça que encontrar um mercado viável para a nossa oferta é a
e comunicação de valor
prioridade número 1, 2 e 3. Por isso, aprender a vender torna-se vital. Compre estratégia, criação
bons livros de vendas e melhore as suas competências nessa área. Recorde-se que
as vendas são sobre os clientes e o que eles pretendem e necessitam e não sobre
si, a sua empresa ou a sua oferta. Perceba a reação do mercado e entenda tudo
como apenas feedback. Se as coisas não estiverem a sair (e não vão sair) como
inicialmente pensou, prepare-se para ir afinando a sua abordagem até o mercado
dar uma boa resposta. IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
43
I
2.A diversão
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Quando conseguimos ultrapassar esta luta inicial assegurando o dinheiro para
tirar um pouco a pressão de cima e também a existência de um mercado que
começa a receber de forma contínua a nossa oferta entramos na fase da diversão.
Agora podemos concentrar-nos acima de tudo em conseguir aumentar as vendas.
E esta fase é muito divertida e estimulante.
Nesta fase crescemos e muitas vezes não sabemos exatamente como, nem
porquê... E muitas vezes temos até medo de perguntar. As coisas parecem estar
a correr muito bem e é melhor não mexer muito não se vá estragar.
de um negócio
o ciclo de crescimento
aumento significativo das vendas obriga a investimento que resultará
inevitavelmente em algumas ineficiências.
Ainda assim, é também a fase em que algumas prima donas são criadas nas
empresas. São os colaboradores de alta produtividade que se destacam entre os
outros e a quem devemos uma parte importante do nosso crescimento. Muitas
vezes, é o próprio empresário que, ao ver o seu ego massajado pelos resultados,
se julga invencível, se confunde com a própria empresa e tem dificuldade em
reconhecer a importância de alguns colaboradores no crescimento. É ainda mais
perigoso quando a prima dona é o empresário.
Temos dois perigos principais nesta fase do ciclo de vida do nosso negócio.
Tenho visto muitas empresas que foram sobrefinanciadas inicialmente e que por
isso, ao não necessitarem de lutar pelo dinheiro como é habitual, pensam que
estão em diversão, não estando. Essa má interpretação pode levá-los a tomar
decisões erradas com resultados dramáticos.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
44
I
3. A adolescência
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
A origem da adolescência encontramo-la no nível de crescimento que
obtivermos na diversão. O aumento significativo das vendas traz consigo o
aumento da complexidade. Mais colaboradores, mais ativos, mais investimentos,
processos mais sofisticados, mais fornecedores, mais clientes e mais desafios.
Nesta altura é crítico que, ainda que se mantenha grande atenção nas vendas
como forma de alimentar o crescimento do negócio, o foco principal seja posto no
lucro.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Para isso é necessário começar a aplicar sistemas, o que é mais difícil do que
parece e cuidar do emagrecimento da empresa. Até porque, nesta altura,
tradicionalmente assistimos a um abrandamento no crescimento das vendas. É
também nesta fase que se torna fundamental construir uma verdadeira equipa
para operar os sistemas que são implementados e que respire a cultura que
queremos viver na organização.
O propósito dos sistemas e dos processos é permitir à organização lidar melhor
com a complexidade. Muitas vezes, existe nas empresas resistência à
implementação destes sistemas porque as pessoas, e até o empresário, receiam
que isso vá limitar a sua liberdade. Por isso, surgem muitas vezes as desculpas da
flexibilidade e do receio de que isso vá tornar a empresa menos humana e de que
o mercado não vai receber bem essa mudança. E a esses receios a minha resposta
é dupla: por um lado, sabe que, no fundo, isso não passam de desculpas e, por
outro, não tem opção. O crescimento traz complexidade e a única forma de a gerir
é sistematizar. III
e comunicação de valor
estratégia, criação
Temos o desafio de tomar decisões importantes e estruturantes, o que
normalmente não é o nosso forte e o desafio de as aplicar que parece ainda maior.
Geralmente, surge, nesta fase, uma crise de identidade organizacional e o gestor
chega a colocar em causa a sua capacidade de levar o barco a bom porto.
Esta é a altura de rever o organigrama da empresa e repensar a forma como as
coisas estão organizadas. Para algumas empresas esta é a altura de o desenhar
porque nunca antes se preocuparam em fazê-lo. IV
empresarial
a fonte do valor
Por outro lado, no que se refere à organização comercial do negócio, nesta fase
e no decurso do rápido crescimento alavancado pelas vendas, assiste-se
tradicionalmente a uma separação entre as vendas e as operações. Esta separação
cria normalmente alguma tensão entre os departamentos, pois os comerciais
sentem a importância do seu contributo nos resultados gerais e colocam nas
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
45
I
operações uma grande pressão para entregar. A sistematização da empresa deve
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
prever a aproximação máxima entre os departamentos no sentido de alinhar as
vendas com a entrega.
4. O apogeu
Um bom equilíbrio de sistemas é o que necessitamos para sair da adolescência
e chegar ao apogeu. Nem sistemas demais nem de menos, apenas o suficiente
para estabilizar o crescimento do negócio.
Quando somos eficazes a resolver os desafios que nos aparecem na
adolescência, chegamos ao apogeu. E esta é a fase pela qual todas as empresas
esperam. A fase em que definimos e atingimos os nossos objetivos de forma II
consistente. Aqui percebemos qual o processo de pensamento (e não as práticas)
de um negócio
o ciclo de crescimento
que nos tornou bem-sucedidos e tentamos mantê-lo a longo prazo. A empresa
consegue manter um crescimento de vendas poderoso, mas, simultaneamente,
mostra ótima capacidade de transformar essas vendas em lucro: crescimento e
rentabilidade parecem de mãos dadas.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
46
I
propriedade e responsabilidade total não só pelas suas ações como pelos seus
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
resultados.
Não existe nenhum tipo de razão pela qual uma empresa deva sair desta fase.
Importa então compreender quais são os fatores que podem levar a que isso
aconteça. O aspeto crítico a considerar é a sobressistematização: quando colocamos
os processos e sistemas sob esteroides é que empurramos a empresa para o Outono,
ao lhe retirarmos a capacidade criativa e de inovação.
5. O Outono
E é por isso que as empresas, por vezes, degeneram para o que aprendemos a
classificar como o Outono. No Outono a empresa parece que está numa passadeira. II
Começa a fazer-se muito esforço para pouco progresso.
de um negócio
o ciclo de crescimento
A empresa foca-se mais na informação do que na ação e mais na
forma do que no conteúdo e começa a focar-se demasiado nos
processos.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
47
I
6. A grande rotina
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
A consequência mais natural do Outono é a grande rotina. Nesta fase os processos
e a burocracia tornaram-se mais importantes do que a ação e os resultados. A
empresa perde a sua capacidade de perceber o que se está a passar e diagnosticar a
situação em que se encontra. E é curioso referir que encontramos muitas empresas
em segunda ou terceira geração nesta fase.
de um negócio
o ciclo de crescimento
importante e já não o mercado ou os clientes individualmente.
Os colaboradores mais importantes começaram a sair durante o Outono e essa
tendência mantém-se em relação a todos os que têm ambição e precisam de um
ambiente de trabalho estimulante. Simultaneamente, a empresa vai perdendo todo o
sentido de ownership por parte dos colaboradores. E se uma grande frustração se foi
instalando desde o Outono, esta, por incrível que pareça, vai-se diluindo nesta
altura... e é substituída por algo bem mais perigoso: complacência.
IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
48
I
7. A morte
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
O agravamento desta cultura burocrática faz com que a empresa, a prazo, não
tenha hipótese de sobreviver, pelo menos na sua forma atual, e a morte acaba por
chegar mais tarde ou mais cedo: ou terminam os recursos, ou se torna
tecnologicamente irrelevante, ou simplesmente deixa de encontrar um espaço no
mercado que lhe permita continuar a existir.
Nesta fase não são muitas as saídas. Pode ser vendida pelo valor dos ativos e
pouco mais. Ou pode mesmo entrar em insolvência.
Antes de terminarmos este assunto há ainda algumas ideias que não gostaria
de deixar esquecidas.
Uma das coisas com que me deparo com muita frequência quando acompanho II
o crescimento de empresas é o do medo que os executivos têm de tomar algumas
de um negócio
o ciclo de crescimento
decisões ainda que estejam convencidos que estas tenham um impacto positivo
no negócio. O seu receio decorre do pensamento de que estas ideias, ainda que
possam trazer crescimento durante algum tempo, podem vir a trazer problemas
mais à frente.
O que lhes transmito nesta altura é que é perfeitamente normal que isso
aconteça. Mais ainda, o que quer que nos faz crescer resultará numa crise que,
resolvida, nos empurrará para a fase de crescimento seguinte. Por isso tenha
como certo de que isso vai acontecer.
Se fugimos do que pode resultar em crise vamos fugir de tudo o que nos faz
crescer. Determinadas decisões levam-nos a um determinado patamar até que se
esgotam e resultam numa crise. Resolvida essa crise temos condições de passar
ao patamar seguinte.
O fundamental, na forma como vejo as coisas, é estar atento para perceber que
tipos de desafios nos estão a aparecer e verificar o seu alinhamento com a fase do
ciclo de vida do negócio que estamos a atravessar.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
Aí há que refletir mais uma vez sobre o nosso enquadramento no ciclo de vida
IV
do negócio, confirmando se estamos na fase que pensávamos. Confirmando-se,
empresarial
a fonte do valor
devemos então tratar de perceber porque nos está a aparecer um desafio que não
seria de esperar e que impacto pode vir a ter. E isto porque temos desafios que
podem ameaçar a vida do próprio negócio. E esses desafios ameaçadores são de
levar muito a sério.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
49
I
Lembro-me de ler na Internet, aqui há muitos anos, um artigo cujo título,
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
numa tradução livre, seria qualquer coisa como “Por que não comemos pássaros
Dodô no Natal”. Este artigo explicava que estes pássaros, uma espécie de perus
grandes, que viviam na Ilha da Páscoa, eram amistosos por não conhecerem
predadores e aproximavam-se das pessoas quando as viam. Quando nós
portugueses chegámos à ilha e vimos aqueles passarões aproximarem-se
amistosamente… não é preciso pensar muito para perceber que rapidamente os
extinguimos.
O artigo seguia explicando que no caso dos perus bravos o cenário é totalmente
diferente. Porquê? Porque o peru bravo é um animal que vive em pânico. Não só
deteta uma ameaça bem ao longe, como tem a capacidade de fugir, quer voando,
quer correndo, extremamente rápido e por entre as árvores. São, por isso,
terrivelmente difíceis de caçar.
A conclusão, orientada para o mundo dos negócios, era muito simples. As II
empresas que não prestam atenção às ameaças, ou que as encaram com
de um negócio
o ciclo de crescimento
negligência e descuido, não vão cá estar muito tempo. Pelo contrário, as que se
encontram bastante atentas e que dão atenção ao impacto que todos os desafios
poderão vir a ter no futuro são as que têm capacidade de responder ao que se vai
passando e, consequentemente, se adaptar otimizando as suas possibilidades de
serem bem-sucedidas.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
50
I
O crescimento está para um negócio como o oxigénio está para a vida. O que
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
defendo então é que o crescimento deve ser entendido como uma disciplina e da
forma como vejo as coisas esta disciplina tem cinco áreas principais: aquelas que
têm sido identificadas com consistência nas empresas que a longo prazo mantêm
crescimentos acelerados, ano após ano.
Não resultado da sorte, do mercado, dos astros e quaisquer outros aspetos que
nos escapem ao controlo. As empresas que têm uma abordagem disciplinada ao
crescimento têm a noção de uma série de aspetos fundamentais.
Estas empresas sabem exatamente quanto do seu negócio depende de venda
repetida e quantos clientes estão a perder todos os anos. Muitas vezes pergunto II
aos empresários quanto valeria a sua faturação se até hoje mantivessem todos os
de um negócio
o ciclo de crescimento
clientes com quem algum dia trabalharam.
Estas empresas compreendem também a importância de ter a noção de
quantos clientes estão a conquistar à concorrência. E mesmo quando estão a
conquistar quota de mercado sabem quanto dessa quota decorre de clientes novos
e quanto decorre de vender mais a antigos clientes.
Quanto mais uma empresa cresce, mais tem capacidade de crescer adquirindo
concorrentes, uma vez que pode usar o seu próprio valor como moeda de
aquisição. Ou seja, quanto maiores os lucros previstos para um negócio, maior a
sua capacidade de contrair dívida para aquisições, mas também é maior a sua
capacidade de crescer oferecendo as suas próprias quotas ou ações como moeda
na aquisição.
IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
51
I
colaboradores progredirem nas carreiras, o que por sua vez conduz a maior moral,
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
produtividade, criatividade e capacidade de inovação. Isto gerará, para o
mercado, maior valor o que, por sua vez, atrairá ainda mais clientes.
Portanto, na minha perspetiva, o crescimento acelerado no longo prazo não é
um cenário de sonho, mas sim algo bastante atingível.
Não discuto que os ciclos da economia não possam ter, de vez em quando,
algum impacto sobre esse crescimento, mas acredito profundamente que, ainda
assim, o crescimento decorre muito mais das escolhas que nós fazemos e muito
menos do que se esteja a passar no mercado e na concorrência. Por muito forte
que seja a concorrência, pode sempre ser ultrapassada e o mercado prefere fazer
negócio com os vencedores. E o melhor da disciplina do crescimento é que pode
ser adotada, acredito eu, por qualquer empresa em linha com os seus objetivos e
ambições. II
de um negócio
o ciclo de crescimento
1. Manter os clientes
Ainda sou dos que acreditam, e principalmente nas PME, que a manutenção dos
clientes passa em grande parte pelo estabelecimento de relações que terão como
consequência e por parte do cliente um sentimento de lealdade.
Mas cada vez mais isso é insuficiente, ou seja com a facilidade com que hoje o
mercado acede à informação, se não temos a melhor proposta de valor
rapidamente somos ultrapassados. E por isso devemos ter claro que, por muitas
estratégias que usemos, se não refinamos a nossa proposta de valor para que ela
se mantenha adequada não haverá estratégia que nos valha. É preciso ir mais
longe. É preciso poder estar tão perto do cliente que podemos influenciar os seus
critérios de compra. É por isso que o marketing de formação e informação está tão
em voga.
III
Quando chegamos ao mercado de uma forma mais suave e sem e comunicação de valor
estratégia, criação
Por um lado, o mercado recebe-nos de forma mais aberta uma vez que não
chegamos com uma abordagem assumidamente comercial. Por outro, se estamos
a dar formação e informação de uma forma gratuita somos também percebidos
como valor. Existe ainda a vantagem de criarmos uma reputação junto do
IV
consumidor, por lhe darmos informação de que necessita, o que nos reputa
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
52
I
benéfico que consigamos desenhar a nossa relação com o cliente, de maneira a
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
que haja alguns custos de mudança no caso de ele se sentir tentado a procurar a
nossa concorrência. Isto é, o que tão bem fazem os bancos quando nos colocam
vários produtos, sendo que alguns deles têm prazos dilatados, havendo custos
grandes na desmobilização antecipada. Por outro lado, quanto maior é o nosso
envolvimento mais penosos se torna mudar de banco, uma vez que lá temos a
domiciliação dos nosso pagamentos, cartões, crédito à habitação, etc.
Assim, a concorrência vê-se obrigada não só a oferecer uma melhor relação
entre o preço e os benefícios, mas também que esta seja tão grande que justifique
incorrer nos custos de mudança, sejam eles financeiros ou não.
Se conseguirmos estabelecer relações comerciais de alguma complexidade com
os nossos clientes, o esforço de desfazer essas relações será uma barreira a que
nos deixem.
II
O desafio é claro: envolver os nossos clientes num relacionamento que
de um negócio
o ciclo de crescimento
acrescente tal valor económico que nenhum outro concorrente tenha
condições para superar os custos de mudança.
Por outro lado, cada vez mais temos condições de recolher e gerir informação
privilegiada sobre os nossos clientes. Essa informação diz-nos muito sobre os seus
padrões de compra. E isto dá-nos um potencial de desenhar ofertas de tal forma
personalizadas aos nossos clientes que nos dá uma fantástica vantagem sobre a
concorrência que está na posse dessa mesma informação. Infelizmente, muitas
empresas não estão ainda a recolher essa informação e outras há que a têm mas
não a estão a usar.
Imagine a informação a que a mercearia de bairro tem acesso sobre os seus
clientes, os seus hábitos e preferências. E a vantagem que isso lhe deve dar sobre
as grandes superfícies, por exemplo, que acabam por proporcionar sempre ofertas
despersonalizadas. Ainda assim, vemos o comércio tradicional, ao não se
atualizar, a enfrentar dificuldades terríveis.
Ainda hoje compro a roupa sempre na mesma loja. Porquê? Porque quem me
III
atende sabe quem eu sou e me trata pelo nome, se lembra do que comprei antes
e comunicação de valor
estratégia, criação
e sabe quais são as minhas preferências, procura-me uma solução se não está na
loja o que quero e ainda liga para me avisar que chegaram coisas de que eu
eventualmente possa vir a gostar. Dificilmente isto será possível se não no
comércio tradicional...
E se pudéssemos perceber antes de um cliente nos abandonar? Este é um
trabalho que a maior parte das empresas faz muito mal. Quando um cliente está
IV
zangado connosco, porque de alguma maneira não está a confirmar as
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
53
I
lidar, mas, de uma maneira geral, estamos a referir-nos a uma pequena parte do
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
mercado. Quando um cliente está descontente tem geralmente algumas razões
para isso. E se tentarmos compreendê-las com abertura percebemos que a
situação pode ser resolvida e, mais do que isso, significa até um reforço da
relação.
Torna-se muitas vezes difícil de acreditar na ineficácia de grande parte das
empresas em lidar com a saída de clientes. E volto a colocar aquela que é uma das
questões mais importantes na gestão de uma empresa.
de um negócio
o ciclo de crescimento
colaboradores que se encontram em contacto permanente com os clientes pesam
na altura em que estes têm de decidir ficar ou passar a trabalhar com a
concorrência.
A relação emocional que o cliente estabelece com uma empresa estende-se com
frequência à marca da própria empresa. As pessoas interagem com as marcas e
associam-nas a determinadas experiências. Lembre-se de exemplos extremos
como a Harley-Davidson ou a Coca-Cola, que são muito mais do que uma mota ou
um refrigerante. São um estilo de vida! Fazem parte do dia a dia do consumidor.
Pense, por exemplo, nos produtos atuais da Apple. Peça a um utilizador de um
iPhone que o troque por outro handset... Ou peça a alguém que tenha um
MacBook que o troque por qualquer outro computador portátil... Ou diga a alguém
que em vez do seu iPod pode usar qualquer outro leitor de MP3 mais barato... Ou
ainda que alguém abdique do seu iPad... São produtos que se tornaram de culto.
Existe uma relação emocional com eles.
III
2. Conquistar negócio à concorrência e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
54
I
Dizem as estatísticas que, em qualquer indústria, cerca de 40% dos players não
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
sobrevivem a recessões económicas. Os que sobrevivem têm não só a
oportunidade de aumentar os seus níveis de eficiência, mas também de passar a
servir os clientes dos que entretanto fecharam, aumentando as suas quotas de
mercado e saindo com as suas posições competitivas reforçadas.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Mas ainda assim as empresas não desistem facilmente dos seus clientes a não
ser quando têm de se render a forças superiores. Não é de menosprezar que eles
tenham acesso a informação sobre esses clientes a que nós não temos acesso.
Bem como uma maior influência económica sobre eles.
Tudo começa então por dar à concorrência um problema de retenção. Há ainda
mercados em que os players utilizam estratégias de tornar complicadas as
comparações de preço e de serviço, no sentido de aproveitar alguma inércia
natural do consumidor e de assim assegurar a retenção.
Haverá então duas formas básicas de conquistar os clientes aos seus
concorrentes: podemos desafiá-los com base numa proposta de valor mais
atrativa ou podemos limitar-nos a comprar esses clientes através da compra dos
concorrentes.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
55
I
vive pelo preço morre pelo preço. Não vou argumentar que estes caminhos são
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
mutuamente exclusivos, mas vou argumentar que dificilmente podemos apostar
em mais do que um.
Escolhido o caminho há algumas regras a respeitar. Como seja redesenhar o
modelo operacional do seu negócio para que se adeque, o mais possível, ao
caminho escolhido. Assegurar que nos dois caminhos não escolhidos a empresa
está, pelo menos, ao nível médio da indústria.
E, por último, a sua empresa tem de optar por um compromisso absoluto em
relação a uma melhoria contínua da sua proposta de valor e uma obsessão por
estar sempre à frente da sua concorrência. Algumas empresas atingem este
objetivo pontualmente.
de um negócio
o ciclo de crescimento
garantem uma vantagem competitiva.
Também devemos ter claro que esse investimento não é superior ao que
teríamos de fazer caso tivéssemos de os conquistar criando uma proposta de
valor superior e comunicando-a de forma superior também.
Temos de assegurar igualmente que temos condições de absorver o modelo
operacional da empresa adquirida. A nossa prioridade é adquirir quota de
mercado e não um modelo operacional. Portanto, a digestão deste deve estar
IV
garantida. Isto deve ser conseguido, também, com a máxima rapidez. Uma
empresarial
a fonte do valor
aquisição que leve tempo a ser macerada pode ser extremamente disruptiva para
uma empresa.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
56
I
3. Estar onde vai estar o crescimento
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Se a forma mais difícil de crescer é conquistando quota de mercado à
concorrência, a mais fácil será, seguramente, detetar um segmento do nosso
mercado que esteja a crescer, posicionarmo-nos de forma sólida e aproveitar a onda.
Existe uma tendência para os vários players de uma indústria em tentarem ocupar
posições fortes em todos os segmentos. Mesmo naqueles que não estão a crescer.
Aproveitar essa tendência, trocando uma parte da nossa atenção desses segmentos
de baixo ou nenhum crescimento e focar essa atenção nos segmentos de alto
crescimento, pode ser uma boa decisão estratégica.
A chave passa sempre por detetar estes segmentos antes da concorrência e
assumir uma posição dominante antes de eles chegarem.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Há essencialmente três indicadores em que aprendi a centrar-me para detetar
oportunidades de crescimento.
O primeiro passa por estar atento aos padrões de procura de valor que podem
ocorrer no mercado. Estes são cenários em que podem criar-se segmentos de
crescimento. É verdade que os consumidores estão sempre a mudar e que há
movimentos que podem ser enganadores. O que aqui procuramos são padrões, ou
seja, a confirmação de alguma consistência. O nosso trabalho é então perceber a
tendência desses padrões e posicionarmo-nos nessa mancha.
Ou então, quando há saltos significativos no valor que se leva ao mercado num
determinado segmento. Seja através de melhorias tecnológicas, de revoluções
processuais ou mesmo da especialização de determinadas empresas, acontece por
vezes que determinado segmento passa a levar ao consumidor muito mais valor de
que antes conseguia. Nestes casos, nem sequer é necessário ser melhor do que a
concorrência. Basta aproveitar a subida da maré e marcar posição significativa no
III
segmento.
e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
57
I
4. Invadir mercados adjacentes
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Pequenas variações nos critérios de definição de um mercado não produzirão
mercados diferentes, mas sim diferentes segmentos num mesmo mercado. Para
termos um mercado diferente necessitamos de ter uma estrutura de custos própria,
players, clientes e competências-chave. E para que valha a pena invadir um destes
mercados adjacentes algumas condições devem estar reunidas.
Por um lado, é crítico que estes mercados confirmem, a longo prazo,
oportunidades de crescimento significativas. Por outro, torna-se fundamental que a
empresa tenha vantagens significativas sobre os players que já atuam nesse
mercado. Por último, é decisivo que, no que respeita aos padrões exigidos pelo
mercado e à proposta de valor, a empresa consiga, pelo menos, estar ao nível dos
padrões que os outros players já apresentam e que, por consequência, o mercado
espera.
II
Quando um mercado está numa fase estável torna-se muito mais penoso entrar. A
de um negócio
o ciclo de crescimento
concorrência pode centrar toda a sua atenção em repelir a nossa investida. Por outro
lado, o facto de lá estarem há algum tempo e de terem, muito provavelmente, uma
posição a longo prazo, dá-lhes condições para poderem esmagar de forma
temporária as suas margens, no sentido de fazer muito difícil a vida a quem quer
entrar. A empresa que está a entrar tem de fazer um investimento e lutar contra o
ponto-crítico. Se conseguirem fazê-la penar o suficiente pode ser que desista.
Sousa Cintra deverá ter percebido isso quando há uns anos tentou, com grande
alarido, conquistar uma quota significativa no mercado nacional de cervejas. A
Central de Cervejas e a Unicer, que controlavam já o mercado, não precisaram de
muito para o repelir e tornar a cerveja Cintra num produto praticamente sem espaço.
Por isso, devemos escolher mercados que estão em mudança. As nossas
III
oportunidades de sermos bem-sucedidos aumentam consideravelmente. A
e comunicação de valor
estratégia, criação
concorrência está, ela própria, a ajustar-se às mudanças, logo, menos preparada
para responder às ofensivas.
Invadir mercados adjacentes implica também avaliar as probabilidades de
podermos conquistar a sua liderança. Para isso será muito bom se tivermos
vantagens sobre os atuais concorrentes.
Assumindo que temos as vantagens e partindo do princípio que estas podem
colocar em sentido as outras empresas interessadas no mesmo mercado, devemos IV
avaliar também se temos os recursos, as competências e os padrões que nos
empresarial
a fonte do valor
permitam concorrer. É crítico ter uma proposta de valor, pelo menos, ao nível do que
já existe no mercado.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
58
I
5. Novas linhas de negócios
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Entrar em novas linhas de negócios, ou seja, diversificar para mercados não
diretamente relacionados com aqueles em que atuamos, costuma ser uma
estratégia condenada ao fracasso. Pelo menos é o que defendem os manuais. Mas
quando somos responsáveis na avaliação, termos os recursos e as competências
pode ser a estratégia certa. Não são muitos os casos de sucesso, mas vão
aparecendo de vez em quando.
Se as outras quatro estratégias não estão a trazer-nos o ritmo de crescimento
de que precisamos, esta pode sempre ser uma alternativa.
O que torna esta opção um pouco arrojada é que, dificilmente teremos, em
mercados distantes dos nossos, competências-chave para ser concorrenciais. Por
isso a melhor estratégia costuma ser a de adquirir uma empresa que já atue no
mercado.
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
Aliás, a esmagadora maioria dos casos de sucesso que existem
neste cenário são de empresas que compraram outras que já
atuavam nesses mercados.
Isto faz com que a entrada em novas linhas de negócio deva ser vista muito
mais numa perspetiva de investimento do que numa perspetiva de gestão. E por
isso devemos investir tanto ou mais na equipa de gestão que estamos a comprar
do que no mercado, no negócio ou até mesmo no plano.
Quando optamos pela aquisição como forma de entrarmos noutras linhas de
negócio, há ainda aspetos muito concretos que devemos contemplar. Devemos ter
competências, sistemas e uma estratégia de identificação de novas
oportunidades. Devemos saber avaliar essas mesmas oportunidades e estruturar
as operações. E devemos ser capazes de assegurar o controlo a nível financeiro,
estratégico e de gestão, no que respeita ao negócio adquirido.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
59
I
9. O lucro e os seus quatro
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
princípios ocultos
Para ter sucesso no que quer que seja é fundamental que compreendamos os
fatores fundamentais que podem gerar esse sucesso. Warren Buffett diz que a
linguagem dos negócios é a contabilidade. Para quem está no mundo dos
negócios será que é importante escutar o que nos diz o homem mais rico do
mundo? Julgo que sim. Parece-me que ele ganhou a reputação necessária para
que eu escute de cada vez que ele fala.
Pensem num desporto. Qualquer que seja... Se não conseguíssemos ler o
resultado poderíamos perceber quem está a ganhar? E poderíamos jogar o jogo?
Seria difícil, verdade? Para não dizer impossível... II
Um dos maiores problemas que nós empresários temos é que, demasiadas
de um negócio
o ciclo de crescimento
vezes, não sabemos ler o marcador. E tendemos até a não olhar para ele. Como
se fosse possível jogar o jogo sem o fazer...
Imagine que vai entrar num avião e o piloto está à porta junto do comissário
de bordo a cumprimentar os passageiros que entram. De repente, e mesmo
quando vai a entrar, o piloto olha para dentro da cabine e diz “Uau! Olha para isto,
tantos manómetros!!!” O que é que fazia? Fugia, verdade?!... Não me parece que
fosse boa ideia voar com um piloto que não soubesse ler os manómetros.
A maior parte dos empresários não tem manómetros e/ou não os sabe ler. E
essa é uma das razões para a estatística dramática de que 96% dos negócios não
atingem sequer 10 anos de atividade. Estamos muitas vezes sem combustível, na
rota errada e a perder altitude. É apenas uma questão de tempo até nos
III
espetarmos e não percebemos isso até ser tarde demais.
e comunicação de valor
estratégia, criação
Um exemplo que uso muitas vezes nos meus cursos é exatamente sobre a
quantidade de manómetros que tem um avião. E costumo perguntar porquê...
Porque tem um avião tantos manómetros? E a resposta é simples: porque voa! E
se não tivermos tantos manómetros não o podemos fazer voar em segurança.
Depois pergunto quantos manómetros tem um triciclo... E a resposta é: nenhum!
Porquê? Porque não anda quase nada e não há risco nenhum se não o
IV
conduzirmos em condições.
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
60
I
negócios sobreviverem durante alguns anos é apenas porque os mercados
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
sobem e descem. Se considerarmos que as subidas do mercado são
mais frequentes do que as descidas, percebemos que muitas
vezes sobrevivemos apenas porque a maré está a subir e
tudo parece bem. Mas é quando a maré baixa que se
revelam as nossas fragilidades. É nestas alturas
que se torna necessário ter e conhecer a
informação bem como estar na posse
do conhecimento para aplicar as
manobras necessárias
para que as coisas
corram bem.
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
10 ANOS
Parafraseando mais uma vez Warren Buffett “É quando a maré desce que se vê
quem estava a nadar nu”.
Não gostamos das crises, como não gostamos dos Invernos. Mas tanto um
como outro fazem falta. É nesta altura que deve sair do mercado quem não tem
determinados padrões de qualidade e quem fica
COISAS TEMOS
III
aproveita para refinar as suas capacidades e
e comunicação de valor
acabar por servir os clientes de quem sai. As estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
61
I
Um negócio tem determinadas coisas, a que chamamos ativos, e que
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
representamos no lado esquerdo do marcador e, do lado direito, ficamos a saber
em que medida temos (de facto) ou devemos as coisas do nosso negócio.
Todas as transações financeiras que acontecem num negócio têm impacto neste
marcador. Todas! Este marcador funciona também como uma máquina fotográfica.
Tira uma foto a uma determinada altura num tempo. Tem uma data e reflete a
situação da empresa nessa data.
A este marcador chamamos um balanço, porque as duas partes do marcador
são sempre iguais. Ou seja, no balanço os ativos são sempre iguais à soma do
passivo com os capitais próprios. Matematicamente A= CP+P.
Temos outro marcador que costumo desenhar desta forma e porque as pessoas
tendem a olhar primeiro para o número lá em baixo: o resultado líquido.
II
ATIVO CAPITAIS CUSTOS
PRÓPRIOS
de um negócio
o ciclo de crescimento
PROVEITOS
PASSIVO
RESULTADOS
A = CP + P
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
62
I
Deixe-me dar-lhe um exemplo. Se
8 9998
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
tivermos um negócio com custos 8 e
receitas de 10, vamos ter um resultado
líquido de 2. Mas se tivermos um negócio 10 10000
O que nos diz este marcador é qual a diferença entre custos e proveitos: em
teoria! É apenas o que nos diz. Neste período faturámos X e faturaram-nos Y! II
Se o balanço era uma fotografia da empresa num determinado dia, a DR é um
de um negócio
o ciclo de crescimento
filme sobre um determinado período no tempo. Para percebermos como
chegámos à situação que o balanço diagnostica temos de ver o filme que mostra
como lá chegámos.
Não podemos festejar ou reclamar sobre um número no final até porque esse
número não passa de uma teoria. Uma teoria. E é uma teoria porque não
podemos gastar os lucros. Não podemos pagar nada com lucros. Só com dinheiro.
É uma teoria importante. Mas é apenas uma teoria. Ou uma promessa se
preferir, ou seja, o resultado final diz-nos qual é o nosso lucro, sobre o qual
devemos pagar impostos, mas não nos diz em que medida soubemos transformar
esse lucro em dinheiro. Dinheiro que possamos gastar. Para isso precisamos de
um mapa diferente.
Há algumas outras ideias que considero críticas no que respeita à DR, com que
normalmente os empresários se baralham um pouco.
meses, mas sim os que existem independentemente das vendas. Ou seja, quer eu
venda, quer não venda, tenho de suportar esses custos. A título de exemplo
podemos utilizar a eletricidade. O seu montante varia a cada mês, mas é um custo
que eu tenho independentemente de fazer ou não vendas.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
63
I
Estou, como é óbvio, a simplificar o mais possível estes conceitos, no sentido
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
de serem mais facilmente compreensíveis. Se fizermos uma análise mais
profunda e sofisticada desta questão, podemos encontrar imensas exceções e até
alguma discussão. Mas no âmbito deste livro pretendemos apenas o
conhecimento mais básico deste tema.
Quando às vendas subtraímos os custos variáveis encontramos o nosso lucro
bruto. Se o colocarmos sobre a forma de uma percentagem encontramos a nossa
margem bruta.
VENDAS
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
CUSTOS TOTAIS
Ponto
crítico
CUSTOS
VARIÁVEIS
CUSTOS FIXOS
III
0
e comunicação de valor
estratégia, criação
que não temos nem lucro, nem prejuízo. Ter noção deste ponto é fundamental! É
Como ter um farol que norteia o nosso caminho. Saber exatamente quanto
preciso de vender por ano, por mês, por semana e até por dia para fazer face aos
meus custos. E o momento a partir do qual começo a ter lucro.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
64
I
E se ter esta noção pode parecer e é óbvia, nunca deixo de ficar espantado com
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
a quantidade de empresários que não a tem. É verdade!
de um negócio
o ciclo de crescimento
bocadinho bruto e até exagerado quando falo deste tema. É propositado! Vejo
este assunto como tão crítico que prefiro exagerar a correr o risco de o chocar do
que correr o risco que possa tratar esta parte do seu negócio como menos
importante, ou dar-lhe menos do que a sua máxima atenção.
Todos os dias me cruzo com empresários que foram maltratados pela vida. As
vendas estão em baixo, os custos operacionais fora de controlo, o cash flow
desapareceu e os bancos deixaram de lhes emprestar dinheiro. Claro que culpam
a economia: todos estão a passar um mau bocado nesta altura...
Pois, se este é o seu caso, não culpe a economia. A responsabilidade é sua!
Com recessão ou sem ela, com mais ou menos crise é da sua responsabilidade
que a sua empresa tenha chegado a este ponto e cabe-lhe a si tirá-la de lá.
Poucos foram até hoje os problemas que vi em empresas que não puderam ser
resolvidos arregaçando as mangas e assumindo responsabilidade de resolver o
desafio.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
65
I
reage lembrando-me da importância das pessoas, dos colaboradores, do mercado
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
e até dos fornecedores... E de que o lucro não é tudo e de que há coisas mais
importantes.
de um negócio
o ciclo de crescimento
fornecedores, que crescem comigo. Com lucro posso criar condições para servir
cada vez melhor o meu mercado e até outros mercados. Com lucro posso
remunerar melhor o meu investimento e o meu risco. Com lucro posso criar mais
riqueza à minha volta. Com lucro pago muito mais impostos e contribuo dessa
forma para uma melhor sociedade. Alimento a galinha que põe os ovos de ouro.
Para mais e melhores escolas. Para mais e melhores hospitais e melhor sistema
de saúde. Para melhor justiça. Para melhores sistemas de segurança social. Para
melhores redes de transportes, etc. Com lucro posso servir mais pessoas e de
melhor forma. Com lucro!
Sem lucro não há nada disto. Sem lucro não há postos de trabalho. Sem lucro
não há melhores condições sociais. Sem lucro não há como estabelecer uma
relação saudável com os fornecedores. Sem lucro não há reinvestimento na
empresa. Sem lucro não há como servir o mercado, não há como chegar a mais
pessoas. E sem lucro não há como remunerar o risco e o investimento que
fazemos como empresários e não há sequer contribuição para o bem comum
III
através dos impostos.
e comunicação de valor
estratégia, criação
Alguns de nós fomos ensinados a pensar no lucro como algo pernicioso e esse
enviesamento de pensamento cria-nos problemas na gestão das nossas
empresas.
Talvez de uma perspetiva mais filosófica seja mais fácil eu transmitir esta
minha ideia. Como dizia Jim Rohn “Gerar lucro significa tocar alguma coisa e
deixá-la melhor do que estava antes.” Pessoalmente não consigo pensar em
IV
melhor visão. Não consigo pensar em melhor reputação!
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
66
I
as semanas temos de ver como correu a semana anterior no que respeita ao
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
nosso lucro. O que queremos é poder ter a informação na ponta dos dedos para
perceber o que está a acontecer e poder agir e tomar medidas corretivas a cada
momento. Em negócios de maior dimensão admito até que a preparação desta
conta possa ser diária.
Mesmo que percamos precisão numa medição diária ou semanal, a ideia é de
que é melhor estar aproximadamente certo do que precisamente errado, ou não
saber sequer onde estamos. Em negócios mais pequenos em que não haja
vendas todos os dias, admito que possamos receber esta conta de exploração
mensalmente... mas até dia 15 de cada mês. Organize-se da forma que entender
com o seu contabilista, mas assegure que esta informação lhe chega a tempo.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Depois acompanhe os custos de perto. Corte e volte a cortar e vá secando
todas as fugas. Não se permita a estar em negação. A negação é um dos maiores
pecados dos empresários.
Por vezes, parece que vivemos num coma. Ou acreditamos que se não
prestarmos atenção a certas e determinadas coisas elas simplesmente
desaparecem, mas sabemos que não. Não só não desaparecem como ficam
maiores. E quanto maiores mais difícil é de lidarmos com elas.
Analise a cada momento as suas contas e diga a verdade sobre a sua situação.
Lembre-se de que a verdade lhe dá o poder de atuar. A verdade liberta-nos.
Faça logo as coisas mais difíceis e antes de qualquer uma das outras. As
decisões mais complicadas são as que temos de tomar mais rapidamente. São
estas normalmente que têm um maior impacto no nosso negócio.
Pratique sempre pensamento de base zero. Pergunte a si próprio
constantemente “Sabendo o que sei hoje teria tomado esta decisão?” e quando a
resposta for não está na altura de tomar uma decisão certa. Por difícil que seja...
Evite a procrastinação! III
e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
67
I
para pagar as despesas, porque estas vão ser a sua única referência concreta. É o
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
seu plano que otimiza as suas probabilidades de gerar um lucro.
A maior parte das empresas faz o seu plano começando por estimar as vendas e
depois passando por todos os departamentos orçamentando os custos até chegarem
ao número final: o lucro! Deixam o lucro para o fim, o que infelizmente revela a
importância que dão a esse indicador. E o lucro não passará daquilo que sobra do seu
plano comercial e operacional. Ou seja, é um plano residual!
Na minha visão, isto é uma forma inaceitável de gerirmos as nossas empresas.
O que ensino nos meus cursos e sugiro aos meus clientes é uma forma um pouco
diferente de fazer as coisas. Defendo um plano de negócios “lucros primeiro”. O que
quero dizer com isto é que os empresários, nas PME, devem tornar-se fanáticos por
viver por plano de negócios “lucros primeiro”.
Num plano “lucros primeiro” a primeira coisa a decidir é quanto vamos lucrar no
exercício em causa. De seguida, vemos qual é a margem de lucro que gera as II
melhores empresas da nossa indústria. Projetamos para nós essa margem. E isso
de um negócio
o ciclo de crescimento
leva-nos ao volume de vendas necessário. A diferença entre as vendas e o lucro
projetados vai indicar-nos os limites para a construção do nosso orçamento.
É este plano que deve depois ser disciplinadamente monitorizado, privilegiando
sempre os lucros. Se as vendas baixam temos obrigatoriamente de ajustar os custos
para ir defendendo o lucro. Caso contrário a empresa estará a engordar.
Não diria que seja a percentagem total que queremos transformar em lucro, pois
precisamos sempre de algum fundo de maneio, mas podemos pensar numa parte
desse valor. Se imagina gerar 15% líquido sobre as suas vendas, então comece por
testar a sua capacidade de depositar na conta de lucros 5% da faturação. Isso criará
a pressão necessária para manter os custos controlados e a conta a crescer. Se
III
perceber que consegue aumentar essa percentagem, não hesite. E nesta conta não
e comunicação de valor
estratégia, criação
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
68
I
Esta é a altura de compreender que um dos princípios bíblicos é de que todo o bem
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
será atacado. E o bem, no caso de uma empresa, é o lucro. É a colheita da
sementeira que fizemos!
Quando temos um bom plano e monitorizamos os nossos dados semanais e/ou
mensais contra esse plano expomos todas as fugas... e depois há que secá-las.
Cortar e voltar a cortar.
Preste atenção ao custo da dívida, que é um dos mais negligenciados nas
empresas. Não estou a falar de pagar do que foi emprestado, mas sim dos juros que
é o que tem impacto no nosso lucro. Do resto falamos mais à frente. As PME recorrem
a financiamento com alguma leveza e tendem até a não usar bem o dinheiro do
financiamento, mas assustador é não perceberem o impacto que esses custos têm no
seu lucro. Mais do que isso, lembre-se de que sem dívida não há falência.
Pessoalmente, sinto-me bem com abordagens muito conservadoras à dívida.
II
Lembre-se que, pela lei de Parkinson, as nossas despesas
de um negócio
o ciclo de crescimento
crescerão sempre até se equipararem com as nossas receitas. É
por isso que, para ser gerado, o lucro tem de ser defendido.
Quando começar a gerir a sua empresa segundo este tipo de plano, vai perceber
que todos os desvios e fugas são imediatamente expostos. Acaba a negação porque
a realidade fica na frente dos nossos olhos e os ajustamentos tornam-se inequívocos.
Assim deixamos de nos iludir mesmo que o volume de vendas possa manifestar
grandes crescimentos.
Em nenhuma empresa onde tenhamos entrado, como consultores, havia um plano
destes. Tento certificar-me de que há sempre um antes de sairmos. Sacrificarmos os
custos operacionais em favor dos lucros parece bizarro para alguns empresários, mas
assim que percebem os benefícios costumam receber a ideia com entusiasmo.
A palavra de ordem é disciplina. Quando nos habituamos a prestar contas diária,
semanal e mensalmente, ficamos surpreendidos pela facilidade com que nos
adaptamos e conseguimos agir sobre o negócio. A partir do momento em que
começamos a trabalhar desta forma, dificilmente conseguimos voltar atrás.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
Pagar pelo desempenho é, da forma como vejo as coisas e nas PME, uma
necessidade absoluta, no sentido de se garantir rentabilidade. Acho que pagar pelo
IV
desempenho é tão crítico num negócio que, se não conseguir implementá-lo de
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
69
I
Hoje em dia estão muito na moda as teorias de motivação e os prémios de
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
desempenho, mas não vale de muito ter uma cenoura se não tivermos também
um pau. Ou seja, há que compensar a performance, mas penalizar o mau
desempenho. Tal como em tudo na vida é legítimo pensar que na nossa empresa
há sempre consequências, até porque nós empresários temos de viver com elas.
Consequências boas se o desempenho for bom e menos boas se o desempenho for
medíocre.
É claro que as coisas são diferentes dependendo das funções, mas de alguma II
forma cada colaborador acrescenta ou subtrai algo aos resultados da empresa.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Desenhar a forma mais adequada de medir esse impacto e ligar a maior
percentagem possível da remuneração ao desempenho é altamente desejável.
Este tipo de remuneração tem ainda mais impacto no que se refere às equipas
de vendas. Acredito que os comerciais devem estar com remunerações
essencialmente variáveis, na medida do possível 100% dependentes dos
resultados. E o que é curioso é que os grandes comerciais gostam desta forma de
ganhar, pois sabem que acabam por ganhar muito mais do que de outra forma.
Outro aspeto curioso é o de que quem não está disposto a dar o melhor de si
todos os dias e a sair da sua zona de conforto e emprestar o seu melhor contributo
a quem lhe dá sustento acaba por sair rápida e voluntariamente quando
remuneramos desta forma ou até a não entrar nunca.
É claro que há que dar atenção aos detalhes. Cada programa de remuneração
deve ser desenhado para servir o negócio, especificamente, e a função a que se
refere.
mediocridade. E lembre-se, tal como ouvi um dia dizer, o pior de uma recessão é
que dá aos empresários uma desculpa para que as coisas não corram bem e para
não assumirem a sua principal responsabilidade: assegurar os lucros!
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
70
I
Se não está a conseguir assegurar o seu rendimento e ter lucros
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
ainda que modestos é porque o crescimento económico dos
últimos anos o deixou adormecido.
de um negócio
o ciclo de crescimento
delegamos algo é porque criámos um sistema para que a tarefa fosse
desempenhada, treinámos alguém para a executar e temos mecanismos para
controlar o seu nível de realização. Quando abdicamos não temos muitas vezes
sequer a noção de que se foi feito até ser tarde demais.
Não sou um defensor de microgestão. Não acredito no empresário que não
larga o colaborador e não o deixa executar tranquilamente. Se for para estar a
fazer tudo por cima dos seus colaboradores então mais vale não os contratar
porque terá ainda mais trabalho para refazer à sua maneira o que eles fizeram à
deles. Mas acredito que nas PME não temos tempo nem dinheiro para andar a
corrigir erros parvos.
Por isso crie sistemas e treine a sua equipa na execução das tarefas e
monitorize o seu desempenho. Tenha indicadores de performance para todos os
colaboradores e para todas as tarefas críticas.
De cada vez que entregar uma tarefa seja específico no resultado e data
esperada para a conclusão, faça o seguimento e inspecione o resultado.
III
As pessoas respeitam o que é inspecionado.
e comunicação de valor
estratégia, criação
Se quiser seguir estas ideias e ser bem-sucedido com o seu negócio é uma
escolha sua. Pode aplicar estes princípios e começar a fazer dinheiro ou ignorá-los
à sua responsabilidade. Só lhe lembro que são muitos anos que levamos a seguir
e a acompanhar empresas e a perceber o que as afasta e aproxima do sucesso.
Está na hora de agir! Desenhar o seu plano e implementá-lo disciplinadamente.
IV
Manter os seus custos agressivamente sob controlo. Acompanhar de perto a
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
71
I
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
secretas
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
I
E desenho-o assim porque este marcador demonstra que o dinheiro não é todo
igual.
Observo com curiosidade que vários empresários desconhecem esta realidade:
nem todo o dinheiro nasce igual. Talvez pela elaboração de mapas de fluxos de
caixa não ser obrigatória por lei, o empresário tem dificuldade em perceber que o
dinheiro não é todo igual.
As empresas têm dinheiro operacional, que vem da sua atividade regular e tem III
origem nas suas vendas. Como tal, é dinheiro que pode sair da empresa se esta e comunicação de valor
estratégia, criação
não necessitar do seu reinvestimento.
Têm também dinheiro das atividades de investimento que deve ser tratado de
outra forma, pois tende a ser extraordinário. A existência deste dinheiro não
atesta da saúde nem dos resultados da normal atividade do negócio, mas sim de
alguns investimentos que eventualmente tenha feito ou liquidado. Assim, todas as
decisões sobre a sua utilização devem ponderar isso mesmo.
Por último, temos dinheiro de financiamento. E é com este que é preciso ter IV
mais cuidado. Vejo com demasiada frequência várias empresas viverem com
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
72
I
O dinheiro de financiamento entrou na empresa de fontes externas e como tal
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
é dinheiro que deve ser utilizado sobretudo para investir e, na minha opinião,
nunca para distribuir pelos sócios.
O que quero dizer com isto é que o dinheiro das atividades de financiamento
deve ser usado para investir em ativos, que, por sua vez, devem gerar vendas. E
por isso deve ser usado de forma eficaz. Depois aguardamos que a eficiência da
gestão nos permita transformar essas vendas em lucro e esse lucro em mais
dinheiro. Mas desta vez dinheiro operacional! E este sim pode depois ser utilizado
para distribuir pelos sócios, desde que não se entenda como prioritário pagar a
dívida ou o crescimento do negócio já não o absorver.
Compreender estes princípios não é uma opção. É decisivo! A sua ignorância
conduzirá a resultados dramáticos, que normalmente se descobrem quando as
condições de mercado se deterioram e expõem as fraquezas dos negócios. II
de um negócio
o ciclo de crescimento
Como diz Warren Buffett “O mercado, tal como o Senhor,
compensa os que cuidam de si próprios. Mas o mercado, ao
contrário do Senhor, não perdoa aos que não sabem o que
fazem!”
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
L IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
73
I
Todos encaixam uns nos outros. A DR fala dos lucros de um negócio. Podemos
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
encontrar os lucros do negócio em algum outro mapa? Claro que sim, no balanço!
Encontra-se no CP. Portanto, podemos concluir que a empresa tem os lucros. Em
rigor há duas coisas que um negócio tem: os lucros e o investimento inicial a que
normalmente chamamos de capital social.
Para saber como são gerados os lucros, tenho de olhar para a DR. Ou seja, o
balanço diz-nos que há lucros. A DR diz-nos como lá chegámos. Ainda que seja
uma teoria é uma teoria importante.
Depois temos o mapa de fluxos de caixa. O somatório dos vários tipos de
dinheiro. Encontramo-lo em algum outro mapa? Mais uma vez, claro que sim. No
balanço. O balanço diz-nos que temos determinada quantia em dinheiro e o mapa
de fluxos de caixa diz-nos como lá chegámos.
Mas o mapa de fluxos de caixa já não nos fala de uma teoria. O mapa de fluxos
de caixa foi desenhado para nos dizer a verdade. Diz-nos o que aconteceu ao II
nosso negócio em termos de dinheiro. Diz-nos que começámos com um
de um negócio
o ciclo de crescimento
determinado valor e que houve uma série de entradas e saídas de diferentes tipos
de dinheiro e que no final ficámos com outro valor.
No final das contas, o que fazem os contabilistas é pegar nas atividades,
traduzi-las em números e colocá-las no marcador. Ainda que sejamos tentados a
pensar que o que eles fazem é preparar-nos a declaração de impostos, o seu
trabalho deveria ser entendido como algo bastante mais significativo e relevante
para a gestão.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
74
I
transformar os lucros em dinheiro, mas acima de tudo perceber que queremos
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
transformá-los em dinheiro operacional. Não é qualquer tipo de dinheiro. É,
especificamente, dinheiro operacional.
de um negócio
o ciclo de crescimento
1. O ciclo de caixa
Embora fosse necessária uma grande patetice para lá chegar, segundo o
sistema de contabilidade que nós temos seria teoricamente possível uma empresa
fechar mesmo acumulando lucros operacionais. Porquê? Porque, como já vimos,
não podemos pagar as nossas contas com lucros. Os nossos fornecedores exigem
dinheiro. Se não fizermos um bom trabalho a converter os nossos lucros em
dinheiro, não poderemos pagar as contas.
O ciclo de caixa mede-se então pelo número de dias que uma empresa leva
desde a compra de uma mercadoria ou de uma matéria-prima para produção até
ao dia em que recebe o dinheiro pela venda de um produto.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
CICLO DE CAIXA
IV
Ciclo de produção
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
75
I
O ciclo de caixa é então composto por três ou quatro outros ciclos.
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Vamos começar pelo ciclo de venda, que é medido pelo número de dias que em
média levamos desde que compramos uma mercadoria até a vender.
Em sobreposição com este ciclo, e como mostra a figura, pode existir um ciclo
de produção. Este ciclo é avaliado pelo número de dias que leva desde que se
compra uma matéria-prima e se transforma a mesma até vender esse produto.
Depois temos um ciclo de entrega. Este ciclo é o número de dias que, em média,
levamos desde que fazemos uma venda até a entregar.
O último ciclo que temos é o de recebimento. Este é o ciclo que mede, em
média, quantos dias tardam desde que entregamos o nosso produto até
recebermos o dinheiro da sua venda.
Pode conduzir a uma perceção errada da realidade comparar o ciclo de caixa de
empresas de diferentes setores de atividade. Porque cada indústria tem as suas
características específicas e as conclusões de tal comparação seriam limitadas. II
Mas quando comparamos empresas que atuam no mesmo mercado a comparação
de um negócio
o ciclo de crescimento
já é interessante.
Bastante interessante também é perceber como a situação evolui, ao longo do
tempo, na mesma empresa. Ou seja, se ela está a levar mais ou menos tempo a
converter as suas vendas em dinheiro.
Quanto mais curto for o ciclo de caixa, maior a capacidade que a empresa
demonstra em converter as suas vendas em dinheiro.
2. O buraco na tesouraria
Veja a figura abaixo para compreender o peso que pode ter este desafio na sua
empresa.
III
PAGAMENTO BURACO DA TESOURARIA e comunicação de valor
estratégia, criação
INVENTÁRIO RECEBEMOS
0 20 40 60 80 100 120
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
76
I
Já percebeu para onde vai o dinheiro dos seus lucros? Está sempre empatado
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
nas mãos dos seus clientes. E isto mata o negócio. Pense sempre se clientes
destes estão melhor consigo ou com a sua concorrência.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Daqui podemos deduzir então três regras fundamentais: receber, receber e
receber...
Muitas vezes, as soluções estão à frente dos nossos olhos e não as vemos. Se
reorganizarmos as nossas prioridades com frequência as coisas ficam mais claras.
Não me canso de me espantar com a relutância que a maior parte dos
empresários tem em pedir o dinheiro que lhes é devido.
Nas empresas, e principalmente nas PME, os lucros contabilísticos não são
muito relevantes. O que é importante é a capacidade de os transformar em
dinheiro. Os pequenos negócios necessitam de um cash flow constante.
Seja muito pouco flexível com os atrasos dos seus clientes. Muitos empresários
têm medo de os perder se tentarem cobrar. Lembre-se de que clientes que levam
muito tempo a pagar se calhar ficam melhor a ser servidos pela sua concorrência.
Apele ao seu sentido de justiça e à razoabilidade e peça-lhes o pagamento.
Lembre-se também de que as suas vendas, até serem cobradas, são um custo para
si. O custo das vendas, mais o custo do IVA. E ficamos por aqui, porque tecnicamente
seria incorreto misturar os custos fixos da sua estrutura com este assunto.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
Quando explico esta segunda regra tenho sempre de chamar a atenção de que
o estou a fazer em termos técnicos. De facto, quanto mais tarde pagarmos as
nossas contas melhor é a nossa capacidade de converter lucro em cash flow. Não
estou com isto a estimular que não se pague.
IV
Nas minhas empresas negoceio as condições de pagamento com os meus
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
77
I
um pagamento. Nesses casos sugiro que se classifiquem os fornecedores por
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
ordem de urgência. Daqueles com quem necessitamos de ter uma relação
privilegiada e que são mais sensíveis a atrasos aos que podem aguentar um
pouco mais.
Classifique-os em A, B, C e D e comece a pagar aos A e assim sucessivamente.
Fale sempre a verdade e nunca se esconda. Explique que está a passar uma fase
menos boa e peça compreensão. Comprometa-se com um prazo e cumpra
escrupulosamente. As pessoas compreendem se der a cara, mas não compreendem
se andar escondido, deixar de atender o telefone ou não cumprir o que prometeu.
de um negócio
o ciclo de crescimento
empresas com recurso total, ou quase, a capitais alheios. Embora eu tenda a ser
conservador na gestão da dívida, não tenho nada a apontar em relação a isso se
a pessoas tiverem perfeita noção do que estão a fazer.
Quanto menos capitais próprios investir, maior é o meu retorno sobre esses
mesmos capitais próprios. Mas quanto maior for a minha dívida, mais do meu
cash flow é absorvido para a pagar. Ou seja, muitas vezes temos lucro, pagamos
impostos sobre esse lucro e não percebemos para onde ele foi quando não
encontramos o dinheiro na conta bancária. Muitas vezes ele serviu para pagar a
dívida exatamente porque recorremos a ela para montar o negócio ou mesmo
para resolver alguma situação de tesouraria.
5. Investimento em ativos
Uma última ideia sobre cash flow. Quando temos dinheiro disponível nas
III
empresas, e principalmente quando o negócio está a crescer, temos alguma
e comunicação de valor
estratégia, criação
imobilização do dinheiro. Cuide do seu dinheiro e perceba que ele não nasce todo
igual. Acompanhe tudo de muito perto para saber sempre o que está a acontecer.
Lembre-se de que o dinheiro é como uma mulher: se não a amar e cuidar com
todo o carinho, lembrando-a, várias vezes, de como ela é importante para si,
acabará por perdê-la.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
78
I
11. Valor: quais as ideias mais recônditas
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
sobre como avaliar o seu negócio?
Como já falámos antes, não existe em Portugal o hábito de vender empresas.
Mas na cultura anglo-saxónica, de onde têm emergido economias muito mais fortes
do que a nossa, a principal razão para se montar um negócio é para um dia poder
vendê-lo. Os negócios são montados para dar ao empresário a escolha de um dia,
eventualmente, os poder vender. Quando se prepara um negócio para ser vendido
podemos depois obter mais do que obteríamos se ele não estivesse preparado.
de um negócio
o ciclo de crescimento
esse período. E, por isso, um euro num momento futuro valerá hoje um euro menos
essa taxa de rentabilidade.
Mas vamos tornar as coisas mais simples. Aquilo que acontece com mais
frequência é que os agentes, o comprador e o vendedor da empresa procuram um
atalho para fazer esta avaliação e dessa forma determinar um preço justo. O que
normalmente se faz é escolher um múltiplo a pagar sobre os lucros anuais do
negócio. E esse múltiplo é ajustado para o risco percebido de esses lucros se
materializarem.
Como é então feito esse ajustamento? Esse ajustamento é feito para o risco.
Quanto mais seguro estiver da materialização desses lucros, maior o múltiplo que
estarei disposto a pagar e quanto menos seguro estiver, menor o múltiplo que vou
oferecer.
Mas a grande questão das finanças é a de como é que eu meço esse risco... Como
IV
é que eu o quantifico... E se os financeiros encontraram uma forma de o fazer, não
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
79
I
da volatilidade... E não estou sozinho neste pensamento. Muitos dos maiores
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
gestores de ativos financeiros do mundo, como Warren Buffett e Peter Lynch,
também entendem desta forma.
Mas este não será seguramente o fórum para discutir este assunto. Até porque
quando o comum empresário vai transacionar a sua empresa terá dificuldade em
efetuar e mesmo compreender esses cálculos. O que eu sugiro é que partamos da
média e usemos o nosso bom senso para ajustar o múltiplo a pagar.
A questão a avaliar é a de qual a previsibilidade de que esses lucros se
materializem no futuro, sendo que perceber a sua consistência no passado pode,
eventualmente, dar-nos algumas pistas para isso. Ou seja, qual a probabilidade de
que, depois de transacionada a empresa, se materializem os lucros que esta vinha a
demonstrar no passado.
E para concluir sobre esta questão não há outra escolha senão fazer uma
apreciação dos riscos... II
de um negócio
o ciclo de crescimento
Nas empresas temos vários tipos de risco. Teremos riscos que são
internos e outros que serão externos. E teremos riscos que são
controláveis e outros incontroláveis.
materializar os lucros e até para crescer, terá muito pouco valor quando ele se afastar
por força da venda. E mesmo que ele ficasse depois da venda, continuaria a valer
muito menos, pois ao estar dependente de uma pessoa, dependeria da capacidade e
motivação dessa pessoa para continuar a trabalhar. Se, por alguma razão, em
alguma altura esse indivíduo parasse de trabalhar, o negócio deixaria de ter
condições para funcionar da mesma forma.
IV
Se este raciocínio é verdadeiro no que se refere ao empresário também o é quanto
empresarial
a fonte do valor
a qualquer outro colaborador. Ou pela sua capacidade técnica ou pela sua capacidade
comercial há colaboradores que assumem um peso decisivo em determinadas
empresas. O facto de essas empresas dependerem desses colaboradores diminui o
seu valor no mercado, pelas mesmas razões que antes vimos.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
80
I
Frequentei, durante algum tempo, um restaurante que apreciava bastante. A
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
chef era muito reputada e o marido geria a sala. Um dia, e depois de umas férias,
chegámos ao restaurante e reparámos que havia mudado o nome, mas tudo o
resto parecia igual. Os mesmos empregados, a mesma decoração... mas notámos
ausência da chef e do marido... Perguntámos por eles e um dos empregados de
mesa, muito simpático, explicou-nos que saíram por discordâncias com os
proprietários, mas que estava tudo igual uma vez que o pessoal de cozinha e de
sala eram os mesmos, que até a lista permanecia igual e que, por isso, nem
iríamos notar a diferença. Foi a última vez que lá fomos! E se bem me recordo não
terá durado nem três meses depois da saída destas pessoas. Este casal abriu,
passado pouco tempo, uma outra casa que voltou a ser um sucesso.
de um negócio
o ciclo de crescimento
Tenho um amigo que era distribuidor de um determinado tipo de produtos. E um
dos maiores produtores nacionais contratou-lhe a distribuição dos seus produtos
em regime de exclusividade. Ao meu amigo esta pareceu a oportunidade de uma
vida. Tanto que fez investimentos colossais em imobilizado para poder estar à
altura das expectativas do produtor.
Este negócio representava tanto para ele que rapidamente passou a representar
cerca de 80% do seu volume de negócios. E em poucos anos a sua empresa
experimentou o maior crescimento da sua história. Até que de repente, e sem que
o meu amigo pudesse prever, o produtor retirou-lhe não só a exclusividade, mas
a própria distribuição. E tudo isto antes que o payback do investimento realizado
estivesse feito.
Muito rapidamente se passou palavra nos clientes de que tinham perdido a
representação e de que estariam a atravessar dificuldades e estes começaram a
atrasar-se ou até a faltar com os pagamentos. Foi muito rápido até que entrasse
em insolvência e passasse dificuldades até na sua vida pessoal.
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
que essa concorrência não ameaça o nosso negócio, ou seja, os nossos lucros
futuros. Imagino uma vantagem competitiva como um fosso em volta de um
castelo medieval. Quanto mais largo for o fosso e mais crocodilos tiver, maior é a
nossa vantagem competitiva.
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
81
I
Quanto mais difícil for à concorrência ameaçar a nossa posição
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
competitiva, maior a nossa vantagem.
de um negócio
o ciclo de crescimento
E, por último, temos riscos incontroláveis, que dependem apenas do que
acontece à nossa volta e no ambiente que nos rodeia. Em relação a estes riscos
gostava de fazer uma nota remetendo para a primeira parte deste livro. Entendo
que estes riscos são sobrestimados. Não argumento que aquilo que acontece não
tenha, de todo, influência nos nossos resultados. Entendo apenas que a forma
como respondemos é muito mais importante do que o que acontece. Os
sobreviventes não são os mais fortes, mas sempre aqueles que se adaptam. Os
riscos incontroláveis são o que acontece na economia, na legislação, na política,
etc. E quanto a isso não há nada que se possa fazer. Mas há seguramente muito
que se pode fazer na forma como respondemos.
E se estes riscos podem ter um impacto nos nossos lucros e,
consequentemente, alterar o valor do negócio, o nosso papel é desenhar a
empresa e respetivo modelo de negócio para serem o mais adaptáveis possível a
eventuais alterações no ambiente. De forma a torná-la talvez não imune, mas
pelo menos altamente resistente a tudo o que se possa passar e que não
III
controlamos.
e comunicação de valor
Negócios como a Coca-Cola, a Gillette ou a American Express são altamente estratégia, criação
Como última nota no que respeita ao risco do negócio, sugiro que seja
conservador em termos de dívida. Quando não há dívida, não há falência. Nas
alturas de prosperidade económica o acesso ao crédito torna-se fácil e quando a
IV
maré está a subir torna-se relativamente fácil ir na cheia e obter ótimos retornos
empresarial
a fonte do valor
alavancados em níveis de dívida elevados. Mas quando a maré baixa, há que lidar
com essa dívida e nessas alturas, muitas vezes, é ela que nos afunda.
Como conclusão, lembre-se de que a quarta forma de fazer crescer a sua
empresa é aumentando o seu valor, para que tenha a opção de a vender um dia
e assim remunerar o seu esforço e o seu risco. Entenda que essa empresa vale
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
82
I
mais quanto maior forem os seus lucros futuros, bem como a sua previsibilidade.
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
Para aumentar a previsibilidade dos seus lucros, deve tentar diluir o mais possível
o impacto dos riscos de eles se materializarem e isso far-se-á essencialmente
gerindo os fatores controláveis e preparando a empresa para ser resistente e
adaptável aos incontroláveis.
II
de um negócio
o ciclo de crescimento
III
e comunicação de valor
estratégia, criação
IV
empresarial
a fonte do valor
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
83
I
PROPOSTA DE AÇÃO
do sucesso
comportamentais
as seis chaves
parte II 1. Avalie a sua posição no que se refere
ao ciclo de vida dos negócios.
Identifique o seu desafio-chave e
classifique-o como normal, anormal
de um negócio
crescimento
o ciclo de ou ameaçador, ponderando a fase em
que se encontra...
de um negócio
o ciclo de crescimento
respeita a esse desafio...
É expressamente proibida a reprodução, no todo ou em parte, da presente obra sem autorização prévia do autor, Paulo de Vilhena. www.paulodevilhena.com
84