O Que É Sus PDF

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CHRISFAPI

CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
3º SEMESTRE

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


(SUS)

D R A . K ÁT YA D E B R I T O E S I LVA F R E I R E

Piripiri-PI
FUNDAMENTOS, PRINCÍPIOS E
DIRETRIZES DO SUS
CONTEXTUALIZAÇÃO

Instituído pela Constituição de 1988

Concretização das propostas do Movimento Sanitário

Reforma Sanitária Brasileira (RSB)


• Mobilizou profissionais de saúde, parlamentares, lideranças e outros
atores
• Defesa das mudanças nas políticas e práticas de saúde
• Propostas em defesa da RSB
• Lutas pela democratização da saúde e da sociedade
SUS REAL

• “O SUS real, apesar de todas as acumulações e avanços, está muito


distante da proposta almejada pelo movimento da Reforma
Sanitária” (Feuerwerker, 2005, p. 490)
SUS: UMA COMPREENSÃO

Estrutura organizacional sistêmica do Estado brasileiro

Dá suporte à efetivação da Política de Saúde no Brasil

Conjunto de ações e serviços de saúde articulados em redes

Vinculação das organizações de saúde das 3 esferas do governo

Promoção, vigilância e atenção à saúde


SUS: UMA COMPREENSÃO

• Também integram o SUS


• Instituições públicas federais, estaduais e municipais de
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos,
medicamentos e equipamentos para saúde

• Serviços privados de saúde em caráter complementar


SUS: UMA COMPREENSÃO

• Condicionamentos econômicos, sociais, culturais,


Incorporação bioecológicos etc.
• Visão abrangente e integrada das ações e serviços
de uma de saúde

concepção • Superar a visão dominantes de enfocar a saúde


pela doença
ampliada de • Esse entendimento ampliado apresenta novos
desafios ao sistema de saúde
saúde • Exigência de novas concepções e modos de
operação
SUS: UMA COMPREENSÃO

Tripé da
Seguridade Social
• SUS
• Sistema de
Previdência Social
• Sistema Único de
Assistência Social
(SUAS)
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• Princípios e objetivos
• Atribuições e competências
• Diretrizes operacionais
Definição • Mecanismos de financiamento
de
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• Ação do SUS (CF/1988)


• Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
• Relevância pública: predomínio do interesse público
• Assistência livre à iniciativa privada: sem limites e mecanismos de
regulação estatal eficazes para garantir o primado do público
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• Financiamento do SUS
• § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos
termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• As constituições estaduais e leis orgânicas dos municípios


incorporam e detalham os princípios da CF, 1988

• Regulamentação infraconstitucional
• Lei 8.080/1990
• Lei 8.142 /1990
• Especificam os princípios e diretrizes
• Detalham a organização e o funcionamento
LEI 8.080/1990
LEI 8.080/1990

• Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da


saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências.

• Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado


prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
• § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da
sociedade.

• Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do


País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o
trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o
acesso aos bens e serviços essenciais.
LEI 8.080/1990

• Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:


• I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e
determinantes da saúde;
• II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do
art. 2º desta lei;
• III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.
LEI 8.080/1990
• Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
• I - a execução de ações:
• a) de vigilância sanitária;
• b) de vigilância epidemiológica;
• c) de saúde do trabalhador; e
• d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
• II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
• III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
• IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
• V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
• VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse
para a saúde e a participação na sua produção;
• VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
• VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
• IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e
produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
• X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
• XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
LEI 8.080/1990

Vigilância sanitária Vigilância epidemiológica Saúde do trabalhador

• Conjunto de ações capaz • Conjunto de ações que • Conjunto de atividades


de eliminar, diminuir ou proporcionam o que se destina à
prevenir riscos à saúde e conhecimento, a promoção e proteção da
de intervir nos problemas detecção ou prevenção saúde dos trabalhadores;
sanitários decorrentes do de qualquer mudança • Visa à recuperação e
meio ambiente. nos fatores determinantes reabilitação da saúde dos
• Controle de e condicionantes de trabalhadores submetidos
medicamentos, alimentos, saúde individual ou aos riscos e agravos
bebidas, cigarros, coletiva; advindos das condições
equipamentos e materiais • Finalidade de de trabalho.
médico-odontológico- recomendar e adotar as
hospitalares, vacinas, medidas de prevenção e
sangue e hemoderivados, controle das doenças ou
serviços de saúde, portos, agravos.
aeroportos e fronteiras
LEI 8.142 /1990
LEI 8.142/1990

• Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema


Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais
de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

• Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de


19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias
colegiadas:
• I - a Conferência de Saúde; e
• II - o Conselho de Saúde.
LEI 8.142/1990

A Conferência de Saúde
• Reúne-se a cada quatro anos
• Representação dos vários segmentos sociais
• Avalia a situação de saúde e propõe as diretrizes para a formulação da
política de saúde

O Conselho de Saúde
• Caráter permanente e deliberativo
• Órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de
serviço, profissionais de saúde e usuários
• Atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de
saúde na instância correspondente
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• Outras leis
• Lei 9.836/1999: institui o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
• Lei 10.424/2002: estabelece o atendimento e a internação
domiciliar
• Lei 11.108/2005: preconiza o direito ao acompanhamento ao parto
• Lei 9.787/1999: estabelece o medicamento genérico
• Lei 9.782/1999: define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e a
Anvisa
• Etc.
FUNDAMENTOS LEGAIS DO SUS

• Normatização infralegal
• Portarias do Ministério da Saúde
• Normas Operacionais (NOB e Noas)
• Negociação tripartite (gestores municipais, estaduais e federal)
• Negociação bipartite (gestores municipais e estadual)
• Conselho Nacional de Saúde
• Conferências Nacionais de Saúde
• Conferências e Conselhos de Saúde no estados e municípios
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

“Regras do jogo do
SUS”

Direcionalidade

Regras pétreas do
SUS

Linhas de base
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

Universalidade Integralidade

Direito à
Equidade
informação
UNIVERSALIDADE

• Direito a saúde a TODOS os cidadãos


• Acesso sem discriminação
• Da vacina à cirurgia mais complexa
INTEGRALIDADE

• Consideração das várias dimensões do processo saúde-doença


• Prestação continuada de ações e serviços integrados
• Articulação com outras políticas públicas
• Garantir a promoção, proteção, cura e reabilitação
• Superação da abordagem restrita à dimensão biológica do
adoecimento
• Considera as pessoas como um todo
EQUIDADE

• Adaptação da regra a um caso específico


• Tradução do debate relativo à igualdade
• As pessoas não são iguais e têm necessidades distintas
• Ações prioritárias considerando o grau de vulnerabilidade
• Tratar desigualmente os desiguais
• Investir mais onde a carência é maior
DIREITO À INFORMAÇÃO

• Direito ao acesso às informações sobre sua saúde e saúde coletiva


• Sobre os serviços, prioridades de investimento e utilização dos recursos
• Garantir participação efetiva dos cidadãos nas decisões
• Lei de acesso à informação - Lei 12.527/2011
PRINCÍPIOS DO SUS

Fonte: informasus.ufscar.br
DIRETRIZES ORGANIZATIVAS

Racionalidade e
efetividade do
funcionamento
do sistema

Hierarquização Participação Integração das


Descentralização Regionalização
do serviços comunitária ações e recursos
DESCENTRALIZAÇÃO

• Ênfase na municipalização
• Não se esgota na municipalização
• Mudança mais significativa no aspecto político-administrativo da
reforma
• Superar a desarticulação entre os serviços
• Único gestor em cada espaço político-institucional
• Secretário Municipal de Saúde
• Secretário Estadual de Saúde
• Ministro da Saúde
REGIONALIZAÇÃO

• Distribuir de forma mais racionalizada e equânime os recursos


assistenciais no território
• Tem como base a distribuição da população
• Integração das ações e redes assistenciais
• Garantir continuidade do cuidado
• Desafio
• Desigualdade na distribuição dos equipamentos de saúde
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA

• Assegurada pela Lei nº 8.142/90


• Participação dos segmentos sociais
• Conferências e Conselhos de Saúde
• Papel ativo dos cidadãos na decisão e execução da política de
saúde
INTEGRAÇÃO

• Integração das ações e dos serviços


• Redes assistenciais integradas
• Condição para garantia da continuidade do cuidado
BASES DO FINANCIAMENTO

Um dos assuntos Necessidade de


Concentração
mais polêmicos superar a
dos recursos na
e mais fragmentação e
União
debatidos centralização
ATENÇÃO PRIMÁRIA, MÉDIA
COMPLEXIDADE E ALTA COMPLEXIDADE
ATENÇÃO PRIMÁRIA

Nível de um sistema de saúde que oferece a entrada no sistema

Considera todas as necessidades e problemas

Atenção à pessoa e não à enfermidade

Atenção à todas as situações de saúde

Coordena/integra a atenção fornecida em outro lugar/por terceiros

Organiza e racionaliza o uso de todos os recursos


ATENÇÃO PRIMÁRIA

• Acesso e cobertura universal

• Atenção integral e integrada

• Ênfase na prevenção e
promoção

• Focaliza na pessoa e não no


órgão/enfermidade
ATENÇÃO SECUNDÁRIA

Serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar

Densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e


a terciária
Atendimento de urgência e emergência

Apoio diagnóstico e tratamento

Profissionais especializados
PROCEDIMENTOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE

1) procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível médio
2) cirurgias ambulatoriais especializadas
3) procedimentos traumato-ortopédicos
4) ações especializadas em odontologia
5) patologia clínica
6) anatomopatologia e citopatologia
7) radiodiagnóstico
8) exames ultra-sonográficos
9) diagnose
10) fisioterapia
11) terapias especializadas
12) próteses e órteses
13) anestesia
ATENÇÃO TERCIÁRIA

Terapias e procedimentos de elevada especialização

Organiza procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo

Exemplos
• Oncologia
• Cardiologia
• Oftalmologia
• Transplantes
• Parto de alto risco
• Traumato-ortopedia
• Neurocirurgia
• Diálise (para pacientes com doença renal crônica)
• Otologia (para o tratamento de doenças no aparelho auditivo).
ATENÇÃO TERCIÁRIA

Exemplos Assistência em cirurgia reparadora (de mutilações, traumas ou


queimaduras graves)
Cirurgia bariátrica (para os casos de obesidade mórbida)

Cirurgia reprodutiva, reprodução assistida, genética clínica e


terapia nutricional
Distrofia muscular progressiva

Osteogênese imperfeita (doença genética que provoca a


fragilidade dos ossos)
Fibrose cística (doença genética que acomete vários órgãos do
corpo causando deficiências progressivas)
ATENÇÃO TERCIÁRIA

Exemplos Cirurgia de implante coclear;

Cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical;

Cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatognático;

Procedimentos em fissuras lábio-palatais;

Reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana, da


face e do sistema estomatognático;
Procedimentos para a avaliação e o tratamento dos transtornos
respiratórios do sono;
Assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
ATENÇÃO TERCIÁRIA

Estão entre os Quimioterapia


procedimentos
ambulatoriais
de alta Radioterapia
complexidade
Hemoterapia

Ressonância magnética

Medicina nuclear

Fornecimento de medicamentos excepcionais

Próteses ósseas, marca-passos, stendt cardíaco, etc.


PROBLEMAS E DESAFIOS DO SUS
PROBLEMAS E DESAFIOS

Os preceitos constitucionais e legais de unicidade do


Sistema não se efetivaram
Sistema duplicado com uma vertente pública e outra
privada
Dificuldade na viabilização da equidade

Sucessos, paradoxos, contradições e descompassos


PROBLEMAS E DESAFIOS

• Influência de tradições e costumes instituídos


• Maior desafio
• Assegurar acesso oportuno, resolutivo e humanizado a todos os cidadãos
• Dificuldade de acesso, baixa resolutividade e longo tempo de espera
• Abordagem curativista e individual
• Abordagem centrada em procedimentos e medicamentos
• Supervalorização do trabalho do médico
• Apesar de um dos melhores sistemas de transplantes, há
diferenciação na oferta de ações e serviços entre as diferentes
regiões e populações
PROBLEMAS E DESAFIOS

Dificuldade da
maioria dos estados Consolidar relações Tradição
no apoio ao cooperativas e centralizadora e
municípios para a solidárias nas relações tutelar na gestão
qualificação da federativas federal
atenção básica
PROBLEMAS E DESAFIOS

Necessidade de promover e aprofundar ações para transformar a formação

Formação ainda privilegia a medicalização, tecnificação e especialização

Contribuir no desenvolvimento da clínica ampliada


• “Clínica do impossível”, “clínica de vínculos”, “clínica territorial”

• “parar para pensar, parar para olhar, parar para escutar, pensar mais devagar, olhar mais
devagar, e escutar mais devagar (…) abrir os olhos e os ouvidos, falar sobre o que nos acontece,
aprender a lentidão, escutar aos outros, cultivar a arte do encontro, calar muito, ter paciência e
dar-se tempo e espaço” (Bondia, 2001)

• Clínica peripatética: passear, ir e vir conversando (Lancetti, 2008)


PROBLEMAS E DESAFIOS

Precarização
das relações de •Aumento de situações de risco no trabalho, número de acidentes e
adoecimento dos trabalhadores e de sua rotatividade

trabalho

•Eficiência no uso dos recursos


•Combate aos desvios e desperdícios

Financiamento •Distribuição equitativa


•Transparência e controle
•Aumento da autonomia da gestão local
•Etc.
PROBLEMAS E DESAFIOS

• Desarticulação entre a atenção básica e os demais serviços de


saúde

• Não se construíram os meios para haver um diálogo entre a atenção


básica e os serviços especializados e hospitalares

• Perfil de formação dos profissionais, em especial os médicos, que


enfrentam intensas dificuldades para dar conta da complexidade
dos problemas de saúde mais frequentes
PROBLEMAS E DESAFIOS

• Qualificar a Participação Social e fortalecer o controle da Sociedade


na condução política e na gestão do SUS
• Fortalecimento da consciência de cidadania
• Aumento da mobilização dos movimentos e organizações sociais
• Conquista da adesão dos profissionais ao ideário do SUS
• Maior comprometimento dos partidos e dos dirigentes públicos
CONSOLIDAÇÃO DO SUS
A CONSTRUÇÃO DO SUS

O SUS vem conseguindo superar obstáculos importantes

Apesar das políticas de redução do Estado e de desfinanciamento


dos setores sociais, houve ampliação dos serviços públicos de saúde
e crescimento no número de trabalhadores

A saúde está praticamente em todos os municípios do Brasil


A CONSTRUÇÃO DO SUS

Se conseguiu assegurar recursos


mínimos para o setor

Há um sistema descentralizado,
que conta com mecanismos
democráticos de
funcionamento

Existem instâncias de pactuação


entre os gestores e mecanismos
de controle social
A CONSTRUÇÃO DO SUS

• Elemento inovador: Saúde da família


• Trabalho no território
• Equipe de saúde
• Agente Comunitário de Saúde
• Contextos local
• Vínculo e responsabilização

Fonte: informasus.ufscar.br
A CONSTRUÇÃO DO SUS

• Elemento inovador: Saúde da família


• Trabalho no território
• Equipe de saúde
• Agente Comunitário de Saúde
• Contextos local
• Vínculo e responsabilização

Fonte: informasus.ufscar.br
A CONSTRUÇÃO DO SUS

• “Em função de tudo isso, o SUS não é hegemônico. Na prática, é


frágil e está em plena construção. Não há indícios claros de que será
possível implantá-lo em sua profundidade básica, pois para tanto
dependemos, decisivamente, da fabricação de atores para cumprir
esses papéis em novos espaços de encontro e produção das práticas
e políticas de saúde” (Feuerwerker , 2005, pp. 502-503)
A CONSTRUÇÃO DO SUS

• “Não são poucas as questões postas a amplos segmentos técnicos,


políticos e acadêmicos e que parecem indispensáveis para a
consolidação do SUS que queremos: usuário-centrado, democrático
e em defesa da vida” (Feuerwerker, 2005, p. 503).
SUS E PSICOLOGIA
AS PSICOLOGIAS CONSTRUÍDAS NO SUS

Tema: o artigo aborda a atuação do psicólogo no Sistema Único de


Saúde (SUS), sob a perspectiva de profissionais inseridos nos contextos
da Atenção Primária à Saúde e da média complexidade

Objetivo: investigar práticas psicológicas realizadas, discutindo


possibilidades e desafios

Método: qualitativo

Sujeitos: 10 psicólogos atuantes em quatro municípios do agreste


pernambucano
AS PSICOLOGIAS CONSTRUÍDAS NO SUS

Foram 1) formação do profissional de psicologia


eleitas,
dessa
forma, as
seguintes 2) percepção do psicólogo acerca de sua
categorias atuação e da inserção da psicologia no SUS
temáticas:
3) desafios e perspectivas consoantes com a
atuação do psicólogo no SUS
1) FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA

A formação ainda está galgada em um modelo e/ou conceito clássico de clínica


que é privada, curativa e individual, inspirada na prática médico-curativista

90% dos entrevistados realizaram o estágio curricular obrigatório na clínica

Mesmo havendo outros interesses e possibilidades de atuação, a prática clínica de


consultório, individualizada, é bastante procurada pelos graduandos em psicologia
1) FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA

Muitas vezes não oferece


embasamento suficiente
Sutil modificação nas formas de
pensar a formação do psicólogo
Crítica feita pelos próprios profissionais
à sua formação
1) FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA

Ampliar os fundamentos da psicologia

• Defesa da necessidade de expandir seus conhecimentos


teóricos
• Programas de pós-graduação
• “Procurei me aprimorar mais na área da saúde”
• “Eu acho que a gente não vê muito a realidade em si. Eu acho
que é trabalhado teoria, mas quando a gente entra em
contato com a população, principalmente pobre, a gente vê
as dificuldades, então a gente se sente despreparado, por isso
a necessidade de se especializar para poder atuar”
1) FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA

As IES possuem
grades
curriculares
diversas, e isso
reverbera uma
formação
diversificada para
o profissional de
psicologia
2) PERCEPÇÕES DO PSICÓLOGO ACERCA DE SUA
ATUAÇÃO E DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA NO SUS

Os profissionais expressam a necessidade de buscar novas formas de intervir


cotidianamente

Contextos hospitalar

• “No momento, ela [a atuação] é mais um apoio, certo!? Psicológico, breve, focal, ali tanto
para o paciente, que está hospitalizado para minimizar justamente esses danos da
hospitalização, quanto para familiares”

Contextos APS

• “A gente faz grupo, grupo com gestante, com idosos, faz muita atividade de educação e
saúde. E eu acho que é fundamental a gente não perder aquela força que vem da
graduação, sabe? De querer fazer e querer construir e gostar do que faz. O principal de tudo,
tem que gostar. Porque senão, não fica”
2) PERCEPÇÕES DO PSICÓLOGO ACERCA DE SUA
ATUAÇÃO E DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA NO SUS

•“a percepção de clínica ampliada


requer um olhar multifacetado e tira o
O psicólogo do lugar de apenas um
conhecimento psicoterapeuta”
acerca do fazer •“Atuar em clínica é mais fácil, parece
do psicólogo no que é mais a nossa casa”
SUS ainda é •Requer do psicólogo o enfrentamento
associado à da complexidade que é o processo
psicoterapia de construir a realidade
•Não se constitui uma tarefa simples
deslocar-se da clínica tradicional
2) PERCEPÇÕES DO PSICÓLOGO ACERCA DE SUA
ATUAÇÃO E DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA NO SUS

“Que a gente
termina entendendo
também a prática de É imprescindível que
Desafio à psicologia,
Atuação do todos os profissionais o psicólogo conheça
que até então
psicólogo em e a gente vai as atividades e os
estava galgada em
equipes ajudando um ao limites desenvolvidos
uma atuação
multiprofissionais outro, pelos demais
solitária
encaminhando as profissionais
principais demandas
que surgem”
2) PERCEPÇÕES DO PSICÓLOGO ACERCA DE SUA
ATUAÇÃO E DA INSERÇÃO DA PSICOLOGIA NO SUS
3) DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONSOANTES COM A
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SUS

Desconhecimento inicial acerca do fazer, tanto por eles


mesmos quanto pelos demais profissionais que compõem o SUS

Como transpor esse desafio?

• “A gente fez um trabalho de formiguinhas, que eles não davam muita


atenção nas falas da gente, a própria equipe também, e os usuários
principalmente, né? Então, foi preciso fazer reunião, falando da equipe, para
mostrar a importância do serviço da equipe nos NASF de uma forma geral,
né? Da psicologia, que era um serviço que veio só a contribuir, que visa à
prevenção e à orientação”
3) DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONSOANTES COM A
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SUS
• Como transpor esse desafio?
• “Busquei lidar com a cara e a coragem! Entrando mesmo, sabe!? Respeitando
muito o espaço, os profissionais, respeitando... Conversando sem que eles [os
outros profissionais] se sintam intimidados com a nossa presença, mas que a
gente pudesse também ir conquistando o espaço da gente”

• “eu acho que a gente enfrenta até hoje. Os desafios eles são permanentes. Eu
acho que os desafios surgem até para que a gente possa encontrar novas
formas de viver e atuar, de se relacionar”
3) DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONSOANTES COM A
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO SUS
• O SUS, assim como a psicologia, tem recente formação, portanto,
ambos ainda estão em processo de construção e revisão
CONSIDERAÇÕES

Reconhece-se e aposta-se na diversidade de


possibilidades de práticas e na criatividade profissional
frente à construção de espaços e formas de atuação
que atendam às especificidades demandadas pela
população e pelo próprio SUS
REFERÊNCIAS
• Bondia, JL. (2001). Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Palestra proferida no 13º COLE-
Congresso de Leitura do Brasil, realizado na Unicamp, Campinas/SP, no período de 17 a 20 de julho de 2001.

• Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z: garantindo saúde nos municípios / Ministério da Saúde, Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009.

• Campos, G.W.S. et al (2012). Tratado de Saúde Coletiva. São Pualo: Hucitec.

• Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) nos serviços
hospitalares do SUS / Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia e Centro de Referência
Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. 1. ed. Brasília: CFP, 2019.

• Feuerwerker, L. M. (2005). Modelos tecnoassistenciais, gestão e organização do trabalho em saúde: nada é


indiferente no processo de luta para a consolidação do SUS. Interface - Comunic., Saúde, Educ., 9(18), 489-506.

• Guimarães, S. B., Oliveira, I. F., & Yamamoto, O. H. (2013). As práticas dos psicólogos em ambulatórios de saúde
mental, Psicologia & Sociedade, 25(3), 664-673.
REFERÊNCIAS

• Lancetti, A. (2008). Clínica peripatética. São Paulo: Hucitec.

• Mäder, B.J. (org.). Caderno de psicologia hospitalar: considerações sobre assistência, ensino, pesquisa e
gestão. Curitiba: CRP-PR, 2016.

• Ouverney, AM., Noronha, JC. Modelos de organização e gestão da atenção à saúde: redes locais,
regionais e nacionais. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 - prospecção
estratégica do sistema de saúde brasileiro: organização e gestão do sistema de saúde [online]. Rio de
Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República, 2013. Vol. 3. pp. 143-182.

• Souza, V.A., & Mendonça, É.S. (2020). As psicologias construídas no SUS: possibilidades e desafios
profissionais no agreste pernambucano. Saúde Debate, 44(127), 1164-1175.
Gratidão!

Fonte: Google

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