DireitonoCTN 2023 1'2023 04 13

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Direito Tributário no CTN

Pilar Coutinho Elói


Objetivo do Curso

§ Desenvolver a visão sistêmica do Sistema Tributário Nacional, por meio


do eixo do Código Tributário Nacional.
§ Apresentar uma visão dos principais temas abordados no CTN.
§ Viabilizar ao aluno aplicar de maneira prática os institutos descritos no
CTN.
Unidade I
Conceito de Tributos e Domicílio Tributário
Conceito de Tributo. Origem.
Objetivos.

- Compreender a necessidade / origem da


tributação.
- Compreender que a finalidade da tributação
depende de uma visão de Estado.
Qual a origem da necessidade
de tributação?
“ O tributo é vetusta e fiel sombra do poder
político há mais de 20 sécuos. Onde se
ergue um governante, ela se projeta sobre


o solo de sua dominação.”
Aliomar Baleeiro.
História...
Origem etimológica: Verbo latino tribuere (dividir por
tribos)
Registros históricos.
Grécia antiga – ausência de tributação dos homens
livres.
Roma antiga – financiamento de guerras
Idade Média- vínculo e sinal da sujeição dos servos.

Relação entre História e Tributação!


Modelos de Estado.

Estados Capitalistas x Estados Socialistas.


Estados Liberais x Sociais.
Visão “Liberal".
- Mercado, Propriedade Privada e liberdade
econômica existem além do Estado.
- Concepção filosófica: propriedade privada é
um atributo da Pessoa e, portanto, não
pode ser atingida pelo Estado.
- Consequência: tributação deve ser mínima.
Visão “Social".
Valorização da igualdade.
-Tributo legitima-se pela lei como forma de
repartição e equilíbrio de desigualdades
prévias.
-Gastos sociais elevados.
Consequência: tributação elevada.
... ???

Se o Estado Absolutista sufocava a liberdade


devido a excessiva intervenção do Estado... Se
o Estado Liberal permitiu o abuso da liberdade
e a própria negação da dignidade humana...
Se o Estado Social falhou na sua promessa de
garantir igualdade a todos... O que nos resta?
Frontispício do livro Leviatã de
Thomas Hobbes (Gravura
Abraham Bosse). Disponível em
http://noblat.oglobo.globo.com/
geral/noticia/2015/02/o-
leviata-cambaleante.html
Imagem
disponível em
http://www.planetaeducacao.co
m.br/portal/artigo.asp?a
rtigo=504
Imagem disponível em
http://www.sintsaf.org.br/wp-
content/uploads/2012/03/corredor-dos-
hospitais.jpg
TENSÃO!

Direito
Direito Tributos Estado Tributário

Arquivo pessoal
Tributação na e pela Livre Iniciativa.

“Numa economia capitalista de mercado, o poder de


tributar e o tributo compõem, tanto quanto os
institutos da autonomia da vontade, da liberdade de
contratar e dos direitos de propriedade, o quadro
institucional necessário para a geração de riquezas, as trocas
comerciais e a preservação dos direitos individuais e
coletivos dos cidadãos e das empresas.” (FERRAZ, GODOI,
SPAGNOL)
Conquistas Históricas.

- Exigência da Legalidade / Capacidade Contributiva


como pressuposto à tributação.
- “No taxation without represantion”
- Direitos básicos universais como saúde e educação.
- O Próprio conceito jurídico tributo como limite à
tributação.
Finalidades do Tributo.
- Finalidade Fiscal

- Finalidade Extrafiscal – Estado Regulador.


- Tributos com finalidades mistas.
- Ex. IPI Cigarros, Imposto de Importação.
- Função predominante extrafiscal – regime jurídico tributário
diferenciado.
Conceito Jurídico
de Tributo
Objetivos do Estudo.

- Analisar o conceito jurídico de tributo com base no texto


legal do CTN e na jurisprudência existente a respeito.

- Distinguir tributo de outras exigências compulsórias.


(Pesquisa Alunos da PUC)
- Superar velhas confusões entre tributos e suas espécies
(impostos, taxas, etc).
Qual a relevância prática dessa classificação?

Constituição Federal

... possuem regime jurídico


Tributos CTN
próprio.

LC, LO, Lei Ordinárias.


Constituição Estaduais (para
tributos estaduais)
Leis Orgânicas (para tributos
municipais)
Caso ART – Natureza Jurídica.

Discussão: cabimento de alteração do valor da ART – Anotação


de responsabilidade técnica por meio de ato infralegal.
ARE 881768 AgR / PR – PARANÁ, dJe 05-06-2015 RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 12.322/2010) – CONSELHO
REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA – ANOTAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE TÉCNICA – NATUREZA JURÍDICA DE TAXA –
LEI Nº 6.496/1977 – NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO
DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
QUE O PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RECONHECEU NO
JULGAMENTO DO ARE 748.445-RG/SC (...)
Importância do Conceito Jurídico de Tributo.

Tributo

Sistema Tributário

Limitações (Constitucionais) ao Poder de


Tributar
Conceito Jurídico
Receita Derivada.

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades


de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e
contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes
em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio
de atividades gerais ou específicas exercidas por essas
entidades. (Lei 4.320/64)
Conceito Legal de Tributo.
- Espécies de Receita Estatal. Receita Originária x Receita
Derivada.

ATUALIZAÇÃO CONCEITO!

- Espécies tributárias. Empréstimos Compulsórios e


Contribuições especiais.

- Destinação. Entidades Estatais e Paraestatais.


Receita Originária x Derivada.
Receitas Originárias. “receitas provenientes da exploração dos
bens, recursos naturais ou empresas do Estado (comerciais ou
industriais) e são obtidas à semelhança de instrumentos de natureza
contratual, despidos de compulsoriedade.” Ex. Preços públicos,
royalties.
Receitas Derivadas. “rendas arrecadadas coativamente dos
particulares, mediante constrangimento legal” Ex. Tributos, multas.
(Fonte: Ferraz, Godoi, Spagnol, 2014, pg. 73)
Deficiência no conceito da doutrina tradicional – não explica
serviços que podem ser financiados por tributos/preços públicos.
Que tipo de Receita é a seguinte?

Multa por excesso de velocidade?


Pagamento por compra de imóvel do
Estado?
Conceito Legal
de Tributo
Conceito Legal de Tributo.
Tributo no CTN.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. (CTN)
Características.

1) Prestação pecuniária, moeda X cujo valor nela se


possa exprimir
2) Compulsoriedade
3) Não constitua Sanção de Ato Ilícito
4) Instituída em Lei (art. 97, CTN)
5)Atividade Administrativa Plenamente Vinculada
LOGO: não abrange Multa, obrigação
convencional ou indenização.
Prestação Pecuniária.

- Significado.

- Conjunto CTN. BC / Alíquota.

- “Cujo valor nela se possa exprimir” – Superação.

- Exemplo Histórico – Brasil Colônia.


Compulsória.

- Significado.

- Obrigação ex. Lege.

- Hipótese de Incidência – Fato. Fato Gerador.


Não Constitutiva de Sanção de Ato ilícito.
“Normas jurídicas são aquelas cuja execução é
garantida por uma sanção externa e
institucionalizada” (BOBBIO)

Sanção: Resposta à violação (BOBBIO)


Fundamento da vedação.
Conduta indesejada x conduta proibida (ato
ilícito).
RE 94001 / SP SÃO PAULO

Julgamento: 11/03/1982
Julgador: Tribunal Pleno
ACRÉSCIMO DE 200% AO IMPOSTO IMOBILIÁRIO SOBRE
IMÓVEIS ONDE HAJA CONSTRUÇÕES IRREGULARES.
ACRÉSCIMO QUE CONFIGURA SANÇÃO A ILICITO
ADMINISTRATIVO. O ARTIGO 3. DO CTN NÃO ADMITE QUE SE
TENHA COMO TRIBUTO PRESTAÇÃO PECUNIARIA
COMPULSORIA QUE CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILICITO. O
QUE IMPLICA DIZER QUE NÃO E PERMITIDO, EM NOSSO
SISTEMA TRIBUTÁRIO, QUE SE UTILIZE DE UM TRIBUTO
COM A FINALIDADE EXTRAFISCAL DE SE PENALIZAR A
ILICITUDE. TRIBUTO NÃO E MULTA (…)
( … ) , NEM PODE SER USADO COMO SE O FOSSE. SE O
MUNICÍPIO QUER AGRAVAR A PUNIÇÃO DE QUEM CONSTROI
IRREGULARMENTE, COMETENDO ILICITO ADMINISTRATIVO,
QUE CRIE OU AGRAVE MULTAS COM ESSA FINALIDADE.
O QUE NÃO PODE - POR SER CONTRARIO AO ARTIGO 3. DO
CTN, E, CONSEQUENTEMENTE, POR NÃO SE INCLUIR NO
PODER DE TRIBUTAR QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
LHE CONFERE - E CRIAR ADICIONAL DE TRIBUTO PARA
FAZER AS VEZES DE SANÇÃO PECUNIARIA DE ATO
ILICITO. (…)
Tributo X Multa.

- Multa: sanção de ato ilícito.


- Multa tributária: sanção de ato ilícito
tributário. Decorrente do descumprimento de
uma obrigação tributária (ex. Pagamento de
tributo, declaração do IR)
E os tributos extrafiscais?
São sanções de
ato ilícito?
Sanção de Ato ilícito x Tributo Extrafiscal.

Extrafiscalidade: função dos tributos voltada para


estimular ou desestimular comportamentos.

Fiscalidade: função dos tributos referente à


arrecadação.
Tributo extrafiscal: tributo cuja principal função é
estimular ou desestimular comportamentos.
Tributo Extrafiscal é sanção ao ato ilícito?
Na verdade, axiologicamente alguns tributos extrafiscais
poderão se aproximar das sanções, na medida em que ambos
têm por objetivo desestimular uma conduta. No entanto,
juridicamente, a distinção é clara. Enquanto a sanção
decorre do ato ilícito, do não cumprimento da conduta
desejada, “tributos extrafiscais não tem ilícito em sua
hipótese de incidência” (MACHADO).
Instituído em lei
-Que espécie de Lei? Lei em sentido estrito. (Art.
97 do CTN – Prazo de Pagamento)

Lei em sentido formal. Procedimento.


Lei em sentido material. Lei – norma, geral,
abstratada, obrigatoria, inovadora.

E Medida Provisória?
Atividade administrativa plenamente vinculada.

Atividade Vinculada x Atividade Discricionária.


Art. 142. (...) Parágrafo único. A atividade
administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade
funcional.

Exemplo.
Conceito Jurídico de Tributo
- Dúvidas frequentes
Os tributos parafiscais são cobrados
por meio de atividade
administrativa vinculada
Tributos PARAfiscais.

Historicamente. Coincidência entre quem


instituía, exigia e a quem se destinava o tributo –
sempre pessoa jurídica de direito público.
Atualmente. Possível distinção entre quem
institui o tributo (pessoa jurídica de direito público
– ente federado) e quem exige / a quem se
destina o tributo (inclusive p.j. de direito privado)
Ex. Sindicatos, Senai etc.
Tributos PARAfiscais.

Parafiscalidade–"deslocamento entre a pessoa


jurídica titular da competência tributária e o sujeito
ativo.”(SCHOUERI)

Requisitos – 1) “não coincidência entre o sujeito


ativo e a pessoa titular da competência impositiva”,
2) “disponibilidade ao sujeito ativo do produto da
arrecadação” (FERRAZ, GODOI, SPAGNOL)
Tributos PARAFISCAIS.

Conceito Professor Luciano Amaro:

“ Tributo é prestação pecuniária não sancionatória


de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado
ou a entidades não estatais de fins de
interesse público.” (AMARO, 2000, pg. 25)
Pedágio e taxa não
são a mesma coisa?
Taxas (tributos) e preços públicos.

Contexto. A taxa (espécie tributária) e os preços


públicos são exigidos diante de uma mesma situação –
a prestação de serviço público pelo estado.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Receita Derivada
Receita Originária

Voluntário Compulsório

Atividade típica do particular que


Atividade típica do Estado.
o Estado assume.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Serviço Público não essencial Serviço Público essencial

Relação Contratual Relação de Sujeição

Critérios não são suficientes e claros! Ex. Situação do pedágio.


Opinião Profa! Serviço Público prestado por particular – Preço Público.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Receita Derivada
Receita Originária

Voluntário Compulsório

Atividade típica do particular que


Atividade típica do Estado.
o Estado assume.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Serviço Público não essencial Serviço Público essencial

Relação Contratual Relação de Sujeição

Critérios não são suficientes e claros! Ex. Situação do pedágio.


Opinião Profa! Serviço Público prestado por particular – Preço Público.
É possível quitar tributo por
meio de compensação?
Instituir x Pagar.

Diferença de significados.

Extinção do crédito tributário – art. 156.


Compensação.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


(...)
II - a compensação;

Exigência de Lei do ente federado.


É possível quitar tributo por
meio de dação em pagamento?
Dação em pagamento. Polêmica!
ADIN 1917- Inviabilidade de Dação em
Pagamento (ajuizamento 98. Julg. 2007)
1)Necessidade de LC tratando de causa de
extinção do crédito tributário.
2)Incompatibilidade com a exigência de licitação
do art. 37, inc. XXI, da Lei Maior.
E no caso de bens imóveis?
ADI 1917 / DF ,relator(a): Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, I - Lei ordinária distrital - pagamento
de débitos tributários por meio de dação em
pagamento. II - Hipótese de criação de nova causa de
extinção do crédito tributário. III - Ofensa ao
princípio da licitação na aquisição de materiais
pela administração pública.
I - Extinção de crédito tributário criação de nova
modalidade (dação em pagamento) por lei estadual:
possibilidade do Estado-membro estabelecer regras
específicas de quitação de seus próprios créditos
tributários. Alteração do entendimento firmado na
ADInMC 1917-DF, 18.12.98, Marco Aurélio, DJ 19.09.2003:
conseqüente ausência de plausibilidade da alegação de
ofensa ao art. 146, III, b, da Constituição Federal, que
reserva à lei complementar o estabelecimento de normas
gerais reguladoras dos modos de extinção e suspensão da
exigibilidade de crédito tributário.
Para saber mais!
A DAÇÃO EM PAGAMENTO COMO MEIO ALTERNATIVO PARA QUITAÇÃO DE DÍVIDAS
FISCAIS

HTTPS://WWW.CONJUR.COM.BR/2018-AGO-29/GEOVANE-ALVES-DACAO-PAGAMENTO-
QUITACAO-DIVIDAS-FISCAIS

A DAÇÃO EM PAGAMENTO COMO FORMA DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: UMA


ANÁLISE À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO
NACIONAL E DA PORTARIA PGFN N. 32/2018

https://ibdt.org.br/RDTA/a-dacao-em-pagamento-como-forma-de-extincao-do-credito-tributario-uma-
analise-a-luz-da-constituicao-federal-de-1988-do-codigo-tributario-nacional-e-da-portaria-pgfn-n-32-2018/
IPTU Progressivo é
sanção de ato ilícito
Iptu Progressivo no tempo!

CF, art. 182.§ 4º - É facultado ao Poder Público


municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
(...) II - imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo.
Iptu progressivo no tempo!
Se o cumprimento da função social da propriedade
é dever (arts. 5, XXII, 170, inc. III, CF), e a
consequência do seu descumprimento sancionada
por meio do IPTU progressivo no tempo, não estar-
se-iá diante de tributo sanção de ato ilícito?
Schoueri – Exceção!
Profa, pode tributo incidir
sobre ato ilícito?
Não constitutivo de sanção de ato ilícito.

Sanção de ato ilícito x Incidência sobre ato


ilícito x Incidência sobre fatos lícitos
decorrentes de ilícito.
Ex1.Hipótese de incidência do tributo pode ser o tráfico de
drogas? Ex2. Pode incidir tributo sobre juros oriundos de
valores obtidos ilicitamente?
Incidência sobre rendimentos oriundos de ato ilícito.

- Teoria 1 (Dominante).
- Princípio da Isonomia.
- “Pecunia non olet” (Tributação latrinas)
- Lei 4.560-64, art. 26. Os rendimentos
derivados de atividades ou transações ilícitas,
ou percebidos com infração à lei, são
sujeitos a tributação, sem prejuízo das
sanções que couberem.
Incidência sobre rendimentos oriundos de ato ilícito.

- Teoria 2 (Misabel Derzi / Lopes Becho).


Base:
Dispositivos legais que determinam o perdimento
de bens, rendas, valores oriundos de crime.

Não há sentido em tributar bem que não pertence


àquele que comete ato ilícito.
UNIDADE 1 – Conceito de Tributo. Origem.
Conteúdo do Curso

§ Por que existem tributos?


§ Por que existe um ramo do Direito que trata da Tributação?
§ Qual o debate por trás da tributação?
Relação Poder Político organizado e Estado

“O tributo é vetusta e fiel sombra do poder político há mais de 20 séculos.


Onde se ergue um governante, ela se projeta sobre o solo de sua
dominação.” (BALEEIRO, 1998, p. 1)
Direitos e Tributos

Afirmar que um direito tem um custo é confessar que temos que renunciar
a algo a fim de adquiri-lo ou conservá-lo. (…) Todos os direitos são custosos
porque todos pressupõem uma máquina eficaz de supervisão, paga por
todos os contribuintes, para monitorar e controlar (Tradução Livre -
HOLMES e SUNSTEIN)
Todo Direito envolve custos. Inclusive os “chamados” negativos.
Direitos e Tributação

“No entanto, com o progressivo desaparecimento das regiões auríferas, os


colonos tinham grandes dificuldades em cumprir a exigência estabelecida.
Portugal, inconformado com a diminuição dos lucros, resolveu empreender
um novo imposto: a derrama. Sua cobrança serviria para complementar os
valores das dívidas que os mineradores acumulavam junto à Coroa. Sua
arrecadação era feita pelo confisco de bens e propriedades que pudessem
ser de interesse da Coroa.”
Acesso em: (http://www.brasilescola.com/historiab/inconfidencia-mineira.htm)
TENSÃO!

Direito
Direito Tributos Estado Tributário

Arquivo pessoal
Finalidade dos tributos

§ Fiscalidade.
§ Extrafiscalidade.
§ Tributo como forma de intervenção do estado na economia.
§ Tributo como garantia da existência do próprio Estado.
Financiamento dos Estados Capitalistas
“A propriedade privada é uma convenção legal, definida em parte pelo
sistema tributário; dessa maneira, o sistema tributário não pode ser
avaliado a partir de seu impacto na propriedade privada, concebida
enquanto algo que tem existência e validade independentes. Tributos
devem ser avaliados como parte geral dos direitos de propriedades que eles
ajudam a criar.
Justiça ou injustiça na tributação só pode significar justiça ou injustiça no
sistema de direitos da propriedade que resultam de um sistema tributário
em particular.”
(Liam Murphy e Thomas Nagel – O mito da propriedade)
Receitas Públicas
Se o Estado precisa de
recursos para se financiar,
como ele obtém esses
recursos?

Domínio Público
Exercitando!
Considere que, em razão da crise financeira que atravessa, o Estado de Minas Gerais não pagou ao Banco
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) a parcela de R$ 67,7 milhões vencida.
Também não quitou, junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BND), a parcela de R$ 3,3 milhões. Nos dois
contratos, a União prestou garantia junto às instituições financeiras. O Estado de Minas Gerais, por sua
vez, ofereceu em contragarantia ao ente federal as receitas próprias previstas no artigo 155 da
Constituição e os recursos objeto de repartição obrigatória indicados nos artigos 157, inciso I, e 159, inciso
I, alínea “a”, e inciso II, da Constituição. Em ação judicial em trâmite perante o STF, em que se discute a
suspensão da execução de contragarantias dos contratos firmados, o ministro Barroso, em decisão liminar,
observou que, em razão da calamidade financeira, a receita arrecadada em 2018 em Minas Gerais não foi
suficiente sequer para as despesas com pessoal, não tendo havido repasses de ICMS, FUNDEB e até
mesmo os relativos às despesas com saúde, educação e segurança. Esse quadro foi agravado pela recente
tragédia resultante do rompimento de represa da Vale no Município de Brumadinho. Com base na
situação apresentada, questiona-se: o que são receitas públicas? Quais as formas de obtenção de receita?
Ação Cível Originária n: 0019693-17.2019.1.00.0000; Origem – MG, Minas gerais; relator: Min. Roberto
barroso
Formas de obtenção de receitas

RECEITAS PÚBLICAS
TIPOS:
Originárias.
Derivadas (Lei nº 4.320/64, art. 9º)
Principais formas de obtenção

Competência Tributária.
Transferências:
Obrigatórias. (Exceções – Artigo 167, inc. IV, CF)
Voluntárias. (Renúncia Fiscal)
Federalismo Fiscal.
Exercitando!
É cediço que o imposto de renda, de competência da União, possui
dimensão nacional, isto é, adquire-se renda tributável em qualquer parte
do país, porém, para fins de redução das desigualdades regionais, uma
parte dessa arrecadação haurida pela União é repartida com Estados e
Municípios das regiões mais pobres, nas quais há menos renda a ser
tributada. Isso ocorre com outros tributos dentro da mesma lógica.
Ciclicamente, entramos em crise econômica, isso afeta as empresas, que
estão fazendo menos negócios, as pessoas físicas, mas também os entes
federados. A partir dessa narrativa, reflita: O que é federalismo fiscal? Quais
as suas dimensões?
Federalismo

“no Brasil, por obra e graça do princípio federativo – verdadeira coluna


mestre de nosso sistema jurídico –, convivem harmonicamente (…) a ordem
global (o Estado Brasileiro) e as ordens jurídicas parciais, central (a União) e
periféricas (os Estados-membros). Esta múltipla incidência só é possível por
força cuidadosa da discriminação de competências, levada a efeito pela
Constituição da República.” (CARRAZA)
Federalismo

Federação: fundamento: distribuição territorial de poder, dualidade de


ordens político-jurídicas (Wilba).
Autonomia dos Estados Federados – capacidade de auto-organização.
Federalismo Fiscal

Se há divisão de competências legislativas e administrativas, garantia de


autogoverno, é necessário pensar nos recursos para tal!

Não há autonomia, realização de competência, sem recursos!


Federalismo Fiscal

“[...] o federalismo fiscal tem como objetivo oferecer meios e alternativas


para que o Estado possa cumprir satisfatoriamente suas finalidades. Uma
proveitosa repartição de competências entre as esferas governamentais é
capaz de proporcionar o desenvolvimento de determinado Estado e, por
consequência, da população que nele vive. A desarmonia nesse
compartilhamento provocará, no mínimo, desigualdades regionais e retardo
no nível de crescimento.” (CARVALHO, 2010, p. 60)
Problemas do pacto federativo fiscal

§ Concentração de Recursos na União.


§ Desonerações de Tributos Federais e Estaduais impactam entes
federados menores.
§ Dificuldade dos Municípios de instituírem os tributos de sua
competência.
§ Guerra Fiscal e Competências Administrativas.
Mecanismos de Operacionalização do Pacto
Federativo Fiscal (Exemplos)
ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PELA UNIÃO
(EM MILHÕES)

RECEITAS Janeiro/junho - 2021 Janeiro/junho - 2020

COFINS/PIS-PASEP 172.733 123.801

Receita Previdenciária 219.150 185.856

IRPF 29.097 19.911

IPI (exceto vinculado) 20.442 15.625

IOF 20.522 15.957

Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/receitadata/arrecadacao/relatorios-do-resultado-da-
arrecadacao/arrecadacao-2021/junho2021/apresentacao-arrecadacao-jun-2021_v2.pdf
ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PELA UNIÃO
(EM MILHÕES)

RECEITAS Janeiro/junho - 2021 Janeiro/junho - 2020

CIDE-COMBUSTÍVEIS 622 800

IRRF-RENDIMENTOS DE 24.080 25.606


CAPITAL
IRRF-OUTROS RENDIMENTOS 7.688 6.289

IRPJ/CSLL 190.078 141.279

IRRF-RENDIMENTOS DE 20.014 18.820


RESIDENTES NO EXTERIOR

Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/receitadata/arrecadacao/relatorios-do-resultado-da-
arrecadacao/arrecadacao-2021/junho2021/apresentacao-arrecadacao-jun-2021_v2.pdf
ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PELA UNIÃO
(EM MILHÕES)

RECEITAS Janeiro/junho - 2021 Janeiro/junho - 2020

I. IMPORTAÇÃO/IPI- 46.566 32.510


VINCULADO
IRRF-RENDIMENTOS DO 75.131 72.136
TRABALHO
DEMAIS RECEITAS 33.050 30.769
ADMINISTRADAS
RECEITA ADMINISTRADA PELA 859.172 689.360
RFB

Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/receitadata/arrecadacao/relatorios-do-resultado-da-
arrecadacao/arrecadacao-2021/junho2021/apresentacao-arrecadacao-jun-2021_v2.pdf
Receitas dos estados
I. Principais Receitas Tributárias dos Estados – ICMS, IPVA, ITCD.
II. Repartição das Receitas da União:
a) IR retido na fonte;
b) 10% do IPI – proporcionalmente às exportações;
c) 29% da Cide Combustível;
d) 30% do IOF sobre o ouro explorado em cada estado;
e) Fundo de Participação dos Estados (composto de IR e de IPI) – Fator
rep. da população, fator representativo do inverso da renda per capita.
ALTERAÇÕES NA TRIBUTAÇÃO FEDERAL PREJUDICAM OS ESTADOS.
ARRECADAÇÃO DE RECEITAS PELO
ESTADO DE MINAS GERAIS
Categoria Econômica Origem da Receita Valor arrecadado
da Receita
Receitas Correntes Impostos, taxas e 49.012.931.031,38
contribuições de melhoria
Receitas Correntes Contribuições 2.401.083.601,15

Receitas Correntes Receita Patrimonial 1.063.031.220,54

Receitas Correntes Receita Agropecuária 5.396.321,48

Receitas Correntes Transferências Correntes 11.861.750.443,32

Fonte: https://www.transparencia.mg.gov.br/estado-receita
Período da consulta: Janeiro/2021 a Julho/2021. Dados atualizados em: 07/08/2021
Receitas dos municípios
I. Principais Receitas Tributárias dos Municípios – ISS, IPTU, ITBI.
II. Principais repartições das Receitas da União:
a) IR retido na fonte;
b) ITR – 50% ou 100%;
c) 70% do IOF sobre o ouro extraído no município;
d) Fundo de Participação dos Municípios (composto de IR e de IPI).
Receitas dos municípios

III. Principais repartições dos estados em prol dos municípios:


a) Cota-parte do ICMS. Direcionado a Municípios
que geram “saída” de mercadorias;
b) Parte do IPI recebido pelos Estados;
c) IPVA – 50%.
Impacto da Renúncia Fiscal no FPM, formado pela
arrecadação dos impostos (montante em R$ milhões)
MEDIDAS 2012 2013 2014
Desoneração da folha de pagamento 3,8 16,0 24,7

Desoneração da cesta básica - 5,5 8,2

Redução do IPI (automóveis, caminhões, material de construção, etc.) 8,5 11,8 7,1

Novas faixas de tributação do Simples e Microempresa individual 5,7 5,9 6,5

Reintegra- Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para Empresas 3,4 3,4 2,7
Exportadoras

Redução de IOF sobre operações de crédito para pessoa física ( de 3% para 1,5 %) 2,8 3,6 3,6

Banda larga - redes 0,5 1,0 1,0

Fonte: https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/contas-publicas/realidade-brasileira/desoneracoes-tributarias-reducao-de-ipi-afetam-
municipios-pois-diminuiem-os-valores-repassados-pela-uniao-ao-fpm-fundo-de-participacao-dos-municipios.aspx
Impacto da Renúncia Fiscal no FPM, formado pela
arrecadação dos impostos (montante em R$ milhões)
MEDIDAS 2012 2013 2014

Aumento do limite do lucro presumido - - 1,0

Alíquota zero de PIS- Cofins sobre trigo e massas 1,1 0,6 -

Redução para zero do prazo de apropriação dos créditos de PIS-Confins sobre aquisição 7,6 - -
de bens de capital

Demais 2,2 10,9 22,0

TOTAL 44,5 70,1 88,2

Fonte: https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/contas-publicas/realidade-brasileira/desoneracoes-tributarias-reducao-de-ipi-afetam-
municipios-pois-diminuiem-os-valores-repassados-pela-uniao-ao-fpm-fundo-de-participacao-dos-municipios.aspx
UNIDADE 1 – Conceito jurídico de tributo e
espécies de tributo.
Conceito Jurídico de Tributo
Objetivos do Estudo.

- Analisar o conceito jurídico de tributo com base no


constitucional texto legal do CTN e na jurisprudência
existente a respeito.

- Distinguir tributo de outras exigências compulsórias.


- Superar velhas confusões entre tributos e suas espécies
(impostos, taxas, etc).
Qual a relevância prática dessa classificação?

Constituição Federal

... possuem regime jurídico


Tributos CTN
próprio.

LC, LO, Lei Ordinárias.


Constituição Estaduais (para
tributos estaduais)
Leis Orgânicas (para tributos
municipais)
Caso ART – Natureza Jurídica.

Discussão: cabimento de alteração do valor da ART – Anotação


de responsabilidade técnica por meio de ato infralegal.
ARE 881768 AgR / PR – PARANÁ, dJe 05-06-2015 RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO (LEI Nº 12.322/2010) – CONSELHO
REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA – ANOTAÇÃO DE
RESPONSABILIDADE TÉCNICA – NATUREZA JURÍDICA DE TAXA –
LEI Nº 6.496/1977 – NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO
DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA
QUE O PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RECONHECEU NO
JULGAMENTO DO ARE 748.445-RG/SC (...)
Importância do Conceito Jurídico de Tributo.

Tributo

Sistema Tributário

Limitações (Constitucionais) ao Poder de


Tributar
Conceito Jurídico
Receita Derivada.

Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades


de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e
contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes
em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio
de atividades gerais ou específicas exercidas por essas
entidades. (Lei 4.320/64)
Conceito Legal de Tributo.
- Espécies de Receita Estatal. Receita Originária x Receita
Derivada.

ATUALIZAÇÃO CONCEITO!

- Espécies tributárias. Empréstimos Compulsórios e


Contribuições especiais.

- Destinação. Entidades Estatais e Paraestatais.


Receita Originária x Derivada.
Receitas Originárias. “receitas provenientes da exploração dos
bens, recursos naturais ou empresas do Estado (comerciais ou
industriais) e são obtidas à semelhança de instrumentos de natureza
contratual, despidos de compulsoriedade.” Ex. Preços públicos,
royalties.
Receitas Derivadas. “rendas arrecadadas coativamente dos
particulares, mediante constrangimento legal” Ex. Tributos, multas.
(Fonte: Ferraz, Godoi, Spagnol, 2014, pg. 73)
Deficiência no conceito da doutrina tradicional – não explica
serviços que podem ser financiados por tributos/preços públicos.
Que tipo de Receita é a seguinte?

Multa por excesso de velocidade?


Pagamento por compra de imóvel do
Estado?
Conceito Legal de Tributo.
Tributo no CTN.

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária


compulsória, em moeda ou cujo valor nela
se possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa
plenamente vinculada. (CTN)
Características.

1) Prestação pecuniária, moeda X cujo valor nela se


possa exprimir
2) Compulsoriedade
3) Não constitua Sanção de Ato Ilícito
4) Instituída em Lei (art. 97, CTN)
5)Atividade Administrativa Plenamente Vinculada
LOGO: não abrange Multa, obrigação
convencional ou indenização.
Prestação Pecuniária.

- Significado.

- Conjunto CTN. BC / Alíquota.

- “Cujo valor nela se possa exprimir” – Superação.

- Exemplo Histórico – Brasil Colônia.


Compulsória.

- Significado.

- Obrigação ex. Lege.

- Hipótese de Incidência – Fato. Fato Gerador.


Não Constitutiva de Sanção de Ato ilícito.
“Normas jurídicas são aquelas cuja execução é
garantida por uma sanção externa e
institucionalizada” (BOBBIO)

Sanção: Resposta à violação (BOBBIO)


Fundamento da vedação.
Conduta indesejada x conduta proibida (ato
ilícito).
RE 94001 / SP SÃO PAULO

Julgamento: 11/03/1982
Julgador: Tribunal Pleno
ACRÉSCIMO DE 200% AO IMPOSTO IMOBILIÁRIO SOBRE
IMÓVEIS ONDE HAJA CONSTRUÇÕES IRREGULARES.
ACRÉSCIMO QUE CONFIGURA SANÇÃO A ILICITO
ADMINISTRATIVO. O ARTIGO 3. DO CTN NÃO ADMITE QUE SE
TENHA COMO TRIBUTO PRESTAÇÃO PECUNIARIA
COMPULSORIA QUE CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILICITO. O
QUE IMPLICA DIZER QUE NÃO E PERMITIDO, EM NOSSO
SISTEMA TRIBUTÁRIO, QUE SE UTILIZE DE UM TRIBUTO
COM A FINALIDADE EXTRAFISCAL DE SE PENALIZAR A
ILICITUDE. TRIBUTO NÃO E MULTA (…)
( … ) , NEM PODE SER USADO COMO SE O FOSSE. SE O
MUNICÍPIO QUER AGRAVAR A PUNIÇÃO DE QUEM CONSTROI
IRREGULARMENTE, COMETENDO ILICITO ADMINISTRATIVO,
QUE CRIE OU AGRAVE MULTAS COM ESSA FINALIDADE.
O QUE NÃO PODE - POR SER CONTRARIO AO ARTIGO 3. DO
CTN, E, CONSEQUENTEMENTE, POR NÃO SE INCLUIR NO
PODER DE TRIBUTAR QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL
LHE CONFERE - E CRIAR ADICIONAL DE TRIBUTO PARA
FAZER AS VEZES DE SANÇÃO PECUNIARIA DE ATO
ILICITO. (…)
Tributo X Multa.

- Multa: sanção de ato ilícito.


- Multa tributária: sanção de ato ilícito
tributário. Decorrente do descumprimento de
uma obrigação tributária (ex. Pagamento de
tributo, declaração do IR)
E os tributos extrafiscais?
São sanções de
ato ilícito?
Sanção de Ato ilícito x Tributo Extrafiscal.

Extrafiscalidade: função dos tributos voltada para


estimular ou desestimular comportamentos.

Fiscalidade: função dos tributos referente à


arrecadação.
Tributo extrafiscal: tributo cuja principal função é
estimular ou desestimular comportamentos.
Tributo Extrafiscal é sanção ao ato ilícito?
Na verdade, axiologicamente alguns tributos extrafiscais
poderão se aproximar das sanções, na medida em que ambos
têm por objetivo desestimular uma conduta. No entanto,
juridicamente, a distinção é clara. Enquanto a sanção
decorre do ato ilícito, do não cumprimento da conduta
desejada, “tributos extrafiscais não tem ilícito em sua
hipótese de incidência” (MACHADO).
Instituído em lei

- Conquista Histórica. Princípio Democrático,


Separação de Poderes, Legitimidade.
“No taxation, without representation.”
- Competência Tributária (legislativa)
Instituído em lei
-Que espécie de Lei? Lei em sentido estrito. (Art.
97 do CTN – Prazo de Pagamento)

Lei em sentido formal. Procedimento.


Lei em sentido material. Lei – norma, geral,
abstratada, obrigatoria, inovadora.

E Medida Provisória?
Atividade administrativa plenamente vinculada.

Atividade Vinculada x Atividade Discricionária.


Art. 142. (...) Parágrafo único. A atividade
administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade
funcional.

Exemplo.
Conceito Jurídico de Tributo
- Dúvidas frequentes
Os tributos parafiscais são cobrados
por meio de atividade
administrativa vinculada
Tributos PARAfiscais.

Historicamente. Coincidência entre quem


instituía, exigia e a quem se destinava o tributo –
sempre pessoa jurídica de direito público.
Atualmente. Possível distinção entre quem
institui o tributo (pessoa jurídica de direito público
– ente federado) e quem exige / a quem se
destina o tributo (inclusive p.j. de direito privado)
Ex. Sindicatos, Senai etc.
Tributos PARAfiscais.

Parafiscalidade–"deslocamento entre a pessoa


jurídica titular da competência tributária e o sujeito
ativo.”(SCHOUERI, 2014, pg. 547)

Requisitos – 1) “não coincidência entre o sujeito


ativo e a pessoa titular da competência impositiva”,
2) “disponibilidade ao sujeito ativo do produto da
arrecadação” (FERRAZ, GODOI, SPAGNOL, 2014, pg. 351)
Tributos PARAFISCAIS.

Conceito Professor Luciano Amaro:

“ Tributo é prestação pecuniária não sancionatória


de ato ilícito, instituída em lei e devida ao Estado
ou a entidades não estatais de fins de
interesse público.” (AMARO, 2000, pg. 25)
Pedágio e taxa não
são a mesma coisa?
Taxas (tributos) e preços públicos.

Contexto. A taxa (espécie tributária) e os preços


públicos são exigidos diante de uma mesma situação –
a prestação de serviço público pelo estado.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Receita Derivada
Receita Originária

Voluntário Compulsório

Atividade típica do particular que


Atividade típica do Estado.
o Estado assume.
Preço Público x Taxa. Distinção tradicional.

Preço Público Taxa

Serviço Público não essencial Serviço Público essencial

Relação Contratual Relação de Sujeição

Critérios não são suficientes e claros! Ex. Situação do pedágio.


Opinião Profa! Serviço Público prestado por particular – Preço Público.
É possível quitar tributo por
meio de compensação?
Instituir x Pagar.

Diferença de significados.

Extinção do crédito tributário – art. 156.


Compensação.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


(...)
II - a compensação;

Exigência de Lei do ente federado.


IPTU Progressivo é
sanção de ato ilícito
Iptu Progressivo no tempo!

CF, art. 182.§ 4º - É facultado ao Poder Público


municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do
proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
(...) II - imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana progressivo no tempo.
Iptu progressivo no tempo!
Se o cumprimento da função social da propriedade
é dever (arts. 5, XXII, 170, inc. III, CF), e a
consequência do seu descumprimento sancionada
por meio do IPTU progressivo no tempo, não estar-
se-iá diante de tributo sanção de ato ilícito?
Schoueri – Exceção!
Profa, pode tributo incidir
sobre ato ilícito?
Não constitutivo de sanção de ato ilícito.

Sanção de ato ilícito x Incidência sobre ato


ilícito x Incidência sobre fatos lícitos
decorrentes de ilícito.
Ex1.Hipótese de incidência do tributo pode ser o tráfico de
drogas? Ex2. Pode incidir tributo sobre juros oriundos de
valores obtidos ilicitamente?
Incidência sobre rendimentos oriundos de ato ilícito.

- Teoria 1 (Dominante).
- Princípio da Isonomia.
- “Pecunia non olet” (Tributação latrinas)
- Lei 4.560-64, art. 26. Os rendimentos
derivados de atividades ou transações ilícitas,
ou percebidos com infração à lei, são
sujeitos a tributação, sem prejuízo das
sanções que couberem.
Incidência sobre rendimentos oriundos de ato ilícito.

- Teoria 2 (Misabel Derzi / Lopes Becho).


Base:
Dispositivos legais que determinam o perdimento
de bens, rendas, valores oriundos de crime.

Não há sentido em tributar bem que não pertence


àquele que comete ato ilícito.
Domicílio Tributário.
Domicílio Tributário
v Conceito: Local, conforme a Lei tributária, segundo o qual
o obrigado tributário deve cumprir com seus deveres
tributários.
v Relevância:
•Recebimento de comunicações oficiais, definição de
competências administrativas a que estão juridicamente
vinculados os sujeitos passivos.
• Definição da Jurisdição Administrativa Tributária e Judicial
no caso de Mandado de Segurança
Definição do domicílio tributário (art. 127)

• Regra geral: domicílio de eleição

•Ausência de eleição: Existem tributos cuja


legislação especifica exclui ou restringe a faculdade
de escolha, pelo sujeito passivo, de seu domicilio
tributário. Neste caso, aplicam-se as regras
previstas nos incisos do artigo 127 do CTN.
Impossibilidade de aplicação incisos ou no caso de recusa fundada
da administração: Lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos
atos ou fatos que deram origem a obrigação. (art. 127, §1º).
Observação importante (art. 127, § 2º)

A autoridade administrativa pode recusar o


domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte
a arrecadação ou a fiscalização do tributo.
Decisões pertinentes

TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. REVERSÃO.


POSSIBILIDADE. (...) A escolha do local da sede da
empresa é livremente feita por seus controladores,
até mesmo em face da liberdade empresarial, mas,
para os fins tributários, pode o Fisco recusar o
domicílio eleito, nos casos em que o novo domicílio
fiscal impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a
fiscalização dos tributos (art. 127, § 2º, do CTN).
(STJ - REsp: 1137236 SC 2009/0079986-7,
Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
Data de Julgamento: 04/08/2011, T2 -
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe
15/08/2011).
TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. DIFICULDADE DE
ARRECADAÇÃO E/OU LOCALIZAÇÃO.
POSSIBILIDADE DE ELEIÇÃO OU REVISÃO PELO
FISCO. ART. 127, § 2º, DO CTN.1. O sujeito ativo
tributante, enfrentando dificuldades para arrecadar
ou localizar o domicílio tributário do contribuinte,
poderá fixá-lo nos limites estabelecidos por lei (art.
127, § 2º, do CTN).2. Esse princípio não afeta
direito subjetivo do contribuinte. (TRF-4 - AC:
14001 SC D.E. 13/10/2009).
Unidade II
Espécies de Tributos e Respectiva Competência
Competência para criar
quais espécies tributos?
Relevância de compreender as espécies tributárias.

Qual a relevância de compreender as diferenças entre as espécies?


Ex: Recíproca - Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Exercitando!
A entidade beneficente de assistência social Associação Lar Das Crianças, devidamente registrada e
cumprindo todos os requisitos legais para o gozo de imunidade tributária, requereu à Receita
Federal o reconhecimento de imunidade tributária quanto às contribuições para a seguridade
social.

O Fisco federal negou o pedido, afirmando que a imunidade tributária das entidades beneficentes
de assistência social somente abarcava impostos, nos termos do Art. 150, inciso VI, alínea c, da
CRFB/88, mas não contribuições.

As entidades beneficentes de assistência social, que cumprem todos os requisitos legais para o
gozo de imunidade tributária, também fazem jus ao reconhecimento de imunidade tributária
quanto a contribuições para a seguridade social ou apenas quanto a impostos?
Quais são as espécies de tributos?

Qual a relevância de compreender as diferenças entre as espécies?


Ex: Recíproca - Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
Espécies de tributos.

Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
E demais tributos? Art. 148 e 149, CF.
Espécies de tributos.
Art. 4º, CTN. A natureza jurídica específica do tributo é determinada
pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Diferenciação das espécies tributárias.


Fato gerador
Destinação?
Teorias quanto às
Espécies Tributárias
Teoria tripartite
Existência de apenas três espécies tributárias.
Base: artigo 145, CF e artigo 5º, CTN.
Os demais tributos se enquadrariam nessas hipóteses.
Espécie Tributária Fato Gerador Destinação

Imposto Não Vinculado Não Vinculada

Taxas Vinculado a serviço público ou poder de polícia Vinculada

Contribuição de Melhoria Vinculado a obra pública da qual decorra valorização imobiliária Vinculada
Teoria quinquipartite
Art. 195, CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
e das seguintes contribuições sociais:
(...)
c) o lucro;
- Na CF, foram previstos tributos de fato gerador não vinculado, mas com
destinação específica.
- A destinação é critério diferenciador entre as espécies tributárias.
Teoria quinquipartite
Espécie Tributária Fato Gerador Destinação

Imposto Não Vinculado Não Vinculada

Taxas Vinculado a serviço público ou poder de polícia Vinculada

Contribuição de Melhoria Vinculado a obra pública da qual decorra Vinculada


valorização imobiliária

Empréstimo Compulsório Vinculado ou não Vinculada a atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência ou no caso de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional

Contribuições Especiais Não Vinculado Vinculada


Continuação:
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário brasileiro, que a Constituição
inscreve nos seus arts. 145 a 162. Tributo, sabemos todos, encontra definição no art. 3º do CTN, definição que se
resume, em termos jurídicos, no constituir ele uma obrigação que a lei impõe às pessoas, de entrega de uma certa
importância em dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras decorrem da vontade das
partes, assim, do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denominadas obrigações ex lege e podem ser
encontradas tanto no direito público quanto no direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais
importante do direito público, "nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado pela lei
como apto a determinar o seu nascimento" (ATALIBA, Geraldo. Hermenêutica e Sistema Constitucional
Tributário. Diritto e pratica tributaria, Padova, Cedam, v. L, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela
hipótese de incidência ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são a) os impostos (CF, art. 145, I;
arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuições, que são c.1) de melhoria (CF, art. 145, III), c.2)
sociais (CF, art. 149), que, por sua vez, podem ser c.2.1) de seguridade social (CF, art. 195; CF, 195, § 4º) e c.2.2) salário
educação (CF, art. 212, § 5º) e c.3) especiais: c.3.1) de intervenção no domínio econômico (CF, art. 149) e c.3.2) de
interesse de categorias profissionais ou econômicas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária, d) os
empréstimos compulsórios (CF, art. 148).
[ADI 447, rel. min. Octavio Gallotti, voto do min. Carlos Velloso, j. 5-6-1991, P, DJ de 5-3-1993.]
Implicações práticas da teoria

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

Podem ter mesma base de cálculo e fato gerador dos impostos.

Sujeitam-se a regime jurídico próprio.


E a COSIP?

Art. 149-A, CF. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir


contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de
iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002).
Desenho constitucional
dos tributos - Geral
Exercitando!
O Estado de Minas Gerais instituiu a taxa de incêndio, por meio da Lei n°
14.938/03. Inconformada com a cobrança, a Rede Rodo de
Estacionamentos moveu ação contra o referido ente federativo,
contestando o dispositivo legal que prevê o pagamento da taxa de
segurança pública pela utilização potencial do serviço de extinção de
incêndios. Diante da situação apresentada pergunta-se:
Pode o Estado de Minas Gerais cobrar tributos para prevenção de
incêndios?
A espécie tributária eleita pelo Estado está correta?
PROCESSO Nº 5118130-85.2019.8.13.0024 – TJMG - RE 643.247 / SP - SÃO PAULO - Tema 16 - ADI 4411
Principais e mais relevantes espécies
tributárias: Impostos, taxas e
contribuições especiais.
Impostos
Continuação:
Art. 16, CTN. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte.
O QUE JUSTIFICA A INCIDÊNCIA DE IMPOSTO? FATOS-SIGNOS PRESUNTIVOS
DE RIQUEZA.
“Se o fato gerador do imposto não é um ato vinculado do Estado, ele deve se
configurar uma situação à qual o contribuinte se vincula. O legislador deve
escolher determinas situações materiais (...) evidenciadora de capacidade
contributiva, tipificando-as como fato gerador da obrigação tributária.”
(LUCIANO AMARO).
Impostos X Taxas

IMPOSTOS: incidem sobre manifestações de riqueza. Princípio da


solidariedade social – caráter contributivo.
Receita dos impostos – financiar Serviços Universais.

TAXAS: caráter retributivo – contraprestacional.


Receita das taxas – Vinculação do Fato gerador leva a vinculação das
receitas.
Existe vinculação de receita de impostos?
Não vinculação (em regra) da receita dos impostos – Princípio da não afetação.
Princípio da não destinação prévia.
Art. 167, CF. São vedados:

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas


a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts.
158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde,
para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, §
2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º
deste artigo;
Continuação:

Se existe vinculação de receita de impostos, qual sua diferença das


contribuições especiais?

IMPOSTOS – excepcionalmente vinculados.

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS – em regra vinculadas.


Taxas - Geral
Taxas
Art. 77, CTN. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível,
prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Taxa: tributo de caráter vinculado quanto ao fato gerador,


contraprestacional ao exercício do poder de polícia ou prestação /
disponibilidade de serviço público específico e divisível, cuja arrecadação é
vinculada à remuneração dessas atividades estatais.
ATIVIDADE ESTATAL – Benefício ao contribuinte?
Taxas – Exercício do Poder de Polícia
Continuação:
Art. 78, parágrafo único, CTN. Considera-se regular o exercício do poder de
polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei
aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Tese 1: Exercício demanda concreta fiscalização.


Judiciário: TLF – Deveras não é necessária a concreta fiscalização, MAS é
necessário um órgão fiscalizatório apto a fiscalização.

Tese 2: Órgão fiscalizatório “formal”, tem que produzir algum efeito. –


ônus da prova.
Continuação:
Recurso Extraordinário 1. Repercussão geral reconhecida. 2. Alegação de inconstitucionalidade da taxa de
renovação de localização e de funcionamento do Município de Porto Velho. 3. Suposta violação ao artigo
145, inciso II, da Constituição, ao fundamento de não existir comprovação do efetivo exercício do poder
de polícia. 4. O texto constitucional diferencia as taxas decorrentes do exercício do poder de polícia
daquelas de utilização de serviços específicos e divisíveis, facultando apenas a estas a prestação potencial
do serviço público. 5. A regularidade do exercício do poder de polícia é imprescindível para a cobrança da
taxa de localização e fiscalização. 6. À luz da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a existência
do órgão administrativo não é condição para o reconhecimento da constitucionalidade da cobrança da
taxa de localização e fiscalização, mas constitui um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo
exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente. Precedentes. 7. O Tribunal de Justiça de
Rondônia assentou que o Município de Porto Velho, que criou a taxa objeto do litígio, é dotado de aparato
fiscal necessário ao exercício do poder de polícia. 8. Configurada a existência de instrumentos necessários
e do efetivo exercício do poder de polícia. 9. É constitucional taxa de renovação de funcionamento e
localização municipal, desde que efetivo o exercício do poder de polícia, demonstrado pela existência
de órgão e estrutura competentes para o respectivo exercício, tal como verificado na espécie quanto ao
Município de Porto Velho/RO. 10. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento.
Taxas – Serviço Público
Continuação:

Art. 79, CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte
de cada um dos seus usuários.
Continuação:
Art. 79, CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória,
sejam postos à sua disposição mediante atividade
administrativa em efetivo funcionamento;

- Utilização não compulsória: taxas só podem ser cobradas pelo uso efetivo.
- Utilização compulsória: taxas podem ser cobradas pelo uso potencial.
Continuação:

Art. 79, CTN. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de
intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte
de cada um dos seus usuários.
Exercitando!
O Estado X, por ter sofrido perdas de arrecadação com a alteração
promovida pela Emenda Constitucional nº 87/2015, no Art. 155, § 2º, inciso
VII, da CRFB/88, instituiu, por lei ordinária, “taxa de vendas interestaduais”
com incidência sobre operações de venda destinadas a outros Estados. A
taxa tem, como base de cálculo, o preço de venda das mercadorias
destinadas a outros Estados e, como contribuintes, os comerciantes que
realizam essas vendas, aos quais incumbe o recolhimento do tributo no
momento da saída das mercadorias de seu estabelecimento. Questiona-se:
a exação é constitucional?
Art. 145, §2º, CF. Art. 77, parágrafo único, CTN. Súmula vinculante 29, STF.
Exercitando!

Determinado município editou lei instituindo taxa de coleta de lixo, para


custear os serviços de coleta, remoção e destinação de lixou ou resíduos.
Um dos critérios de sua base de cálculo é a metragem do imóvel (critério
também utilizado para o IPTU). Referida taxa passará a ser exigida no
dia 1.º de janeiro do próximo ano. Lucas, residente no município, lhe
procura para receber orientação acerca da constitucionalidade da taxa.
Qual orientação você dá a Lucas?

Súmula vinculante 19 do STF


Taxas – Base de Cálculo
Base de cálculo das taxas

• Vinculada à atividade estatal envolvida.


• Distinta da BC de impostos.

Art. 145, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


instituir os seguintes tributos:
§2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Questão:

Podem ter elementos comuns as BC dos impostos?

Resposta: Sim, desde que o elemento em comum se refira a forma de


verificar o custo da atividade estatal. Ex. IPTU e taxa de Coleta de Lixo.
Súmulas importantes

Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos


serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou
resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da Constituição
Federal.
Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de
taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado
imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa.
Continuação:

Taxas: 1. Criada por lei. 2. Entes federados, U, E, M, + Autarquias e EPUB


(lógica de direito Público).

Preços Públicos: 1. Relação Contratual 2. SEM, EPUB, Particular (lógica de


direito privado).

Súmula 545, STF


Contribuições
Especiais - Introdução
Exercitando!

O Estado de Minas Gerais instituiu a cobrança compulsória de contribuição


de servidores públicos daquele Estado para custeio de serviços de Saúde.
Ana, servidora pública estadual, inconformada com a cobrança, lhe procura
para receber orientação acerca da legalidade da cobrança. Na condição de
advogado (a), qual orientação você dá a Ana?

ADI 3106 / MG – MINAS GERAIS


Conceito de contribuições especiais
“O que caracteriza as contribuições especiais é que o produto de sua
arrecadação deve ser carreado para financiar a atividades de interesse
público, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o
contribuinte.” (MAZZA, 2013, p. 508)

FG NVC. Arrecadação Vinculada. Referibilidade indireta.

Art. 76, ADCT – 30% da receita das contribuições sociais podem ser
desvinculadas.
Fundamento constitucional
Art. 149, CF. Compete exclusivamente à União instituir contribuições:

1) sociais - Direitos Sociais. Seguridade Social – Salário Educação;


2) de intervenção no domínio econômico – CIDES;
3) interesse das categorias profissionais – OAB;
4) interesse das categorias econômicas – Sebrae, Fiemg.

5) Art. 149, §1º, CF - Compete aos Estados, DF e Municípios:


custeio de regime próprio de previdência social.
Contribuições X Impostos (Histórico)

IMPOSTOS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

Tributos de Fato Gerador Não Vinculado a uma atividade estatal específica ao contribuinte.

Tributo de arrecadação não vinculada Tributo de arrecadação vinculada.


Continuação:
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS TAXAS

Fato gerador não vinculado a um fato gerador específico ao Fato gerador vinculado a um fato gerador específico ao
contribuinte. contribuinte: serviço público específico e divisível e poder de
polícia.

Vinculação da arrecadação

Referibilidade indireta – recurso arrecadado financia atividade Referibilidade direta – recurso arrecadado financia atividade
não prevista no fato gerador em prol de um grupo. estatal prevista no fato gerador.
Consequências

Exemplos de regime jurídico diferenciado:

a) Imunidades - Art. 150, inc. VI, CF.


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
Continuação:

b) LC prevendo fato gerador, BC e Contribuintes.


Art. 146, inc. III, alínea a, CF. Cabe à lei complementar:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos


impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes;
Continuação:
c) Contribuições Residuais.
Art. 154, CF. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior,
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

Interpretação
Vantagens de novas contribuições especiais?
a) Competência Exclusiva da União.
b) Maior facilidade de Criação – desnecessidade de LC com FG, BC e
contribuintes das contribuições especiais previstas na CF.
c) Competência residual – possibilidade de criação de novas contribuições
especiais com mesma BC e FG dos impostos descritos na CF.
d) Desvirtuamento da arrecadação.
e) Não repartição da arrecadação.
Espécies tributárias menos
relevantes: Empréstimos
Compulsórios e Contribuição de
Melhoria
Empréstimos Compulsórios
Exercitando!

O Estado do Rio de Janeiro, em face de um forte período de chuvas, que ocasionou diversos deslizamentos de terra
e soterramento de habitações localizadas nas bases dos morros da cidade do Rio de Janeiro, decretou estado de
calamidade pública no Estado e publicou uma lei complementar instituindo um empréstimo compulsório no Estado
visando atender à população atingida. A lei complementar foi publicada no dia 15 de novembro de 2019,
determinando que todo morador do Rio de Janeiro pagaria a título de empréstimo compulsório, 10% sobre o valor
da aquisição de mercadorias no Estado, no período entre 01 de dezembro de 2019 e 30 de março de 2020. A LC
200/2019, previa a destinação integral do valor arrecadado para investimentos no socorro às vítimas de
deslizamentos e reconstrução das áreas atingidas, bem como a devolução integral do valor arrecadado após 5 anos
de sua cobrança. Pergunta-se o empréstimo compulsório instituído é constitucional? Fundamente.
Fundamento constitucional
Art. 148, CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Fundamento legal
Art. 15, CTN. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir
empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de
seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
Distinção dos demais tributos
DESTINAÇÃO VINCULADA A HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS.
Art. 148, CF. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR Art. 15, parágrafo único, CTN. A lei fixará obrigatoriamente o
prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o
disposto nesta Lei.
Problema da Correção Monetária.
E se a restituição não ocorrer?

Cabem sanções? Para quem?

T1) Cabe ajuizamento de ação pleiteando a restituição.

T2) Responsabilidade civil, administrativa e criminal dos


administradores dos recursos.
Desvio da Destinação

T1) Tributo se torna inconstitucional.

T2) Destinação indevida, apenas, é inconstitucional.


(Jurisprudência)

Qual a relevância prática de tais teorias?


Natureza jurídica

SÚMULA Nº 418, STF (1964)


O EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO NÃO É TRIBUTO, E SUA ARRECADAÇÃO
NÃO ESTÁ SUJEITA À EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DA PRÉVIA
AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA.

Se é Empréstimo = Mútuo não é contrato?


Autonomia da vontade.
Fato gerador

- As hipóteses descritas nos incisos do art. 148 da CF são os fatos geradores?

- Limites da indicação do Fato Gerador?

- No caso de EC não vinculado, seu fato gerador pode ser o mesmo de imposto já
discriminado na CF? Inclusive de outros entes federados?
Criação de empréstimo compulsório

1) Presença dos Pressupostos de Criação.


a) para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,
de guerra externa ou sua iminência;
b) no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional.
2) Lei Complementar.
3) Competência da União.
Contribuição de
melhoria
Pilar Coutinho
Conceito

Manifestação do poder impositivo de exigir o


tributo de proprietários de bens imóveis com a
realização de uma obra pública.
Fundamento Legal

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,


pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer
face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da
obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Características

• Fato gerador vinculado


• Arrecadação vinculada
• Função redistributiva
• Proporcionalidade entre ao benefício obtido
em virtude de obra pública
O que diferencia a contribuição de melhoria
da taxa é o tipo de atividade estatal.
Taxa: serviço público específico e divisível e
poder de polícia.
Contribuição de melhoria: Obra pública da
qual decorra valorização de imóvel.
Competência para instituir contribuição de melhoria

Competência comum. Nos termos do art. 81


do CTN, todos os entes federados (União,
Estados, Municípios) e o Distrito Federal
detêm competência para criar contribuição de
melhoria, no âmbito de suas respectivas
atribuições.
Competência para instituir contribuição de melhoria

Atenção!!! “Somente a pessoa jurídica de


direito público legitimada para exercitar a
atividade estatal que se constitui no
respectivo fato gerador pode instituir a taxa
ou a contribuição de melhoria”. (MACHADO,
2008, p. 294).
Fato Gerador
•Valorização de obra pública? Doutrina-
jurisprudência dominante – valorização
imobiliária decorrente de obra pública
Doutrina minoritária – obra pública (art. 145,
III da CR-88)
•Necessidade de finalização da obra –
verificação da valorização.
Por que a contribuição de melhoria é um
tributo pouco cobrado?
Tal tributo tem um ônus político alto.
Beneficiamento pela realização da obra x
cobrança vinculada à realização-valorização da
obra.
Qual a espécie de obra pública justifica a
cobrança de contribuição de melhoria
Decreto-Lei 195-2007. Ex.: esgoto,
pavimentação, sistema de trânsito rápido.

A lista é taxativa? Há posições nos dois


sentidos.
Base de cálculo

A base de cálculo será o montante da


valorização do imóvel com a obra, ou seja, a
diferença entre o que o imóvel valia antes da
obra e o que vale depois da obra.
Ementa: TRIBUTÁRIO. PAVIMENTAÇÃO DE VIA PÚBLICA.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. BASE DE CÁLCULO.
VALORIZAÇÃO DO IMÓVEL. ÔNUS DA PROVA. ENTIDADE
TRIBUTANTE. 1. A base de cálculo da contribuição de
melhoria é a efetiva valorização imobiliária, a qual é
aferida mediante a diferença entre o valor do imóvel
antes da obra ser iniciada e após a sua conclusão,
inadmitindo-se a sua cobrança com base tão-somente
no custo da obra realizada [...]. (STJ - REsp: 1076948 RS
2008/0163605-5, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de
Julgamento: 04/11/2010)
Ônus da prova

A quem cabe comprovar a valorização?


Ementa: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA. REQUISITOS. NEXO
DE CAUSALIDADE ENTRE A OBRA E A VALORIZAÇÃO DO IMÓVEL. PROVA
QUE COMPETE AO ENTE TRIBUTANTE. REEXAME. SÚMULA 7 DO STJ. 1.
Para ser válida
a contribuição de melhoria, é imprescindível, além da realização de obra
pública e da efetiva constatação de valorização do imóvel, a comprovação
de nexo de causalidade entre esses dois fatos, ou seja, a prova de que a
valorização decorreu estritamente da obra levada a efeito pelo
ente tributante, a quem compete o ônus da prova. (STJ - AgRg no
AREsp: 417697 PR 2013/0354534-4,
Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento:
10/12/2013)
Sujeito ativo e sujeito passivo

§ Sujeito ativo – ente que tiver a competência para criar o tributo.


§ Sujeito passivo - é o proprietário do imóvel valorizado, localizado na zona
de beneficiamento.
Limites de arrecadação com as contribuições de melhoria

Art. 81, do CTN.


Limite global, total – Custo da obra
Limite individual – montante em que o
indivíduo pode ser onerado: valorização
imobiliária.
COMPETÊNCIA CONFORME TRIBUTO
Tributos Vinculados quanto ao fato gerador

– Competência definida de acordo com a competência administrativa.

Ex. Taxas de Fiscalização Ambiental, Taxa de Emissão de Passaporte, Taxas de Mineração (?).
Competência quanto aos Impostos
Ordinária Extraordinária Residual
Privativa (art. 153, 155, 156, CF) Situações Específicas (art. Novas Situações (art. 154,
154 , inc. II, CF) inc. I, CF)
Concessão - Negação Invasão Competência LC
Ordinária
LC (art. 146, inc. III, alínea a, CF) e LO LO FG + BC diferentes Comp.
Ord.
Aplicação art. 24, §1º, CF. Seria Supressão Gradativa Não cumulatividade
aplicável sempre? Julgado IPVA
(REAgRG 206.500-5) X Adicional IR
(RE136. 215-4)
Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais

Competência dos Empréstimos Compulsórios – União. art. 148, inc. I e II, CF x art. 15,
CTN
Competência das contribuições especiais.
Competência Exclusiva da União – art. 149, CF (com poucas exceções)
a) Contribuições já previstas na CF - Criação por LO + desnecessidade de LC prevendo
FG, BC e contribuintes (art. 146, alínea a) Polêmicas.
b) Competência Residual – LC (Interpretação art. 154, inc. I, CF. Art. 195, parágrafo 4º, CF
Bitributação X Bis in idem

BIS IN IDEM. Um mesmo ente federado exigindo mais de


um tributo sobre o mesmo fato.
BITRIBUTAÇÃO. Mais de um ente federado exigindo
tributos sobre o mesmo fato.
Exercícios
Exercitando!
Em 1º de janeiro de 2014, a União publicou lei ordinária instituindo Contribuição
de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE) incidente sobre as receitas
decorrentes de exportações de café. As alíquotas da CIDE em questão são
diferenciadas conforme o Estado em que o contribuinte for domiciliado. De
acordo com a lei, a nova contribuição servirá como instrumento de atuação na
área da educação, sendo os recursos arrecadados destinados à manutenção e
desenvolvimento do ensino fundamental.
A pessoa jurídica ABC, exportadora de café, inconformada com a nova cobrança,
não realiza o pagamento do tributo. Por tal razão, em 2015, a União ajuizou
execução fiscal para a cobrança do valor inadimplido, atualmente em trâmite na
1ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária do Estado “X”. O tributo
acima é constitucional?
Exercitando!
A Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul – APESC, entidade filantrópica de
assistência social, não paga impostos sobre sua renda, patrimônio e serviços, com
fundamento no artigo 150, VI, “c”, da Constituição Federal. Ocorre que tal entidade
também não vinha pagando a contribuição ao Programa de Integração Social — PIS,
por compreender que tal contribuição também estava alcançada pela imunidade
tributária. A União Federal notificou a entidade para pagamento da referida
contribuição e, posteriormente entrou com ação judicial objetivando o recebimento
dos valores, sob o argumento de que a contribuição para o PIS não é alcançada pela
imunidade prevista no art. 195, §7° da Constituição Federal, por ausência de lei
específica que trate dos requisitos para o gozo desta imunidade. Pergunta-se: Os
argumentos da União procedem? (RE 636.941 / RS - RIO GRANDE DO SUL).
Referências bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica.
Tradução Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno
Sudatti. 5a. ed. São Paulo: Edipro, 2012.

FERRAZ, Luciano; GODOI, Marciano Seabra de;


SPAGNOL, Werther Botelho. Curso de Direito
Financeiro e Tributário. Fórum: Belo Horizonte,
2014.
Atividade de Aula
O município em que está estabelecida a empresa MENDES E SILVA Ltda
editou lei instituindo taxa de limpeza pública para o custeio do serviço
público municipal de limpeza de logradouros públicos. Sua base de cálculo
é o faturamento das empresas estabelecidas no município e sua alíquota é
de 0,5%. Referida taxa passará a ser exigida no dia 1.º de janeiro do
próximo ano. A empresa lhe procura pedindo orientação acerca da
legalidade da taxa. Qual orientação você dá à sua cliente?

1) Art. 77, CTN – Fere a circularidade – Específico e divisível.


2) Lógica das taxas – art. 77, § único, CTN. Art. 145, §2º, CF - BC de taxa tem
que ser diferente de imposto.
Exercitando!

Em 30/12/2015, a Lei nº 7.184 do Estado do Rio de Janeiro foi publicada,


instituindo a Taxa de Controle, Monitoramento e Fiscalização Ambiental das
Atividades de Geração, Transmissão e/ou Distribuição de Energia Elétrica,
incidente sobre a geração de energia elétrica oriunda de fonte hídrica e
térmica, inclusive nuclear ("TFGE").
Continuação:
Fato gerador: o exercício regular do poder de polícia ambiental conferido
ao Instituto Estadual do Ambiente ("INEA") sobre a atividade de geração,
transmissão e distribuição de energia elétrica realizada no âmbito do Estado
do Rio de Janeiro.
Contribuinte: a pessoa jurídica que esteja, a qualquer título, autorizada a
realizar as atividades de geração hidrelétrica, termelétrica a gás natural,
diesel e carvão e termonuclear, no Estado do Rio de Janeiro.
Continuação:

Base de cálculo: vinculada à quantidade de megawatt-hora ("MWh") de


energia elétrica gerada e tem valores distintos a depender da fonte de
geração de energia elétrica: (i) R$ 5,50/MWh para geração termonuclear;
(ii) R$ 4,60/MWh para geração térmica oriunda de gás natural, diesel e
carvão; e (iii) R$ 4,10/MWh para geração hidrelétrica.
Relação Jurídica Tributária
Unidade III
Objetivos da Video Aula

- Esclarecer ao aluno o que é a RJT.


- Compreender os elementos da RJT: Sujeito
Passivo, Ativo, Obrigação Tributário.
- Apontar os impactos práticos da RJT.
Relação Jurídica Tributária
PARTE GERAL
Relação Jurídico Tributária.

Conceito:

- Vínculo jurídico formado entre o sujeito ativo (Poder Público,


ou quem lhe fizer as vezes) e o sujeito passivo da obrigação
tributária.) que tem por objeto uma obrigação tributária (FERRAZ,
GODOI, SPAGNOL, 2014, pg. 339, (Schoueri, 2014, pg. 481)
Relação Jurídico Tributária.

Sujeito Ativo
Sujeito passivo

Obrigação
Tributária
RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA
Obrigação tributária - prestação (de dar, de fazer ou não
fazer)decorrente da ocorrência do fato gerador e que deve ser
cumprida pelo contribuinte ou responsável.
Sujeito Ativo – pessoa legitimada a exigir o cumprimento da
obrigação tributária.
Sujeito Passivo – pessoa que deve cumprir a obrigação
tributária.
Sujeito Ativo

CTN, art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a


pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
Sujeito Ativo

- Competência tributária (art. 6º, CTN) x


Competência para exigir tributo (condição de
sujeito ativo / capacidade tributária ativa). Ex.
ITR.
- Pessoa jurídica de Direito Público x Tributos
paraestatais.
Parafiscalidade.

Elementos da Parafiscalidade:
a) não coincidência entre o sujeito ativo e a pessoa
titular de competência tributária,
b) A lei, segundo autorização implícita da CF, outorga
a disponibilidade da arrecadação ao sujeito ativo.
(FERRAZ, GODOI, SPAGNOL, 2014, pg. 351)
Retenção na Fonte Parafiscalidade

Imposição à fonte pagadora do


dever de reter o tributo A receita obtida se destinará a
(descontando-o do pagamento a entidade distinta daquela que
ser feito) e recolhê-lo após à tem a competência tributária.
Receita.
Re-estruturação Federativa.

CTN, art. 120. Salvo disposição de lei em


contrário, a pessoa jurídica de direito público,
que se constituir pelo desmembramento
territorial de outra, subroga-se nos direitos
desta, cuja legislação tributária aplicará até que
entre em vigor a sua própria.
Sujeito Passivo

CTN, art. 121. Sujeito passivo da obrigação


principal é a pessoa obrigada ao pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária.
(...)
CTN, art. 122. Sujeito passivo da obrigação
acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto.
Sujeito Passivo

Sujeito Passivo da obrigação tributária é aquele


que deve cumprir obrigação principal (dever de
pagar) ou acessória ( dever de fazer ou deixar de
fazer).
Espécies de Sujeito Passivo.

- Da obrigação principal.
- Da obrigação acessória.

Não há correlação direta entre um e outro.


- Pode haver obrigação principal sem acessória e
acessória sem principal. Exemplos. Entidades Imunes.
Obrigação de pagar IPVA.
Sub- Espécies de Sujeito Passivo da Obrigação Principal.

- Contribuinte. sujeito que "tenha relação pessoal e


direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador” (art. 121, p.ú., inc. I, CTN)
- Responsável. "Aquele que tenha relação indireta com o
fato gerador a quem a lei atribua expressamente a
obrigação principal.” (art. 121, p.ú., inc. I, 128)
- Relações entre contribuinte e responsável:
exclusão, subsidiariedade, solidariedade. Relevância
definição.
Convenção Particular.

CTN, art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as


convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.
Convenções Particulares

- Direito Civil não afeta Obrigação Tributária.


Ex. Contratos de Locação de Direito Civil.
- Cuidado com os diversos usos no CTN da
palavra “responsabilidade”.
Condição para ser Sujeito Passivo.

CTN, art. 126. A capacidade tributária passiva


independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que
importem privação ou limitação do exercício de atividades
civis, comerciais ou profissionais, ou da administração
direta de seus bens ou negócios;
Condição para ser Sujeito Passivo.

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída,


bastando que configure uma unidade econômica ou
profissional.
Capacidade Tributária Passiva

- Diferente de capacidade de direito (regulada pelo Direito


Civil)
- “Só as coisas, os animais e os mortos não podem dever
tributo.”
- Toda pessoa física e jurídica pode ser obrigada tributária.
Solidariedade entre devedores.

CTN, art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação


que constitua o fato gerador da obrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não


comporta benefício de ordem.
Solidariedade Tributária
- Possível vínculo entre sujeitos passivos da obrigação tributária
(contribuinte/contribuinte, responsável/responsável, contribuinte/responsável)

- Decorre de Interesse Comum (CJI) ou da lei. Ex. Alguns co-posseiros, grupo

econômico.

- Efeitos jurídicos próprios (art. 125)


- Ausência de cabimento de benefício de ordem.
Efeitos da Solidariedade .

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são


os seguintes os efeitos da solidariedade:

I - o pagamento efetuado por um dos


obrigados aproveita aos demais;
Efeitos da Solidariedade .

II - a isenção ou remissão de crédito exonera


todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou
contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.
Efeitos da Solidariedade .

Há sujeitoS
passivoS?

Há vínculo de
solidaredade?

Quais efeitos da solidariedade se


aplicam no caso?
Obrigação Tributária

Pilar Coutinho
Objetivos da Vídeo-aula.

- Conceito de Obrigação Tributária


- Espécies de Obrigação
- Requisitos para criação de obrigação tributária
- Debates sobre a Obrigação Tributária Acessória
Obrigação Tributária.

“Uma “ obrigação implica um vínculo jurídico


(i.e. Protegido pelo Direito) que une duas
pessoas por meio do qual uma (o devedor)
deve efetuar uma prestação de natureza
patrimonial (o objeto: dar, fazer ou não fazer)
a outra (o credor).”(SCHOUERI, 2014, pg. 483)
Elementos.

- Sujeito Ativo
- Sujeito Passivo
- Objeto
- Vínculo Jurídico

(Schoueri, 2014, pg. 531)


Espécies de obrigação.

CTN, art. 113. A obrigação tributária é principal


ou acessória.

- Acessório como instrumental.


- A acessória não segue a principal.
- Uma pode independer da outra. Ex.entidades
imunes (art. 14, CTN), Cartórios (CTN, art. 197).
Obrigação Principal.

CTN, art. 113. § 1º A obrigação principal surge


com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.

Obrigação Principal – pagamento!


Obrigação Acessória.

CTN, art. 113. § 2º A obrigação acessória decorre


da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela
previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
Objeto da Obrigação Acessória.
Objetivo.
Exemplos.
Descumprimento da Obrigação Acessória.
Art. 113, § 3º A obrigação acessória, pelo
simples fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária.

Cuidado! Obrigação Acessória pode ser mantida


mesmo com a consequência pelo seu
descumprimento.
Descumprimento da Obrigação Acessória.

Ausência de Declaração do
Imposto de Renda

Multa pela não declaração

Permanência do Dever de
Declarar
Descumprimento da Obrigação Acessória.

Ausência de Retenção na Fonte do


Imposto de Renda

Multa pela não


retenção

Exigência do Tributo
do Contribuinte
Controvérsia

- Alguns autores consideram que é inapropriado denominar obrigação

tributária de acessória.

1) Não teria conteúdo patrimonial (é obrigação de fazer/ deixar de fazer).

2) A multa tributária é sanção, não indenização pelo descumprimento.

3) O vínculo não tem caráter definitivo e único como as obrigações

(Schoueri, 2014, pg. 488)


Criação de Obrigação
Principal Acessória

Art. 113, § 1º A obrigação principal Art. 113. § 2º A obrigação acessória


surge com a ocorrência do fato decorre da legislação tributária (...).
gerador, ( ... )

Art. 114. Fato gerador da obrigação


Art. 115. Fato gerador da obrigação
principal é a situação definida em lei
acessória é qualquer situação que,
como necessária e suficiente à sua
na forma da legislação aplicável (...)
ocorrência.
Criação de Obrigação tributária.

CTN, art. 96. A expressão "legislação


tributária" compreende as leis, os tratados e as
convenções internacionais, os decretos e as
normas complementares que versem, no todo
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas
a eles pertinentes.
Controvérsia

Não há dúvida de que a obrigação principal decorre da Lei, mas a


obrigação tributária acessória poderá ser criada por meio de
decretos, normas complementares?
Argumentos
Pode Não Pode
Art. 5, inc. II, CF .
Uso da expressão legislação no art. 113 e II - ninguém será obrigado a fazer ou
115 deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei;

Art. 84, inc. IV - sancionar, promulgar e


Se a multa pelo descumprimento de
fazer publicar as leis, bem como expedir
obrigação acessória (obrigação principal)
decretos e regulamentos para sua fiel
tem que constar em lei, como o seu
execução;
pressuposto (a obrigação) não estará em
(dominante)
lei?
Pode.
Obrigações Acessórias se destinam a facilitar o cumprimento da leis
tributárias

Decretos/Regulamentos do Poder Executivo se destinam a facilitar o


cumprimento da lei.

Decretos/ Regulamentos podem conter obrigações acessórias –


finalidade é a mesma.
Problemas
- Excesso de obrigações acessórias.
- Limites à aplicação de multa por descumprimento de
obrigação acessória.
- Custos do cumprimento das obrigações acessórias.
- Cabe a aplicação de multa por não fornecimento de
informação à qual a Administração Pública já havia tido
acesso?
Existem limites à exigência de OTA?

- Sociedade de Massa.
- Custo da Administração Tributária.
- Duplicidade exigências.
- Acesso da Fazenda Pública à Informações
por outros meios.
Obrigação e Créditos Tributários

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – prestação (de dar, de fazer


ou não fazer)decorrente da ocorrência do fato gerador e
que deve ser cumprida pelo contribuinte ou responsável.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO – obrigação tributária tornada


líquida e certa por intermédio do lançamento (art. 142,
CTN).
Nascimento da Obrigação Tributária.

Hipótese de
Incidência

Fato Obrigação
Gerador Tributária

Fato
Obrigação Tributária e Crédito Tributário.

Obrigação Crédito
Lançamento
tributária Tributário
Fato Gerador
Pilar Coutinho
Objetivos do Estudo
- Compreender o que é o fato gerador.
- Como ocorre o fato gerador
- Quando ocorre o fato gerador
- Implicações da ocorrência do fato gerador
- Interpretação do fato gerador
Conceito Legal.
CTN, art. 114. Fato gerador da obrigação principal é
a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é
qualquer situação que, na forma da legislação
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato
que não configure obrigação principal.
Atenção!!

- A expressão fato gerador é usada para explicitar duas


situações distintas.
- Fato gerador Abstrato: hipótese abstratamente descrita na
norma. (hipótese de incidência)
- Fato gerador concreto: o fato jurídico tributário (fato
imponível)
Atenção!!

- No caso do fato gerador da obrigação principal, a expressão


“necessária e suficiente” indica a aplicação do princípio da
legalidade.
- Lei definirá qual situação gera um dever tributário. Mas em
que medida?
Aspectos do FG/ Hipótese de Incidência

- Aspectos decorrem dos estudos da “regra


matriz de incidência tributária” do prof. Paulo
de Barros
- Aspectos decorrentes (implicitamente ou
explicitamente) da lei que indicam a
ocorrência do fato gerador.
Norma Tributária
Hipótese de Incidência –
Consequente
Aspectos
Material – descrição do fato. Ex. Perceber Pessoal – descrição do sujeito ativo e
renda passivo
Temporal – quando o fato será considerado
Quantitativo - descrição da base de cálculo,
perfeito e acabado. Ex. Renda percebida
alíquota ou valor fixo.
durante o exercício financeiro.
Operacional - indicações de como, quando
Espacial – limites da validade da norma.
e onde pagar.
Pessoal – descrição das pessoas com Finalístico – indicação do destino a ser dado
capacidade para realização da hipótese ao produto da arrecadação.
Fonte da Tabela: FERRAZ, GODOI, SPAGNOL, 2014, pg. 339, grifos nossos
Atenção!!
- O aspecto material da hipótese de incidência é o mais
importante por indicar “descrição dos aspectos substanciais
do fato ou o conjunto de fatos que lhe servem de suporte.”

- A partir do Aspecto Material se extraem – interpretam os


outros aspectos.

- O aspecto espacial é especialmente relevante na definição da


legislação aplicável. Ex. Renda auferida no exterior.
Peculiaridades do Aspecto Temporal

CTN, art. 144. O lançamento reporta-se à data da


ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se
pela lei então vigente, ainda que posteriormente
modificada ou revogada.

- O momento da ocorrência do fato gerador


(aspecto temporal) define a legislação aplicável
à apuração do tributo.
Peculiaridades do Aspecto Temporal

“Instantâneos são os que se verificam em um


momento determinado e que, a certa ocorrência,
provocam o nascimento de uma obrigação
tributária autônoma.” (ex. II)
“Continuados são os constituídos por uma
situação permanente, delimitada no tempo por
períodos estabelecidos em lei.” (ex. IPVA)
Peculiaridades do Aspecto Temporal

“Complexos, por sua natureza são os que se


completam ao fim de um período determinado de
tempo” (ex. IR) ( DIAS in GREGO, 1987)
Atenção!!

- Diferença fato gerador contínuo e complexivo.

- Aspecto complexivo e montante do tributo a ser


apurado.
Momento da ocorrência do fato gerador.

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário,


considera-se ocorrido o fato gerador e
existentes os seus efeitos:
Momento da ocorrência do fato gerador.

I - tratando-se de situação de fato, desde o


momento em que o se verifiquem as circunstâncias
materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o


momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
Momento da Ocorrência

Na ausência de disposição específica.


Situação de Direito – aquela que encontra
definição em outro ramo do direito. Ex. Aquisição
de Propriedade. Ex. IPTU.
Situação de fato – aquela que não encontra
definição em outro ramo do direito. Ex. IPI.
Problema: Antecipação do Aspecto Temporal

- Comum a antecipação do Tributo a antes da ocorrência


do fato gerador – Ficção Jurídica.
- Facilidade da apuração – cobrança do Tributo –
Praticidade. Ex. ITCD/ITBI/IPVA.
- Algumas legislações fazem preponderar o Aspecto
material. Ex. Restituição IPVA no caso de roubo do
veículo.
- Necessidade de garantia de restituição caso o fato não
se concretize.
Negócios Jurídicos Condicionais.

CTN, art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo


anterior e salvo disposição de lei em contrário, os
atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se
perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de
seu implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da
prática do ato ou da celebração do negócio.
Momento da Ocorrência

Condição suspensiva – inviabiliza a ocorrência do fato


gerador. Fato gerador só ocorre com seu implemento
e, portanto, os efeitos tributários também.
Condição resolutiva - não afeta o Direito Tributário.
Efeitos tributários são produzidos desde a celebração
do negócio jurídico.
Interpretação do Fato Gerador.

CTN, art. 118. A definição legal do fato gerador é


interpretada abstraindo-se:
I - da validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos
seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
Interpretação do Fato Gerador
- Princípio da interpretação objetiva do Fato
Gerador. – Pecúnia non olet.
- Não há contradição com art. 3 do CTN. Ex. (FERRAZ,
GODOI, SPAGNOL, 2014, pg. 350).

- Art. 118, inc. I - Inaplicabilidade no caso do


negócio jurídico ser a própria hipótese de
incidência. Ex. Compra e Venda Nula – ITBI. Ex. Resp 1493162 ( SCHOUERI, 2008, pg.
515)
Interpretação do Fato Gerador

- Art. 118, inc. II – Negócio jurídico é a hipótese de


incidência – sendo válido, não importam efeitos
dos fatos ocorridos para impactar o Direito
Tributário.
Exemplo de identificação
de Hipótese de Incidência
Pilar Coutinho
Verificação da hipótese de incidência do ITR.

Lei 9393/96 - Art. 1º O Imposto sobre a


Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração
anual, tem como fato gerador a propriedade, o
domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,
localizado fora da zona urbana do município, em 1º
de janeiro de cada ano.
Verificação da hipótese de incidência do ITR.

Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel


rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a
qualquer título.

Aspecto pessoal.
Verificação da hipótese de incidência do ITR.

Art. 11. O valor do imposto será apurado aplicando-se


sobre o Valor da Terra Nua Tributável - VTNt a alíquota
correspondente, prevista no Anexo desta Lei,
considerados a área total do imóvel e o Grau de
Utilização - GU.

Aspecto quantitativo.
Verificação da hipótese de incidência do ITR.

Art. 12. O imposto deverá ser pago até o último dia útil
do mês fixado para a entrega do DIAT.

Aspecto Operacional.
Norma Tributária do ITR
Hipótese de Incidência –
Consequente
Aspectos
Material – propriedade de imóvel Pessoal –Sujeito ativo – União.
urbano Passivo - proprietário

Quantitativo - Valor da terra nua –


Temporal – 1 de janeiro
varia com valor do imóvel

Operacional - último dia útil do mês


Espacial – Brasil
fixado para a entrega do DIAT.

Pessoal – proprietário Destinação - Inexistente em Impostos.


Análise de Jurisprudência

Pilar Coutinho
Caso 1

Determinada Lei Estadual ao instituir o IPVA


determina que há responsabilidade solidária
entre o adquirente e o alienante, se não houver
informação ao Detran da alteração. Essa lei é
válida?
AgRg no AREsp 728647 / SC, Relator(a) Ministra ASSUSETE
MAGALHÃES (1151) p. DJe 16/09/2015 (...)
I. O Superior Tribunal de Justiça, analisando o art. 134 do CTB,
firmou entendimento no sentido de que a responsabilidade
solidária, prevista em desfavor do alienante do veículo
automotor, que não informou, ao DETRAN, a
transferência de propriedade do bem, restringe-se às
penalidades relacionadas às infrações de trânsito
cometidas até a data da comunicação, não abrangendo o
pagamento do IPVA, tributo que, nessa qualidade, não
possui caráter de sanção.
II. Com efeito, "(...) o art. 134 do Código de Trânsito
Brasileiro refere-se às penalidades (infrações de trânsito),
não sendo possível interpretá-lo ampliativamente
para criar responsabilidade tributária ao antigo
proprietário, não prevista no CTN, em relação a
imposto, no que se refere ao período posterior à
alienação. (...)
Caso 2

Determinado ato do poder executivo fixa o


dever do Correios (entidade considerada
imune) de emitir nota fiscal. A entidade
sustenta não dever realizar tal emissão. Esse
argumento procede?
RE 627051 / PE - PERNAMBUCO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 12/11/2014 Órgão EMENTA. (…) Condição de sujeito passivo de
obrigação acessória. Legalidade. ( ….) 6. A imunidade tributária não autoriza a
exoneração de cumprimento das obrigações acessórias. A condição de sujeito passivo
de obrigação acessória dependerá única e exclusivamente de previsão na legislação
tributária. 7. Recurso extraordinário do qual se conhece e ao qual se dá provimento,
reconhecendo a imunidade da ECT relativamente ao ICMS que seria devido no
transporte de encomendas
Caso 3

Nulidade de Contrato de Compra e Venda de


Imóvel e do respectivo registro após a quitação
do ITBI. Cabe restituição?
Quais os argumentos passíveis de fundamentar a
restituição? Quais seriam os
contra-argumentos
?
Resp. 1175640 (...), Dje 11/05/2010
1. Trata-se de recurso especial no qual se discute se a
anulação judicial da compra e venda de imóvel dá origem ao
direito de restituição do Imposto sobre Transmissão de Bens
Imóveis – ITBI. 2. "A anulabilidade não tem efeito antes
de julgada por sentença” (art. 177, Código Civil), de tal
sorte que, à época do recolhimento do ITBI, a
transmissão da propriedade imóvel se deu de forma
regular. Assim, o fato de uma decisão judicial,
superveniente ao regular recolhimento do ITBI, ter
anulado a compra e venda não induzo raciocínio de que
o tributo foi recolhido indevidamente.
3. Isso, porque "a definição legal do fato gerador é
interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus
efeitos", nos termos do art. 118 do Código Tributário Nacional.
4. A pretensão de recuperação dos valores pagos a título
de ITBI deve-se dar em ação indenizatória movida
contra aquele que deu causa à anulação do negócio, e
não contra a Fazenda do Município.
5. Recurso especial provido.
REsp 1493162 / DF, DJe 19/12/2014. (...) 2. O art. 118, I,
do CTN não pode ser interpretado de forma insulada,
porquanto pode trazer sérias contradições aos demais
dispositivos legais. O princípio do non olet, expresso no
artigo citado, foi criado por Albert Hensel e Otmar Bühler e
tem como escopo permitir a tributação das atividades
ilícitas. Irrelevante, portanto, para a determinação do fato
gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes.
3. No caso sub judice, houve a declaração de nulidade do
negócio jurídico de compra e venda de imóvel entabulado pelas
partes, sem que houvesse dolo do recorrido, tendo-se
desfeito o fato gerador do ITBI. Desse modo, nada mais
justo que o restabelecimento do statu quo ante, para que
não haja enriquecimento ilícito do Estado. Na hipótese dos
autos trata da declaração de nulidade do próprio fato que
gerou a exação, o que não originou benefício econômico
para a parte. 4. Recurso Especial não provido.
Caso 4

Sociedade empresária não qualificada para a


prestação de serviços de terraplanagem pode
dever ISS se efetivamente prestar o serviço?
REsp 73692 / ES, DJ 09/12/1997 p. 64657
TRIBUTARIO. ISS. TERRAPLENAGEM. OS SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM SE INCLUEM NO AMBITO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL, SUJEITANDO AO IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS A EMPRESA QUE OS EXPLORE,
AINDA QUE NÃO
QUALIFICADA TECNICAMENTE PARA ESSE EFEITO
(CTN, ART. 118);L OCAL DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO,
NESSE CASO, E AQUELE ONDE SE EFETUAR A PRESTAÇÃO
(DEL 406/1968, ART. 12, "B"). RECURSO
Caso 5

Determinada sociedade empresária


encaminhou seus produtos, lançando débito de
IPI, mas antes dos produtos chegarem ao
destinatários, foram furtados. O IPI era mesmo
devido?
REsp 734403 / RS, DJe 06/10/2010
(...) 3. A legislação tributária define o fato gerador do IPI como sendo a saída do
produto industrializado do estabelecimento industrial ou equiparado, seja qual for o
título jurídico de que decorra essa saída do estabelecimento produtor (art. 46, II, do
CTN; art. 2º, II e §2º, da Lei n. 4.502/64; e art. 32, II, do Decreto n. 2.637/98 - RIPI-98).
4. O roubo ou furto de mercadorias é risco inerente à atividade do industrial
produtor. Se roubados os produtos depois da saída (implementação do fato gerador
do IPI), deve haver a tributação, não tendo aplicação o disposto no art. 174, V, do
RIPI-98. O prejuízo sofrido individualmente pela atividade econômica desenvolvida não
pode ser transferido para a sociedade sob a forma do não pagamento do tributo
devido. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido.
REsp 1203236 / RJ, DJe 30/08/2012

(...) 4. O fato gerador do IPI não é a saída do produto do estabelecimento


industrial ou a ele equiparado. Esse é apenas o momento temporal da hipótese
de incidência, cujo aspecto material consiste na realização de operações que
transfiram a propriedade ou posse de produtos industrializados.
5. Não se pode confundir o momento temporal do fato gerador com o
próprio fato gerador, que consiste na realização de operações que
transfiram a propriedade ou posse de produtos industrializados.
6. A antecipação do elemento temporal criada por ficção legal não torna
definitiva a ocorrência do fato gerador, que é presumida e pode ser
contraposta em caso de furto, roubo, perecimento da coisa ou desistência
do comprador. (...)
Caso 6
A e B são obrigados ao pagamento do tributo X, cuja
constituição definitiva do crédito tributário ocorreu
em janeiro de 2018. Em 2022, ocorre o despacho que
ordena a citação de A e em 2026 o despacho que
ordena a citação de B. A dívida está prescrita em
relação a B?
Constituição Despacho Despacho
do Crédito - Citação A - Citação A -
2018 2022 2026

Se há solidariedade, a citação de A prejudica B.

Se não há solidariedade, a citação de A não atinge B.


Responsabilidade Tributária
Plano de Aula
• Sujeição Passiva: Contribuinte x Responsável
• Vínculos entre os Obrigados: Solidariedade
• Redirecionamento
• Tipos de Responsabilidade
• Substituição Tributária: Progressiva x Regressiva.
• Responsabilidade por Sucessão
• Responsabilidade por Transferência
• Referências Bibliográficas.
Sujeição Passiva: Contribuinte x
Responsável
Caso para discussão

Em BH, A vendeu o imóvel para B

Quem deve suportar o IPTU?


Quem é o contribuinte?
Há responsável tributário?
Relação Jurídica Tributária

Sujeito Ativo Sujeito Ativo


Sujeito passivo
Sujeito passivo

Obrigação Tributária

Obrigação
Tributária
Sujeito Passivo
CTN, art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
(...)
CTN, art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às
prestações que constituam o seu objeto.

Atenção:
§ Obrigações independentes.
§ É possível ser imune e ser sujeito passivo de obrigação acessória.
§ Existem multa pelos descumprimentos das duas obrigações.
§ Convenções particulares não afetam a sujeição passiva tributária (art. 123).
§ A capacidade para ser sujeito passivo independe da capacidade civil (art. 126)
Espécies de Sujeito Passivo.
Contribuinte: é aquele que possui “relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador” (art. 121, §ú, I, CTN).
Exemplo: o proprietário de veículo automotor é contribuinte do IPVA.

Responsável: é aquele que, não sendo contribuinte, possui obrigação tributária em razão de
disposição expressa em lei. (art. 121, §ú, II, CTN) > Relação indireta com o fato gerador.
Exemplo: adquirentes de bem imóvel em relação a eventos passados nos limites elencados
pelo código.
Caso para discussão

Em BH, A vendeu o imóvel para B

Quem deve suportar o IPTU?


Quem é o contribuinte?
Há responsável tributário?
Análise do Artigo

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos
a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de
melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando
conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre


sobre o respectivo preço.
CERTIDAÇÃO
NEGATIVA DE
DÉBITOS
SOLUÇÃO

Em BH, A vendeu o imóvel para B

ADQUIRENTE:

Contribuinte: Fatos geradores posteriores à


aquisição.
Responsável: fatos geradores anteriores à
aquisição
Sujeição Passiva
&
Vínculos entre os Sujeitos Passivos
E no caso de muitos co-obrigados?

Contribuinte Responsável

Responsável Responsável
Contribuinte

Contribuinte Responsável
Responsável
Base Legal
SEÇÃO II
Solidariedade
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

Atenção:
A solidariedade deriva ou do interesse comum ou da lei.
Não é idêntica à responsabilidade subsidiária civil.
Tem efeitos específicos relevantes.
Subsidiária

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:

Atenção:
Trata-se de exemplo.
É possível que outras normas estabeleçam subsidiariedade.
É possível que uma obrigação seja, ao mesmo tempo, solidária e subsidiária.
Solidária X Solidária

1º Contribuinte
Contribuinte Responsável
2º Responsável

Responsável Responsável

Contribuinte Responsável
1º Contribuinte

2º Responsável
Aquisição de bens
móveis e
Solidariedade.
CASO PARA DISCUSSÃO

Ana adquiriu seu novo conversível de


Paula em 15.11.2021. Apesar de ter
combinado que efetuaria a alteração do
registro junto ao Detran MG, estava
empolgada com seu possante e
esqueceu das providências.
Art. 131, CTN.
São pessoalmente responsáveis:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens
adquiridos ou remidos;
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
§ Art. 5º , Lei Estadual (MG) 14.937/2003. Respondem solidariamente com o proprietário pelo pagamento do IPVA e dos
acréscimos legais devidos: [...]
IV – o alienante que não comunicar ao órgão de registro a venda do veículo, em relação aos fatos geradores ocorridos
entre o momento da alienação e o momento do conhecimento da alienação pela autoridade responsável;

§ Art. 13, Lei Estadual (MG) 14.937/2003. Fica facultado ao alienante comunicar ao órgão onde registrou, matriculou ou
licenciou o veículo a transferência de sua propriedade.
Parágrafo único – A comunicação a que se refere o caput deste artigo desobriga o alienante de responsabilidade relativa a
imposto cujo fato gerador ocorra posteriormente a ela, bem como dos acréscimos legais.
SOLIDARIEDADE DO ALIENANTE

“VIII - A recente jurisprudência do STJ é de que, "na falta de comunicação ao


órgão de trânsito da transferência de veículo automotor pelo alienante, será
solidária a sua responsabilidade tributária pelo pagamento do IPVA, desde que
haja previsão em lei estadual". REsp 1.775.668/SP, Rel. Ministro Herman
Benjamin, Segunda Turma, julgado em 6/12/2018, DJe 17/12/2018.”

(STJ. AgInt no REsp 1777596/SP, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em
05/12/2019, DJe 11/12/2019)
SOLUÇÃO PARA O CASO.

Como Ana não comunicou a transferência


ao Detran MG, o Detran não conhece a
mudança.

Paula é a contribuinte do IPVA cujo fato


gerador será apurado em 01/01/2022,
01/01/2023 e 01/01/2024.

Mas Ana não se exime totalmente da


obrigação tributária, pois figura como
responsável solidária.
Aquisição de
Imóveis e
Solidariedade
no Processo
Judicial
CASO PARA DISCUSSÃO

Mario é proprietário de um castelo e em razão disso se tornou contribuinte de contribuição de melhoria.

Como estava em missão para salvar a Princesa Peach, esqueceu-se de quitar a contribuição cujos créditos
venceram em 28/01/2012 e 28/01/2013.

Em 28/12/2014, o Fisco ajuíza a execução fiscal, conseguindo finalmente citar Mario em 04/08/2015.
CASO PARA DISCUSSÃO

Nesse espaço de tempo, o Fisco descobre que Mario vendeu o castelo para Luigi, com alteração na matrícula
do registro de imóvel em 05/08/2013. Em razão da amizade deles, Luigi confiou em Mario e sequer pediu prova
da quitação dos débitos tributários. Na sequência, o Fisco pede a exclusão de Mario e a inclusão do Luigi.

Citado 21/01/2020 Luigi dá o grito e diz:

Ora, mas já se passaram 5 (cinco) anos da constituição do crédito tributário. Ele está prescrito!

Diante dessa situação e na perspectiva da responsabilidade tributária, você acha que houve a prescrição?
Responsabilidade e Bens Imóveis

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato


gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo
quando conste do título a prova de sua quitação.
Efeitos da Solidariedade.

Em regra, a solidariedade traz como efeitos:

1) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;


2) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade
quanto aos demais pelo saldo;
3) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados,
favorece ou prejudica aos demais.” (art. 125, CTN).

Solidariedade = todos juntos no mesmo barco, para o bem e para o mal.


Efeitos da Solidariedade.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco


anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução
fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito pelo devedor.
Vencimento do
crédito tributário - Citação de Mario –
28/01/2012 e 04/08/2015
28/01/2013

Exclusão de
Ajuizamento da
execução fiscal - Mario e a
28/12/2014 inclusão do Luigi

Citação de Luigi
Venda do imóvel a - 21/01/2020
Luigi - 05/08/2015
Como adquirente, sem Mas Mario não se
prova da quitação, Luigi se desobriga. Ambos
obriga pelo pagamento da se tornam
contribuição de melhoria solidariamente
vencida e não paga. obrigados pelo
tributo.

Considerando o efeito da
Com a citação de solidariedade, interrompida a
Mario em prescrição para Mario, também
05/08/2013, interrompeu-se para Luigi.
interrompeu-se a Logo, não operou-se a prescrição.
prescrição. Sinto muito, Luigi.
Tipos de
Responsabilidade
HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE NO CTN E RESPECTIVAS CONSEQUÊNCIAS

Responsabilidade
tributária

Por substituição Por transferência

Por sucessão De terceiros Por infrações


Art. 129 a 133, Art. 134 e 135, Art. 136 a 138,
CTN. CTN. CTN.
HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE NO CTN E RESPECTIVAS CONSEQUÊNCIAS

Por substituição Por transferência

Desde a ocorrência do fato Há um contribuinte determinado


gerador, a obrigação em lei. Em razão de um evento
novo, descrito em lei, há a
tributária recai sobre o
transferência da sujeição passiva a
responsável determinado outra pessoa na condição de
em lei. responsável.
Substituição Tributária
Responsabilidade por substituição

Regressiva Progressiva
Responsabilidade por
“Para trás” “Para frente”
substituição
Antecedente Subsequente

“As pessoas ocupantes das posições anteriores nas “As pessoas ocupantes das posições posteriores
cadeias de produção e circulação são substituídas, nas cadeias de produção e circulação são
no dever de pagar tributo, por aquelas que substituídas, no dever de pagar tributo, por
ocupam as posições posteriores nessas mesmas aquelas que ocupam as posições anteriores nessas
cadeias.” mesmas cadeias.”
Responsabilidade por substituição progressiva

A B C D
Responsabilidade Por Substituição - Progressiva

Eg. A refinaria “A” recolhe todo o ICMS incidente nas três


operações: entre A e B,
entre B e C
e entre C e D.
A
O valor da base de cálculo é calculado por uma presunção de
quanto o combustível será vendido ao consumidor na operação
entre C e D

B
Substituídos.
A Substituto Não recolhem
C ICMS.
Responsabilidade Por Substituição - Progressiva

Se o fato gerador não


ocorrer, eu fico no
prejuízo?
Art. 150, CRFB. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...]
CRFB/88 § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação
tributária a condição de responsável pelo pagamento
de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e
preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.
“É devida a restituição da diferença do
Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços – ICMS pago a
mais no regime de substituição
tributária para frente se a base de
cálculo efetiva da operação for inferior
à presumida”.
Tese definida no RE 593.849, rel.
min. Edson Fachin, P, j. 19-10-
2016, DJE 177 de 31-3-2017 - tema 201.
Responsabilidade por substituição - Regressiva

A B C
Responsabilidade por substituição - regressiva

A indústria B recolhe todo o ICMS incidente em cada operação


B
efetuada com os produtores A.

Substituídos.
A B Substituto.
Não recolhem ICMS.
Por sucessão Causa Mortis
CASO PARA DISCUSSÃO

Coração Gelado faleceu em 02.04.2017 , deixando


como sua única herdeira – Laurinha.

Além da herdeira, Coração Gelado deixou dívida


tributária em relação ao IPTU de seu castelo.

Antes do falecimento, a Fazenda Pública já tinha


ajuizado a Execução Fiscal, mas não houve tempo
suficiente para a citação de Coração Gelado.
Responsabilidade por transferência-
Por sucessão

Envolve a transferência da obrigação tributária para outra pessoa em razão de ato


superveniente, seja causa mortis, seja por ato inter vivos.
A responsabilidade dos sucessores atinge apenas:

• créditos tributários definitivamente constituídos;


• créditos em curso de constituição à data dos atos nela referidos;
• créditos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos
a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
Responsabilidade por transferência-
Por sucessão

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


[...]
II- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos
tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou
adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do
quinhão do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da abertura da sucessão
Responsabilidade Por Transferência Por Sucessão - CAUSA MORTIS

Morte Partilha
Tributos devidos pelo falecido cujos fatos
geradores ocorreram antes da morte Tributos após a morte

Responsável: Espólio Contribuinte: Espólio

Responsáveis: Herdeiros e cônjuge meeiro


SOLUÇÃO DO CASO

O contribuinte do IPTU era Coração Gelado.


Com sua morte, o Espólio se torna responsável pelos
tributos cujos fatos geradores ocorreram antes da
morte.
Pelos tributos após a morte, a exemplo do ITCD, o
Espólio é contribuinte.

E Laurinha?
Ela será responsável pessoalmente por todos os
tributos devidos pelo seu tio falecido.
Mas ela pode ficar tranquila, pois só terá
responsabilidade até o montante de seu quinhão.
Responsabilidade
por transferência –
Por sucessão inter
vivos
Responsabilidade por transferência-
Por sucessão

Móveis (art. 131,


inc. I)
Bens
Imóveis (art.
130)
Estabelecimento
Inter vivos
(art. 133)

Operações
societárias (art.
132)
Responsabilidade
por transferência –
Estabelecimento
Comercial
• Laurinha, com parte dos valores herdados de seu Tio,
resolve adquirir estabelecimento comercial para a compra
e venda de banheiras motorizadas em 2019, de Malvado,
seu melhor amigo.
CASO PARA
• 3 anos após a aquisição, recebe a cobrança de taxas
DISCUSSÃO referentes ao período de 2018.

• É Laurinha responsável por essa dívida?


Responsabilidade por transferência-
Por sucessão
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial;(Incluído pela Lcp nº
118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus
sócios; ou (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à
disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Aquisição de
estabelecimento

Alienante cessa a Alienante prossegue na exploração do

EM RESUMO:
comércio, indústria ou atividade OU
exploração do Alienante inicia, dentro de seis meses a
comércio, indústria ou contar da data da alienação, nova
atividade no mesmo ou em outro ramo
atividade: de comércio, indústria ou profissão.

Adquirente responde Adquirente


sozinho e integralmente responde subsidiariamen
pelos tributos. te com o alienante
EM RESUMO:

Alienação Judicial Falência


Não se aplica norma
de Responsabilidade
Com exceções
Recuperação Judicial
(retorno à regra)
• Laurinha, com parte dos valores herdados de seu Tio,
resolve adquirir estabelecimento comercial para a compra
e venda de banheiras motorizadas em 2019, de Malvado,
Resposta: seu melhor amigo.

CASO PARA • 3 anos após a aquisição, recebe a cobrança de taxas


referentes ao período de 2018.
DISCUSSÃO
• É Laurinha responsável por essa dívida?
Sucessão em
operações
societárias
• Banheiras Geladas Automotivas Ltda. é uma sociedade
bem sucedida. Seu crescimento atrai um Grupo de
Investidores denominado Ursinhos Carinhos SA, que
realiza a incorporação da sociedade de Laurinha, que,
CASO PARA nessa, leva uma bolada. 4 anos depois, Banheiras Geladas
Automotivas Ltda sofre execução fiscal. O oficial de justiça
DISCUSSÃO não localiza esse última sociedade, e a execução fiscal é
redirecionada para Ursinho Carinhosos S.A. É possível?
Operações Societárias

Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou
incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja
continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra
razão social, ou sob firma individual.
• No caso da incorporação de Banheiras Geladas
Automotivas Ltda…

• O Grupo Incorporador – Ursinhos Carinhosos SA –


torna-se responsável pelos tributos deixados em
aberto pela incorporada – Banheiras Geladas.
RESPOSTA DO
CASO PARA • O redirecionamento para Ursinhos Carinhosos é uma
possibilidade na execução fiscal
DISCUSSÃO
• Tratando-se de crédito tributário surgido após a
incorporação, o Grupo Ursinhos Carinhosos manter-
se-á como sujeito passivo de toda obrigação.
Responsabilidade
de Terceiros
Hipóteses
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou
perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos
praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Impactos da Responsabilidade de Terceiros

As consequências da responsabilidade de terceiros dependem do tipo de atuação:

Regular Irregular
Art. 134, CTN. Art. 135, CTN.
Solidária e subsidiária Pessoal
Contribuintes Responsáveis correlatos

Filhos menores Pais

Responsabilidade Tutelados ou curatelados Tutores e curadores

Administradores de bens de

Por Transferência
Terceiros
terceiros

Espólio Inventariante

– Massa falida ou recuperação


judicial
Síndico ou responsável pela
recuperação

De Terceiros – Atos praticados pelos


responsáveis ou perante eles,
em razão do ofício
Tabeliães, escrivães e
serventuários

Atuação Regular Sociedade de pessoas


Sócios de sociedade de pessoas
em liquidação.
Quem? Se:

Responsabilidade • I- as pessoas
referidas no
• Atos praticados
com excesso

Por Transferência artigo anterior;


• II - os
de poderes ou
infração de lei,
contrato social

mandatários,
prepostos e ou estatutos:
empregados;
De Terceiros – • III - os
diretores,
Atuação Irregular gerentes ou
representantes
de pessoas
jurídicas de
direito privado.
• Banheiras Geladas Automotivas Ltda. é uma sociedade
bem sucedida. Seu crescimento atrai um Grupo de
Investidores denominado Ursinhos Carinhos SA, que
RESPOSTA DO realiza a incorporação da sociedade de Laurinha, que,
nessa, leva uma bolada. 4 anos depois, Banheiras Geladas
CASO PARA Automotivas Ltda sofre execução fiscal. O oficial de justiça
não localiza esse última sociedade, e a execução fiscal é
DISCUSSÃO redirecionada para Ursinho Carinhosos S.A. É possível?
Os sócios são
sempre
responsáveis pelas
dívidas das
empresas??
CASO
Hipóteses de responsabilidade no CTN e respectivas consequências responsabilidade por
transferência de terceiros - atuação irregular – caso para discussão

Cícero, Heitor e Prático são sócios da empresa Construções Porquinhas Ltda. Na condição
de sócio administrador, Cícero decide, unilateralmente e sem levar para deliberação dos
demais sócios, fraudar o registro da empresa, com a alteração da sede, no intuito de
dificultar que o Lobo os encontre. Identificado o débito tributário, é ajuizada a Execução
Fiscal que, fatalmente, não localizou a empresa na sede. O Fisco pede o redirecionamento
da execução para TODOS os sócios.

Como Juiz da demanda, como você decidiria?


Hipóteses de responsabilidade no CTN e respectivas consequências
responsabilidade por transferência – de terceiros – atuação irregular

Lei
Contrato
social
Estatuto
social
Hipóteses de responsabilidade no CTN e respectivas consequências
responsabilidade por transferência – de terceiros – atuação irregular

Quais terceiros podem ser responsabilizados por


atuação irregular?

Diretores,
Terceiros que
Mandatários, gerentes ou
podem ser
prepostos e representantes de
responsabilizados
empregados pessoas jurídicas
por atuação regular.
de direito privado.
Hipóteses

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Questão: no caso da liquidação de sociedade de pessoas, o sócio é sempre o responsável?


Hipóteses

Súmula 430, STJ. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.

Súmula 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
O redirecionamento da execução só pode ocorrer em face de Cícero.

Fundamentos:
§Como a empresa não foi localizada em sua sede, há a
presunção de dissolução irregular que pode ser ilidida com
RESPOSTA DO prova em contrário, comprovando seu efetivo funcionamento.

CASO PARA §Cícero é o único sócio administrador da Construções


Porquinhas Ltda. Os demais sócios não possuem poder de
DISCUSSÃO gestão.

§Cícero atuou sozinho e de modo irregular com violação à lei.


Responsabilidade
por infrações
Atenção!

Remissão ao senso comum:


“1 Que ou aquele que assume ou tem responsabilidade.
Pessoa designada pela 2 Que ou aquele que responde pelos atos próprios ou de
Pelo CTN,
lei que possui obrigação outrem.
isso é 3 Que ou aquele que tem de dar contas dos seus atos
tributária, mesmo não
verdade. públicos.
sendo contribuinte. 4 Que ou aquele que é culpado por qualquer falta.
Artigo 121, § ú, II, CTN. 5 JUR Que ou aquele que cumpre com os seus
compromissos ou os de outrem perante a justiça.”
(MICHAELIS)
Art. 136 a 138, CTN.
Hipóteses

Responsabilidades tributárias
anteriormente discutidas Pagamento de tributos

Responsabilidade tributária Pagamento de multas


por infrações (acompanhadas ou não de
tributos)
Hipóteses

Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:


I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo
quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego,
ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou
empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra
estas.

Objetiva, em regra.
Pessoal – atinge o agente infrator,
Não se perquire sobre a intenção
mesmo sendo pessoa jurídica.
do agente ou do responsável.
Denúncia
Espontânea
Base legal

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração,


acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou
do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o
montante do tributo dependa de apuração.

Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início


de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados
com a infração.
Súmula 360 STJ

O benefício da denúncia
espontânea não se aplica aos
tributos sujeitos a lançamento
por homologação regularmente
declarados, mas pagos a
destempo.
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. MULTA ADMINISTRATIVA. APREENSÃO DE EQUIPAMENTO.
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ.

(...)

2. O STJ possui entendimento de que a denúncia espontânea não tem o condão de afastar
multa administrativa pela apreensão de equipamento não autorizado, pois os efeitos do
art. 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. Precedente: AgRg
no REsp 1.466.966/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 11/5/2015.

(...)
(REsp 1618348/MG, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/09/2016, REPDJe
01/12/2016, DJe 10/10/2016)
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Constituição e Exigência
do Crédito Tributário
Pilar Coutinho
Plano de Aula

§ Lançamento tributário e suas espécies.


§ Modalidades de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário.
§ Noção de aplicação prática
Contexto
Relações com a Fazenda Pública.

1) Supremacia do interesse público perante o Privado;


2) Poderes da Administração Pública – imperatividade, auto
executoridade, presunção de legitimidade etc;
3) Poderes investigatórios amplos;
4) Produção de título executivo extrajudicial (Certidão de dívida ativa);
5) Princípio da legalidade administrativa.
Conceitos Fundamentais
O que fazer diante de um lançamento tributário?

Arquivo pessoal
Houve lançamento
tributário?

Arquivo pessoal
• Conferir se é o caso de
crédito tributário.
• Qual a legislação aplicável?
• Crédito Tributário: Principal
e Multas.
• Multas: obrigação de pagar
ou de fazer (ou não fazer)
com vínculo a tributos.

Arquivo pessoal
(
(

Arquivo pessoal
HI
FG OT
F

• A Hipótese prevista na Lei está de acordo com as normas superiores?


• O fato ocorrido na vida está de acordo com a hipótese na lei?
• Ou seja, o Fato gerador ocorreu?
• Se ocorreu, poderia gerar obrigação tributária?
• Os polos da obrigação tributária são legítimos?
Conceitos:

§ HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA - previsão em abstrato, no texto legal, de


situação-ato.
§ FATO GERADOR – evento em concreto que se adequa à hipótese de
incidência (Subsunção)
§ OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – prestação (de dar ou de fazer) decorrente da
ocorrência do fato gerador e que deve ser cumprida pelo contribuinte ou
responsável.
Obrigação Crédito
Lançamento
tributária Tributário

• A Hipótese prevista na Lei está de acordo com as normas superiores?


• O fato ocorrido na vida está de acordo com a hipótese na lei?
• Ou seja, o Fato gerador ocorreu?
• Se ocorreu, poderia gerar obrigação tributária?
• Os polos da obrigação tributária são legítimos?
Conceitos:

§ LANÇAMENTO - ato que formaliza o valor do crédito, dando-lhe certeza,


liquidez e exigibilidade, tem que estar baseado na lei.
§ CRÉDITO TRIBUTÁRIO – obrigação tributária tornada líquida e certa por
intermédio do lançamento.
§ CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA – título executivo extrajudicial, oriundo da
inscrição em dívida ativa do crédito tributário definitivamente lançado e
não pago.
Sujeito § Quem está cobrando o
Passivo tributo é o real sujeito ativo
(IPTU x IPTU, ITRx IPTU, ITCD
x IR, ICMS x ICMS)?

OT § Quem está sofrendo a


cobrança é mesmo o Sujeito
Sujeito Passivo?
CT
Ativo
§ O CT está suspenso, excluído
ou extinto?
Conceitos:

§ SUJEITO ATIVO – pessoa jurídica de direito público titular da


competência para exigir a OT.
§ SUJEITO PASSIVO – pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade.
§ CONTRIBUINTE – quem tem relação pessoal ou direta com o fato
gerador
§ RESPONSÁVEL - quem tem relação indireta com o fato gerador, mas
que é obrigado tributário.
Constituição
Discussão Inscrição em
Definitiva do CDA
Administrativa Dívida ativa
Crédito

§ O processo administrativo seguiu o devido procedimento?


§ Cada ato administrativo observou as exigências legais?
§ A CDA observou as exigências
legais?
Cobrança § Existem benefícios para o
Amigável pagamento amigável?
CDA Redução de multa?
§ Quais as possíveis teses a
serem apresentadas? Qual a
Cobrança
possibilidade de êxito
Judicial
§ A cobrança judicial ocorreu a
tempo (prescrição)?
Ato Administrativo Ato Administrativo.
(CO.O.Fo.Mo.Fi) CTN, art. 201
CTN: art. 142 e seguintes Lei 6.830/80, art. 2º e 3º e
seguintes

Processo Certidão de
Fato Gerador Lançamento Fase Judicial
Administrativo Dívida Ativa

Constitucionalidade?
(CR/88, Constituições CR/88,CTN.
Estaduais) Constituições Estaduais, Leis
Lei Orgânica. Orgânicas, Leis de todos os
Legalidade? (CTN) entes federados.
Prazo
Prazo
Prazo prescricional
prescricional
Decadencial Intercorrente
material

Processo Constitui- Embargos


Constitui- Lança- ção Certidão de Fase Execução à
Fato Adminis-
Gerador ção do CT mento definitiva Dívida Ativa Judicial Fiscal Execução
trativo do CT Fiscal

Causa de Certidão
Suspensão Positiva com
Causa de CT Efeito de
Exclusão do CT Negativa

Causas de Extinção do Certidão


Inexistência do CT Negativa de
CT Débito
Tributário
Conceitos:

§ Causas de Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário. (art. 151,


CTN) – Exs: Depósito, defesas administrativas, parcelamento.
§ Causas de Extinção do Crédito Tributário. (art. 156, CTN) Exs.
Pagamento, prescrição e decadência.
§ Constituição Definitiva do Crédito Tributário. Ausência de cabimento de
discussão administrativa do crédito tributário.
Tem vício no
PTA?
Tem vício na
CDA?

Prescrito?

O suposto
contribuinte é legal
e faticamente Ocorreu o fato gerador? As
contribuinte? taxas são constitucionais
/legais?

Ocorreu o fato A COSIP é legal?


gerador do ITR?

Os juros e a multa foram


Decaído? calculados
adequadamente?
A inscrição seguiu o O ato administrativo seguiu o
procedimento legal? Co.O.Fo.Mo.Fi?
Atividade da Aula
A sociedade XYZ deixou de recolher ITCD sobre a cessão gratuita de
direito de uso de marca a empresa do mesmo grupo econômico em Cessão Gratuita de Direito de
2001. Em 2007, foi autuada pela Fazenda Estadual que considerou Uso é Fato gerador do ITCD?

ter ocorrido doação, exigindo o valor do tributo, mais multa, juros e


O crédito está decaído?
correção monetária. Apresentou defesa administrativa, em que
alegou a ausência de liberalidade, eis que as duas empresas O crédito está prescrito em
relação aos sócios?
pertencem ao mesmo grupo, havendo portanto interesse Há solidariedade entre os
sócios?
econômico recíproco. Constituído definitivamente o crédito em O crédito está prescrito em
2008, a Fazenda Pública ajuizou execução fiscal imediatamente. A relação aos sócios?
Há solidariedade entre os
sociedade foi citada em 2009, mas os sócios foram citados apenas sócios?

em 2015. Até 2020, não foram localizados bem à penhora.


Crédito Tributário: Introdução
Atividade Aula

A sociedade ABC é optante pelo Simples desde a data da sua constituição.


Sempre emitiu documentos fiscais, mas, durante , passou a emitir notas
fiscais com subfaturamento. Com a descoberta da conduta pelo Fisco
Federal, foi excluída do regime por Ato de Exclusão. Com essa exclusão,
quais as futuras possíveis consequências?
Como gestor/administrador/consultor/contador/advogado, qual o
panorama que você desenharia?
Conceitos:

§ Crédito Tributário:
§ “obrigação tributária exigível” (SABBAG), obrigação tributária líquida
e certa (art. 140, 141, CTN)
Formas de Constituição
do Crédito Tributário: Lançamento e
Outras.
Atividade Aula

Durante os anos de 2013 a 2018, a sociedade ABC preencheu Guia


Informativa de Arrecadação de ICMS, mas não realizou o recolhimento do
tributo. A Fazenda Estadual, com base na GIA, inscreveu a sociedade ABC
em dívida ativa (2019), dando início à execução fiscal em 2020.
Com base nesses dados, qual defesa você apresentaria?
Resolução:

CTN, art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável,
calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo
caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Formas de Constituição
do Crédito Tributário: Cuidado!
É ainda o Lançamento a única
forma de Constituição do CT
?
Ponderações:

§ Motivos.
§ Lançamento por homologação. Privatização da gestão tributária.
§ Confissão de Dívida. Declarações dos Contribuintes substituem o
Lançamento? DCTF - Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais
§ Ex. art. 17, Lei 10.833/03, art. 74, Lei 10637/02
§ Pode o Juiz lançar?
Atividade Aula
Durante os anos de 2013 a 2018, a sociedade ABC preencheu Guia
Informativa de Arrecadação de ICMS, mas não realizou o recolhimento do
tributo. A Fazenda Estadual, com base na GIA, inscreveu a sociedade ABC
em dívida ativa (2019), dando início à execução fiscal em 2020.
Com base nesses dados, qual defesa você apresentaria?

Será que o crédito em


relação a alguns anos não
está prescrito?
Atividade Aula

A sociedade ABC discutiu em fase administrativa a aplicação de diversas


multas, no geral, em percentual de 150%, com base no princípio do não
confisco. Os valores são significativos, por volta de R$3.000.000,00.O
pagamento no presente momento comprometeria todo o seu fluxo de
caixa. Avalia aderir à transação tributária do Governo Federal.
Quais pontos são relevantes nessa avaliação?
Importância da
cuidadosa averiguação
Art. 6º A proposta de transação não suspende a
dos créditos. Existe
exigibilidade dos créditos por ela abrangidos nem o matéria sólida de
andamento das respectivas execuções fiscais. defesa?
§ 2º O termo de transação, quando cabível, preverá a
anuência das partes para fins de suspensão convencional do
processo de que trata o inciso II do caput do art. 313 da Lei
nº 13.105, de 2015, até a extinção dos créditos nos termos No caso de não
pagamento, na teoria
do disposto no § 6º deste artigo ou eventual rescisão.
dominante,
§ 3º A proposta de transação aceita não implica novação desnecessário
dos créditos por ela abrangidos. lançamento.
§ 4º A aceitação da transação pelo devedor constitui
confissão irretratável e irrevogável dos créditos por ela
abrangidos.
§ Supressão da Fase
Administrativa
§ Custos da Defesa em Execução
Fiscal
§ Necessidade, em regra, de
apresentação de penhora para
apresentação de defesa.
§ Ausência de Certidão Negativa
de Débitos Tributários
Lançamento – Especificidades –
Parte1
Termo de Início do Procedimento Fiscal

Termo de Início
Termo de
de Procedimento Outros Termos Lançamento
Encerramento
Fiscal

§ Fase em que não cabe contraditório.


§ Princípio Inquisitivo e da Investigação.
§ Discussão quanto à obrigatoriedade de colaborar com o Fisco.
§ Lembre-se: é um ato administrativo!
§ Impossibilidade de Denúncia Espontânea (art. 138, pú)
Opções do Contribuinte e riscos.

Lançamento

Pagamento
Inércia (geralmente multas Impugnação Poder Judiciário
rem desconto)
Características

CTN, Art. 142. Compete privativamente à autoridade


administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento,
assim entendido o procedimento administrativo tendente a
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e,
sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Características
§ Finalidades:
§ Verificar a ocorrência do Fato Gerador
§ Determinar a matéria tributável
§ Calcular o montante do tributo
§ Identificar o sujeito passivo
§ Propor aplicação da penalidade cabível
§ Declaração do OT e constituição do CT.
Lançamento:

§ ATO ADMINISTRATIVO.
§ Atributos: Presunção de Legitimidade. Imperatividade. Auto-
executoriedade (?).
§ Requisitos. Competência. Objeto: Forma. Motivo. Finalidade.
§ Requisitos Legais: Art. 10 e 11 do DPAF.
§ Competência Legislativa: art. 146, inc. III, alínea B, CF
Características

§ Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é


vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
§ Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato
gerador da obrigação.
Atividade Aula

Paola e Carlos realizaram a venda da posse sobre imóvel ainda em trâmite o


processo de usucapião, por R$500.000,00, no ano de 2012, não tendo
realizado o recolhimento do ITBI, para Ana. Em 2018, houve êxito no
processo de usucapião.
No ano de 2015, o Fisco Municipal lançou o ITBI considerando o valor
integral do imóvel de R$1.500.000,00 e a alíquota então vigente. Como
você combateria esse lançamento?
Lançamento – Especificidades – Parte
2
Características

§ CTN, Art. 144. § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,


posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha
instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a
terceiros.
Características

CTN, Art. 144. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos
lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe
expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.

Lei Complementar: 105/2002:


Tributos de fato gerador instantâneo, continuado, complexivo.
Lançamento – Especificidades – Parte
3
Atividade Aula

A Sociedade ABC não recolheu IPI na revenda de produtos industrializados


importados no ano de 2013. Ainda no curso do processo tributário
administrativo, o MP realizou Representação para fins penais,
considerando que o não recolhimento, da maneira como feito, se
constituiria como crime tributário. O advogado penalista, procurou por
você. Precisa de um parecer tributário para auxiliá-lo na formulação da sua
defesa. Para orientá-lo, você pode consultar o RE 946648.
Consequências

§ SV. 24, STF: Não se tipifica crime material contra a ordem


tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do
lançamento definitivo do tributo.
§ SV. 436, STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra
providência por parte do fisco.
Atividade Aula
A Sociedade ABC no ano de 2020, como de costume, realizou a compra-e-
venda de diversas mercadorias, realizando o cálculo e recolhimento do
ICMS. No entanto, em relação ao mês de agosto de 2019, o Fisco entendeu
parece suspeitar que o recolhimento foi feito a menor, tendo iniciado
procedimento preliminar. No mês de setembro de 2020, emitiu a guia de
ICMS, mas não operou o respectivo pagamento. Realizou ainda, em março,
a cessão gratuita de uma de suas marcas a outras empresas, deixando de
declarar a operação hipótese em que o Fisco Estadual exigiu ITCD.
Qual a hipótese de lançamento em cada caso? Quando tais dívidas
estariam prescritas ou decaídas?
Tipos de Lançamento: Geral.
Espécies de Lançamento.
§ De ofício ou direito (art. 149, CTN)
§ Lançamento por arbitramento. (art. 148, CTN). Caso Daslu. E
Conversibilidade das demais hipóteses.
§ Por declaração ou misto (art. 147, CTN)
§ Informação de fato.
§ Retificação. Comprovação do erro + antes notificação, Revisão de
Ofício e Diferença Lançamento por Homologação
§ Por homologação ou auto lançamento (art. 150, CTN)
§ Aplicação do Direito e Homologação Tácita ou expressa
Espécie de Lançamento de Ofício: Arbitramento

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em


consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos
jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em
caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
Ex. IR – Omissão de Rendimentos, Notas fiscais extraviadas.
Lançamento por homologação.
Lanç. Hom. Situações Possíveis.

§ Expresso x tácito.
§ Não declara, nem paga – Necessidade de Lançamento de Ofício.
§ Declara, não paga – Constituição do Crédito Tributário.
§ Declara e paga – Lançamento Suplementar
Const. Def. e Lanç Hom declarado, não pago
Lançamento por homologação: declaração + não pagamento.
Consequências:
• inscrição em dívida
• certidão positiva
• início prazo prescricional
• impossibilidade denúncia espontânea. (Sum. 436, STJ)
Início prazo prescricional: data da apresentação da declaração ou data
estabelecida para o vencimento do tributo. E Impossibilidade denúncia (art. 138,
CTN) – se já houve declaração não é mais espontâneo (Súm. 360, STJ)
Atividade Aula
O Auditor Fiscal, após auditoria no aproveitamento de créditos de PIS e COFINS da
sociedade ABC, realizou o lançamento referente ao período XYZ, glosando diversos
créditos, considerou no entanto que seria cabível o aproveitamento de despesas de
publicidade como crédito para essa sociedade industrial. Após o lançamento, verificando
a jurisprudência do CARF, entendeu que apenas no caso de prestadoras de serviço seria
cabível aproveitamento do crédito. Faz a revisão do lançamento, majorando o PIS e o
COFINS devido, pela redução do crédito. Esse procedimento é cabível? Art. 145, 146,
149, CTN.
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode
ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato
gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.
Causas de Extinção do Crédito Tributário
Causas de Extinção do CT.

§ Subsiste a obrigação? (art. 140, CTN) x Doutrina.


§ T1) Taxatividade da Lista. Art. 156, CTN.
§ T2) Inclusão confusão (art. 360, CC) (Luciano Amaro) e Novação
§ Modalidades indiretas(exigem lei autorizativa): compensação, transação,
remissão e dação em pagamento.
Análise do Art. 156 do CTN
Modalidades de Extinção: Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão; V - a
prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o
pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto
no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos
do disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável,
assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser
objeto de ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação
em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do
crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição,
observado o disposto nos artigos 144 e 149.
Causas de Extinção
Do Crédito Tributário: Decadência e
Prescrição
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO.

§ Impactos do Decurso do tempo.


§ Diferenças.
§ Forma de Cálculo.
§ Competência Legislativa. Caso Contribuições Previdenciárias.
Constituição
Causas de
Fato Gerador Lançamento do Crédito +
Interrupção
Exigibilidade

Prazo decadencial Prazo


prescricional
Decadência e Prescrição.
§ Causas de Extinção do CT (art. 15, CTN)
§ Atingem Direito Subjetivo ( faculdade de exercer uma conduta haja vista
a ocorrência de um fato)
§ Lapso temporal – Segurança Jurídica
§ Reconhecimento de Ofício
§ Tutela Processual Diferenciada, art. 487 (CPC), inc. II: Reconhecimento
de Ofício / Julgamento de mérito)
Decadência Tributária: Introdução
Aspectos Gerais

§ Forma extintiva da faculdade de exercer uma conduta (lançamento)


diante da ocorrência de um fato em virtude do decurso do tempo. Perda
do direito subjetivo de lançar.
§ Suspensão da exigibilidade do CT não afeta prazo decadencial.
§ Decadência: “extingue o CT que não pode ser reavivado por qualquer
lançamento/ autolançamento / confissão de dívida / declaração de
débito etc”( Rec. Repetitivo – 1355.947, resp -STJ)
Decadência Tributária: base legal.
Lançamento de Ofício e Declaração.
Aspectos Gerais.

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário


extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado;
Aspectos Gerais.
Art. 173. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em
que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação,
ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento.
Aspectos Gerais.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Decadência Tributária: base legal.
Lançamento por homologação.
Para Pensar
CTN. Art. 150. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que
a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a
ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Processo
Fato Gerador Constitução do CT Lançamento
Administrativo

1º dia do exercício
subsequente em que
poderia ter ocorrido
o lançamento
Prazo
decadencial
Da data em que se
tornar definitiva a
decisão que houver
anulado, por vício
formal.
Atividade Aula

A sociedade de Advogados ABC conta com 10 colaboradores. Não se


registrou para fins de ISSQN desde a sua constituição em 2012. Em
01/02/2021, o Fisco notifica a sociedade por meio de auto de infração com
a cobrança retroativa desde 2012.

A dívida está decaída em relação a quais anos?


Processo
Fato Gerador Constituição do CT Lançamento
Administrativo

Não declara + nem


Art. 173
recolhe.

Declara + Não paga. Prescrição Prazo


decadencial

Declara + paga Art. 150, p. 4º


(parcial).
Atividade Aula

O Auditor Fiscal no ano de 2021, após auditoria no aproveitamento de


créditos de PIS e COFINS da sociedade ABC referente aos anos de 2015,
realizou
§ o lançamento referente ao período, glosando diversos créditos, para
cobrar a diferença positiva –
§ Considerou que não houve a declaração de receitas passíveis de
incidência de PIS e COFINS, lançando o valor.

Estaria extinto o crédito tributário?


Atividade Aula

A sociedade de Advogados ABC conta com 10 colaboradores. Não se


registrou para fins de ISSQN desde a sua constituição em 2012. Em
01/02/2021, o Fisco notifica a sociedade por meio de auto de infração com
a cobrança retroativa desde 2012.

A dívida está decaída em relação a quais anos?


Polêmicas

§ No caso de dolo, fraude, simulação, aplica-se qual regra?


§ T1) Não contagem de prazo decadencial até a descoberta do ilícito +
aplicação do art. 173
§ T2) Aplicação plena do art. 173
§ T3) Aplicação dos prazos prescricionais de direito penal
Prescrição Tributária: Parte geral.
Constituição +
• 27/06/05 Constituiçâo +
Vencimento • 27/06/05
Vencimento

Pedido do Pedido do
parcelamento • 22/05/2010 parcelamento
• 22/05/2010

Não há Pagamento
pagamento da das 3 • 22/08/2010
• 22/05/2010 primeiras
primeira
parcela parcelas

Negativa de Exclusão do
• 16/03/2011
consolidação do • 16/03/2011 parcelamento
parcelamento
Aspectos Gerais
§ Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco
anos, contados da data da sua constituição definitiva.
§ Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
§ I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
§ II - pelo protesto judicial;
§ III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
§ IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe
em reconhecimento do débito pelo devedor.
Suspensão da exigibilidade Interrupção da prescrição

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em
I - moratória; cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
II - o depósito do seu montante integral; Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução
processo tributário administrativo; fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. II - pelo protesto judicial;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) em reconhecimento do débito pelo devedor.
Aspectos Gerais

§ Atinge direito subjetivo de ajuizamento de execução fiscal.


§ Termo a quo: constituição definitiva do crédito tributário.
§ Prazo Prescricional e Causas de Suspensão do CT.
§ T1) Teoria da Actio Nata
§ T2) CTN é taxativo nas causas de suspensão do CT.
§ Súm. 153, TRF.
Causas de Suspensão da Prescrição

§ T1 Suspensão da Prescrição ocorre quando, por alguma previsão legal, o


prazo prescricional deixa de fluir enquanto durar a respectiva causa.
Quando voltar a correr, recomeça de onde parou.
§ O CTN não prevê expressamente as hipóteses de suspensão da fluência
do prazo prescricional – logo a suspensão da exigibilidade não afetam a
prescrição.
§ T2 – A Suspensão afeta porque o Fisco não pode exigir. Não está em
mora.
Atividade Aula
A sociedade ABC aderiu a REFIS, em 62 parcelas, tendo realizado o
pagamento regular de 31 delas. No entanto, em março de 2015 deixou de
realizar o pagamento, e assim nos 4 meses seguintes, preenchendo a
previsão para a exclusão do benefício. O Fisco, no entanto, só determinou a
sua exclusão em fevereiro de 2016. Tendo ocorrido em setembro de 2020 o
despacho que ordenou a prescrição, está a dívida prescrita?
Parcelamento e Interrupção da Prescrição.

§ T1) Súm. 248, TRF – Prazo interrompido por confissão/parcelamento –


reinicia do descumprimento.
§ T2) STJ – Reinicia do prazo da publicação do ato excludente.
O Crédito está Prescrito?

Constituição +
• 27/06/05
Constituição + Vencimento
• 27/06/05
Vencimento

Pedido do
Pedido do parcelamento
• 22/05/2010
parcelamento • 22/05/2010

Pagamento das
Não há 3 primeiras • 22/08/2010
pagamento da parcelas
• 22/05/2010
primeira
parcela

Negativa de Exclusão do
• 16/03/2011
consolidação do • 16/03/2011 parcelamento
parcelamento
Prescrição Tributária e Moratória.
Prescrição Tributária e Moratória.
Causas de Suspensão da Prescrição
CTN. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido
e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou
deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos
para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: I - com
imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de
terceiro em benefício daquele; II - sem imposição de penalidade, nos demais casos.
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão
da moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à
cobrança do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes
de prescrito o referido direito
Causas de Suspensão da Prescrição

§ LEF, art. 2 § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle


administrativo da legalidade, será feita pelo órgão competente para
apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para
todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da
execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
§ Esse artigo é constitucional?
Prescrição – atividades.
Atividade Aula
A sociedade ABC aderiu a REFIS, em 62 parcelas, tendo realizado o
pagamento regular de 31 delas. No entanto, em março de 2015 deixou de
realizar o pagamento, e assim nos 4 meses seguintes, preenchendo a
previsão para a exclusão do benefício. O Fisco, no entanto, só determinou a
sua exclusão em fevereiro de 2016.

Tendo ocorrido em março de 2020 o despacho que ordenou a prescrição,


está a dívida prescrita?
Atividade Aula
A Sociedade ABC sofre execução fiscal referente a dívida vencida em abril
de 2008 tendo ocorrido o despacho que ordena a citação em março de
2013. Na oportunidade, a sociedade não foi localizada, levando-se a
permitir a dissolução irregular da sociedade. Citados os sócios em 2017,
não foram localizados bens penhoráveis. A dívida está prescrita? Quando se
consolidará a prescrição intercorrente?

Para responder vida: art. 40, § 2 e 4°, da LEF, Resp 1.340.553 - Repetitivo.
Aspectos Gerais

REsp 1.340.553-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção,


por unanimidade, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018 (Tema 566)
RAMO DO DIREITO DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO PROCESSUAL CIVIL TEMA
Execução fiscal. Prescrição intercorrente. Art. 40 e parágrafos da Lei n.
6.830/1980. Prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo. Ciência da
Fazenda Pública quanto à não localização do devedor ou inexistência de
bens penhoráveis no endereço fornecido. Início automático. Tema 566.
Atividade Aula
Ana e Paolo detém a copropriedade de imóvel localizado na zona rural de
Matozinhos. Não realizaram o pagamento do ITR, embora tenham
declarado o tributo, quanto ao ano de 2010. Iniciada a execução fiscal com
a CDA em nome dos dois, por um erro da procuradoria, só houve o
despacho que ordena a citação de Paolo em 2014. Identificado o erro em
2018, estaria o crédito prescrito em relação a Ana, então devidamente
citada?
Vide art. 124 e 125 do CTN.
Atividade Aula
Ana e o Paolo realizaram a extinção irregular da sociedade, na pendência de
dívida vencida em julho de 2016. Impressionado com a possibilidade de
transação tributária, Paolo, sem falar com Ana, adere a transação tributária.
Pagamento
Pagamento em atraso.

Consequências. Juros de Mora – 1% salvo previsão em lei + Multa (art. 161


CTN) + Correção monetária
Juros + CM comuns: taxa selic. (Obrigatória União, opcional E/M)
Mora de pleno direito.
SELIC. Taxa de Juros aplicável na Repetição de Indébito – Isonomia /
Analogia – Cabimento na cobrança crédito. (Súm. 523, STF)
Atividade Aula
Após auditoria, a contabilidade da sociedade ABC verificou ser detentora de
créditos de IRPJ decorrentes de pagamento a maior no ano de 2018,
hipótese em que optou por realizar a compensação com IPI devido no ano
de 2020. O Fisco, no entanto, desconsiderou a compensação realizada,
revisando de ofício a operação para determinar que a compensação
deveria abranger os débitos tributários declarados e não pagos referentes
ao ano de 2019. Esse comportamento do Fisco encontra respaldo legal?
Imputação em Pagamento
Vários débitos VENCIDOS do mesmo sujeito passivo perante a pessoa
jurídica de direito público: (art. 163, CTN).
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em
segundo lugar aos decorrentes de responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e
por fim aos impostos;
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;
IV - na ordem decrescente dos montantes.
Imputação em Pagamento

Crítica doutrina – Aplicação juros e multa ao tributo pago/rejeitado pelo


contribuinte.

§ Cabe imputação na Compensação pelo contribuinte?


§ Cabe imputação no caso de compensação de ofício (art. 73, Lei 9430/96)

Súmula 464, STJ – Art. 354, CC (primeiro juros, depois principal) não se
aplica no tributário.
Compensação
Aspectos Gerais
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos,
vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda
pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei
determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não
podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de
1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da
compensação e a do vencimento
Atividade Aula - 16
A sociedade ABC apurou créditos referentes ao pagamento indevido de PIS
e COFINS decorrente da indevida inclusão em sua base do ICMS. Pretende
preencher a PERDCOMP com base na referida sentença já transitada em
julgado. Foi um alívio a possibilidade dessa compensação uma vez que se
encontra com elevadas dívidas já inscritas em dívida ativa da União.

O procedimento supra descrito está correto?


Aspectos Gerais

Requisitos. Identidade Subjetiva. Reciprocidade créditos.


Cabe compensação no caso de débito/crédito ente federado e sua
autarquia? Dominante: impossibilidade.

Lei 9430/96 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm)


Atividade Aula

A sociedade ABC apurou créditos referentes ao pagamento indevido de PIS


e COFINS decorrente da indevida inclusão em sua base do ISSQN. Pretende
preencher a PERDCOMP com base em decisão liminar que autorizou a
exclusão do ISSQN da base do PIS e da COFINS. Foi um alívio a possibilidade
dessa compensação uma vez que se encontra com elevadas dívidas já
inscritas em dívida ativa da União.

O procedimento supra descrito está correto? (vide art. 170—A CTN)


Transação
Aspectos Gerais

Art. 171, CTN. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos
sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que,
mediante concessões mútuas, importe em determinação de litígio e
conseqüente extinção de crédito tributário.
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para
autorizar a transação em cada caso.
Aspectos Gerais
§ Transação por adesão à proposta da PGFN: Portaria PGFN nº 9.917/2020, Ed. 3 e 4 da PGFN.

§ Transação individual proposta pela PGFN: Portaria PGFN nº 9.917/2020.

§ Transação individual proposta pelo devedor: Portaria PGFN nº 9.917/2020.


§ Transação por contencioso de relevante e disseminada Controvérsia: Portaria nº 247/20 /ME.

§ Transação por adesão no contencioso tributário de pequeno valor: Portaria nº 247/2020 / ME.

§ Transação extraordinária dado ao cenário de COVID -19: Portaria PGFN nº 9.924/2020.


§ Transação excepcional dado ao cenário de COVID-19: Portaria PGFN nº 14.402/202
Remissão

Anistia Transação Parcelamento

Moratória
Atividade Aula - 18

A sociedade ABC possui dívidas tributárias inscritas e não inscritas. Não é


sociedade optante pelo Simples Nacional, sendo adepta ao lucro real. Tem
imóveis que podem se prestar, eventualmente, à garantia de dívida
tributária. Possui débito de R$5.000.000 potencialmente elegível à
transação extraordinária, constituído definitivamente em janeiro de 2016.
Vale transacionar?
Atividade Aula

A sociedade XYZ possui dívidas tributárias parceladas. É sociedade optante


pelo Simples Nacional. Não tem patrimônio suficiente para ofertar em
garantia de dívida tributária. Possui débito de R$5.000.000 potencialmente
elegível à transação extraordinária, constituído definitivamente em Agosto
de 2016.
Vale transacionar?
O sócio majoritário da sociedade XYZ faleceu em dezembro de 2020. Com a morte do sócio,
as atividades da autora foram paralisadas eis que o de cujus detinha o integral Know how da
atividade. Deu-se iniciou a processo de dissolução da sociedade em janeiro de 2020, sem
que ainda tenha se pleiteado a baixa do CNPJ, mesmo porque é a sociedade devedora da
União (com dívidas ativas inscritas) e de entidades bancárias.

Diante desse panorama geral e com o escopo de regularização de sua situação, sociedade
pretende aderir a acordo de Transação Tributária previsto na Medida Provisória n.o
899/2019, a chama MP do Contribuinte legal, conforme regulamentado pela Portaria no.
11.956/2019 e previsto no Edital PGFN no. 1/2019. Todavia, ao checar o edital (de autoria da
PGFN) e o sistema Regularize (de responsabilidade da PGFN) verificou que não lhe fora dado
a possibilidade de optar ao programa, eis que seu CNPJ se encontra ativa (responsabilidade
da Receita Federal?

.
Remissão
Aspectos Gerais
Art. 172, CTN. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder,
por despacho fundamentado, remissão total ou parcial do crédito
tributário, atendendo:
I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro ou ignorância
excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta
importância do crédito tributário; IV - a considerações de eqüidade, em
relação com as características pessoais ou materiais do caso; V - a
condições peculiares a determinada região do território da entidade
tributante.
Consignação em Pagamento
Consignação em Pagamento
Art. 164, CTN. A importância de crédito tributário pode ser consignada
judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de
outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
Consignação em Pagamento
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se
propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e
a importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Comentar conexão com guerra fiscal.


Demais Modalidades
Demais Modalidades

• Conversão de Depósito em Renda.


• Pagamento Antecipado e Homologação do Lançamento.
• Decisão Administrativa Irreformável (Polêmica!)
• Decisão Judicial passada em julgado.

Dação em pagamento de bens Imóveis. Cabimento de bens móveis? - ADIN


– fere princípio licitatório / exigência de LC.
Causas de Exclusão do Crédito Tributário
Causas de Exclusão: Introdução.
Modalidades

Art. 175, CTN. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o
cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação
principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
Elementos Comuns / Comparativos
§ Causas de Exclusão: Inviabilizam de realização do lançamento /
constituição do crédito, embora ocorrido o FG/OT.
§ Reserva Legal (art. 97, inc. VI, CTN) e Lei Específica (art. 150, § 6, CF)
§ Interpretação literal (art. 111, CTN) – Inviabilidade de métodos
integrativos.
§ Obrigações acessórias – mantidas.
§ Despacho Concessivo não Gera Direito Adquirido.
§ Isenta-se Tributo/ Anistia-se penalidades.
Anistia X Isenção x Remissão
Imunidade Compromete a competência. Nega a competência.

Isenção Impede a constituição do Abrange o tributo.


crédito.

Anistia Impede a constituição do Abrange só infrações


crédito.

Remissão Atinge crédito já constituído. Pode abranger tudo.


Causas de Exclusão: Introdução.
Atividade Aula
Em uma política tributária voltada para a inovação, o Estado de Minas
Gerais concede um regime especial de ICMS, abrangendo isenção parcial, a
empresas condicionado a que façam investimentos em pesquisa e
desenvolvimento, conforme projeto com duração de ao menos 5 anos. A
isenção começa a viger em 2020. A sociedade TKL recebe o direito ao
regime especial em 2021 e ao invés de investir em P&D, realiza gastos
especiais para proteção Ambiental.
Mantém-se a isenção?
Atividade Aula
Em uma política tributária voltada para a inovação, o Estado de Minas
Gerais concede um regime especial de ICMS, abrangendo isenção parcial, a
empresas condicionado a que façam investimentos em pesquisa e
desenvolvimento, conforme projeto com duração de ao menos 5 anos. A
isenção começa a viger em 2020. A sociedade TKL recebe o direito ao
regime especial em 2021. Em 2022, lei revoga a lei concessiva da isenção.
Causas de Exclusão: Isenção.
Revogação de Isenção
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de
determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a
qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
SÚMULA 544, STF
Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas.
Isenções Onerosas – irrevogáveis, leis concessivas revogáveis – Direito
adquirido.
Isenções Não Onerosas – revogabilidade plena.
Baes legais.
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica
e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da
entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Atividade Aula
Perante o impacto da pandemia, o Estado de Minas Gerais em dezembro de
2020 concede isenção parcial de ICMS a empresas que só puderam abrir na
fase verde. A empresa TKL faz todo seu planejamento estratégico financeiro
para 2021 considerando esse cenário. Em Agosto, por meio de decreto, a
isenção é revogada, estabelecendo-se que a cobrança integral poderia ser
aplicada a partir de setembro.
Esse procedimento é correto? Qual (quais) seus vícios?
Princípio da Anterioridade e Revogação

• É a concessão de isenção majoração/instituição de tributo?

• STF – não, logo, inaplicabilidade Anterioridade.(há divergências)


• Dout. Tributária – é, logo, aplicabilidade anterioridade.
Impostos sobre a renda e o patrimônio

Art. 104, CTN. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos
sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira
mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Anistia
Anistia

Art. 180, CTN. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas


anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos
que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou
simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio
entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Causas de Suspensão do CT
Aspectos Gerais

§ Conceito exigibilidade.
§ Lista taxativa.
§ Certidão Positiva com Efeito de Negativa.
§ Não impede lançamento.
§ Não exclui obrigações acessórias.
Aspectos Gerais

Causa de Suspensão e Prazo Prescricional:

T1) Ausência de impacto. Previsão taxativa de interrupção (art. 174, CTN).


Única causa de suspensão prescrição (art. 155, inc. I, CTN).
T2) Doutrina: prescrição é punição da mora./ princípio actio nata.
Atividade Aula
Instituída CBS, a sociedade ABC do ramo da prestação de serviços impetrou
mandado de segurança, obtendo liminar para suspender a exigibilidade do
tributo em 2020. Em 2027, o Fisco realiza o lançamento referente aos anos
anteriores. Em 2030, o mandado de segurança é denegado, caindo a
liminar. Em 2031, o Fisco ajuíza execução fiscal cujo objeto é a cobrança da
CBS multa de mora, multa de ofício, juros e correção monetária. Analise a
situação com base no art. 63 da Lei 9.430/96.
O mesmo se aplicaria caso a cobrança fosse estadual?
Moratória
Moratória
§ Lei Ordinária (art. 97, inc. IV, CTN)
§ Desnecessidade de Lei Específica – art. 150, p. 6 , CTN (x Parcelamento)
§ Pode ser por região/ classe / categoria (art. 152, pu, CTN).
§ Créditos Passíveis de Moratória:
§ Já constituídos definitivamente / ou de lançamento já notificado
(art. 154, CTN), salvo lei em contrário.
§ Declarações – desnecessário lançamento.
Revogação Moratória
Individual:
Lei + Despacho. Ausência de Direito adquirido / Cabimento de exigência de
garantia

Versus

Geral: Direito Adquirido.


Não cabimento de garantia
Depósito do
Montante Integral
Depósito

§ Montante Integral: tributo + juros + CM + multa. / Dinheiro – Sum. 112,


STJ.
§ Direito do credor em fase administrativa / judicial
§ Vantagem: obstaculiza juros de mora.
§ Não é obrigatório (art. 38, LEF, SV 28, STF)

Levantamento do depósito. Versus. Conversão em renda.


Atividade Aula - 24

A sociedade ABC ajuizou ação declaratória da inexigibilidade do crédito


tributário, realizando o depósito judicial no valor de R$6.000.000,00 em
relação a débito decorrente de fato gerador ocorrido em 2014. O Fisco não
contestou o valor, ficando então suspenda a exigibilidade do crédito
tributário. 7 anos depois a ação é julgada improcedente, o Fisco então
realiza o lançamento suplementar de R$1.500.000,00. O que você considera
diante dessa situação.
Depósito Judicial e Lançamento

Discussão no caso de lançamento por homologação.

STJ – 1a turma .
Depósito = Pagamento – Lançamento tácito pelo decurso do tempo.

STJ – 2a turma – Necessidade lançamento – se não, decadência.


Parcelamento
Parcelamento x Denúncia Espontânea
Art. 138, CTN. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e
dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.
Versus.
Art. 155 § 1, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do
crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. (Incluído pela
Lcp nº 104, de 2001)
Outras formas
de suspensão
Outras Formas
Reclamações e Recursos Administrativos.
§ Conceito
§ Fundamento
§ Vantagens
§ Depósito Recursal – SV. 21/2009, Sum. 373, STJ
Liminares/ Antecipações de Tutela / Tutela Provisória.
§ Conceito
§ Fundamento
§ Vantagens
Prazo
Prazo prescricional Prazo
Decadencial material prescricional
Intercorrente

Processo Constitui- Embargos


Fato Lança-
Gerador Constitui- Adminis- ção Certidão de Fase Execução à
ção do CT mento definitiva Dívida Ativa Judicial Fiscal Execução
trativo do CT Fiscal

Causa de Certidão
Suspensão Positiva com
Causa de
CT Efeito de
Exclusão do
Negativa
CT

Causas de Extinção do Certidão


Inexistência CT Negativa de
do CT Débito
Tributário
Referências bibliográficas
MACHADO, Hugo de Brito. Comentários ao Código
Tributário Nacional. Artigos 1o a 95. 2a. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.

SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito Tributário. 4ª


edição. São Paulo: Saraiva, 2014.
Referências bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica.
Tradução Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno
Sudatti. 5a. ed. São Paulo: Edipro, 2012.

FERRAZ, Luciano; GODOI, Marciano Seabra de;


SPAGNOL, Werther Botelho. Curso de Direito
Financeiro e Tributário. Fórum: Belo Horizonte,
2014.
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Tributário Nacional. Artigos 1o a 95. 2a. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.

SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito Tributário. 4ª


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Referências
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Eletrônico. Acervo PUC Minas)

BORBA, Cláudio. Direito tributário. 28.ed. Rio de Janeiro: Editora Método, 2018. (Livro
Eletrônico. Acervo PUC Minas)

COÊLHO, Sacha Calmon. Curso de direito tributário brasileiro. 17.rev.e atual. Rio de Janeiro:
Forense, 2019. (Livro Eletrônico. Acervo PUC Minas)

DARZÉ, André M. Responsabilidade tributária: solidariedade e subsidiariedade. São Paulo:


Noeses, 2010.

PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributário. Coleção: Sucesso concursos públicos e OAB.
Coordenação José Roberto Neves Amorim. São Paulo: Manole, 2012.

SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito tributário. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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BECHO, Renato Lopes. Responsabilidade Tributária de Terceiros. CTN, arts. 134 e 135. São Paulo: Saraiva, 2013. sib.5010703.
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CHIMENTI, Ricardo Cunha, Direito Tributário, Direito Financeiro, Direito Orçamentário e Lei de Responsabilidade Fiscal.
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CUNHA, André Luiz Ferreira. Condomínios em Time-Sharing: Responsabilidade Tributária e Solidariedade no IPTU e no ITR. In:
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DIEFENTHAELER, Ricardo. As Pautas Fiscais no Regime de Substituição Progressiva do ICMS e a Neutralidade Tributária. In: Revista AJURIS. V.39.
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PRZEPIORKA, Michell, PINTO, Alexandre Evaristo. Responsabilidade Tributária das Plataformas Digitais. In: Revista de Direito Internacional
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SILVA, Suelen Marine. A responsabilidade tributário entre as sociedades empresárias que compõem grupos econômicos. Orientador: Flávio Couto
Bernardes. Ano 2020. Base de dados: SIB PUC Minas. sib.530817. (Dissertação. Acervo eletrônico PUC Minas)

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