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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.

1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903


28/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Mara da Silva Souza Boro
OAB/PR 48.728

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ84R D2LDA 5U5S9 QT7DK


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DE MARIALVA/PR

COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

MARA DA SILVA SOUZA BORO, brasileira, Casada, advogada, Inscrita na OAB/PR


sob nº 48.728 e portadora da Cédula de Identidade RG nº 8.744.273-0 e inscrita no
CPF/MF: 009.428.189-03, residente e domiciliada em Marialva – Paraná. Sito a Rua João
Paschoini, nº 321 Bloco D Apto 301, com endereço eletrônico [email protected],
neste ato agindo em causa própria. Vem, respeitosamente presença de Vossa Excelência,
com fundamento nos arts. 3º, 6º, IV, V, VI e VIII, 14 e 101, I, todos do Código de Defesa
do Consumidor e no arts 186, 187 e 927, Código Civil, propor a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER

COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de GRUPO HU VIAGENS E TURISMO S/A (HURB TECHNOLOGIES),


inscrita no CNPJ/MF sob nº 12.954.744/0001-24 e sede na Avenida João Cabral de Melo
Neto, 400, 7º andar, Barra da Tijuca, CEP: 22.775-057, cidade e Estado do Rio de Janeiro,
e o faz, com base nas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

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Rua Aristides Lobo, nº 350- Zona 07 – Fone (44) 3225-1754 – Fax (44) 3028-6509
CEP 87030-240 – Maringá - Paraná – E-mail : [email protected]
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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903
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I - Dos Fatos.

Em 09 de Novembro de 2021, a Requerente adquiriu para si para seu esposo, pacote de


viagem com destino à Pacote de Viagem Buenos Aires + Jantar com Show de Tango -
2023, cujo número de pedido é 8052573, conforme documentação anexa.

O pacote incluía Aéreo: passagens aéreas de ida e volta para Bueno Aires - Aeroporto
Jorge Newbery (AEP) ou Aeroporto Internacional Ministro Pistarini (EZE), em classe
econômica, podendo haver conexão e/ou escala nos trechos.

Bagagem: sua mala de mão deve pesar até 10kg para ser acomodada no bagageiro do
avião. Caso exceda esse limite, o envio das bagagens extras pode ser comprado com a
companhia aérea.

Hospedagem: em Buenos Aires. O Hurb definirá a hospedagem, a partir da disponibilidade


e tarifário promocional dos parceiros locais. Nesta oferta, as opções de hospedagem se
encaixam na categoria econômica e não oferecem café da manhã, como por exemplo, o
Hotel Facon Grande, Hotel Ibis Buenos Aires Congreso ou Hotel Uthgra de las Luces.

Atividade: Jantar com Show de Tango no Esquina Homero Manzi..

Tal pacote previa a disponibilização de 3 datas de escolha da Requerente entre as datas


01/03/2023 a 30/11/2024. Assim a requerente escolheu as seguintes datas: Data Sugerida
1:19/04/2023 Data sugerida 2 08/06/2023 Data sugerida 3 06/05/2023.

Em 17 de Janeiro de 2023 a Requerente recebeu a Opção de voo Guarulhos Buenos Aires

Origem Guarulhos - Brasil (GRU)

Partida Sex 18/08/2023 03:15

Cia Aérea Flybondi Lineas Aereas

Destino Buenos Aires - Argentina (EZE)

Chegada - Duração: 3h5min

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Sex 18/08/2023 06:20

Voo 5801

Buenos Aires Guarulhos

Origem Buenos Aires - Argentina (EZE)

Partida Ter 22/08/2023 23:45

Cia Aérea Flybondi Lineas Aereas

Destino Guarulhos - Brasil (GRU)

Chegada - Duração: 2h40min

Qua 23/08/2023 02:25

Voo 5800

A Requerente aceitou de pronto, entrou por diversas vezes no Chat para confirmar se
estava ok o voo e todas as precauções necessárias.

Como a viagem partiria do aeroporto de Guarulhos SP a Requerente precisaria conseguir


meios para seu deslocamento até este Aeroporto. Foi quando em 18/04/2023 após
novamente entrar em contato com a empresa adquiriu passagens aereas partindo de
Londrina-Pr com direção ao Aeroporto de Guarulhos nas datas determinadas para
embarque e desembarque.

Ocorre Excelência, que com o decorrer do tempo a Requerida passou a agir com descaso
agindo com tamanho desprezo e desrespeito, uma vez que a data de viagem estava proxima
e não fornecia o nome do Hotel, apesar da insistência da Requerente.

Até que no dia 27/07/2023, apenas 22 dias da viagem agendada, após a requerente ter
adquido as passagens para deslocamento até o Aeroporto de Guarulhos, após a mesma ter
adquirido roupas adequadas para o Inverto Argentino, calçados e malas, e demais gastos
que uma viagem costuma ter recebeu um email, sem nenhuma explicação solicitando que
não se dirigisse ao aeroporto que sua viagem teria que ser adiada.

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A requerente com tudo pronto para sua viagem, já acordado o período de ausência no seu
trabalho, malas, roupas e calçado e passagem para realizar sua viagem e recebe uma noticia
dessa sem explicação ou justificativa.

O desrespeito contratual é evidente, haja vista que praticamente ás vesperas da viagem dos
sonhos a Requerida foi tolida, sem justificativa e amargando grande prejuízo.

Após esse email a requerida entrou em contato atraves do Chat da agência, atraves do site
de Reclamações Reclame aqui e nem ao menos uma justificativa uma tentativa de
amenizar o prejuízo da Requerente, nada por parte da Requerida.

A Requerida vem encaminhando e-mails aos seus clientes impondo prazos de para
remarcação da viagem para o primeiro semestre de 2024, porém a Requerente não está de
acordo com tal imposição, uma vez que socorre ao Poder Judiciário para fazer valer seus
direitos e cumprir com que foi pactuado ( Pacta Sunt Servanda)

A Requerente, bem como seu companheiro se programaram, marcaram férias,


organizaram-se financeiramente e ficaram a mercê da Requerida, que se quer cumprira
conforme contratado. As conversas via chat, acostadas aos autos, demonstram e
comprovam a má-fé que a Requerida vem agindo com seus clientes a nível Brasil.

A Requerente somente suplica a Vs. Excelência que seja cumprida o que fora contratado,
ou seja, os voos encaminhados nas datas convencionadas.

Pois bem Excelência, é notório em toda mídia que a Requerida vem sofrendo diversas
ações judiciais pelo Brasil a fora, inclusive sendo acionados via PROCON, CONGRESSO
NACIONAL, entre outras autarquias, haja vista que não estão conseguindo honrar com
seus compromissos para com seus clientes, ou seja, não estão entregando os voos, hotéis,
pacotes como fora pactuado.

Vale destacar Excelência, a título de conhecimento, que a empresa Requerida no auge da


pandemia do Covid-19 cresceu em torno de 40% a 50% em relação às demais empresas do
ramo da hotelaria.
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A requerente providenciou toda a documentação, se organizou financeiramente, planejou-
se, criou-se todas as expectativas naturais de uma viagem dessa, principalmente por ser seu
sonho viajar com seu companheiro e vem recebendo verdadeiro desprezo e desalento e
continua ansiosa aguardando seu voo para a tão sonhada viagem.

Assim, o que houve na espécie, fora a desorganização da Ré, bem como o seu DESDÉM
com a expectativa e a programação de seus consumidores, ora Autora, o que não pode ser
admitido!

Cumpre ressaltar Excelência, que a Requerente vem tentando de todas as formas


amigavelmente uma solução, inclusive via chat disponibilizada pela Requerida, via email,
chat, site de reclamação conforme se pode verificar em anexo, de todas as maneiras
possível, porém sem sucesso e não lhe resta outra alternativa a não ser a socorrer ao
Judiciário para fazer valer seu direito como medida da mais lídima Justiça !

II- Do Direito.

II.I - Do Reconhecimento da Relação de Consumo e Aplicação do Código de Defesa do


Consumidor e Inversão do Ônus da Prova.

Por proêmio, cumpre destacar que ao presente caso deverá ser aplicado o Código de
Defesa do Consumidor, haja vista a inegável existência de relação de consumo entre as
partes.

A Requerente é consumidora, porquanto preenche os requisitos do art. 2º do CDC, ao


passo em que a Requerida é fornecedora, consoante o previsto no art. 3º do mesmo
diploma legal.

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Desta forma, à luz da legislação consumerista e da jurisprudência pátria, deverá ser
observado à Requerente, a reparação dos danos patrimoniais e morais advindos da violação
dos seus direitos, bem como a facilitação do exercício da defesa, por ser parte
hipossuficiente da relação (art. 6º, VII e VIII, do Código de Defesa do Consumidor).

Evidente que a Requerente, na qualidade de consumidora é parte hipossuficiente, do ponto


de vista econômico e técnico, ao ser comparada com a Requerida, pois esta possui
melhores condições de trazer aos autos os elementos probatórios necessários para a
resolução da lide.

Assim sendo, inegável a inversão do ônus da prova em favor da Autora, a qual requer sua
aplicação ao presente caso.

II.II - Da Teoria do Risco/Proveito e da Responsabilidade Objetiva da Requerida.

Segundo o doutrina, "toda atividade humana gera proveitos para quem a explora e riscos
para outrem", sendo chamada de teoria do risco-proveito.

Demonstra-se assim, uma relação entre proveito e ônus, no qual a falta dessa
responsabilização acarretaria benefícios indevidos para quem explora a atividade.

No presente caso, resta evidente o vício do serviço, haja vista que a própria fornecedora faz
prova contra sí mesma e evidencia sua falha na prestação dos serviços, aplicando-se , in
casu, o quanto disposto no artigo 14 do CDC, in verbis:

"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,


pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos.
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§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode
esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido".

Se o indivíduo privilegiado pelo proveito econômico não responde pelos danos causados
em detrimento dos riscos que foram criados, ocorreria o enriquecimento ilícito, vedado
pelo referido art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.

Destaque-se que referido art. 14 do CDC, deriva de um dispositivo da norma civil, ou seja,
do art. 927, parágrafo único, e embasa a teoria do risco do empreendimento, porque é
dirigido, especificamente ao fornecedor de serviço, "in verbis":

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos


casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

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Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

II.III - Da Responsabilidade do Fornecedor de Serviços ante a Disparidade Constante da


Oferta Publicitária - art. 20 do CDC.

Ademais, o artigo 20, inciso I, do CDC dispõe que, em caso de vício de qualidade do
serviço, no que se inclui evidentemente o defeito na prestação do serviço, o consumidor
tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação, e até a execução do serviço, se
necessário, sem custo adicional. Destacamos:

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível".

Assim, o fornecedor é quem arca com o ônus resultante dos danos por sua atividade
econômica, sob pena de enriquecimento ilícito. Isso significa, no caso em apreço, que a
Requerente tem o direito de que a Requerida cumpra sua obrigação de fazer, dentro das
datas que foram pactuadas inicialmente.

Ademais, o artigo 84 do CDC, determina que nas ações de obrigação de fazer será
concedida a tutela específica:

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Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que asseguram
o resultado prático equivalente ao do adimplemento."

Ademais, o § 4º do artigo 84 do CDC embasa a aplicação de multa coercitiva requerida


pelos Autores:

§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária ao réu,


independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito".

Ante todo o exposto, pede-se a condenação da Requerida no cumprimento da obrigação de


fazer nos termos ora apresentados.

II.IV - Da Concessão da Tutela de Urgência.

Por todo o exposto acima indicado, resta claro que a Requerida vem descumprindo
reiteradamente a obrigação e lesando a Requerente e terceiros, sem disponibilizar as
viagens programadas, e considerando que a data indicada pela Requerente para sua viagem
foi marcada e após se organizar para fazê-la a empresa contratada, ora Requerida
desmarcou em cima da hora, com fundamento nos artigos 300 do CPC e 84, § 3º, do CDC,
que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA , determinando que a Requerida cumpra a
obrigação de fazer no que tange efetiva disponibilização do pacote de viagem para Buenos
Aires - 2023, ma data agendada.

Caso não cumprida a referida tutela de urgência, com a emissão das passagens ida e volta
das respectivas cidades em nome da Requerente, dentro das datas indicadas, requer-se seja
aplicada MULTA DIÁRIA de R$ 1.000,00 (Um mil reais) de modo a dissuadir a

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Requerida a não incorrer nas mesmas condutas, observado o caráter punitivo pedagógico
da medida.

Veja Excelência, presentes estão os requisitos para a concessão da tutela antecipada:


probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo

Em relação à probabilidade do direito - é evidente que a Requerida possui direitos a serem


respeitados/cumpridos.

Os contratos são norteados com base nos princípios da boa-fé objetiva, equilíbrio
contratual entre as partes, autonomia privada, Pacta Sunt Servanda , não podendo
simplesmente alterarem o que fora pactuado, desvirtuar a data de seus voos, haja vista que
a Requerente já se programou, organizou-se burocraticamente falando, adquiriu utensílios,
objetos para uma viagem de grande porte como essa.

Pela prisma do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo - o prazo imposto à
Requerente para receber seus voos já cessou, inclusive a viagem foi marcada e desmarcada
em cima da hora poucos dias antes do embarque , e por tal motivo urgente é que se pleiteia
a tutela antecipada, para que a Requerida forneça os voucher’s como contratado, do
contrário estarão adiando sua viagem ou recebendo os valores pagos, o que não compactua
com a vontade da Requerente, uma vez que, frisa- se, que a requerente possui a vontade de
tão somente ver honrado o que foi contratado.

Sendo assim, resta evidenciado os requisitos para a concessão da liminar em sede de


cognição sumária, nos termos do art 300, NCPC e, portanto, requer que Vs. Excelência se
assim entender, deferir a tutela antecipada, mormente pleiteada.

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II.V - Do Dano Moral.

O pacote da viagem foi adquirido com a finalidade de usufrui-lo no período primeiro


semestre de 2023, foi marcado para o início do segundo semestre e cancelado de ultima
hora. Caso a obrigação não seja cumprida, o contratempo culminará na impossibilidade de
que a Requerente e seu companheiro usufruam do pacote dentro do período programado, o
que geraria diversos dissabores e tristeza.

Na presente situação o dano moral também deve ser baseado na aplicação da teoria desvio
produtivo do consumidor, que defende o fato de que todo o tempo desperdiçado pelo
consumidor para a solução de problemas gerados por maus fornecedores constitui prejuízo
anímico compensável, plenamente reconhecido pelo C. STJ

Materializada, por todos os ângulos, a violação a direitos básicos do consumidor


(confiança e justa expectativa), a quem o Estado deve defender, reprimindo todos os
abusos praticados no mercado. O dano, na espécie, é in re ipsa , que dispensa prova de
maiores reflexos, patrimoniais ou morais. Assim, fica evidente a responsabilidade civil de
indenizar.

Dessa forma, caso a viagem não seja realizada até a data convencionada, estará verificado
o evento danoso e surgirá a necessidade de sua reparação, nos termos do inciso X do artigo
5º da Constituição Federal, nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil.

O descumprimento da obrigação e o desrespeito por parte da ré está comprovado e é


evidente.

Não há justificativa para esse tipo de comportamento ABUSIVO e DESRESPEITOSO ,


que só tem solução quando chega ao Poder Judiciário e não se trata de simples falha do
fornecedor do serviço.

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CEP 87030-240 – Maringá - Paraná – E-mail : [email protected]
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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903
28/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Mara da Silva Souza Boro
OAB/PR 48.728

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJ84R D2LDA 5U5S9 QT7DK


As mensagens e e-mails anexos comprovam todo o empenho da Requerente na solução do
problema e a renitência desrespeitosa e injustificável da Requerida.

Constatado o desdém da Requerida e a ofensa aos direitos da personalidade da Requerente,


merece a Ré ser condenada no pagamento de justa indenização por dano moral no valor de
R$ 15.000,00 (Quinze mil reais), o que se revela justo por todos os problemas que vem
ocasionando a Requerente e sua família.

III - Dos Pedidos e Requerimentos.

Diante do exposto, vem, respeitosamente, requerer:

a) Concessão da Justiça Gratuita a Requerente, por ser pessoa pobre na acepção jurídicas
do termo, com base nos art 5º, LXXIV, CRFB/88, art. 98 e seguintes da Lei 13.105/2015,
bem como nos termos da lei 1060/50 e art 54 da lei 9099/95;

b) A concessão da Tutela de Urgência para compelir a Requerida a cumprir sua obrigação


de fazer, que consiste na efetiva disponibilização da viagem para Buenos Aires e a entrega
de seu voucher disponibilizando as passagens aéreas em nome da Requerente, conforme
contratado.

c) Em caso de descumprimento da tutela de urgência, requer desde já, seja aplicada multa
diária de R$ 1.000,00, sem prejuízo da adoção de medidas visando o resultado prático
correspondente, nos termos do artigo 84, do CDC;

d) Em caso de descumprimento da obrigação e não realização da viagem na data


convencionada, pugna ainda, seja a Requerida condenada ao pagamento de justa
indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00;

e) Caso não seja realizada a viagem no período programado que seja condenada a
devolução dos valores pagos R$1596,90 (um mil quinhentos e noventa e seis reais e
noventa centavos) corrigidos desde o pagamento, bem como o reembolso no valor

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R$693,14 (Seiscentos e noventa e três reais e quatorze centavos) também devidamente
corrigidos referente a compra de passagens aéreas compradas exclusivamente para
deslocamento até o local de embarque da viagem programada;

f) Requer que seja citada a empresa Requerida , para que querendo ofereça contestação
dentro do prazo legal, sob pena de revelia;

g) Nos termos do art. 319, VIII do CPC, a Requerente informa que não possui interesse na
audiência de conciliação , haja vista que o prazo para entrega dos voos já se avizinha e
portanto não é plausível a referida audiência dentro do prazo legal, mas que eventual
composição amigável pode ser realizada mediante contato no e-mail
[email protected] ou mediante a disponibilização do voucher no site ou
aplicativo da Requerida;

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.

Atribui-se à causa o valor de R$ 17.290,04

Termos em que,

Pede Deferimento.

Marialva,14 de Agosto de 2023.

MARA DA SILVA SOUZA BORO

OAB/PR 48.728

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