Acaohurb
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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Mara da Silva Souza Boro
OAB/PR 48.728
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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903
28/08/2023: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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O pacote incluía Aéreo: passagens aéreas de ida e volta para Bueno Aires - Aeroporto
Jorge Newbery (AEP) ou Aeroporto Internacional Ministro Pistarini (EZE), em classe
econômica, podendo haver conexão e/ou escala nos trechos.
Bagagem: sua mala de mão deve pesar até 10kg para ser acomodada no bagageiro do
avião. Caso exceda esse limite, o envio das bagagens extras pode ser comprado com a
companhia aérea.
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Voo 5801
Voo 5800
A Requerente aceitou de pronto, entrou por diversas vezes no Chat para confirmar se
estava ok o voo e todas as precauções necessárias.
Ocorre Excelência, que com o decorrer do tempo a Requerida passou a agir com descaso
agindo com tamanho desprezo e desrespeito, uma vez que a data de viagem estava proxima
e não fornecia o nome do Hotel, apesar da insistência da Requerente.
Até que no dia 27/07/2023, apenas 22 dias da viagem agendada, após a requerente ter
adquido as passagens para deslocamento até o Aeroporto de Guarulhos, após a mesma ter
adquirido roupas adequadas para o Inverto Argentino, calçados e malas, e demais gastos
que uma viagem costuma ter recebeu um email, sem nenhuma explicação solicitando que
não se dirigisse ao aeroporto que sua viagem teria que ser adiada.
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O desrespeito contratual é evidente, haja vista que praticamente ás vesperas da viagem dos
sonhos a Requerida foi tolida, sem justificativa e amargando grande prejuízo.
Após esse email a requerida entrou em contato atraves do Chat da agência, atraves do site
de Reclamações Reclame aqui e nem ao menos uma justificativa uma tentativa de
amenizar o prejuízo da Requerente, nada por parte da Requerida.
A Requerida vem encaminhando e-mails aos seus clientes impondo prazos de para
remarcação da viagem para o primeiro semestre de 2024, porém a Requerente não está de
acordo com tal imposição, uma vez que socorre ao Poder Judiciário para fazer valer seus
direitos e cumprir com que foi pactuado ( Pacta Sunt Servanda)
A Requerente somente suplica a Vs. Excelência que seja cumprida o que fora contratado,
ou seja, os voos encaminhados nas datas convencionadas.
Pois bem Excelência, é notório em toda mídia que a Requerida vem sofrendo diversas
ações judiciais pelo Brasil a fora, inclusive sendo acionados via PROCON, CONGRESSO
NACIONAL, entre outras autarquias, haja vista que não estão conseguindo honrar com
seus compromissos para com seus clientes, ou seja, não estão entregando os voos, hotéis,
pacotes como fora pactuado.
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Assim, o que houve na espécie, fora a desorganização da Ré, bem como o seu DESDÉM
com a expectativa e a programação de seus consumidores, ora Autora, o que não pode ser
admitido!
II- Do Direito.
Por proêmio, cumpre destacar que ao presente caso deverá ser aplicado o Código de
Defesa do Consumidor, haja vista a inegável existência de relação de consumo entre as
partes.
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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903
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Assim sendo, inegável a inversão do ônus da prova em favor da Autora, a qual requer sua
aplicação ao presente caso.
Segundo o doutrina, "toda atividade humana gera proveitos para quem a explora e riscos
para outrem", sendo chamada de teoria do risco-proveito.
Demonstra-se assim, uma relação entre proveito e ônus, no qual a falta dessa
responsabilização acarretaria benefícios indevidos para quem explora a atividade.
No presente caso, resta evidente o vício do serviço, haja vista que a própria fornecedora faz
prova contra sí mesma e evidencia sua falha na prestação dos serviços, aplicando-se , in
casu, o quanto disposto no artigo 14 do CDC, in verbis:
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Se o indivíduo privilegiado pelo proveito econômico não responde pelos danos causados
em detrimento dos riscos que foram criados, ocorreria o enriquecimento ilícito, vedado
pelo referido art. 14 do Código de Defesa do Consumidor.
Destaque-se que referido art. 14 do CDC, deriva de um dispositivo da norma civil, ou seja,
do art. 927, parágrafo único, e embasa a teoria do risco do empreendimento, porque é
dirigido, especificamente ao fornecedor de serviço, "in verbis":
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado
a repará-lo.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
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PROJUDI - Processo: 0002715-43.2023.8.16.0113 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Mara da Silva Souza Boro:00942818903
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Ademais, o artigo 20, inciso I, do CDC dispõe que, em caso de vício de qualidade do
serviço, no que se inclui evidentemente o defeito na prestação do serviço, o consumidor
tem o direito de exigir o cumprimento da obrigação, e até a execução do serviço, se
necessário, sem custo adicional. Destacamos:
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da
disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
Assim, o fornecedor é quem arca com o ônus resultante dos danos por sua atividade
econômica, sob pena de enriquecimento ilícito. Isso significa, no caso em apreço, que a
Requerente tem o direito de que a Requerida cumpra sua obrigação de fazer, dentro das
datas que foram pactuadas inicialmente.
Ademais, o artigo 84 do CDC, determina que nas ações de obrigação de fazer será
concedida a tutela específica:
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Por todo o exposto acima indicado, resta claro que a Requerida vem descumprindo
reiteradamente a obrigação e lesando a Requerente e terceiros, sem disponibilizar as
viagens programadas, e considerando que a data indicada pela Requerente para sua viagem
foi marcada e após se organizar para fazê-la a empresa contratada, ora Requerida
desmarcou em cima da hora, com fundamento nos artigos 300 do CPC e 84, § 3º, do CDC,
que seja concedida TUTELA DE URGÊNCIA , determinando que a Requerida cumpra a
obrigação de fazer no que tange efetiva disponibilização do pacote de viagem para Buenos
Aires - 2023, ma data agendada.
Caso não cumprida a referida tutela de urgência, com a emissão das passagens ida e volta
das respectivas cidades em nome da Requerente, dentro das datas indicadas, requer-se seja
aplicada MULTA DIÁRIA de R$ 1.000,00 (Um mil reais) de modo a dissuadir a
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Os contratos são norteados com base nos princípios da boa-fé objetiva, equilíbrio
contratual entre as partes, autonomia privada, Pacta Sunt Servanda , não podendo
simplesmente alterarem o que fora pactuado, desvirtuar a data de seus voos, haja vista que
a Requerente já se programou, organizou-se burocraticamente falando, adquiriu utensílios,
objetos para uma viagem de grande porte como essa.
Pela prisma do perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo - o prazo imposto à
Requerente para receber seus voos já cessou, inclusive a viagem foi marcada e desmarcada
em cima da hora poucos dias antes do embarque , e por tal motivo urgente é que se pleiteia
a tutela antecipada, para que a Requerida forneça os voucher’s como contratado, do
contrário estarão adiando sua viagem ou recebendo os valores pagos, o que não compactua
com a vontade da Requerente, uma vez que, frisa- se, que a requerente possui a vontade de
tão somente ver honrado o que foi contratado.
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Na presente situação o dano moral também deve ser baseado na aplicação da teoria desvio
produtivo do consumidor, que defende o fato de que todo o tempo desperdiçado pelo
consumidor para a solução de problemas gerados por maus fornecedores constitui prejuízo
anímico compensável, plenamente reconhecido pelo C. STJ
Dessa forma, caso a viagem não seja realizada até a data convencionada, estará verificado
o evento danoso e surgirá a necessidade de sua reparação, nos termos do inciso X do artigo
5º da Constituição Federal, nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil.
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a) Concessão da Justiça Gratuita a Requerente, por ser pessoa pobre na acepção jurídicas
do termo, com base nos art 5º, LXXIV, CRFB/88, art. 98 e seguintes da Lei 13.105/2015,
bem como nos termos da lei 1060/50 e art 54 da lei 9099/95;
c) Em caso de descumprimento da tutela de urgência, requer desde já, seja aplicada multa
diária de R$ 1.000,00, sem prejuízo da adoção de medidas visando o resultado prático
correspondente, nos termos do artigo 84, do CDC;
e) Caso não seja realizada a viagem no período programado que seja condenada a
devolução dos valores pagos R$1596,90 (um mil quinhentos e noventa e seis reais e
noventa centavos) corrigidos desde o pagamento, bem como o reembolso no valor
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f) Requer que seja citada a empresa Requerida , para que querendo ofereça contestação
dentro do prazo legal, sob pena de revelia;
g) Nos termos do art. 319, VIII do CPC, a Requerente informa que não possui interesse na
audiência de conciliação , haja vista que o prazo para entrega dos voos já se avizinha e
portanto não é plausível a referida audiência dentro do prazo legal, mas que eventual
composição amigável pode ser realizada mediante contato no e-mail
[email protected] ou mediante a disponibilização do voucher no site ou
aplicativo da Requerida;
Termos em que,
Pede Deferimento.
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