Fichamento - Catadores Da Cultura Visual
Fichamento - Catadores Da Cultura Visual
Fichamento - Catadores Da Cultura Visual
Sobre o autor
● Professor e pesquisador da Universidade de Barcelona
● Coordenador do curso de Doutorado em Arte e Educação
● Já esteve no Brasil, inclusive em 2016 em um evento da Rede Municipal de Ensino
de Florianópolis.
● Escreve sobre a educação da cultura visual.
● Defende uma organização curricular a partir da perspectiva educativa de projetos de
trabalho (PEPT).
Sobre o livro
● Publicado pela primeira vez em 2003, faz parte da Coleção Educação e Arte, da
Editora Mediação, de Porto Alegre.
● Reúne imagens, teorias, autores e situações para fundamentar as questões da
cultura visual e discutir seus pressupostos.
● Instiga à reflexão dos efeitos sociais das representações visuais.
● Fornece pistas para a construção de uma metodologia de trabalho com as imagens.
● Chama a atenção para a importância de se enfatizar a fluidez das imagens no
cotidiano e pensar sobre os sentidos produzidos nas mediações com crianças,
jovens e adultos.
Capítulo 2: Os estudos da cultura visual como ponto de partida para uma outra
narrativa
● Inicia o capítulo falando da necessidade de revisar as narrativas dominantes na
educação das artes visuais.
● A educação da cultura visual contribui para “[...] explorar as vias e os meios de
‘eficácia simbólica’, centrando-se no papel mediador dos diferentes artefactos
culturais e de objetos ‘reais’ e virtuais.” (p. 41)
● Muitas propostas de educação das artes visuais se apoiam “‘em procedimentos e
práticas que têm por base procedimentos e práticas do século XIX, presos a visões
e propósitos artísticos confortáveis e sem pretensões’”
● “Tais enfoques não devem ser considerados como uma ameaça, mas como um
convite ao estabelecimento de pontes com outras bases epistemológicas, outros
saberes disciplinares, novas formas e meios de representação, assim como com as
metodologias que surgem em termos da interpretação da imagem, do visual e da
visualidade” (p. 42)
● “Não devemos esquecer de que repensar os fundamentos da educação das artes
visuais não é um fato inédito”, e assim ele apresenta as principais mudanças
ocorridas no ensino da arte, como a mudança da cópia de modelos para a
perspectiva expressivista, ou o surgimento da perspectiva disciplinar com o DBAE
nos EUA e a Abordagem Triangular no Brasil.
● A partir disso surge a pergunta: “a educação das artes visuais pode incorporar as
contribuições dos estudos da Cultura Visual no sentido da revisão de seus
fundamentos, de suas finalidades e das práticas pedagógicas, de modo que possa
responder às mudanças nas representações visuais e nas experiências de
subjetivação das sociedades contemporâneas?" (p. 44)
● Ele cita alguma contribuições e depois diz: “levar em conta tais contribuições exige
uma abordagem contextualizada dos artefatos relacionados às representações
visuais, para além dos considerados como objetos artísticos pelos historiadores e
teóricos da arte e que incorporam as manifestações da cultura popular como
mediadoras de experiências de subjetividade"
● Os estudos da cultura visual como referência para a educação das artes visuais:
esboçar uma proposta a partir de perguntas
● Ele apresenta alguns autores que “sugeriam a inclusão de manifestações da cultura
e da arte popular e a ênfase à educação estéticas vinculada à cotidianidade.
Entretanto, faziam-no de maneira aditiva, como algo mais dentro da corrente
disciplinar dominante. O que significava que, de certo modo, as Belas Artes
continuavam sendo o campo que determinava os objetos de estudo” (p. 48)
● Apresenta também um quadro com diferentes tipos de metodologias do visual, com
antigas e novas abordagens. Em seguida, diz que “[...] as diferenças entre os
autores apontados estão relacionadas ao que, para Kerry Freedman, constitui o
tema central dos debates pós-modernos: a mudança na esfera cultural”. (p. 51)
● “A cultura visual está em expansão da mesma maneira que o campo das artes
visuais” (Freedman)
● “Ao mesmo tempo em que são produzidas estas novas relações, ampliam-se os
debates em torno ao ‘cânone do mundo da arte, ou sobre o que é ou não arte’”.
● Mitchel argumenta que “estudar a cultura visual pode facilitar aos estudantes uma
série de ferramentas críticas para a investigação da visualidade humana e não para
transmitir um corpo específico de informação e valores”
● Nesse sentido, alguns autores procuram esboçar um currículo de cultura visual a
partir de perguntas, como Mitchel (2000 [1995]) Rogoff (1998) e Eisenhower (2006).
● Como alternativa para uma concepção educativa centrada no “decifrar”, que envolve
perguntas como “o que vemos? Que significados quis passar o autor”, as questões
propostas por estes autores “deslocam o objeto de estudo para uma posição
marginal. Este deslocamento convida a uma abordagem crítica, que duvide da
verdade da própria representação, colocando-a em relação com outras imagens,
outros contextos e questionamentos (relações de poder, por exemplo), vinculando-a
às experiências dos observadores de diferentes tempos e lugares e favorecendo
práticas de apropriação conectadas a problemáticas atuais ou emergentes”. (p. 56)
● Fala também sobre os múltiplos alfabetismos e a educação a partir da cultura visual,
pois “o importante não é apenas aprender a ler os textos, mas também - como
escreveu Paulo Freire - interpretar o mundo para atuar nele a partir de uma
conscientização que leve à emancipação” (p. 58)
● Múltiplos alfabetismos: “Considerando-se que a comunicação (ou o ruído
informativo) se constitui por meio de novos textos e meios, e que o ‘alfabetismo’ se
dá, não só através da escrita, mas através de meios visuais, sonoros, mímicos e por
multimídias, faz-se necessário repensar o que quer dizer ‘alfabetismo’ e repensar as
práticas que o promovem.” (p. 59)
● “Esta situação requer que o professor crie condições apropriadas para a
aprendizagem e leve em conta o universo de experiência dos estudantes. [...] os
docentes devem expandir seus repertórios” - learning by design project