Simoes ElaineCristina M
Simoes ElaineCristina M
Simoes ElaineCristina M
Comissão Examinadora:
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Prof. Dr. Antonio Carlos de Moraes a quem expresso minha profunda admiração e
gratidão por acreditar em meu potencial, pela dedicação, paciência e seriedade com a qual
orientou este trabalho, pelas oportunidades e, sobretudo pela amizade. Sem dúvida não foi apenas
orientador acadêmico, mas um conselheiro de vida.
AGRADECIMENTOS
O importante é estar pronto, para a qualquer momento sacrificar o que somos pelo
que podemos vir a ser.
Charles Du Bois
AGRADECIMENTOS
Aos meus amigos que fizeram parte deste processo e ao longo deste período me
incentivaram, apoiaram e souberam compreender minha ausência
Ao amigo e prof. Ms. Norberto de Toledo, pela confiança, acompanhamento, atenção
e disposição em discutir aspectos acadêmicos e profissionais.
Ao Prof. Dr. Gilson Rambelli, pela atenção e oportunidade de conhecimento.
Ao Daniel Minarni do Laboratório de informática, pela ajuda na formatação deste
trabalho.
Não temos tanta necessidade dos serviços de nossos amigos, como da certeza de que eles
estariam dispostos a prestá-los
Epicuro
xvn
SUMÁRIO
2 Objetivos ..................................................................................................... 04
2.1 Objetivo geral ......................................................................................... 04
2.2 Objetivos específicos ............................................................................... 04
6 Conclusões ................................................................................................... 48
Anexos ......................................................................................................... 62
XlX
RESUMO
ABSTRACT
The electromyography studies have been a source of consultation of muscular action in different
situations it has been used to know the electric activity produced when the moving unit is
activated. Muscular contractions repetition can lead to a iack of power production or power
maintenance. The narne of this phenomenom is Muscular Fatigue. There are many mechanisrns
involved in this process, as well as some factors that interfere indirectly, for instance, intensity,
exercise duration and involved muscuiature. The goal of this study is to analyze the
electromyographyc activity of muscles Rectus Femoris, Vastus Lateralis and Vastus Medialis
during the centrics and eccentrics actions ofknee movements made on extension table.
To be part o f this experiment 1O soccer atbletes of from Infantile and Juvenile category, aging
between 17 and 19. In order to receive electromyographycs signs it was used eletrode of
desposable surface. In the first time it was realized a maximum isometric voluntary contraction
during 15 seconds (MCVI-1). Later four sequences of movement with 80% of maximum
individual weight were accomplished it was obtained by test of maximum weight. For this
sequence it was determined a time of 60 seconds and 12 repetitions in each sequence. At the end
ofthe sequences, a maximum isometric contraction (MCVI-2) was achieved. The results obtained
were grouped together in value o f standard deviation and average. In order to statistical treatrnent
a variance analysis was used (ANOVA) with repeated meassurements followed by the Tukey
test. The levei of signi:ficance was established 5% (p<0,05). The results show the studied muscles
presented action potential in all analysed movement, being bigger in the maximum isometric
voluntary contraction (MCVI-1 e MCVI-2). The potential of action have demonstrated that the
fatigue process of the muscles started the 3'd movement. However, knowing the pause between
3'd and 4th sequences, the subjects could start the 4th sequence but couldn't make it to the end of
the expected time in 60 seconds.
l. INTRODUÇÃO
Tal fadiga é muito peculiar no dia a dia dos atletas e chega a ser o elemento prejudici-
al das competições. O treinamento esportivo visa criar meios para resistir ou retardar o processo
de fadiga muscular.
Conhecer o trabalho muscular e a melhor forma de realizá-lo reveste-se de importân-
cia e para isso a eletrorniografia tem sido muito utilizada.
A eletrorniografia vem sendo usada para compreender a atividade elétrica produzida
quando as unidades motoras são ativadas (BASMAJIAN, 1976). É bastante empregada para ava-
liar e interpretar a fadiga muscular (STEFANIDIS et al., 2001).
Estudos têm sido realizados através da eletromiografia em diversas situações a fim de
se obter mais informações acerca de vários músculos. Muitos pesquisadores utilizam-na como
objeto de estudo.
Cruz e Bankoff (2003) desenvolveram um estudo a fim de verificar o comportamento
dos músculos posteriores da coxa e do músculo Gastrocnêmio em dois modelos diferentes de pe-
dais no ciclismo. Concluiram haver atividade eletromiográfica menor dos músculos posteriores
da coxa com a utilização do pedal do tipo "clipless" (sem trava).
Correa et al. (2002) verificaram, por meio da eletromiografia, um comportamento si-
milar dos músculos extensores do joelho durante atividades funcionais.
Moraes e Bankoff (2003) analisaram a resposta eletromiográfica dos músculos Ilio-
costal Lombar nos movimentos de flexão, extensão e rotação do tronco nas posições ortostática e
sentada.
As ações dos músculos Serrátil Anterior e porção superior do Trapézio, durante o e-
xercício de remada, foram estudadas por Bull et al (2003). Os autores concluiram que os múscu-
los agem preferencialmente quando o exercício é realizado com a pegada fechada.
Moraes et al. (1995) analisaram a ação do músculo Reto Abdominal e Oblíquo Exter-
no nos movimentos de flexão do tronco realizados no solo e na prancha, em crianças de 8 a 10
anos. Concluirarn que a porção supra-umbilical do músculo Reto Abdominal apresentou potenci-
ais de ação maior que à porção infra-umbilical do mesmo músculo, enquanto a parte anterior do
músculo Oblíquo Externo mostrou-se mais ativada.
O grupo muscular Quadriceps Femoral tem sido objeto de estudos, através da eletro-
miografia, em trabalhos de pesquisa, com o objetivo de verificar sua participação em movimentos
da articulação do joelho.
3
O músculo Reto Fernoral compõe juntamente com Vasto Lateral, Vasto Mediai e V as-
to Intermédio um grupo muscular denominado Quadríceps Femoral, situado na face anterior da
coxa e conhecido como o maior e mais poderoso de todos os músculos do corpo humano (WEI-
NECK, 1990). Segundo Gardner, Gray e O'Rahilly (1988); Hall (1993), o músculo Reto Femoral
é conhecido corno músculo do chute. Rasch e Burke ( 1977), referem ao músculo como biarticu-
lar, produzindo movimentos de flexão do quadril e extensão do joelho.
Estudos de Portnoy e Morin (1956); Houtz e Fischer (1959); Ericson et ai. (1985);
Jorge e Hull (1986), analisando a participação do músculo Reto Femoral em diversos movimen-
tos e posições, relatam a participação ativa no final da extensão do quadril (ação excêntrica), no
início da flexão do quadril (ação concêntrica) e nos movimentos de extensão do joelho. Bosco e
Viitasalo (1982) mencionsrn a participação do músculo nos movimentos de força concêntrica e
excêntrica. A ação concêntrica exercida também é descrita por Cabri et al. (1991 ).
Moraes et al. (2003) estudaram a ação do músculo Reto Femoral nos movimentos de
extensão do joelho em mesa romana. Concluíram que esse músculo fudiga antes que os músculos
Vasto Mediai e Vasto Lateral.
Contrações musculares repetidas podem levar a urna incapacidade de produção ou
manutenção da força. Atribui-se a esse fenômeno a fadiga muscular (POWERS e HOWLEY,
2000). Há vários mecanismos envolvidos nesse processo, além de certos fatores que interferem
diretamente, como por exemplo: intensidade, duração do exercício, musculatura envolvida, etc
(ENOKA, 2000). Vale lembrar que a fadiga muscular é um fenômeno comum e faz parte das ati-
vidades diárias. No entanto, pode não estar relacionada com a performance atlética (DAVIS e
FITTS, 2003).
Este trabalho abordou, mediante revisão de literaturas, os aspectos anatômicos e fun-
cionais do grupo muscular Quadríceps Femoral com ênfase no movimento de extensão do joelho,
bem como algumas considerações sobre fadiga muscular. Posteriormente, através de pesquisa ex-
perimental foi analisada a atividade eletromiográfica dos músculos Reto Femoral, Vasto Lateral e
Vasto Mediai durante o movimento de extensão do joelho (ação concêntrica e excêntrica) reali-
zado na Mesa Romana, utilizando-se movimentos exaustivos. Foi escolhido para o experimento
um protocolo de hipertrofia cujo esforço é caracterizado como submáxirno (BADILLO e A YES-
TARÁN, 2001; BOMPA, 2001).
4
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DA LITERATURA
tados de Johnson et al. (1973), este músculo tem 52% de fibras do tipo I e 48% de fibras do tipo
H. A porção inferior é denominada Vasto Media! Oblíquo. Esta porção do músculo possui as fi-
bras dirigidas mais horizontalmente que o restante, exercendo fimção de estabilizador media! da
patela (WALLACE et al., 1985, citados por HAMILL e KNUTZEN, 1999).
do impulso no ciclismo, ou seja, a partir do centro do topo (Zero - 360°) até a posição em que os
pedais ficam paralelos ao solo (180°). A maior participação dos Vastos Medial e Lateral compre-
ende o intervalo de Zero e 90° enquanto o Reto Femoral possui alta atividade na última fuse do
movimento de pedalar 270°-topo (ciclo 360°).
Warwich e Williams (1979) relatam que o músculo Reto Femoral é nitidamente inati-
vo na posição ortostática. Tata et al. (1980) encontraram, no movimento de caminhar, uma leve
participação desse músculo.
F:rancischetti e Bankoff (1989), nos resultados de seus estudos eletromiográficos, de-
monstraram que no exercício de flexão do joelho (agachamento completo) o músculo Reto Femo-
ral apresentou atividade eletromiográfica moderada no inicio do movimento.
Wheatley e Jahnke (1951) descreveram que o Reto Fernoral contribui também para a
abdução da coxa. Na posição ereta, tal músculo se mantém relaxado e, no inicio da extensão do
joelho se mostra mais ativo, enquanto o Vasto Medial e o Vasto Lateral apresentam grande ativi-
dade no final desse movimento.
Encontra-se na literatura que os Vastos Mediais seriam ativados seletivamente nos úl-
timos graus do movimento de extensão do joelho (WARWlCH e WlLLIAMS, 1979; WlRHED,
1986). Leib e Pe:rry (1971), citados por Hamill e Knutzen (1999), contrapõem essa idéia. Defen-
dem que não há seletividade de ação nos últimos graus de extensão, e ambos se contraem igual-
mente por toda a amplitude do movimento.
Em análise da ação e participação dos músculos isolados que compõem o Quadriceps
Femoral, Hamill e Knutzen (1999) relatam que o Reto Femoral (único músculo do grupo Quadri-
ceps Femoral que é biarticular) não contribui significativamente para a força de extensão do joe-
lho, ao menos que haja uma posição favorável em relação à articulação do quadril. Sua ação co-
mo extensor do joelho é limitada quando o quadril está fletido, ao passo que, com o quadril es-
tendido, há o alongamento do músculo, facilitando assim, a ação do Reto Femoral na extensão do
joelho.
Na caminhada e corrida, esse músculo contribui para a força de extensão na fase de
retirada dos artelhos quando a coxa está estendida. No chute, ele tem sua atividade maximizada
na fase preparatória, a medida em que a coxa é trazida para trás em hiperextensão com a perna
fletida. Essa posição permite ao músculo uma relação de comprimento - tensão ideal para efetuar
o chute, porém o torna muito suscetível à lesão por avulsão em sua inserção proximal.
lO
possui alta atividade na fase de tração quando ocorre a extensão do joelho para trazer o corpo até
o degrau de cima e, na fase de descida, manifesta atividade moderada quando o membro toca o
solo no degrau seguinte.
Tepperman et ai. (1986) analisaram a atividade eletromiográfica dos músculos Reto
Femoral, Vasto Lateral e Vasto Mediai durante a realização de exercício isométrico, com os joe-
lhos em extensão total associado com as posições de dorsiflexão, flexão plantar e neutra na arti-
culação do tornozelo. Os resultados encontrados apontaram que a ação isométrica é facilitada
quando o tornozelo se apresenta nas posições de dorsillexão e flexão plantar. Dos três músculos
analisados o Reto Femoral é o que mostrou menor participação.
Eloranta (1989) estudou a atividade eletromiográfica dos músculos Reto Femoral,
Vasto Mediai e Vasto Lateral durante tensão isométrica na articulação do joelho nas posições
sentada, semi-inclinada e supina. Foi verificado que a maior força registrada ocorreu entre 120° e
165° de extensão na posição sentada. Os músculos Vasto Media! e Vasto Lateral exibiram maior
potencial de ação com 150° de extensão.
Bosco (1991) relata a participação dos músculos Vasto Media! e Reto Femoral duran-
te o movimento do chute com e sem impulso. No chute sem impulso, os músculos apresentaram
maior atividade eletromiográfica no contato com a bola; no chute com impulso, os músculos
mostraram atividade mioelétrica momentos antes do contato com a bola
Pellegrinotti, Vitti e Gonçalves (2000) observou, por meio da eletromiografia, os
músculos Reto Femoral, Vasto Lateral e Vasto Mediai, durante o movimento de extensão do joe-
lho, com velocidade máxima, em mesa romana, utilizando sobrecarga de 10% e 20% do peso
corporal em mulheres treinadas e não treinadas. A atividade eletromiográfica dos músculos anali-
sados foi significativa no grupo treinado em relação ao não treinado. O músculo Reto Femoral
exerceu maior ação nos primeiros graus de extensão do joelho que os músculos Vastos examina-
dos.
Eloranta (1994) verificou a interferência na coordenação da contração do Quadriceps
na extensão do joelho em dois modelos diferentes de movimentos: chutar e saltar. A finalidade
era investigar como esses movimentos afetam a função e a coordenação dos músculos da coxa na
extensão do joelho. Os resultados demonstraram uma diferença significativa nos modelos de mo-
vimentos: o salto alcançou valores de força cinco vezes maior que o chute no fim do movimento.
12
3.6 FADIGA
A palavra "Fadiga" é utilizada para descrever qualquer redução na performance fisica
ou mental. Como definição clinica, a "fadiga é subjetiva; é um sintoma que se incorpora em todo
13
corpo e vai de cansaço à exaustão, criando condições que interferem na habilidade do indivíduo,
na função de suas capacidades normais" (WEINECK, 1991).
Para Weineck (1991), a fadiga é uma redução reversível da capacidade de desempe-
nho :fisico ou psicológico. Difere do esgotamento, uma vez que ela ainda possibilita continuação
da carga, havendo, portanto, um maior gasto energético e coordenação prejudicada. A fadiga pre-
cede o esgotamento e funciona como mecanismo de proteção, evitando o esgotamento total das
reservas :fisicas. Essa palavra, no entanto, possui para os :fisiologistas um sentido mais restrito. É
definida como a diminuição da capacidade de manter a força requerida ou necessária (GIBSON e
EDWARDS, 1985).
Powers e Howley (2000) fazem uma síntese dos mecanismos que envolvem a fadiga
muscular, classificando-os como fadiga central e periférica.
Fadiga central- Existem controvérsias de que o sistema nervoso central pode estar associado à
fadiga muscular. No entanto, o sistema está presente caso haja a diminuição da quantidade de u-
nidades motoras envolvidas na atividade ou a redução da freqüência de disparos.
O recrutamento das unidades motoras e a modulação da freqüência de disparos são
conhecidos como um mecanismo de regulação para o desenvolvimento de força pelo sistema ner-
voso central (LIDDEL e SHERINGTON, 1924; ADRIAN e BRONK, 1929, citados por KAMO e
MORIMOTO, 2001). As emoções e os fatores psicológicos, responsáveis pela sensação de esfor-
ço, são alguns elementos desse sistema que podem ser afetados na fadiga do sistema nervoso cen-
tral (MC COMAS, 1996).
Fadiga Periférica - Está relacionada ao impedimento da produção de tensão pelos seguintes fato-
res: neurais, mecânicos e energéticos (energética da contração). McComas (1996) faz um esque-
ma dos estágios sucessivos na produção do movimento voluntário e dos possíveis locais de fadi-
ga
14
Esquema dos estágios que ocorrem durante a produção do movimento (adaptado de McCOMAS,
1996 p. 231).
INTENÇÃO DO MOVIMENTO
t
MOVIMENTO ou FORÇA
medula espinhal, reduzindo o recrutamento dos motoneurônios. A fadiga periférica pode prejudi-
car a função dos nervos periféricos, a junção neuromuscular, a atividade elétrica da fibra muscu-
lar ou o processo de ativação da fibra muscular.
Segundo os autores acima citados, a fadiga periférica pode ser dividida em dois tipos:
fadiga de alta freqüência ou fadiga eletromecânica e a fadiga de baixa freqüência ou fadiga me-
cânico-metabólica. A fudiga de alta freqüência ocorre nos desportos cujas ações têm duração in-
ferior, igual ou pouco superior a 60 segundos, ou seja, esforços de alta intensidade e curta dura-
ção; a fadiga de baixa freqüência é ocasionada pela danificação da célula.
Enoka (2000) se refere a esses mecanismos como uma classe de efeitos que envolvem
os processos motores e sensoriais, interferindo e prejudicando o desempenho.
Enoka e Stuart (1992) relatam que a fadiga não ocorre por um mecanismo isolado. Pa-
ra Lee (2000), a fadiga é dependente da tarefa, isto é, o mecanismo causador pode ser diferente,
dependendo do tipo de atividade desenvolvida ou dos futores que cercam a atividade fisica, como
os músculos envolvidos, a duração da atividade, a produção de força, etc.
Edwards (1981), citado por Fitts (1994), explica que, para sustentar a capacidade (per-
formance) em um trabalho, é necessário manter junta força e velocidade. Portanto, qualquer fator
que possa reduzir o índice de força estará contribuindo para a fadiga por decréscimo da porcenta-
gem do pico de força, obtido no período inicial da ativação muscular. Dessa forma, fica compro-
metida a relação força-velocidade e, por conseguinte, a performance.
Miyashita, Kanehisa e Nemoto (1981) investigaram a ação dos músculos Vasto Late-
ral, Vasto Media! e Reto Femoral durante sobrecarga incrementai em cicloergômetro. Verifica-
ram que o Vasto Lateral e o Vasto Mediai apresentaram um aumento quase linear da atividade
com a carga, até que, na fudiga do músculo Reto Femoral, este demonstrou aumento de sua ativi-
dade acima do limiar de fudiga.
Segundo Woledge (1988), urna queda no rendimento energético da desintegração do
ATP (adenosina trifosfuto), e não apenas a quantidade de ATP disponível, é um fator que pode
dimínuir a eficiência do desempenho muscular.
A perda de força observada logo depois do exercício excêntrico ocorre em conseqüên-
cia de fadiga e danos no tecido muscular. A recuperação da fadiga sucede num período entre três
e 24 horas após o exercício fisico (FAUKNER et al., 1993, citados por MaciNTYRE et al.,
1998).
17
ativação neural voluntária, a eletromiografia integrada (IEMG), a força máxima isométrica bilate-
ral, o tempo de força e o de recuperação. Os resultados demonstraram que cargas extenuantes po-
dem levar a urna fadiga neuromuscular, tornando-se evidente não apenas pela diminuição aguda
na força máxima, mas pela redução na produção de força explosiva e relaxamento dos músculos
exercitados. As diminuições agudas observadas na máxima ativação neural indicam que a fadiga
pode acontecer no sistema nervoso. O autor relata que a fadiga neuromuscular pode ser maior em
homens do que em mulheres, bem como a recuperação aguda da fadiga pode ser mais lenta para
os homens.
Nos estudos eletromiográ:ficos com alusão à fadiga muscular, a análise pode ser reali-
zada tanto por meio da amplitude quanto pela freqüência (espectro de freqüência). A amplitude
reflete o tamanho do potencial de ação num determinado tempo, enquanto a freqüência propicia
informações sobre como ocorrem os disparos das unidades motoras (BASMAJIAN e DeLUC~
1985). Hagberg (1979) e Matton (1981), citados por Silva e Gonçalves (2003), escrevem que a
fadiga muscular é determinada através da verificação do aumento da amplitude do sinal eletromi-
ográ:fico em razão do tempo, contrações sustentadas e carga constante.
Freedrnan et al. (2001) submeteram dez sujeitos saudáveis a um experimento que se
consistiu em consecutivas contrações concêntricas e excêntricas do Quadríceps Femoral no di-
namômetro, com três séries de 20 repetições a 60° por segundo e três séries de 30 repetições a
180° por segundo, com 20 segundos de descanso entre as séries. Houve um déficit de 20% nos
valores de força do Quadríceps.
Mcintyre et al. (1998) estudaram os músculos Vasto Lateral, Vasto Mediai e Reto
Femoral por meio da eletromiografia de superflcie. O objetivo era monitorar a fadiga muscular,
medida através da freqüência mediana, desses músculos após exercícios excêntricos, bem como
investigar a influência da posição do quadril na ação do músculo Reto Femoral. Os resultados do
estudo demonstraram que a fadiga muscular ocorre imediatamente após os exercícios excêntricos
e que a posição do quadril (Zero grau) influenciou nos resultados do espectro de força do Reto
Femoral.
Lindeman et al. (1999), em estudos de eletromiografia de superflcie realizados nos
músculos da coxa em indivíduos saudáveis, apontaram clara fadiga no Reto Femoral no movi-
mento de extensão do joelho a um ângulo de 60°. A freqüência média do Reto Femoral e do V as-
19
to Lateral em sujeitos saudáveis tem indicado similar decréscimo. Em casos patológicos, a fre-
qüência média do Vasto Medial e a do Vasto Lateral não revelaram decréscimo.
Através da eletroestimulação, Lee et al. (2000) desenvolveram um estudo com o intui-
to de verificar o efeito da carga na fadiga em contrações dinâmicas, utilizando o CITs (catchlike
inducing trains) no grupo muscular do Quadríceps. Os resultados demonstraram que o CITs evi-
denciou a habilidade em manter os índices de movimento de força e velocidade de encurtamento
quando fadigado e levaram a um aumento da resistência a fadiga sobre CFT (constant frequency
trains) na produção de performance dinãmica.
Stemer e Annstrong (2001) efetuaram um estudo eletromiográfico dos músculos Vas-
to Lateral, Vasto Mediai e Reto Femoral utilizando eletrodo de superficie em cinco sujeitos ati-
vos. Os sujeitos realizaram três contrações isométricas máximas com intervalo de 15 segundos
entre elas. Os autores concluíram que um protocolo de alta intensidade e pequena duração sobre
um período extenso de tempo pode induzir à fadiga mais rapidamente do que as atividades fisicas
e participações esportivas.
O músculo Vasto Lateral foi avaliado através da eletromiografia de super:ficie por Sil-
va e Gonçalves (2003) com o objetivo de analisar o processo de fadiga do músculo submetido a
dois protocolos diferentes (de exaustão e um minuto). Em ambos houve um aumento crescente da
amplitude do sinal eletromiográfico, caracterizando-se como indicio de fudiga. O melhor resulta-
do foi obtido pelo protocolo de exaustão.
Em um estudo Hamlin e Quigley (2001) procuraram determinar se a fraqueza muscu-
lar descrita, os aumentos na eletromiografia (EMG), a relação entre padrão de força/ EMG após o
exercício excêntrico estiveram relacionados à sensibilidade muscular ou ao tipo de exercício rea-
lizado. A fraqueza muscular desenvolvida nos exercícios excêntricos foi relacionada ao tipo de
exercício, independendo de sensibilidades subseqüentes. A causa dessa fraqueza após o exercício
excêntrico sugere um mecanismo inicial de dano muscular. A perda da integridade das fibras, de-
vido à ruptura do sarcômero, tende a aumentar os disparos da unidade motora, explicando o au-
mento da EMG.
Segundo, Hicks, Kent-Braun eDitor (2001), existe urna diferença no fluxo sangüíneo
entre homens e mulheres pela existência de maior massa muscular no homem, Isso causa urna o-
clusão nos vasos sanguíneos quando a musculatura está em trabalho e conseqüente fadiga muscu-
lar no homem.
20
4. MATERIAL E MÉTODO
A coleta de dados deste trabalho contou com a participação dez atletas sexo
masculino, na faixa etária entre 17 e 19 anos ± anos), massa corporal média ±
6,06 kg) e estatura média (174,6 ± 4,98 em), conforme a tabela 1. São jogadores de futebol da ca-
tegoria Juvenil e Juniores da Equipe da Associação Atlética Ponte Preta, de Campinas - SP.
Antes do início dos registros eletromiográficos, foram verificadas as medidas antro-
pométricas, visando à caracterização e homogeinização da amostra, e o teste de Carga Máxima, a
fim de determinar a carga de trabalho a ser utilizada durante os testes.
Tabela 1- Caracterização da amostra: dados antropométricos e posição de jogo dos participantes
no experimento.
4.2 EQUIPAMENTOS
Para a coleta de dados dos potenciais de ação e análise do sinal eletromiográfico foi
empregado um eletromiógrafo da marca Lynx, modelo AI6010, o qual dispõe de seis canais4 • Pa-
ra a presente pesquisa, utilizou-se os canais zero, um, dois e três. Estabeleceu-se a freqüência de
1.024 Hz para a aquisição dos registros eletromiográficos. O aparelho foi calibrado com ganho de
2.000 Hz, o filtro passa baixa I alta em 600 I 10Hz. Realizou-se a conversão do sinal analógico
em digital por intermédio de uma placa AID CAD 12/36 da marca Lyn:x.. Para a captação e leitura
dos sinais foi usado o software AQDADOS-Lynx. Os limites de entrada para a aquisição dos si-
nais foram determinados em± 2.500 mV. A faixa de entrada ficou em ±5 mV.
Quanto aos parâmetros de ensaio, foi utilizado o tipo "simples", fixando o tempo de
coleta de dados em 15 segundos, para a máxima contração voluntária isométrica (MCVI), reali-
zadas pré (MCVI-1) e pós-teste (MCVI-2), e 60 segundos para cada uma das quatro séries do ex-
perimento. Os dados foram armazenados em memória e gravados posteriormente. Para cada re-
gistro, utilizou-se os valores expressos em RMS (root-mean-square) (Anexo 2).
1
Informações fornecidas pelo preparador fisico do clube.
2
Informações fornecidas pelo preparador fisico do clube.
3
Informações fornecidas pelo serviço de fisioterapia do clube.
4
Adquirido através do processo F APESP 1996/5708-4.
4.3 PROCEDIMENTOS E AQUISIÇÃO DE DADOS
A parte experimental deste trabalho compreendeu a análise eletrorniográfica dos mús-
superficiais do (Reto e Vasto a
captação dos potenciais de ação, eletrodos de superficie (eletrodo placa medindo 2,4
em X 3,3 em- tipo clipe descartável de prata/cloreto prata, composto de hidrogel condutor
pré-pastado da marca BIO-LOGIC System Corp). Os pares eletrodos foram colocados nos
ventres dos músculos, conforme sugerido na literatura.
A coleta dos dados, bem como as medidas antropométricas, foram realizadas no Labo-
ratório de Eletrorniogra:fia e Biomecânica da Postura, da Faculdade de Educação Física- UNI-
CAMP. Os sujeitos receberam instruções prévias em relação aos testes a que se submeteriam e ao
protocolo de exercícios que executariam. O objetivo era familiarizá-los com os procedimentos a
serem adotados.
Os voluntários trajavam shorts e camiseta e ficaram descalços para efetuar as medidas
antropométricas. Para a obtenção da massa corporal, utilizou-se uma balança da marca "Filizola",
modelo ID 1500, com escala em 100 gramas. A estatura foi medida com uma toesa composta de
escala em milímetros. Foram verificadas as medidas de perímetro da coxa direita com o músculos
em contração.
O perímetro muscular da coxa direita foi avaliado no ponto médio da coxa, definido
entre o trocânter maior do Fêmur e a borda superior da patela; o perímetro distai foi medido 1O
em acima da borda superior da patela. Para ambas as medidas, a fita métrica ficou posicionada de
forma paralela ao solo (LHOMAN, 1988).
Para a colocação dos eletrodos, observou-se os seguintes parâmetros:
Vasto Lateral: Partindo do centro da patela, seguindo 1O em no sentido superior, foi demarcado
um ponto. A partir desse ponto, oito centímetros no sentido lateral e na direção das fibras muscu-
lares foram fixados os eletrodos (LEIS e TRAPANI, 2000), correspondentes ao canal zero. (Figu-
ra 1).
Reto Femoral: Entre a espinha iliaca ântero-superior e o centro da patela, foi demarcado um
ponto e outro ponto 19 em acima do centro da patela. Entre os dois pontos, no ventre do músculo
e na direção das fibras musculares, foram afixados os eletrodos (LEIS e TRAPANI 2000), cor-
respondendo ao canal 1. (Figura 1).
23
Vasto Mediai: Partindo do centro da patela, seguindo 1O em no sentido superior, foi demarcado
um ponto. A partir desse ponto, seis centímetros no sentido mediai e na direção das fibras muscu-
lares foram fixados os eletrodos, (LEIS e TRAPANI, 2000), correspondentes ao canal 2. (Figura
1).
Figura 1- Local estimado de colocação dos eletrodos (de acordo com Leis, Trapani, 2000) adap-
tado para este trabalho.
fiabilidade dos resultados. A carga inicial para determinação da carga máxima, foi de 60 Kg, de
acordo com informação prévia fornecida pelo preparador fisico do clube. carga utilizada no
a 80% valor obtido no teste carga máxm:ta (Tabela 2).
Tabela 2- Valores referentes ao teste de carga máxima e valores de 80% utilizados no ex.1:>er1-
mento.
Os testes foram efetuados de forma isométrica (MCVI-1 e MCVI-2) e nas ações con-
cêntricas e excêntricas do movimento de extensão do joelho direito, em uma mesa extensora da
marca "Vitally". Os sujeitos fizeram os testes na posição sentada, com o encosto inclinado em a-
proximadamente 110°. As articulações dos joelhos foram posicionadas em 90° de flexão para o
início do teste, sendo a amplitude do movimento composta de 90°. Os exercícios foram executa-
dos com o membro inferior direito. Os sujeitos receberam a recomendação de que deveriam man-
ter o membro inferior esquerdo sem apoiar no solo. O objetivo era que não usassem o chão como
apoio, quando estivessem fadigados. Fixou-se o tronco ao equipamento por meio de uma cinta de
couro, visando à permanência do tronco na mesma angulação do início ao término do experimen-
to.
Os testes foram compostos de duas máxiinas contrações isométricas e quatro séries de
movimentos. A fase de coleta de dados teve início com a execução de uma máxima contração
voluntária isométrica (MCVI-1) durante 15 segundos. Em seguida, efetuaram-se quatro séries,
compostas de 12 movimentos cada uma. Cada repetição de movimento foi realizada no tempo de
segundos (dois a fase concêntrica e três para a excêntrica), perfazendo o total de
movimentos por série A duração de cada série de 60 segundos. Os indivíduos
ídos a realizarem os movimentos por toda sua amplitude (extensão completa 90°) até o
tempo estipulado ou atingir a exaustão. A maioria completou a terceira série de movimentos, po-
rém nenhum deles conseguiu concluir a quarta série, parando antes do tempo estabelecido de 60
segundos. Após as séries, foi feita novamente uma máxima contração voluntária isométrica (MC-
VI-2).
Os atletas, jogadores de futebol, possuem a musculatura da coxa bem desenvolvida.
Por estarem expostos a esforços submáximos, deu-se o mínimo de intervalo possível para recupe-
ração entre as séries de exercícios. A intenção foi levá-los ao esgotamento, e assim poder analisar
o comportamento dos músculos sob repetição de movimentos com altas cargas e trabalho exaus-
tivo.
O tempo de intervalo entre a MCVI-1 e a primeira série de movimentos foi de 40 se-
gundos. Entre as séries, o tempo foi de 30 segundos. Tais intervalos objetivaram o mínimo possí-
vel de recuperação, já que na literatura científica é preconizado, como tempo necessário para
completa recuperação, entre um e dois minutos (SEGER e THORSTENSSON, 1994, 2000) qua-
tro minutos (MacDOUGALL et al., 1977) e cinco minutos (KELLIS, KELLIS e GERODIMOS,
1999).
Após 40 segundos do término das séries, foi novamente realizada a máxima contração
voluntária isométrica (MCVI-2).
A máxima contração voluntária isométrica executada pré e pós-teste, buscou conhecer
os potenciais de ação muscular no início do movimento e após as séries de movimentos exausti-
vos, bem como para posterior normalização dos dados.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
100
90
80
70 .MCVI-1
60
Série 1
% 50
40 Série 2
30 • Série 3
20 D Série 4
10 .MCVIpós
o
Reto Femoral Vasto Lateral Vasto Mediai
Músculos
Figura 2- Distribuição dos valores percentuais dos músculos Reto Femoral, Vasto Lateral e Vas-
to Mediai durante a MCVI-1, quatro séries de movimento e MCVI-2.
Tabela 3 Valores percentuais dos músculos Reto Femoral, Vasto Lateral e Vasto Mediai em rela-
Figura 3 -Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Máxima Contração Vo-
luntária Isométrica (MCVI -1)
Segundo pôde ser observado na figura 3, houve crescimento progressivo dos potenci-
ais de ação, refletindo num maior recrutamento das fibras musculares provavelmente em decor-
rência do aumento da tensão isométrica. Para ENOKA (2000), as unidades motoras são progres-
sivamente ativadas à medida que a força exercida pelo músculo aumenta, permanecendo ativa até
a força declinar. Um efeito de adaptação crônica às cargas de força traduz-se por uma brusca am-
pliação das unidades motoras incorporadas ao trabalho (PLATONOV e BULATOVA, 2003).
Também Lippold (1952); Moritani, Nagata e Muro (1982) relatam haver uma maior
atividade eletromiográfica à medida que aumenta a tensão, durante o desn~olvimt de ações
isométricas. Segundo Moritani; Nagata; Muro (1982) em contrações isométricas, os componentes
de :frequência diminuem, mas a amplitude do sinal eletromiográfico aumenta.
Merton (1954); Biglang-Ritchie et al. (1983) afirmam que, na máxima contração iso-
métrica, todas as unidades motoras são maximamente ativadas pelo sistema nervoso central.
Na figura 4, verifica-se que os potenciais de ação mais elevados quanto à amplitude
sucederam na fase concêntrica do movimento, a qual ocorreu nos primeiros dois segundos do
movimento de extensão do joelho, enquanto a fase excêntrica, nos três segundos posteriores.
30
Figura 4- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Primeira Série de Mo-
vimento.
Para a segunda série de movimentos, o valor em RMS foi de 242,49 (±39,97), valor
correspondente a 71,68% da MVCI-1. Na terceira série, o valor em RMS foi de 254,18 (±67,43),
correspondendo a 75,13% da MCVI-1.
Na figura 5, nota-se diminuição da freqüência e da amplitude dos sinais eletromiográ-
:ficos na fase concêntrica, bem como redução na intensidade do sinal na fase de transição de um
movimento para o outro. Bigland-Ritchie et al. (1983); Dietz (1978), citados por Enoka (2000),
descrevem que, quando um sujeito sustenta uma contração sob fadiga, há um declínio na fre-
qüência em que são disparados os potenciais de ação. Enoka e Stuart (1992) sugerem que esse
declínio seja uma adaptação que ajusta a atividade neural às condições do músculo que estão se
modificando.
Figura 5- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Segunda Série de Mo-
vimento.
31
Figura 6- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Terceira Série de Mo-
vimento.
Constatou-se, no decorrer desta série, que alguns sujeitos apresentavam dificuldades
na realização do movimento. Ao ocorrer tal situação, o experimento era interrompido. Posterior-
mente ao intervalo determinado, recomeçava-se a fim de se verificar o comportamento muscular
durante a próxima série. Nenhum dos sujeitos conseguiu executar completamente a quarta série
de movimentos. Para Nordin e Frank:el (2001), quando o processo de fadiga se instala, um perío-
do de descanso, antes de a excitação ser continuada, propicia um aumento nas reservas de adeno-
sina trifosfato (ATP). Isso permite que o músculo recupere sua habilidade contrátil rapidamente
antes de sofrer novo processo de fadiga.
De acordo com os autores acima citados, a habilidade de um músculo para contrair e
relaxar depende da disponibilidade ATP. Os músculos podem sustentar contrações de baixa fre-
qüência por longos períodos de tempo se apresentarem quantidade suficiente de oxigênio e nutri-
entes que podem ser utilizados para a formação de ATP. Quando a freqüência de excitação au-
menta e ultrapassa a taxa de produção de ATP, as respostas se tomam fracas. Essa queda de ten-
são seguida de excitação prolongada é chamada de fadiga muscular.
Da mesma forma, o Ca2+ parece ser decisivo no processo de instalação da fadiga mus-
cular. Allen, Kabbara e Westerblad (2002) estudaram o papel do Ca2+ na fadiga muscular. Con-
cluíram que o declínio na liberação de Ca2+ intracelular contribui para a fadiga muscular.
32
Miller et al. (1976), citados por Fosse Keteyian (2000), enfatizam que tanto os fatores
metabólicos quanto à deterioração da ativação neural parecem desempenhar algum papel na fadi-
ga do músculo humano.
Na quarta série de movimentos, o valor em RMS foi de 255,38 (±42,74), correspon-
dendo a 75,49% da MCVI-1, cujo registro eletromiográfico pode ser observado na figura 7. Os
valores em RMS, obtidos em todas as séries, foram menores que o valor de RMS da MCVI-1 (p<
0,01).
Figura 7- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Quarta Série de Movi-
mento.
A diferença de valores de RMS da MCVI -1 para as séries subseqüentes pode ser justi-
ficada pela diferença de recrutamento de fibras musculares existentes entre as contrações isomé-
tricas e dinâmicas (BASMAJIAN, 1976). Quando comparados os valores em RMS entre as sé-
ries, eles não apresentaram divergências significativas (p>0,05). Houve pequena diminuição nos
valores em RMS da segunda série em relação à primeira e aumento gradativo nas séries seguintes
e na MCVI-2 (Tabela 4 e Figura 2).
Esse aumento pode significar maior recrutamento de fibras musculares, ou o início do
processo de fadiga muscular, tendo em vista a dificuldade de os voluntários continuar realizando
os movimentos, principalmente nas séries finais. Hamlin e Quigley (2001), descrevem que, em
exercícios excêntricos, a perda de força decorrente da fadiga tende a aumentar os disparos da u-
nidade motora, explicando o aumento dos registros eletromiográficos.
Observou-se a partir da segunda série, diminuição na amplitude do movimento e, na
terceira série, redução da velocidade de execução. Nos registros eletromiográficos, pode-se veri-
ficar a inconstância das contrações. Alguns sujeitos não conseguiram completar o tempo, estipu-
33
Figura 8 -Registro eletromiográfico referente ao Músculo Reto Femoral. Máxima Contração Vo-
luntária Isométrica (MCVI-2).
O registro eletromiográfico expresso na figura 8 permite constatar redução na fre-
qüência dos registros eletromiográficos ocorrida do meio para a fase final da MCVI-2. Ela fora
provocada, provavelmente, pela concomitante diminuição no desenvolvimento da tensão muscu-
lar. De acordo com Vütasalo e Komi (1978) quando o músculo atua isometricamente e sob tensão
constante, a atividade elétrica do músculo aumenta com o tempo como resultado do processo de
fadiga muscular, aumentando o recrutamento de unidades motoras, compensando a diminuição de
força útil da fibra.
Segundo Bigland-Ritchie et al. (1978), as contrações máximas levam a um declinio
na força. O registro eletromiográfico permanece constante devido ao número máximo de unida-
des motoras ainda ativadas, porém, se a atividade continuar, poderá ser observado um declinio do
registro leltromiográfico. Entretanto, Bigland-Ritchie et ai. (1983) descrevem que o declinio na
atividade eletromiográfica não precisa estar relacionado à diminuição da força.
35
McGimris (1999) relata que a tensão máxima que um músculo pode desenvolver é afe-
tada pela fadiga. A estimulação continua de um músculo resultará em um eventual declínio na
tensão ele produz. demanda da contração muscular por ATP eventualmente excede o su-
yamo 98 citados por Silva e Gonçalves (2003), concluem que o comportamento decrescente
estar relacionado à diminuição da velocidade de condução do potencial ação das
musculares utilizadas ou redução do recrutamento de :fibras e ativação das unidades motoras.
Figura 9 - Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Lateral. Máxima Contração Vo-
luntária Isométrica (MCVI-1).
Na figura 9, podem ser observados os potenciais de ação referente a MCVI-1 do mús-
culo Vasto Lateral. O registro apresenta uma freqüência contínua e amplitude alta, com picos de
amplitude maior nos segundos finais do tempo estipulado para a série de movimento.
O movimento ocorre como resultado de contração somatória e sincrônica de um de-
terminado número de unidades motoras. Quanto maior o desenvolvimento de força, maior o nú-
mero de unidades motoras no trabalho muscular (PLATONOV e BULATOVA, 2003). Segundo
Sale (1982), na máxima contração voluntária, todas as unidades motoras são recrutadas para pro-
duzir o máximo possível de força. A amplitude do sinal eletromiográfico depende do número, do
tamanho e da descarga de freqüência de ativação das unidades motoras, além do tamanho do po-
tencial da fibra e do sincronismo entre elas (BIGLAND-RITCHIE et al., 1983).
Ao se analisar a figura 10, referente à primeira série de movimentos do músculo Vasto
Lateral, verifica-se que os potenciais de ação demonstram picos de amplitude seguidos por inter-
valos menores relacionados à ação excêntrica do movimento. Quanto à freqüência, esta se mani-
festa alta e intermitente.
O RMS do músculo Vasto Lateral na segunda série de movimento foi de 252,54
(±62,82), correspondente a 68,70% da MCVI-1. Na terceira série, o valor em RMS foi de 263,73
(±102,83), correspondendo a 71,75% da MCVI-1.
37
Figura 1O - Registro eletromiográ:fico referente ao Músculo Vasto LateraL Primeira Série de Mo-
vimento
Figura 11- Registro eletromiográ:fico referente ao Músculo Vasto Lateral. Segunda Série de Mo-
vimento.
Na figura 12, referente à terceira série de movimentos do músculo Vasto Lateral, ore-
gistro indica picos de amplitude seguidos por períodos menores. A amplitude apresenta-se pe-
quena, mesmo nos picos mais pronunciados.
38
Figura 12- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Lateral. Terceira Série de Mo-
vimento.
Figura 13 - Registro eletromiográ:fico referente ao Músculo Vasto Lateral. Quarta Série de Mo-
vimento.
Figura 14- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Lateral. Máxima Comtração
Voluntária Isométrica (MCVI-2).
Silva e Gonçalves (2003) examinaram o músculo Vasto Lateral em dois protocolos di-
ferentes (exaustão e um minuto) com o objetivo de analisar o processo de fadiga do músculo. Em
40
ambos houve um aumento crescente da amplitude do sinal eletromiográfico, o que pode significar
indício de fadiga. O melhor resultado foi obtido através do protocolo de exaustão. Estudos de
Hakkinen ( 1992) sugerem que cargas submáximas e máximas levariam a uma diminuição aguda
na força muscular e que a magnitude da fadiga neuromuscular em resposta a exercícios de alta in-
tensidade estaria sob influência do sexo, de forma que as respostas de fadiga aguda em relação às
características contráteis dos músculos possam ser maiores nos homens do que nas mulheres.
O Vasto Mediai ocupa a parte inferior e interna da coxa; ele traciona a patela mediai-
mente. É classificado como um músculo bipenado (RASCH e BURKE, 1997). Suas fibras diri-
gem-se distai e anteriormente (GOSS, 1988). Segundo Weineck (1990), o músculo possui pre-
dominância de fibras do tipo I, as quais estão inseridas num ângulo obtuso ao tendão. A parte in-
ferior do músculo possui fibras dispostas horizontalmente que atuam como estabilizadoras medi-
ais da patela (WALLACE et al., 1985, citado por HAMILL e KNUTZEN, 1999).
O valor em RMS verificado para MCVI-1 foi de 422,94 (±83,29) conforme pode ser
observado na tabela 6, sendo este o maior valor entre os três músculos para esse padrão de ativi-
dade. Tal valor foi utilizado a fim de se estabelecer um referencial de 100% (Tabela 3). Na pri-
meira série de movimentos o valor em RMS observado foi de 260,82 (± 75,56), correspondendo
61,66% da MCVI-1. Constatou-se no Vasto Mediai, para essa condição, a maior diminuição nos
valores expressos em RMS em relação aos outros dois músculos analisados.
Tabela 6- Valores expressos em RMS referente ao músculo Vasto Mediai, durante o experimen-
to realizado com 1O atletas praticantes de futebol.
Figura 16- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Mediai. Primeira Série de Mo-
vimento.
Na figura 16 pode-se observar os sinais eletromiográficos com amplitude alta, seguida
por intervalos de amplitude menor. A freqüência dos potenciais de ação se mostrou alta em inten-
sidade e constante em alguns momentos. O RMS do músculo Vasto Mediai, na segunda série de
movimentos, foi de 276,25 (±60,66), correspondendo 65,31% da MCVI-1. Na terceira série, o va-
lor foi de 312,88 (±92,14), correspondendo a 73,97% da MCVI-1.
42
Figura 17 - Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Mediai. Segunda Série de Mo-
vimento.
Figura 18- Registro eletromiográfico referente ao Músculo Vasto Mediai. Terceira Série de Mo-
vimento.
43
Neste estudo, não foi a totalidade dos sujeitos que chegou ao término do tempo estipu-
lado em 60 segundos na terceira série. To dos iniciaram a quarta série, mas, por não conseguirem
dar continuidade aos movimentos, o experimento foi interrompido.
Na quarta série, o valor em RMS foi de 320,03 (±87,46) (Tabela 6) correspondendo
75,66% da MCVI-1 (Tabela 3). Os valores obtidos em todas as séries foram menores que o valor
da MCVI-1 (p<O,Ol). Para a MCVI-2, o valor observado foi de 393,84 (±66,83), correspondendo
a 93,11% da MCVI-1. Foi constatada diferença significativa (p<0,05) quando comparados os va-
lores de RMS da MCVI-1 com a MCVI-2. Não se notou diferença significativa entre as séries (p>
0,05), com exceção dos valores entre a primeira e a quarta (p<0,05). Comparando-se os valores
das séries com a MCVI-2, os valores de todas elas apresentaram diferenças significantes
(p<O,Ol). Os valores em RMS do músculo Vasto Mediai, com exceção do valor verificado na
primeira série, são maiores em todos os casos, se comparados com os outros músculos para os
respectivos casos. O valor de RMS do Vasto Mediai na MCVI-2 é, inclusive, maior que os valo-
res da MCVI-1 do Reto Femoral e do Vasto Lateral.
Figura 19 - Registro eletromiográ:fico referente ao Músculo Vasto Mediai. Quarta Série de Mo-
vimento.
Na figura 19 os registros se mostram com amplitude e freqüência menores que os ob-
servados na série anterior. Os intervalos em que os potenciais parecem nulos são evidenciados já
nos dez segundos iniciais, tomando-se ainda mais evidentes nos segundos finais.
Bigland-Ritchie (1981) relata que, durante o processo de fadiga decorrente de máxi-
mas contrações voluntárias, há um declínio progressivo na atividade elétrica do músculo. O autor
afirma que, se o declínio for grande, contribuirá para a perda global de força, e podendo estar re-
lacionado à fadiga central.
44
6 CONCLUSÕES
fibras musculares nos músculos, pois como relatado na literatura, as fibras de contração rápida
apresentam sintomas de fadiga antes que as fibras de contração lenta. No caso deste experimento,
como demonstrado, o músculo Reto Femoral apresenta em sua constituição predominância de
bras de contração rápida, diferentemente dos músculos Vasto Lateral e Vasto Mediai.
Conforme descrito por Basmajian e De Luca 985), os sinais eletromiográficos têm
comportamento diferenciado em função da faixa etária, gênero, da treinabilidade e também da
metodologia aplicada. Nessa linha de raciocício, De Luca (1997) relata que o diâmetro da fibra
muscular, o local de colocação dos eletrodos, a impedância do conjunto pele/eletrodos, o recru-
tamento e a freqüência de disparo das unidades motoras, os artefatos de movimentos, entre outros
interferem no sinal eletromiográfico.
50
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WHEATHEY, M. D.; JAHNKE, W. D. Eletromyographic study ofthe superficial thigh and hip
muscles in normal individuais. Archive ofPhysiology and Medicine, v. 32, p. 508-515, 1951.
ANEXO 1
CONSENTIMENTO FORMAL
Sr. voluntário
ANEX02
RMS
RMS (root mean square) é o valor que corresponde à quantidade de sinal
nuo capaz de conter a mesma quantidade de energia. Matematicamente é definido como a
quadrada da média dos quadrados dos valores instantâneos do sinal:
..
Valor{RMS) =
Onde:
x(t) sinal variante no tempo
T -período de duração