AULA 4 - Implementacao Da CG Nas Empresas - STUDANT
AULA 4 - Implementacao Da CG Nas Empresas - STUDANT
AULA 4 - Implementacao Da CG Nas Empresas - STUDANT
SUMÁRIO
9.1 Listagem de contas
9.2 Sistemas contabilísticos: monista e dualista
9.3 Contabilização dos gastos reais
9.4 Contabilização dos gastos básicos
O Balanço é elaborado com as contas das classes 1, 2, 3, 4, 5 e ainda a conta 88 - Resultado líquido do período
- e a Demonstração de resultados é elaborada com as contas das classes 6, 7 e 8. Os gastos e os rendimentos
são classificados por natureza.
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC) não contempla uma normalização para a Contabilidade de
gestão. Está divulgado um código de contas referente à classe 9, contudo não se pode considerar universal,
visto que as entidades têm as suas próprias características. As entidades podem livremente organizar a sua
contabilidade.
92 - Reclassificação de gastos
921 - Gastos com as compras
922 - Mão de obra directa (MOD) ou Trabalho Directo de Produção (TDP)
923 - Gastos gerais de fabrico
1
924 - Gastos de transformação
925 –
94 - Inventários
941 -
942 - Produtos e trabalhos acabados e semiacabados
943 - Produtos e trabalhos em curso
944 - Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
945 - Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
95 - Centros de gastos
951 - Centros de gastos de aprovisionamento
952 - Centros fabris
9521 - A
9522 - B
9523 -
953 - Serviços auxiliares
9531 - X
9532 - Y
9533 -
954 - Distribuição
955 - Administração
96 - Produção
961 - Produtos acabados
9611 - Produto A
9612- Produto B
962 - Produtos semiacabados
963 - Produção conjunta
9631 - Produto X
9632 - Produto Y
964 - Serviços
965 - Activos fixos tangíveis
2
9822 - Gastos gerais de fabrico
983 - Centros de gastos
9831 - Fabris
9832 - Auxiliares
9833 - Distribuição
9834 - Administração
984 - Produção
9841 - Produto acabado X
9842 - Produto acabado V
99 - Resultados analíticos
991 - Vendas e prestação de serviços
9911 - Produto A
9912 - Produto B
9913 -
9914 -
992 - Custo das vendas
9921 - Produto A
9922 - Produto B
993 - Gastos de distribuição
9931 - Produto A
9932 - Produto B
994 - Gastos administrativos
9941 - Produto A
9942 - Produto B
995 - Gastos financeiros
9951 - Produto A
9952 - Produto B
996 - Gastos industriais não incorporados
997 - Perdas com a venda de produção defeituosa
998 - Outros rendimentos operacionais
999 - Rendimentos financeiros
9910 - Resultados acidentais
Para além da Demonstração dos resultados por natureza, o SNC indica como elemento das demonstrações
financeiras a realização de uma Demonstração dos resultados por funções, que deve permitir o cálculo de:
Resultados brutos;
Resultados operacionais;
Resultados antes e depois de Impostos;
Resultados líquidos.
3
Resultados imputados de subsidiárias,
associadas e empreendimentos conjuntos
Rendimentos de investimentos financeiros
Perdas de imparidades e suas reversões
Ganhos ou perdas cambiais
Resultados antes de impostos
Imposto sobre o rendimento
Resultado líquido do período
O resultado líquido é igual ao apurado na Demonstração dos resultados por naturezas. A Demonstração dos
resultados por funções impõe uma classificação funcional, pelo que terá conteúdos e expressões numéricas
diferentes dos que constam daquela Demonstração dos resultados.
Há várias formas de organizar uma Contabilidade analítica e de gestão e de movimentar as suas contas
principais. A organização contabilística respeita a complementaridade e a diferenciação que se verifica entre
elas. No que respeita à forma como se articulam as contas de cada uma das contabilidades, podemos
distinguir dois grupos de sistemas de contas:
Sistemas monistas:
o Monista indiviso ou radical;
o Monista diviso ou moderado.
Sistemas dualistas:
o Duplo contabilístico;
o Duplo misto.
No sistema monista há movimentação das contas da Contabilidade analítica e de gestão por contra- partida de
contas da Contabilidade financeira. A contabilidade da empresa é uma só. As contas internas e externas são
lançadas em um só livro, sendo entrelaçadas entre si. Há uma ligação efectiva entre as duas Contabilidades,
pois podem debitar-se contas da contabilidade geral por crédito em contas da Contabilidade analítica e vice-
versa. Trata-se de sistemas integrados, com um plano de contas único, abrangendo as classes de 1 à 9. Se a
liberdade de movimentos entre contas do plano é total, o sistema monista diz-se indiviso ou radical. Se os
movimentos entre as duas Contabilidades são possíveis apenas entre um número muito limitado de contas, o
sistema monista diz-se diviso ou moderado.
No sistema dualista as duas contabilidades encontram-se totalmente separadas, não sendo movimentadas
contas de uma por contrapartida da outra. Neste caso, as contas são separadas em dois sistemas distintos. As
contas internas são registadas em Razão especial, em separado de Razão geral, porém, não perdem o seu
carácter de unidade. O sistema dualista diz-se duplo contabilístico se as duas Contabilidades utilizarem
digrafia. Neste caso, a Contabilidade analítica tem necessidade de criar uma conta ou contas especiais
chamadas contas reflectidas, contas compensatórias ou contas de ligação, que são utilizadas sempre que há
movimentos entre as duas Contabilidades. O sistema dualista diz-se duplo misto se apenas a Contabilidade
geral utilizar a digrafia. Neste caso, a Contabilidade analítica atingirá os seus objectivos, socorrendo-se de um
apropriado conjunto de mapas, quadros, tabelas de repartição, etc.
4
Qual o sistema de articulação que a empresa deve adoptar?
A resposta a esta questão não é fácil e deve ter em conta os seguintes aspectos:
A complexidade e a dimensão da empresa;
O sistema de informação a implementar;
A organização contabilística.
92 - Reclassificação de gastos
O SNC, as NCRF-PE e a NCM registam os gastos por natureza na classe 6. Na Contabilidade de Gestão os gastos
devem ser classificados de outra forma para se atingirem determinados objectivos.
5
94 - Inventários
Regista a movimentação de inventários relacionada com as matérias-primas e subsidiárias, com os produtos
acabados ou com subprodutos e resíduos.
Movimentação das contas em inventário permanente:
DESCRIÇÃO CONTA A
DEBITAR CREDITAR
Apuramento do custo industrial 942/943 96
Vendas de produtos 991 942/943
Transferências de PVFs para a produção 96 942
Compras entradas em armazém 944 921
Matérias a incorporar na produção 96 944
Consumo de matérias subsidiarias e de consumo 923/924/95 944
95 - Centros de gastos
As subcontas da conta 95 - Centros de gastos, servem para apurar os gastos e são utilizadas como alternativas
às contas 922 - MOD; 923 - Gastos gerais de fabrico ou 924 - Gastos de transformação.
DESCRIÇÃO CONTA A
DEBITAR CREDITAR
Gastos reais de MOD 952 62
Gastos mensualizados de encargos sociais 952/953 931/932/933
Imputação dos gastos 96 952
Gastos reais de GGFs 952/953 62/6…
Consumo de matérias subsidiarias 952/953 944
Imputação dos gastos 96/991/992 952/953
96 - Produção
Esta conta destina-se a apurar o custo industrial da produção do mês dos bens e serviços e do custo industrial
dos produtos acabados.
99 - Resultados analíticos
Nesta conta determinam-se os resultados do período contabilístico, que é geralmente um mês. O registo
contabilístico no sistema de custeio total real será:
6
96 - Produção 94 - Inventários
921 - Gastos com Compras 961 - Produtos Acabados 942 - Produtos Acabados 71 - Vendas
(6) Qr x Cr (6)
(2)
Gastos directos
(1) (5) Ar x Cr
Cr x Gr CIPV
94 - Inventários 95 - Centros de Gastos
944 - Matérias - Primas, Sub/Consumo 952 - Centros Fabris 996 - Gastos industriais não 99 - Resultados Analíticos
(3) Qr x Pb (6) (8)
Qr x Gr
(7)
Ar x Gr
95 - Centros de Gastos
951 - Centros de Gastos de
63 - FST/6 - Gastos e Perdas Aprovisionamento - Auxiliares
(2) Qr x Pb G. fabris (4) Reembolsos
(3)
95 - Centros de Gastos
68 - O.G.P.Operacionais 954 - Distribuição/955 - Administrativos
(9)
LEGENDA:
O custo do produto é calculado com base nos gastos realmente apurados pela contabilidade;
O custo do produto engloba o custo real do consumo das matérias-primas (QrxPr);
Os gastos de transformação suportados nos centros de gastos principais são reais e são apurados
somando os gastos directos e os reembolsos dos centros de gastos secundários;
Os reembolsos resultam do produto entre as quantidades de unidades de imputação reais com o custo
unitário real;
O custo de produção abrange os gastos reais do consumo de matérias-primas e os gastos reais de
transformação deduzidos do valor de venda líquido dos subprodutos, no caso de utilização do critério
do lucro nulo para a sua valorização;
Os produtos acabados entram no armazém ao custo real de produção (produção real x custo industrial
unitário real);
A saída dos produtos para venda é valorizada de acordo com o critério adoptado: a FIFO ou a custo
médio.
A empresa Rodrigo Bastos efectuou durante o mês de Janeiro de 201X as seguintes operações:
1. Compra a prazo de matérias-primas por 12.500,00
2. Ordenados do pessoal da fabricação: 18.000,00
3. Pagamento da electricidade: 430,00
Vamos proceder neste e nos outros exercícios aos lançamentos contabilísticos no sistema monista. Registar as
operações utilizando as subcontas da conta 92 e a conta 924 - Gastos de transformação, como alternativa.
RESOLUÇÃO:
Os lançamentos contabilísticos seriam:
DESCRIÇÃO CONTA A Valor em
DEBITAR CREDITAR euros
Compra a prazo de matérias- primas 21 421 12.500,00
Transferência para a conta de ligação com a CA/Gestão 216 21 12.500,00
Transferências da conta de ligação 921 216 12.500,00
Transferência de matérias – primas para o armazém 944 921 12.500,00
Ordenados 62 46 18.000,00
Transferência para a conta de ligação com a CA/Gestão 622 62 18.000,00
7
Transferências da conta de ligação 922 622 18.000,00
Ordenados 62 46 18.000,00
Transferência para a conta de ligação com a CA/Gestão 622 62 18.000,00
Transferências da conta de ligação 924 622 18.000,00
Exercícios práticos
1. A empresa Cerâmica de Elvas recolheu as seguintes informações:
i. O contabilista certificado procedeu, em 201X, ao processamento do subsídio de férias de
201X:
o MOD - 10.200,00 euros e MOI - 7 500,00 euros.
ii. Pagamento do prémio de seguro no valor de 6.100,00 euros.
iii. Depreciações de activos fixos tangíveis:
o Viatura do armazém - 3.000,00 euros;
o Máquina industrial - 2.000,00 euros;
o Viatura da secção de vendas - 1.000,00 euros
Proceder ao registo contabilístico:
8
Centros de gastos industrial - 13.000,00 euros,
Centros de gastos de distribuição - 5.000,00 euros;
Centros de gastos administrativos - 4.000,00 euros,
Encargos sociais: 60%.
c) Depreciações do activo fixo tangível:
Centros de gastos industrial - 1.700,00 euros;
Centros de gastos de distribuição - 200,00 euros;
Centros de gastos administrativos - 300,00 euros
d) Consumo de matérias subsidiárias:
Centros de gastos industrial - 700,00 euros;
Centros de gastos de distribuição - 200,00 euros;
Centros de gastos administrativos - 100,00 euros
7. A sociedade Industrial, Lda dedica-se ao fabrico e comercialização de dois produtos, designados por X
e Y. estes produtos são obtidos em regime de produção disjunta, consistindo o processo de fabrico no
seguinte:
As matérias M e N são sujeitas a operações de transformação na secção A, obtendo-se um
semi- produto que segue imediatamente para a secção B, onde é sujeito a novas operações de
transformação e se obtém o produto X.
As matérias ‘O’ e ‘P’ são transformadas unicamente na secção C, obtendo se o produto Y.
9
A empresa possui uma secção auxiliar – Secção M, depois às secções da área fabril, um serviço de Vendas e
serviços Administrativos.
No mês de Janeiro último, verificaram-se os seguintes factos (valores em meticais):
Produção
o Produto X: 8.000 unidades
o Produto Y: 1.000 unidades
Consumos de matérias
o Matéria M: 11.600,00
o Matérias N: 8.000,00
o Matérias O: 3.600,00
o Matérias P: 2.400,00
Compras a prazo:
o Matéria M: 16.000,00
o Matérias N: 10.000,00
o Matérias O: 6.000,00
o Matérias P: 8.000,00
Existências iniciais:
o Matéria M: 4.000,00
o Matérias O: 4.000,00
o Produto X: 1.000 unidades a 3,60 cada.
Custos das secções:
Secção A Secção B Secção C Secção H S. Vendas S. Administrativo
Gastos c/pessoal 2.000,00 2.400,00 1.600,00 800,00 2.000,00 3.200,00
F.S.T 1.600,00 2.000,00 1.200,00 800,00 1.000,00 800,00
O.G.Operacionais 300,00 200,00 200,00 100,00 100,00 200,00
Amortizações 900,00 1.400,00 600,00 300,00 900,00 1.000,00
Total 4.800,00 6.000,00 3.600,00 2.000,00 4.000,00 5.200,00
Os custos da secção H foram repartidos do seguinte modo:
o Secção A: 40%;
o Secção B: 40% e
o Secção C: 20%
Vendas
o Produto X: 6.000 unidades a 6,00 cada
o Produto Y: 800 unidades a 12,00 cada
o Venda de maquina como sucata: 100,00 (valor de aquisição de 500,00 totalmente amortizada)
Critério valorimétrico dos produtos acabados: LIFO
Pretende-se:
a) Lançamentos no diário geral pelo sistema monista Indiviso ou radical.
b) Lançamentos no diário geral pelo sistema Dualista (Duplo Contabilístico).
Os gastos reais são determinados a posteriori e correspondem aos gastos dos produtos comprados ou
produzidos e aos serviços prestados e valorizam as entradas em armazém, a actividade dos centros fabris e a
entrada dos produtos acabados em armazém.
Por exemplo, quando dizemos que:
O custo industrial dos produtos para o mês de Janeiro de 201Y será de 40.300,00 euros, estamos a
referir um gasto determinado hoje para uma actividade futura;
Prevemos consumir 2.000 unidades da matéria-prima M1, estamos a referir valores previsionais;
As horas de actividade de determinado centro de gastos, consumidas pelos produtos fabricados no
mês de Março passado, foram de 520 Hh ou que foram produzidas 800 unidades do produto PI,
estamos no domínio dos gastos reais.
10
Os gastos básicos são resultantes de condições estimadas em função das condições de exploração e das
expectativas, ou ainda, das condições normais verificadas em cada sector de actividade.
No sistema de custos padrão, a empresa estabelece quais as quantidades de matéria-prima necessárias para
produzir uma unidade do produto. O custo padrão de um produto obtém-se através da multiplicação do
consumo unitário padrão pelo custo padrão por factor. Os custos padrão são utilizados, normalmente, em
empresas com uma grande variedade de produtos e com um grau de diferenciação muito elevado (indústrias
de cerâmica e indústrias metalomecânicas).
Quando se recorre aos gastos básicos, o custo industrial dos produtos pode ser determinado por via do:
Custeio total básico;
Custeio variável básico.
Qr -quantidade real; Pr-preço real; Ar-actividade real; Pp-preço padrão; Po-Preço orçamental.
Os custos unitários das matérias e o custo das unidades de obra dos centros podem ser reais ou
orçamentados. A conta 96 debita-se pelos valores apurados e, em contrapartida, creditam-se as contas 944 -
Matérias-primas, e 952 - Centro de gastos fabris. A conta 96 credita-se pela valorização da quantidade real
fabricada valorizada ao custo padrão e, em contrapartida, debita-se a conta 942 - Produtos acabados. O saldo
da conta corresponde ao desvio de produção. É favorável se o custo real a débito é inferior ao custo padrão a
crédito.
Depois do apuramento dos gastos reais segue-se a comparação com os custos padrão para determinar os
desvios. A comparação dos desvios verificados em relação ao padrão definido permite analisar a eficiência
produtiva. A utilização deste sistema permite um controlo mais atempado dos custos e assume-se como uma
ferramenta preciosa a nível da programação da actividade produtiva.
Exemplo:
A empresa VERDLIST, Lda vende um produto de lazer a utilizar nas viagens de avião. A empresa recolheu os
seguintes dados:
11
Dados Orçamentais 201X Dados Reais 201X
Consumo de matérias - primas 2.000 2.500
Preço de custos de matérias - primas 18,00 22,00
Gastos de Transformação
Variáveis por unidade 7.40 8.30
Fixos 7.500,00 9.000,00
Produção 1.000 750
Vendas 7.000 750
12
Quantidade Preço Total
MPc 2.500 18,00 45.000,00
Gastos de Transformação
Variáveis 750 7.40 5.550,00
Total 5.550,00
Custo Industrial (CI) 50.550,00
EIPVF 0,00
EFPVF 0,00
CIPA total 50.550,00
Produção (unidades) 750
CIPA unitária 67,40
Os gastos básicos (orçamentados), ou gastos a priori, são gastos teóricos definidos para
Compras - As saídas de matérias-primas do armazém para o processo de produção vão ser valorizadas
a gastos básicos (orçamentados);
Custos de transformação - Os diferentes consumos verificados na transformação vão ser valorizados a
gastos básicos (orçamentados);
Custos de produção - As saídas dos produtos da produção para o armazém de produtos acabados vão
ser efetuadas a gastos básicos (orçamentados).
Os movimentos contabilísticos são processados pelos valores básicos (orçamentados) (quantidades reais x
custo orçamentado unitário). Após o conhecimento dos valores reais procede-se ao cálculo dos desvios
contabilísticos e são transferidos mensalmente para a conta 99 - Resultados analíticos.
No caso de haver gastos internos com as compras com a utilização dos serviços dos centros de gastos
auxiliares e principais, a conta 921 é debitada pelo valor da unidade de obra ou de imputação real desses
centros a gastos orçamentados (Qr x Pb).
A conta 921 credita-se por contrapartida da conta 944 - Matérias-primas, subsidiárias e de consumo, pelas
quantidades compradas e entradas em armazém valorizadas a gastos básicos (Qr x Pb).
À diferença entre o débito e o crédito designa-se desvio das compras, ou seja, Qr x (Pr-Pb). É um desvio
favorável se o saldo for positivo, ou seja, devedor e será um desvio desfavorável se o saldo for negativo, ou
seja, credor.
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Contabilisticamente, para este último caso, teremos:
921 - Gastos de Compras 944 - Matérias - Primas
Qr x Pr Qr x Pb (1) (1) Qr x Pb
Qr x Pb Qr x(Pr - Pb) (2)
Os desvios desfavoráveis são componentes negativos dos resultados e os favoráveis são componentes
positivos dos mesmos.
Gastos de transformação
Se for adoptado o método dos centros de gastos para imputar os gastos de transformação, o custo global de
cada centro, o custo da unidade de obra e o custo da unidade de imputação são apurados em duas fases:
1. Apuramento dos gastos directos dos centros de gastos
Normalmente são gastos reais (Gr = Qr x Pr). No caso de consumo de matérias subsidiárias ou outros
materiais, são valorizados a custos unitários básicos (Qr x Pb). Neste caso, a conta 95 -
Centros de gastos, é debitada por Qr x Pb e por contrapartida credita-se a conta 944.
Contabilisticamente, temos:
DESCRIÇÃO CONTA A Valores em Meticais
DEBITAR CREDITAR
Sistema Monista
1 – Gastos directos
Gastos directos reais 952 62/63 Qr x Pb
Consumo de matérias subsidiaria 952 944 Qr x Pb
Encargos a repartir 952 93 Qr x Pb
2 - Reembolsos 952 952 Ar x Pb
3 – Transferência para produção 96 953 Ar x Pb
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Sistema duplo Contabilístico
1 – Gastos directos
Gastos directos reais 952 91 Qr x Pr
Consumo de matérias subsidiaria 952 944 Qr x Pb
Encargos a repartir 952 93 Qr x Pb
2 - Reembolsos 952 952 Ar x Pb
3 – Transferência para produção 96 953 Ar x Pb
A diferença entre o débito e o crédito da conta 952 designa-se desvios dos centros de gastos, ou seja, Ar x (Pr –
Pb). É um desvio favorável se o saldo for positivo, ou seja, devedor; e será um desvio desfavorável se o saldo
for negativo, ou seja, credor.
Se a entidade não recorre ao método dos Centros de Gastos, a conta 96 – Produção, debita-se pelas
quantidades reais de matérias consumidas valorizadas ao custo unitário básico (Qr x Pb) e pela actividade real
valorizada ao custo unitário básico (Ar x Pb) e, em contrapartida credita-se respectivamente a conta 944 –
Matérias – Primas e a conta 923 – Gastos gerais de Fabrico e 922 – Trabalho directo de produção, ou 924 –
Gastos de Transformação.
A conta 96 - Produção, credita-se pelas quantidades reais de produtos acabados produzidos valoradas ao
custo unitário básico (Qr x Pb) e, em contrapartida, creditam-se as contas 942 -Produtos e trabalhos acabados
e semiacabados, 943 - Produtos e trabalhos em curso, e 945 - Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos.
Em resumo, temos:
CONTA A Valores em Meticais
OPERAÇÃO DEBITAR CREDITAR
Com Centros de Gastos
Consumo de Matérias - Primas 96 944 Qr x Pb
Actividades dos centros de gastos fabris 96 952 Ar x Pb
Produtos acabados, PVF e Subprodutos 942/943/945 96 Qr x Pb
Sem Centros de Gastos
Consumo de Matérias - Primas 96 944 Qr x Pb
Trabalho directo de produção (MOD 924 922 Hr x Pb
Gastos Gerais de fabrico (GGF) 924 923 Qr x Pb
15
Gastos de transformação 96 924 Ar x Pb
Produtos Acabados, PVF e Subprodutos 942/943/945 96 Qr x Pb
O saldo da conta 96 - Produção, incluindo as EIPVF e as EFPVF no princípio e no fim do mês corresponde ao
desvio de quantidade de produção. Se o desvio é negativo é favorável, caso contrário é desfavorável.
Contabilisticamente, temos:
96 – Produção 984 – Desvios de Produção
Qr x Pr Qr x Pb (1) Saldo Saldo (2)
Qr x Pb
Ar x Pb 1) Saldo > 0
A conta 942 - Produtos acabados e semiacabados, debita-se pelas quantidades reais produzidas entradas em
armazém valorizadas ao custo unitário básico (Qr x Pb), por contrapartida da conta 96 - Produção. Por sua vez,
credita-se pelas quantidades reais vendidas valorizadas ao custo unitário básico por contrapartida da conta
992 - Custo das vendas.
Em resumo temos:
o A conta compras debita-se pelas aquisições a valores reais das matérias-primas e das matérias
subsidiarias, tal como a entrada na conta 94 – Inventários - matérias-primas e subsidiarias;
o A conta 94 – Inventários – Matérias-primas e subsidiárias credita-se pelo consumo de matérias-
primas a gastos básicos (quantidades reais x Custo básico unitário “Qr x Pb”) por crédito da conta 921
– Gastos de compras.
o A diferença entre o débito e o crédito da conta 94, representa o desvio das compras.
o Os centros de gastos fabris (Conta 95) são debitados pelos gastos reais fixos e variáveis apurados pela
contabilidade financeira e pelos reembolsos dos centros de gastos auxiliares (actividade real x Custo
da unidade de imputação básico).
o Os centros de gastos fabris são creditados pela actividade aplicada nos produtos a gastos básicos
(Actividade real x Custo da unidade de obra básico);
o A diferenca entre o debito e o crédito da conta 95, representa o desvio dos centros de gastos;
o As subcontas da conta 96 – Produção de cada período, são debitadas pelas matérias-primas
consumidas valorizadas ao respectivo gasto básico e pelas unidades de obras aplicadas pelos centros
de gastos valorizadas a gastos básicos (Actividade Real x Custo da unidade de obra básico).
o As subcontas da conta 96 - Produção de cada período, são creditadas pelas quantidades produzidas
valorizadas a gastos básicos (quantidades reais x custo básico unitário);
o A diferença entre o débito e o crédito da conta 96 representa o desvio de produção;
o Os desvios são debitados ou creditados na conta 9811 - Matérias, 9831 - Fabris. 9832 -Auxiliares, e 984
- Produção, se forem favoráveis ou desfavoráveis respectivamente;
o Os desvios apurados nas compras, centros de gastos e produção serão transferidos para a conta 99 -
Resultados analíticos, no fim do cada período contabilístico;
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No custeio variável orçamentado os movimentos contabilísticos são semelhantes aos referidos para o sistema
de custeio total básico, com a diferença de serem valorizados a gastos variáveis. Neste sistema apenas se
consideram os gastos variáveis para o cálculo dos produtos fabricados, pelo que teremos de prever os gastos
básicos unitários e variáveis para as compras, centros de gastos e produção. Os gastos fixos industriais e reais
serão debitados na conta 99 - Resultados analíticos, após o apuramento feito pela Contabilidade financeira.
Os desvios apurados nas compras, centros de gastos e produção serão transferidos para a conta 99 -
Resultados analíticos, no final de cada período contabilístico.
O desvio é a diferença entre uma situação real e uma situação prevista. Sobre este tema devemos:
o Utilizar os elementos produzidos pela Contabilidade analítica e de gestão para comparar com os
custos básicos;
o Calcular e justificar os principais desvios que formam o desvio do custo de produção,
nomeadamente o desvio de matérias, de mão-de-obra e de gastos gerais de fabrico.
A utilização de gastos básicos na Contabilidade analítica e de gestão pode originar que as contas sejam
debitadas por valores diferentes dos que são depois imputados aos produtos ou aos centros de gastos.
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A análise dos desvios é feita a dois níveis: preço e quantidade. Para além destes dois tipos de desvio (desvio
quantidade e desvio preço), pode-se ainda obter o desvio total, que não é mais do que a agregação dos dois
anteriores.
Consideremos os seguintes:
1. Desvio da produção
2. Desvios em matérias.
3. Desvios em mão de obra.
4. Desvios em gastos gerais de fabrico.
5. Desvios dos centros de gastos
Um desvio positivo verifica-se quando os valores reais são superiores aos valores previstos. Este desvio será
desfavorável se estivermos a tratar de custos e favorável se estivermos a tratar de proveitos
Um desvio negativo verifica-se quando os valores reais são inferiores aos valores previstos. Este desvio será
favorável se estivermos a tratar de custos e desfavorável se estivermos a tratar de proveitos
Desvio da produção:
Como já referimos, quando caracterizámos o método de custeio total básico, a conta 96 -Produção, debita-se
pelas quantidades consumidas reais a custos básicos e credita-se pela produção real valorizada a gastos
básicos. A conta 96 - Produção, agrupa os desvios das matérias, da mão-de-obra e de gastos gerais de fabrico.
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO
Caso 1: A empresa VLLA, Lda. recolheu os seguintes dados referentes a Novembro de 201X:
Resolução:
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Total 13.004,00 13.422,00 13.350,00 - 418,00 72,00 - 346,00
O desvio total é desfavorável em 346.00 meticais, com um desvio favorável de 10,00 meticais nas matérias,
desvio desfavorável de 166,00 meticais na mão-de-obra e 190,00 meticais nos gastos gerais de fabrico.
Caso 2: A empresa CROWNE, Lda fabrica o produto A e obtém o subproduto X. A sua actividade desenrola-se
nos centros de gastos C1 e C2 e utiliza as matérias-primas MP1 e MP2. A empresa utiliza o sistema de custeio
orçamentado para a realização da actividade de Janeiro de 201X.
Compras orçamentadas:
Quantidade Preço
MP 1 (Unidades) 1.000 280,00
MP 2 (Unidades) 700 530,00
Valores Orçamentados:
1
CI = MPc + Centros de Gastos – Semiproduto X = 516.400,00 + 40.300,00 – 12.000,00 = 544.700,00
2
CI Unitário = CI/Qo = 544.700,00/1.000 unid. = 544,70
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Matérias-primas
Inventários iniciais
MP 1 500 280,00
MP 2 400 510,00
Compras
MP 1 900 280,00
MP 2 600 550,00
Consumo
MP 1 920
MP 2 565
Centros de Gastos
C1 (Hm) 170
C2 (Hm) 163
Produtos Acabados
Inventários Iniciais
A 600
X -
Produção do Mês
A 1.200
X 120
Vendas
A 1.000 820,00
X 120 100,00
Outros valores reais referentes aos centros de gastos:
Caso 3 - Uma empresa recolheu os seguintes dados referentes à actividade do primeiro trimestre de 201Z:
MP Padrão Real
Q0 P0 Qr Pr
A 200 22,00 190 25,00
B 80 65,00 85 58,00
Pretende-se o apuramento e a análise dos desvios.
Caso 4 - Uma empresa registou no ano 201X, entre outros, os seguintes dados:
GGF previstos para o exercício: 300.000,00 euros. Dos quais, 70% são variáveis.
Produção normal 50.000 unidades do produto VX;
Base de imputação dos GGF: horas de TDP;
Cada unidade de produto acabado exige 2,00 euros de TDP. Actividade normal é de 100.000 Hh.
Produção real: 60.000 unidades do produto VX;
Cada unidade de produto acabado exige 2,05 euros de TDP. Actividade normal é de 123 000 Hh.
GGF reais: 400.000,00 euros. Dos quais, 70% são variáveis
Pretende-se:
1. A taxa padrão de imputação dos GGF. 2. Desvio global nos GGF variáveis e 3. Desvio global nos GGF
fixos.
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