TCC - Sebastião Joana (Fase Final 3)
TCC - Sebastião Joana (Fase Final 3)
TCC - Sebastião Joana (Fase Final 3)
LUBANGO, 2023
UMN
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUÍLA
LUBANGO, 2023
i
UNIVERSIDADE MANDUME YA NDEMUFAYO
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUILA
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O chefe do Departamento
_______________________________
Agradeço em primeira instância a DEUS, Pai Todo-Poderoso. Seu fôlego de vida em mim
me foi sustendo e me deu coragem para questionar realidades e propor sempre um novo
mundo de possibilidades.
Ao Eng°. João Celestina, director geral da empresa ELIAQUIM JANTÓNIO, que sempre
me motivou e incentivou, para o crescimento pessoal e profissional, disponibilizando
ferramentas e meios para atingir os objectivos.
Ao Instituto Politécnico Da Huíla (IPH), expresso a enorme gratidão porque através do seu
corpo docente permitiu o meu desenvolvimento académico.
Quero agradecer no fundo do coração aos meus irmãos e amigos que sempre estiveram
comigo e que me ajudaram a não desistir dos meus objectivos e me ensinaram a sorrir
perante a vida, em especial, Raúl Suzana, Osvaldir André, Gisela Da Consolação, Aniceto
Muabi, Estêvão N´zau, Jesus Muabi, Paulino Celina, Cláudio Pemba, Olga Lemos, Delfina
Miguel, Abel Deolinda, Pedro Rodrigues, Adão Marta, André Alfredo, Peterson
Domingos e Pascoal Catarina.
Figura 15- Esquema de uma banqueta individual e de patamares construídos para instalação
de banquetas ...................................................................................................................... 35
vi
Figura 25-Perfil longitudinal da ravina em estudo ........................................................... 47
Figura 34- Questão relaccionada o tipo de árvores a usar para protecção de cobertura
vegetal ............................................................................................................................... 54
Figura 35-Questão relaccionada o tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a zona
está próxima de residências. ............................................................................................. 55
Figura 36-Secção Transversal a usar na ravina, esquema feito no Layout do sketchup ... 63
Anexo-C- Figura 39- Solo sendo retirado pelos moradores ,para construção de suas
residências. ........................................................................................................................ 79
vii
Lista de Tabelas
Tabela 3- Limites aconselháveis para a velocidade média e máxima dos canais. ............ 37
viii
Definição dos termos
Solo: é um corpo natural composto por substâncias orgânicas e inorgânicas presente na
superfície terrestre e formado pela desagregação das rochas (Costa, 2012).
Ravina: é um estado muito avançado da erosão por sulcos, ocasionada por grandes
concentrações de escoamento, que passam no mesmo sulco, ampliando-o em
profundidade e extensão (Gonçalves., 2002).
Escoamento Superficial: É o escoamento de água que ocorre nas encostas, quando o solo
se torna saturado. Ele ocorre quando a capacidade de infiltração da superfície do solo é
excedida e não consegue mais absorver água. As pequenas depressões do solo vão ficando
cheias de água, que começa a escoar pela superfície. (Mannarino, 2022)
Erosão pluvial: é o impacto das gotículas da água da chuva responsável pela desagregação
do solo, após a retirada da camada vegetal em sua superfície com isso os sedimentos são
transportados de um local para outro” (Guerra., 2001). Após um longo período chuvoso,
esses impactos da água com o solo acabam gerando um fluxo de sedimentos que podem
originar ravinas.
Voçoroca: Segundo Guerra (2001), voçoroca pode ser compreendida como “escavação ou
rasgão de solo ou rocha decomposta, ocasionado pela erosão do lençol do escoamento
superficial”.
ix
Siglas e Abreviaturas
ABNT- Associação Brasileira De Normas Técnicas.
Eng°-Engenheiro.
𝑚-Metro
IPH- Instituto Politécnico Da Huíla.
INAMET- Instituto Nacional De Meteorologia.
INE- Instituto Nacional De Estatística.
x
Resumo
São consideradas ravinas, canais erodidos pelo fluxo concentrado nas intermitente de água,
após a ocorrência de chuvas intensas, a sua ocorrência é intensificada e acelerada pela
acção antrópica e para evitar a ocorrência é necessário que se conhença a dinâmica erosiva
e suas variações. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho teve como objectivo
propor métodos de contenção para ravina evolvente ao estádio da Tundavala , no bairro
Tchioco, zona da Mukanka, de modo evitar o risco as infra-estruturas, como a linha férrea
do CFM, o Estádio da Tundavala, bem como as residências que se encontram nas
proximidades da área. Foi possivel identificar que, as chuvas intensas, o transbordo do rio
capitão, a abertura de poços de exploração de areia, e a falta de protecção da superfície do
terreno estão na base do surgimento da mesma, e do seu grau de alastramento. Com os
dados recolhidos da visita de campo, foi possível caracterizar a área em estudo, apresentar
um mapa de localização da zona de estudo, bem como o mapa de distribuição espacial da
ravina. Os resultados demonstram que a ravina em estudo se encontra numa zona cujo o
solo é constituído de areias siltosas com pouca granulometria e altos índices de vazios o
que pressupõe a facilidade de ocorrência de ravinas. Perante esta situação, se destaca a
necessidade de combater o processo erosivo propondo métodos para a contenção da ravina
baseando-se nas normas nacionais e internacionais em que surge a necessidade de se
implementar um murro de contenção em bloco de pedra com dissipadores em degraus para
o controlo do escoamento das águas, reforço do solo nas zonas com baixos ravinamentos e
intrudução de banquetas, tendo em vista a redução da altura máxima do pano de taludes,
posteriomente a cobertura do solo com vegetação. O modelo proposto proporcionará a
recuperação dos danos identificados, com a intenção de promover a qualidade e segurança
da área.
xi
Abstract
Are considered ravines, canal eroded by the concentrated flow of water intermittently, after
the occurrence of heavy rains, their occurrence is intensified and accelerated by human
action and to avoid occurrence it is necessary to know the erosive dynamics and its
variations. Based on this assumption, the present work aimed to propose containment
methods for the ravine surrounding the Tundavala stadium, in the Tchioco neighborhood,
Mukanka area, in order to avoid the risk to infrastructures, such as the CFM railway line,
the Estádio da Tundavala, as well as the residences that are found in the vicinity of the area.
It was possible to identify that the intense rains, the overflow of the captain river, the
opening of sand exploration wells, and the lack of protection of the surface of the land are
at the base of the appearance of the same, and of its spreading degree. With the data
collected from the field visit, it was possible to characterize the area under study, present a
location map of the study area, as well as the spatial distribution map of the ravine. The
results show that the ravine under study is located in an area where the soil is made up of
silty sand with little granulometry and high voids, which presupposes the ease of
occurrence of ravines. Faced with this situation, there is a need to combat the erosive
process by proposing methods for retaining the ravine based on national and international
standards, in which the need arises to implement a containment wall in stone block with
sinks in steps for the control of water flow, reinforcement of the soil in areas with low
ravines and introduction of benches, with a view to reducing the maximum height of the
slopes, subsequently covering the soil with vegetation. The proposed model will provide
for the recovery of the identified damages, with the intention of promoting the quality and
safety of the area.
xii
Índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 16
Problema........................................................................................................................ 17
Justificativa.................................................................................................................... 18
1.1. Solo..................................................................................................................... 21
Erosão laminar............................................................................................................... 25
1.2.3.1.2. Infiltração............................................................................................. 30
Conclusão ....................................................................................................................... 70
Sugestões ........................................................................................................................ 71
Anexos ............................................................................................................................ 78
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A retirada da vegetação de uma área deixa-a exposta à erosão, causada pelas quedas
pluviométricas, o que acaba acarretando em um movimento de massa no solo. “O processo
responsável pela desagregação do solo, após a retirada da camada vegetal em sua superfície, é
o impacto das gotículas da água da chuva, com isso os sedimentos são transportados de um
local para outro” (Guerra, 2001) . Após um longo período chuvoso, esses impactos da água com
o solo acabam gerando um fluxo de sedimentos que podem originar ravinas.
Segundo (Soil science of America, ciência do solo de América,2008) citado por (Franco, 2015)
define ravina, como canal erodido pelo fluxo concentrado nas intermitente de água,
habitualmente durante e imediatamente após a ocorrência de chuvas intensas. Apesar de tratar-
se de um processo natural, sua ocorrência pode ser intensificada e acelerada pela acção
antrópica e para evitar a ocorrência é necessário que se conhença a dinâmica erosiva e suas
variações.
Entretanto, visto que muitas ravinas localizadas nas zonas periurbanas da cidade do Lubango
representam riscos à população, e no nosso caso a ravina do bairro Tchioco tem causado grandes
problemas à população e ameaçando a destruição da linha férrea bem como as moradias, é de
suma importância o estudo e a aplicação de técnicas e procedimentos recomendáveis para que
se reduza significativamente a sua expansão, contribuindo deste modo para a segurança do bem-
estar social e ambiental. Neste trabalho são apresentados métodos para conter o processo
erosivo e favorecer a contenção da perda de solos.
16
Problema
Dentre as principais alterações no uso do solo, a erosão é provavelmente a forma mais grave de
degradação da paisagem ao redor do globo, e as práticas socioeconómicas têm acelerado esses
processos de maneira intensa. Segundo (Guerra & Gorge, 2013) as ravinas são primordiais para
a manutenção da fertilidade natural dos solos. Porém as influências humanas sobre o solo
interferem directamente causando erosões aceleradas.
De acordo com o afirmado no parágrafo anterior permitiu identificar como problema científico
da investigação o seguinte:
Como conter a ravina evolvente do estádio da Tundavala, no bairro Tchioco, zona da Mukanka
de maneira evitar o avanço do processos erosivo?
Objectivo Geral
O presente estudo tem como objectivo propor métodos para a contenção da ravina evolvvente
o estádio da Tundavala , no bairro Tchioco, zona da Mukanka de modo evitar o risco as infra-
estruturas, como a linha férrea do CFM, o Estádio da Tundavala, bem como as residências que
se encontram nas proximidades da área.
Objectivos Específicos
Ideia a Defender
Se forem feitos os estudos de aplicação de métodos ou técnicas de contenção dos solos, será
possível a contenção e estabilização de ravina.
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− Apresentar os dados recolhidos sobre a ravina em estudo para elaboração da proposta
de solução.
Métodos de investigação
Métodos empíricos
a) Entrevistas: Foram entrevistados distintos profissionais nomeadamente, Engenheiro
Civil, Engenheiro Do ambiente, Técnico de Segurança do ambiente e Arquitecto;
b) Visita de Campo: Foi efectuada visita de Campo no Bairro Tchioco;
c) Consulta: Efectuou-se consultas em documentos relacionados com a questão em análise;
d) Análise documental: Recorreu-se a livros, revistas artigos, documentos, normas e
tabelas técnicas.
Justificativa
O presente estudo resulta de uma constatação feita durante algumas visitas ao estádio nacional
da Tundavala, na qual verificou-se a existência de ravinas ao longo de determinados perímetros.
18
O processo erosivo naquela localidade ameaça a linha férrea, o estádio nacional da Tundavala
e as construções vizinhas, e isso provocaria destruição das mesmas e consequentemente o
retrocesso no desenvolvimento do nosso país, do ponto de vista social, a sua pertinência é
imprescindível visto que combatendo o processo erosivo se garante a protecção do meio
ambiente e de infra-estruturas.
O estudo em causa, também servirá de base para discussões e investigações futuras, uma vez
que a temática é pertinente e colabora para o fortalecimento do curso de Engenharia civil, no
Instituto Politécnico Da Huíla (IPH). A Engenharia civil vista como a agente que modifica o
meio ambiente, é imprescindível no dever de combater o impacto ambiental utilizando métodos
correctivos e técnicas de contenção de tal maneira minimizar as possibilidades de erosão.
Estrutura da monografia
O presente trabalho desenvolve-se por uma Introdução geral, três capítulos, conclusões,
recomendações do estudo, bibliografia e termina com os anexos, conforme a descrição abaixo;
Introdução: Neste capítulo fez-se alusão os aspectos gerais sobre o trabalho de investigação,
começando pela formulação do problema de investigação, a ideia a defender, os objectivos que
se pretende alcançar e a sua respectiva justificativa.
Capítulo II – Materiais e Métodos: Faz-se menção dos materias utilizados durante o percurso
de toda investigação, metodologia de estudo, população e amostra, Caracterização da área de
estudo, caracterização geográfica,bem como a apresentação dos resultados da zona de estudo.
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CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
1.1. Solo
Segundo Araujo et al. (2005) o solo, assim como a água, é um recurso vital para a humanidade,
porém esse recurso natural tem sido mal utilizado pelos seres humanos. Actividades antrópicas
como desmatamento corte de encostas, disposição de resíduos domésticos e indústrias, uso
agrícola, ou acções naturais como declividade, textura do solo e quantidade de matéria orgânica
tem sido associadas à rápida degradação do solo.
Segundo Brady & Weil (2013), os cientistas Russos afirmaram que depois de muitas pesquisas
subsequentes, tanto no campo como no laboratório, levaram à identificação de cinco factores
principais que controlam a formação dos solos, que são:
Segundo Almeida (2005) a caracterização dos solos é feita com base em diferentes parâmetros:
Segundo Melo et al (2007) dependendo do tipo de material de origem, os solos podem ser:
21
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
• Arenosos,
• Argilosos,
• Férteis ou pobres.
É importante salientar que uma mesma rocha poderá originar solos muito diferentes,
dependendo da variação dos demais factores de formação (Brady & Weil, 2013).
De acordo com (Coelho, et al., 2020) Solos que têm uma alta erodibilidade são solos que têm
um maior potencial a sofrer erosão. Diz que podemos destacar a granulometria, estrutura e
agregação dos horizontes superficiais, capacidade de infiltração e retenção de água, teor de
matéria orgânica e espessura dos solos como factores que definem sua resistência à erosão
(Coelho, et al., 2020).
O processo da erosão pode ser manifestado pelas circunstâncias ambientais e também pela
interferência humana sobre a formação ambiental das formas paisagísticas, o que acontece tanto
no material de origem quanto nos solos (Rodrigues, 2018)
Ao olharmos uma paisagem à nossa volta, constatamos que a maior parte dos terrenos que
vemos estão cobertos por vegetação, de maior ou menor porte, e que essa vegetação está fixada
a um solo mais ou menos desenvolvido (Coelho et al., 2020).
Por outro lado, o facto de os solos se encontrarem em áreas onde as rochas estão expostas aos
agentes atmosféricos, torna-os particularmente vulneráveis também à erosão promovida pelos
mesmos (Giacomini, 2017).
Segundo Krause et al (2003), citado por (Pereira et al., 2019) afirmam que a erosão do solo
tem sido reconhecida como o maior impacto na degradação de superfície em todo o mundo.
Nas últimas décadas, pesquisas têm priorizado localizar os problemas de erosão e assim, tentar
contê-los.
E segundo Pereira et al (2019) isto se explica pelo aumento na preocupação dos locais
impactados pela erosão do solo que podem ser combatidos contra a erosão.
22
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Para Viel (2015) os processos erosivos se relacionam com solos de maior ou menor resistência
a ação da água. A erodibilidade dos solos, está associada à resistência do solo a sofrer erosão,
“que consequentemente dá origem a ravinas”.
E segundo Brady & Weil (2013), mostra que estudos recentes indicam que erosões por ravinas
são normalmente a fonte principal de sedimentos. Ravinas têm sido negligenciadas pela
dificuldade de estudar e predizer seu acontecimento.
Chaplot, et al (2005) citado por (Cortez & Manuela, 2008) afirmou que os processos de
formação de ravinas possuem uma natureza tridimensional afectada por uma ampla gama de
factores e processos. Embora ravinas são comummente desencadeada ou acelerada por
mudança no uso da terra e também por extremos eventos climáticos, que muitas vezes resulta
também de uma longa história antecedente que não pode ser esquecida quando se tenta entender
padrões de erosão espacial.
Figura 1-Fase de erosão no processo de formação de uma ravina. Fonte: (Guirro, 2018)
1.2.1.1 Desagregação
A desagregação, no caso da erosão hídrica, é causada pelo impacto da gota de chuva contra o
solo ou pelo escoamento superficial da água. (Verdum et all., 2016).
1.2.1.2 Transporte
Na erosão hídrica, o transporte das partículas desagregadas é realizado através do impacto das
gotas de chuva (salpicamento) e pelo escoamento superficial da água. Pelo impacto da gota de
chuva, as partículas são transportadas a uma curta distância e depositadas na superfície do solo
(ENGENHARIA, 1995).
Segundo Lucas (2016) a distância de transporte das partículas, tanto na erosão hídrica como na
erosão eólica, vai depender:
• Do tamanho da partícula.
• Da força do agente.
• Da topografia do terreno.
• Da presença ou ausência de obstáculos (exemplo: vegetação).
1.2.1.3 Deposição
Quanto maior o tamanho das partículas, mais rapidamente elas param; enquanto que, quanto
maior for a velocidade do agente (água ou vento), mais demorada será a deposição (Rodrigues,
2018).
Neste caminho por onde a água passa, se esculpem as ravinas. O fluxo de água através de um
grande número de ravinas combinadas pode-se formar uma voçoroca (Melo, et al., 2007).
De acordo Com Brasilescola (2020), em termos de classificação, há vários tipos de erosão que
podemos encontrar na formação de uma ravina, que podem ser elencadas conforme o tipo de
agente erosivo actuante, como a água, o vento e os seres vivos.
Erosão geológica: processo lento, responsável pela modelagem do relevo da crosta terrestre
com seus vales, rios, montanhas, planícies, planaltos e deltas. É um processo construtivo, não
influenciado pelo homem, onde as taxas de formação superam as taxas de remoção do
(Castro, 2011).
24
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Erosão pluvial: é o tipo de erosão causado pela acção da água das chuvas. Em geral, qualquer
desgaste do solo ocasionado pelas precipitações pode ser classificado como erosão pluvial, mas
nas áreas onde o terreno é menos protegido pela vegetação e outros elementos, os efeitos da
acção da água podem ser mais intensamente sentidos (Lucas, 2016).
Nakajima (2015) citado por (Ribeiro, 2018), a erosão laminar é a erosão em lençol, que remove
as camadas superficiais do solo, que ocorre devido ao escoamento não concentrado.
25
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Erosão em Sulcos
Segundo Alves (1978), citado por (Brito, 2012). As suas dimensões e a extensão dos danos que
podem causar estio intimamente relacionadas com o clima, com a topografia do terreno, sua
geologia, tipo de solo e forma de manejo.
Segundo Guerra (2001), voçoroca pode ser compreendida como “escavação ou rasgão de solo
ou rocha decomposta, ocasionado pela erosão do lençol do escoamento superficial”. As
26
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
voçorocas podem surgir a partir de deslizamentos de terra, que faz com que os horizontes
subsuperficiais se tornem expostos. Podem originar-se também de sulcos e ravinas.
Água Hídrica
Chuva Pluvial
Rios Fluvial
Mar Marinha
Vento Eólica
Homens Antropogénica
E de acordo Franco (2015), podemos listar as seguintes definições de ravina baseando-se aos
seguintes autores:
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CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Com base nestes critérios pretende-se distinguir ravinas que são facilmente eliminadas pelos
trabalhos de mobilização do solo (como a passagem de arados), das que, pelo seu maior
tamanho, implicam uma intervenção mais complexa (Foster, 1986) citado por (Franco, 2015).
As ravinas efémeras caracterizam-se por ocorrerem ao longo de incisões no solo cujas seções
transversais são muito maiores que a profundidade. Não apresentam as paredes laterais e a
cabeceira bem definidas, com dimensões variáveis, caracterizando-se por remoções de solo em
28
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
profundidade e pela acumulação de escorrência. Por outro lado, as ravinas permanentes ocorrem
em linhas de drenagem bem definidas, de dimensões consideráveis. As secções transversais são
estreitas relativamente à profundidade, com paredes laterais abruptas e cabeceiras proeminentes
(Foster, 1986; Poesen, 1993) citados por (Franco, 2015).
Para Brito (2012), as ravinas caracterizam-se pela formação de canais (sulcos) de diferentes
profundidades e comprimentos na superfície do solo.
Em virtude dos fatos analisados acima, o início da formação de ravinas pode ser considerado
como crucial no processo erosivo, que pode estar associado a um rápido aumento na
concentração de sedimentos contidos no escoamento superficial (Guerra, 1997).
Segundo Brito (2012), os principais factores intervenientes do processo erosivo para a formação
de ravinas são:
✓ o clima,
✓ o relevo.
✓ os solos.
✓ a cobertura vegetal e a acção humana são sempre apontadas como os factores
fundamentais.
Os solos, o clima e o relevo determinam taxas naturais de erosão que podem ser modificadas
pela acção humana, intensificando-se ou não (Brito, 2012).
De acordo com Bertoni & Neto (2012), citados por (Vivaldini, 2021) os factores activos
abrangem as características da infiltração, clima (precipitação) e relevo (declividade).
Já os passivos são descritos pelas características físicas e estruturais dos solos, assim como a
cobertura vegetal (Vivaldini, 2021)
29
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
1.2.3.1.1. Precipitação
A chuva é um dos principais factores que interfere e implica no processo erosivo. Sua
influência pode ser notada desde o momento no qual as gotas tocam a superfície terrestre até o
desenvolvimento da enxurrada e transporte de material (Franco, 2015).
A água ao incidir sobre a superfície dotada ou não de cobertura vegetal, exercendo pressão e
forças de cisalhamento sobre o material, desprende partículas de solo. Parte do volume da chuva
infiltra e outra parcela escoa superficialmente (Castro, 2011).
1.2.3.1.2. Infiltração
Segundo Martins (1976) citado por (Grando & Maciel, 2007) é o fenómeno de penetração da
água nas camadas de solo próximas a superfície do terreno, movendo-se para baixo, através dos
vazios, sob a acção da gravidade, até atingir uma camada-suporte, que a retém, formando então
a água do solo.
30
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Segundo Gonçalves ( 2002) citado por (Franco, 2015l), afirma que a topografia do terreno deve
ser analisada segundo três importantes características: o declive, o comprimento da encosta e a
forma da encosta.
Segundo Xanthakis e Pavlopoulos (2009) citados por (Franco, 2015), afirmam que quanto
maior for o declive, maior será a taxa de erosão e a drenagem superficial. A inclinação da
vertente tem uma relação exponencial com a erosão, sendo que, encostas íngremes são mais
propensas à erosão do solo.
As formas côncavas favorecem a convergência das águas, provocando uma erosão mais
localizada, com tendência à formação de sulcos e ravinas, as formas convexas favorecem a
divergências das águas, sendo a erosão mais uniforme (Gonçalves, 2002).
As obras para estabilização dos taludes visam diminuir o risco ao desastre. A protecção a ser
utilizada depende da análise do(s) processo(s) ocorrente(s), constituindo-se em acções que vão
desde a sua protecção superficial, através de revestimento e/ou drenagem superficial, até em
obras de retaludamento ou de estrutura de contenção (Passarinho, 2014).
Obviamente, não se objectiva reduzir a zero a erosão. Mas sim, o controle da erosão parte do
uso do solo de acordo com a sua aptidão, ou seja, sua capacidade de suporte, adoptando práticas
de preservação do solo, reduzindo a degradação deste recurso natural (Baldotto, 2019).
Podemos assim para o presente estudo apresentar algumas técnicas ou métodos de protecção
contra a ravina.
As práticas vegetativas são aquelas pelas quais a protecção ocorre a partir de sua cobertura com
plantas, prevenindo o impacto da chuva sobre o solo descoberto ou fazendo barreira contra para
retenção ou diminuição da velocidade de escoamento da água das chuvas (enxurradas)
(Baldotto, 2019).
33
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Em geral, a vegetação atenua a erosão do solo, principalmente através da redução das forças de
impacto da gota no solo diminuindo a velocidade do escoamento superficial, aumentando a
rugosidade hidráulica e as taxas de infiltração de água no solo, aumentando assim sua
resistência à erosão (Martins, et al., 2017)
São formados pela sobreposição de material em curvas de nível de modo a formar taipas com
0,5 a 1 metro de largura funcionando principalmente como difusor de escoamentos
concentrados superficialmente e como área de deposição dos sedimentos carreados pela
enxurrada (Verdum et all., 2016).
1.2.4.3. Patamares
São recortes realizados na superfície de áreas com alta declividade (30 a 40%) e solo profundo,
dando à encosta um aspecto de escada (Verdum et all., 2016).
34
CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Segundo (Verdum et all., 2016) só devem ser empregados caso a única área passível de cultivo
esteja localizada na encosta e justifique a adoção de tal técnica, já que a grande movimentação
de terra necessária à construção dos degraus altera bastante as características originais do solo,
gerando também alto custo para sua implantação.
São geralmente empregadas em locais com alta declividade e destinadas ao cultivo de espécies
frutíferas. São construídos, individualmente, pequenos camalhões em forma de meia-lua, na
parte de baixo onde foi plantada cada muda arbórea (Verdum et all., 2016).
Figura 15- Esquema de uma banqueta individual e de patamares construídos para instalação
de banquetas. Fonte: (Verdum, et all.; 2016).
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CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA’
Figura 16- Muro de contenção. (Leito do rio Mucufi). Fonte: (Autor, 2023)
A velocidade média de escoamento num canal deve situar-se dentro de uns certos limites. A
velocidade máxima é estabelecida tendo em conta a natureza do material que constitui o canal.
Baseando-se nas tabelas que apresentam os limites aconselháveis para a velocidade média e
máxima dos canais, sendo uma alvenaria de bloco de pedra, adoptamos uma velocidade máxima
de 2,50 m/s.
37
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Para execução dos trabalhos na primeira instância, foram utilizadas ferramentas que por sua
vez permitiram o avanço da investigação como: GPS Garmin, para marcar os pontos e obter as
coordenas da zona de estudo, foi usada a trena de 50 m (metros) para medir os taludes, com o
auxilio de Softwares de Informação Geográfica como Google Earth, verificamos o relevo, o
perfil longitudinal da área de estudo, com o mesmo software foi possível a obtenção dos mapas,
e com a ferramenta informática _ Excel, organizamos as informações obtidas no campo através
de gráficos e tabelas, foi também usado o software sketchup, para modelação da proposta de
solução, e para apontamentos usou-se uma lapiseira, um lápis e um manual.
Para se atingir os objectivos, foi feita uma pesquisa científica descritiva. Pois, segundo
(Prodanov & Freitas, 2013), a pesquisa é descritiva quando Envolve o uso de técnicas
padronizadas de colecta de dados, questionário e observação sistemática.
Com base a esta metodologia, adopta-se estratégias que dialogam de forma directa com a
temática da pesquisa, afim de interpretar os dados de forma reflexiva e sistemática para solução
do problema.
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CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Condução de águas pluvias, por canaletas localizadas na crista e nas banquetas de maneira que
sua força trativa não actue sobre o solo desprotegido e não forme canais erodidos.
Esta norma diz respeito às regras gerais a adoptar no projecto de edifícios e de outras obras de
engenharia civil de Betão, bem como na verificação da resistência das estruturas de Betão.
Através do reconhecimento visual da superfície do solo, consegue-se perceber que a zona tem
um solo de areias siltosas de coloração alaranjada com alguma ocorrência dispersa de material
laterítico.
40
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
O solo tem uma granulometria pouco extensa, baixa fertilidade e armazena pouca água o que
levou corresponder a elevados valores de índice de vazios e a alto risco de ravinas. Pois as
partículas são facilmente desagregadas pela chuva.
A parte sul do município do Lubango está assente sobre a microbacia do rio caculuvar que tem
o rio Mucufi como um dos principais tributários, que por sua vez, apresenta afluentes com
regime intermitente como o Capitão e o Mukanka.
A zona de estudo, encontra-se localizada entre os leitos de dois tributários importantes do rio
Mucufi: O rio Capitão e o rio Mukanka (ambos com orientação SW-NE). Um dos “braços” do
rio Capitão atravessa a área de estudo de maneira paralela.
41
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
A zona de estudo ocupa uma área de 125 356𝑚2 e forma um perímetro de 2685𝑚 limitada
pelos seguintes pontos limítrofes: Ponto inferior direito latitude 14°57'10.45"S longintude
13°32'6.92"E; Ponto inferior esquerdo latitude 14°57'13.24"S longintude 13°32'4.41"E; Ponto
superior direito latitude 14°56'36.09"S longintude 13°31'54.03"E, e ponto superior esquerdo
latitude 14°56'35.51"S longitude 13°31'51.82". Onde a erosão activa modelou o relevo
existente. A ravina em estudo está georreferenciada de acordo as coordenadas geográficas
descritas na tabela 08 ( anexo A).
42
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
A área na qual está enquadrada a zona de estudo está a uma distância de aproximadamente
5,656.78 metros em linha recta da área urbana da cidade do Lubango, como mostra a figura
22.
43
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
O nosso trabalho tem como população as infraestruturas afectadas pela ravina, como a linha
férrea do CFM, Estádio da Tundavala, bem como as habitações. E como amostra a ravina
evolvente o estádio da Tundavala, Zona da Mukanka.
44
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
A queda de chuvas, quando seu escorrimento que mantem nas vertentes dos canais já criados
sem qualquer tipo de vegetação forma sulcos que, quando a litologia é favorável, como é o caso,
evoluem directamente para ravinas de grandes proporções. Analisamos que o princípio da
ravina em estudo está associada a uma saída ao transbordo do caudal do rio Capitão localizada
45
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Desta feita, por conta das acções de natureza antrópica tem resultado na alteração no perfil
longitudinal da zona, permitindo a grosso modo uma considerável mobilização superficial de
material terroso criando um patamar subhorizontal que, tem favorecido a rápida evolução da
ravina. Essa ravina, expôs profundidade de aproximadamente 8,4 metros nas intermediações de
sua cabeceira, com alternâncias deste valor durante a sua extensão. Também apresenta feições
de desmoronamento das paredes e falta de cobertura vegetal apropriada. Sua largura varia de 2
a 7 metros em todo seu trajecto.
A zona de estudo, está a norte de uma zona com relevos muito acentuados, o que faz conforme
detalhado no mapa da figura 22, que as águas escorrem de sul para norte, em toda extensão da
zona de estudo.
Figura 24-Mapa do sentido de escorrimento das águas. Fonte: (Google Earth, 2023)
46
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Ravina
Extensão m 1720
47
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
volume de água proveniente das precipitações, mas, especialmente, do tipo de tratamento dado
ao terreno.
48
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Riscos de
desmoronamento
de habitações,
Riscos de cortes
de circulação,
49
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
O processo provoca ainda o assoreamento dos rios e lagos. Assim, no período de chuvas, esses
corpos-d’água extravasam, causando as enchentes e transbordos, como no caso da ravina em
estudo.
O movimento da terra causa também instabilidade nas partes mais elevadas dos terrenos, que
podem levar a deslizamentos de terras nas zonas de estudos com pendente elevada de
declividade.
A nossa zona de estudo possui um terreno com relevos ondulados e com variações de declives,
ou seja, com relevos montanhosos, as chuvas constantes ocasionam deslizamentos de terra nas
áreas mais frágeis do terreno.
Esses deslizamentos ocorrem, em sua maioria, nas áreas em que a vegetação natural foi retirada
para a construção de moradias, onde essas residências e seus ocupantes correm sérios riscos de
50
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
vida, com o risco de desmoronamento das mesmas e este problema é agravado na região por se
tratar de uma localidade rural.
A ravina em estudo nos seus ramos tem provocado vários problemas para a sociedade local,
desencadeando uma série de problemas sócio ambientais nas áreas circundantes ao seu curso,
chegando bem próximo do corte ou fechamento de ruas limitando a ligação de residências do
mesmo bairro, danos ao ramal do caminho de ferro de Moçâmedes, a sua prolongação ao estádio
de futebol da Tundavala, com danos económicos, entre tantos outros.
51
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Figura 31-Infraestrutura de comunicações em risco por conta da Ravina. Fonte:( Autor, 2023)
A ravina em estudo tem causado transtornos para os pequenos produtores de gados da região,
desequilibrando as zonas de pastagens e cortando a circulação entre zonas do mesmo bairro,
neste caso (Bairro do Tchioco, zona da mukanka).
Sem o devido tratamento pode resultar na degradação das áreas agrícolas ou de pastagens, e
restringir ou impossibilitar a lucratividade da actividade agro-pecuária da zona.
A ravina também pode acarretar defensivos agrícolas e adubos até os corpos de água. Como
consequência, isso pode provocar o desequilíbrio na fauna e flora do ecossistema circundante.
Figura 32-Zona de cultivo, gravemente destruída pela ravina, ponto com 5,21 m de altura, na
ravina. Fonte:( Autor, 2023)
52
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
Figura 33- Questão relaccionada os métodos ou técnicas a utilizar para solução do problema.
Fonte:( Autor, 2023)
Na questão relacionada os método ou técnica a usar para solução do problema, 28% dos
especialistas responderam a aplicação do muro de gabião junto com dissipadores porque não
53
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
precisa argamassa e obdece com a topografia do terreno, e 72% dos especialistas responderam
que, o muro de bloco de pedra é o mais viavel, atendendo o factor económico, sendo Lubango
apresenta locais de exploração de rochas, e tecnicamente o muro de bloco de pedra é o mais
utilizado pela vantagem de apresentar seu peso próprio de contenção.
Figura 34- Questão relaccionada o tipo de árvores a usar para protecção de cobertura vegetal.
Fonte: (Autor, 2023)
Quanto a segunda questão, 39% dos especialistas aconselharam outro tipo de vegetação nativa
por não conhecerem as caracteristícas destas árvores e, 61% dos especialistas responderam que
sim, sendo adequado a plantação destas árvores por terem um factor importante na
estabilização das margens e na prevenção de erosão do solo, e por tolerar solos secos e húmido.
3- Que tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a ravina encontra-se numa zona de
pastagem e próxima de residênciais, caso venha um gado ou uma criança cair nela?
54
CAPÍTULO II – MATERIAIS E MÉTODOS.
100%
Figura 35-Questão relaccionada o tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a zona está
próxima de residências.
5- Que soluções propõe para desencorajar a população de retirar o solo para construção
de suas moradias, atendendo os impactos negativos que tais práticas desencadeiam ao
meio ambiente? O especialista social respondeu que é preciso alguns ensinamentos com
bases em palestras e campanhas de sensibilização mostrando o perigo de tais práticas.
55
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
E de acordo a mesma realidade, e pelo facto de termos dentro do município do Lubango, zonas
de exploração de rochas em abundância escolhemos 3 métodos para contenção da ravina, que
são os seguintes:
Fácil de execução; Não necessita de mão de obra especializada; Possui um óptimo custo
benefício; A sua estabilidade é assegurada pelo peso próprio da contenção.
57
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
𝑏 = 4,50𝑚
A escada hidráulica tem ângulo de inclinação variando de 10º a 55º. A altura do degrau é
também chamada de espelho do degrau e varia de 0,2m a 0,90m.
1,6795> 0,863(𝑜𝑘)
Largura da base do dissipador (B≥ 2 × 𝐿=m)
58
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
𝐴𝑒𝑠𝑐 =
Q= Número de Froude
𝐴𝑒𝑠𝑐 = 𝑏 × ℎ = 4,50𝑚 × 0,70𝑚 = 3,15𝑚2 𝑄
𝐵
𝐹= =
(𝑔×𝑠𝑒𝑛(𝜃)×ℎ3 )×0,5
59
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
2
Comprimento do degrau 𝐻𝑚𝑎𝑥 = 24 × 𝑑𝑐 × 𝑠𝑒𝑛(𝜃)3
2
𝑏 = 3 × ℎ = 3 × 0,40 = 1,2𝑚 = 24 × 0,678 × 𝑠𝑒𝑛(19,10°) 3
= 7,726𝑚
Considerando os níveis de degradação nas zonas afectados pela ravina e para sua recuperação
optou-se por implementar medidas sustentáveis, nomeadamente.
EXCAVAÇÃO.
As escavações deverão ser realizadas com base nos limites e na geometria da ravina e da erosão
a jusante da mesma.
Para a construção dos aterros, serão utilizados solos residuais locais provenientes das
escavações e solo, originário de áreas de empréstimo. O material proveniente das escavações
na área da ravina só poderá ser utilizado como material de preenchimento dos aterros da ravina.
60
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
Uma vez que nesta zona nota-se a presença de água, propõe-se que seja executado um
pedrapleno que funcionará como camada drenante sobre o aterro a construir, prevê-se um
pedrapleno com uma altura média de 20cm. Este pedrapleno assentado sobre o leito, nas zonas
em que se verificam maiores probabilidade de surgir água novamente, deverá ser devidamente
envolvido em manta geotêxtil.
SISTEMA DE DRENAGEM
As paredes da canaleta que conduzirá as águas provinientes dos taludes para o canal, serão
constituídas por betão armado com resistência de 25 MPa e 0,10 m de espessura. As paredes
do muro de contenção serão constituídas por bloco de pedra e as juntas em betão simples com
resistência de 25 Mpa conforme orienta a norma eurocodigo 2.
Associado aos diversos ravinamento, pretende-se evitar que as águas afluentes desçam
descontroladamente aos taludes existentes. No perímetro do canal, serão considerados degraus
de modo a controlar a velocidade do escoamento e vencimento de desníveis mais acentuados
sempre que for necessário, propõe-se ainda a construção de algumas lajetas de dimensões 3 m
x 2,20 m dim (pedonal) no topo da vala de forma a possibilitar a travessia dos moradores de
um lado para outro.
61
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
Os taludes e banquetas de toda a área recuperada, deverão ser totalmente revestidos com grama
de forte enraizamento de forma a retardar o movimentação das águas, e posteriormente a
plantação de árvores casuarinas a montante, distanciados 5m do muro de contenção.
Antes da aplicação da vegetação, a acidez do solo deverá ser corrigida com calcário, adubos
fertilizantes e solo orgânico.
62
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
Figura 37-Secção Transversal a usar na Ravina, Esquema feito no Layout do Sketchup. Fonte:
(Autor, 2023).
63
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
Figura 38-Vista tridimensional do modelo a usar, feito no sketchup. Fonte: (Autor, 2023)
64
CAPÍTULO III – PROPOSTA DE SOLUÇÃO.
MESES
PRAZO DE EXECUÇÃO: 5 MESES
1º 2º 3º 4º 5º
SEMANAS
1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª 16ª 17ª 18ª 19ª 20ª
PROJECTO
1
3
2 ESTALEIRO
1 2 3 1,5 1
3 DESMATAÇÃO
2
4 MOVIMENTO DE TERRAS
1 4
6 REPERFILAMENTO DOS TALUDES E REPOSIÇÃO DO SOLO NAS ZONAS COM BAIXA DEGRADAÇÃO.
4
65
3.5. Orçamento
Planilha Orçamentária
Total 484.575.334,3kz
69
Conclusão
O princípio da ravina está associada a uma saída ao transbordo do caudal do rio capitão, o qual
tem contribuído grandemente para o acréscimo de escorrência e aumento da ravina, a queda de
chuvas, que mantem nas vertentes dos canais sem qualquer tipo de vegetação, à abertura de
poços de exploração de areias, para trabalhos variados. A região apresenta assim uma
fragilidade ambiental que é intensificada pela presença de fenómenos naturais, como as grandes
chuvas, o declive do terreno e a força do vento.
De modo a prevenir repetição de ravinas , foi possível apresentar métodos que visam solucionar
o problema de pesquisa. Acredita-se que o projecto de recuperação proposto, que vela pelo uso
de técnicas combinadas; a implementação do muro de contenção em bloco de pedra, introdução
de banquetas e revestimento da superficie com vegetação, reduz consideravelmente a
intensidade dos riscos identificados, e garante a rápida recuperação da área degradada, com
impactos significativos positivos a nível ambiental e social.
70
Sugestões
Para trabalhos futuros, sugere-se:
Dificuldades à investigação
71
Referências Bibiliográficas
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76
Anexos
Anexo A - Tabela 8-Coordenadas Geográficas da ravina em estudo.
13.53229958927609,-14.94217823632172,0 13.53181059318681,-
14.94246467627046,0 13.53158729171781,-14.94276165725386,0
13.53147592973853,-14.94334323482822,0 13.53140104403931,-
14.94384672053616,0 13.5313589412517,-14.94436030897822,0
13.53153777878788,-14.94476311036779,0 13.53183995924343,-
14.94511660837048,0 13.53217931452949,-14.94518497849768,0
13.53251488475475,-14.94538502614863,0 13.53280912689493,-
14.94542403780402,0 13.53294659884233,-14.94562591811513,0
13.53312581216781,-14.94608001906055,0 13.53325397963807,-
14.94624730561709,0 13.53344951659885,-14.94644463541836,0
13.53354051637315,-14.94672631478766,0 13.53363782034457,-
14.94697342910242,0 13.53362897289012,-14.94709083398635,0
Fonte: (Autor,2023)
Anexo B -Tabela 9 Tipo de árvore a usar na proteção superficial do terreno.
Anexo-C- Figura 39- Solo sendo retirado pelos moradores ,para construção de suas residências.
UMN
INSTITUTO POLITÉCNICO DA HUÍLA
Estimado Engenheiro:
Por essa razão, se necessitam obséquio de responder com fidelidade o teste que a
seguir se apresenta, e consiste na sua autoavaliação sobre o nível de conhecimento
acerca do problema.
- até 5 anos
– de 5 a 10 anos
– mais de 10 anos
2. Centro em que trabalha actualmente ______________________________
Caracterização da Problemática
In
office
In loco
Engenheiro civil/geotécnico
________________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Engenheiro do Ambiente
2. A proteção de cobertura vegetal é de extrema importância no tratamento deste tipo
de fenómenos, constituindo um meio de proteção da superfície do talude,
minimizando o impacto das gotas da chuva e prevenindo a erosão do solo. É
adequado o uso de casuarinas (tipo de árvores usadas na marginal do leito do rio
mucufi ) para proteção de cobertura vegetal ? Sim Não
_____________________________________________________________
Engenheiro Ambiente/segurança.
3. Que tipo de segurança a ter em conta, uma vez que a ravina encontra-se numa zona de
pastagem e próxima de residênciais, caso venha um gado ou uma criança cair nela?
_____________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4. A Aplicação de um muro de arrimo para minoração do escoamento superficial e
recuperação da zona afectada, não prejudicará o crescimento da vegetação ao redor?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
__________________________________________________________________
5. Que soluções propõe para desencorajar a população de retirar o solo para construção
de suas moradias, atendendo os impactos negativos que tais práticas desencadeiam ao
meio ambiente?
____________________________________________________________________
Anexo-I – Ficha de assinaturas.
Anexo-J- Projecto de recuperação da ravina