Ricardo Reis Resumo
Ricardo Reis Resumo
Ricardo Reis Resumo
Fernando Pessoa é um dos grandes poetas portugueses, do final do século XIX e inicio do século XX. A
sua obra insere-se no Modernismo.
A sua obra é muito mais vasta do que a de outros autores, pois este assumiu a existência de um grupo de
indivíduos (heterónimos) a que dá vida.
Estes heterónimos têm todas as características de uma pessoa real, com a exceção de uma existência
física. As suas individualidades são também evidenciadas nas obras das quais são teoricamente
responsáveis.
Ricardo Reis:
Heterónimos de Fernando Pessoa, é visto como um dos discípulos de Alberto Caeiro, pois as influencias
deste estão bastante presentes na obra de Ricardo Reis.
Na sua obra podemos ver evidencias de filosofias como o Epicurismo e o Estoicismo, assim como a
presença de características da literatura clássica. Poeta dos sentimentos, materialista e com indícios do
neoclassicismos.
Médico (apesar de não se saber se exerceu essa profissão) nascido na cidade do Porto, a 19 de setembro
de 1887. Este frequentou um colégio de jesuítas. Monárquico convicto, após a Instauração da República,
exila-se no Brasil.
Ricardo Reis era atormentados pela passagem do tempo, em particular pela aproximação da morte. As
emoções são por isso contidas, assim como os afetos, assegurando que não existe sofrimento.
Este heterónimo integra-se na natureza, criando uma identidade comum com os elementos naturais. A
sua poesia é deambulatória, estando em plenitude com a natureza, incluindo a presença de uma
divindade no mundo natural (paganismo – muito característico de Ricardo Reis).
A indiferença perante a morte está bastante presente na obra de Ricardo Reis, o presente é o mais
importante (carpe diem), vivido quase de forma eterna, pois a vida não tem significado.
A consciência da brevidade da vida, permite que esta seja desfrutada com maior intensidade, ao mesmo
tempo que causa uma profunda angustia.
✗ Epicurismo
O epicurismo é uma filosofia criada por Epicuro (341-270 A.C.). Esta tem por base a relatividade da
felicidade (felicidade – a tranquilidade da alma). A ausência de perturbação corresponde a um dos
objetivos a alcançar, isto é, os prazeres e as sensações extremas não são desejáveis.
A morte e os deuses não são elementos a temer, pois eles são também regidos por uma força maior a eles
próprios. Uma vida regrada, equilibrada e contemplativa é o segredo para a “felicidade” (ataraxia –
ausência de perturbação).
✗ Estoicismo
O estoicismo carateriza-se pela indiferença em relação as emoções, assim como a aceitação do destino
(apatia – nada podemos fazer, tudo está definido previamente). Este segue uma atitude de abdicação,
pois não vale a pena lutar contra o inevitável.
✗ Carpe diem
Filosofia praticada já na Grécia antiga. Esta defende que se deve aproveitar ao máximo o dia/ momento,
pois não se sabe o que pode acontecer a seguir.
Os prazeres são para ser vividos e aproveitados ao máximo, sem olhar para trás.
Estilo
A escrita de Reis tem por base os princípios clássicos (classicismo), construindo com frequência odes.
Pessoa comparava Reis a Horácio (famoso poeta grego), mas em português, uma vez que ambos os
autores possuem uma escrita semelhante. A obra de Ricardo Reis é bastante mais especulativa e
completa do que a de Horácio, sendo estes um pontos de distinção.
O vocabulário tem uma componente arcaica, alatinada e erudita, com elevada complexidade sintática
(predominância da subordinação), assim como um estilo denso (anáforas, hipérbato, perífrases), dando
uma linguagem mais culta à sua obra.
O tom coloquial (interlocutor), moralista (vocativos, imperativo e conjuntivo, assim como frases
declarativas), assim como o uso da primeira pessoa do plural, tornam a sua obra mais próxima do seu
tempo.