Estigma Do Aborto Acaba Aqui Guia Do Facilitador ABSTTKP19

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ORIENTAÇÕES PARA FACILITAÇÃO

DE UM WORKSHOP EFECTIVO

ÍNDICE
Introdução 1

Metodologias e Técnicas das Actividades 8

Actividades BÁSICAS 13

Exemplos de Agendas BÁSICAS 14

Exemplos de Agendas de ‘Formação de Formadores’ 16

Recursos-Chave 18

Referências 18

INTRODUÇÃO
Muitas pessoas que utilizam este kit de ferramentas podem ser facilitadores experien-
tes, enquanto outras podem ser novas a facilitar esses tipos de actividades. Aqui estão
algumas dicas para garantir um workshop ou sessão bem-sucedidos e eficazes.

Antes do workshop ou reunião


• Reúna-se com seus co-facilitadores e os organizadores do workshop para pla-
near a sua agenda.

• Alcance acordo sobre os objectivos do workshop, plano de tempo e local, e


descubra se os participantes têm necessidades específicas que você pode aju-
dar a acomodar.

• Escolha exercícios que incluam alguns de cada módulo, uma mistura de meto-
dologias e uma variedade de tópicos. Assegure-se de que os exercícios escolhi-
dos sejam adaptados para atender aos objectivos e que sejam apropriados para
o seu público. Orientações sobre adaptação de exercícios para acessibilidade e
compreensão podem ser encontradas a partir da página 9 deste módulo

• Discuta sobre os materiais e outros recursos que você pode precisar e informese
sobre como e quando estarão disponíveis.

Determine se você fará uma avaliação da aprendizagem dos participantes ou de sua


facilitação. Uma opção é dar uma avaliação antes e depois do workshop para medir a
mudança; Outra opção é conduzir uma actividade de avaliação ou pedir aos partici-
pantes que preencham um formulário de feedback no final do workshop.

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 1


No início do workshop
• Chegue cedo no local para que você possa ter tempo suficiente para se organi-
zar.

• Prepare a sala e os materiais e escreva os títulos iniciais do flipchart.

• Apresente-se como facilitador(a) e pense em um modo simples e curto para os


participantes se apresentarem.

• Use quebra-gelos, jogos ou músicas para ajudar os participantes a relaxarem, se


divertirem e se sentirem livres no grupo.

• Defina regras de grupo para garantir que todas as pessoas tenham as mesmas
oportunidades de participar e peça aos participantes para contribuírem com
suas próprias ideias sobre possíveis regras de grupo.

Durante o workshop
Organize o espaço
• Altere o espaço e a organização das cadeiras de acordo com sua actividade e
apresente diferentes opções.

• Comece com um círculo ou semicírculo para que os participantes possam ver


uns aos outros.

• Informe os participantes que este não é um workshop onde sentarão na mesma


cadeira, ao lado das mesmas pessoas, o tempo todo.

• Para algumas actividades, como “apresentações”, faça com que os participan-


tes sentem-se em filas próximas - isso adiciona energia e ajuda a todos a ouvir
melhor.

• Mude a disposição das cadeiras de vez em quando, para se adequar à activida-


de.

• Sempre que possível, organize algumas actividades fora da sala de formação, ao


ar livre.

Trabalhe como equipa


• Se possível, planeie e oriente a formação com outro(s) facilitador(es) e trabalhem
de forma intercalada. Apoiem-se uns aos outros; se algum dos facilitadores tiver
problemas, o(s) outro(s) pode(m) ajudar.

• Reúnam-se no final de cada sessão para saber como foi o dia e planear a sessão
seguinte.

• Ter uma equipa de facilitadores ajuda a manter altos os níveis de energia e inte-
resse e fornece uma variedade de estilos de formação para os participantes.

Controle os níveis de energia


• Use energizadores divertidos, músicas e até mesmo movimentos corporais para
manter os participantes envolvidos.

2 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


• Verifique os níveis de energia com frequência e reaja se a energia estiver baixa.

• Observe a linguagem corporal dos participantes. Estão a bocejar? Parecem


estar entediados? Cansados? Pergunte: Como vocês se sentem? É hora de um
energizador ou uma pausa?

• Usem vossa própria energia como facilitadores – comunicando-se através de


uma voz forte e linguagem corporal activa - para energizar o grupo.

• Cumpra os horários. Se os participantes acharem que você correrá com o tem-


po, eles podem achar difícil permanecer concentrados. Intervalos para chá/café
oferecem uma oportunidade para energizar.

Administre o Tempo
• Em um programa de formação curta, não há tempo suficiente para aprofundar
todos os problemas. Você precisará gerir o tempo cuidadosamente ou seu ob-
jectivo geral não será cumprido.

• Entre em acordo sobre quanto tempo é preciso para cada sessão - e cumpra
esses limites de tempo. Não permita que as sessões sejam arrastadas por muito
tempo. Termine a tempo.

Dê instruções claras para os exercícios


• Comece por dizer aos participantes qual é o exercício - por exemplo: O primeiro
exercício é “O que sabemos sobre o aborto seguro?” Isso envolverá um brains-
torming (chuva de ideias) em pares e depois debate.

• Explique os exercícios passo a passo e peça aos participantes que acompa-


nhem. Por exemplo, diga, Formem pares - e depois assegure-se de que tais
pares sejam formados. Em seguida, explique o próximo passo: Cada par deve
discutir o que sabe e, em seguida, escrever um ponto em cada cartão – garanta
que isso seja feito. Se você apresentar todos os passos antes de pedir-lhes para
fazerem qualquer coisa, os participantes podem ficar confusos, e isso desperdi-
ça tempo.

• Mantenha suas instruções simples e claras e use exemplos para ajudar na com-
preensão.

• Se os participantes apresentarem um olhar vazio, verifique se eles entenderam.


Peça a um dos participantes para explicar as instruções.

• Escreva as instruções ou questões para debate num flipchart, usando as mesmas


palavras que você planeia usar para explicá-las.

Anote nos flipcharts os pontos levantados nos debates


Pode haver momentos em que você queira tomar notas, durante os debates em ple-
nária, no flipchart. Isso fornece um registo visual permanente, ajudando os participan-
tes a recordar o que foi discutido e o que precisa ser adicionado. Anotar pontos ajuda
a trazer outras ideias e fornece a base para um resumo do debate. As notas também
ajudarão aos facilitadores nos casos em que tiverem de elaborar um relatório.

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 3


Lembre-se sempre de ler em voz alta o que está escrito no flipchart, o que permite
que os participantes com deficiências visuais ou baixo nível de alfabetização saibam o
que foi anotado e se envolvam na recapitulação de ideias.

Abaixo apresenta-se algumas dicas sobre anotações:

• Um dos facilitadores deve orientar o debate; o outro/a outra pode escrever as


notas no flipchart. Tente evitar facilitar e escrever no flipchart ao mesmo tempo
para permitir que você se concentre nas experiências dos participantes. Se você
estiver sozinho, pergunte se alguém no grupo pode ajudar a tomar notas no
flipchart.

• Escreva apenas os pontos principais ou palavras-chave, não tudo o que os par-


ticipantes disserem.

• • Use as próprias palavras dos participantes para que reconheçam suas pró-
prias contribuições.

• Escreva em letras garrafais e claramente para que as pessoas na parte de trás


da sala possam ver.

• Use cores diferentes, como preto para o texto principal e vermelho para subli-
nhar palavras-chave.

• Resuma os pontos no final para garantir que os participantes estejam cientes do


que foi gravado. A leitura mecânica muitas vezes consome muito tempo.

Transite suavemente para outros exercícios


• Ao planear o dia, discuta a ordem dos exercícios e como eles se conectam, e
planeie como você fará a transição de um exercício para o outro.

• Prepare todos os seus materiais para cada exercício no início do dia, para que
você não precise de tempo entre os exercícios. Desta forma, você não manterá
os participantes à espera enquanto você se prepara.

• Ao resumir um exercício, você pode começar por fazer a ligação com o seguin-
te. Por exemplo, você pode dizer algo como: Temos explorado como o estigma
varia em diferentes contextos. No próximo exercício, aprofundaremos isso e
analisaremos o impacto dessas diferentes formas de estigma…

• Ao introduzir um novo exercício, você pode se referir ao anterior. Por exemplo,


Temos discutido diferentes níveis de estigma; Agora vamos ver como podemos
planear acções para combater o estigma do aborto em cada nível…

• Se você estiver a começar um novo tópico, esteja claro - ao apresentar o exercí-


cio - que se trata de um assunto novo.

• Você pode planear novos tópicos depois de um intervalo para o café ou almoço.

• Você pode usar energizadores para criar um intervalo entre exercícios com tópi-
cos diferentes ou para fazer a transição entre tópicos semelhantes. Por exemplo,
Antes de explorarmos isso de forma mais aprofundada no próximo exercício,
vamos energizar-nos…

• Se você estiver a trabalhar com um(a) co-facilitador(a), isso ajuda a mudar os

4 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


papéis em cada exercício. Um(a) novo(a) facilitador(a) pode fazer referência à ac-
tividade anterior ou ele/ela pode ajudar os participantes a mudar para um novo
tópico.

Trabalhe com sentimentos


• Formações que envolvem temas como aborto, estigma, sexo, género e gravidez
podem gerar emoções e sentimentos fortes.

• Para apoiar os participantes a explorarem seus sentimentos e a compartilharem


suas experiências e pensamentos abertamente, é importante criar um espaço
seguro e não intimidante. Reserve tempo suficiente para os participantes com-
partilharem suas experiências e ajudarem a criar uma atmosfera onde saibam
que serão ouvidos.

• Sentimentos são uma ferramenta poderosa. Use-os para desenvolver dramas e


encenações com o grupo, construir histórias e definir exemplos para o futuro.

• Depois de uma sessão emocional, considere fazer uma pausa ou cantar uma
música para ajudar a aliviar os espíritos dos participantes.

Lide cuidadosamente com questões difíceis


Alguns participantes podem achar difícil aprender sobre o aborto porque ele pode
desafiar crenças e ideias fortemente defendidas. Como facilitadores, vocês podem
passar por situações de hostilidade e resistência e enfrentar questões difíceis.

Se você estiver a trabalhar com um(a) co-facilitador(a), façam um brainstorming (chuva


de ideias) de perguntas difíceis que os participantes possam fazer e considere como
você lidaria com tais perguntas.

• Lembre-se de que, se os participantes estiverem a fazer perguntas, é por-


que estão envolvidos com o que estão a aprender. Você criou um espaço seguro
onde os participantes se sentem à vontade para expressar suas opiniões e abor-
dar as questões abertamente.

• Aproveite as oportunidades de troca de ideias relevantes. Se os participantes


duvidarem do ou desafiam o conteúdo, você pode ajudá-los - e ao grupo - a ter
um debate profundo que permita que as pessoas abram suas mentes e cora-
ções a novas ideias.

• Não silencie os questionadores—permita que se expressem, para que os pre-


conceitos possam sair, em vez de serem reprimidos. No entanto, não deixe que
os debates saiam do controlo e desafie atitudes negativas com cuidado.

• Lembre-se de que você não poderá mudar as atitudes de todas as pessoas


imediatamente. Seu foco é fornecer informações e oportunidades para análise e
discussão.

• Mantenha o foco dos participantes no direito de todos à igualdade de tra-


tamento e acesso aos serviços de saúde.

• Não sinta a obrigação de responder a perguntas pessoais—mantenha as


respostas generalizadoras, mesmo que pareçam genuinamente curiosas.

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 5


• Não tenha medo de dizer que não sabe. Você pode encaminhar perguntas de
volta para o grupo - perguntando: O que vocês acham? - ou prometer encontrar
a resposta mais tarde.

• Use um “jardim” se isso fizer sentido para o seu grupo. Um jardim é um flip-
chart onde você coloca notas com tópicos de conversa que talvez não consiga
resolver no momento - talvez o tópico não esteja directamente relacionado ao
estigma do aborto, ou você está a ficar sem tempo - mas que são importantes
para abordar em outro momento. Para fazer um jardim, você pode desenhar um
jardim ou escrever “jardim” em um flipchart.

Use “divisores de grupos” criativos


Muitos exercícios exigem que os participantes trabalhem em pequenos grupos. Como
facilitador(a), você pode usar o processo de divisão de grupos para manter a energia
elevada e garantir que os participantes conversem entre si, em vez de ficarem com
as mesmas pessoas. Você também pode manter os participantes engajados usando
sempre formas diferentes de divisão de grupos.

Há muitas maneiras de dividir as pessoas em grupos - tente não usar a contagem


(1,2,3 – todos os números um juntos...) excessivamente!

Aqui estão algumas ideias para divisores de grupos:

• Acções: Escreva ou desenhe diferentes acções em diferentes pedaços de papel


(por exemplo, alimentar um bebé, dançar ou cozinhar). Ou sussurre diferentes
acções nos ouvidos dos participantes.
Peça a cada participante para levar um papel sem mostrar ninguém. Quando
você gritar 1, 2, 3! Peça-lhes que comecem a fazer a acção indicada no papel e
também encontrem outras pessoas que estão fazendo isso.

• Músicas: Escreva títulos de diferentes músicas em diferentes pedaços de papel


(use músicas comuns que todos conhecerão, como “parabéns a você”, o hino
nacional ou músicas populares). Peça para cada participante tirar um pedaço
papel e começar a cantar, até encontrar outros que estão a cantar a mesma mú-
sica. Sussurre os títulos das músicas nos ouvidos dos participantes que tiverem
deficiência visual ou baixo nível de alfabetização.

• Sons de animais: Escreva os nomes ou desenhe diferentes animais em diferen-


tes pedaços de papel. Cada participante deve fazer o barulho de seu animal e
encontrar outras pessoas que estão a fazer o mesmo barulho.

• Mesmas cores e tipo de vestuário: antes de precisar dividir os grupos, obser-


ve as roupas e cores que as pessoas vestiram e veja se você pode dividi-las de
acordo com as cores e tipo de roupa. Por exemplo, Todas as que estão usando
listras se reúnem naquele canto; todas que estão usando sapatilhas, vão para
aquele canto; as de azul para este canto.

• Coisas em comum: Adapte esta tática à sua comunidade usando detalhes


específicos da comunidade (por exemplo, Todas as pessoas que vivem perto do
rio ou todas que foram para ……. escola)

• Incêndio! Fujam, Fujam, Fujam…”: Transforme isso em um canto. Peça a todas


as pessoas que corram em círculo; então diga: Juntem-se três ou Juntem-se

6 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


dois. Os participantes devem mover-se rapidamente para os que estiverem mais
próximos a eles para formar um grupo.

• Fila de aniversário: Peça aos participantes para ficarem em uma fila na ordem
de seus aniversários - por exemplo, Janeiro em um extremo e Dezembro no ou-
tro. Para tornar mais divertido, peça aos participantes que façam isso sem falar.
Uma vez que eles estão em uma linha, você poderá dividi-los em grupos.

Lembre-se você não precisa saber tudo


Se houver perguntas para as quais você não sabe a resposta, aja com sinceridade e
diga que não sabe a resposta. Você pode perguntar ao restante do grupo ou procurar
as informações correctas após a sessão, ou até mesmo definir alguns trabalhos para
casa para pesquisar a resposta.

No final de cada workshop


• Planeie como você vai encerrar a sessão. Depois de resumir o tema, você pode
querer usar uma música ou um jogo como actividade final.

• Realize a avaliação conforme planeado.

• Faça o balanço com o/a co-facilitador(a). Revejam cada exercício e deem fee-
dback sobre o/a outra(a).

• Recolha todos os flipcharts ou cartões que poderão ser úteis para elaborar um
relatório ou para documentar a formação.

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 7


METODOLOGIAS E TÉCNICAS DAS
ACTIVIDADES
Há uma variedade de diferentes técnicas e métodos incluídos no kit de ferramentas,
muitos dos quais foram retirados de Liberating Structures, um recurso interactivo de
facilitação. Esta tabela lhe dará algumas dicas sobre como aproveitar ao máximo cada
metodologia e técnica.

As actividades adaptadas a partir do recurso do Ipas intitulado Transformação de


atitudes sobre o aborto: Um kit de ferramentas de esclarecimento de valores para
audiências globais serão assinaladas como “EVMA.”

TIPO DE
DESCRIÇÃO & OBJECTIVO DICAS
ACTIVIDADE
Energizadores Os energizadores podem ser usa- Os facilitadores podem desenvolver seus
dos ao longo de um workshop para próprios estilos e jogos
ajudar a manter altos os níveis de
energia e interesse; Eles incluem Use divisores de grupos como energizado-
jogos curtos, músicas e histórias, e res para fazer os participantes se movimen-
geralmente são actividades rápidas tarem e misturarem
que envolvem todos os participan- As músicas são óptimas para criar espírito
tes e os encorajam a se movimentar, de grupo, mas podem não funcionar em
falar, cantar ou rir todos os contextos
Divisores de grupos Use divisores de grupos para dividir Para mais ideias, veja a página 5, ou faça
um grande grupo de participantes uma busca na internet por “maneiras de
em vários grupos menores dividir um grupo criativamente”
Debates Os participantes reflectem sobre Use perguntas abertas para iniciar um de-
suas próprias experiências, com- bate
partilham com os demais, analisam
questões e planeiam acções conjun- Acompanhe cuidadosamente para garantir
tamente que todos possam participar

Os debates representam um passo Use habilidades de reformulação para au-


importante em qualquer exercício, mentar o entendimento do grupo e afirmar
pois dão aos participantes a oportu- as contribuições dos participantes
nidade de “processar” o que estão a Peça a(o) seu/sua co-facilitador(a) para
aprender. registrar os pontos-chave de um debate em
Podem ser em pares, pequenos gru- plenária
pos ou em plenária
Trabalho em pe- Permite maior participação, especial- Planeie seus “divisores de grupos” para di-
quenos grupos mente se alguns participantes acha- vidir os participantes em grupos de maneira
rem difícil participar de discussões rápida e eficiente
em grandes grupos
Continue a mudar os membros em um gru-
Pequenos grupos podem ser usa- po para cada exercício
dos para realizar tarefas, dividindo
tópicos para cobrir mais aspectos de Dê instruções claras e verifique se os grupos
um assunto entenderam as tarefas

Planeie qual metodologia você usará para o


processo de geração de relatórios

8 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


TIPO DE
DESCRIÇÃO & OBJECTIVO DICAS
ACTIVIDADE
Debates em pares Duas pessoas sentadas uma ao lado Os debates em pares representam uma
uma da outra debatem rapidamente estratégia secreta do formador! São usados
seus primeiros pensamentos sobre para obter participação instantânea e ga-
um tópico rantem que os participantes não trabalhem
sozinhos
Uma maneira rápida de começar um
debate ou um brainstorming (chuva Depois de alguns minutos, escute um ponto
de ideias) de cada par para iniciar o brainstorming e
depois permita que outros contribuam com
pontos extras
Estudos de caso Histórias ou cenários baseados em Tenha vários estudos de caso para abordar
situações reais que fornecem um diferentes aspectos de um tópico
foco para debates em grupos peque-
nos ou grandes Dê aos personagens nomes locais para tor-
ná-los mais relacionáveis (altere os nomes
Os estudos de caso podem ajudar a conforme necessário para garantir a confi-
concentrar os participantes e tornar dencialidade)
reais as ideias “abstratas”
Após os estudos de caso, faça perguntas
aos participantes para focalizar as discus-
sões

Peça a cada grupo para fazer uma apresen-


tação sobre o debate do estudo de caso
Dramas Os participantes representam as Dê instruções ou descrições claras do que
situações ou temas que lhes são você quer que seja interpretado no drama
atribuídos; eles também podem
representar a análise de um proble- Dê um limite de tempo para garantir que os
ma ou tentar várias soluções para um dramas sejam breves e directos
problema Sempre faça um balanço dos dramas de-
Os dramas podem proporcionar uma pois de terminarem. Faça perguntas-chave
experiência de aprendizagem táctil, como: “O que aconteceu? Isso realmente
útil para praticar activamente várias acontece? O que ajudaria a resolver essa
habilidades; por exemplo, praticar a situação?”
resposta a dar a alguém que esteja
a fofocar sobre uma pessoa que fez
um aborto
Brainstormings Outra forma de brainstorming feita Use essa técnica quando houver vários tópi-
Rotativos em pequenos grupos; cada grupo cos ou perguntas relacionadas
recebe um tópico ou pergunta e
começam a registar as ideias em Lembre-se de preparar os seus divisores de
flipcharts grupos e escrever as suas perguntas nos
flipcharts antes de começar
Após alguns minutos, cada grupo
roda para o flipchart seguinte e adi- Use um relatório da galeria para que você
ciona pontos à lista existente. Duran- “gire” em torno das respostas como um
te o exercício, cada grupo contribui grande grupo
com ideias para todos os tópicos

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 9


TIPO DE
DESCRIÇÃO & OBJECTIVO DICAS
ACTIVIDADE
Imagens O kit de ferramentas inclui um Garanta que todos possam ver as imagens
conjunto de imagem que ajudam os
participantes a identificar diferentes Faça perguntas para obter o máximo de
formas de estigma do aborto informação possível

Essas imagens também podem ser Lembre-se que não há respostas erradas –
usadas de outras formas, como as pessoas verão coisas ligeiramente dife-
iniciar discussões ou como base para rentes na mesma imagem
uma história ou um drama. Para participantes com deficiência visual,
você pode descrever as imagens em deta-
lhes ou usá-las para contar uma história
1-2-4-Todos Uma maneira mais criativa de fazer Incentive os participantes a tomarem notas
uma apresentação após uma activi- durante o tempo de reflexão
dade
Use sinos ou outros sons (batidas) para sina-
Os participantes reflectem sozinhos lizar o tempo de troca
sobre o que aprenderam ou sobre
uma questão Durante o feedback em plenária, peça aos
grupos que não repitam os pontos que já
Em seguida, juntam-se a um(a) co- foram mencionados
lega para compartilhar ideias (duas
pessoas). Depois, os pares juntam-se
a outro par (grupo de quatro) para
discutir e acordar sobre pontos-cha-
ve para compartilhar com o grupo
grande (todos)
Pior cenário possí- Peça aos participantes para imaginar Use essa metodologia com um bom senso
vel o pior cenário possível ou o resulta- de humor
do mais indesejado
Incentive os participantes a pensar nos ce-
Depois pergunte: Tal cenário está a nários mais exagerados\
acontecer actualmente? Estamos a
fazer algo a respeito disso agora? Sugestões para mudança devem estar
relacionadas com parar algo que já está a
Em seguida, os participantes identifi- acontecer, não fazer algo novo
cam o que precisa mudar
Crowdsourcing Uma boa técnica para gerar grandes Encoraje os participantes a escrever ideias
ideias! ousadas (fora da caixa) e a não pensarem
por muito tempo.
Cada participante escreve uma ideia
ousada num cartão, depois mistu- Pontuação/classificação é uma maneira de
ram, repassam, leem e classificam as dizer: “Eu quero discutir mais sobre isso”
ideias numa escala de 1 a 5 quando
o sino toca

As pontuações são adicionadas no


final e as cinco ou dez cartas com
melhor classificação são discutidas
de forma mais detalhada

10 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


Considerações para adaptação das actividades
Esta secção fornece orientações para facilitadores que desejam adaptar as actividades
para atender às necessidades de participantes com baixos níveis de alfabetização,
participantes cuja língua materna é diferente da língua usada no workshop ou dos
participantes com necessidades especiais.

Alfabetização e compreensão
Para promover a redução efectiva e sustentada do estigma na comunidade, deve-
mos garantir que formações, exercícios, formatos e conteúdos sejam acessíveis e
apropriados para audiências com diferentes níveis de alfabetização e compreensão.
Participantes com baixa/nenhuma alfabetização ou baixos níveis de compreensão se
beneficiam de conteúdos e formatos interactivos, que os auxiliam a condensar, com-
preender e recordar informações dentro de seu segundo seu pensamento, contexto e
experiências (C-Change, 2012).

Os exercícios neste kit de ferramentas são cativantes e orientados para a acção, con-
cebidos para promover a interacção dos participantes com o conteúdo e as meto-
dologias. A maioria dos exercícios é fácil de adaptar para se adequarem a diferentes
níveis de alfabetização, mas sempre tenha cuidado para garantir que você não esteja
excluindo quaisquer participantes, assumindo que eles sabem ler e escrever. Tanto
quanto possível, use imagens e comunicação verbal, em vez de documentos escritos.

• No início do workshop, assegure aos participantes que, se precisarem de aju-


da, podem solicitar a si. Se você estiver em comunicação com os participantes
antes do workshop, pergunte se os participantes têm alguma necessidade extra,
incluindo interpretação, letras grandes e textos para serem lidos em voz alta.

• Crie um ambiente onde os participantes estejam dispostos a ajudar uns aos


outros. Peça aos que estão mais confiantes com a escrita que se ofereçam como
relatores do grupo para trabalhos em pequenos grupos.

• Ao planear, confira cada exercício para ver se precisa adaptá-lo de alguma for-
ma para tornar mais fácil para os participantes que têm menos confiança em ler
ou escrever.

• As imagens podem ser baixadas online. Guias da Hesperian têm uma colecção
de imagens que são apropriadas para grupos com baixos níveis de alfabetiza-
ção.

• Os métodos de comunicação verbal podem incluir: narração de histórias e


músicas; encenações e dramas; talk shows (programas de entrevistas/conversas);
jogos e shows de jogos. Realizar uma sessão de perguntas e respostas no final
de um exercício adaptado promove a recordação e a compreensão da informa-
ção.

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 11


Acessibilidade e outros arranjos
Além da alfabetização e compreensão, é importante estar atento às necessidades de
acessibilidade para pessoas surdas ou com deficiência auditiva, deficientes visuais,
pessoas em cadeira de rodas, com mobilidade limitada ou que necessitarão de ar-
ranjos específicos para comparecer ao e participar integralmente do workshop. Assim
como a alfabetização e a compreensão, é uma boa prática perguntar aos participantes
sobre as necessidades de acessibilidade antes do workshop e acomodar essas neces-
sidades conforme possível. Alguns exemplos podem incluir:

• Escolher um local que inclua rampas ou elevadores para os participantes que


usam cadeiras de rodas;

• Contratar um intérprete de língua de sinais para participantes surdos ou com


deficiência auditiva;

• Ler os materiais em voz alta, usar texto em letras garrafais ou descrever qualquer
imagem para participantes com deficiência visual;

• Fornecer acesso a banheiros individuais ou gerais para os participantes que se


sentem mais confortáveis nesses espaços;

• Prestar cuidados infantis aos participantes com crianças.

Exemplos de agendas do workshop


Para quem tiver tempo de preparação limitado ou simplesmente preferir uma agenda
pré-definida que abrange uma gama diversificada de actividades dos módulos, cria-
mos um exemplo de agenda - chamada de Agenda BÁSICA - composta de exercícios
seleccionados de cada módulo. Em cada módulo, essas actividades são claramente
marcadas como “BÁSICAS”. Essas actividades BÁSICAS permitirão que seu grupo
aprenda e trabalhe com vários aspectos diferentes do estigma do aborto de forma
aprofundada, obtendo assim uma compreensão mais abrangente de como o estigma
do aborto está presente em nossas vidas e como podemos começar a combatê-lo. Se
você quiser uma agenda que atenda a uma necessidade específica do seu grupo, leia
as actividades e escolha as actividades que melhor se adequam ao seu objectivo.

Os exemplos de agendas mostram como combinar os exercícios em um único curso.


As agendas são para cursos de duração variável (por exemplo, um dia, dois dias, seis
sessões curtas) e para diferentes grupos-alvo (por exemplo, membros da comunidade,
jornalistas, provedores de serviços). As mesmas são incluídas para dar uma ideia de
como misturar e combinar os exercícios de cada módulo. O exemplo de agenda para
a Formação de Formadores começa com a agenda BÁSICA e acrescenta dias extras
para se concentrar em estratégias e práticas de facilitação.

12 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


ACTIVIDADES BÁSICAS
MÓDULO ACTIVIDADES BÁSICAS DURAÇÃO
1 1B: Por que ela morreu? Actividade de EVMA 1 hora
2 2C: Uso de imagens para reconhecer o estigma do aborto 1 hora e
10 minutos
3 3C: Crenças e práticas culturais: Manter o bom, mudar o resto! 1 hora e
10 minutos
4 4C: Sigilo, Silêncio e estigma 45 minutos
5 5B: O Último Aborto: Actividade de EVMA 1 hora
6 6B: A unidade sanitária mais estigmatizante do mundo 50 minutos
6 6E: Estigma do aborto e a lei 1 hora
7 7A: Falar abertamente e agir 1 hora

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 13


EXEMPLOS DE AGENDAS BÁSICAS
AGENDA BÁSICA: DIA 1
9:00 – 16:30
Dê as boas-vindas ao grupo e definam o objectivo em
conjunto

Pré-teste (se possível, dar antes da chegada)


Boas-vindas e apresentações
(9:00 – 10:00) Jogo/actividade de apresentação

Regras do grupo

Agenda do Workshop
Sessão 1
Por que ela morreu? Actividade de EVMA (1B)
(10:00 – 11:00)
Intervalo para o chá e organização da Sessão 2 (11:00 – 11:15)
Sessão 2
Uso de imagens para reconhecer o estigma do aborto (2C)
(11:15 – 12:25)
Almoço: 12:30 – 13:30
Sessão 3 Crenças e práticas culturais: Manter o bom, mudar o resto!
(13:30 – 14:40) (3C)
Sessão 4
Sigilo, silêncio e estigma (4C)
(14:40 – 15:25)
Intervalo para o chá: 15:25 – 15:40
Balanço
Jogo/actividade de Balanço (Descascar a bola ou P&R)
(15:40 – 16:00)
Reflexão: Que questões ficaram pendentes? Como se
Encerramento sentem?
(16:00 – 16:30)
Breve Visão Geral do Dia 2

14 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


AGENDA BÁSICA: DIA 2
9:00 – 16:30
Boas-vindas e recepção:
Boas-vindas • Como se sentem?
(9:00 – 9:30) • Que pensamentos surgiram durante a noite?
Visão Geral do Dia 2
Sessão 5
O Último Aborto: Actividade de EVMA (5B)
(9:30 – 10:30)
Intervalo para o chá: 10:30 – 10:45
Sessão 6
A unidade sanitária mais estigmatizante do mundo (6B)
(10:45 – 11:35)
Sessão 7
Estigma do aborto e a lei (6E)
(11:35 – 12:35)
Almoço: 12:35 – 13:45
Sessão 8
Falar abertamente e agir (7A)
(13:45 – 14:45)
Actividade de revisão/resumo (cobre os dois dias do
Balanço e reflexão workshop)
(14:45 – 15:30) Reflexão: Que questões ficaram pendentes? Como se
sentem?
Balanço
Jogo/actividade de Balanço (Descascar a bola ou P&R)
(15:30 – 16:00)

Encerramento Pós-teste
(16:00 – 16:30) Comentários finais e agradecimento aos participantes

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 15


EXEMPLO DE AGENDAS PARA FORMAÇÃO
DE FORMADORES
Se você estiver a planear um workshop de Formação de Formadores (FdF), recomendamos que
você comece por usar a Agenda BÁSICA (acima) para os Dias 1 e 2 e a continuar com a parte de
FdF do workshop para os Dias 3 e 4, seguindo a estrutura de Agenda para FdF (abaixo).

AGENDA PARA FDF: DIA 3


9:00 – 16:45
Boas-vindas e recepção
• Como se sentem?
(9:00 – 9:30) • Que pensamentos surgiram durante a noite?
Visão Geral do Dia 3: Transição para a parte de FdF do
workshop

(9:30 – 10:30) Regras de ouro da formação

Intervalo para o chá: 10:30 – 10:45


(10:45 – 12:00) Princípios, ciclo e estilos de aprendizagem de adultos
Almoço: 12:00 – 13:00
Habilidades essenciais para uma formação efectiva:
(13:00 – 13:20)
Criar ambientes de aprendizagem produtivos
Habilidades essenciais para uma formação efectiva:
(13:20 – 14:20)
Habilidades de comunicação
Intervalo e energizador: 14:20 – 14:35
Habilidades essenciais para uma formação efectiva:
(14:35 – 15:45)
Gerir participantes e situações difíceis

(15:45 – 16:30) Dar e receber feedback / Instruções de re-ensino

Encerramento: Dar trabalho para casa de modo a começar a


(16:30 – 16:45)
preparação do re-ensino

16 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção


AGENDA PARA FDF: DIA 4
9:00 – 4:30
Boas-vindas e recepção:
• Como se sentem?
(9:00 – 9:30)
• Que pensamentos surgiram durante a noite?
Visão Geral do Dia 4: Explicar o processo de re-ensino

(9:30 – 10:30) Preparação do re-ensino

Intervalo para o chá: 10:30 – 10:45


(10:45 – 11:15) Re-ensino: Grupo 1
Transicção entre grupos; peça aos participantes que anotem
(11:15 – 11:25) as observações da apresentação do Grupo 1. Grupo 2
prepara-se.
(11:25 – 11:55) Re-ensino: Grupo 2
Os participantes tomam nota das observações da
(11:55 – 12:00)
apresentação do Grupo 2 e depois pausam para o almoço.
Almoço: 12:00 – 13:00
(13:00 – 13:30) Re-ensino: Grupo 3
Transicção entre grupos; peça aos participantes que anotem
(13:30 – 13:40) as observações da apresentação do Grupo 3. Grupo 4
prepara-se.
(13:40 – 14:10) Re-ensino: Grupo 4
Os participantes tomam nota das observações da
(14:10 – 14:20) apresentação do Grupo 4 e depois fazem um intervalo. Grupo
5 prepara-se.
Intervalo e energizador: 14:20 – 14:35
(14:35 – 15:05) Re-ensino: Grupo 5
Transicção entre grupos; peça aos participantes que anotem
(15:05 – 15:15)
as observações da apresentação do Grupo 5.
(15:15 – 16:15) Verificação de prestação de contas dos colegas
(16:15 – 16:30) Avaliações e encerramento

Orientações para facilitação de um workshop efectivo 17


RECURSOS-CHAVE
How to educate about abortion: A guide for peer educators, teachers and trainers
(International Planned Parenthood Federation, 2016)

SBCC material and activity formats for audiences with lower literacy skills (Communica-
tion for Change, 2012)

Liberating structures (McCandless e Lipmanowicz)

Facilitating participatory workshops (Seeds for Change)

Effective training in reproductive health (Turner, Wegs, and Randall-David, 2011)

REFERÊNCIAS
C-Change (Communication for Change). 2012. C-Bulletins: Developing and Adapting
Materials for Audiences with Lower Literacy Skills: C-Bulletin 2. Washington, DC: FHI
360/C-Change. Retrieved from https://www.fhi360.org/sites/default/files/media/docu-
ments/C-Bulletin-intro.pdf

Hesperian Health Guides (http://hesperian.org/books-and-resources/)

18 Estigma do aborto acaba aqui: Um kit de ferramentas para compreensão e acção

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