Apostila de Direito PT1

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Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado Extreme para o concurso da


Assembleia Legislativa de Minas Gerais – 2023.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os assuntos mais importan-


tes dentro da disciplina de Noções de Direito – Parte 1.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca FUMARC e nos concursos anteriores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o seguinte e-mail: [email protected]

Bora pra cima

Bons estudos

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 4


SOCIEDADE, ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA. SOCIEDADE E ESTADO. ESTADO: ORIGEM,
FORMAÇÃO, ELEMENTOS, FINALIDADE. ESTADO E DIREITO. ESTADO E GOVERNO:
DEMOCRACIA E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA. ........................................................................................ 5
Sociedade, Ordem Social e Ordem Jurídica ............................................................................................ 5
A Ordem Jurídica e seus fundamentos sociais ............................................................................................ 5
Dos conflitos jurídicos e sociais .................................................................................................................... 6
Legitimidade da ordem jurídica e a eficácia do direito.............................................................................. 6
Estado, Governo e Sociedade. .................................................................................................................... 7
Evolução da Administração Pública no Brasil .............................................................................................. 9
Governo, Governabilidade E Governança na Gestão Pública .................................................................. 10
ESTADO E CONSTITUIÇÃO. O ESTADO FEDERAL. O FEDERALISMO BRASILEIRO. ...................... 11

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo de Noções de Direito, apresentaremos os assuntos cobrados no seu


edital para o concurso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

CONTEÚDO

1 – Sociedade, ordem social e ordem jurídica. Sociedade e Estado. Estado: origem, formação, ele-

mentos, finalidade. Estado e Direito. Estado e Governo: democracia e representação política.

2 – Estado e Constituição. O Estado Federal. O federalismo brasileiro.

3 – Poder Legislativo do Estado: organização e atribuições. Deputados. Mesa da Assembleia. Co-

missões. Processo Legislativo

4 - Administração Pública: princípios, poderes e organização administrativa.

5 - Agentes públicos.

6 - A responsabilidade no campo administrativo.

7 - Conceito, princípios e modalidades de licitação (Lei Federal nº 14.133, de 2021).

Destaca-se que dividiremos o estudo de noções de direito em três dias de revisão:

Parte 1:

Sociedade, ordem social e ordem jurídica. Sociedade e Estado. Estado: origem, formação, ele-
mentos, finalidade. Estado e Direito. Estado e Governo: democracia e representação política.

Estado e Constituição. O Estado Federal. O federalismo brasileiro.

Parte 2:

Poder Legislativo do Estado: organização e atribuições. Deputados. Mesa da Assembleia. Comis-


sões. Processo Legislativo

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Parte 3:

Administração Pública: princípios, poderes e organização administrativa.

Agentes públicos.

A responsabilidade no campo administrativo.

Conceito, princípios e modalidades de licitação (Lei Federal nº 14.133, de 2021).

SOCIEDADE, ORDEM SOCIAL E ORDEM JURÍDICA. SOCIEDADE E ESTADO. ESTADO: ORIGEM,


FORMAÇÃO, ELEMENTOS, FINALIDADE. ESTADO E DIREITO. ESTADO E GOVERNO: DEMO-
CRACIA E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA.

Sociedade, Ordem Social e Ordem Jurídica

O direito como um fenômeno social visa a manutenção da coerência social entre os indivíduos. As-
sim, por meio do direito é que o Estado consegue disciplinar as condutas permitidas ou não.

Através de suas regras jurídicas (normas e princípios) é possível extrair os valores e aspirações sociais,
bem como se realizar a integração do direito com os demais setores da sociedade. Como exemplo
clássico, cita-se a criação de uma lei pelo Poder Legislativa, o qual, por sua vez, compõe-se dos
representantes eleitos pelo povo.

O direto configura-se por ser um conjunto de normas que controla e aplica sua força em prol do
bem comum e da paz social. Assim, pode-se afirmar o direito como uma ciência social que apresenta
o poder coercitivo.

A sociologia jurídica, incumbe-se do estado do direito enquanto fato social, mormente ao que con-
cerne o estudo:

do direito enquanto produto de processos sociais; e

dos efeitos gerados pelo direito no meio social.

Por sua vez, a Dogmática Jurídica (Ciência do Direito) estuda a norma jurídica e sua aplicação prática.

A Ordem Jurídica e seus fundamentos sociais

A experiência humana serve como base da estruturação e fundamento da ordem jurídica, estando o
direito em contato direto com os indivíduos dentro da sociedade. Além disso, o direito é moldado
conforme os fatos e valores sociais mudam, podendo existir em um dado momento e deixar de
existir posteriormente.

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Dos conflitos jurídicos e sociais

Inicialmente, tenha em mente que os conflitos sociais não se confundem com conflitos jurídicos.
Afinal, não são todos os conflitos ocorridos na sociedade que são levados ao crivo do Poder Judici-
ário.

Quando uma controvérsia social é levada ao Poder Judiciário para que o Estado-Juiz aprecie e decida,
está-se diante de uma lide - conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida - é em-
pregada quando uma controvérsia é levada à juízo para a apreciação do Estado-juiz. No entanto, é
cada vez mais frequente a solução extrajudicial dos conflitos.

Neste sentido, dispõe o Código de Processo Civil que:

Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.

§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão


ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.

Infere-se, portanto, que os conflitos podem ser solucionados através dos métodos de solução con-
sensual de conflitos. Também poderão ser resolvidos sem auxílio de nenhum aparato judicial/estatal,
quando os próprios envolvidos se acertam.

Não obstante a possibilidade de levar seus conflitos a resolução do Poder Judiciário, muitas vezes
os indivíduos procuram outros meios de solucioná-los. Por exemplo, no caso de uma criança carente
necessitando de um medicamento, em vez de acionar a justiça a mãe recorre a uma associação
beneficente.

Legitimidade da ordem jurídica e a eficácia do direito

Para que uma norma (direito) seja considerada eficaz é necessário que haja a sua observância/obe-
diência pela população.

Neste sentido, surge o chamado princípio da adequação social, segundo o qual se um comporta-
mento for socialmente aceito, não deve se considerar a conduta como ilegal.

Por sua vez, a legitimidade da ordem jurídica se funda no Estado Democrático de Direito, ou seja,
somente será válida uma norma se produzida e aplicada em conformidade à Constituição Federal,
respeitando não apenas os aspectos materiais, mas também os aspectos formais como o respeito
ao devido processo legislativo.

Assim, tendo a norma observado todos estes aspectos, estando de acordo com o sistema jurídico
vigente, será considerada legítima. Contudo, caso a norma não corresponda aos anseios da socie-
dade naquele momento será uma norma ineficaz.

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Estado, Governo e Sociedade.

Inicialmente, é necessário compreender que Estado não se confunde com Governo, tampouco com
Administração Pública.

O Estado refere-se a uma sociedade organizada sob o viés político. Para que seja configurado o
Estado, são necessários a união de três elementos: povo, território e governo soberano:

Elementos do Estado

Povo

Território

Governo
Soberano

O Estado possui direitos e obrigações tanto na ordem interna com seus administrados, quanto na
ordem externa, com outros países.

A seu turno, o Governo é uma ordem social subjacente, que ocupa as estruturas de poder. O governo
é o responsável por conduzir a administração, nada mais é, portanto, que o modo pelo qual o Estado
é administrado.

Uma grande distinção entre Estado e Governo é a de que, enquanto o Estado é permanente, o
Governo é transitório.

O governo pode ser dividido em 4 dimensões:

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É o conjunto de poderes
Formal
e órgãos

funções legislativa,
Material administrativa e
judiciária

condução política dos


Operacional
objetivos públicos

agente público exerce


Estrito
o poder

Por fim, tem-se que a Administração Pública é todo aparato existente à disposição dos governos a
fim de que possam ser realizados seus objetivos, sobretudo a promoção do bem comum da coleti-
vidade.

Administração Pública pode ser assim dividida:

Compreende tanto o governo como a


Administração Pública em Sentido
estrutura administrativa e a
Amplo
administração

Administração Pública em Sentido Compreende tão somente a execução


Estrito das atividades

No Brasil, a Soberania simboliza o Estado Democrático de Direito, sendo a soberania um atributo da


República Federativa do Brasil.

Já a União, Estados membros, DF e Municípios, possuem Autonomia que lhes garante a possibilidade
de ter:

Auto-organização: mediante Constituição e leis próprias.

Autogoverno: elegerem seus governantes e demais representantes.

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Autoadministração: organização para prestação de serviços de sua competência.

Tome nota

Forma de Estado Federação

Forma de Governo República


República Federativa do Brasil

Regime Político Democracia semidireta

Tipo de Estado Estado Democrático de Direito

Sistema/Regime de Governo Presidencialismo

Evolução da Administração Pública no Brasil

Quanto a evolução, a administração pública no brasil passou por diversas fases, iniciando pela cha-
mada Administração Pública Patrimonialista.

Surgida no início da colonização brasileira com a chegada dos portugueses em 1500, perdurou por
séculos e, apesar de ainda se ter algumas condutas dessa época (como o desvio de verbas públicas
etc), essa forma de organização fora superada.

Trata-se de uma administração que não separa o patrimônio público do patrimônio privado, o que
facilita a corrupção, nepotismo, clientelismo e outras condutas tidas como vedadas nos dias atuais.

Com as reformas produzidas por Getúlio Vargas, iniciou-se a chamada administração pública buro-
crática.

Possui como características a existência de padrões hierárquicos rígidos, gerando lentidão e inefici-
ência da administração.

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, iniciou-se a chamada administração pública ge-
rencial. Continua sendo o modelo vigente e tem como foco não apenas administrar, mas gerir, ou
seja, possui foco no resultado. Visa servir/atender os administrados.

Conforme lição de Chiavenato:

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“A administração pública gerencial constitui um avanço e, até certo ponto, um rompimento


com a administração pública burocrática. Isso não significa, entretanto, negação de todos os
seus princípios. Pelo contrário, a administração pública gerencial está apoiada na anterior, da
qual conserva, embora de forma flexível, alguns dos seus princípios fundamentais, como a
admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e uni-
versal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho e o treinamento
sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de buscar nos
processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da
administração pública, que continua sendo um princípio fundamental.”.

Governo, Governabilidade E Governança na Gestão Pública

O Governo é a estrutura macro que dá o funcionamento à máquina administrativa, que por sua vez
é composta pelos poderes independente e harmônicos entre si.

Quanto à governabilidade, tem-se que ela se refere às condições necessárias para o exercício do
poder pelo governo.

Nos dizeres de Santos (1997), trata das “condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o
exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações
entre os Poderes, o sistema de intermediação de interesses”.

Já a governança é a competência do governo de colocar em pratica as decisões tomadas, portanto,


está relacionada à capacidade de governar.

Diz respeito às condições administrativas, relacionado ao processo de realização. Está relacionada às


condições financeiras, administrativas e estruturais na busca de tomar medidas eficazes e eficientes.

Tem-se a necessidade premente cuidar da efetividade e a eficácia, devendo atingir o objetivo de


uma forma boa. Afinal, a boa governança pode aumentar a legitimidade de um governo.

De acordo com definição do Banco Mundial (1992), governança é: “a maneira pela qual o poder é
exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvi-
mento”.

Por fim, outro conceito que pode cair em sua prova é o de accountability. O accounbtability está
relacionado com a prestação de contas pelos agentes de governança. As contas devem ser prestadas
de forma clara, tempestiva, compreensível etc.

A principal classificação de accountability atualmente aceita é a seguinte:

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controle realizado pela população


sobre os administradores públicos
Accountability vertical
através do voto, plebiscito,
referendo e ação popular
Tipos de Accountability

por meio do processo de controle e


fiscalização mútuo que existe entre os
Accountability horizontal diferentes poderes, ou entre os órgãos
e
instituições públicas, como pelos
tribunais de contas e controladorias.

é um processo de controle
representativo das diversas entidades
sociais, como associações e ONGs as
Accountability social
quais investigam e denunciam abusos
de
poder.

ESTADO E CONSTITUIÇÃO. O ESTADO FEDERAL. O FEDERALISMO BRASILEIRO.

Inicialmente, destaca-se que existem 3 formas de Estado:

Estado unitário;

Confederação; e

Federação.

A Federação refere-se a um modelo de descentralização política, através da qual ocorre as reparti-


ções constitucionais de competências entre as entidades federadas autônomas integrante daquele
Estado Federado. Ou seja, o federalismo é um fenômeno responsável pela repartição do poder.

O Federalismo foi adotado no Brasil, conforme aduz os primeiros artigos da Constituição Federal de
1988. Os arts. 1º ao 4º tratam dos princípios fundamentais, os quais deixam claro se tratar de uma
Federação, vejamos:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Mu-
nicípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fun-
damentos:

I - a soberania;

II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

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V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguin-
tes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

O Federalismo no Brasil, constitui-se pela presença de três esferas governamentais: União, Estados e
Municípios, cada qual com suas respectivas estruturas que devem conviver de forma harmônica con-
forme estabelecido pelo princípio federativo

Este equilíbrio necessário entre os entes federados, faz-se com a presença da autonomia. Sendo
certo que não há que se falar neste caso em soberania (um fundamento da República Federativa do
Brasil), mas em Autonomia.

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Atualmente, prepondera o chamado Federalismo Cooperativo, pelo qual a atuação dos entes se
dá de forma cooperativa entre eles, buscando através dos critérios de repartição de competências
estabelecidos constitucionalmente, atuarem de forma conjunta em prol da República Federativa e
da harmonia.

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