Gastroenterologia
Gastroenterologia
Gastroenterologia
Plenitude pós-prandial.
Saciedade precoce – “come e fica estufado”.
Epigastralgia – dor no epigástrio.
Queimação epigástrica.
Prevalência de, em média, 20% no mundo inteiro, sendo que alguns possuem causa orgânica subjacente (motivo) e
outros apresentam dispepsia funcional sem causa subjacente na avaliação (maioria).
Anamnese.
Sintomas típicos.
Sinais de alarme.
Exame físico: geralmente normal, mas algums pacientes podem ter leve tensão em epigástrio, ascite, edema
e linfonodomegalia.
Hemograma completo (anemia).
Glicemia em jejum e/ou hemoglobina glicada (diabetes – pode causar gastroparesia).
Função hepática.
Amilase, lipase (pancreatite crônica).
EPF (parasitoses).
Anti-transglutaminase IgA (doença celíaca).
US de abdome (colelitíase).
EDA – não pedimos para todos os pacientes!
Biópsias da EDA.
Teste para H. Pylori.
Teste respiratório de ureia.
Antígeno fecal – procurar HP nas fezes.
o Paciente jovem com dispepsia, sem sinais de alarme, e desconfiamos de infecção por HP.
o Pacientes com sinais de alarme já testam HP na endoscopia.
O teste respiratório para HP é realizado por coleta de gases após administração oral de ureia com carbono 13 marcado.
Na presença da bactéria, a uréase degrada a ureia liberando carbono 13 que é absorvido e exalado.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
TRATAMENTO:
Pode ser causada por algumas doenças com sintomas parecidos de dispepsia, como:
Úlcera gástrica.
DRGE – mais comum; tem como sintoma ainda a sensação de refluxo.
Medicamentos, como AINEs – pode dar sintomas dispépticos sem úlcera.
Neoplasias – principalmente gastroesofágicas; não é a mais frequente, mas é a mais grave.
Colelitíase – pedra na vesícula.
Doença celíaca.
Doença de Crohn.
Radiculopatia diabética.
Intoxicação.
Gastroparesia (esvaziamento gástrico mais lento, causando sintomas de desconforto, saciedade precoce,
plenitude...) pode ser causada por diabetes.
Parasitoses – H. Pylori.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
H. Pylori (HP): é uma causa muito comum (dispepsia por HP) e indicamos o uso emprírico de
antiparasitários – melhora se tratamos o HP.
Plenitude pós-prandial.
Saciedade precoce.
Dor ou queimação epigástrica.
Distensão abdominal.
Alguns pacientes podem ter náuseas, vômitos ou azia.
Distúrbio da “interação cérebro-trato gastrointestinal”: pode ocorrer junto com a síndrome do intestino irritável e
outros distúrbios gastrointestinais.
MANEJO:
ETIOLOGIA:
Primárias: idiopáticas.
Secundárias: acometimento secundário do esôfago por doenças sistêmicas, como doenças do tecido conjuntivo,
endocrinológicas, inflamatórias (como amiloidose, sarcoidose...), infectoparasitárias (como Chagas) e neoplásicas.
CLASSIFICAÇÃO MANOMÉTRICA: dada com base nos achados da manometria de alta resolução ou convencional.
A classificação mais atual é a de Chicago 4.0, que se baseia na manometria de alta resolução – método
preferencial para diagnóstico dessas alterações.
Classificação de Chicago:
ANATOMIA E FISIOLOGIA:
Terço proximal: composto inteiramente por musculatura estriada – tem controle voluntário.
Entre ambos há uma zona de transição, em que há fibras musculares estriadas e lisas.
Diâmetro normal do esôfago em repouso: 2cm – sintomas de disfagia geralmente iniciam quando o lúmen está menor
que 1,3cm.
Mucosa.
Submucosa.
Muscular própria: camada muscular circular (interna e mais espessa) e camada
muscular longitudinal (mais externa e delgada).
Adventícia (não tem serosa).
Musculatura estriada é inervada pelo nervo vago, que tem origem no nervo ambíguo, e o neurotransmissor é
a acetilcolina
Musculatura lisa é inervada pelos neurônios pré-ganglionares que se originam no núcleo motor dorsal do vago
e fazem sinapse nos neurônios pós-ganglionares do plexo mioentérico.
o Neurônios pós-ganglionares: excitatórios pela acetilcolina e inibitórios pelo óxido nítrico sintase e
polipeptídeo intestinal vasoativo.
O esôfago é constituído por duas zonas de alta pressão: esfíncter superior e inferior.
Esfíncter inferior é constituído por fibras semicirculares (claps fibers), fibras suspensoras (sling fibers) e fibras
do pilar diafragmático direito.
o Determinam tônus e a capacidade de o esfíncter se contrair.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Deglutição:
Fase oral: alimento é rolado posteriormente na faringe de maneira voluntária pela pressão na íngua para cima
e para trás contra o palato.
Fase faríngea: presença do bolo alimentar estimula áreas receptoras epiteliais da deglutição em toda faringe,
enviando estímulo ao tronco encefálico para ativar os músculos faríngeos.
o Palato mole sobe para fechar as narinas.
o Aproximação vigorosa das cordas vocais.
o Laringe é puxada para cima e para frente, fazendo com que a epiglote se projete para trás, sobre a
laringe.
o O movimento anterior da laringe amplia a passagem do esôfago e o ESSE relaxa, permitindo que o
alimento passe livremente.
o Contração da musculatura da faringe, impulsionando o alimento por peristalse.
Fase faríngea interrompe momentaneamente a respiração (centro da deglutição inibe centro respiratório da medula).
Fase esofágica: o esfíncter superior relaxa para receber o alimento e contrai posteriormente e, logo após
deglutir o alimento, o EIE relaxa e permanece assim até que a onda peristáltica atinja a junção esofagogástrica.
Quando ocorre a deglutição, também há um encurtamento do esôfago, aumentando a força de contração daquele
segmento, fazendo com que a camada muscular deslize sobre a circular, ativando mecanorreceptores.
O estimulo dos mecanorreceptores faz com que a musculatura abaixo da contração relaxe.
Inervado pelo vago (parassimpático ou inibitório), pelo tronco simpático da medula torácica (excitatório) e
pelo plexo mioentérico (excitatório e inibitório).
Relaxamento é regulado pelo vago, que realiza sinapse nos gânglios do plexo mioentérico, estimulando a liberação de
óxido nítrico e peptídeo intestinal vasoativo.
Sobreposição de inervação sensorial – a posição indicada pelo paciente não indica necessariamente a posição
do distúrbio.
História de se alimentar e permanecer em pé ou caminhando para facilitar a deglutição.
Pode haver regurgitação alimentar ou vomito induzido (tentativa de aliviar os sintomas) várias horas após a
alimentação.
EXAMES:
Esofagograma baritado:
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Realizada uma série de incidências radiológicas após ingesta de contraste baritado.
Exame barato e de fácil acesso.
Sonda de silicone ou polivinil com sistema de perfusão de água (8 canais que conduzem água, que extravasa
pela sonda, que estará dentro do esôfago, e mede a pressão).
Canais ligados a transdutores externos.
Exame realizado com paciente acordado – temos que dar água para analisar as deglutições.
Jejum de 6h ou > 12h para pacientes com megaesôfago.
Suspender medicações que alteram a motilidade, 48h antes.
Paciente carrega um aparelho por 24h que registra os dados – vive a sua vida normal.
Jejum de 6 horas.
Suspensão de medicações.
o IBP – 7 dias.
o Antagonistas do receptor de H2 – 72 horas.
o Procinéticos e antiácidos – 48 horas.
o Para avaliar eficácia do tratamento: manter medicações.
Período de monitoração: 18 a 24 horas.
Registro do valor de pH a cada 4 segundos.
Diário.
o Registrar refeições, quando deita, sintomas.
Paciente deve manter rotina normal.
ACALÁSIA:
Tratamento:
o Clínico:
Casos leves ou sem resposta às outras terapias.
Nitratos (dinitrato de isossorbida 5mg SL): 15 min antes da refeição.
Bloqueadores de canais de cálcio (nifedipino 10-30mg SL): 45 min antes da refeição.
Sildenafilina 25 a 50mg VO em cada refeição.
o Endoscópico:
Dilatação pneumática – balão com dilatação para abrir passagem.
Custo-efetiva e pouco invasiva.
Eficácia de até 85% em 1 ano, mas recorrência de mais de 30% em 4-6 anos.
Complicações: perfuração em até 2%; DRGE em 20-35%.
Se insucesso após 03 tentativas, avaliar cirurgia.
Melhor resposta na acalasia tipo II.
Preditores de má resposta: sexo masculino, idade < 40 anos, diâmetro esofágico
muito grande.
Injeção de toxina botulínica: injeção de toxina botulínica.
Inibe liberação de toxina butolínica, causa alívio de sintomas com queda rápida do
efeito.
Repetir várias vezes pode dificultar a miotomia – pode servir como uma ponte por
curto tempo ou para quem não pode tratar cirurgicamente.
POEM (peroral esophagel myotomy): abre uma fenda na mucosa até o esfíncter.
Resultados muito semelhantes a miotomia cirúrgica, mas com mais chance de DRGE
Eficácia de 82 a 96%.
Boa escolha para acalasia tipo III pelo seu componente espástico.
o Cirúrgico:
Miotomia de Heller-Pinotti com fundoplicatura – tratamento padrão.
Esofagectomia – megaesôfago grau III ou Iv ou falha aos tratamentos anteriores.
Cada vez menos indicado.
Síndrome rara.
Sintomas: disfagia, dor torácica ou ambos.
o Sintomas podem se resolver espontaneamente em até 40% dos casos.
Tratamento: semelhante ao da acalasia, porém tratamento cirúrgico é controverso.
Uma minoria pode progredir para acalasia com o tempo.
Diagnóstico:
o Relaxamento ausente ou incompleto do EIE (IRP >).
o Peristalse aparentemente preservada.
o >= 20% das contrações com aumento da pressão intrabolus.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
ESPASMO ESOFAGEANO DISTAL:
Critério diagnóstico: à deglutição de água, há pelo menos 2/10 com contrações prematuras com força de
contratilidade mantida (DCI >= 450 mmHg.s.cm).
O relaxamento do EIE é normal (caso anormal – acalasia tipo III).
Necessária clínica compatível para ser diagnostico clinicamente relevante.
Manejo clínico:
o Mindfull eating.
Refeições mais frequentes, em pequenas quantidades e de consistência mais macia.
Evitar situações ou alimentos gatilhos.
o Como muitos pacientes podem ter o distúrbio associado a DRGE, a pHmetria ou tratamento empírico
com IBP podem ser considerados.
o Nitratos e inibidores da 5-fosfodiesterase (sildenafila, tadalafila) reduzem sintomas por aumentar a
biodisponibilidade do óxido nítrico
o Bloqueadores de canais de cálcio geram o relaxamento da musculatura lisa.
o Inibidores da receptação de seratonina e antidepressivos tricíclicos podem ser considerados.
Manejo endoscópico: toxina botulínica.
o Eficácia limitada (< 1 ano).
o Pode ocorrer dor torácica após o procedimento e efeitos colaterais raros, como mediastinite ou
reação alérgica a proteína do ovo da injeção).
o Pode tornar a futura miotomia esofágica um desafio, especialmente com o uso repetido.
POEM:
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
o Parece ser efetivo (taxa de sucesso > 80%) e seguro, com efeitos adversos infrequentes quando em
mãos experientes.
o Tende a tomar mais tempo do que quando realizado na acalasia, devido as contrações espásticas que
podem ocorrer durante o procedimento.
o Miotomia cirúrgica pode ser uma opção quando não há resposta ao tratamento clínico e não há POEM
disponível – a miotomia estendida além do esôfago médio é mais difícil.
ESÔFAGO HIPERCONTRÁTIL:
Diagnóstico:
o EDA: exame inicial.
o Avaliação inicial do sintoma de disfagia ou refratariedade ao IBP.
o Pré-requisito (EDA ou RX contrastado) para a realização da manometria, para conseguir passar sonda.
o REED (Rx contrastado de esôfago, estômago ou duodeno) – avaliação do sintoma de disfagia.
Pode apresentar esvaziamento normal ou retardo do esvaziamento (até 30%).
o Manometria esofágica de alta resolução:
70% (7/10) das deglutições devem ser ineficazes para diagnóstico (fracas – DCI < 450; falhas –
DCI < 100 ou fragmentadas – quebra > 5 cm).
Ou
>= 50% das deglutições são falhas (DCI < 100).
Avaliação da reserva contrátil – múltiplas deglutições rápidas: se há
integridade da inervação e uma musculatura lisa contrátil, o que está
associado a bom prognóstico pós-operatório de cirurgia antirrefluxo.
PROCESSO MULTIFATORIAL:
Azia é o sintoma mais comum e é descrita como uma sensação de queimação subesternal subindo do
epigástrio em direção ao pescoço.
Regurgitação é o retorno sem esforço do conteúdo gástrico em direção à boca, frequentemente acompanhado
por um sabor ácido ou amargo.
A gênese desses dois sintomas não é a mesma, então eles possuem abordagens diagnósticas diferentes, e o
tratamento varia dependendo de qual sintoma é mais predominante.
A dor torácica pode se apresentar junto com pirose e regurgitação ou como único sintoma da DRGE.
o Não conseguimos diferenciar da dor cardíaca.
Os sintomas da doença são inespecíficos e podem se sobrepor ou ser confundidos com os sintomas de outras
doenças, como ruminação, acalasia, esofagite eosinofílica...
MENIFESTAÇÕES EXTRAESOFÁGICAS: podem incluir sintomas laríngeos e sintomas pulmonares, como rouquidão,
pigarro e tosse crônica e complicações como laringite, faringite e fibrose pulmonar.
Mesmo em pacientes com DRGE estabelecida, pode ser difícil afirmar que a DRGE é a causa dos problemas
extraesofágicos.
SINTOMAS ATÍPICOS: podem incluir disfagia, dor no peito, sensação globus e odinofagia.
Disfagia é comum em pirose prolongada e geralmente está atribuída a esofagite de refluxo, mas também pode
ser indicativo de estenose esofágica.
A odinofagia é um sintoma incomum da DRGE, mas quando presente, geralmente indica úlcera esofágica.
ESTENOSE
ÚLCERA
Dor no peito: quando relacionada à DRGE, pode imitar uma angina e é geralmente descrita como compressão
ou uma queimação, localizada subesternalmente e que irradia para as costas, pescoço, mandíbula ou braços.
o Pode durar minutos ou horas e resolver espontaneamente com antiácidos.
o Geralmente ocorre após as refeições, acorda os pacientes durante o sono e pode ser exacerbada pelo
estresse emocional.
o Pacientes com a dor no peito induzida por refluxo também podem apresentar sintomas típicos de
refluxo.
Hipersalivação: sintoma relativamente incomum, em que os pacientes podem espumar pela boca, secretando
até 10mL de saliva por minuto em resposta ao refluxo.
Sensação globus: percepção quase constante de um nó na garganta, independentemente da deglutição, que
tem sido relacionada à DRGE em alguns estudos.
Náusea: pouco relatada, mas um diagnóstico de DRGE deve ser considerado em pacientes que apresentam
náusea inexplicável.
Sintomas são considerados leves, moderados ou graves com base no fato de prejudicarem a qualidade de
vida ou não.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Sintomas podem ser intermitentes (menos de dois episódios por semana) ou frequentes (quando dois ou mais
episódios por semana).
Devemos questionar sempre sobre a frequência dos sintomas – quantas vezes na semana você sente tais
sintomas?
SINTOMAS DE ALARME: indicação de realizar endoscopia digestiva na primeira vez em que o paciente nos conta sobre
um desses sinais.
As complicações podem ser esofágicas (como o esôfago de Barret, estenose esofágica ou adenocarcinoma de
esôfago) ou extraesofágicas (como laringite crônica e exacerbação da arma).
Baixas pontuações nas escalas de sono foram observadas em comparação a pacientes com sintomas menos
frequentes, além de ter sido observada diminuição no desempenho físico.
A DRGE noturna tem um impacto maior na qualidade de vida em comparação aos sintomas diurnos.
A frequência dos sintomas não muda à medida que envelhecemos, mas a intensidade dos sintomas pode
diminuir após os 50 anos de idade.
o O envelhecimento aumenta a prevalência de esofagite erosiva graus C e D de Los Angeles.
o O esôfago de Barrett aumenta prevalência após os 50 anos, principalmente em homens brancos.
Mais frequente em homens do que em mulheres.
o Pacientes homens têm maior propensão e terem esofagite erosiva, e as mulheres a terem NERD.
DRGE X OBESIDADE: associação entre o IMC, circunferência abdominal, ganho de peso e presença de sintomas e/ou
complicações da DRGE, incluindo esofagite erosiva e esôfago de Barrett.
Mais comum em pacientes obesos pela pressão no esfíncter esofágico – contribuindo para o refluxo.
As chances de graus mais altos de ERD aumentam com o aumento do IMC.
DIAGNÓSTICO: não existe padrão ouro para o diagnóstico, sendo este baseado em uma combinação de apresentação
dos sintomas, na avaliação endoscópica da mucosa esofágica, no monitoramento do refluxo e resposta à intervenção
terapêutica.
Diagnostico presuntivo de DRGE pode ser estabelecido no quadro clínico, com a presença de sintomas típicos
de pirose e/ou regurgitação > de 2 vezes na semana, e um curso de 8 semanas com IBP é recomendado nessa
configuração.
Em pacientes nos quais o diagnóstico de DRGE é suspeito, mas não claro, e a endoscopia não mostra evidência
objetiva de DRGE, recomendamos que o monitoramento do refluxo (pHmetria de 24h) seja realizado fora da
terapia com IBP para estabelecer o diagnóstico.
Sintomas extraesofágicos atípicos e condições como tosse crônica, disfonia, asma, sinusite, laringite e
erosões dentárias têm sido associados à DRGE, mas possuem baixa sensibilidade e especificidade para o
diagnóstico dessa doença.
Diagnósticos de DRGE apenas por sintomas extraesofágicos ou por sua resposta a IBPs não são confiáveis pela
baixa sensibilidade e especificidade para DRGE e não são recomendados.
Se recomenda que pacientes com manifestações extraesofágicas de DRGE sem sintomas típicos sejam
submetidos ao teste de refluxo (pHmetria) para avaliação antes da terapia com IBP.
Outro distúrbio que precisa ser excluído antes de atribuir os sintomas à DRGE é, por exemplo, dor no peito
inexplicável, que deve ser avaliado com eletrocardiograma e um teste ergométrico antes de uma avaliação
gastrointestinal.
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA: não é necessária na presença dos sintomas típicos, mas é recomendada na presença
de sintomas de alarme, para rastreamento de pacientes com alto risco de complicações e os refratários ao tratamento
empírico com IBP.
Os achados endoscópicos de esofagite erosiva e esôfago de Berrett são específicos para o diagnóstico de DRGE
e o sistema de pontuação mais amplamente usado e validado é a classificação de Los Angeles.
ACHADOS ENDOSCÓPICOS: a EDA pode ser normal em pacientes com DRGE ou pode haver evidências de esofagite
em graus variados.
Entre os pacientes com DRGE não tratados, aproximadamente 30% terão esofagite endoscópica.
o A gravidade e a duração dos sintomas pouco se relacionam com a gravidade da esofagite.
Outros achados endoscópicos em pacientes com DRGE de longa data incluem estenose péptica, esôfago de
Barrett e adenocarcinoma de esôfago.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
CLASSIFICAÇÃO DE LOS ANGELES:
- Precisamos repetir a endoscopia após tratamento de esofagite C e D, para avaliar se não temos outra complicação
que não conseguimos observar.
OUTROS TESTES: manometria esofágica e pHmetria de 24h geralmente são reservados para os casos de endoscopia
normal ou candidatos ao tratamento cirúrgico anti-reflexo.
MANOMETRIA ESOFÁGICA: indicada para pacientes com dor retroesternal e/ou disfagia com endoscopia
normal.
o Deve ser empregada no pré operatório de fundoplicatura, visando excluir alterações de motilidade
esofagiana.
PHMETRIA: utilizada para confirmar o diagnóstico de DRGE em paciente com endoscopia normal e sintomas
persistes após uso IBP, ou para avaliação de pacientes com sintomas atípicos.
TRATAMENTO: objetiva controlar os sintomas, cicatrizas lesões e prevenir complicações – pode ser clínico ou cirúrgico.
A maioria dos pacientes se beneficia com tratamento clínico, que deve abranger medidas comportamentais e
farmacológicas, as quais devem ser implementadas simultaneamente.
Perda de peso.
Evitar alimentação até 2 a 3h antes de deitar.
Elevação da cabeceira da cama para sintomas noturnos.
Cessação do tabagismo e álcool.
Prevenção de refeições noturnas e interrupção de alimentos que podem potencialmente agravar os sintomas
de refluxo, incluindo cafeína, café, chocolate, alimentos condimentados, alimentos ácidos, como laranjas e
tomates, e alimentos com alto teor de gordura.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: medicamentos indicados favorecem secreção inibição da secreção gástrica para
melhorar os sintomas e cicatrizar a esofagite.
Os IBPs mostraram uma taxa de cura significativamente mais rápida e alívio mais rápido e completo da azia.
Para pacientes com sintomas clássicos de DRGE de azia e regurgitação que não apresentam sintomas de
alarme, recomenda teste empírico com IBP por 8 semanas em dose padrão.
Um curso de 8 semanas de IBPs é a terapia de escolha para alívio dos sintomas e cicatrização da esofagite
erosiva.
Não existem grandes diferenças na eficácia entre os diferentes IBPs.
Os IBPs tradicionais de liberação retardada devem ser administrados 30 a 60 minutos antes da refeição para
o controle máximo do pH.
Os IBPs mais recentes podem oferecer flexibilidade de dosagem em relação ao horário das refeições.
A terapia com IBP deve ser iniciada uma dose ao dia, antes da primeira refeição do dia.
Para pacientes sem resposta à terapia uma vez ao dia, deve ser considerada uma terapia personalizada com
ajuste do tempo da dosagem duas vezes ao dia em pacientes com sintomas noturnos, horários variáveis e/ou
distúrbios do sono.
Os que não responderem ao IBP devem ser encaminhados para avaliação.
Em pacientes com resposta parcial à terapia com IBP, devemos aumentar a dose para terapia duas vezes ao
dia ou mudar para um IBP diferente, podendo proporcionar alívio adicional dos sintomas.
A terapia de manutenção com IBP deve ser administrada em pacientes com DRGE que continuam a apresentar
sintomas após a interrupção do IBP e em pacientes com complicações, como esofagite erosiva e esôfago de
Barrett.
Para pacientes que necessitam de terapia de longo prazo com IBP, deve ser administrado na dose eficaz mais
baixa, incluindo terapia sob demanda ou intermitente.
Para pacientes com DRGE que não têm EE ou esôfago de Barrett e os sintomas foram resolvidos com terapia
com IBP, devemos tentar descontinuar os IBP ou mudar para terapia sob demanda, em que os IBPs são
administrados somente quando os sintomas ocorrem e descontinuados quando são aliviados.
As opções médicas para pacientes com DRGE com resposta incompleta à terapia com IBP são limitadas.
o A adição de antagonistas de receptor H2 ao deitar tem sido recomendada para pacientes com
sintomas refratários ao IBP.
Pode estar associado do desenvolvimento de taquiflaxia após várias semanas de uso.
o Recomendamos terapia de manutenção com IBP por tempo indeterminado ou cirurgia antirrefluxo
para pacientes com esofagite LA grau C ou D.
TERAPIA CIRÚRGICA: opção para pacientes com DRGE que necessitam de terapia de manutenção a longo prazo e nas
formas complicadas da doença.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Falha de terapia medicamentosa otimizada ou não desejo da mesma.
Não aderência ao tratamento medicamentoso.
Refluxo de alto volume.
PHmetria anormal com dose elevada de IBP.
Esofagite grave na endoscopia.
Estenose benignas.
Esôfago de Barrett (sem displasia grave ou carcinoma).
Sintomáticos com hérnia diafragmática volumosa.
Melhores resultados nos pacientes com sintomas típicos bem controlados com IBPs ou com adequada correlação com
sintomas na pHmetria, já piores resultados com sintomas atípicos ou extraesofágicos.
Os IBPs em doses padrão por oito semanas aliviam os sintomas da DRGE e curam a esofagite em até 86% dos pacientes
com esofagite erosiva.
Pacientes com esofagite grave ou esôfago de Barrett requerem supressão de ácido de manutenção com um IBP em
dose padrão, pois é provável que tenham sintomas e complicações recorrentes se a supressão de ácido for diminuída
ou descontinuada.
Duodeno precisa neutralizar a secreção ácida que passa pelo piloro, para se
proteger.
O fundo e o corpo gástrico possuem células produtoras de muco, que revestem todo o órgão, e glândulas, como:
Células parietais (oxínticas): responsáveis pela secreção do HCl e do fator intrínseco; a secreção de HCl é
estimulada pela liberação de acetilcolina por estímulo parassimpático do nervo vago, pela gastrina e pela
histamina.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Células principais (pépticas): respondem à acetilcolina e secretam pepsinogênio, que em contato com o HCl,
é clivado em sua forma ativa – pepsina (enzima proteolítica).
Células enteromacrofins-like (ECL): secretam histamina e grelina.
O duodeno é formado por células mucosas, que secretam muco alcalino com grandes quantidades de íons bicarbonato
e capaz de neutralizar parte da secreção ácida vinda do estômago, e de proteger a parede duodenal da digestão pelo
suco gástrico.
Úlceras pépticas surgem por um rompimento do equilíbrio da mucosa gastrointestinal, por aumento nos fatores
agressivos – HCl, pepsinas, citocinas e substâncias exógenas -, e/ou redução dos fatores protetores – muco, secreção
de bicarbonato e renovação celular.
O principal fator de risco é a infecção pelo H. Pylori, e o segundo principal é o uso de AINES.
CLASSIFICAÇÃO JOHNSON
Síndrome de Zollinger-Ellinson (gastrinoma): causada pelo tumor neuroendócrino produtor de gastrina, que
causa hipersecreção de ácido gástrico e úlcera péptica.
Mastocitose sistêmica.
Hiperparatireoidismo.
Doenças granulomatosas.
Neoplasias.
Infecções.
Tecido pancreático ectópico.
Idiopática.
HELICOBACTER PYLORI: bastonete gram negativo que resida na mucosa gástrica produzindo urease – transforma ureia
em amônia e bicarbonato – ambiente alcalino no estômago.
Para tentar reverter a alcalinização, há aumento da produção de gastrina e aumento na secreção de HCl pelo
estômago, criando um ambiente hiperácido.
Produção de outras citocinas que degradam muco gástrico, danificam células epiteliais e promovem agregação
plaquetária – trombos na microcirculação.
o Pela bactéria e pela resposta inflamatória do hospedeiro.
TRANSMISSÃO DA INFECÇÃO: ainda não foi estabelecido, mas a maioria parece ocorrer na primeira infância.
DIAGNÓSTICO:
A infecção pelo H. Pylori pode ser diagnosticada por métodos não invasivos (testes sorológicos, testes respiratórios
com 13C ou 14C e pesquisa de antígeno fecal) ou por métodos invasivos (biópsias no exame endoscópico).
Técnica de ELISA.
Detecção dos anticorpos não significa presença ou infecção ativa por H. Pylori
o Pode indicar infecção no momento ou que o paciente já foi infectado (64%).
Enzima urease, muito produzida pelo H. Pylori, é responsável pelo desdobramento da ureia marcada com C,
liberando CO2, que é rapidamente absorvido pela mucosa gástrica e exalado pelos pulmões.
Detecção do CO2 marcado.
Não pode ser utilizado em crianças e gestantes.
Inibidores de acidez do estômago e antimicrobianos podem ocasionar resultados falso negativos, devendo ser
suspensos, no mínimo, 2 e 4 semanas, respectivamente, antes da realização do teste.
Pacientes devem suspender o uso de IBPs durante duas semanas antes do teste e de antagonistas do receptor
de H2 um dia antes.
Qualquer antibiótico deve ser suspenso por 4 semanas antes do teste.
TESTES INVASIVOS: exame histológico permite identificação da bactéria e permite avaliar tipo e intensidade da
inflamação da mucosa gástrica, presença ou não de atrofia, metaplasia ou displasia.
Sistema Sydney – duas biópsias do antro, duas do corpo e uma da incisura angularis..
Fragmentos da mucosa retirados durante o exame endoscópico são colocados em formol, incluídos em
parafina, cortados em micrótomo, fixados e corados por vários métodos.
A coloração mais utilizada é a hematoxilinaeosina (HE).
Como a sensibilidade desse método para identificar o H. pylori não é adequada, nos casos duvidosos deve
empregar a coloração de Giemsa ou de carbolfucsina.
Fragmento da mucosa gástrica é colocado em frasco contendo ureia e vermelho fenol como indicador de pH;
pela grande produção da enzima urease pelo H. pylori, a ureia é desdobrada em CO2 e amônia, aumentando
o pH e mudando a cor da solução, de amarela para avermelhada.
Paciente com alergia à Amoxicilina = pode ser feita a troca por Metronidazol + IBP +
Claritromicina.
Quando o paciente for resistente pela terceira vez, precisamos entrar com uma terapia
quádrupla.
Clocking: despertar noturno com dor epigástrica, sendo mais relacionado com úlcera duodenal; posição faz com que
o ácido vá mais para o duodeno.
Ritmicidade: relação íntima com a refeição.
Úlcera duodenal: dor em 3 tempos – dói-come-passa.
Úlcera gástrica: dor em 4 tempos – dói-come-passa-dói.
AINES (ANTI INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES):
Promovem lesão na mucosa gastrointestinal, reduzindo seu mecanismo de defesa contra a secreção ácida
(principalmente pela inibição de uma enzima chave na síntese das prostaglandinas E e A, estimulantes sobre a
produção de muco, secreção de bicarbonato e aumento do fluxo sanguíneo local.
Nesses casos, a produção de HCl costuma estar normal ou reduzida, ao contrário do que ocorre na infecção pelo H.
Pylori.
O risco de ulceração é proporcional à dose diária do medicamento e aumenta em pacientes idosos, pacientes em uso
concomitante de corticóides ou de anticoagulantes.
APRESENTAÇÃO CLÍNICA:
A maioria dos pacientes se queixam de queimação epigástrica rítmica, exacerbada pelo estresse e por alimentos; esse
sintoma é mais associado ao aumento da acidez gástrica que à ulcera em si, e pode estar ausente em boa parte dos
pacientes.
Fica mais específica para úlcera duodenal quando a queimação surge 2 a 3 horas após a alimentação ou durante a
noite, despertando o paciente, e sendo aliviada com nova ingestão alimentar e com uso de antiácidos.
COMPLICAÇÕES:
A úlcera péptica é a principal causa de hemorragia digestiva alta, mas a maioria dos sangramentos cessa de forma
espontânea e não requer tratamento cirúrgico – sangramentos são mais comuns em úlceras duodenais.
Pode ser exteriorizado na forma de hematêmese ou digerido, ser percebido na forma de melena ou como anemia
ferropriva por perda sanguínea crônica oculta.
A perfuração é mais comum em úlceras da pequena curvatura gástrica e da parede anterior do bulbo duodenal;
costuma ter clínica mais grave, com dor abdominal intensa, de início súbito, geralmente com peritonite difusa ao
exame.
A obstrução surge de forma mais crônica, quando a inflamação ou fibrose ao redor da úlcera é tão intensa que obstrui
a saída de passagem do piloro; pode se manifestar como vômitos pós-prandias,
sensação de plenitude gástrica, anorexia e perda de peso.
QUANDO REALIZAR A EDA: em geral, presença de sinais de alarme ou não melhora dos sintomas com IBP.
DIAGNÓSTICO:
Úlcera péptica em pacientes com dispepsia especialmente no contexto de uso de AINES ou história de infecção por H.
Pylori.
Ocasionalmente, podemos suspeitar de úlcera péotica com base em exame de imagem realizado para avaliar dor
abdominal.
PANCREATITE: condição inflamatória do pâncreas que pode causar lesão local, resposta inflamatória sistêmica e
falência de órgãos.
Ainda, observamos vasoconstrição, estase capilar, shunts arteriovenosos, aumento da permeabilidade capilar
e isquemia tecidual.
Pode causar edema local e, em casos mais graves, o processo pode generalizar e resultar em extravasamento
de quantidades relevantes de agua livre do plasma para o terceiro espaço – hipotensão e hemoconcetração.
Circulação sistêmica das citocinas (IL-1, IL-8, IL-6, TNF alfa), fosfolipase A2 e espécies reativas de oxigênio provocam
ocorrência de lesões em órgãos a distância e quadro de disfunção de múltiplos órgãos – síndrome do desconforto
respiratório do adulto.
Fase tardia: infecções do tecido pancreático e peripancreático surgem como principal causa de mortalidade – casos
graves.
Hipotensão secundária ao extravasamento de água livre no terceiro espaço por alteração da permeabilidade
capilar resulta em isquemia intestinal e queda da barreira mucosa, ocasionando surgimento de microfraturas
epiteliais que permitem deslocamento de microrganismos provenientes da luz do cólon para a circulação
linfática e venosa.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Muitas vezes esses pacientes têm algum grau de supercrescimento bacteriano subclínico – por íleo prolongado
ou uso concomitante de antimicrobianos de amplo espectro.
Uma vez em contato com o tecido pancreático necrótico, esses microrganismos encontram ambiente propício
para sua proliferação.
Mais de 50% das mortes por pancreatite aguda por conta de disfunção de órgãos e SIRS (síndrome da resposta
inflamatória sistêmica).
Relacionada ao processo inflamatório com liberação intensa de mediadores inflamatórios que pode levar a:
o Depressão miocárdica e choque.
o IRA – hipovolemia e hipotensão.
o Complicações metabólicas como Hipocalemia, hiperlipidemia, hiperglicemia e cetoacidose diabética.
o Translocação bacteriana – fonte de infecções.
Segunda fase – após a segunda semana:
Evolução mais lenta, podendo durar de semanas a meses.
Mortalidade relacionada a:
o Disfunção de órgãos pela necrose.
o Necrose infectada.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
o Complicações pós intervenções cirúrgicas
Quanto ao grau: critérios de Atlânta.
Álcool faz ativação precoce da tripsina e destruição celular, estímulo da colesistocinina e prematura ativação
enzimática, efeito tóxico direto dos metabólitos do álcool.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS:
Maioria dos pacientes em início agudo de dor epigástrica grave e persistente no QSE.
Em pacientes com pancreatite biliar, a dor é bem localizada e de início rápido, atingindo intensidade máxima em 10 a
20 minutos.
Em pacientes com pancreatite por causas hereditárias ou metabólicas ou álcool, a dor pode ser menos localizada e o
início pode ser menos abrupto.
Em metade dos pacientes, a dor irradia para as costas.
A dor persiste por várias horas a dias e pode ser parcialmente aliviada ao sentar ou inclinar para frente.
Aproximadamente 90% dos pacientes apresentam náuseas ou vômitos associados, que podem durar horas.
Pacientes com pancreatite aguda grave podem apresentar dispneia pela inflamação diafragmática secundária à
pancreatite, derrame pleural ou síndrome do desconforto respiratório aguda.
EXAME FÍSICO:
Os achados físicos variam dependendo da gravidade da pancreatite aguda.
Em pacientes com pancreatite aguda leve, o epigástrio pode estar minimamente sensível à palpação.
Em pacientes com pancreatite grave, pode haver sensibilidade significativa à palpação no epigástrio ou difusamente
no abdome.
Os pacientes podem ter distensão abdominal e ruídos hidroaéreos diminuídos por íleo secundário à inflamação.
Os pacientes podem ter icterícia escleral devido a icterícia obstrutiva devido a coledocolitíase ou edema da cabeça do
pâncreas.
Pacientes com pancreatite grave podem apresentar febre, taquipneia, hipoxemia e hipotensão.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Em 3% dos pacientes com pancreatite aguda, a coloração
equimótica pode ser observada na região periumbilical
(sinal de Cullen) ou ao longo do flanco (sinal de Grey
Turner) – embora específicos, os achados sugerem
presença de sangramento retroperitoneal no quadro de
necrose pancreática.
DIAGNÓSTICO:
Deve ser suspeitado em um paciente com início agudo de dor epigástrica persistente e intensa com sensibilidade à
palpação no exame físico.
O diagnóstico de pancreatite aguda requer a presença de dois dos três critérios a seguir:
Início agudo de dor epigástrica persistente, intensa, muitas vezes irradiando para as costas.
Elevação da lipase ou amilase sérica para três vezes ou mais do que o limite superior do normal.
Achados característicos de pancreatite aguda em exames de imagem – TC com contraste, RNM ou US
transabdominal.
ESCORES PROGNÓSTICOS: não há escore prognostico padrão ouro para pancreatite aguda grave.
Provavelmente o índice de gravidade da pancreatite aguda a beira do leito (BISAP) é um dos mais preciosos e
aplicável na prática clínica diária pela simplicidade e a capacidade de prever gravidade, morte e falência de
órgãos, bem como APACHE-II (mais complexo).
o APACHE-II utiliza critérios obtidos na admissão hospitaral e PA é considerada grave se maior ou igual
a 8.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
CRITÉRIOS DE RANSON: cinco critérios avaliados na admissão e outros durante as primeiras 48h.
A presença de 3 ou mais critérios nas primeiras 48h da admissão classifica a pancreatite como grave – sensibilidade
de 75 a 87%.
Pontuação entre 0 e 2 representa mortalidade de 2%, já se a pontuação estiver entre 3 e 4, aumente a chance para
15%, e entre 5 e 6, o risco de mortalidade alcança 40%, chegando a 100% caso a pontuação seja 7 ou 8.
Grau de lesão:
Grau A: 0 pontos
Grau B: 1 ponto
Grau C: 2 pontos
Grau D: 3 pontos
Grau E: 4 pontos
Grau de Necrose: necrose, importante evolução da doença, pode ser identificada também pela TC contrastada, com
90% de acurácia. Áreas de coleções peripancreáticas devem ser consideradas como áreas de necrose gordurosa até
que se prove o contrário.
TRATAMENTO:
Manejo inicial: cuidados de suporta, como ressuscitação volêmica, controle da dor e suporte nutricional.
Indicações para terapia intensiva: todos os pacientes com pancreatite aguda grave ou pacientes com pancreatite
aguda com um ou mais dos seguintes parâmetros.
A transferência para uma unidade de terapia intensiva ou monitorada pode ser considerada em:
Paciente com SIRS persistente (mais de 48h).
Hematócrito elevado acima de 44$, nitrogênio ureico no sangue acima de 20mg/dL ou creatinina acima de
1,8mg/dL.
Idade acima de 60 anos.
Doença cardíaca ou pulmonar subjacente.
Obesidade.
REPOSIÇÃO DE FLUIDOS:
Hidratação a uma taxa de 5 a 10 mL/kg por hora de solução cristalóide isotônica (por exemplo SF 0,9% ou
ringer lactato) para todos pacientes com pancreatite aguda, a menos que cardiovasculares, renais ou outros
fatores de comorbidade relacionados impeçam a reposição agressiva de líquidos.
Em pacientes com depleção de volume grave que se manifesta como hipotensão e taquicardia, a reposição
deve ser mais rápida com 20 mL/kg de fluido intravenoso administrados em 30 minutos, seguidos de 3
mL/kg/hora por 8 a 12 horas.
Em raros pacientes com pancreatite aguda devido a hipercalcemia, ringer lactato é contraindicado porque
contém 3 mEq/L de cálcio – SF 0,9% deve ser usado.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
A reposição hídrica adequada pode ser avaliada pela melhora dos sinais vitais (meta de frequência cardíaca <
120 batimentos/minuto, pressão arterial média entre 65 a 85 mmHg), débito urinário (> 0,5 a 1 ml/kg/hora) e
redução do hematócrito.
o Meta de 35% a 44% e ureia ao longo de 24h.
CONTROLE DA DOR:
A dor abdominal é frequentemente o sintoma predominante em pacientes com pancreatite aguda e deve ser
tratada com analgésicos; dor não controlada pode contribuir para a instabilidade hemodinâmica.
A atenção à reposição adequada de fluidos deve ser a primeira prioridade no tratamento da dor abdominal,
pois a hipovolemia por vazamento vascular e a hemoconcentração podem causar dor isquêmica e acidose
láctica resultante.
Os opióides são seguros e eficazes no controle da dor em pacientes com pancreatite aguda.
o O controle adequado da dor requer o uso de opiáceos intravenosos.
O fentanil está sendo cada vez mais utilizado devido ao seu melhor perfil de segurança, principalmente no
comprometimento renal.
o Como acontece com outros opiáceos, o fentanil pode deprimir a função respiratória.
A meperidina tem sido preferida à morfina para analgesia na pancreatite porque estudos mostraram que a
morfina causou um aumento na pressão do esfíncter de Oddi.
o No entanto, não há estudos que sugiram que a morfina possa agravar ou causar pancreatite ou
colecistite.
o Além disso, a meperidina tem meia-vida curta e doses repetidas podem levar a acúmulo do metabólito
normeperidina que causa efeitos colaterais neuromusculares e, raramente, convulsões.
NUTRIÇÃO:
Pacientes com pancreatite leve geralmente podem ser tratados só com hidratação intravenosa – recuperação rápida,
permitindo que pacientes retomem uma dieta oral dentro de uma semana.
Na ausência de íleo, náusea ou vômito, a alimentação oral pode ser iniciada precocemente (dentro de 24 horas)
conforme tolerado, se a dor estiver diminuindo e os marcadores inflamatórios estiverem melhorando.
Geralmente começamos com uma dieta com baixo teor de resíduos, baixo teor de gordura e leve, desde que não haja
evidência de íleo ou náuseas e/ou vômitos significativos.
Em alguns pacientes com pancreatite moderadamente grave a grave, a alimentação oral não pode ser tolerada pela
dor pós-prandial, náuseas ou vômitos, relacionados a inflamação gastroduodenal e/ou compressão extrínseca de
coleções de fluidos que levam à obstrução da saída gástrica.
Requerem nutrição parenteral se não puderem tolerar oral até o quinto dia.
Quando as complicações locais começam a melhorar, a alimentação oral pode ser iniciada e avançada conforme
tolerado.
ANTIBIÓTICOS:
Até 20% dos pacientes com pancreatite aguda desenvolvem uma infecção extrapancreática, como infecções da
corrente sanguínea, pneumonia e infecções do trato urinário.
As infecções extrapancreáticas estão associadas a um aumento da mortalidade.
Quando há suspeita da infecção, os antibióticos devem ser iniciados enquanto a fonte da infecção está sendo
determinada, mas se as culturas forem negativas e nenhuma fonte de infecção dor identificada, os antibióticos devem
ser descontinuados.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Antibióticos profiláticos não são recomendados independentemente do tipo ou gravidade da doença.
COMPLICAÇÕES:
Pacientes com pancreatite aguda moderadamente grave ou grave, sinais de sepse ou deterioração clínica 72h após a
apresentação inicial devem ser submetidos a uma TC com contraste para avaliar presença de necrose pancreática ou
extrapancreática e complicações locais.
Complicações locais: coleção líquida peripancreática aguda, pseudocisto pancreático,
coleção necrótica e necrose isolada.
Coleções agudas de líquido peripancreático e coleções necróticas agudas podem
se desenvolver menos de 4 semanas após o início da pancreatite, pseusocisto
pancreático e necrose de paredes geralmente ocorrem mais de 4 semanas após o
início da pancreatite aguda.
Necrose infectada: ocorrência de infecção pancreática é uma das principais causas de
morbidade e mortalidade na pancreatite necrosante aguda.
Aproximadamente um terço dos pacientes com necrose pancreática
desenvolve necrose infectada.
Não há correlação entre extensão da necrose e o risco de infecção – mais
frequente no final do curso clínico (após 10 dias).
A maioria das infecções são monomicrobianas com organismos derivados do
intestino – E. Coli, Pseudomonas, Klebisella e Enterococcus.
O espectro do antibiótico empírico deve incluir tanto microorganismos aeróbios e anaeróbios gram – e gram
+.
o Geralmente o antibiótico de escolha é Imipenem ou Meropenem.
Necrose infectada deve ser suspeitada em pacientes com necrose pancreática ou extrapancreática que se
deterioram (instabilidade clínica ou fisiologia da sepse, aumento da contagem de leucócitos, febre) ou não
melhoram após 7 a 10 dias de internação.
Sinais clínicos de infecção e imagem abdominal demonstrando a presença de gás dentro da necrose são
razoavelmente sugestivos de infecção e a antibioticoterapia pode ser iniciada sem aspiração e cultura.
Nos pacientes que não melhoram, realizamos o desbridamento da necrose pancreática (necrosectomia).
o No entanto, em pacientes estáveis com necrose infectada, tentamos retardar a necrosectomia
continuando os antibióticos por pelo menos quatro semanas.
O manejo conservador continuado da coleção de líquido necrótico permite que um desbridamento
minimamente invasivo seja realizado posteriormente para limpar detritos necróticos.
PACIENTES COM PANCREATITE POR CÁLCULOS BILIARES: em pacientes com pancreatite por cálculos biliares, deve
ser realizado uma colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) urgente (<24 horas) e esfincterotomia para
pacientes com colangite.
A colecistectomia deve ser realizada após a recuperação da pancreatite aguda em todos os pacientes
operáveis com pancreatite por cálculos biliares ou lodo biliar.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
EXAMES LABORATORIAIS:
TRATAMENTO:
Para definir tratamento temos que definir grau de fibrose, tratamento prévio e coinfecções.
Alternativas terapêuticas no SUS – os esquemas pangenotípicos passíveis de oferta são:
o Sofosbuvir/daclatasvir.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
o Velpatasvir/sofosbuvir.
o Glecaprevir/pibrentasvir.
PÓS TRATAMENTO:
TRIAGEM:
Fase imunotolerante:
Fase imunorreativa:
Fase de reativação:
Essa fase pode surgir após o período inativo, quando ocorrerem mutações na região pré-core e/ou core-
promoter do vírus, mantendo-se a replicação viral mesmo na vigência de HBeAg -.
A atividade necroinflamatória e de fibrose no `gado persistem durante essa fase.
A hepatite B crônica HBeAg não reagente também está associada a baixas taxas de remissão espontânea e
risco elevado para complicações, como cirrose descompensada e CHC.
HBsAg+ HBeAg- CV alta TGP e TGO elevados.
Mesmo após resposta imune com eliminação do HBsAg, há possibilidade de uma baixa replicação viral (índices
indetectáveis ou muito baixos de HBV-DNA sérico).
Presença de anti-HBc reagente, independentemente da reatividade para anti-HBs.
O acompanhamento regular também está indicado para os pacientes nessa fase, principalmente em situações
de imunossupressão.
Perda sustentada do HBsAg, com ou sem soroconversão para anti-HBs, é o resultado ideal da terapia.
Esse perfil corresponde à completa remissão da atividade da hepatite crônica; porém, raramente é alcançado.
Devem-se buscar desfechos alternativos para pacientes com HBsAg:
o Soroconversão para anti-HBe, redução de carga viral (resposta virológica) e/ou normalização de ALT
(resposta bioquímica).
TRATAMENTO:
Vírus da hepatite A (HAV) é do tipo RNA, via fecal-oral, Anti HAV IgG e IgM.
Vírus da hepatite delta (HDV) é do tipo RNA, defectivo, que necessita do vírus B para sua sobrevivência, via
parenteral, anti-Delta IgM.
Vírus E da hepatite (HEV) também é do tipo RNA, via fecal-oral, anti-HEV IgM e IgG.
Ingestão excessiva de álcool (quantidade diária > 80gr para homens e > 60gr mulheres).
DIAGNÓSTICO: história de abuso de álcool, exame físico estigmas de cirrose e exames laboratoriais.
USO SEGURO?
Obs.: maior prevalência de HAS ou elevação dos níveis pressóricos > seis ou mais doses ao dia.
Muitos pacientes não admitem prontamente o uso pesado de álcool - falar com a família ou amigos do paciente pode
ajudar a obter um histórico mais preciso.
MANIFESTAÇÕES EXTRA-HEPÁTICAS:
ACHADOS:
Sobrepeso ou obesidade.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Presença de diabetes tipo 2.
Evidência de desregulação metabólica.
Também presente em 7% dos indivíduos com peso normal, mais no sexo feminino, com uma idade mais jovem e
enzimas hepáticas normais.
EXAMES:
US de escolha (baixa sensibilidade para identificar esteatose < 20% e a perda de acurácia em
pacientes com IMC > que 40 kg/m2).
DIVISÃO:
Pode ser dividida em fígado gorduroso não alcoólico (NAFL) e esteatohepatite não alcoólica (NASH).
TRATAMENTO:
OFF LABEL.
Pioglitazona.
Vitamina E (800 UI/dia).
Ácido obeticólico.
Doença de caráter hereditário autossômico recessiva do metabolismo de cobre - excreção biliar deficitária do cobre
com consequente acúmulo do depósito do metal principalmente no fígado e cérebro, córnea.
Autoimune crônica, colestase crônica não obstrutiva progressiva, causada por uma combinação de predisposição
genética e desencadeantes ambientais.
Doença hepática colestática crônica imunomediada caracterizada por inflamação e fibrose da árvore biliar, levando à
estenose multifocal dos ductos biliares.
Doença inflamatória do fígado que se caracteriza por anticorpos circulantes e hipergamaglobulinemia, infiltrado
linfoplasmocitico com hepatite de interface em biopsia hepática.
Classificação:
o Tipo 1 ou hepatite autoimune clássica anticorpo antinuclear ANA e ou anti musculo liso ASMA.
Título mínimo de 1:40
o Tipo 2 é menos comum, Anti LKM ou/e LC1.
Tratamento: Prednisona azatioprina.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Definição sistêmica sobrecarga de ferro de origem genética causada por deficiência de hepcidina (regula a atividade
da ferroportina - que faz o transporte do ferro de enterócitos e macrófagos no plasma), diminuição da produção ou
diminuição atividade da ligação hepcidina-ferroportina.
REVISANDO:
CÉLULAS ESTRELADAS: as que armazenam vitamina A, regulam calibre dos sinusoides e, em resposta a citocinas
inflamatórias, aumentam a produção de colágeno – fibrose.
Macrocirculação e microcirculação:
O sangue chega ao fígado por duas vias: veia porta – drena o sangue do
intestino – e artéria hepática, e flui pelo fígado por um sistema de
sinusoides de baixa resistência, o que maximiza a exposição dos
hepatócitos aos conteúdos do sangue.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Veia porta – veia mesentérica superior e inferior e esplênica = circulação esplâncnica.
Microcirculação – espaço porta: 1 veia, 1 artéria, 1 ducto biliar e 1 veia central.
CIRROSE:
Estágio tardio de fibrose hepática progressiva caracterizada pela distorção da arquitetura hepática e a formação
de nódulos regenerativos, arquitetura lobular alterada e estabelecimento de derivações vasculares intra-
hepáticas.
Ativação das células estreladas dos sinusoides origina os miofibroblastos – regulam fibrogênese e fibrólise
HIPERTENSÃO PORTAL: resistência vascular ao fluxo que impede o fluxo sanguíneo pelos sinusoides, causando um
aumento da pressão intra-hepática.
Influxo portal: vasos colaterais se dilatam e novos vasos se formam para ligar a circulação portal ao sistema venoso.
Na hipertensão portal, a transudação de plasma e albumina aumenta, excedendo a capacidade do sistema linfático
hepático, que está comprometido pela fibrose – líquido acumula na cavidade peritoneal.
Conceitos iniciais:
1. O fluxo sanguíneo esplâncnico aumenta liberação de óxido nítrico e outros vasodilatadores, que causam uma
vasodilatação arteriolar esplâncnica e angiogênese.
2. A vasodilatação e a angiogênese levam a redução da resistência vascular sistêmica e da pressão arterial e
aumento do débito cardíaco – subenchimento vascular, além de sequestro de fluido na cavidade peritoneal.
3. Vasodilatação progressiva leva a ativação de vasoconstritores endógenos, retenção de sódio e água (pelo
sistema renina angiotensina aldosterona, sistema nervoso simpático e ADH) e aumento da vasoconstrição
renal.
4. A incapacidade de excretar água regularmente leva ao desenvolvimento de hiponatremia e hipoosmolaridade.
ETIOLOGIAS:
EXAME FÍSICO:
Icterícia.
Ascite.
Aranhas vasculares ou telangectasias.
Ginecomastia (crescimento de mamas nos homens).
Eritema palmar.
Diminuição da PA.
Fetor hepaticus (cheiro doce e pungente no hálito – sulfeto de dimetila).
Hepatomegalia.
Esplenomegalia: aumenta filtragem mecânica do baço, realiza a destruição de
eritrócitos, mas também de leucócitos e plaquetas.
Cabeça de medusa.
Alterações nas unhas – unhas de Terry e baqueteamento digital.
Asterixis/flapping – encefalopatia hepática.
EXAMES LABORATORIAIS:
Bilirrubina: podem ser normais em pacientes com cirrose bem compensada, mas aumentam a medida que a cirrose
progride.
Fosfatase alcalina: geralmente elevada na cirrose, mas menor que 2 a 3 vezes o limite superior normal.
Alanis Belmonte Bergmann – ATM 26
Gama-glutamil transpeptidase (gama GT): se correlacionam razoavelmente bem com a fosfatase alcalina na doença
hepática, mas são inespecíficos.
Albumina: sintetizada exclusivamente no fígado – níveis de albumina caem a medida que a função sintética do fígado
diminui com o agravamento da cirrose.
Hipoalbuminemia não e específica para doença hepática, podendo ser observada em muitas outras condições,
como IC, síndrome nefrótica ou desnutrição.
Tempo de protrombina (TP): maioria das proteínas envolvidas no processo de coagulação é produzida no fígado; o
tempo de protrombina reflete o grau de disfunção sintética hepática, aumentando à medida que diminui a capacidade
do fígado cirrótico em sintetizar fatores de coagulação.
Sódio: hiponatremia é comum em pacientes com cirrose e ascite e está relacionada com a incapacidade de excretar
água livre.
Anormalidades hematológicas:
Deficiência de folato toxicidade direta pelo álcool (resultante de ingestão reduzida) – classicamente se apresenta como
anemia megaloblástica.
Devido a toxicidade do vírus da hepatite, pode ocorrer uma supressão da medula óssea e consequentemente uma
anemia aplástica.
Anamnese.
Exame físico.
PARA CALCULAR O ESCORE DE
Alterações laboratoriais.
FIBROSE, PRECISAMOS SOLICITAR
Exames de imagem. TGO, TGP E PLAQUETAS
Escores de fibrose.
Patologia.
Biópsia: padrão ouro, mas não é necessária para fechar diagnóstico de cirrose – somente dados clínicos, laboratoriais
e radiológicos sugerem fortemente a presença de cirrose.
Elastografia: parecido com ultrassom, mas emite ondas sonoras e consegue identificar a “duzera” do fígado; aumento
da cicatrização do fígado está associado ao aumento da rigidez do tecido.
EXAMES COMPLEMENTARES:
Podem sugerir a presença de cirrose, pois conseguem identificar um fígado heterogêneo, com diversos
nódulos, aumentado, baço aumentado, ascite...
Estudos de imagem também podem montar evidências de varizes e ascite em pacientes com hipertensão portal.
Vacinação:
Contra as hepatites A e B para não imunes – objetivo de prevenir que o paciente contraia hepatite e causa
ainda uma piora do quadro já existente.
Vacinação anual contra gripe, COVID e pneumo23.
Evitar hepatopatias – evitar substâncias associadas a lesões hepáticas, como álcool, medicamentos como
AINES, isoniazida, metotrexato...
O tratamento ideal seria transplante, mas não tem para todos pacientes.
Se for um quadro inicial, ao tratarmos, conseguimos tirar a infecção, a cicatriz não regride, mas não terá mais morte
de hepatócitos, a insuficiência hepática não será grande...
Cirrose geralmente é considerada nos estágios avançados, mas o ponto exato em que se torna irreversível não é claro.
COMPLICAÇÕES:
Ascite: acúmulo de líquido na cavidade peritoneal pelo aumento da hipertensão portal, causando extravasamento do
placma, e pela perda da albumina, que diminui a pressão coloidosmótica, fazendo com que acumule na cavidade
abdominal.
Encefalopatia hepática:
Hemorragia digestiva varicosa: sangramento das varizes esofágicas e/ou varizes gástricas.
Carcinoma hepatocelular:
Rastreio a cada 6 meses com ultrassom – se aparecer nódulos suspeitos, pedimos TC ou RNM com contraste.
Diagnóstico de CHC: elevações marcantes da alfa-fetoproteína e por achados radiográficos característicos.
CHC recebe maior parte do suprimento sanguíneo de ramos da artéria hepática.
o Padrão de realce característico: realce arterial precoce com "washout" precoce.
Um dos poucos cânceres que existem que não precisa ser realizada biopsia para diagnóstico.
Hipoperfusão.
Tratamento com infusão de albumina.